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função de mordomo não é bem conhecida nos
tempos presentes e no mundo ocidental. Em séculos passados, mesmo no Brasil,
havia mordomos entre os nobres e ricos, mais notadamente no tempo do Império ou
dos reinos, que dominaram o país. Mas essa figura, ligada à área da administração
da nobreza, era bem conhecida nos tempos bíblicos, tanto no Antigo quanto no
Novo Testamento. No AT, Abraão,personagem de destaque na História de Israel,
tinha um mordomo chamado Eliézer. Este gozava de tanta confiança que, além d«
cuidar de todos os seus bens, foi designado para buscar um a esposa para seu
fiJho, Isaque, na terra longinqua de seus parentes. José, filho de Jacó, foi
vendido para o Egito como escravo, e Deus fez dele governador daquele reino, e
José teve mordomos a seu serviço. Reis e senhores sempre tiveram servos de
muita confiança, a quem entregavam a administração de todos os seus bens.
No Novo Testamento, nos tempos de Jesus,
também havia mordomos a serviço de senhores ricos ou abastados. Na parábola da
vinha, o mordomo é encarregado de fazer o pagamento aos trabalhadores (Mt
20.1-16). N a parábola do servo vigilante, ele é o “[...] mordomo fiel e
prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos [...]” (Lc 12.42). N a
parábola do mordomo infiel, ele é acusado de dissipar os bens de seu senhor (Lc
16.1-13). No livro de Atos, vemos a figura de um alto funcionário do reino da
Etiópia, a quem Filipe, o evangelista, foi designado para falar o evangelho: “E
levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace,
rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e
tinha ido a jerusalém para adoração” (At 8.27).
Em todos esses textos, vemos a figura do mordomo
aplicada a todos os servos de Deus, a quem são dadas oportunidades e missões
das mais importantes no Reino de Deus. Nos exemplos citados, podemos ver que só
há dois tipos de mordomos que são tomados como exemplo para a vida cristã: os
fiéis e os infiéis.
Todos os
mordomos são servos que cuidam dos interesses dos seus patrões ou soberanos. N
a vida cristã, há servos a quem são confiadas funções de maior responsabilidade,
como cuidar e prover para supervisionar e remunerar os seus conservos, como na
parábola da vinha e na do mordomo fiel e prudente. Hoje, tais servos podem ser
identificados na pessoa dos pastores, dos dirigentes de departamentos e de
outros cargos de liderança. Haverá um a prestação de contas, na qual cada um dará
contas do que fez ou não com a obra do seu Senhor: “Porque está escrito: Pela minha
vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará
a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm
14.11,12).
De modo geral, na Igreja, todos os salvos
são servos de Deus, tanto homens quanto mulheres. Não há distinção social,
sexual ou racial: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há
macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (G13.28; Cl 3.11).
Na comunidade cristã, os líderes não são “maiores” que os liderados. São servos
a serviço dos servos de Deus. Cada crente em particular, mesmo que não tenha
cargo eclesiástico ou ministerial, é servo de Deus. Foi chamado para ser salvo
e para ser servo. Como tal, ele tem o dever de servir na casa do Senhor
conforme a capacidade e as oportunidades que Deus conceder a ele. Seja como
for, líder ou liderado, o salvo só é aprovado e recompensado por Deus se for um
“servo” ou “mordomo fiel”.
I - QUEM É E O QUE FAZ O MORDOMO
Significado.
No capítulo 1 vimos que “a palavra vem do latim, majordomu, com o significado
de ‘o criado maior da casa’, ‘administrador dos bens de um a casa’, ‘ecônomo’
(Die. Aurélio). Na Bíblia, aparece diversas vezes a função do mordomo, que era
(e ainda é) a pessoa encarregada de administrar os bens de um senhor, de um
proprietário, de um homem que tem bens ou posses, ou de uma organização, hoje
com outros nomes, na administração moderna. Tanto no AT como no NT, vemos que
essa figura corresponde à do administrador.”
Abraão, personagem de destaque na História
de Israel, tinha um mordomo chamado Eliézer, que gozava de tanta confiança que,
além de cuidar de todos os seus bens, foi designado para buscar uma esposa para
seu filho, Isaque, na terra longínqua de seus parentes. E ele assim o fez com
grande competência e zelo por seu senhor (Gn 15.2; 24). Reis em Israel tinham
mordomos de confiança a seu serviço (1 Rs 18.3). Tempos depois, um bisneto de
Abraão, José, rejeitado pelos irmãos e vendido para o Egito, chegou ali como
escravo, mas, por causa de sua fidelidade, ganhou a confiança de Potifar,
eunuco e “capitão da guarda de Faraó”, a quem fora vendido. José teve a bênção
e a proteção de Deus por causa de sua conduta ilibada e fiel: “Vendo, pois, o
seu senhor que o Senhor estava com ele e que tudo o que ele fazia o Senhor
prosperava em sua mão, José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o pôs
sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39.3,4). De escravo,
José tornou-se mordomo ou administrador da casa do oficial-mor de Faraó, rei do
Egito. Pouco depois, José foi lançado na prisão por causa de sua fidelidade aos
princípios em que fora formado. Ele não aceitou ceder à tentação protagonizada
pela esposa de seu senhor (Gn 39.7-26). Deus, porém, não dorme nem cochila (SI
121.3,4). Por providência divina, José foi tirado do cárcere e, em seguida,
posto como governador do Egito, quando pôde ser instrumento de Deus para
salvação de sua família da fome que se abateu sobre a terra (Gn 41.15ss). Como
governador, José tinha mordomos a seu serviço (Gn 44.1). Jesus valorizou a
figura do mordomo em suas mensagens evangelísticas. N a parábola do servo
vigilante, ele é “[...] o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os
seus servos [...]” (Lc 12.42). Na parábola do mordomo infiel, ele é acusado de
dissipar os bens de seu senhor (Lc 16.1-13).
O que Deus Espera de seus Mordomos. Na parábola do servo vigilante,
Jesus ensinou sobre a atitude que Ele espera dos seus servos, especialmente
daqueles que têm a missão de liderar outros servos na casa do Senhor. A narrativa
da parábola refere-se à maneira pela qual os cristãos devem esperar a vinda do
Senhor: “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando
houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam
abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier,
achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa,
e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.36,37). No texto, vemos algumas características
e atitudes ressaltadas por Jesus nos personagens citados — características
estas que, de modo semelhante, Ele espera ver em seus servos quando chegar o
momento glorioso de sua vinda.
Eles esperam pelo seu
senhor . Os servos
do senhor da parábola servem a um homem que foi celebrar suas bodas com sua
amada noiva. Semelhantemente, a Igreja, que é constituída de servos de Cristo,
está esperando pelo seu Senhor desde a sua fundação. Em relação à vinda de
Jesus, podemos dizer que só há dois tipos de Igreja. A que vai subir e a que
vai ficar. A Igreja que vai subir é aquela em que os crentes estão esperando o
Senhor a qualquer momento. Como as virgens “prudentes”, que esperavam o noivo a
qualquer momento, com azeite em suas vasilhas, e, chegando o noivo, entraram
para as bodas (Mt 25.4,10). A igreja que vai ficar é formada pelos crentes negligentes,
que esperam tudo e todos, mas não esperam Jesus. Esperam pela novela das seis,
das oito, das nove, etc; esperam pelos jornais noticiosos, pelos programas
humorísticos ou pelas partidas de futebol de seu time, mas não estão nada
interessados na volta de Jesus. Não leem a Bíblia, não oram, não vigiam. São
como as virgens “loucas”, que não tinham azeite suficiente para a espera do
noivo (Mt 25.3,11,12).
Esperam o Senhor com prontidão
. Ao retornar da
viagem das bodas, o senhor da parábola esperava encontrar seus servos “de
prontidão”, aguardando sua volta. Ele esperava que, quando batesse à porta,
eles fossem abri-la logo e sem demora para recebê-lo. Jesus espera que seus servos
ou seus mordomos, sejam ativos, e não negligentes e descuidados como as virgens
loucas (Mt 25.3). São considerados bem-aventurados os servos vigilantes que
esperam o seu senhor: “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o
Senhor vier, achar vigiando!” (Lc 12.37). Os verdadeiros cristãos não apenas
oram e jejuam , mas também oram e vigiam como Jesus ordenou (Mt 26.41). Em seu
sermão profético, Jesus advertiu que sua vinda seria repentina e comparou-a com
os “dias de Noé”, quando as pessoas estavam totalmente distraídas, mesmo nas
coisas lícitas da vida, comendo, comprando, casando, entre outras coisas, e, de
repente, foram surpreendidas pela catástrofe do Dilúvio e pereceram (Mt
24.37-44). Diante de tam anhá advertência, todos os que somos servos de Cristo
devemos estar preparados, esperando sua volta a qualquer momento.
A Recompensa aos Mordomos Fiéis. “Bem-aventurados aqueles servos, os
quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se
cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37). Jesus
tem recompensas ou galardões para os crentes fiéis, que o servem na sua obra e
esperam a sua volta com amor, zelo e vigilância. Na parábola em apreço, Jesus
diz que o senhor oferecerá uma ceia, uma rica refeição, e, de modo honroso,
cingir-se-á como se fosse um servidor real, “e os fará assentar à mesa, e,
chegando-se, os servirá”. Não dá para imaginar o que acontecerá nas Bodas do
Cordeiro. Serão milhões e milhões de salvos remidos por Cristo. A parábola
sugere que Jesus, o “esposo”, já unido à sua “esposa”, a Igreja, servirá aos seus
servos fiéis na grande mesa nos céus: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe
glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou”
(Ap 19.7). Estar nas Bodas do Cordeiro será um privilégio para os servos fiéis,
que foram chamados por Cristo: “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles
que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as
verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.9). Deus reconhece o trabalho dos
mordomos fiéis: “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do
trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos
santos e ainda servis” (Hb 6.10).
II - A MORDOMIA QUE AGRADA A DEUS
O Mordomo Fiel e Prudente. No seu Sermão Profético, Jesus proferiu
um a parábola de grande significado para a vida da Igreja, que espera a sua
vinda. No texto, Ele exortou seus servos à vigilância ante a sua vinda iminente,
chamando a atenção para o Arrebatamento e a Grande Tribulação. N a sua vinda,
só subirão aqueles servos que forem considerados fiéis. Na parábola dos dois
servos, Ele mostrou quais atitudes o servo ou mordomo fiel deve ter ao esperar
sua volta: “E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o
senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado
aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos
digo que sobre todos os seus bens o porá” (Lc 12.42-44). Que Deus nos abençoe!
E que, na vinda de Jesus, da qual ninguém sabe o dia nem a hora (Mt 25.13),
possamos ser achados em fidelidade e santificação (Hb 12.14).
As Qualidades do Mordomo Fiel. A parábola em apreço destaca as qualidades
do servo ou mordomo fiel, que são:
Fidelidade . Essa palavra significa: “Qualidade
ou caráter de fiel; lealdade, firmeza; constância nas afeições, nos
sentimentos; perseverança; observância rigorosa da verdade; exatidão” (Die.
Aurélio). Nesse precioso ensino, Jesus mostrou aos seus discípulos como Ele
espera encontrar seus servos, que aguardam sua volta para buscar a Igreja. A
fidelidade é um a qualidade indispensável para irmos para os céus. No
Apocalipse, Jesus disse: “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o
diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap
2.10). O cristão deve ser fiel ao Senhor não apenas na bonança, mas também, e
principalmente, diante das dificuldades e perseguições.
Prudência . Diz o dicionário que prudência “é a
qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que
acredita ser fonte de erro ou dano”. Quantos ministérios pelo mundo afora têm
sido destruídos por falta de prudência de seus responsáveis. A uns falta prudência
no falar. A Bíblia diz: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja
pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).
Um ditado
popular diz: “Quem muito fala muito erra ” . Saber falar com prudência é
próprio de quem tem maturidade espiritual e emocional. O cristão não deve ser
temperamental. Certo homem de Deus, às vezes, dizia coisas sem pensar. Um irmão
, com todo respeito, exortou -lhe a que tivesse m ais cuidado com as palavras.
O obreiro, então , respondeu com soberba: “Eu sou assim mesmo e não mudo !” .
Este era um homem de Deus, m as tinha essa falha m oral. Ele era precipitado e,
até certo ponto , orgulhoso. Mesmo sabendo que não agia bem no falar, ele não
se humilhou o suficiente para reconhecer seu erro e acabou sofrendo sérios constrangimentos
por sua falta de temperança e prudência no falar. Salomão diz em Provérbios que
a prudência é melhor que a prata (Pv 1 6 .16b).
Constituído pelo seu
Senhor. Na parábola , o servo fiel e prudente é posto ou
constituído pelo senhor “sobre sua casa” ou “sobre seus servos” . Isso é
significativo. O servo fiel e prudente não se constitui a si mesmo para assumir
tão grande responsabilidade para cuidar não só da casa em si, mas também dos
outros servos do seu senhor; ele não faz “política ” entre seus pares, pedindo
a indicação por tráfico d e influência; n e m co b iça a posição ou a função;
em suma, ele não foi constituído pelos outros, mas, sim , pelo seu senhor.
Podemos extrair lições preciosas dessa belíssima parábola e aplicá-las à
realidade da igreja local em nossos dias:
Primeira lição. Jesus não quer que pastores, líderes
ou obreiros sejam comissionados por interesses pessoais ou de grupos, mas que
sejam chamados constituídos por Ele. O apóstolo Paulo tinha essa convicção em
chamado : “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum , mas por
Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos)” (G1 1.1).
Essa condição
dá ao obreiro ou a qualquer servo de Deus a tranqüilidade de que é a pessoa
certa, no lugar certo e no tempo certo — características indispensáveis para um
ministério bem -sucedido por estar no centro da vontade de Deus.
Segunda lição. Na casa do Senhor, o governo não é
democrático (do povo, pelo povo e para o povo), onde prevalece a vontade da maioria.
De acordo com a Bíblia, “o manual de Administração de Deu s” , a direção e a
liderança devem ser cristocêntricas, ou seja, com Cristo no centro : “Porque
nele foram criadas todas as coisas que h á nos céus e na terra , visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades;
tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas
as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio
e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl
1.16-18).
Terceira lição. O mordomo fiel é comissionado para
cuidar dos outros servos do seu senhor “para lhes dar a tempo a ração” (Lc
12.42). O senhor considera bem-aventurado “aquele servo a quem o senhor, quando
vier, achar fazendo assim”, isto é, fazendo a sua obra com fidelidade,
prudência e cuidado para com os outros servos. Além de ter seu salário, tal
servo fiel será galardoado com um a mordomia ainda mais importante: “Em verdade
vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (v. 44).
III - A MORDOMIA QUE NÃO A GRADA A DEUS
O Mordomo Infiel. No mesmo texto da parábola em
apreço, Jesus exemplifica o comportamento do crente que não obedece a Deus na
atitude do servo negligente e infiel. Diz o texto: “Mas, se aquele servo disser
em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas,
e a comer, e a beber, e a embriagar-se, virá o Senhor daquele servo no dia em
que o não espera e num a hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua
parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se
aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites”
(Lc 12.45-47).
As Qualidades do Mordomo Infiel. Analisando essa parte da parábola,
vemos o comportamento do servo ou do mordomo infiel ante a iminente vinda do
seu senhor:
Não espera que o senhor
venha breve . A narrativa de Jesus ensina sobre a atitude do servo
infiel face à volta do seu senhor. Ele, simplesmente, conjectura em seu
coração, dizendo: “O m eu senhor tarda em vir”. Essa frase tipifica o crente
que não se preocupa com a vinda de Jesus a qualquer momento. Jesus falou sobre
o tempo indeterminado de sua volta: “Por isso, estai vós apercebidos também,
porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.44). Diante
dessa realidade, o cristão deve esperar Jesus todos os dias de sua vida, pois
Ele virá de maneira iminente, ante os sinais de sua volta para arrebatar a
Igreja. Ele comparou o tempo de sua vinda com os dias de Ló, quando as pessoas
em Sodoma e em Gomorra estavam, completamente, desapercebidas e foram surpreendidas
pela catástrofe atômica que fez desaparecer essas duas cidades malditas. O mau
servo ou mordomo será surpreendido pela volta iminente do Senhor Jesus Cristo.
Em um texto
semelhante, na parábola do mordomo infiel, vemos outro precioso ensino de Jesus
sobre a necessidade de vigilância e cuidado com as mordomias do Senhor: “E
dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um
mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele,
chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua
mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse
consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar não posso; de
mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for
desapossado da mordomia, me recebam em suas casas” (Lc 16.2-4). Haverá um a
prestação de contas. Cada servo de Deus dará contas de sua mordomia, no tempo e
nas oportunidades que lhe são concedidas.
Espanca os outros servos
. O mau servo ou
mau mordomo abusa de sua autoridade delegada pelo seu senhor. Ele extrapola sua
missão e passa a maltratar os outros servos do seu senhor. Aplica-se também aos
que têm responsabilidade de liderança na igreja, em um órgão ou departamento na
igreja local e, por orgulho e falta de amor, passam a tratar os servos de Deus com
radicalismo e autoritarismo, “espancando-os” com palavras ou atitudes prejudiciais
a estes. Esse “espancamento” não significa, literalmente, como nos dias atuais,
agredir com instrumentos que ferem ou causam dor física e emocional, mas, sim,
a maneira rude e grosseira como os servos de Deus são tratados na igreja local.
U m a das qualidades do bispo ou pastor é ser “hospitaleiro”, ou seja,
acolhedor, que sabe receber bem as pessoas, que sabe ouvir (1 Tm 3.2); esse é
também um dos motivos de o pastor ou bispo não ser “espancador [...], mas
moderado” (1 Tm 3.3b).
Age com
irresponsabilidade . Na parábola, o mau servo, abusando de sua posição, começa a
envolver-se com atitudes ilícitas, impróprias para quem é comissionado pelo seu
senhor, entregando-se aos vícios e à embriaguez. Ele age como um crente carnal,
ou seja, que está dominado pelas “obras da carne”, dentre as quais se insere a
“bebedice”. Bebidas alcoólicas, incluindo o vinho, podem causar grandes prejuízos
à moral e à dignidade de um servo de Deus, especialmente quando esse servo tem
a liderança de um trabalho na igreja. A Bíblia diz: “O vinho é escarnecedor, e
a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio”
(Pv 20.1); “Mas também estes erram por causa do vinho e com a bebida forte se
desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são
absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados
na visão e tropeçam no juízo” (Is 28.7). A prudência cristã manda que todo
crente abstenha-se de provar bebida alcoólica de qualquer espécie. Os riscos de
um descaminho são grandes para quem faz uso de bebida alcoólica. A experiência
tem demonstrado isso. Toda essa narrativa em forma de parábola contada por
Jesus voltava-se para a necessidade a ser considerada por todos os seus servos
face à vinda anunciada de Cristo — um a vinda iminente e sem tempo definido
para a sua concretização. A Bíblia diz: “Virá o Senhor daquele servo no dia em
que o não espera e num a hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua
parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se
aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites”
(Lc 12.46,47).
CONCLUSÃO
Já vimos que
só há duas igrejas ante a vinda de Jesus: a que vai subir e a que vai ficar. A
Igreja que vai ao encontro de Jesus no Arrebatamento é formada de todos os
crentes em Cristo, que se comportam como servos ou mordomos fiéis. Eles amam a
sua vinda e fazem o possível para guardar a fé com sinceridade, amor e
santidade. Por isso, procuram pautar suas atitudes conforme a vontade de Deus.
Os servos ou mordomos infiéis, sem dúvida alguma, estão se preparando para
ficar na volta de Jesus. E pelo que se pode observar nos últimos dias, esses
servos infiéis não são poucos. Em muitas igrejas, há crentes, membros do
ministério ou não, que se comportam irresponsavelmente, não dão testemunho de
cristãos e ainda causam transtornos e escândalos, afastando muitos do caminho
do Senhor. Mas, para estes, fica a advertência de Jesus no ensinamento da parábola
do “servo vigilante”: “Virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e
num a hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis.
E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme
a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.46,47). Que Deus nos guarde!
Que possamos permanecer fiéis, como diz Paulo: “Examinai tudo. Retende o bem.
Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.21-23).
TEMPO, BENS
E TALENTOS
ELINALDO RENOVATO
A
parábola do mordomo infiel
A parábola do mordomo infiel, uma grande lição de
um mau exemplo.
Há cerca de 40 parábolas proferidas
por nosso Senhor. Ninguém mais no Novo Testamento proferiu quaisquer parábolas,
de modo que todas as parábolas nos foram dadas pelo Senhor
Jesus. Como sabemos, elas foram projetadas para esconder dos incrédulos
a verdade, mas, por outro lado, para a revelar aos crentes, aqueles que têm
ouvidos para ouvir.
As parábolas foram, em um certo sentido, um
julgamento para os incrédulos, uma confirmação de rejeição. Ao mesmo
tempo, foram luz para os que tinham ouvidos para ouvir. Penso que esta
parábola, em particular, foi projetada para ajudar os crentes, como todas as
demais o foram, porque só os crentes realmente podem entendê-las.
As parábolas destinam-se a falar com os filhos da luz, que são todos aqueles
que fazem parte do reino de Deus.
A ‘Parábola do Mordomo Infiel’ tem a ver com o dinheiro, e isso não é
estranho, porque cerca de uma em cada três parábolas têm algo a ver com o
dinheiro. Essa é apenas a forma como a vida é. Alguém disse que se você
vive 80 anos, você vai gastar 50 desses 80 anos pensando em dinheiro, de uma
forma ou de outra.
Nosso Senhor sabe disto. Ele entende que a vida
no mundo é dependente de uma forma de intercâmbio e que nós vivemos,
respiramos e nos movemos fazendo essas trocas (comprar, vender, alugar, pagar,
receber, etc). Então, essa é uma história sobre dinheiro.
É uma história realmente chocante, porque seus
personagens são relativamente ruins. Um deles é muito ruim. O resto são seus
cúmplices no mal. Mesmo
o personagem que é supostamente o herói desta história é realmente falho,
porque ele louva este homem mau e as pessoas que foram cúmplices na maldade.
Tudo isto transforma-se, estranhamente, numa
ilustração de como devemos viver, nós, como crentes, o povo de Deus. Então,
vamos ler essa história descrita em Lucas 16:1-13: “E dizia também aos
seus discípulos…” (v. 1). Agora, eu quero que você saiba que
se trata de um ensino para os crentes, os filhos do reino. Esta é uma
parábola para nós, como foi para os discípulos naquela época.
Isso não quer dizer que não havia outros ouvindo.
Para baixo, no versículo 14, lemos que “Os fariseus, que eram
gananciosos, ouviam todas estas coisas”, e, claro, eles zombavam do
Senhor (v.14). A palavra traduzida como ‘zombar’ ou ‘escarnecer’, no verso 14,
é uma palavra muito forte no original grego. No meio desta palavra, no original
grego, encontra-se a palavra que seria traduzida como “nariz”. Significando
que ‘torciam seus narizes’.
A mesma palavra aparece no capítulo 23:35 e
descreve o que os fariseus faziam quando Jesus estava pendurado na cruz.
Portanto, era desprezo. Isto é o que seria de se esperar de pessoas
que não entendem esta parábola, e que, em muitos aspectos, foram enquadrados
por esta parábola, porque eles eram amantes do dinheiro.
Então,
eles estão na escuta, na multidão, mas a direção desta parábola, como sempre, é
esconder a verdade deles, por causa da sua incredulidade resoluta, e trazer
ensino para os discípulos verdadeiros, como nós.
E dizia
também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo;
e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o,
disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não
poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o
meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.
Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me
recebam em suas casas. E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor,
disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de
azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve
cinqüenta. Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem
alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. E
louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente,
porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos
da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que,
quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é
fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é
injusto no muito. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos
confiará as verdadeiras? E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que
é vosso? Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e
amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a
Deus e a Mamom (Lucas 16:1-13).
Essa é a história. A coisa realmente
estranha, em certo sentido, é contar uma história onde todos os personagens são
corruptos, porém isso é exatamente o ponto que nosso Senhor está enfatizando.
Jesus ensinava a partir de aspectos da rotina normal da vida. De vez em quando,
Ele virou tudo de cabeça para baixo e disse coisas que poderiam parecer
estranhas. Esta parábola é um exemplo disto.
Em outra parábola, Ele também falou sobre um juiz
injusto, bem como um mordomo sem escrúpulos. Então, houve
momentos em que Ele usou o mal das pessoas para trazer Seu ensino.
Tenha em mente que não há nada nesta parábola que seja secreto, oculto,
alegórico ou místico. É uma estória simples, mas o que incomoda algumas pessoas
é que Jesus elogia o cara mau.
Ouça o Seu encerramento: “E louvou aquele
senhor o injusto mordomo…”. Em seguida, no versículo 9, Jesus diz: “E
eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça…” Uau!!! A
propósito, esta parábola é colocada no texto de Lucas logo após a estória do
filho pródigo, porque este é um gerente ou mordomo pródigo.
Pródigo significa “desperdiçador”. O filho
pródigo perdeu tudo e não pensou em seu futuro. Já o mordomo dessa parábola é
um homem que perdeu os bens que ele tinha sob seu controle, porém tramou um
plano para fazer provisão para o seu futuro. O final dessa parábola é
chocante, surpreendente e é onde está o ponto central da estória.
Jesus iniciou essa parábola identificando o
primeiro personagem: “Havia um certo homem rico…”. Deixe-me apenas
dizer que esse homem deveria ser muito rico, porque ele está distante de toda
esta operação. Ele está distante. Sabemos que ele é um homem importante,
porque as pessoas lhe devem grandes quantidades de dinheiro. Eles estão em
dívida para com ele em uma escala muito grande, e há muitos devedores.
Apesar de só aparecerem na parábola dois dos
devedores, o verbo no versículo 5 (no original) significa que houve um processo
em curso. Essencialmente, esses dois devedores ilustram uma lista muito mais
extensa de devedores. Portanto, este é um homem muito rico.
Esse homem rico contratou um gerente, um
mordomo e o colocou no comando de todos os seus bens. Porque o mordomo
teve que ser chamado, concluímos que havia a obrigação de apresentar um
relatório periódico ao dono, para que o mesmo estivesse consciente de toda a
atividade do gerente.
E isto era bastante comum nos tempos antigos. As
pessoas que eram muito ricas tinham várias operações em curso, uma série de
operações agrícolas em curso, negócios acontecendo, de modo que elas
contratavam gerentes (mordomos).
O termo ‘mordomo’, que é “oikonomos” no
grego, significa ‘lei e casa’. O mordomo, então, tinha o direito sobre
a casa do dono. Ele era a única autoridade delegada
para agir em nome do proprietário. Ele administrava as terras, as
colheitas, os ativos, as dívidas. Ele providenciava internamente o
desembolso dos recursos para fornecer comida e tudo o que era necessário para
os servos e todas as pessoas que compunham o núcleo, que operavam nesta empresa
particular.
Ele também tinha a responsabilidade de representar
o dono do negócio perante todas as pessoas com quem este tinha negócio. Isso o
fazia ser alguém muito importante. Ele tem procuração para agir em nome
deste proprietário muito rico, possuindo um certo status social, porque ele
interagia com pessoas muito importantes, talvez até mesmo outros proprietários
de terras, em nome de seu mestre.
Bem, este gerente foi dilapidando o
patrimônio de seu patrão, acarretando a diminuição de seus bens, sua riqueza.
No final do versículo 1 é dito que o mordomo “foi acusado de estar
desperdiçando os seus bens.” O verbo ‘desperdiçar’ é o mesmo usado em
relação ao filho pródigo (Lc 15:13). Ele era perdulário, um desperdiçador,
assim como o filho pródigo.
A sua conduta não era necessariamente fraudulenta.
Ele não estava fazendo algum tipo de esquema astuto para desviar dinheiro do
patrão. Ele era apenas uma pessoa irresponsável, incompetente, neste
momento na história.
O homem rico age imediatamente. No versículo 2, ele o chamou e
disse: “O que é isso que eu ouvi sobre você?” Bem, o que ele realmente ouviu?
Ele tinha ouvido algumas coisas muito graves, porque o verbo “acusou”,
no versículo 1, é a “diaballo”, no original grego, verbo do qual temos a
palavra “diabólica”. Assim, a acusação foi grave.
Portanto, o patrão recebe um relatório
muito extremo da natureza diabólica da função deste homem na posição de
gerente. Então, ele o chama e diz: “Que é isto que ouço dizer
de ti?” O patrão faz algo que parece meio tolo. Ele exige que o
mordomo volte ao posto de trabalho, forneça uma prestação de contas do seu
trabalho como gerente de negócios e, então, estaria despedido.
Qualquer empresário inteligente despediria o
mordomo imediatamente. Mas, Jesus criou também esse detalhe dessa parábola do
modo como lhe convinha. Vamos colocar dessa maneira o que o patrão propõe ao
mordomo: ‘Você vai voltar. Você não está indo salvar seu emprego. Isso não é
possível. Quero que me dê um relatório preciso de sua irresponsabilidade.’
Essa é uma
política ruim. Se você tiver que demitir alguém que está sendo desonesto com
você, é bom se livrar dele logo, porque se você colocá-lo de volta na função
que exercia, esse mau funcionário terá um sentimento de vingança, e terá uma
meta, um objetivo de ganho pessoal. Isso é exatamente o que o mordomo da
parábola fez.
Ele está perdendo o emprego. Ele está perdendo sua
casa, porque naqueles tempos antigos os mordomos viviam na propriedade
onde trabalhavam. Ele está perdendo sua renda e ele está perdendo sua
reputação, porque agora todo mundo vai saber que era incompetente. Ele é um mau
administrador, irresponsável, incompetente, um gerente desperdiçador, pródigo.
Então, no versículo 3, ele diz para si mesmo: “O
que devo fazer?” O
mordomo está em apuros diante de sua realidade: ‘Estou acabado. As pessoas não
vão me receber em suas casas. Eu tenho que encontrar uma maneira de ir para
outro lugar. Tenho que ter um lugar para viver. Preciso ter uma renda. Eu tenho
que ter um futuro. O que eu vou fazer para garantir meu futuro quando meu
mestre tirar de vez minha mordomia, a minha gerência?’
Então, ele diz: “Eu não sou forte o
suficiente para cavar, e eu tenho vergonha de mendigar.” Este é um
típico bandido de colarinho branco orgulhoso. Ele não está interessado em pegar
uma pá. Ele não quer executar qualquer trabalho manual. O trabalho duro não é
sua cogitação. Ele não quer mesmo é descer ao baixo status de um trabalhador
braçal, e muito menos ao baixo status de um mendigo. Não vai fazer isso.
Em
seguida, ele tem um momento de ‘Já sei!’ e pensa num plano: ‘eu sei o que hei
de fazer para que as pessoas me recebam em suas casas quando eu perder meu
trabalho, minha mordomia…’. Pois isso é exatamente o que ele quer ter: um
futuro benéfico, confortável, que forneça tudo o que ele precisa.
“Eu sei o
que vou fazer.” Este é o seu momento ‘eureka!’. Esta é a sua ideia brilhante:
‘Eu preciso ser bem recebido por algumas pessoas em suas casas. Quem serão
essas pessoas que vão me receber quando toda a comunidade souber que eu fui
despedido por causa da minha má gestão? Ah, eu sei quem serão… As pessoas com
as quais eu tenho trabalhado e que devem muito ao meu patrão… Vou entrar em
contato com todas elas e vou oferecer-lhes descontos para saldarem suas
dívidas!’
Muito astuto. Agora, ele ofereceu esses abatimentos
para todos os devedores do seu patrão. E é claro que todos iriam aceitar, pois
saldar as dívidas era algo muito importante naquela sociedade. Fazia parte do
código de honra. Nos versículos 5 a 7 lemos que aquele mordomo infiel concedeu
descontos elevados, chegando a cinquenta por cento. Era um negócio
irrecusável para os devedores.
Olha, as
dívidas eram negociadas no mundo antigo, como são hoje, se houvesse uma fome,
uma recessão econômica. Isso faz parte da vida, mas não é o caso aqui nessa
parábola. Não há circunstâncias externas. Isto não tem nada a ver com a
economia deprimida. Isto não tem nada a ver com escassez de alimentos ou com
alguma forma de desastre ocorrido na vida do devedor, tornando-o incapaz de
pagar.
Isto foi puramente uma forma astuta que o mordomo
utilizou a fim de defraudar seu mestre, de tal forma que gerasse uma obrigação
moral de todas essas pessoas para com ele, a fim de que ele pudesse lhes lembrar
convenientemente: ‘Você se lembra o que eu fiz para você? Você precisa me dar
um quarto…. Você precisa me dar um emprego e um lugar…. E, se você não fizer
isso, vou contar ao resto dos devedores com quem eu fiz o mesmo negócio, que
você é um homem desonroso.’
E, vale lembrar, não só o mordomo estava fraudando
seu mestre, mas aqueles devedores também estavam. Todo mundo envolvido neste
negócio era corrupto. E
esta é a forma como as pessoas no mundo são. É assim que funciona. Isto
é exatamente como o mundo funciona.Através desse tipo de manobra maquiavélica,
o mordomo enganou seu patrão e assegurou seu futuro.
Então, no versículo 8, Jesus introduz um
elemento chocante na parábola, assim como Ele o fez em outras. Aqui está o
choque: “Seu mestre elogiou o mordomo de injusto.” Uau! O que
ele está elogiando mesmo? Ele não está elogiando a sua incompetência, sua
prodigalidade. Ele não está elogiando o seu desperdício, nem a maneira
fraudulenta e enganosa pela qual agiu. Ele o elogia por ter agido com
astúcia. E sabemos que o mundo está cheio de pessoas que agem assim o
tempo todo.
Bem, o comentário de Jesus sobre isso é
bastante surpreendente. Veja o versículo 8: “os filhos deste mundo
são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” O quê?
Jesus está recomendando o mordomo? Isto é o que tem incomodado algumas pessoas
com relação a esta parábola, de modo que não conseguem compreendê-la.
É simples
entender o proprietário elogiando o gerente. Ele está aplaudindo sua astúcia.
Mas, porque é que Jesus está recomendando isso? Vamos procurar entender o que
significa tudo isso.
‘Phronimos’ é a palavra grega usada no texto, traduzida
como ‘prudentes’. Significa previdentemente,
consideravelmente. Ou seja, era um esquema bem concebido. Ele aproveitou
com cuidado a oportunidade que teve para ‘limpar sua barra’.
Ele trabalhou a situação para garantir o seu
futuro, beneficiar o seu futuro com conforto. Ao reduzir as dívidas
daqueles devedores, ele os fez ficarem endividados consigo. Ele lhes tinha
feito um imenso bem, de modo que eles agora seriam constrangidos por sua grande
generosidade.
A questão aqui é: pecadores agem para assegurar o seu
próprio futuro de formas muito inteligentes e engenhosas. Eles usam os recursos
que têm com perspicácia, sejam honestos ou desonestos, para garantirem o melhor
futuro possível. Assim é como os filhos desta geração agem. Isso é o que Jesus está dizendo
aqui nessa parábola. Aquele mordomo usou muito bem a sua oportunidade, criando
um plano impressionante, muito bem concebido.
Quem são os filhos deste mundo mencionados no verso
8? Quem são eles? Pecadores. Eles não estão no reino de Deus. Estes são
incrédulos. É
assim que o mundo funciona, não é mesmo? Existe cada esquema inteligente que se
possa imaginar para ganhar dinheiro, para garantir o futuro, seja honesto ou
desonesto. Investimentos e estratégias de todos os tipos são realizados a fim
de garantir o futuro.
É assim que o mundo funciona. E Jesus diz: “os filhos
deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” O
que isso pode querer dizer? Filhos da luz: os salvos. Somos
chamados de ‘filhos da luz’ em João 12:36, Efésios 5: 8, 1 Tessalonicenses 5:
5. Nós somos filhos da luz. Nós não estamos na escuridão. Estamos na luz. Esta
geração, os filhos desta geração, os filhos deste mundo, tudo isso se refere
aos não convertidos, aos perdidos.
Na
verdade, em Lucas 9:41, os perdidos também são chamados de “esta geração
perversa.” Portanto, esta pervertida e má geração, esse mundo incrédulo opera
com esses tipos de maquinações. Honesto ou desonesto, o que for preciso para
garantir o futuro. Eles são mais astutos do que nós, os filhos da luz. O que
poderia Jesus querer dizer com isso?
Versículo 9: “Eu vos digo…”, e aqui o Senhor
interpreta isso para os discípulos e para nós. Uma interpretação, a propósito,
que deixou os fariseus completamente perdidos, é claro. “Façam amigos
com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam
eles nos tabernáculos eternos.”
A propósito, esta é uma abordagem rabínica
antiga, raciocinando a partir do menor para o maior. Ou seja: se os
pervertidos, filhos perversos desta geração usam cada abordagem imaginável para
garantirem o seu futuro temporal, você não deveria ter cuidado de como você age
em relação ao seu futuro eterno? Essa é a questão!
As riquezas da injustiça é uma antiga colocação que
se refere às riquezas temporais, materiais, passageiras, terrenas. A ideia aqui é: use o seu
dinheiro, seus bens, sua riqueza, que são parte desse mundo passageiro,
recursos estes que vão falhar, que vão faltar um dia (v. 9), pois você
não sairá desta terra os levando com você, e adquira amigos com elas, amigos
estes que te receberão nas moradas eternas.
Adquira amigos para o céu, que vão estar em pé no portão para te receber, quando chegar lá.
Adquira amigos para o céu, que vão estar em pé no portão para te receber, quando chegar lá.
No início
do evangelho de Lucas há uma história muito dramática, que a maioria das
pessoas se lembra de já ter ouvido. É no capítulo 12. É outra parábola.
Versículos 16-21:
A terra de
um homem rico tinha produzido com abundância; E arrazoava ele entre si,
dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei
isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali
recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma:
Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e
folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o
que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta
tesouros, e não é rico para com Deus.
Ele deve ter sido, provavelmente, um pregador do
evangelho da prosperidade. Mas Deus lhe disse: ‘Você é um tolo! Você tem todo esse dinheiro,
e você vai morrer e deixar cada centavo dele e cada posse que você tem. Seu
tolo!’ Mas isso é o que os filhos deste mundo fazem com a ‘riqueza da injustiça’, a riqueza
material. Eles tentam garantir o seu futuro temporal e o dinheiro pode
proporcionar-lhes isso. Ele pode garantir um futuro temporal, até que eles
morram, e deixem tudo para trás.
Você não pode levar o dinheiro, os bens com você.
Eles pertencem a este mundo temporal. São chamados na Bíblia de ‘a riqueza da
injustiça’. Vai ficar tudo aqui. E, no entanto, da maneira mais surpreendente e
misericordiosa, o Senhor diz, mais ou menos assim: “Você pode tomar
essa riqueza que não vai com você para a eternidade, que só tem serventia
enquanto você está aqui, pode usá-la para fazer amigos que vão te receber no
céu.”
Como fazer isso? É muito simples. Você deve investir em
trazer a salvação aos pecadores. Você deve usar o seu dinheiro para comprar
amigos para a eternidade. Isto é exatamente o que o Senhor estava falando em
Mateus, capítulo 6, no Sermão da Montanha:
“Não
acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões
arrombam e furtam.Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a
ferrugem consomem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver
o teu tesouro, aí estará o teu coração também.”
Ou você pode ler ao contrário: onde está seu
coração, aí é onde você vai colocar o seu tesouro.
Mas, a questão é: como posso colocar o meu tesouro no céu? Como posso usar a riqueza da
injustiça e colocá-la no céu e comprar amigos que irão me receber quando eu
chegar lá? Resposta: invista na
proclamação do Evangelho e traga as pessoas à salvação. Investa no Reino.
Isso é o que você deve fazer com seu dinheiro, com
sua riqueza, de modo que você possa ter uma recepção quando chegar no céu. Isso
é incrível, não é? Como Deus é bom! Olhe, a vida é muito curta. A eternidade é a eternidade! A vida passa num piscar neste mundo. Quanto mais eu vivo, menos vejo sentido
em acumular qualquer coisa aqui. E faz mais sentido que tenho que investir tudo
para angariar amigos para a eternidade.
Então, no final, quando minha vida acabar aqui, e
eu estiver separado de tudo o que tenho, vou descobrir quem está de pé no céu
para me receber como um amigo. Isso é uma dádiva que o Senhor nos deu. Você
investe naqueles que pregam o Evangelho, que ensinam as pessoas a pregar o
Evangelho. Você investe em missões e naqueles que enviam missionários. Você
investe na preparação e envio de pregadores, evangelistas, na propagação da
Palavra em todo o mundo, e você estará comprando amigos para a eternidade.
Infindável acumulação pessoal de bens não tem sentido. A vida é curta e
você não sabe quão curta a sua será. Você não quer desperdiçá-la. Não há nada
que você possa enviar lá para cima. Não é possível enviar a sua casa, e
você vai ter uma melhor. Você não pode enviar o seu carro, mas você vai voar
por toda parte. Você não tem nada que possa enviar para a eternidade. Quaisquer
que sejam seus pequenos tesouros, eles ficarão aqui e alguém vai descobrir o
que fazer com eles.
Mas, há algo que você pode enviar para a eternidade. Não é incrível?
Isso ocorrerá se sua riqueza for investida na proclamação do Evangelho e na
preparação e formação dos que anunciam o Evangelho. Que coisa incrível ser
parte de algo assim!
Então, você poderia dizer: ‘Bem, eu não dou muito,
mas eu não tenho muito. Se eu tivesse mais, eu daria mais…’ Não, você não faria
isso. Não, você não faria. Se você tivesse mais, você não daria mais. Você pode
dizer: ‘Como você sabe disso? Você não me conhece!’ Bem, Jesus te conhece. Veja
o que Ele diz sobre isso no Versículo 10: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no
muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.”
Eu disse a você. Não é sobre o quanto você tem. É sobre quem você é. É
sobre quais são as suas prioridades. É sobre onde está seu coração, certo? É
disto que se trata. Isto
é o que chamamos de um ‘axioma ou uma declaração axiomática’, um truísmo. É
auto-evidente. É tão evidente que não precisa de uma explicação.
É óbvio que as pessoas fiéis serão fiéis se têm
pouco ou muito; e as pessoas infiéis serão infiéis se têm pouco ou muito. Nunca é uma questão de
quanto você tem. Se você está preocupado com o avanço do Reino e está empenhado
em fazer amigos para a eternidade, você vai dar o que você tem com generosidade
e alegria.
Alguns podem pensar: ‘Bem, eu tenho esperança de
ganhar na loteria.’ E, vale ressaltar, você, como cristão, não deve apostar na
loteria. Mas, supondo que você ganhasse na loteria, isso não iria mudar seu
coração infiel. Só Deus
pode mudar seu coração. Se o seu coração não está no céu, não é ganhando muito
dinheiro que isso irá mudar. Você é exatamente quem você é.
Se você não é fiel no pouco, você não será fiel no
muito. Trata-se de fidelidade. Trata-se de onde está seu coração.
A quantidade que você possui não é a questão. Seu caráter é a questão. Seu compromisso é a questão. Seu amor pelo céu é a questão. Ou você é
altruísta, humilde, generoso, não-materialista, comprometido com o Reino de
todo o coração, ou você não é. Não é uma questão de quantidade. Não, não tem nada a ver com quantidade.
Mas, Jesus ainda disse mais. Suponhamos que você
não tenha sido fiel. Que você é um daqueles que tem sido autoindulgente,
acumulando para si, e gastando todo o seu dinheiro naquilo que é apenas dessa
vida aqui. Assim, “se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará
as verdadeiras?” (verso 11). Literalmente: quem vai confiar a verdade a você?
Se você não foi fiel nas ‘riquezas injustas’, terrenas, passageiras,
Deus vai te confiar as riquezas que são espirituais e eternas? Então, o que
acontece é que se você demonstrar infidelidade no uso de sua ‘riqueza injusta’,
você perderá as bênçãos espirituais e eternas, agora e para sempre.
Você pode
comprar para si mesmo uma infinidade de coisas materiais, conforto, toda
riqueza superficial, todas as coisas corruptoras, todas as coisas temporárias,
todo o material que vai ser queimado, mas você não receberá as riquezas reais,
aquelas que vão durar para sempre.
Você se lembra de Lucas 6:38: “Dai, e
ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão
no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão
de novo.” Se você semear com moderação – Paulo diz aos Coríntios –
você colherá pouco. Mas, se semear generosamente, ceifará muito.
E, então, vem outra grave advertência no versículo
12: “E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?” Ou
seja, se você não foi fiel para com aquilo que não é seu. O que significa? Bem,
Jesus está falando sobre a ‘riqueza da injustiça’. O uso da ‘riqueza da
injustiça’ no verso 11 corresponde ao ‘uso do que é do outro, do que é alheio’,
no verso 12.
Adivinha? A riqueza que você tem não é sua!
Assim como o mordomo desta parábola, certo? Ele era perdulário com recursos de
outra pessoa. Você pode dizer: ‘espere um minuto, o que eu tenho é meu. Ganhei.
Eu trabalhei duro por isso.’ Bem, isso pode ser verdade. Você trabalhou duro
por isso, mas não é seu.
Os filhos deste mundo vivem através da exploração,
egoísmo, acumulação, consumo desenfreado, desperdício, etc, e pensam que tudo o
que acumulam é deles. Nós conhecemos a verdade. O profeta Ageu diz: “Minha é a
prata, Meu é o ouro”, falando em nome de Deus. O Salmo 104: 24, diz: “Ó
Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria;
cheia está a terra das Tuas riquezas.”
Você se lembra bênção de Davi em 1 Crônicas
29:11-12: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a
vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é,
Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. E riquezas e glória
vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e
na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.”
O salmista diz: “Do Senhor é a terra e a
sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” É tudo do
Senhor. Você não tem
nada que seja realmente seu. Nada. Na vida de um crente, é tudo um teste de sua
devoção. Tudo pertence ao Senhor. Tudo o que temos é uma mordomia.
Lembre-se da parábola em Mateus 25, onde o mestre
distribui os talentos e eles lhe pertencem. Tudo o que o servo pode fazer é gerenciar
ou deixar de gerenciar aquilo que lhe fora confiado. Então, se você
está desperdiçando o que é de Deus – e eu não estou dizendo que só o dízimo, ou
seja, um décimo, é que pertence a Deus – então, Ele não confiará as verdadeiras
riquezas para você.
Bem, o que poderia ser isso? Aquilo que tem
significado eterno. Se você falhar no teste de administração, você
perde importância no reino, você perde a bênção eterna, a eterna recompensa.
Você desperdiça o dinheiro de Deus em coisas que vão perecer, acumula riquezas
para si mesmo. E, assim, está restringindo sua recompensa eterna. Mais
uma vez, a eternidade é um tempo muito longo, é para sempre. Qual é a
recompensa eterna? É capacidade para adorar.
E, então vem a bombástica declaração do versículo
13. “Nenhum escravo pode servir a dois senhores.” Você poderia
trabalhar para dois patrões. Você poderia ter dois empregos. Alguns de vocês
têm dez chefes. Na verdade, todo mundo ao redor é seu chefe. Você tem que
entender essa colocação no contexto da época em um mundo repleto de escravos.
E, você só poderia ser propriedade de uma pessoa.
Você tem que decidir. Há dois possíveis
proprietários que você pode ter. Você pode servir a Deus ou às
riquezas. Se você fizer isso, se você tentar ter dois senhores, sendo
um escravo, então você vai odiar um e amar o outro, ou você vai ser dedicado a
um e desprezar o outro.
Essa era uma ilustração muito clara para qualquer
um nos tempos antigos. Deus quer foco
único, lealdade, fidelidade. Não se trata de alguma forma de punição que
sofreremos imediatamente aqui se não formos fiéis na administração dos recursos
materiais. Mas, é uma perda de bênção e uma perda de recompensa.
Se você
está com o coração dividido entre o dinheiro e Deus, você é uma pessoa em
conflito. Você está experimentando antagonismo. Alguns de vocês estão sentindo
sentimentos conflitantes agora, enquanto estou falando. Isso é o que acontece
em sua vida. É um conflito contínuo.
Não estou dizendo que você não pode gozar das coisas que o Senhor tem
fornecido a você. Mas, eu estou dizendo que você não pode ser escravo de Deus e
um escravo do dinheiro. Ser um escravo do dinheiro é realmente uma condição
muito séria.
Ouça as palavras do apóstolo Paulo em 1 Timóteo
6:10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores.” Não é o
dinheiro que é a raiz do mal. É o amor a ele. Você pode ter um monte dele e não
amá-lo, e você pode ter muito pouco ou nada dele e amá-lo como um louco.
Algumas pessoas que amaram seu dinheiro e se
tornaram escravos de sua riqueza se desviaram da fé e se atormentaram com
muitas dores. Você não pode amar a Deus com todo o coração e amar a riqueza de
todo o coração. A linguagem é muito forte e muito clara. Calvino disse: “Onde as riquezas dominam o
coração, Deus perdeu a Sua autoridade. A cobiça nos faz escravos do diabo.”
Um dos
escritores que me influenciaram muito quando eu era jovem no ministério foi
Arthur Rosa. Rosa escreve isso, e eu acho que vale a pena ler:
Estas
ordens são diametralmente opostas. Uma ordena que você ande pela fé; a outra,
que ande pela vista. Uma ordena a ser humilde; a outra, a se orgulhar. Uma
ordena que você coloque suas afeições nas coisas do alto; a outra, nas coisas
que estão sobre a terra. Uma ordena a olhar para as coisas invisíveis e eternas;
a outra, para as coisas visíveis e temporais. Uma ordena sua conversa para
falar do céu; a outra, para o pó da Terra. Uma ordena a não estar ansioso por
nada; a outra, para ser cheio de ansiedade. Uma, que se contente com as coisas
que você tem; a outra, que amplie seus desejos. Uma ordena a estar pronto para
repartir; a outra, para reter. Uma leva a olhar para o bem dos outros; a outra,
a olhar apenas para si. Uma ordena a procurar a felicidade no Criador; a outra,
a buscar a felicidade na criatura. Não é simples? Não há quem possa servir a
esses dois senhores.
Assim, a posse da riqueza é um meio que Deus tem
empregado para que você possa garantir a recompensa eterna e amigos celestes.
Você vai estar lá para sempre. Sua capacidade para adorar, louvar e desfrutar
de Deus na glória eterna está ligada ao que você faz com a riqueza da
injustiça.
E os povos do mundo? Ora, eles estão agindo com
astúcia conivente para garantir o seu futuro temporal e eles não têm nada além
disso. O que você está fazendo para garantir o seu futuro eterno? Palavras por
M. E. Burn: “Não atentei para as riquezas, nem para o louvor vazio dos
homens. Tu és minha herança agora e sempre. Tu, e Tu apenas, és o primeiro no
meu coração. Alto Rei do céu, meu tesouro Tu és.”
Vamos
orar.
A
sabedoria, a graça, a misericórdia que estão contidas nesta parábola que fluem
da mente infinita de nosso bendito Salvador, nos agarrou.
O que é especialmente admirável é que esta é uma parábola da vasta infinita promessa, eterna.
Amigos para a eternidade. Recompensa eterna, eterna bem-aventurança, alegria eterna, a capacidade ampliada para adorar e louvar e servir sempre.
Ajuda-nos a confirmar em nossos corações que Tu, ó Deus, és o nosso Mestre.
Nós Te servimos com todo o coração. Leva-nos a usar o que nos é dado neste mundo como mordomos para comprar amigos para a eternidade e termos recompensa eterna. Dá-nos um olhar para o céu.
Que venhamos definir nossas afeições nas coisas do alto, não nas que são da terra. Pai, nós te agradecemos por Tua salvação concedida a nós em Cristo. Isso já seria suficiente, apenas nos salvar do inferno.
Mas o Senhor disse: ‘Eu estou te dando o céu e todas as suas posses, e eu vou dar a você em uma medida relacionada com o manejo das coisas que você possui.’ Uma oferta incrível! Senhor, que possamos ser fiéis mordomos que entram no pleno gozo que o céu promete.
Oramos em nome de Cristo, amém.
O que é especialmente admirável é que esta é uma parábola da vasta infinita promessa, eterna.
Amigos para a eternidade. Recompensa eterna, eterna bem-aventurança, alegria eterna, a capacidade ampliada para adorar e louvar e servir sempre.
Ajuda-nos a confirmar em nossos corações que Tu, ó Deus, és o nosso Mestre.
Nós Te servimos com todo o coração. Leva-nos a usar o que nos é dado neste mundo como mordomos para comprar amigos para a eternidade e termos recompensa eterna. Dá-nos um olhar para o céu.
Que venhamos definir nossas afeições nas coisas do alto, não nas que são da terra. Pai, nós te agradecemos por Tua salvação concedida a nós em Cristo. Isso já seria suficiente, apenas nos salvar do inferno.
Mas o Senhor disse: ‘Eu estou te dando o céu e todas as suas posses, e eu vou dar a você em uma medida relacionada com o manejo das coisas que você possui.’ Uma oferta incrível! Senhor, que possamos ser fiéis mordomos que entram no pleno gozo que o céu promete.
Oramos em nome de Cristo, amém.
Este texto é uma síntese do sermão “A Good
Lesson from a Bad Example”, de John MacArthur em 02/11/2014.
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


Muito bom.... adorei seus comentários, sempre quando estou a pesquisar coisas boas e difíceis, venho aqui.
ResponderExcluirObrigada , é uma alegria saber que nosso trabalho tem sido benção para sua vida. Que Deus abençoe e seja sempre bem vinda !
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