quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Lição 13 - Seja um Mordomo Fiel




A
 função de mordomo não é bem conhecida nos tempos presentes e no mundo ocidental. Em séculos passados, mesmo no Brasil, havia mordomos entre os nobres e ricos, mais notadamente no tempo do Império ou dos reinos, que dominaram o país. Mas essa figura, ligada à área da administração da nobreza, era bem conhecida nos tempos bíblicos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. No AT, Abraão,personagem de destaque na História de Israel, tinha um mordomo chamado Eliézer. Este gozava de tanta confiança que, além d« cuidar de todos os seus bens, foi designado para buscar um a esposa para seu fiJho, Isaque, na terra longinqua de seus parentes. José, filho de Jacó, foi vendido para o Egito como escravo, e Deus fez dele governador daquele reino, e José teve mordomos a seu serviço. Reis e senhores sempre tiveram servos de muita confiança, a quem entregavam a administração de todos os seus bens.

      No Novo Testamento, nos tempos de Jesus, também havia mordomos a serviço de senhores ricos ou abastados. Na parábola da vinha, o mordomo é encarregado de fazer o pagamento aos trabalhadores (Mt 20.1-16). N a parábola do servo vigilante, ele é o “[...] mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos [...]” (Lc 12.42). N a parábola do mordomo infiel, ele é acusado de dissipar os bens de seu senhor (Lc 16.1-13). No livro de Atos, vemos a figura de um alto funcionário do reino da Etiópia, a quem Filipe, o evangelista, foi designado para falar o evangelho: “E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a jerusalém para adoração” (At 8.27).

     Em todos esses textos, vemos a figura do mordomo aplicada a todos os servos de Deus, a quem são dadas oportunidades e missões das mais importantes no Reino de Deus. Nos exemplos citados, podemos ver que só há dois tipos de mordomos que são tomados como exemplo para a vida cristã: os fiéis e os infiéis.
Todos os mordomos são servos que cuidam dos interesses dos seus patrões ou soberanos. N a vida cristã, há servos a quem são confiadas funções de maior responsabilidade, como cuidar e prover para supervisionar e remunerar os seus conservos, como na parábola da vinha e na do mordomo fiel e prudente. Hoje, tais servos podem ser identificados na pessoa dos pastores, dos dirigentes de departamentos e de outros cargos de liderança. Haverá um a prestação de contas, na qual cada um dará contas do que fez ou não com a obra do seu Senhor: “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.11,12).

      De modo geral, na Igreja, todos os salvos são servos de Deus, tanto homens quanto mulheres. Não há distinção social, sexual ou racial: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (G13.28; Cl 3.11). Na comunidade cristã, os líderes não são “maiores” que os liderados. São servos a serviço dos servos de Deus. Cada crente em particular, mesmo que não tenha cargo eclesiástico ou ministerial, é servo de Deus. Foi chamado para ser salvo e para ser servo. Como tal, ele tem o dever de servir na casa do Senhor conforme a capacidade e as oportunidades que Deus conceder a ele. Seja como for, líder ou liderado, o salvo só é aprovado e recompensado por Deus se for um “servo” ou “mordomo fiel”.

I - QUEM É E O QUE FAZ O MORDOMO

Significado. No capítulo 1 vimos que “a palavra vem do latim, majordomu, com o significado de ‘o criado maior da casa’, ‘administrador dos bens de um a casa’, ‘ecônomo’ (Die. Aurélio). Na Bíblia, aparece diversas vezes a função do mordomo, que era (e ainda é) a pessoa encarregada de administrar os bens de um senhor, de um proprietário, de um homem que tem bens ou posses, ou de uma organização, hoje com outros nomes, na administração moderna. Tanto no AT como no NT, vemos que essa figura corresponde à do administrador.”
      Abraão, personagem de destaque na História de Israel, tinha um mordomo chamado Eliézer, que gozava de tanta confiança que, além de cuidar de todos os seus bens, foi designado para buscar uma esposa para seu filho, Isaque, na terra longínqua de seus parentes. E ele assim o fez com grande competência e zelo por seu senhor (Gn 15.2; 24). Reis em Israel tinham mordomos de confiança a seu serviço (1 Rs 18.3). Tempos depois, um bisneto de Abraão, José, rejeitado pelos irmãos e vendido para o Egito, chegou ali como escravo, mas, por causa de sua fidelidade, ganhou a confiança de Potifar, eunuco e “capitão da guarda de Faraó”, a quem fora vendido. José teve a bênção e a proteção de Deus por causa de sua conduta ilibada e fiel: “Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor estava com ele e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em sua mão, José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39.3,4). De escravo, José tornou-se mordomo ou administrador da casa do oficial-mor de Faraó, rei do Egito. Pouco depois, José foi lançado na prisão por causa de sua fidelidade aos princípios em que fora formado. Ele não aceitou ceder à tentação protagonizada pela esposa de seu senhor (Gn 39.7-26). Deus, porém, não dorme nem cochila (SI 121.3,4). Por providência divina, José foi tirado do cárcere e, em seguida, posto como governador do Egito, quando pôde ser instrumento de Deus para salvação de sua família da fome que se abateu sobre a terra (Gn 41.15ss). Como governador, José tinha mordomos a seu serviço (Gn 44.1). Jesus valorizou a figura do mordomo em suas mensagens evangelísticas. N a parábola do servo vigilante, ele é “[...] o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos [...]” (Lc 12.42). Na parábola do mordomo infiel, ele é acusado de dissipar os bens de seu senhor (Lc 16.1-13).

O que Deus Espera de seus Mordomos. Na parábola do servo vigilante, Jesus ensinou sobre a atitude que Ele espera dos seus servos, especialmente daqueles que têm a missão de liderar outros servos na casa do Senhor. A narrativa da parábola refere-se à maneira pela qual os cristãos devem esperar a vinda do Senhor: “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.36,37). No texto, vemos algumas características e atitudes ressaltadas por Jesus nos personagens citados — características estas que, de modo semelhante, Ele espera ver em seus servos quando chegar o momento glorioso de sua vinda.

Eles esperam pelo seu senhor . Os servos do senhor da parábola servem a um homem que foi celebrar suas bodas com sua amada noiva. Semelhantemente, a Igreja, que é constituída de servos de Cristo, está esperando pelo seu Senhor desde a sua fundação. Em relação à vinda de Jesus, podemos dizer que só há dois tipos de Igreja. A que vai subir e a que vai ficar. A Igreja que vai subir é aquela em que os crentes estão esperando o Senhor a qualquer momento. Como as virgens “prudentes”, que esperavam o noivo a qualquer momento, com azeite em suas vasilhas, e, chegando o noivo, entraram para as bodas (Mt 25.4,10). A igreja que vai ficar é formada pelos crentes negligentes, que esperam tudo e todos, mas não esperam Jesus. Esperam pela novela das seis, das oito, das nove, etc; esperam pelos jornais noticiosos, pelos programas humorísticos ou pelas partidas de futebol de seu time, mas não estão nada interessados na volta de Jesus. Não leem a Bíblia, não oram, não vigiam. São como as virgens “loucas”, que não tinham azeite suficiente para a espera do noivo (Mt 25.3,11,12).

Esperam o Senhor com prontidão . Ao retornar da viagem das bodas, o senhor da parábola esperava encontrar seus servos “de prontidão”, aguardando sua volta. Ele esperava que, quando batesse à porta, eles fossem abri-la logo e sem demora para recebê-lo. Jesus espera que seus servos ou seus mordomos, sejam ativos, e não negligentes e descuidados como as virgens loucas (Mt 25.3). São considerados bem-aventurados os servos vigilantes que esperam o seu senhor: “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando!” (Lc 12.37). Os verdadeiros cristãos não apenas oram e jejuam , mas também oram e vigiam como Jesus ordenou (Mt 26.41). Em seu sermão profético, Jesus advertiu que sua vinda seria repentina e comparou-a com os “dias de Noé”, quando as pessoas estavam totalmente distraídas, mesmo nas coisas lícitas da vida, comendo, comprando, casando, entre outras coisas, e, de repente, foram surpreendidas pela catástrofe do Dilúvio e pereceram (Mt 24.37-44). Diante de tam anhá advertência, todos os que somos servos de Cristo devemos estar preparados, esperando sua volta a qualquer momento.

A Recompensa aos Mordomos Fiéis. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37). Jesus tem recompensas ou galardões para os crentes fiéis, que o servem na sua obra e esperam a sua volta com amor, zelo e vigilância. Na parábola em apreço, Jesus diz que o senhor oferecerá uma ceia, uma rica refeição, e, de modo honroso, cingir-se-á como se fosse um servidor real, “e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá”. Não dá para imaginar o que acontecerá nas Bodas do Cordeiro. Serão milhões e milhões de salvos remidos por Cristo. A parábola sugere que Jesus, o “esposo”, já unido à sua “esposa”, a Igreja, servirá aos seus servos fiéis na grande mesa nos céus: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). Estar nas Bodas do Cordeiro será um privilégio para os servos fiéis, que foram chamados por Cristo: “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.9). Deus reconhece o traba­lho dos mordomos fiéis: “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis” (Hb 6.10).

II - A MORDOMIA QUE AGRADA A DEUS

O Mordomo Fiel e Prudente. No seu Sermão Profético, Jesus proferiu um a parábola de grande significado para a vida da Igreja, que espera a sua vinda. No texto, Ele exortou seus servos à vigilância ante a sua vinda iminente, chamando a atenção para o Arrebatamento e a Grande Tribulação. N a sua vinda, só subirão aqueles servos que forem considerados fiéis. Na parábola dos dois servos, Ele mostrou quais atitudes o servo ou mordomo fiel deve ter ao esperar sua volta: “E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (Lc 12.42-44). Que Deus nos abençoe! E que, na vinda de Jesus, da qual ninguém sabe o dia nem a hora (Mt 25.13), possamos ser achados em fidelidade e santificação (Hb 12.14).

As Qualidades do Mordomo Fiel. A parábola em apreço destaca as qualidades do servo ou mordomo fiel, que são:

Fidelidade . Essa palavra significa: “Qualidade ou caráter de fiel; lealdade, firmeza; constância nas afeições, nos sentimentos; perseverança; observância rigorosa da verdade; exatidão” (Die. Aurélio). Nesse precioso ensino, Jesus mostrou aos seus discípulos como Ele espera encontrar seus servos, que aguardam sua volta para buscar a Igreja. A fidelidade é um a qualidade indispensável para irmos para os céus. No Apocalipse, Jesus disse: “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). O cristão deve ser fiel ao Senhor não apenas na bonança, mas também, e principalmente, diante das dificuldades e perseguições.

Prudência . Diz o dicionário que prudência “é a qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro ou dano”. Quantos ministérios pelo mundo afora têm sido destruídos por falta de prudência de seus responsáveis. A uns falta prudência no falar. A Bíblia diz: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).
Um ditado popular diz: “Quem muito fala muito erra ” . Saber falar com prudência é próprio de quem tem maturidade espiritual e emocional. O cristão não deve ser temperamental. Certo homem de Deus, às vezes, dizia coisas sem pensar. Um irmão , com todo respeito, exortou -lhe a que tivesse m ais cuidado com as palavras. O obreiro, então , respondeu com soberba: “Eu sou assim mesmo e não mudo !” . Este era um homem de Deus, m as tinha essa falha m oral. Ele era precipitado e, até certo ponto , orgulhoso. Mesmo sabendo que não agia bem no falar, ele não se humilhou o suficiente para reconhecer seu erro e acabou sofrendo sérios constrangimentos por sua falta de temperança e prudência no falar. Salomão diz em Provérbios que a prudência é melhor que a prata (Pv 1 6 .16b).

Constituído pelo seu Senhor. Na parábola , o servo fiel e prudente é posto ou constituído pelo senhor “sobre sua casa” ou “sobre seus servos” . Isso é significativo. O servo fiel e prudente não se constitui a si mesmo para assumir tão grande responsabilidade para cuidar não só da casa em si, mas também dos outros servos do seu senhor; ele não faz “política ” entre seus pares, pedindo a indicação por tráfico d e influência; n e m co b iça a posição ou a função; em suma, ele não foi constituído pelos outros, mas, sim , pelo seu senhor. Podemos extrair lições preciosas dessa belíssima parábola e aplicá-las à realidade da igreja local em nossos dias:

Primeira lição. Jesus não quer que pastores, líderes ou obreiros sejam comissionados por interesses pessoais ou de grupos, mas que sejam chamados constituídos por Ele. O apóstolo Paulo tinha essa convicção em chamado : “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum , mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos)” (G1 1.1).
Essa condição dá ao obreiro ou a qualquer servo de Deus a tranqüilidade de que é a pessoa certa, no lugar certo e no tempo certo — características indispensáveis para um ministério bem -sucedido por estar no centro da vontade de Deus.

Segunda lição. Na casa do Senhor, o governo não é democrático (do povo, pelo povo e para o povo), onde prevalece a vontade da maioria. De acordo com a Bíblia, “o manual de Administração de Deu s” , a direção e a liderança devem ser cristocêntricas, ou seja, com Cristo no centro : “Porque nele foram criadas todas as coisas que h á nos céus e na terra , visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.16-18).

Terceira lição. O mordomo fiel é comissionado para cuidar dos outros servos do seu senhor “para lhes dar a tempo a ração” (Lc 12.42). O senhor considera bem-aventurado “aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim”, isto é, fazendo a sua obra com fidelidade, prudência e cuidado para com os outros servos. Além de ter seu salário, tal servo fiel será galardoado com um a mordomia ainda mais importante: “Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (v. 44).

III - A MORDOMIA QUE NÃO A GRADA A DEUS

O Mordomo Infiel. No mesmo texto da parábola em apreço, Jesus exemplifica o comportamento do crente que não obedece a Deus na atitude do servo negligente e infiel. Diz o texto: “Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e num a hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.45-47).

As Qualidades do Mordomo Infiel. Analisando essa parte da parábola, vemos o comportamento do servo ou do mordomo infiel ante a iminente vinda do seu senhor:

Não espera que o senhor venha breve . A narrativa de Jesus ensina sobre a atitude do servo infiel face à volta do seu senhor. Ele, simplesmente, conjectura em seu coração, dizendo: “O m eu senhor tarda em vir”. Essa frase tipifica o crente que não se preocupa com a vinda de Jesus a qualquer momento. Jesus falou sobre o tempo indeterminado de sua volta: “Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.44). Diante dessa realidade, o cristão deve esperar Jesus todos os dias de sua vida, pois Ele virá de maneira iminente, ante os sinais de sua volta para arrebatar a Igreja. Ele comparou o tempo de sua vinda com os dias de Ló, quando as pessoas em Sodoma e em Gomorra estavam, completamente, desapercebidas e foram surpreendidas pela catástrofe atômica que fez desaparecer essas duas cidades malditas. O mau servo ou mordomo será surpreendido pela volta iminente do Senhor Jesus Cristo.

Em um texto semelhante, na parábola do mordomo infiel, vemos outro precioso ensino de Jesus sobre a necessidade de vigilância e cuidado com as mordomias do Senhor: “E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas” (Lc 16.2-4). Haverá um a prestação de contas. Cada servo de Deus dará contas de sua mordomia, no tempo e nas oportunidades que lhe são concedidas.

Espanca os outros servos . O mau servo ou mau mordomo abusa de sua autoridade delegada pelo seu senhor. Ele extrapola sua missão e passa a maltratar os outros servos do seu senhor. Aplica-se também aos que têm responsabilidade de liderança na igreja, em um órgão ou departamento na igreja local e, por orgulho e falta de amor, passam a tratar os servos de Deus com radicalismo e autoritarismo, “espancando-os” com palavras ou atitudes prejudiciais a estes. Esse “espancamento” não significa, literalmente, como nos dias atuais, agredir com instrumentos que ferem ou causam dor física e emocional, mas, sim, a maneira rude e grosseira como os servos de Deus são tratados na igreja local. U m a das qualidades do bispo ou pastor é ser “hospitaleiro”, ou seja, acolhedor, que sabe receber bem as pessoas, que sabe ouvir (1 Tm 3.2); esse é também um dos motivos de o pastor ou bispo não ser “espancador [...], mas moderado” (1 Tm 3.3b).

Age com irresponsabilidade . Na parábola, o mau servo, abusando de sua posição, começa a envolver-se com atitudes ilícitas, impróprias para quem é comissionado pelo seu senhor, entregando-se aos vícios e à embriaguez. Ele age como um crente carnal, ou seja, que está dominado pelas “obras da carne”, dentre as quais se insere a “bebedice”. Bebidas alcoólicas, incluindo o vinho, podem causar grandes prejuízos à moral e à dignidade de um servo de Deus, especialmente quando esse servo tem a liderança de um trabalho na igreja. A Bíblia diz: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1); “Mas também estes erram por causa do vinho e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo” (Is 28.7). A prudência cristã manda que todo crente abstenha-se de provar bebida alcoólica de qualquer espécie. Os riscos de um descaminho são grandes para quem faz uso de bebida alcoólica. A experiência tem demonstrado isso. Toda essa narrativa em forma de parábola contada por Jesus voltava-se para a necessidade a ser considerada por todos os seus servos face à vinda anunciada de Cristo — um a vinda iminente e sem tempo definido para a sua concretização. A Bíblia diz: “Virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e num a hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.46,47).

CONCLUSÃO

Já vimos que só há duas igrejas ante a vinda de Jesus: a que vai subir e a que vai ficar. A Igreja que vai ao encontro de Jesus no Arrebatamento é formada de todos os crentes em Cristo, que se comportam como servos ou mordomos fiéis. Eles amam a sua vinda e fazem o possível para guardar a fé com sinceridade, amor e santidade. Por isso, procuram pautar suas atitudes conforme a vontade de Deus. Os servos ou mordomos infiéis, sem dúvida alguma, estão se preparando para ficar na volta de Jesus. E pelo que se pode observar nos últimos dias, esses servos infiéis não são poucos. Em muitas igrejas, há crentes, membros do ministério ou não, que se comportam irresponsavelmente, não dão testemunho de cristãos e ainda causam transtornos e escândalos, afastando muitos do caminho do Senhor. Mas, para estes, fica a advertência de Jesus no ensinamento da parábola do “servo vigilante”: “Virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e num a hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.46,47). Que Deus nos guarde! Que possamos permanecer fiéis, como diz Paulo: “Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.21-23).

TEMPO, BENS
E TALENTOS
ELINALDO RENOVATO





                      A parábola do mordomo infiel


A parábola do mordomo infiel, uma grande lição de um mau exemplo.
Há cerca de 40 parábolas proferidas por nosso Senhor. Ninguém mais no Novo Testamento proferiu quaisquer parábolas, de modo que todas as parábolas nos foram dadas pelo Senhor Jesus. Como sabemos, elas foram projetadas para esconder dos incrédulos a verdade, mas, por outro lado, para a revelar aos crentes, aqueles que têm ouvidos para ouvir.
As parábolas foram, em um certo sentido, um julgamento para os incrédulos, uma confirmação de rejeição. Ao mesmo tempo, foram luz para os que tinham ouvidos para ouvir. Penso que esta parábola, em particular, foi projetada para ajudar os crentes, como todas as demais o foram, porque só os crentes realmente podem entendê-las. As parábolas destinam-se a falar com os filhos da luz, que são todos aqueles que fazem parte do reino de Deus.

‘Parábola do Mordomo Infiel’ tem a ver com o dinheiro, e isso não é estranho, porque cerca de uma em cada três parábolas têm algo a ver com o dinheiro. Essa é apenas a forma como a vida é. Alguém disse que se você vive 80 anos, você vai gastar 50 desses 80 anos pensando em dinheiro, de uma forma ou de outra.

Nosso Senhor sabe disto. Ele entende que a vida no mundo é dependente de uma forma de intercâmbio e que nós vivemos, respiramos e nos movemos fazendo essas trocas (comprar, vender, alugar, pagar, receber, etc). Então, essa é uma história sobre dinheiro.

É uma história realmente chocante, porque seus personagens são relativamente ruins. Um deles é muito ruim. O resto são seus cúmplices no mal. Mesmo o personagem que é supostamente o herói desta história é realmente falho, porque ele louva este homem mau e as pessoas que foram cúmplices na maldade.

Tudo isto transforma-se, estranhamente, numa ilustração de como devemos viver, nós, como crentes, o povo de Deus. Então, vamos ler essa história descrita em Lucas 16:1-13: “E dizia também aos seus discípulos…” (v. 1). Agora, eu quero que você saiba que se trata de um ensino para os crentes, os filhos do reino. Esta é uma parábola para nós, como foi para os discípulos naquela época.
Isso não quer dizer que não havia outros ouvindo. Para baixo, no versículo 14, lemos que “Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas estas coisas”, e, claro, eles zombavam do Senhor (v.14). A palavra traduzida como ‘zombar’ ou ‘escarnecer’, no verso 14, é uma palavra muito forte no original grego. No meio desta palavra, no original grego, encontra-se a palavra que seria traduzida como “nariz”. Significando que ‘torciam seus narizes’.
A mesma palavra aparece no capítulo 23:35 e descreve o que os fariseus faziam quando Jesus estava pendurado na cruz. Portanto, era desprezo. Isto é o que seria de se esperar de pessoas que não entendem esta parábola, e que, em muitos aspectos, foram enquadrados por esta parábola, porque eles eram amantes do dinheiro.

Então, eles estão na escuta, na multidão, mas a direção desta parábola, como sempre, é esconder a verdade deles, por causa da sua incredulidade resoluta, e trazer ensino para os discípulos verdadeiros, como nós.
E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinqüenta. Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (Lucas 16:1-13).
Essa é a história. A coisa realmente estranha, em certo sentido, é contar uma história onde todos os personagens são corruptos, porém isso é exatamente o ponto que nosso Senhor está enfatizando. Jesus ensinava a partir de aspectos da rotina normal da vida. De vez em quando, Ele virou tudo de cabeça para baixo e disse coisas que poderiam parecer estranhas. Esta parábola é um exemplo disto.
Em outra parábola, Ele também falou sobre um juiz injusto, bem como um mordomo sem escrúpulos. Então, houve momentos em que Ele usou o mal das pessoas para trazer Seu ensino. Tenha em mente que não há nada nesta parábola que seja secreto, oculto, alegórico ou místico. É uma estória simples, mas o que incomoda algumas pessoas é que Jesus elogia o cara mau.
Ouça o Seu encerramento: “E louvou aquele senhor o injusto mordomo…”. Em seguida, no versículo 9, Jesus diz: “E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça…” Uau!!! A propósito, esta parábola é colocada no texto de Lucas logo após a estória do filho pródigo, porque este é um gerente ou mordomo pródigo.
Pródigo significa “desperdiçador”. O filho pródigo perdeu tudo e não pensou em seu futuro. Já o mordomo dessa parábola é um homem que perdeu os bens que ele tinha sob seu controle, porém tramou um plano para fazer provisão para o seu futuro. O final dessa parábola é chocante, surpreendente e é onde está o ponto central da estória.
Jesus iniciou essa parábola identificando o primeiro personagem: “Havia um certo homem rico…”. Deixe-me apenas dizer que esse homem deveria ser muito rico, porque ele está distante de toda esta operação. Ele está distante. Sabemos que ele é um homem importante, porque as pessoas lhe devem grandes quantidades de dinheiro. Eles estão em dívida para com ele em uma escala muito grande, e há muitos devedores.
Apesar de só aparecerem na parábola dois dos devedores, o verbo no versículo 5 (no original) significa que houve um processo em curso. Essencialmente, esses dois devedores ilustram uma lista muito mais extensa de devedores. Portanto, este é um homem muito rico.
Esse homem rico contratou um gerenteum mordomo e o colocou no comando de todos os seus bens. Porque o mordomo teve que ser chamado, concluímos que havia a obrigação de apresentar um relatório periódico ao dono, para que o mesmo estivesse consciente de toda a atividade do gerente.
E isto era bastante comum nos tempos antigos. As pessoas que eram muito ricas tinham várias operações em curso, uma série de operações agrícolas em curso, negócios acontecendo, de modo que elas contratavam gerentes (mordomos).
O termo ‘mordomo’, que é “oikonomos” no grego, significa ‘lei e casa’. O mordomo, então, tinha o direito sobre a casa do dono. Ele era a única autoridade delegada para agir em nome do proprietário. Ele administrava as terras, as colheitas, os ativos, as dívidas. Ele providenciava internamente o desembolso dos recursos para fornecer comida e tudo o que era necessário para os servos e todas as pessoas que compunham o núcleo, que operavam nesta empresa particular.
Ele também tinha a responsabilidade de representar o dono do negócio perante todas as pessoas com quem este tinha negócio. Isso o fazia ser alguém muito importante. Ele tem procuração para agir em nome deste proprietário muito rico, possuindo um certo status social, porque ele interagia com pessoas muito importantes, talvez até mesmo outros proprietários de terras, em nome de seu mestre.
Bem, este gerente foi dilapidando o patrimônio de seu patrão, acarretando a diminuição de seus bens, sua riqueza. No final do versículo 1 é dito que o mordomo “foi acusado de estar desperdiçando os seus bens.” O verbo ‘desperdiçar’ é o mesmo usado em relação ao filho pródigo (Lc 15:13). Ele era perdulário, um desperdiçador, assim como o filho pródigo.
A sua conduta não era necessariamente fraudulenta. Ele não estava fazendo algum tipo de esquema astuto para desviar dinheiro do patrão. Ele era apenas uma pessoa irresponsável, incompetente, neste momento na história.
O homem rico age imediatamente. No versículo 2, ele o chamou e disse: “O que é isso que eu ouvi sobre você?” Bem, o que ele realmente ouviu? Ele tinha ouvido algumas coisas muito graves, porque o verbo “acusou”, no versículo 1, é a “diaballo”, no original grego, verbo do qual temos a palavra “diabólica”. Assim, a acusação foi grave.
Portanto, o patrão recebe um relatório muito extremo da natureza diabólica da função deste homem na posição de gerente. Então, ele o chama e diz: “Que é isto que ouço dizer de ti?” O patrão faz algo que parece meio tolo. Ele exige que o mordomo volte ao posto de trabalho, forneça uma prestação de contas do seu trabalho como gerente de negócios e, então, estaria despedido.
Qualquer empresário inteligente despediria o mordomo imediatamente. Mas, Jesus criou também esse detalhe dessa parábola do modo como lhe convinha. Vamos colocar dessa maneira o que o patrão propõe ao mordomo: ‘Você vai voltar. Você não está indo salvar seu emprego. Isso não é possível. Quero que me dê um relatório preciso de sua irresponsabilidade.’
Essa é uma política ruim. Se você tiver que demitir alguém que está sendo desonesto com você, é bom se livrar dele logo, porque se você colocá-lo de volta na função que exercia, esse mau funcionário terá um sentimento de vingança, e terá uma meta, um objetivo de ganho pessoal. Isso é exatamente o que o mordomo da parábola fez.
Ele está perdendo o emprego. Ele está perdendo sua casa, porque naqueles tempos antigos os mordomos viviam na propriedade onde trabalhavam. Ele está perdendo sua renda e ele está perdendo sua reputação, porque agora todo mundo vai saber que era incompetente. Ele é um mau administrador, irresponsável, incompetente, um gerente desperdiçador, pródigo.
Então, no versículo 3, ele diz para si mesmo: “O que devo fazer?” O mordomo está em apuros diante de sua realidade: ‘Estou acabado. As pessoas não vão me receber em suas casas. Eu tenho que encontrar uma maneira de ir para outro lugar. Tenho que ter um lugar para viver. Preciso ter uma renda. Eu tenho que ter um futuro. O que eu vou fazer para garantir meu futuro quando meu mestre tirar de vez minha mordomia, a minha gerência?’
Então, ele diz: “Eu não sou forte o suficiente para cavar, e eu tenho vergonha de mendigar.” Este é um típico bandido de colarinho branco orgulhoso. Ele não está interessado em pegar uma pá. Ele não quer executar qualquer trabalho manual. O trabalho duro não é sua cogitação. Ele não quer mesmo é descer ao baixo status de um trabalhador braçal, e muito menos ao baixo status de um mendigo. Não vai fazer isso.
Em seguida, ele tem um momento de ‘Já sei!’ e pensa num plano: ‘eu sei o que hei de fazer para que as pessoas me recebam em suas casas quando eu perder meu trabalho, minha mordomia…’. Pois isso é exatamente o que ele quer ter: um futuro benéfico, confortável, que forneça tudo o que ele precisa.
“Eu sei o que vou fazer.” Este é o seu momento ‘eureka!’. Esta é a sua ideia brilhante: ‘Eu preciso ser bem recebido por algumas pessoas em suas casas. Quem serão essas pessoas que vão me receber quando toda a comunidade souber que eu fui despedido por causa da minha má gestão? Ah, eu sei quem serão… As pessoas com as quais eu tenho trabalhado e que devem muito ao meu patrão… Vou entrar em contato com todas elas e vou oferecer-lhes descontos para saldarem suas dívidas!’
Muito astuto. Agora, ele ofereceu esses abatimentos para todos os devedores do seu patrão. E é claro que todos iriam aceitar, pois saldar as dívidas era algo muito importante naquela sociedade. Fazia parte do código de honra. Nos versículos 5 a 7 lemos que aquele mordomo infiel concedeu descontos elevados, chegando a cinquenta por cento. Era um negócio irrecusável para os devedores.
Olha, as dívidas eram negociadas no mundo antigo, como são hoje, se houvesse uma fome, uma recessão econômica. Isso faz parte da vida, mas não é o caso aqui nessa parábola. Não há circunstâncias externas. Isto não tem nada a ver com a economia deprimida. Isto não tem nada a ver com escassez de alimentos ou com alguma forma de desastre ocorrido na vida do devedor, tornando-o incapaz de pagar.
Isto foi puramente uma forma astuta que o mordomo utilizou a fim de defraudar seu mestre, de tal forma que gerasse uma obrigação moral de todas essas pessoas para com ele, a fim de que ele pudesse lhes lembrar convenientemente: ‘Você se lembra o que eu fiz para você? Você precisa me dar um quarto…. Você precisa me dar um emprego e um lugar…. E, se você não fizer isso, vou contar ao resto dos devedores com quem eu fiz o mesmo negócio, que você é um homem desonroso.’
E, vale lembrar, não só o mordomo estava fraudando seu mestre, mas aqueles devedores também estavam. Todo mundo envolvido neste negócio era corrupto. E esta é a forma como as pessoas no mundo são. É assim que funciona. Isto é exatamente como o mundo funciona.Através desse tipo de manobra maquiavélica, o mordomo enganou seu patrão e assegurou seu futuro.
Então, no versículo 8, Jesus introduz um elemento chocante na parábola, assim como Ele o fez em outras. Aqui está o choque: “Seu mestre elogiou o mordomo de injusto.” Uau! O que ele está elogiando mesmo? Ele não está elogiando a sua incompetência, sua prodigalidade. Ele não está elogiando o seu desperdício, nem a maneira fraudulenta e enganosa pela qual agiu. Ele o elogia por ter agido com astúcia. E sabemos que o mundo está cheio de pessoas que agem assim o tempo todo.
Bem, o comentário de Jesus sobre isso é bastante surpreendente. Veja o versículo 8: “os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” O quê? Jesus está recomendando o mordomo? Isto é o que tem incomodado algumas pessoas com relação a esta parábola, de modo que não conseguem compreendê-la.
É simples entender o proprietário elogiando o gerente. Ele está aplaudindo sua astúcia. Mas, porque é que Jesus está recomendando isso? Vamos procurar entender o que significa tudo isso.
‘Phronimos’ é a palavra grega usada no texto, traduzida como ‘prudentes’. Significa previdentemente, consideravelmente. Ou seja, era um esquema bem concebido. Ele aproveitou com cuidado a oportunidade que teve para ‘limpar sua barra’.
Ele trabalhou a situação para garantir o seu futuro, beneficiar o seu futuro com conforto. Ao reduzir as dívidas daqueles devedores, ele os fez ficarem endividados consigo. Ele lhes tinha feito um imenso bem, de modo que eles agora seriam constrangidos por sua grande generosidade.
A questão aqui é: pecadores agem para assegurar o seu próprio futuro de formas muito inteligentes e engenhosas. Eles usam os recursos que têm com perspicácia, sejam honestos ou desonestos, para garantirem o melhor futuro possível. Assim é como os filhos desta geração agem. Isso é o que Jesus está dizendo aqui nessa parábola. Aquele mordomo usou muito bem a sua oportunidade, criando um plano impressionante, muito bem concebido.
Quem são os filhos deste mundo mencionados no verso 8? Quem são eles? Pecadores. Eles não estão no reino de Deus. Estes são incrédulos. É assim que o mundo funciona, não é mesmo? Existe cada esquema inteligente que se possa imaginar para ganhar dinheiro, para garantir o futuro, seja honesto ou desonesto. Investimentos e estratégias de todos os tipos são realizados a fim de garantir o futuro.
É assim que o mundo funciona. E Jesus diz: “os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” O que isso pode querer dizer? Filhos da luz: os salvos. Somos chamados de ‘filhos da luz’ em João 12:36, Efésios 5: 8, 1 Tessalonicenses 5: 5. Nós somos filhos da luz. Nós não estamos na escuridão. Estamos na luz. Esta geração, os filhos desta geração, os filhos deste mundo, tudo isso se refere aos não convertidos, aos perdidos.
Na verdade, em Lucas 9:41, os perdidos também são chamados de “esta geração perversa.” Portanto, esta pervertida e má geração, esse mundo incrédulo opera com esses tipos de maquinações. Honesto ou desonesto, o que for preciso para garantir o futuro. Eles são mais astutos do que nós, os filhos da luz. O que poderia Jesus querer dizer com isso?
Versículo 9: “Eu vos digo…”, e aqui o Senhor interpreta isso para os discípulos e para nós. Uma interpretação, a propósito, que deixou os fariseus completamente perdidos, é claro. “Façam amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.”
A propósito, esta é uma abordagem rabínica antiga, raciocinando a partir do menor para o maior. Ou seja: se os pervertidos, filhos perversos desta geração usam cada abordagem imaginável para garantirem o seu futuro temporal, você não deveria ter cuidado de como você age em relação ao seu futuro eterno? Essa é a questão!
As riquezas da injustiça é uma antiga colocação que se refere às riquezas temporais, materiais, passageiras, terrenas. A ideia aqui é: use o seu dinheiro, seus bens, sua riqueza, que são parte desse mundo passageiro, recursos estes que vão falhar, que vão faltar um dia (v. 9), pois você não sairá desta terra os levando com você, e adquira amigos com elas, amigos estes que te receberão nas moradas eternas.
Adquira amigos para o céu, que vão estar em pé no portão para te receber, quando chegar lá.
No início do evangelho de Lucas há uma história muito dramática, que a maioria das pessoas se lembra de já ter ouvido. É no capítulo 12. É outra parábola. Versículos 16-21:
A terra de um homem rico tinha produzido com abundância; E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.
Ele deve ter sido, provavelmente, um pregador do evangelho da prosperidade. Mas Deus lhe disse: ‘Você é um tolo! Você tem todo esse dinheiro, e você vai morrer e deixar cada centavo dele e cada posse que você tem. Seu tolo!’ Mas isso é o que os filhos deste mundo fazem com a ‘riqueza da injustiça’, a riqueza material. Eles tentam garantir o seu futuro temporal e o dinheiro pode proporcionar-lhes isso. Ele pode garantir um futuro temporal, até que eles morram, e deixem tudo para trás.
Você não pode levar o dinheiro, os bens com você. Eles pertencem a este mundo temporal. São chamados na Bíblia de ‘a riqueza da injustiça’. Vai ficar tudo aqui. E, no entanto, da maneira mais surpreendente e misericordiosa, o Senhor diz, mais ou menos assim: “Você pode tomar essa riqueza que não vai com você para a eternidade, que só tem serventia enquanto você está aqui, pode usá-la para fazer amigos que vão te receber no céu.”
Como fazer isso? É muito simples. Você deve investir em trazer a salvação aos pecadores. Você deve usar o seu dinheiro para comprar amigos para a eternidade. Isto é exatamente o que o Senhor estava falando em Mateus, capítulo 6, no Sermão da Montanha:
“Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões arrombam e furtam.Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração também.”
Ou você pode ler ao contrário: onde está seu coração, aí é onde você vai colocar o seu tesouro.
Mas, a questão é: como posso colocar o meu tesouro no céu? Como posso usar a riqueza da injustiça e colocá-la no céu e comprar amigos que irão me receber quando eu chegar lá? Resposta: invista na proclamação do Evangelho e traga as pessoas à salvação. Investa no Reino.
Isso é o que você deve fazer com seu dinheiro, com sua riqueza, de modo que você possa ter uma recepção quando chegar no céu. Isso é incrível, não é? Como Deus é bom! Olhe, a vida é muito curta. A eternidade é a eternidade! A vida passa num piscar neste mundo. Quanto mais eu vivo, menos vejo sentido em acumular qualquer coisa aqui. E faz mais sentido que tenho que investir tudo para angariar amigos para a eternidade.
Então, no final, quando minha vida acabar aqui, e eu estiver separado de tudo o que tenho, vou descobrir quem está de pé no céu para me receber como um amigo. Isso é uma dádiva que o Senhor nos deu. Você investe naqueles que pregam o Evangelho, que ensinam as pessoas a pregar o Evangelho. Você investe em missões e naqueles que enviam missionários. Você investe na preparação e envio de pregadores, evangelistas, na propagação da Palavra em todo o mundo, e você estará comprando amigos para a eternidade.
Infindável acumulação pessoal de bens não tem sentido. A vida é curta e você não sabe quão curta a sua será. Você não quer desperdiçá-la. Não há nada que você possa enviar lá para cima. Não é possível enviar a sua casa, e você vai ter uma melhor. Você não pode enviar o seu carro, mas você vai voar por toda parte. Você não tem nada que possa enviar para a eternidade. Quaisquer que sejam seus pequenos tesouros, eles ficarão aqui e alguém vai descobrir o que fazer com eles.
Mas, há algo que você pode enviar para a eternidade. Não é incrível? Isso ocorrerá se sua riqueza for investida na proclamação do Evangelho e na preparação e formação dos que anunciam o Evangelho. Que coisa incrível ser parte de algo assim!
Então, você poderia dizer: ‘Bem, eu não dou muito, mas eu não tenho muito. Se eu tivesse mais, eu daria mais…’ Não, você não faria isso. Não, você não faria. Se você tivesse mais, você não daria mais. Você pode dizer: ‘Como você sabe disso? Você não me conhece!’ Bem, Jesus te conhece. Veja o que Ele diz sobre isso no Versículo 10: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.”
Eu disse a você. Não é sobre o quanto você tem. É sobre quem você é. É sobre quais são as suas prioridades. É sobre onde está seu coração, certo? É disto que se trata. Isto é o que chamamos de um ‘axioma ou uma declaração axiomática’, um truísmo. É auto-evidente. É tão evidente que não precisa de uma explicação.
É óbvio que as pessoas fiéis serão fiéis se têm pouco ou muito; e as pessoas infiéis serão infiéis se têm pouco ou muito. Nunca é uma questão de quanto você tem. Se você está preocupado com o avanço do Reino e está empenhado em fazer amigos para a eternidade, você vai dar o que você tem com generosidade e alegria.
Alguns podem pensar: ‘Bem, eu tenho esperança de ganhar na loteria.’ E, vale ressaltar, você, como cristão, não deve apostar na loteria. Mas, supondo que você ganhasse na loteria, isso não iria mudar seu coração infiel. Só Deus pode mudar seu coração. Se o seu coração não está no céu, não é ganhando muito dinheiro que isso irá mudar. Você é exatamente quem você é.
Se você não é fiel no pouco, você não será fiel no muito. Trata-se de fidelidade. Trata-se de onde está seu coração. A quantidade que você possui não é a questão. Seu caráter é a questão. Seu compromisso é a questão. Seu amor pelo céu é a questão. Ou você é altruísta, humilde, generoso, não-materialista, comprometido com o Reino de todo o coração, ou você não é. Não é uma questão de quantidade. Não, não tem nada a ver com quantidade.
Mas, Jesus ainda disse mais. Suponhamos que você não tenha sido fiel. Que você é um daqueles que tem sido autoindulgente, acumulando para si, e gastando todo o seu dinheiro naquilo que é apenas dessa vida aqui. Assim, “se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?” (verso 11). Literalmente: quem vai confiar a verdade a você?
Se você não foi fiel nas ‘riquezas injustas’, terrenas, passageiras, Deus vai te confiar as riquezas que são espirituais e eternas? Então, o que acontece é que se você demonstrar infidelidade no uso de sua ‘riqueza injusta’, você perderá as bênçãos espirituais e eternas, agora e para sempre.
Você pode comprar para si mesmo uma infinidade de coisas materiais, conforto, toda riqueza superficial, todas as coisas corruptoras, todas as coisas temporárias, todo o material que vai ser queimado, mas você não receberá as riquezas reais, aquelas que vão durar para sempre.
Você se lembra de Lucas 6:38: “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.” Se você semear com moderação – Paulo diz aos Coríntios – você colherá pouco. Mas, se semear generosamente, ceifará muito.
E, então, vem outra grave advertência no versículo 12: “E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?” Ou seja, se você não foi fiel para com aquilo que não é seu. O que significa? Bem, Jesus está falando sobre a ‘riqueza da injustiça’. O uso da ‘riqueza da injustiça’ no verso 11 corresponde ao ‘uso do que é do outro, do que é alheio’, no verso 12.
Adivinha? A riqueza que você tem não é sua! Assim como o mordomo desta parábola, certo? Ele era perdulário com recursos de outra pessoa. Você pode dizer: ‘espere um minuto, o que eu tenho é meu. Ganhei. Eu trabalhei duro por isso.’ Bem, isso pode ser verdade. Você trabalhou duro por isso, mas não é seu.
Os filhos deste mundo vivem através da exploração, egoísmo, acumulação, consumo desenfreado, desperdício, etc, e pensam que tudo o que acumulam é deles. Nós conhecemos a verdade. O profeta Ageu diz: “Minha é a prata, Meu é o ouro”, falando em nome de Deus. O Salmo 104: 24, diz: “Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das Tuas riquezas.”
Você se lembra bênção de Davi em 1 Crônicas 29:11-12: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.”
O salmista diz: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” É tudo do Senhor. Você não tem nada que seja realmente seu. Nada. Na vida de um crente, é tudo um teste de sua devoção. Tudo pertence ao Senhor. Tudo o que temos é uma mordomia.
Lembre-se da parábola em Mateus 25, onde o mestre distribui os talentos e eles lhe pertencem. Tudo o que o servo pode fazer é gerenciar ou deixar de gerenciar aquilo que lhe fora confiado. Então, se você está desperdiçando o que é de Deus – e eu não estou dizendo que só o dízimo, ou seja, um décimo, é que pertence a Deus – então, Ele não confiará as verdadeiras riquezas para você.
Bem, o que poderia ser isso? Aquilo que tem significado eterno. Se você falhar no teste de administração, você perde importância no reino, você perde a bênção eterna, a eterna recompensa. Você desperdiça o dinheiro de Deus em coisas que vão perecer, acumula riquezas para si mesmo. E, assim, está restringindo sua recompensa eterna. Mais uma vez, a eternidade é um tempo muito longo, é para sempre. Qual é a recompensa eterna? É capacidade para adorar.
E, então vem a bombástica declaração do versículo 13. “Nenhum escravo pode servir a dois senhores.” Você poderia trabalhar para dois patrões. Você poderia ter dois empregos. Alguns de vocês têm dez chefes. Na verdade, todo mundo ao redor é seu chefe. Você tem que entender essa colocação no contexto da época em um mundo repleto de escravos. E, você só poderia ser propriedade de uma pessoa.
Você tem que decidir. Há dois possíveis proprietários que você pode ter. Você pode servir a Deus ou às riquezas. Se você fizer isso, se você tentar ter dois senhores, sendo um escravo, então você vai odiar um e amar o outro, ou você vai ser dedicado a um e desprezar o outro.
Essa era uma ilustração muito clara para qualquer um nos tempos antigos. Deus quer foco único, lealdade, fidelidade. Não se trata de alguma forma de punição que sofreremos imediatamente aqui se não formos fiéis na administração dos recursos materiais. Mas, é uma perda de bênção e uma perda de recompensa.
Se você está com o coração dividido entre o dinheiro e Deus, você é uma pessoa em conflito. Você está experimentando antagonismo. Alguns de vocês estão sentindo sentimentos conflitantes agora, enquanto estou falando. Isso é o que acontece em sua vida. É um conflito contínuo.
Não estou dizendo que você não pode gozar das coisas que o Senhor tem fornecido a você. Mas, eu estou dizendo que você não pode ser escravo de Deus e um escravo do dinheiro. Ser um escravo do dinheiro é realmente uma condição muito séria.
Ouça as palavras do apóstolo Paulo em 1 Timóteo 6:10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” Não é o dinheiro que é a raiz do mal. É o amor a ele. Você pode ter um monte dele e não amá-lo, e você pode ter muito pouco ou nada dele e amá-lo como um louco.
Algumas pessoas que amaram seu dinheiro e se tornaram escravos de sua riqueza se desviaram da fé e se atormentaram com muitas dores. Você não pode amar a Deus com todo o coração e amar a riqueza de todo o coração. A linguagem é muito forte e muito clara. Calvino disse: “Onde as riquezas dominam o coração, Deus perdeu a Sua autoridade. A cobiça nos faz escravos do diabo.”
Um dos escritores que me influenciaram muito quando eu era jovem no ministério foi Arthur Rosa. Rosa escreve isso, e eu acho que vale a pena ler:
Estas ordens são diametralmente opostas. Uma ordena que você ande pela fé; a outra, que ande pela vista. Uma ordena a ser humilde; a outra, a se orgulhar. Uma ordena que você coloque suas afeições nas coisas do alto; a outra, nas coisas que estão sobre a terra. Uma ordena a olhar para as coisas invisíveis e eternas; a outra, para as coisas visíveis e temporais. Uma ordena sua conversa para falar do céu; a outra, para o pó da Terra. Uma ordena a não estar ansioso por nada; a outra, para ser cheio de ansiedade. Uma, que se contente com as coisas que você tem; a outra, que amplie seus desejos. Uma ordena a estar pronto para repartir; a outra, para reter. Uma leva a olhar para o bem dos outros; a outra, a olhar apenas para si. Uma ordena a procurar a felicidade no Criador; a outra, a buscar a felicidade na criatura. Não é simples? Não há quem possa servir a esses dois senhores.
Assim, a posse da riqueza é um meio que Deus tem empregado para que você possa garantir a recompensa eterna e amigos celestes. Você vai estar lá para sempre. Sua capacidade para adorar, louvar e desfrutar de Deus na glória eterna está ligada ao que você faz com a riqueza da injustiça.
E os povos do mundo? Ora, eles estão agindo com astúcia conivente para garantir o seu futuro temporal e eles não têm nada além disso. O que você está fazendo para garantir o seu futuro eterno? Palavras por M. E. Burn: “Não atentei para as riquezas, nem para o louvor vazio dos homens. Tu és minha herança agora e sempre. Tu, e Tu apenas, és o primeiro no meu coração. Alto Rei do céu, meu tesouro Tu és.”
Vamos orar.
A sabedoria, a graça, a misericórdia que estão contidas nesta parábola que fluem da mente infinita de nosso bendito Salvador, nos agarrou.
O que é especialmente admirável é que esta é uma parábola da vasta infinita promessa, eterna.
Amigos para a eternidade. Recompensa eterna, eterna bem-aventurança, alegria eterna, a capacidade ampliada para adorar e louvar e servir sempre.
Ajuda-nos a confirmar em nossos corações que Tu, ó Deus, és o nosso Mestre.
Nós Te servimos com todo o coração. Leva-nos a usar o que nos é dado neste mundo como mordomos para comprar amigos para a eternidade e termos recompensa eterna. Dá-nos um olhar para o céu.
Que venhamos definir nossas afeições nas coisas do alto, não nas que são da terra. Pai, nós te agradecemos por Tua salvação concedida a nós em Cristo. Isso já seria suficiente, apenas nos salvar do inferno.
Mas o Senhor disse: ‘Eu estou te dando o céu e todas as suas posses, e eu vou dar a você em uma medida relacionada com o manejo das coisas que você possui.’ Uma oferta incrível! Senhor, que possamos ser fiéis mordomos que entram no pleno gozo que o céu promete.
Oramos em nome de Cristo, amém.


Este texto é uma síntese do sermão “A Good Lesson from a Bad Example”, de John MacArthur em 02/11/2014.
Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno




2 comentários:

  1. Muito bom.... adorei seus comentários, sempre quando estou a pesquisar coisas boas e difíceis, venho aqui.

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    1. Obrigada , é uma alegria saber que nosso trabalho tem sido benção para sua vida. Que Deus abençoe e seja sempre bem vinda !

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