quarta-feira, 4 de junho de 2025

CPAD : E o Verbo se fez carne — Lição 9: O caminho, a verdade e a vida

 


João 14.1-15

1- Não se turbe o passo coraçãos credes em Deus, crede também em mim.

2-Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu co-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar

3- E, se eu for e cos preparar lugar, vivei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vés também.

4- Mesmo vás sabeis para unde vou e conheceis o caminh

5-Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?

6-Disse-lhe Jesus: Eu sou caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.

7-Se vás me conhecêsseis a mim, também conhecerieis a men Pai; e

ja desde agora o conheceis e o tendes vista

8- Disse the Filipe: Senhor, mostra nos o Pai, o que nos basta, 9-Disse-the Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes

conhecido, Filipe? Quem m v a mim vê o Pai, e como dizes tu: Mostra-nos a Pai?

10- Não crês tu que eu estou no Pai e o que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai que está em mim, é quem faz as obras.

11-Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.

12- Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fară maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.

13- E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai

seja glorificado no Filho

14- Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.

15- Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.


CPAD : E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar do Apóstolo do amor

 Elienai Cabral

Lição 9: O caminho, a verdade e a vida




 

Introdução

  Afirmam os estudiosos do Evangelho de João que, a partir A do capitulo 13, versiculo 31, Jesus se despede com as últimas instruções aos discipulos, orientando-os quanto aos dias futuros. O espirito de Jesus estava angustiado, pois sabia que Judas Iscariotes havia deixado Satanás entrar em seu coração e Ele sería traído e entregue aos homens de Jerusalém (Jo 13.2), Jesus faz a sua despedida e conforta os seus discípulos prome-tendo que eles não estariam sós. Depois de afirmar-lhes que voltaria para o Pai (Jo 14.4), Ele diz: "mesmo võs sabeis para onde eu vou e conheceis o caminho". Essa declaração provocou a imaginação dos discípulos, e Tomé então lhe pergunta: "Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?" (v. 5). Jesus então The responde: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (v. 6). Nesse pronunciamento, Jesus diz que é a verdade que revela Deus, Ele é a verdadeira vida de Deus.

  I- Jesus Promete que Levaria os Discípulos para Estar com Ele para sempre

  1. Jesus conforta o coração dos seus discípulos

  Jesus percebeu que seus discipulos também estavam perturbados desde o incidente com Judas Iscariotes (Jo 13.21-33). Então, disse aos seus seguidores: "Não se turbe o vosso coração" Jo 14.1). Esse era um modo de aquietar espirito dos discipulos, mas não evitava o fato.

de que Ele seria entregue nas mãos dos homens, cumprindo o seu designio divino de sofrer por toda a humanidade. Era noite, e Jesus foi para o Monte das Oliveiras (Mt 26.30). Ele estava angustiado e os seus discipulos também (Mt 26.36,37). Todavia, Jesus estava no momento crucial de sua vida e de seu ministério. Ele os deixou na companhia dos discipulos naquele monte para falar com o Pai. Tudo estava se apressando para o momento da dor, da ignominia, da vergonha e de todo o suplicio que sofreria.

  2. Jesus sabia o caminho inevitável que o levaria ao Calvário

  Ao dirigir-se aos discípulos, Ele falou: "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (14.2), Jesus estava, de fato, confortando o coração dos seus discípulos para a perda momentânea que teriam. Na verdade, a alma do homem Jesus estava profundamente perturbada (Jo 12.27; 13.21). Ele tinha consciência de que no caminho para entregar-se nas mãos dos homens sofreria ignominia, vergonha e seria crucificado. Esse sentimento de medo sob forte pressão emocional envolvia o coração e a mente dos discipulos. Nos versículos 2 e 3 do capítulo 14 do Evangelho de João, Jesus deixa declarado aos seus discipulos a razão de todo aquele sofrimento que seria para o bem de todos. O que parecia vergonha, seria vitória; o que parecia ser o fim, de fato, seria o começo de tudo. O caminho a percorrer seria doloroso, mas o seu fim seria glorioso.

   3. Jesus conforta os discipulos com a promessa de que voltaria em breve (Jo 14.3)

  Jesus declarou que o caminho de Deus é o caminho das moradas celestiais já preparadas para os discipulos (Jo 14.3). Sem dúvida, a expres são "casa de meu Pai" (v. 2) se refere ao céu. Os discipulos precisavam ter a certeza de que onde Deus habita há muitas moradas preparadas para os fiéis em Cristo. A igreja vive na expectativa da volta de Cristo. A promessa do arrebatamento da igreja e a ressurreição dos mortos em Cristo incendeia o coração dos cristãos. Num determinado tempo, só conhecido pelo Senhor, Ele convocará os remidos e os reunirá para o encontro com Ele nos ares (1 Co 15.51,52).

  No versículo 4 do Evangelho de João, Jesus confirma para os disci-pulos que eles sabem para onde Ele vai porque conhecem o caminho.

  O conhecimento que os discípulos tinham acerca da obra expiatória e do seu significado quanto ao presente e ao futuro do seu Mestre deu a Jesus a confiança para dizer-lhes: "Vós sabeis para onde vou" (v. 4). Eles sabiam muito mais que a maioria dos judeus e aceitavam as verdades que os escribas e fariseus rejeitaram. Entretanto, seus discipulos eram homens com sentimentos e emoções. Por isso, não foi fácil para aceitarem o que Jesus já lhes avisara. Mas os discípulos criam que o seu Mestre era o Messias prometido, o Filho do Deus Vivo, e que deveriam crer nEle.

  II- Jesus se Revela como o Caminho que Leva ao Pai (Jo 14.5-14)

  1. Os discípulos que não conseguiram entender o Mestre: Tomé, Judas Iscariotes, Pedro e Filipe

   Quando Ele declarou "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6), a mente de seus dis-cipulos foi aclarada e as dúvidas se dissiparam. Em seu discurso final, Jesus queria, de fato, ter a oportunidade de comungar com eles. Ele o fez, um pouco antes, no capítulo 13, na última grande ceia. Naquela oportunidade, Jesus deu-lhes a grande lição de humildade que de-veria ser vivida pelos seus discipulos, quando Ele tomou uma bacia com água e lavou os pés daqueles homens (Jo 13.1-17), Entretanto, alguns dos seus discípulos ainda tinham dificuldades para aceitar a separação do seu Mestre.

Tomé aparece no Evangelho de João como um discípulo leal, corajoso e que amava a Jesus. Ele teve coragem para expor suas dúvidas e perguntou, então, a Jesus: "Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?" (Jo 14.5). Logo a seguir, Jesus deu a resposta no versiculo 6, dizendo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim". Outro per sonagem contundente foi Judas Iscariotes, que, tendo convivido com    Jesus todo o tempo, não conseguiu assimilar os ensinos de Cristo e, por isso, não creu nEle suficientemente, preferindo trair o Mestre e vende-lo por 30 moedas de prata (13.25-27). Deparamo-nos ainda com Pedro e Filipe, que, mesmo depois de Jesus ter-lhes dito "Vós sabeis para onde vou" (Jo 14.4), tiveram dúvidas em seus corações (13.36; 14.8). Eu e você não somos muito diferentes desses très discípulos: Tomé, Filipe e Pedro. Em relação a Judas Iscariotes, subentende-se que ele, de fato, tinha grande simpatia por Jesus, mas não o via como o Salvador da sua alma. Judas entendia que Jesus seria um libertador politico do jugo romano sobre Israel.

  2. Jesus mostrou aos discípulos que Ele era o caminho para o Pai (Jo 14.6)

  Tome, Filipe e Pedro tiveram dificuldades para entender a mensagem de Jesus de que Ele era o caminho para o Pai. Jesus, então, mostrou aos seus discipulos que o único modo de eles perceberem a singularidade da obra de redenção que faria mais à frente, o único modo de conhecerem ao Pai, seria através dEle, e eles entenderem a relação da unidade de Jesus com o Pai (Jo 14.6).

Jesus é o caminho para Deus porque essa é a única verdade de Deus (Jo 1.14). Jesus é a Verdade, porque incorpora a revelação de Deus. Jesus é a graciosa autorrevelação de Deus para o mundo em pecado (Jo 3.15).

  III - A Relação do Tríplice Título que Jesus Deu a si Mesmo (Jo 14.6)

  1. "Eu sou caminho, e a verdade e a vida"

  No capítulo 5, tratamos da Verdade que Liberta o Pecador. Neste capitulo, Jesus mostra o caminho de acesso ao Pai Celestial numa perspectiva diferente.

  2. As dúvidas dos discipulos respondidas por Jesus

  Por não terem compreendido bem a obra de Jesus, alguns dis-cipulos não sabiam como interpretar a que caminho Ele se referia a ponto de terem pensado na sua partida para o Pai quando deveria entregar-se nas mãos dos seus inimigos para a morte, ou então que Jesus os deixaria e seguiria para outro lugar fora de Jerusalém. Os discípulos também poderiam estar imaginando que Jesus estivesse se referindo a tomar um caminho, pelo qual eles deveriam seguir para alcançar o seu destino, mas Jesus lhes mostrou um caminho diferente.

  3. Jesus assume o triplice título

  Para assegurar que Ele era o que dizia ser, encontramos, pelo menos sete vezes, Jesus se identificando com o "Eu Sou". Todas essas referências estão no Evangelho de João (6.48; 8.12; 10.9; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1) e cada um desses títulos "Eu sou" revela caracteristicas divinas de Jesus,

  4. Jesus é "o caminho"

  Quando Jesus declarou "Eu sou o caminho", não estava mostrando um caminho através de algum principio ou de uma regra, mas mostrava a si mesmo: "Eu sou o caminho" (Mc 12.14; Le 20.21). Jesus nos guia no caminho para o Pai porque sua presença alumia os que estão em trevas (Lc 1.79). Ele, pela sua obra expiatória, quando foi rasgado o véu do Templo, escancarou o caminho da graça de Deus, mediante o rasgar de sua própria carne para abrir um novo e vivo caminho para Deus (Hb 10.19-21). Quando nos deparamos com o pronome EU, significa que não somos salvos por algum principio que tenhamos ado-tado, ou por alguma força espiritual, mas, sim, pelo Filho de Deus. O nosso Deus é um Ser Pessoal e, por isso, Jesus é a Pessoa que nos une indissoluvelmente com Deus Pai (Mt 11.27,28).

  5. Jesus é "a verdade"

  Jesus Cristo é a verdade, a essência da verdadeira religião. Tiago, irmão do Senhor, escreveu em sua Epistola: "A religião pura e ima-

culada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo" (Tg 1.27). Jesus tem na sua essência o conteúdo único e singular que o mundo não tem, Ele é "o Verbo que se fez carne" (Jo 1.14), Ele é a verdade que o mundo precisava e ainda precisa conhecer. Ele é a verdade que se opõe à mentira que opera no mundo. Ele é, portanto, a fonte fidedigua da revelação redentora que traz à luz o conhecimento acerca do Pai Jo 14.7). "A Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo 1.17). Sabemos que a lei era a expressão do designio de Deus para com Israel, até que fosse revelada e comunicada a verdade a todos os homens. A verdade da lei era legitima, mas era transitória, até que, literal e pessoalmente, Deus revelou a verdade em seu Filho Jesus Cristo, como algo absoluto e eterno. Tudo quanto Jesus dizia acerca de si mesmo era o que Pai o delegou que falasse. Antes de subir ao Pai, após a sua ressurreição, Ele assegurou a continuidade de sua revelação e integridade do cânon das Escrituras. Antes de subir ao Pai, Ele fez a promessa de que seus discipulos receberiam o espírito de revelação da verdade para compreenderem as Escrituras. Estando ainda com eles, Lucas registrou o que Jesus lhes disse:

E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco; convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos. Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (24.44,45)

  O apóstolo Paulo orou pela igreja de Éfeso e pediu para que "o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos de em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos" (Ef 1.17,18).

  6. Jesus é "a vida" (Jo 14.6)

  Aquele que aceita Jesus Cristo como único caminho recebe sua verdade e submete-se a Ele e, pela fé, recebe a vida eterna. Quando Fle diz "Eu sou a vida", não está se referindo à vida fisica, a ter mais saúde e força, nem, tão pouco, se refere ao fôlego e à respiração. Ele não está se referindo à vida da alma humana, e sim à vida que se opõe à morte, porque só Cristo pode dar vida eterna (Jo 3.16; 5.26; 6.33; 10.28; 11.25).

Conclusão

  O doutor e teólogo William Hendriksen escreveu em seu Comentário sobre João que "esses très conceitos (caminho, verdade e vida) são ativos e dinâmicos. O caminho leva a Deus, a verdade torna o homem livre; a vida produz comunhão com Deus".

A relação entre o caminho, a verdade e a vida fortalece a fé num Cristo que nos conduz à comunhão com Deus.

  E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar do Apóstolo do amor

  Elienai Cabral

 













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