quinta-feira, 15 de maio de 2025

CPAD : E o Verbo se fez carne — Lição 7: “Eu sou a ressureição e a vida”

  

TEXTO ÁUREO

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;

(Jo 11.25).

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus Cristo é a ressurreição e a vida, e por essa razão, temos a garantia de que um dia teremos um corpo glorioso como o dEle.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 11.14,15,17-21,23-27.

14 — Então, Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto,

15 — e folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis.

17 — Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.

18 — (Ora, Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.)

19 — E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.

20 — Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa.

21 — Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

23 — Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.

24 — Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia.

25 — Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;

26 — e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?

27 — Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Na lição desta semana, podemos situar o episódio de João 11, sublinhando o milagre da ressurreição de Lázaro como uma prova do poder de Jesus sobre a morte e a validação da sua identidade divina como a “Ressurreição e a Vida”. Para uma melhor compreensão deste tema, a lição foi organizada em três tópicos principais: o objetivo de Jesus, que vai além das circunstâncias imediatas para manifestar a glória de Deus; o encontro transformador de Marta com Jesus, que reforça a sua fé; e a doutrina bíblica da Ressurreição do Corpo, que nos indica a esperança futura na superação da morte.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Identificar o propósito de Jesus no milagre da ressurreição de Lázaro, evidenciando a glória de Deus; II) Analisar de que forma o diálogo entre Jesus e Marta reforçou e solidificou a fé da irmã de Maria; III) Apresentar a doutrina bíblica da Ressurreição do Corpo, evidenciando a sua importância para a esperança cristã na vida eterna.

B) Motivação: A declaração de Jesus — “Eu sou a ressurreição e a vida” — transmite uma mensagem significativa do Evangelho para aqueles que enfrentam períodos de perda e de sofrimento. A ressurreição de Lázaro, registrada em João 11, não se limita a um milagre ocorrido no passado, mas representa uma verdade viva que proporciona esperança tanto no presente como no futuro. Jesus detém poder sobre a morte e oferece vida eterna, convidando-nos, assim, a fortalecer a nossa fé nEle.

C) Sugestão de Método: Comece a aula com uma atividade interativa, solicitando aos alunos que, em breves palavras, expliquem o que a “vida eterna” representa para eles. Utilize essas respostas como base para introduzir o tema desta lição. Com base na Leitura Bíblica em Classe, elabore uma reflexão que destaque o domínio de Jesus sobre a morte e a sua promessa de vida eterna. É possível relacionar esta afirmação com questões abertas, como: “Perante as perdas, de que forma a mensagem de Jesus pode trazer-me alívio?”. Conclua esse início de aula com um quadro ou resumo dos pontos principais da lição, enfatizando a doutrina da ressurreição como uma esperança cristã.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A mensagem de Jesus, conforme apresentada nesta lição, tem o poder de mudar a nossa perspectiva em relação à vida e à morte. Ter Jesus como a Ressurreição e a Vida não só proporciona uma esperança para o futuro, mas também transforma o nosso presente de forma notável.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 101, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Jesus Amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro”, localizado após o primeiro tópico, amplia a reflexão bíblia a respeito do suposto atraso de Jesus em atender à família de Betânia; 2) No final do terceiro tópico, o texto “Eu Sou a Ressurreição” mostra uma reflexão significativa a respeito da doutrina bíblica da Ressurreição do Corpo do cristão.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O encontro de Jesus com Marta, ao chegar a Betânia, revela aspectos especiais que poderão edificar a nossa vida espiritual por meio do estudo da Palavra de Deus. Nesta lição, iremos refletir sobre o propósito de Jesus ao realizar o milagre da ressurreição de Lázaro.

Iremos também nos aprofundar no diálogo entre Jesus e Marta sobre a ressurreição do seu irmão e, além disso, a partir do milagre de Lázaro, vamos examinar a doutrina fundamental da Ressurreição do Corpo, tal como é ensinada por Jesus e todo o Novo Testamento.

Palavra-Chave:

VIDA

I. O PROPÓSITO DE JESUS

AUXÍLIO TEOLÓGICO

“JESUS AMAVA A MARTA, E A SUA IRMÃ, E A LÁZARO

Eis uma família que tinha uma devoção genuína e forte a Jesus (v.2) e gozava um estreito relacionamento pessoal com Ele (Lc 10.38-42). Cristo os considerava amigos muito especiais e amados (vv.3-5). Ainda assim, eles experimentaram doenças, tristezas e morte. Hoje, esses problemas podem e vão acontecer aos fiéis seguidores de Deus. Mas Ele está ciente da dor deles e estará sempre pronto para ajudá-los nas circunstâncias difíceis da vida (veja o artigo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS, p.853). As igrejas sempre terão as pessoas exteriormente fervorosas em sua devoção ao Senhor (como Maria), e fiéis em boas obras e serviços (como Marta), mas também terão aqueles que estão sofrendo e morrendo (como Lázaro). Famílias como esta e outras na igreja, podem muitas vezes se perguntar por que Deus não toma uma determinada ação; eles podem até sentir que Ele se esqueceu deles (veja Sl 13.1; cf. Mt 27.46; Ap 6.10). Mas se Jesus parece atrasar sua cura ou alívio, isto não acontece por falta de amor, misericórdia ou compaixão. Em vez disso, Ele está esperando apenas o momento certo que trará a maior honra a Deus (v.4) e o maior bem eterno para todos os envolvidos (vv.15,23-26,40-44)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1874).

 AUXÍLIO TEOLÓGICO

 “EU SOU A RESSURREIÇÃO

Para as pessoas que têm confiado suas vidas a Jesus, a morte física não é um fim trágico. Ao contrário, é a porta de entrada para a vida eterna com Deus. A palavra ‘viverá’, no v.25, se refere à ressurreição que está disponível para todos os seguidores de Cristo. As palavras ‘nunca morrerá’, no v.26, significam que apesar de um seguidor de Cristo morrer fisicamente, ele nunca experimentará a morte espiritual (a ‘segunda morte’ — Ap 2.11), que envolve o eterno castigo e separação de Deus. Em vez disso, os seguidores de Cristo serão ressuscitados com novos corpos, que serão imortais e incorruptíveis (1Co 15.42,54), que não poderão morrer nem se deteriorar (cf. Rm 8.10; 2Co 4.16; veja o artigo A RESSURREIÇÃO DO CORPO, p.2114).” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1874).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 “EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA”

A doutrina da ressurreição é um dos assuntos mais complexos discursados nas Sagradas Escrituras. Nesta aula, veremos como Jesus operou esse maravilhoso milagre ao ressuscitar Lázaro. Veremos também o propósito desse grande feito para Seu ministério, bem como para a esperança dos cristãos quanto à ressurreição dos salvos com vista à eternidade. Antes da realização desse milagre, o Mestre trouxe alguns esclarecimentos importantes durante o diálogo que teve com Marta e Maria, as irmãs de Lázaro.

O primeiro aspecto a destacar neste evento da ressurreição de Lázaro é que Jesus se demora na ida a Betânia para atender à solicitação de Seus amigos. Esperava-se que, ao tomar conhecimento de que Seu amigo se encontrava adoecido, Jesus imediatamente fosse a seu encontro. Todavia, o Mestre demorou mais dois dias até se deslocar a Betânia. Essa demora gerou uma grande frustração nas irmãs de Lázaro, tendo em vista que a cura operada por Jesus era a única esperança para a resolução do problema. Por esse motivo, vemos o lamento das irmãs: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21,32). Mas a história vai nos mostrar que até mesmo o que parecia estar completamente perdido, sem solução, sem vida, tratava-se unicamente da permissão de Deus para, finalmente, operar Seu propósito na vida de Lázaro por meio de um grande milagre. A Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD) discorre que “o milagre da ressurreição de Lázaro foi um sinal que apontou para Jesus, não só como a fonte da ressurreição e da vida, mas indicando uma parte de sua natureza — Ele é a ressurreição e a vida (11.25,26). A morte final é impossível para Ele, como sua própria ressurreição provaria mais tarde. O que Jesus fez por Lázaro foi uma demonstração do que Deus fará por todos os seus fiéis que já morreram, pois estes também serão ressuscitados dentre os mortos (14.3; 1Ts 4.13-18). Este milagre foi também a questão final que fez com que os invejosos líderes judeus determinassem que Jesus deveria ser condenado à morte (Jo 11.45-53)” (2022, p.1876).

O tempo, a enfermidade e a distância tornaram-se limitadores da fé das irmãs Marta e Maria. Também somos desafiados por circunstâncias semelhantes. Contudo, o episódio da ressurreição de Lázaro nos ensina que para Deus nada é impossível. As situações mais difíceis podem ser revertidas por Aquele que tem a vida e a morte em Suas mãos. Confiemos em Jesus, que tem todo poder nos céus e na terra (Mt 28.18).

CONCLUSÃO

Esta lição explorou o diálogo entre Jesus e Marta, onde se manifestaram as dúvidas da irmã de Maria juntamente com as questões referentes à doutrina da Ressurreição do Corpo. O milagre realizado na ressurreição de Lázaro ilustra uma verdade muito mais ampla e profunda: haverá um tempo em que aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão e terão seus corpos gloriosamente transformados. Esta doutrina pode ser ilustrada por meio do episódio da ressurreição de Lázaro.

   CPAD : E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar do Apóstolo do amor

Comentarista: Elienai Cabral

Lição 7: “Eu sou a ressureição e a vida

 


CAPÍTULO 7

A Ressurreição e a Vida

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá."

João 11.25

João 11.14-24,32-45

14- Então, Jesus disse-thes claramente: Lázaro está morto,

15- e folgo, por amor de vos, de que eu là não estivesse, para que acrediteis. Mas vamos ter com ele.

16- Disse, pois Tomé, chamado Didimo, aos condiscipulos: Va mos nós também, para mortermos com ele.

17- Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatre dias que estava na sepultura.

18- (Ora, Betania distava de Jerusalém quase quinze estádios.)

19- E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.

20- Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa.

21-Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido,

22- Mas também, agora, sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concedera.

23-Disse-lhe Jesus: Teu irmão ha de ressuscitar

24-Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição de último dia.

 32-Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.

 33-Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se.

 34-E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê! 

35-Jesus chorou. 

36-Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava. 

37-Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse? 

38-Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra. 

39-Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. 

40-Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? 

41-Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. 

42-Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. 

43-E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! 

44-Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.

45-Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele.

   Introdução

D

 e todos os sinais do ministério de Jesus, o capítulo 11, do Evro de João, parece culminar no tempo de Jesus para a sua morte e a ressurreição que viria pouco depois daqueles dias. É possível que tenha sido o sinal milagroso mais dramático dado por Jesus como evidència de que Ele era o Filho de Deus. O milagre da ressurreição de Lázaro só foi registrado por João. Os outros Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) não o registraram. Mas a história do ministério público de Jesus tem o registro de outros milagres de ressurreição dos mortos, tais como: a filha de Jairo (Mt 9.18-26; Mc 5.21-43; Lc 8.40-56); o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); e, por último, a ressurreição de Lázaro Jo 11.32-45). Na narrativa de João, a ressurreição de Lázaro era, de fato, o último sinal milagroso de Jesus como o Filho de Deus antes de enfrentar o suplício do Calvário.

  O capitulo 11 ganha espaço depois da tentativa dos inimigos de Jesus prendê-lo em Jerusalém, conforme está registrado no capítulo 10. Ele, precavidamente, se retira da cidade e vai para um lugar além do Jordão (Jo 10.40-42 quando teve noticias de que seu amigo Lázaro de Betânia estava doente. Orientado pelo Espirito Santo, Jesus esperou por quatro dias para chegar a Betânia, pois estava na Pereia, a leste do Jordão, quando mensageiros the trouxeram noticias da grave enfermidade de Lázaro, Jesus demorou um pouco mais e o seu amigo veio a falecer. Jesus sabia, pelo Espirito, que no momento certo deveria tomar

o caminho para Betânia, visto que naquele lugar operaria o milagre que ninguém esperava.

  I- O Propósito Íntimo do Coração de Jesus

  No último sermão em Jerusalém (Jo 10.22-42), Jesus teve a oportunidade de declarar ao povo da cidade e aos seus oponentes judeus que as obras que fazia, Ele realizava em nome do Pai (10.25). Seu intuito maior era revelar sua identidade celestial, mas os judeus não criam nEle. Seu propósito intimo era de revelar-se como o Filho de Deus.

  1. Sua demora em ir para Betânia tinha um propósito especial

  Jesus estava na Pervía, que era a porção geográfica do reino de Herodes, o Grande, que ocupava o lado oriental e o lado sul do vale do rio Jordão e fazia fronteira com a Jordânia. Jesus estava no outro lado do rio Jordão, onde foi batizado por João Batista Jo 1.28).   Certamente, Jesus sabia que a sua hora de enfrentar o Calvário estava se aproximando e se retirou estrategicamente para longe do povo de Jerusalém para voltar a Jerusalem e colocar-se à disposição do Pai para ser entregue nas mãos dos seus algozes.

  A verdade é que Jesus demorou para atender o pedido de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, para curá-lo. Sua demora implicava a consciência que Jesus tinha da sua missão. Quando declarou "Esta enfermidade não é para morte" (11.4), Ele fortalecia a consciência do seu propósito maior de que o milagre que ocorrería seria um grande sinal tanto para os judeus como para os seus discipulos.

Jesus estava orientado pelo Espirito Santo e, certamente, ao de-morar-se no lugar onde estava, tinha como objetivo principal, sem dúvida, a oportunidade para realizar uma grande obra que glorificasse o Pai, poucos dias antes de submeter-se ao suplicio do Calvário. O milagre da ressurreição aumentaria a fé de todas as pessoas, inclusive de seus discipulos, de que Ele estava cumprindo os designios de Deus. Porém, Jesus só tomou a iniciativa de ir a Betânia para atender o pedido de Marta e Maria quatro dias depois que Lázaro estava morto e sepultado.

  2. O desapontamento com a morte de Lázaro deu a Maria e Marta a oportunidade de verem o milagre da vida

  No versículo 3, do Evangelho de João, capítulo 11, o texto diz que Maria e Marta esperavam que Jesus viesse socorrê-las, esperando dEle a afeição pela amizade que cultivavam. No versículo 5, está escrito que Jesus amava os três irmãos. Entretanto, a vontade soberana de Deus Pai não se submete ás circunstâncias e caprichos sociais e nunca se atrasa, nem se adianta. No momento certo, Jesus chegou a Betânia, Lázaro jä estava sepultado há quatro dias.

  No versículo 4, Jesus ouviu o recado de Marta e Maria porque eram amigos de longa data. Não está registrado quanto tempo Jesus permaneceu na Pereia, mas se sabe que foi um periodo em que Jesus fez uma pausa das suas atividades ministeriais depois que saiu de Jerusalém. Conforme o texto de João 11.6 "Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava", isso se pressupõe que muitas pessoas haviam crido nEle e na sua mensagem (11.8. Até então, Jesus havia sido bem recebido e aceito, enquanto, na Judeia, os seus habitantes e as pessoas da cidade de Jerusalém procuravam apedrejá-lo. Os discípulos questionaram a volta de Jesus para a Judeia, mas Ele entendeu que a hora estava chegando e a sua volta seria inevitável, mesmo com tanta hostilidade e ameaça de morte. Ele passou por Betânia, onde viviam seus amigos. Ao ter conhecimento da doença de Lázaro, Jesus olha para além da situação imediata e afirma que a doença de seu amigo não era para morte, mas, sim, para a glória de Deus (Jo 11.4)

  No momento certo, Jesus chegou a Betânia depois de quatro dias que Lázaro já estava sepultado. Jesus havia dito aos discípulos "Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou despertá-lo" ( 11. ARA). O modo como Jesus se referiu à morte de Lázaro não era uma negação da realidade da cesação da vida fisica, mas um modo especial de afirmar que Ele faria Lázaro voltar à vida de antes.

  3. Jesus se depara com Marta e Maria (Jo 11.20-23)

  Essas duas mulheres criam nos milagres operados por Jesus e sabiam que Ele era o Filho de Deus. Entretanto, tudo o que elas esperavam de Jesus é que tivesse vindo logo para encontrar a Lázaro ainda vivo e curá-lo de sua enfermidade. Mas Jesus, guiado pelo Espírito de Deus, sabia que o cronograma do Pai era diferente para que a sua glória fosse manifestada de modo glorioso. As irmãs, ao encontrarem com Jesus, angustiaram-se pela demora. Elas estavam tristes e um pouco desapontadas.

  Myer Pearlman explicou em seu Comentário de João, capítulo 11, versiculo 22, que:

  Marta e Maria viram sua fe submetida a trés provas: A primeira, foi a ausência de Jesus, pois Jesus não poderia ter faltado para estar ao lado de Lázaro. A segunda prova foi a demora de Jesus em ter vindo. Esperava-se que Ele viesse a tempo, mas Ele adiou a viagem por mais dois dias. A tercant prova era a perda do seu querido irmão Lázaro que estava agora morto, mas poderia estar vivo se Jesus estivesse presente.

Por outro lado, Maria, inconsolável ao ver Jesus, lançou-se aos seus pés e chorava muito, o que comoveu muito o Mestre (Jo 11.32,33%. Mas Ele era o consolador que o Pai enviaria para aliviar a dor dessa familia.

  II - Jesus Assegura a Marta a Ressurreição de Lázaro (Jo 11.21-23)

  1. A certeza que Jesus deu a Marta (Jo 11.20-24)

Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro: Maria, porém, ficou assentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também, agora, sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.   Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia.

  Marta, no versículo 21, expõe para Jesus sua tristeza, pois tinha plena certeza de seu poder como Filho de Deus. Ela sabia que Jesus curaria Lázaro da enfermidade. No versículo 22, Marta revela a con-vicção que tinha quanto à ressurreição de Lázaro, pois sua fe a levava a crer que Jesus poderia até mesmo ressuscitar seu irmão. Ela confiava que Jesus poderia fazer muito mais do que apenas curar Lázaro da enfermidade que o vitimou. É possível entender a sua convicção πο poder de Jesus, quando disse: "Agora, sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concedera" (v. 22), Mas Jesus preferiu apenas dizer a Marta: "Teu irmão há de ressuscitar".

  Ao ouvir Jesus "Teu irmão há de ressuscitar", é compreensivel que Marta considerasse essa afirmação nada mais que uma declaração convencional de consolo. Por outro lado, ela sabia intimamente que Jesus era o Filho de Deus e acreditava em seu poder para fazer muito mais. Marta confiava também que Jesus tinha algum propósito especial, uma vez que veio depois de quatro dias.

  2. A declaração enfática de Jesus a Marta: "Eu sou a ressurreição e a vida" (Jo 11.25)

   Noutra ocasião, Jesus declarou nos seus sermões:

Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama ao Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis. Pois assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer. (Jo 5.19-21)

  No versiculo 24, percebemos que Marta demonstra sua fe e crença na ressurreição dos mortos quando diz: "Eu sei que ha de ressuscitar", mas Jesus fala em um sentido presente ao declarar. "Eu sou". Marta tinha noção da doutrina biblica da ressurreição e revela sua crença nessa doutrina do judaismo, especialmente dos fariseus. Entretanto, Cristo fala da ressurreição num sentido imediato, visto que não diz "Eu vou levantar da morte a Lázaro", mas diz que vai "ressuscitar a Lázaro".

No versiculo 25, Jesus se declara como a "ressurreição e a vida", e assim podemos notar dois fatos extraordinários. Em primeiro lugar, Jesus revela seu poder soberano sobre todas as coisas, inclusive a morte e a vida. Ao declarar-se como sendo a ressurreição, Ele afirma que é a fonte de vida, tanto fisica como espiritual.

Em segundo lugar, Jesus faz promessas quando diz: "Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá". A quem são feitas essas promessas senão "a aquele que vive e crê em mim", ou seja, aquele que crë em Jesus recebe vida fisica e espiritual. A história bíblica tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento e na história da igreja de Cristo då testemunho do poder divino na ressurreição de mortos, não apenas como promessa futura, mas como promessa presente.

   Compartilho com os irmãos a história da ressurreição da minha mãe no ano de 1953, quando meu pai era pastor em São Francisco do Sul, Santa Catarina. Os nomes de ambos eram Jardelina Cabral e Osmar Cabral, um dos casais pioneiros da Assembleia de Deus no Estado de Santa Catarina. Eu tinha apenas 7 anos de idade. Meu pai levou-me para a casa de um pastor amigo, e minha irmã, com 5 anos de idade, foi levada para outra casa. Minha mãe fazia tratamento especial para problemas agudos dos pulmões num Hospital em Joinville, também em Santa Catarina. Porém, era uma mulher que amava cantar e tocar seu violino na igreja e, deitada na cama do hospital, numa madrugada, pediu que o Senhor a fizesse ouvir o coral da igreja cantar antes de morrer. Numa madrugada, seu quarto foi invadido por uma luz radiante e um coral de seres angelicais cantou para ela. Aqueles seres angelicais cantavam sem tocar com os pés no chão. Depois de cantarem, eles foram embora e ela foi consolada por aquela visão. Era, de fato, uma preparação para enfrentar a morte. Pela manhã cedo, seus pulmões não respondiam mais ao tratamento com os aparelhos respiratórios e, em dado momento, com o meu pai acompanhando aquele cenário, minha mãe deu seu último suspiro e morreu. Meu pai imediatamente chamou as enfermeiras e médicos de plantão, mas já era tarde. Minha mãe, a irmā Jardelina Cabral, havia morrido e fora para o Paraiso. Meu pai, um pastor jovem e cheio da unção do Senhor, se ajoelhou segurando uma das mãos de minha mãe e orou com lágrimas: "Senhor, faça voltar à vida a minha esposa, eu tenho dois filhos pequenos e um ministério para cumprir". Meu pai levantou-se do chão do hospital e ficou olhando o rosto de minha mãe. De repente! Ela deu um suspiro e o coração voltou a bater.   Creio na doutrina da ressurreição porque sei de outros testemunhos vibrantes de pessoas que faleceram e voltaram a viver

  Há um testemunho que o Brasil inteiro conhece que é a ressurreição do pastor João de Oliveira. Ele era pastor em Pindamonhangaba, São Paulo, e professor do Instituto Bíblico das Assembleias de Deus no Brasil (IBAD. Tudo aconteceu no ano de 1966. Muitos irmãos foram se despedir do pastor João de Oliveira, entre eles estava J. P. Kolenda. O pastor Kolenda chegou junto à cama onde ainda estava o corpo do pastor João de Oliveira, enquanto se preparava a igreja e os documentos próprios para o seu funeral. J. P. Kolenda tomou uma das mãos do seu amigo, levantou os olhos em lágrimas e disse: "Senhor Jesus, aqui quem fala ė J. P. Kolenda; se possivel, faça voltar a vida a este corpo do teu servo. Amém". Milagrosamente, a vida voltou a João de Oliveira e ele ficou muitos anos testemunhando do poder do Senhor, vindo a falecer anos depois, em 9 de julho de 1980, em São José dos Campos, São Paulo.

  Esses testemunhos tém na história as suas comprovações. Eles nos fazem reconhecer que a doutrina da ressurreição não é uma mera ilusão, mas se constitui de verdades reais e indiscutiveis ainda em nossos tempos.

  III- Jesus Reafirma a Doutrina da Ressurreição

  1. Jesus declara a Marta que seu irmão haveria de ressuscitar

  Quando Jesus declara a Marta: "Teu irmão há de ressuscitar" (v 23, ela não tinha dúvida quanto a isso, pois concorda inicialmente com Ele ao dizer: "Eu sei que ele hå de ressuscitar na ressurreição do último Dia" (v: 24). Ela estava conformada com as palavras de Jesus, todavia esperava mais do Mestre.

  Sabemos da ressurreição fisica que Jesus operou com Lázaro, como um milagre possível em alguns outros episódios na Bíblia. Jesus já havia ensinado sobre o assunto no capítulo 5.28,29. A ressurreição dos mortos engloba todos os mortos. O apóstolo Paulo referiu-se à ressurreição de todos os mortos, justos e injustos, que obedecerá a uma diferença de tempos distintos. Os justos ressuscitarão quando a trombeta soar para o arrebatamento da igreja. Os injustos ressuscitarão no fim de todas as coisas no Juízo Final (Ap 20.11-15). Os santos ressuscitarão na primeira ressurreição quando seus corpos serão transformados em corpos espirituais gloriosamente (1 Co 15.42; 1 Ts 4.13-17. Quanto aos impios, ressuscitarão em corpos inglórios no Juízo Final (2 Ts 1.9; Ap 14.10,11).

  2. A natureza da ressurreição

  Naturalmente, neste capitulo estamos apenas dando alguns destaques sobre a doutrina da ressurreição. A primeira verdade quanto à ressurreição: ela será seletiva, mas não discriminativa. A salvação é oferecida a todas as pessoas no mundo e é oferecida a todos de igual modo. Em segundo lugar. a ressurreição tem um caráter universal, porque justos e injustos hão de ressuscitar (Jo 5.28,29; At 24.14,15). O caráter universal da ressurreição separa e distingue justos e injustos. A terceira verdade quanto à ressurreição: ela será literal e corporal (fisica). Há uma distinção entre a ressurreição simbólica (espiritual) e a literal (Ef 5.14; Fp 3.21; 1 Ts 4.13-17)

  Outra verdade acerca da ressurreição é a distinção quanto ao tempo quando a Biblia fala da primeira e da segunda ressurreição. A primeira fase da ressurreição refere-se à ressurreição de Cristo e muitos corpos dos santos do Antigo Testamento que ressuscitaram com ele e são chamados "primícias dos que dormem" (1 Co 15.20; Mt 27.52,53), A segunda fase da primeira ressurreição dos salvos em Cristo acontecerá no mesmo tempo do arrebatamento da igreja, antes da Grande Tribulação (1 Co 15.51,52; 1 Tv 4.14-17).

  A segunda ressurreição refere-se ao estado final dos impios, porque ressuscitarão para uma segunda morte (Ap 21.8). Essa segunda morte, não significa o aniquilamento dos impios, mas significa o seu banimento eterno da presença de Deus (2 T3 1.9). Esse afastamento implica que todos os impios, juntamente com o Diabo, o Falso Profeta e o Anticristo, serão lançados no Geena, isto é, no "Lago de Fogo" (Mt 25.41,46) co seu tormento será eterno (Ap 14.10,11).

  3. Dois aspectos escatológicos da resposta de Jesus (Jo 11.23-25)

  A resposta de Jesus a Marta quando ela declarou sua crença de que haverá ressurreição "no último Dia" (v. 24) referia-se a algo que vai além da vida presente. Entretanto, Jesus fala de algo que transcende a percepção humana e distingue a vida natural da vida eterna. Quando Ele diz: "ainda que esteja morto, vivera" (v. 25) transmite a ideia de que o crente, mesmo que venha a morrer fisicamente, um dia, ele ressuscitará. A morte para o crente perde a força porque não será capaz de impedir que o crente tenha a vida eterna. Há pelo menos três tipos de ressurreição na Biblia:

  A ressurreição nacional. Tem um caráter politico e material que se refere, especialmente, à restauração e renovação do povo de Israel (Dt 4.23-28; Lv 26.14,15,31-35; Ez 11.17; 36.24; 37.21). Todas essas referências correspondem å restauração política, económica, moral e religiosa de Israel.

   A ressurreição espiritual. E o renascimento do espírito tanto em relação a Israel como á igreja de Cristo Jesus na Terra (Ef 2.11; Rm 6.4; 2 Co 5.17).

   A ressurreição fisica. Precisamos distinguir esse tipo sob dois ângulos: o temporal e o escatológico. O escatológico diz respeito ao futuro e aos mortos que partiram em Cristo. Além disso, essa ressurreição dar-se-á no arrebatamento da igreja e a ressurreição dos impios no Juizo final (1 Co 15.52; 1 Ts 4.13-17).

  4. A ressurreição de Lázaro (Jo 11.33-44)

  Jesus comoveu-se e chorou junto com as irmãs de Lázaro e todos os amigos que choravam a perda fisica de Lázaro (Jo 11.35). Ele pediu que o levassem até o túmulo cavado na rocha onde jazia Lázaro há exatos quatro dias (Jo 11.39). Chegando junto ao túmulo, o corpo de Lázaro já havia começado a decompor-se e cheirava mal. Jesus então disse a Marta: "Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?" (v. 40). Logo em seguida, Jesus pediu que tirassem a pedra da entrada do túmulo e, retirada a pedra da entrada, ordenou com voz alta e com grande autoridade e poder para que entrasse a vida no corpo de Lázaro e ele saísse do túmulo. Como defunto, Lázaro estava envolto em lençóis com um lenço sobre o seu rosto. Mas quando o Filho de Deus ordenou a nova força vital, Lázaro saiu andando com passos curtos porque estava totalmente envolvido pelos lençóis dentro do túmulo. De um modo glorioso o seu corpo se recompôs e creio que o cheiro da morte, também, deve ter desaparecido. O milagre desafiou a incredulidade dos seus inimigos porque a glória de Deus não se restringe a milagres fisicos, mas se manifesta no milagre da salvação que Jesus opera no pecador.

  "A glória de Deus não se restringe a fatos isolados, mas na ressurreição dos mortos em Cristo, a glória de Deus será manifestada."

   E o Verbo se fez carne


























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