sábado, 19 de abril de 2025

CPAD : E o Verbo se fez carne — Lição 4: Jesus — o Pão da Vida

                                   


                                                                 TEXTO ÁUREO

“Eu sou o pão da vida.”

(Jo 6.48).

VERDADE PRÁTICA

Jesus é o Pão da Vida que sacia a fome espiritual de todo ser humano.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 6.1-14.

1 — Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades.

2 — E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.

3 — E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos.

4 — E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.

5 — Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?

6 — Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.

7 — Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhe bastarão, para que cada um deles tome um pouco.

8 — E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:

9 — Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos?

10 — E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.

11 — E Jesus, tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam.

12 — E quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.

13 — Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.

14 — Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

O Evangelho apresenta Jesus como o Pão da Vida, destacando sua missão de oferecer sustento espiritual e vida eterna ao pecador. Assim como o pão físico é indispensável para a sobrevivência do corpo, o Senhor Jesus é essencial para a saúde da alma, pois somente Ele pode saciar a nossa fome de Deus. Nesta lição, compreenderemos o significado de depender de Jesus como nosso alimento espiritual diário e como sua obra nos garante a vida eterna. Dessa forma, seremos conduzidos a uma comunhão mais profunda com o Senhor.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Instruir a classe a respeito do Milagre da Multiplicação; II) Refletir a respeito aos desafios da fé; III) Correlacionar a necessidade do ser humano com Jesus como o Pão do Céu.

B) Motivação: O pão é um alimento básico em diversas culturas, representando o sustento e a vida. Da mesma forma que uma alimentação inadequada compromete a saúde física, a falta de nutrição espiritual em Jesus, o Pão da Vida, prejudica nossa vida espiritual. Assim como o pão é indispensável para o corpo, Cristo é fundamental para alcançarmos a vida eterna.

C) Sugestão de Método: Prepare, com antecedência, cartões com versículos que reforcem o tema da lição. Por exemplo, Mateus 6.35: “Eu sou o pão da vida; quem vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede”. Selecione também outros versículos. Antes de iniciar a aula, distribua os cartões que preparou. Após apresentar o tema, solicite aos alunos que leiam os versículos em voz alta e, logo a seguir, façam uma breve reflexão sobre como esses textos podem influenciar a sua vida espiritual.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A lição que temos diante de nós propõe uma reflexão acerca dos “alimentos espirituais inadequados” que não preenchem a nossa real necessidade espiritual. Assim, é fundamental que dependamos exclusivamente de Jesus como o nosso sustento diário. Ele nos alimenta espiritualmente e nos habilita a fazer as melhores escolhas em nossas atividades e relacionamentos.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 101, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Sinais [ou Milagres]”, localizado após do primeiro tópico, aprofunda o conceito de milagres apresentado no Evangelho de João; 2) No final do segundo tópico, o texto “A Fé Submetida à Prova” apresenta uma reflexão a respeito de um dos propósitos do milagre da Multiplicação.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O Senhor multiplicou pães e peixes para saciar a fome de uma grande multidão. No entanto, Ele notou que as pessoas estavam focadas apenas nas suas necessidades materiais, preocupando-se unicamente em satisfazer a sua fome imediata. A lição desta semana visa demonstrar que somos dependentes de Deus. Essa dependência não se limita às necessidades materiais, mas, acima de tudo, refere-se à nossa necessidade espiritual, que só o “Pão da Vida” pode satisfazer plenamente.

Palavra-Chave:

VIDA

I. JESUS, A MULTIDÃO, E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO

AUXÍLIO TEOLÓGICO

 “SINAIS [OU MILAGRES]

 (1) O que são milagres? (a) São obras de origem e poder sobrenaturais (gr. dynamis; veja At 8.13; 19.11). (b) Eles funcionam como um sinal ou uma marca (gr. sōmeion) da autoridade de Deus (veja 2.11, nota; Lc 23.8; At 4.16,30,33). O maior milagre, que é o milagre central do Novo Testamento, é a ressurreição de Jesus Cristo (1Co 15).

(2) Os milagres servem, pelo menos, a três propósitos no reino de Deus, (a) Honram a Jesus Cristo, comprovando a veracidade de sua mensagem, e provam sua identidade como Filho de Deus e nosso Salvador (2.23; 5.1-21; 10.25; 11.42). (b) Expressam o amor compassivo de Cristo (Mc 8.2; Lc 7.12-15; At 10.38). (c) Significam a oportunidade da salvação (Mt 11.2ss), a vinda do reino de Deus [...].

(3) A Palavra de Deus indica que os milagres devem continuar a ocorrer através de seus seguidores na igreja, (a) Jesus enviou os seus seguidores para pregar e realizar milagres (Mt 10.7,8; Mc 3.14,15; veja Lc 9.2, nota), (b) Jesus declarou que aqueles que creram nEle através da pregação de sua Palavra fariam as obras que Ele fez, e ainda mais coisas (14.12; Mc 16.15-20). (c) O livro de Atos registra muitos milagres feitos em, e através da vida de seus seguidores (At 3.1ss; 5.12; 6.8; 8.6ss; 9.32ss; 15.12; 20.7ss); em outros trechos do Novo Testamento, estes feitos são chamados de “sinais” que confirmam a veracidade da mensagem de Cristo (At 4.29,30; 14.3; Rm 15.18,19; 2Co 12.12; Hb 2.3,4)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1857).

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

 “Se alguém sabia onde encontrar comida, este era Filipe, porque era de Betsaida (1.44), uma cidade a cerca de 15 km de distância de Cafarnaum. Jesus testou Filipe, a fim de fortalecer a sua fé. Ao pedir do discípulo uma solução humana (sabendo que não havia), Jesus enfatizou o poderoso milagre que estava prestes a realizar.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, p.1427.

 AUXÍLIO BÍBLICO—TEOLÓGICO

A FÉ SUBMETIDA À PROVA

 “Este é o único milagre de Jesus que está registrado nos quatro Evangelhos (cf. Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17). Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? (5) O registro aqui não menciona o fato de que Jesus tivesse compaixão da multidão (cf. Mt 14.14; Mc 6.34). Ao contrário, a sua vinda é a oportunidade para que Filipe seja posto à prova. Mas dizia isso para o experimentar (6). A observação de João — porque ele bem sabia o que havia de fazer — é típica. Em todo o seu Evangelho, o evangelista fala como alguém que tem um íntimo conhecimento da mente do Senhor” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.69).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

JESUS — O PÃO DA VIDA

Nesta lição, veremos que Jesus é o pão vivo que desceu do céu e dá vida aos homens. Essa analogia foi aplicada pelo Mestre para ensinar a Seus discípulos e seguidores que, além do suprimento material, há uma fome na alma do ser humano que precisa ser saciada. Quando fez essa declaração, Jesus confrontou os discípulos, bem como os judeus que o seguiam, endossando que Sua carne verdadeiramente é comida, e Seu sangue verdadeiramente é bebida (Jo 6.55). Num primeiro momento, esse discurso chocou muitas pessoas que o seguiam, até mesmo os doze discípulos mais próximos.

De acordo com Lawrence O. Richards, na obra Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento (CPAD), “a imagem não somente chocou os líderes judeus como os repeliu. De acordo com Levítico 17.11, a vida da carne está no sangue. O sangue pode ser derramado em sacrifício, mas beber sangue era completamente proibido, com a punição da expulsão do relacionamento do concerto. Embora Jesus claramente não pudesse estar falando literalmente, até mesmo a imagem era repulsiva para os judeus. Esta imagem também deve ter sido mal interpretada pelos cristãos. Alguns entenderam as palavras de Jesus no sentido literal e supuseram que Ele se referia aos elementos da Santa Ceia, que na tradição católica romana supostamente se transformavam no próprio corpo e sangue de Cristo, e na tradição luterana tornam-se uma única essência com o corpo e o sangue de Cristo. Entretanto, estas interpretações ignoram o uso metafórico de ‘pão’ tanto aqui quanto no restante das Escrituras [...]. Assim, até mesmo os patriarcas da igreja veem aqui uma poderosa metáfora da fé, a apropriação de Cristo, a bênção de entrar em união com Ele e compartilhar sua vida” (2007, p.213).

Ao observarmos a natureza da mensagem do Evangelho, fica claro que Jesus não estava falando do seu corpo físico, mas do memorial que lembraria Sua morte sobre a cruz (1Co 11.24,25). Mas, pelo fato de o buscarem apenas pela comida que perece, muitos o abandonaram depois dessa mensagem. Como seus seguidores da era atual, somos confrontados a ter um relacionamento verdadeiro com Jesus. Se Suas palavras não nos confrontam ou não geram reflexões profundas sobre nosso modo de viver e o exercício da fé, há algo de errado. Jesus finaliza o seu discurso, dizendo que quem não participa desse baquete não tem a vida em si mesmo (v.53). Somos desafiados diariamente a renunciar nossas vontades para fazer a de Cristo.

CONCLUSÃO

Nesta lição, compreendemos que Jesus é o Pão da Vida e se ofereceu por nós. Assim, aqueles que se alimentam de sua Palavra satisfazem a sua fome espiritual e recebem a vida eterna. O nosso Senhor é o pão que veio do céu, um alimento inextinguível que nos nutre para sempre. Por conseguinte, não devemos limitar-nos ao alimento material, que tem uma função fisiológica relevante, porém, passageira; aspiremos, portanto, ao alimento celestial que proporciona vida em abundância eternamente!

   CPAD : E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar do Apóstolo do amor

Comentarista: Elienai Cabral

Lição 4: Jesus — o Pão da Vida

Capítulo 4

Jesus, o Pão que Dá Vida ao Mundo

"Eu sou o pão da vida."

João 6.48

João 6.1-14

1- Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberiades.

2- E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos,

3- E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discipulos

4- E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.

5- Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compravemos pão, para estes comerem?

6- Mas dizia isso para o experimentar, porque ele bem sabia o que havia de fazer

7- Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhe bastarão, para que cada um deles tome um pouco

8-E um dos seus discipulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe

9- Está aqui um rapaz que tem cinco piles de cevada e dois peixinhos, mas que é isso para tantos?

10- E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.

11- E Jesus tomou os piles e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam.

12- E quando estavam saciados, disse aos seus discipulos: Recolher os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.

13- Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.

14- Vendo, pois, aqueles homens a milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo


Introdução

D

 esde o episódio do capítulo 4 do livro de João, no encontro com a mulher samaritana, Jesus se revelou como o Sal-vador do mundo, atraindo as pessoas da aldeia de Sicar a aceitarem-no como o Messias prometido (Jo 4.39-42). Dois dias depois, Jesus partiu de Sicar e foi completar sua viagem à Galileia (Jo 4.43). Nessa viagem, Jesus passou por Caná da Galileia e curou o filho de um oficial do rei que estava enfermo, dando apenas uma palavra ao pai do menino que estava em Cafarnaum. Jesus também percebeu que a multidão o procurava por causa de seus milagres, e não por sua mensagem (Jo 4.39-42).

  No capitulo 5, o texto diz que Jesus subiu a Jerusalém, mais uma vez, porque havia uma festa dos judeus, e era dia de sábado. Em Jerusalém, Jesus foi a um lugar que era conhecido como Tanque de Betesda, onde havia muitos enfermos esperando o mover das águas por uma ação angelical, para serem curados de suas moléstias.   Naquele lugar, Jesus dirigiu-se diretamente a um homem paralitico havia 38 anos e ordenou que aquele homem se levantasse, tomasse sua cama e começasse a andar, e o milagre aconteceu (Jo 5.5-8). Em seguida, seus inimigos constantes, os fariseus e escribas, o questionaram sobre a cura do paralitico num dia de sábado, e Jesus deu-lhes a resposta que mereciam (Jo 5.9-11). Nos versiculos 16-47, depois de operar esse milagre, Jesus, em seu discurso, declarou-se Filho de Deus e igual ao Pai. Suas declarações encheram de ódio os seus inimigos e, por isso, queriam matá-lo. Cristo conhecia os designios do Pai e sabia que não era a hora de ser morto pela humanidade como o glorioso sacrificio.   Por esse motivo, Ele resolve voltar à Galileia indo, especialmente, para Tiberiades (Jo 6.1).

  I- A Narrativa de João sobre o Milagre da Multiplicação dos Pães e Peixes (Jo 6.1-15)

  O Evangelho de João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, apre-senta a narrativa de um dos mais notáveis milagres de Jesus quando alimentou uma grande multidão de homens, mulheres, jovens e crianças com cinco pães e dois peixinhos. Os estudiosos discutem questões de lugar e época da realização desse milagre, por que Jesus havia saído de Jerusalém, na Judeia, e resolveu ir para a Galileia na cidade de Tiberiades (Jo 6.1). Nesse lugar, Jesus percebeu que uma multidão o procurava somente por causa dos milagres e curas feitas entre o povo. Em Jerusalém, os opositores religiosos judeus, além de rejeitá-lo como o Messias, ainda procuravam matá-lo.

  Há um espaço de tempo de quase um ano entre a estada de Jesus em Jerusalém e a sua viagem para a Galileia. O primeiro versiculo do capítulo 6 de João começa com estas palavras: "Depois disso". Que coisas foram essas? Foram os incidentes provocados pelo discurso de Jesus aos judeus de Jerusalém, que o fizeram sair da cidade e tomar o caminho da Galileia. Isso aconteceu durante a Festa da Páscoa no capítulo 5.

  No capítulo 6, aproximava-se, quase um ano depois, outra vez, a festa tradicional da Páscoa, um ano antes da sua crucificação. João se preocupava em enaltecer a Cristo perante o mundo. A história do milagre dos pães e peixes encontra-se nos quatro Evangelhos, a saber, em Mateus 14.13-21; Marcos 6.30-44; Lucas 9.10-17; e João 6.1-15.

 1. Jesus tem uma percepção especial para com a multidão (Jo 6.1,2)

 Quando Jesus tomou os pães e os peixinhos nas mãos, ordenou que a multidão fosse organizada em grupos de cem em cem e grupos de cinquenta em cinquenta pessoas, para facilitar a distribuição dos pães e peixes (Mc 6.40. Manifesta-se nesse capitulo o poder infinito de Jesus, alimentando essa multidão de homens, mulheres, jovens e crianças de quase 5 mil pessoas Jo 6.10) que estavam acompanhando Jesus para ver outros milagres. Essa narrativa de João revelou o poder criador de Deus, que é capaz de fazer existir o que antes não existia, o que difere dos milagres de curas de enfermos e outros milagres mais (Jo 6.11-13).

  2. Jesus percebeu que a multidão veio atrás de milagres e sinais, e não compreendeu a sua mensagem (Jo 6.2,3)

  Ao final da tarde, quando todos já estavam alimentados de pão e peixe, a multidão continuava na expectativa de outros milagres. Jesus havia percebido que aquela multidão estava ávida por assistir a outros sinais operados por Ele, mas não estava disposta a aceitar a mensagem de salvação. Jesus, então, procurou um pequeno monte para poder falar com a multidão. Hoje em dia, não é muito diferente, pois o comportamento do povo, infelizmente, não mudou. As pessoas desejam ser alvos de milagres, mas não estão interessadas em ouvir a Palavra de Deus.

  3. "E Jesus subiu ao monte" (Jo 6.3)

  Que monte era esse? Não há uma designação do local onde estava esse monte, mas tudo indica que era um monte naquela região marítima. Jesus queria repousar, mas quando viu a multidão naquele local, entendeu que era a oportunidade para falar com as pessoas (Jo 6.5). Ele procurou uma pedra mais confortável para se assentar e começar o seu discurso. O amor de Jesus exprimiu-se mais forte naquela hora. Ele subiu ao ponto mais alto naquele monte, como um lugar improvisado ideal, para revelar à multidão sobre o "Pão da Vida" (Jo 6.48).

  Essa multidão não seguia Jesus motivada pela fë, mas pela curiosidade acerca dos milagres que Ele havia realizado (Jo 6.26). Mesmo assim, Jesus teve compaixão por essas pessoas, por isso curou os en-fermos e os alimentou. Entretanto, quando Jesus saiu de Jerusalém, Ele desejava retirar-se para ficar longe do assédio da multidão com o

intuito de estar um pouco a sós com seus discipulos para repousarem, mas as pessoas frustraram esse projeto (Jo 6.2. Todavia, a percepção de Jesus o fez ver que a multidão não queria aceitar a sua mensagem porque não admitia que Ele fosse o Filho de Deus, preferindo a ideia de que fosse apenas um profeta poderoso. Não é muito diferente nos tempos atuais, quando multidões correm atrás dos milagres e de curas fisicas e estão pouquíssimo interessadas pela Palavra de Deus. Jesus sabia que aquelas pessoas precisavam mais do que grandes milagres, porque eram carentes, pobres e sem nenhum recurso para resolver seus problemas. Por essa razão, o Filho de Deus não só opera o milagre dos pães, mas também mostra a essas pessoas que existe um poder muito maior e mais forte para suas almas carentes.

  II- Jesus Viu na Multidão a Oportunidade para Oferecer o Pão do Céu

   1. "Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele" (Jo 6.5)

  Essa narrativa inicial de João nos mostra que Jesus decide ir ao encontro da multidão porque conhecia seus problemas de ordem fisica, material e, principalmente, espiritual. Ele olha ao mesmo tempo para o futuro dessas pessoas. Então, Ele testa os seus discipulos e lhes pergunta: "Onde compraremos pão, para estes comerem?" (v. 5). Eles discutiram sobre o que fazer, mas não tinham dinheiro suficiente para alimentar uma multidão daquele tamanho,    André, irmão de Simão Pedro, en controu um menino que, por acaso, tinha em seu bornal, "cinco pães de cevada e dois peixinhos" (v, 9). Dentro da lógica humana, aquela porção encontrada era minúscula mediante a necessidade.

  2. Jesus testa a fé dos seus discipulos (Jo 6.6)

  Filipe era quem estava mais próximo do Mestre naquele momento e diante do problema não tinha uma ideia para oferecer a Jesus, nem tão pouco os demais discípulos. Todos, apesar de terem experimentado a manifestação dos milagres de Jesus em outras ocasiões, naquela hora estavam preocupados. Jesus, então, querendo experimentar o grau de fë de seus discípulos, perguntou a Filipe onde seria comprado pão para alimentar o povo. No ministério cristão, ás vezes, somos desafiados pelas circunstâncias adversas e precisamos de alguma luz para clarear nossa mente acerca da solução possível.

  Todos aqueles discípulos estavam sendo treinados para os desafios da missão que teriam depois da ressurreição de Jesus. Na verdade, Jesus queria mostrar aos seus discípulos a impossibilidade humana de prover pão para aquela multidão. Não só Filipe, mas também André ficaram imaginando como resolver o problema. Aqueles discípulos foram pelo meio da multidão em busca de algum tipo de alimento, mas ninguém estava naquele lugar preparado para tal, muito menos, com pão suficiente para alimentar mais de cinco mil homens, fora crianças, mulheres e jovens. Quando encontraram cinco pães e dois peixinhos entenderam que, humanamente, não podiam fazer nada. Mesmo assim, trouxeram o alimento e o colocaram nas mãos de Jesus.

  "E Jesus tomou os pões e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discipulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam." (Jo 6.11)

  Quando entregamos a Jesus o que temos, Ele o multiplica em bênçãos. Jesus tomou nas mãos os pães e deu graças ao Pai por aquela provisão. Logo a seguir, os pães e os peixes se multiplicaram nas mãos dEle. No dia seguinte, Jesus se deparou com a multidão que queria mais pão, mas Ele os confrontou dizendo-lhes: "Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou" (Jo 6.27).

  Na narrativa de João, não há nenhuma cronologia na história. Propositalmente, o apóstolo narra o milagre (Jo 6.1-12) com o intuito de fortalecer a fe e para que todos cressem em Jesus como o Senhor todo-poderoso.

  3. Jesus desafiou seus discipulos a dar de comer à multidão

  Quando Jesus perguntou aos seus discipulos sobre como alimentar a multidão, Ele disse: "Onde compraremos pão, para estes comerem?" (v.5). João disse que Jesus fez a pergunta a Filipe para o "experimentar" (v. 6). O verbo experimentar tinha por objetivo perceber o nivel de com-preensão espiritual acerca da fome da multidão. Não houve incerteza da parte de Jesus quanto ao que acontecería naquele lugar, mas era um modo de ensinar aos seus discipulos amados que Ele que tinha poder para realizar milagres.

   Jesus, tão somente, disse-lhes: "Dai-lhes vós de comer" (Mc 6.37). O Evangelho de Marcos registrou a mesma experiência (vv. 35,36):

E, como o dia fosse já muito adiantado, os seus discipulos se aproximaram dele e lhe disseram:

  O lugar é deserto, e o día está já muito adiantado; despede-os, para que vão aos campos e aldeias circunvizinhas e comprem pão para si, porque não têm o que comer.

Mas Jesus tão somente com autoridade lhes disse (v. 37); "Dai-lhes vos de comer" (ARC) ou "Dai-lhes vos mesmos de comer" (NAA).     

   Os pães de cevada eram um alimento comum das pessoas pobres, porque as pessoas mais abastadas preferiam pães de trigo. Os peixinhos, provavelmente, eram secos, geralmente conservados em salmoura. Jesus tomou esses alimentos diminutos e os multiplicou para uma grande multidão. A lição que aprendemos é que Deus nos surpreende com soluções especiais. O menino cedeu seus pães e peixes, e Jesus os tomou e deu graças ao Pai por aquela provisão. A Biblia diz que Ele tomou aqueles pões em suas mãos e, depois de abençoá-los, os partiu. De suas mãos, o poder milagroso da multiplicação foi operado. Ao final, os discipulos conseguiram alguns cestos e os encheram com os påes e peixes, e Cristo ordenou que fossem distribuídos à multidão. Todos comeram e se fartaram, sobrando ainda 12 cestos com os restolhos.

    III - Jesus Apresenta à Multidão "O Pão do Céu" (Jo 6.22-58)

   1. Jesus mostra a diferença entre o pão material e o pão espiritual

  Já era o dia seguinte depois da multiplicação dos pães e peixes, e a multidão descobriu que Jesus havia ido para o outro lado do mar, de Tiberiades para Cafarnaum (6.23-26). Então, Jesus nos versículos 26-29 dá início a um diálogo com a multidão ao seu redor, que não havia entendido, até aquele momento, a principal razão do milagre operado, que era vê-lo como aquEle que podia dar-lhes o pão do céu. O povo esperava apenas alguém que, politicamente, pudesse diminuir as pressões sociais, a fim de que não faltasse o pão material para suas familias. Na realidade, Jesus percebeu que o povo não entendeu que a solução para todos os problemas sociais e fisicos estava no ato de crer apenas que Ele era o pão do céu, que Deus estava oferecendo a todos. Bastava tão somente crer nEle. Jesus Cristo explicou melhor essa ques-tão quando disse: "Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou". Jo 6.27).

  2. O Pão do Céu (Jo 6.35-47)

  Tendo percebido a incredulidade dos seus oponentes por ter declarado ser "o pão do céu" (Jo 6.32), Jesus falou de modo claro incisivamente: "Eu sou o pão da vida" Jo 6.35). Naturalmente, Jesus deu-se a conhecer quando fez a declaração que confirma essa identificação: "EU SOU" (Jo 8.58. Com essa declaração, Ele assume a sua divindade, porque fez a mesma declaração em outras ocasiões, demonstrando a plenitude do seu poder. Existem, pelo menos, sete afirmações, somente no Evangelho de João, que autenticam sua deidade:

 Eu sou o pão da vida (Jo 6.35,48,51) Eu sou a luz do mundo (Jo 8.12; 9.5)

 Eu sou a porta das ovelhas (Jo 10.7,9)

 Eu sou o Bom Pastor (Jo 10.11,14)

 Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11.25)

 Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6)

 Eu sou a videira verdadeira (Jo 15.1,5)

  No versiculo 32, quando Jesus diz "Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos då o ver dadeiro pão do céu", Ele mostrou a diferença entre o maná que Deus concedeu ao povo de Israel em sua peregrinação no deserto, como um pão enviado do céu, mas que era de fato apenas um alimento para o corpo fisico e que a cada dia tinha que ser repetido. Jesus mostrou aquele povo o contraste entre o pão do deserto (o maná) e o "verdadeiro pão do céu". Em João 6, versiculos 35-37, Jesus se identifica como o Filho de Deus que dá a vida eterna aos que creem em seu nome:

  [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem cr em mim nunca terá sede. Mas já vos disse que também vós me vistes e, contudo, não credes. Tudo o que o Pai me dá viră a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.

  Quando Jesus disse "Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram" (vv. 48,49), Ele estava declarando, com firmeza, que a pessoa que comesse do pão que o Pai Celestial estava oferecendo nunca mais morreria, mas viveria para sempre. Essa afir-mação não significa salvação imediata e eterna, mas todo aquele que mantivesse sua fé em Cristo jamais morreria espiritualmente.

  3. O significado da expressão "comer o pão"

 

  Do mesmo modo como Jesus referiu-se à água, dizendo: "quem cr em mim nunca terá sede" (v. 35), disse, também: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim nunca terá fome" (v. 35). Jesus é doador da água da vida e do pão da vida. Tudo o que Jesus espera dos sedentos e famintos espirituais é que creiam nEle (v. 36). De modo especial, Jesus muda o objetivo da mensagem do "comer o pão do céu" para falar, de fato, da sua carne como "o pão do céu". A sua carne referia-se ao seu corpo (v. 51). Ele utiliza uma linguagem que, posteriormente, foi usada por Paulo, seu apóstolo, ao atribuir o pão simbólico da Ceia à sua carne. Nos versículos 51-58, Jesus inicia a sua mensagem com as palavras: "[...] o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo". Paulo escreveu aos corintios, ao falar da instituição da Santa Ceia, citando as palavras de Jesus, na última Ceia com seus discipulos:

  [] e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós, fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. (1 Co 11.24.25)

  Em João 6.51, Jesus faz alusão à morte quando diz: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre, e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo". No versiculo 39, Ele afirma que "a vontade do Pai, que me enviou, é esta: "que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último Dia". Jesus tem uma visão escatológica quando vè os que creem nEle de forma corporativa, isto é, aqueles que Ele redimiu do pecado hão de ressuscitar na ressurreição dos mortos (1) Co 15.51-54).

 Conclusão

  Aprendemos neste capítulo que se o pão da vida é Jesus, o que Jesus está dando é a si mesmo. Em João 6.51, lemos que "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo", essas palavras trazem a memória o que João Batista falou acerca de Jesus como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). Bem como a afirmação do profeta Isaias, quando ele chama Jesus de o "Servo de Jeová", "o Servo Sofredor" (Is 52.13-53.12). Além disso, o apóstolo João apresenta Jesus como aquele que dá a sua vida pela vida do mundo (Jo 3.15-17; 4.42).

  O pão do céu foi dado ao mundo a toda criatura que crê em Cristo para que nunca mais tenha fome espiritual.

    E o Verbo se fez carne — Jesus sob o olhar do Apóstolo do amor

    Elienai Cabral

 

 























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