Capítulo 1
A NATUREZA HUMANA E DIVINA DE JESUS
Nada foi mudado na
encarnação, portanto, Ele é o perfeito homem, “Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.s),
e o perfeito Deus, em toda a plenitude “porque nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade” (Cl 2.9). O Senhor Jesus é 0 verdadeiro homem e o verdadeiro
Deus, esta verdade é revelada com clareza no Novo Testa[1]mento.
O Jesus homem é 0 tema do capítulo 3 e o Jesus Deus no capítulo seguinte. Essa
doutrina é conhecida, hoje, como unio personalis, do latim, literalmente,
“união pessoal”, e teologicamente, significa, “a união das duas naturezas na
pessoa de Cristo”.79 Uma vez definida para sempre a cristo[1]logia em Neceia, 325, e a
Trindade em Constantinopla, 381, surgem várias especulações teológicas em torno
das naturezas de Cristo, humana e divina.
0 ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
Que
Jesus é o verdadeiro homem e ao mesmo tempo, o verdadeiro Deus, isso é uma
verdade com abundantes e irrefutáveis provas bíblicas. O que ensina a Bíblia
sobre a doutrina unio personalis?
Revisando a humanidade e a divindade de
Cristo Estudamos no capítulo 3 que 0 Senhor veio ao mundo como 0 perfeito
homem, “veio em carne”, ou seja, “e 0 Verbo se fez carne e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do uni[1]gênito do Pai” (Jo 1.14). O
apóstolo João retoma o tema mais adiante em suas epístolas (1 Jo 1.1-3; 4-2,3;
2 Jo v.7). Isso sem contar as inúmeras passagens no Novo Testamento que
mostram, de maneira direta e indireta, Jesus como ser humano perfeito, homem
completo em toda a sua natureza humana, “Jesus Cristo, homem” (2 Tm 2.5), mas,
sem pecado (Hb 4.15; 1 Pe 2.22).
Estudamos ainda no capítulo 4 a divindade de
Cristo, como a Bíblia re[1]vela essa verdade tanto de
maneira direta como também de maneira indireta, por meio de seus atributos e
obras divinas. O Senhor Jesus não é metade Deus e metade homem e nem uma
mistura dessas duas naturezas, não é isso que o Novo Testamento ensina. São
inúmeras passagens que ensinam a humanidade e a divindade de Jesus.
A unio personalis no Novo Testamento
A
doutrina das duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, é um ensino
essencialmente bíblico. Mas, a sua definição teológica só ocorreu no ano 451,
no Concilio de Calcedônia.80 Jesus andou entre nós, apresentou todas as
características do ser humano, exceto 0 pecado, e também manifestou a sua
glória, como Deus. Ele é 0 eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o
verdadeiro homem (Rm 1.3,4; 9-5)- As duas naturezas, a humana e a divina em uma
só Pessoa, a Pessoa de Cristo, aparecem ainda, de maneira expressa e direta (Jo
1.14; Rm 1.3,4; 9-5; Fp 2.5,6).
João
1.14 : “E 0 Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. A terceira
cláusula de João 1.1 declara: “e o Verbo era Deus”, e mais adiante: “Todas as
coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (v. 3).
Nessa encarnação, Ele não deixou de ser 0 Verbo eterno e nem deixou a sua
natureza divina.
A
expressão “e 0 Verbo se fez carne” significa que Ele veio como homem, assumindo
a natureza humana em toda sua completude identi ficando-se com o gênero humano,
possuindo corpo, alma e espírito. O verbo grego para “habitou entre nós” é
skênoõ, “habitar em tendas, tabernacular”, no Novo Testamento; ou “acampar em
tenda, levantar uma tenda” na Septuaginta.81 Esse verbo pertence ao mesmo campo
semântico do substantivo skênê, “tabernáculo, tenda, cabana”. Trata-se, pois,
de morada provisória. Isso diz respeito ao período temporário do ministério
terreno do Senhor Jesus.
Note
que a sua glória como a “do unigênito do Pai”, diz Vincent, não pode ser a
glória absoluta, pois ela “só podia pertencer ao estado preexistente dele e à
condição subsequente de sua exaltação, na sua glória revelada, sob as
limitações humanas, nele mesmo e nos que o observaram”.82 Trata-se da mesma
glória divina revelada no Antigo Testamento (Êx 40.34,35; 2 Cr 7.1,2). Essa
passagem joanina reúne, na pessoa de Jesus, a natureza humana e a natureza
divina.
Romanos
1.3, 4: “Este evangelho diz respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio
da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo 0
Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo,
nosso Senhor”. Há quem afirme que essas palavras “consistem em um hino ou credo
sobre Jesus anterior a Paulo”.83 Esses dois versículos declaram “sua verdadeira
humanidade junto com sua verdadeira deidade”.84 A expressão “da descendência de
Davi segundo a carne” (Rm 1.3 - ARC) é uma referência aos ancestrais de Jesus,
que ele veio de uma família humana de carne e ossos e que vivia entre o povo de
Israel, a sua genealogia está registrada em Mateus 1.1-16 e em Lucas 3.23-38.
Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito
Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do
Senhor Jesus.
O
versículo “designado Filho de Deus com poder, segundo 0 Espírito de santidade”,
afirma Robertson, indica que Jesus “era Filho de Deus em seu estado
preencarnado (2 Co 8.9; Fp 2.6) e o seguiu sendo após a encarnação”.85 Essa
expressão aponta a divindade de Jesus e isso é reforçado logo em seguida pelas
palavras “Jesus Cristo, nosso Senhor”. O “Espírito de santidade” ou “de
santificação” (ARC), que segundo Vincent, Robertson e outros, não diz respeito
ao Espírito Santo, mas “ao espírito de Cristo como o lugar da natureza divina
pertencente à sua Pessoa”;86 87“não se re[1]fere
ao Espírito Santo, mas à descrição ética de Cristo, assim como kata sarka87 o
descreve fisicamente”.88
Romanos 9.5: “Deles são os
patriarcas, e também deles descende 0 Cristo, segundo a carne, o qual é sobre
todos, Deus bendito para sempre. Amém!” A questão, nessa passagem, é quanto à
pontuação, pois na antiguidade não havia sinal gráfico de pontuação. A escrita
antiga, hebraica, aramaica, gre[1]ga, latina e outras
línguas, muitas vezes, não deixavam espaço entre pala[1]vras
ou sentenças e a pontuação, até 0 século VII d.C., ainda era esporádica. A
vírgula foi introduzida na língua grega por volta do século IX, e o ponto de
interrogação (;), um pouco antes. Essa forma de escrita sem separação de
palavras e sentenças é chamada scriptio continua. Só depois do século XI é que
aparece separação entre palavras, a começar pelos manuscritos latinos. A
construção grega nessa passagem permite duas formas de pontuação, a forma
alternativa é “... o Cristo. Deus, 0 qual é sobre todas as coisas, seja bendito
para sempre”, e fraseologia similar. Versões, segundo essa linha de pensamento,
é incomum, mas é a forma predileta dos arianistas porque se adequa ao seu
pensamento heterodoxo.
Os editores da Tradução do Novo Mundo se
aproveitam dessa situação para adaptar 0 texto às suas crenças, e traduziram
assim: “A eles pertencem os patriarcas e deles descendeu 0 Cristo segundo a
carne. Deus, que está sobre tudo, seja louvado para sempre”. Nessa linguagem,
não afirmam Cristo como Deus. Mas, isso vem do Novo Testamento interlinear
grego e inglês, chamado The Emphatic Diaglott [O Diaglotão Enfático], publicado
em 1864 por Benjamin Wilson, um unitarista membro do grupo arianianista crista[1]delfiano, hoje editado pelo
movimento das testemunhas de Jeová; segundo Bruce Metzger, o texto é “um
ancestral da Tradução do Novo Mundo”.
[1] Algumas versões
trancaram a segunda parte dessa passagem. A ver[1]são
católica Bíblia do Peregrino traduz: “de sua linhagem segundo a carne descende
o Messias. Seja para sempre bendito o Deus que está acima de tudo. Amém”, e a
Bíblia Edição Pastoral: “e deles nasceu Cristo segundo a condição humana, que
está acima de tudo. Deus seja bendito para sempre. Amém!”. Quem se interessa,
geralmente, por tradução similar são editores heterodoxos, como as testemunhas
de Jeová.
Apesar
de ser uma tradução possível, não é natural, explica Robertson: Esta e a
maneira natural de tomar o sentido da oração, cuja pontuação própria e literal
é a seguinte: ‘O qual é sobre todas as coisas Deus bendito pelos séculos... A
interposição de um ponto e seguido depois de sarka (ou de um ponto e vírgula) e
a iniciação de uma nova oração para a doxologia, tem um resultado mui brusco e
forçado”.90
Ao
descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel como a adoção de filhos, a
glória, os concertos, a leijo culto e as promessas; o apóstolo con[1]clui: “deles descende o
Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para sempre. Amém!”
O Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e ao mesmo tempo é o “Deus
bendito eternamente”.
Filipenses 2.6-8: “Tenham entre vocês 0 mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que, mesmo
existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria
ser retido a qualquer custo. Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma
de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura
humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.
Essa passagem,
como Romanos 1.3,4, é parte de um antigo hino cristológico.91 O texto está
dizendo que, embora sendo Jesus Deus, não usou as prerrogativas da divindade
durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria
isso uma usurpação. Paulo está se re[1]ferindo ao status de Cristo
antes da encarnação (Jo 1.1,14). O apóstolo está sendo muito claro no ensino
das naturezas humana e divina em uma só Pessoa. O termo grego morphê, “forma”,
usado pelo apóstolo Paulo “sendo na
forma de Deus” (v.6) indica essência imutável, portanto, Ele jamais dei[1]xou de ser Deus.
AS HERESIAS CONTRA
0 ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
Pelo
menos, dois heresiarcas se destacam nesse tema das duas naturezas de Cristo,
Nestório e Eutico.
0 nestorianismo
As
controvérsias nestorianas enfocavam duas questões: o theotokos e a dupla
natureza de Cristo. O termo “nestorianismo” provém de Nestório, patriarca de
Constantinopla entre 428-431. Ele nasceu possivelmente em 381 na Síria e “viveu
como monge e sacerdote em Antioquia, quando adquiriu fama de piedade e
eloquência, pelo que, em 10 de abril de 428, foi eleito para a sede episcopal
da capital, Constantinopla, de grande importância política e eclesiástica”.92
Quanto ao seu principal opositor, Cirilo de Alexandria, ele nasceu entre 370-380
e assumiu a liderança eclesiástica em 412.
O
nestorianismo afirmava “que havia duas pessoas, a divina e a humana, vivendo
juntas em Jesus Cristo”.93 Mas, Nestório tomou partido na controvérsia sobre
Maria ser chamada de theotokos, termo grego que literalmente significa
“receptora de Deus”, equivocadamente popularizada como “mãe de Deus”. Seu
grande desafeto foi Cirilo, bispo de Alexandria, principal expoente da palavra
theotokos como mãe de Deus. Segundo Paul Tillich, Nestório “foi o mais inocente
dos hereges. Na verdade, tornara-se vítima da polêmica entre Bizâncio e
Alexandria”.94
Nestório discordava do título dado à Maria
como “mãe de Deus”. Ele sugeriu theotokos, “receptora de Deus”, ou
christotokos, “mãe de Cristo”; seu objetivo era “distinguir claramente, por um
lado, os atributos das naturezas, e por outro, mostrar com isto que 0 homem
Jesus, nascido de Maria, estava unido a Deus”.95 A popularidade do termo
theotokos impediu o êxito de Nestório, apesar de estar correto pela ótica
teológica, além da reação contrária na capital e em muitos lugares, até
Alexandria.
Sobre
as duas naturezas de Cristo, o que ele dizia era o ensino da tradição de
Antioquia. “O termo ‘homem’, em Jesus, descreve uma das naturezas, e o termo
‘Deus’ ou ‘Logos’, a outra”.96 Foi por causa dessa ideia que Nestório passou
para a história como heresiarca. Foi considerado herege pelo Concilio de Éfeso
em 431, 0 terceiro Concilio Geral, depois de Niceia e Constantinopla, e banido
em 436, onde não teve o direito de se defender. Foi vítima do seu opositor,
Cirilo de Alexandria, tido pelos historiadores como um bispo sem escrúpulos.97
Quando Nestório chegou a Éfeso, o concilio já havia terminado e ele, julgado,
condenado e sentenciado.98 Mas, há quem afirme, e não são poucos, que esse
pensamento era uma caricatura do ensino dele, que não foi isso que ensinou,
teria sido uma acusação injusta promovida por Cirilo de Alexandria.
Foi
redescoberta em 1895 na biblioteca patriarcal de Kotchanes, atual[1]mente Konak, na Turquia, a
obra completa de Nestório o Liber Heraclidis, uma apologia à sua doutrina e
posição pessoal, escrita nos últimos vinte anos de sua vida. Ela foi publicada
pela primeira vez em 1910. Por este documento, “pela primeira vez tornou-se
possível uma visão do pensa[1]mento original de Nestório
para além das disputas em torno do Concilio de Éfeso, levando consequentemente
à sua revalorização, que ainda não está concluída”.99
0 monofisismo
O
Concilio de Éfeso, 431, não deixou claro como funciona o relaciona[1]mento entre o humano e 0
divino em Cristo: “Afirmamos que 0 Verbo, de um modo indizível e inconcebível,
uniu a si mesmo a carne hipostatica[1]mente animada por uma alma
racional, e assim se tomou homem”. A unio personalis é, em grego, “hipóstase”,
hypostasis, de hypo, “sob”, e do verbo, histêmi, “colocar, firmar”. Nas discussões
teológicas sobre a doutrina da Trindade, o termo era usado como sinônimo de
ousia, “essência, ser”. Com relação a Jesus, significa a união das duas naturezas:
divina e humana.
O vocábulo “monofisismo” ou “monofisita”
provém de duas palavras gregas: monos, “único”, ephysis, “natureza”. Esse termo
é genérico e passou a ser usado, posteriormente para indicar os grupos que
defendiam a doutrina de que Cristo possuía uma só natureza. Trata-se da
doutrina que defen[1]de que naturezas divina e
humana de Cristo estavam amalgamadas numa única natureza. O sentido de “amalgamar”
não é o de unir, não se trata de união, mas de mistura, fusão; assim, seria uma
só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem. Êutico ou
Eutique, como era também chamado, um monge de Constantinopla (aproximadamente
378-454), foi o principal expoente dessa doutrina, por isso, 0 monofisismo é
também conhecido como eutiquianismo. Sua intenção era combater o ensino de
Nestório, mas caiu em outro erro. “Em termos históricos, ele é considerado
fundador de uma forma extremada e praticamente docética de monofisismo,
ensinando que a humanidade do Senhor havia sido totalmente absorvida por sua
divindade”.100 Esse era o pensamento radical ensinado pela escola alexandrina.
Mas, Roma e Antioquia discordavam dessa ideia.
Êutico
foi convidado a desculpar-se diante do patriarca de Constantinopla, Flaviano,
quando foi condenado em 22 de novembro de 448, numa reunião do Sínodo
Permanente.
Diante das controvérsias nestoriana e
eutiquiana, 0 imperador Marciano, sucessor de Teodósio I, convocou o Concilio
da Calcedônia, que teve início em 8 de outubro de 451, vinte anos depois do
Concilio de Éfeso. O Credo de Calcedônia é uma resposta ao nestorianismo e ao
monofisismo como se segue:
Fiéis
aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve
confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à
divindade e perfeito quanto à humanidade, verdadeiramente Deus e
verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo consubstanciai
[homooysios] ao Pai, segundo a divindade, e consubstanciai a nós, segundo a
humanidade; “em todas as coisas semelhante a nós, excetuando 0 pecado”, gerado,
segundo a divindade, antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por
nós e para nossa salvação, gerado da Virgem Maria, mãe de Deus [theotókos]. Um
só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas
naturezas,101 inconfundíveis102 e imutáveis,103 inseparáveis e indivisíveis104.
A distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo
contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo
para formar uma só pessoa e subsistência [hypóstasis]; não dividido ou separado
em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo
Senhor, conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus
Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu.
Assim,
o nestorianismo e o monofisismo foram rejeitados em Calcedônia. Essa declaração
fala a respeito das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa. A encarnação do
Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem nem de homem em
Deus. A distinção é precisa entre natureza e pessoa. O Deus-homem é resultado
da encarnação; trata-se de uma só pessoa com duas naturezas: humana e divina. A
união dessas duas naturezas é permanente como resultado da encarnação.
O
resultado desagradou os representantes do Oriente. Os delegados de Alexandria
não assinaram a declaração final. A reação oriental contra a Calcedônia
contribuiu para a divisão entre Oriente e Ocidente. “Jacó Baradeus e seus
seguidores rejeitaram a decisão desse Concilio. A igreja nacional da Síria é
conhecida como Jacobita, ainda hoje mantém o mo[1]nofisismo
que é defendido nas igrejas cóptica, armênia, abissínia e jacobitas”.105 Assim,
ficou definida, de uma vez para sempre, a doutrina das duas naturezas de
Cristo, humana plena e perfeitamente divina e ambas as naturezas permanecem
intactas.
Em defesa da Fé Cristã — Combatendo as antigas heresias que se
apresentam com nova aparência
Esequias
Soares
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