CAPÍTULO 10 A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA
“Porque
aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus
caminhos” (Sl 91.11).
INTRODUÇÃO
Antes
da Queda, no princípio da criação, havia a mais perfeita harmonia entre o homem
e a natureza. Entretanto, depois que o pecado entrou no mundo, todas as coisas
mudaram de forma marcante. Um dos resultados mais terríveis que atingiu o ser
humano foi o problema da insegurança. No Gênesis, vemos a história de Caim e
Abel, os dois primeiros filhos de Adão e Eva. Nascidos depois da Queda, eles
devem ter vivido um bom tempo em paz um com o outro, mas, depois de muitos
anos, quando ofereciam sacrifícios a Deus, ocorreu um grave problema. Caim, era
agricultor, e o seu irmão, Abel, era pastor de ovelhas (Gn 4.2).
Caim ofereceu a Deus “do fruto da terra uma
oferta ao Sen “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas Caim e para sua
oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu o seu semblante. E o
Senhor disse a Caim: Por que te ir E por que descaiu o teu semblante? Se bem
fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à
porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.3-7).
A
frustração de Caim deveria ser com Deus, e não com o seu irmão, mas o
primogênito de Adão já tinha dado lugar à maldade no coração, fazendo nascer a
inveja e o ódio. Em seguida, ele protagonizou o mais terrível crime, até então
desconhecido, quando matou o seu próprio irmão: “E falou Caim com o seu irmão
Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão
Abel e o matou” (Gn 4.8). A Bíblia mostra a razão pela qual Caim matou o seu
irmão: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos
uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por
que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1
Jo 3.11,12). Caim tomou um caminho diferente do de Abel. Ele deu lugar à voz de
Satanás, como os seus pais, e passou a praticar más obras; enquanto Abel
agradou a Deus, pois as suas obras eram justas.
Com o primeiro homicídio, as pessoas, tentadas
pelo Diabo, procuraram imitar esse ato maligno. Para resolver divergências
pessoais ou de grupos, as pessoas sem Deus passaram a usar o recurso da força,
da violência. Daí, surgiu o medo, o receio e a insegurança nos relacionamentos
humanos, e as pessoas procuraram obter meios para a sua proteção e a da sua
família. E passaram a buscar armas das mais diversas para protegerem-se dos
ataques dos seus possíveis inimigos.
Porém, quando Deus chamou a Abrão para ser pai de uma grande nação, o
povo de Israel teve de Deus a promessa de proteção divina para eles. Em vários
trechos do Antigo Testamento, constatamos essa verdade. Vamos meditar neste
capítulo sobre a proteção de Deus ao povo de Israel, no Antigo Testamento, e à
Igreja, no Novo Testamento.
I –
PROTEÇÃO ESPIRITUAL CONTRA O INIMIGO
Essa
proteção refere-se à bênção de Deus, que protege os seus servos de ações
malignas de caráter espiritual e das mais diversas tentações.
1.
Proteção contra o maior Inimigo
O
Adversário sempre procurou atacar o homem, criado à imagem e conforme a
semelhança de Deus. Ele atacou o primeiro casal no Éden, provavelmente, como
uma forma de vingar-se de Deus, que frustrou os seus planos de ser semelhante a
Ele. O Diabo declarou com orgulho o seu desejo de ser semelhante a Deus: “E tu
dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus,
exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos
lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao
Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is
14.13-15).
O
Diabo, constitui-se inimigo de Deus e inimigo do homem. Ele usa todo tipo de
armas espirituais. Paulo doutrinou sobre a guerra espiritual que temos que
enfrentar e mostrou com que armas podemos vencê-la: “Porque não temos que lutar
contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da
maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai,
pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a
couraça da justiça, e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.12-17).
2. Os
inimigos espirituais em Éfésios
O trecho acima mostra quem são nossos inimigos espirituais, que têm o
propósito de derrotar-nos na luta espiritual que enfrentamos em nosso dia a
dia. A lista é considerável.
São
eles:
1) “os
principados”: governos do mal, liderados por príncipes das trevas;
2) “as
potestades”: poderes malignos que se levantam contra os servos de Deus;
3) “os
príncipes das trevas deste século”: são demônios que lideram demônios, no
combate à Igreja do Senhor Jesus;
4) “as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais”: são legiões de demônios preparados para destruir a vida
espiritual dos crentes e das igrejas, no ambiente de adoração a Cristo. Paulo
diz que Deus “nos vivificou juntamente com Cristo [...] e nos ressuscitou
juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”
(Ef 2.5,6).
3. As armas espirituais do crente: “A armadura
de Deus”
Para
enfrentar as poderosas forças do Inimigo de Deus, da Igreja e dos cristãos,
temos a armadura de Deus, que é composta de seis equipamentos espirituais muito
poderosos.
A verdade
É uma
arma poderosa, principalmente contra a mentira, recurso do Diabo, que é “o pai
da mentira”. Diz a Bíblia: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os
desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na
verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que
lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
A couraça da justiça
Para
vencer o Maligno, o crente deve vestir essa couraça espiritual, que o protege
dos golpes mortais das tentações malignas. Tais ataques podem ocorrer no
ambiente da Igreja, no lar, no trabalho, em qualquer lugar. O crente fiel, além
de só falar a verdade, precisa viver de maneira justa, na vontade de Deus. Davi
escreveu: “guia[1]me
pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (Sl 23.3).
A
preparação do evangelho da paz
O
crente fiel precisa conhecer o evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo para que possa vencer os ataques malignos, como Jesus venceu no monte da
tentação. Todas as três vezes que o Diabo tentou-o, propondo que fizesse o que
ele sugeria, Jesus disse: “está escrito” (Mt 4.1-10). Um grave problema nas
igrejas locais é que os crentes geralmente não leem a Bíblia. Mas, para vencer,
é preciso dizer na hora do ataque do mal: “para longe de mim, em nome de Jesus,
pois ‘está escrito’” e, então, citar a Palavra de Deus.
O
escudo da fé
Se a
couraça da justiça protege o crente fiel dos golpes do Maligno, que lhe são
lançados de perto, o “escudo da fé” protege o servo de Deus dos “dardos
inflamados do maligno”. Dardos são atirados à distância, com arcos satânicos.
Eram armas da época do Novo Testamento. Hoje, o Diabo usa armas mais potentes
para atingir os servos de Deus. Ele usa armas de fogo e armas mais modernas,
inclusive com tecnologia mais avançada, como armas a laser ou mísseis no
sentido espiritual. Mas, com o “Escudo da fé”, com o qual podemos “apagar todos
os dardos inflamados do maligno”, poderemos destruir tais ataques malignos.
Glória a Deus!
O capacete da salvação
Quem já
foi militar sabe da importância desse equipamento que protege a cabeça do
soldado contra os golpes do inimigo. Em termos espirituais, “o capacete da
salvação” é a convicção de que o servo de Deus tem sobre a certeza da sua
salvação. Ele confia em Deus incondicionalmente, de modo que nenhuma palavra ou
ensino herético, em desacordo com a Palavra de Deus, pode mudar o seu
pensamento. Diz a Bíblia: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua,
por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo
os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8). Está escrito: “Tu
conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti”
(Is 26.3).
A
espada do Espírito
Enquanto “a couraça da justiça” e “o escudo da
fé” são armas de defesa, “a espada do Espírito” é uma arma de ataque. No tempo
do Novo Testamento, as armas usadas pelos soldados em todos os exércitos
geralmente eram espadas e lanças. Essa figura de linguagem é bem eloquente, com
relação à batalha espiritual. A Palavra de Deus, quando bem utilizada, é uma
arma poderosa para derrotar as heresias e doutrinas perversas que são usadas
pelo Diabo para afastar o crente de Deus; e, para enganar e confundir os
incrédulos, eles não “venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). Porém, com
sabedoria de Deus, podemos manejar “a espada do Espírito” no nome de Jesus e
pôr o adversário em retirada. É preciso, porém, saber utilizar essa arma
espiritual. Diz Paulo a Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”
(2 Tm 2.15). Infelizmente, a maioria dos crentes só lê a Bíblia na “leitura
oficial” ou “devocional” na liturgia do culto e só volta a ler no culto
seguinte, às vezes apenas uma vez por semana.
II – A
MARAVILHOSA PROTEÇÃO DE DEUS
Os
servos de Deus, que integram a sua Igreja, não querem ser inimigos de ninguém,
mas possuem inimigos; os inimigos de Deus são, protanto, os inimigos da Igreja.
A Igreja de Jesus nasceu, vive e viverá cercada de inimigos que desejam a sua destruição.
Deus, contudo, tem promessas maravilhosas contra os inimigos do seu povo.
1. A
proteção a quem se relaciona com Deus
Aos
seus servos, que estão na sua presença, Deus promete vitória nas lutas da vida.
O crente em Jesus tem a proteção divina nas suas lutas espirituais. No Salmo
91, vemos promessas maravilhosas: “Aquele que habita no esconderijo do
Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu
Deus, refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará do
laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas,
e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel” (Sl
91.1-4). Nesse Salmo, um dos mais conhecidos em todo o mundo, Deus promete
descanso à sua sombra, para todos os que habitam “no esconderijo do Altíssimo”.
2. Deus, o nosso refúgio e fortaleza Em meio às incertezas e
adversidades da vida, Deus é refúgio e fortaleza para todos os que nEle
confiam. O salmista, na inspiração divina, proclamou solenemente que é Deus
quem nos livra “do laço do passarinheiro”, uma figura do Maligno que, a exemplo
do “passarinheiro”, colocava arapucas para atrair os pássaros para que estes
caíssem nas mãos daqueles caçadores; assim, o Diabo sempre está procurando
colocar laços ou armadilhas para que o servo de Deus caia no pecado, no engano,
nas falsas religiões, nos assaltos do Diabo. Deus também nos livra da “peste
perniciosa”, que nos lembra as terríveis epidemias que já se abateram sobre o
mundo, ceifando muitas vidas preciosas. Concluindo essa parte do precioso
Salmo, que nos fala da proteção de Deus, o salmista declara: “Ele te cobrirá
com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é
escudo e broquel” (Sl 91.4).
3. A
onipotência de Deus
Com a mesma finalidade, Deus disse acerca do seu povo: “Então, temerão o
nome do Senhor desde o poente e a sua glória, de nascente do sol; vindo o
inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a
sua bandeira” (Is 59:19). Esse trecho mostra o quão é importante temer ao
Senhor e ao seu santo nome. Temer a Deus não é ter medo de Deus, e sim ter
profunda reverência e santo temor diante da sua presença e onipotência. Nessa
condição, Deus promete que, ainda que “o inimigo” venha “como uma corrente de
águas”, “o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira”. Em tempos
antigos, quando um exército vencia uma batalha, punha à frente das tropas
cavalos ou carros, levando à frente a bandeira do seu país. Quando, sob a
proteção de Deus, os seus servos vencem as batalhas da vida, não devem ficar
orgulhosos, mas ser gratos a Deus pelo fato de o seu Espírito arvorar a
bandeira do Senhor contra o inimigo.
III – DEUS DÁ VITÓRIA A SEUS SERVOS
A Igreja do Senhor Jesus Cristo sempre foi
atacada pelos inimigos de Deus. Nos seus primórdios, foi atacada pelos judeus,
que não entenderam que Jesus era o Messias prometido pelos profetas. A Igreja,
todavia, não foi derrotada. Quanto mais perseguida, mais crescia e expandia-se
na unção do Espírito Santo. Depois, ela foi atacada pelo Império Romano, que
quis varrer o cristianismo da face da terra. Dez imperadores pensaram que
eliminariam a Igreja, mas todos eles foram derrotados, alguns com morte
terrível.
1. Os
inimigos serão derrotados
Ao
longo dos séculos, os inimigos de Deus sempre se levantaram para tentar impedir
os seus planos divinos para Israel, para a humanidade e para a Igreja de Jesus.
Porém, já está tudo preparado para a vitória final de Deus, de Cristo e da sua
Igreja sobre as “portas do inferno”, que jamais “prevalecerão contra ela”, como
disse Jesus (Mt 16.18). Está escrito: “Depois, virá o fim, quando tiver
entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e
toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os
inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é
a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés” (1 Co 15.24-27).
2. Segurança e vitória para os que temem o
Senhor
Além da proteção de Deus aos seus servos, conforme
citado no tópico anterior, o Salmo 91 inclui outras bênçãos prometidas aos que
amam ao Senhor.
Segurança durante todo o dia
“Não temerás espanto noturno, nem seta que voe
de dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia”
(vv. 5,6).
Vitória contra os ímpios
“Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua
direita, mas tu não serás atingido. Somente com os teus olhos olharás e verás a
recompensa dos ímpios” (vv. 7,8).
Refúgio contra os males e pragas
“Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio! O
Altíssimo é habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua
tenda” (vv. 9,10).
Proteção dos anjos de Deus
“Porque aos seus anjos dará ordem a teu
respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas
mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e a áspide;
calcarás aos pés o filho do leão e a serpente” (vv. 11-13; Sl 34.7).
Livramento divino
“Pois que tão encarecidamente me
amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu
nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia;
livrá-lo[1]ei
e o glorificarei” (vv. 14,15).
Longevidade e salvação
Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei
a minha salvação” (v. 16). O homem foi criado por Deus para viver eternamente
sem doenças, envelhecimento e morte física. Porém, por causa da Queda, os seus
anos de vida foram reduzidos ao longo dos séculos, e a média de vida humana foi
definida em torno de 70 anos (Sl 90.10). Deus, porém, promete longevidade aos
que o amam e conhecem o seu nome (v. 14).
3. A abrangência da proteção de Deus
Na vida do cristão verdadeiro, nem sempre ele experimenta momentos de
alegrias e de vitórias ao lado da sua família, na Igreja, no trabalho, na
escola ou noutros lugares. Nosso Senhor Jesus Cristo, falando aos seus
discípulos nas suas últimas instruções antes da sua morte, disse de forma clara
e realista: “Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis
dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só, mas não estou só, porque o
Pai está comigo. Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo
tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.32,33).
Na sua mensagem aos discípulos,
Jesus fez-lhes ciente de que “no mundo”, no meio dos homens, da humanidade, ou
mesmo na terra, eles haveriam de passar por aflições. Se ele tivesse terminado
a frase nesse ponto, certamente teria deixado uma mensagem de temor e
perplexidade. Ele, porém, concluiu o seu discurso: “mas tende bom ânimo; eu venci
o mundo”. Glória a Deus por essa palavra. A Bíblia sempre tem mensagens, que
alertam para a realidade da vida espiritual. Ela fala de lutas, tribulações,
perseguições, tentações e até de morte, mas fala muito mais sobre bênçãos,
êxitos e vitórias sobre todas as coisas.
O Salmo 46, que foi escrito pelos coraítas, 25 é um capítulo dos mais
conhecidos da Bíblia. Ele é citado e recitado por muitas pessoas em todo o
mundo como um cântico de exaltação a Deus pelo que Ele representa para todos os
que nEle creem e confiam nas suas gloriosas promessas. Desse belo Salmo,
podemos extrair verdades e promessas maravilhosas.
Deus é
refúgio e fortaleza (v. 1)
Refúgio
fala de abrigo, de lugar de proteção nos momentos de ameaças, de perigo ou de
medo. Fortaleza é lugar de defesa na área de luta, de guerra, de conflito. O
salmista quis dizer que, em momentos de perigos, podemos ter Deus como nosso
refúgio; e, em meio às batalhas ante os ataques dos inimigos, temos em Deus a
mais perfeita fortaleza para repelir as ações malignas.
Não
teremos temor (vv. 2,3)
O medo ou o temor faz parte da realidade
humana como um dos resultados da Queda. No mundo, há pessoas com medo do
futuro, de guerras, crises econômicas e financeiras. O salmista, porém,
expressa a sua elevada fé em Deus e diz que “não temeremos”, mesmo que
aconteçam catástrofes ecológicas tremendas, como os montes transportarem-se
“para o meio dos mares”; mesmo que haja maremotos ou tsunamis; “ainda que os
montes se abalem pela sua braveza”, ainda assim, é a fé perfeita em Deus que
nos dá força para não sermos dominados pelos temores. Em Isaías, Deus diz de
modo eloquente e tranquilizador: “não temas, porque eu sou contigo; não te
assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça” (Is 41.10).
O rio
da cidade de Deus (v. 4)
Esse rio é de caráter espiritual, pois alegra “a cidade de Deus, o
Santuário das moradas do Altíssimo”. E o mais importante nessa mensagem: “Deus
está no meio dela”. Por isso, a cidade “não será abalada”, e “Deus a ajudará ao
romper da manhã”. Esse rio é o mesmo que o profeta Ezequiel viu e nele adentrou
a cada mil côvados com águas “pelos artelhos”, “pelos joelhos”, “pelos lombos”
e, por fim, sem ter os pés na terra, sentiu que era um ribeiro de águas
profundas que só se podia passar a nado (Ez 47.1-5). Esse é o rio da graça de
Deus. Ele representa nosso relacionamento com o Senhor. Quando estamos com os
pés na terra, não estamos em perfeita comunhão com Ele. Quando adentramos na
presença de Deus, é esse rio que nos conduz a uma comunhão mais profunda com o
Senhor.
As nações derrotadas por Deus (v. 6)
Ao
longo dos séculos, as nações sempre deram as costas para o Senhor; mais do que
isso: têm-se revoltado contra Ele. No Salmo 2, Davi diz: “Por que se amotinam
as nações, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os
príncipes juntos se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungido, diz
Rompamos as suas ataduras e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl 2.1-3). Em
todo o mundo, a maioria das nações não crê no Deus da Bíblia, no criador dos
céus e da terra. Enganadas pelo Diabo, a maioria das nações prefere acreditar
nos falsos deuses. Mas, no seu tempo, Deus levantará a sua voz, e a terra será
subjugada por Ele. O Salmo diz que, diante da arrogância dos homens: “Aquele
que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então, lhes f na sua ira e
no seu furor os confundirá” (Sl 2.4,5). No Milênio, quando Jesus voltar dos
céus com a sua Igreja, Ele será o governante único na terra. Todas as leis dos
países serão anuladas. Haverá uma única Lei: a Lei do Reino de Cristo. Está
escrito: “E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à do
Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos
nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do
Senhor” (Is 2.3).
O
Senhor dos Exércitos está conosco (v. 7)
Mais uma vez, o salmista muda a narrativa e
diz que Deus está com o seu povo e que é o seu refúgio perfeito. Essa é uma
palavra de grande significado espiritual. Deus não esteve somente com Israel;
Ele está com todos os que o amam, que o servem e que o adoram “em espírito e em
verdade” (Jo 4.23). Jesus disse ao despedir-se dos seus discípulos: “Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos
séculos. Amém!” (Mt 28.19,20).
Deus
faz cessar as guerras (v. 9)
No
mundo, sempre houve guerras entre as nações ao longo dos séculos. Houve duas
guerras mundiais que mataram milhões de pessoas. Jesus alertou para os sinais
que antecederão o tempo da sua volta para arrebatar a sua Igreja: “E ouvireis
de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister
que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação
contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em
vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores” (Mt 24.6-8).
No seu tempo, Deus faz cessar as guerras quando Ele tem um propósito seu
para agir contra os povos em conflito. Porém, na verdade, só haverá paz
perfeita na terra quando Jesus vier reinar no Milênio (Ap 20.1-2). Somente com
a prisão de Satanás por mil anos é que haverá paz completa sobre a terra.
Cristo reinará sobre todo o mundo como o “Príncipe da Paz” (Is 9.6c).
Deus, exaltado entre as nações (v. 10)
O salmista conclui o Salmo 46 com a promessa
de Deus de que Ele é Senhor e será exaltado entre as nações e sobre a terra.
Ele repete a promessa de que “O Senhor dos Exércitos está conosco; o De Jacó é
o nosso refúgio”.
CONCLUSÃO
Dentre
as muitas promessas de Deus, a Bíblia registra promessas maravilhosas de
proteção sobre o seu povo no sentido espiritual, humano e sobre a Igreja,
garantindo paz, segurança e poder para vencer todas as lutas, oposições e
ataques de todas a ordens. Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo disse clara e
eloquentemente após a palavra de Pedro, que declarou que Ele é o Cristo, o
filho do Deus vivo: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mt 16.18). Desde os seus primórdios, a Igreja de Jesus tem sofrido oposições e
perseguições por vezes cruéis, mas a promessa divina é de que “as portas do
inferno não prevalecerão contra ela”.
CAPÍTULO 11 A PROMESSA
DE PROVISÃO
“O
Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (Sl 23:2)
INTRODUÇÃO
Quando Deus criou o ser humano, no seu plano
original naturalmente existiam necessidades a serem satisfeitas no seu habitar
edênico. No entanto, na condição de um ser, criado à imagem e conforme a
semelhança de Deus, as suas necessidades eram quase em tudo diferentes das
necessidades das pessoas, depois da Queda. Isso porque, antes de pecar,
deixando de ouvir a voz de Deus, o homem foi programado por Deus para viver
eternamente. Na sua vida eterna, o homem não envelheceria, não conheceria
doenças e enfermidades e, muito menos, a morte. Ao criar o homem, Deus
certamente o fez de modo especial (ver Gn 1.26-28).
Desse modo, no Jardim do Éden,
Adão e Eva não teriam falta de nada se tivessem ouvido a voz de Deus de não
tocar na “árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.17), que era um meio de
prova para a sua fidelidade, no uso do seu livre-arbítrio. O seu metabolismo
humano necessitava de alimentação, mas havia todo tipo de alimentos
indispensáveis ao seu corpo físico; o organismo de ambos era perfeito; bastava
comer “de toda a árvore do jardim”, inclusive da “árvore da vida”, que viveriam
em perfeita saúde e sem perspectiva de doenças ou morte. De igual modo, não
necessitavam de medicamentos para a velhice ou para combater doenças.
O texto bíblico confirma esse entendimento: “E ordenou o S Deus ao homem,
dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência
do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás” (Gn 2.16,17).
Antes da Queda, não se vê recomendação do Senhor para que animais fossem
mortos para o ser humano obter os nutrientes de que ele necessitava para a sua
alimentação (ver Gn 1.29,30).
No Éden, todas as necessidades emocionais do ser humano eram plena e
perfeitamente satisfeitas. Eles não conheciam a ansiedade, o estresse, a
melancolia, as tristezas, a falta de reconhecimento, a baixa autoestima, dentre
outros sentimentos negativos. A condição espiritual deles dava-lhes perfeita
paz, tranquilidade e harmonia. As necessidades espirituais eram supridas de
forma única e especial, com a presença diária de Deus, que os visitava “pela
viração do dia” (Gn 3.8), ou seja, nos fins das tardes. No entanto, quando
desobedeceram, Deus apareceu a eles, porém com grave repreensão e promessa de
juízo: “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste
da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por
causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos
também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o
teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e
em pó te tornarás” (Gn 3.17-19).
Com essa sentença de Deus, o
homem passou a ter outros tipos de necessidades, como as que conhecemos até os
dias presentes. Mas Deus, na sua bondade e misericórdia para com o ser humano
pecador, promete suprir as necessidades de todos os que aceitam a sua salvação
mediante Cristo Jesus, ainda que em meio a aflições próprias da condição humana
na terra, como Jesus profetizou: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais
paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo
16.33).
As necessidades humanas foram catalogadas pelo psicólogo americano
Abraham Maslow no seu livro A Teoria da Motivação Humana, publicado em 1943.
Segundo ele, as necessidades humanas podem ser categorizadas em cinco níveis:
1) Fisiológicas: ar, água, comida, exercício, repouso e saúde.
2)
Segurança: abrigo, estabilidade, segurança.
3)
Social: se sentir querido, pertencer a um grupo, ser incluso.
4)
Estima: poder, reconhecimento, prestígio e autoestima.
5)
Autorrealização: desenvolvimento, criatividade, autonomia, realização. 26
As estruturas sociais e econômicas dos povos
nem sempre conseguem atender a todos esses tipos de necessidade. Maslow
esqueceu-se de um tipo de necessidade, indispensável ao ser humano para que ele
viva em paz e em segurança na sua jornada na terra, que são as necessidades
espirituais. Contudo, na sua Palavra, Deus assegura bênçãos tais que suprem
todas as nossas necessidades, espirituais, emocionais e físicas, como disse
Davi: “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará” (Sl 2
I – A
PROVISÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS
1. Não fiqueis ansiosos!
No
Sermão do Monte, em Mateus 6, o Senhor Jesus ensina sobre as esmolas, a oração,
o jejum, dentre outros temas. Ele ensinou aos discípulos a respeito de não
viverem de maneira ansiosa e preocupada com as necessidades básicas da vida,
pois o Deus que provê para todos os animais e os vegetais, cuida também das
necessidades básicas, emocionais e espirituais do ser humano. Por isso, nosso
Senhor afirmou: “Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida,
pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso
corpo, pelo que haveis de vestir” (Mt 6.25). No seu cuidado para com os seus
servos, Jesus promete suprir plenamente todas as necessidades básicas de
alimentação, saúde, vestimenta e outras da mesma categoria.
2.
Provisão do alimento diário
Os alimentos são permanentemente necessários à
saúde do corpo. No Sermão do Monte, em Mateus 6, Jesus ensinou sobre esmolas,
oração, jejum e outros temas e falou sobre a solicitude da vida, mostrando que
os seus servos não devem viver preocupados com as necessidades básicas, pois
Deus cuida de nós. Ele disse: “Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto
à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber” (Mt 6.25).
O corpo humano, projetado e criado por Deus, tem uma estrutura extraordinária
que jamais poderia ser fruto do acaso, como dizem os evolucionistas
materialistas. O esqueleto humano constitui o arcabouço que sustenta os
músculos, “protege os órgãos internos e permite uma grande variedade de
movimentos”. 27 É formado por 206 ossos e corresponde a 1/5 do peso total. Há
216 tecidos no corpo humano [...]” 28.
O corpo humano possui glândulas, que são grupos de células, que produzem
hormônios, ou substâncias que regulam o funcionamento do corpo. “O corpo humano
produz 200 hormônios diferentes”. A constituição do corpo é tão extraordinária
que o salmista declarou-se extasiado: “Pois possuíste o meu interior;
entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo
terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a
minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no
oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos
viram o meu corpo ainda informe [...]” (Sl 139.13-16).
O sistema imunológico do homem é tão especial
que um só linfócito produz 1 milhão de anticorpos por hora. O corpo é formado
por 70٪ de água. Quando falta
água suficiente, a pessoa tem sede; quando faltam os nutrientes, vem a fome.
Alimentação e água são necessidades básicas fundamentais. Por isso, Jesus disse
que os seus servos não devem andar ansiosos sobre o que comer ou beber.
3.
Provisão da vestimenta
Em
sequência, Jesus disse que os seus servos não devem estar preocupados quanto ao
corpo, em relação ao que vestir: “[...] nem quanto ao vosso corpo, pelo que
haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que
a vestimenta? (v. 25b). E, para mostrar o cuidado de Deus com os seus filhos no
que tange à alimentação e à vestimenta, o Mestre exortou:
Olhai para as aves do céu, que não
semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.
Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os
seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário,
por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não
trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória,
se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que
hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós,
homens de pequena fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou
que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios
procuram). Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas
coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas
coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã,
porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal (Mt
6.25-34).
II – A PROVISÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS
1.
Somos seres integrais
De fora para dentro de nosso ser,
temos o corpo e, depois, a alma. Em sentido teológico, a alma é a sede das
emoções e dos sentimentos. Jesus disse: “A minha alma está profundamente triste
até a morte” (Mc 14.34). A alma se entristece. Ela é a parte sensível da vida
do ego, a sede das emoções do amor (Ct 1.7), do anseio da alegria (Sl 86.4).”
29 A mordomia da alma é muito importante e indispensável. A Bíblia diz: “E o
Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso senhor Jesus
Cristo” (1 Ts 5.23). A alma do homem, assim como o espírito e o corpo, deve ser
conservada irrepreensível para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Essa é a essência
da mordomia da alma. Cada um deve mantê-la com irrepreensibilidade ou
integridade e santidade.
2. A
ansiedade no mundo
Grande
parte das pessoas no mundo sofre de transtornos de ansiedade. Tais pessoas não
desfrutam de tranquilidade, de paz no coração. A razão e a resposta estão na
Bíblia: “[...] o mundo todo está no maligno” (1 Jo 5.19). Segundo a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), vítimas da ansiedade, pessoas com transtornos
mentais, como a depressão, alcançam a 300 milhões, no mundo. 30 E, de modo nada
desejável, “O Brasil lidera ranking mundial de ansiedade. A ansiedade atinge
mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, o transtorno afeta
cerca de 18,6 milhões de indivíduos, conforme dados da OPAS, o que corresponde
a 9,3% da população. Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%), Nova Zelândia (7,3%) e
Austrália (7%) surgem em seguida, completando o ranking dos cinco países com o
maior percentual de registros”. 31
3. A
solução para a ansiedade
Um dos nomes compostos de Deus na Bíblia é
Jeová Rafá, que significa “O Senhor que cura”. “Eu sou o Senhor que te sara
15.26). Pelo seu poder e vontade, Deus cura o homem de qualquer doença,
enfermidade, transtorno, síndrome, seja qual for a sua natureza. O Deus que
curou no Antigo Testamento é o mesmo que cura hoje. Nosso Senhor Jesus Cristo,
no seu ministério terreno, operou muitos milagres de cura física, emocional e
espiritual. Ele curou um paralítico, que amargava a enfermidade há 38 anos, e
também um cego de nascença. Foram curas jamais vistas mesmo com todo o avanço
da Medicina. Mais do que isso: Ele mostrou o seu poder sobre a morte ao
ressuscitar pessoas falecidas depois de alguns dias, como foi o caso de Lázaro
em Betânia. O apóstolo Pedro, doutrinando sobre Jesus Cristo, declarou: “levando
ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para
os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes
sarados” (1 Pe 2.24).
Jesus
cura todas as enfermidades
Não há
enfermidade que Jesus não possa curar (Mt 12.15). Para tanto, como tudo o que
Ele faz, há condições a serem atendidas. A primeira delas é crer que Jesus é
Deus e que Ele veio ao mundo para salvar a humanidade; depois, é necessário ter
fé que Ele pode fazer milagres segundo a sua santa vontade. Declarando qual era
a sua missão na terra, Jesus disse: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que
me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade
os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). Na sua missão
gloriosa, Jesus diz que foi ungido pelo Espírito do Senhor para evangelizar os
pobres e “curar os quebrantados do coração”, isto é, para curar as pessoas com
problemas mentais, emocionais ou psicológicos, que as abatem ou que quebrantam
a mente, como também para “dar vista aos cegos”.
Não
devemos estar ansiosos
Em seu
poder para curar as pessoas com problemas emocionais, Paulo diz de forma bem
categórica: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições
sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de
graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7). Esse texto deixa
bem claro que, como cristãos e com fé em Jesus, não devemos estar inquietos ou
ansiosos por coisa alguma; que devemos buscar a Deus orando, suplicando e
rendendo-lhe “ação de graças”. E o resultado dessa fé é que: “a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará” nosso coração e nossos sentimentos em
Cristo Jesus, que nos garante a provisão diária para nossas necessidades
emocionais.
Lançar a ansiedade sobre Deus
O apóstolo Pedro corrobora com esse entendimento de que Jesus tem a
solução para os problemas emocionais na sua primeira carta, quando exorta os
jovens, ele diz: “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e
sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da
potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre ele toda
a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.5-7). As enfermidades
emocionais agravam-se quando a pessoa concentra-se nelas e nos seus efeitos,
dando lugar ao desânimo, à tristeza, à frustração e à perda de sentido para a
vida. São atitudes que podem levar à depressão e até ao suicídio. Mas, quando
lançamos sobre Deus nossas ansiedades, Ele tem a solução perfeita para nossa
cura e vitória. O Senhor não nos deixa ficar abalados quando lançamos nossos
problemas sobre Ele: “Lança o teu cuidado sobre o Senhor ele te susterá; nunca
permitirá que o justo seja abalado” (Sl 55.22).
Solução
para os problemas da vida
O salmista indicou três atitudes
para quem quer vencer os problemas e lutas da vida humana, e não ser dominado
pela ansiedade, no Salmo 37.
1)
Alegrar-se no Senhor.
“Deleita-te também no Senhor, e e concederá o
que deseja o teu coração” (v. 4). Há pessoas nas igrejas locais que, quando
enfrentam lutas, desafios, injustiças e decepções, passam a murmurar, a
reclamar e até a descrer de Deus. É o caminho para a derrota total. O salmista
diz: “Deleita-te”, “Alegra-te no Senhor”. E, como resultado dessa alegria, Deus
concederá nosso coração deseja. Alegrar-se em momentos difíceis não é fácil,
mas alegrar-se confiando em Deus produz efeito maravilhoso, pois Deus agrada-se
de quem confia nEle.
2)
Entregar os problemas ao Senhor.
“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele,
e ele tudo fará” (v. 5). Diante das lutas que acontecem em nossa vida, devemos
exercitar nossa fé em Deus a fim de que não fiquemos fixados nos problemas.
Quando ficamos olhando para os problemas, eles crescem diante de nós, pois nos
sentimos impotentes para resolvê-los. Entregar o “caminho ao Senhor” quer dizer
entregar nas mãos onipotentes dEle nossos problemas, sejam de ordem física,
emocional ou espiritual. Essa entrega, todavia, deve ser com confiança a fim de
alcançar a vitória: “confia nele, e ele tudo fará”. Além do mais, como
resultado dessa entrega confiante, o Salmo diz: “E ele fará sobressair a tua
justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia” (v. 6). Essa promessa
aplica-se muito bem ao crente que tem algum problema com alguém de acusação
infundada, de demandas na justiça (v. 1).
3) Descansar e esperar no Senhor.
“Descansa no Sen espera nele” (v. 7a). Essa é, provavelmente, a
exortação mais difícil de ser cumprida. Entregar os problemas a Deus de modo
confiante e alegrar-se no Senhor não são atitudes fáceis de serem observadas. A
natureza humana é tendente a valorizar mais os problemas do que buscar a Deus
com alegria e fé. Descansar nEle significa que, ao entregarmos nossos problemas
nas suas mãos, não mais damos lugar à ansiedade e à preocupação excessiva, que
nos tiram a paz, o sono e até a vontade de alimentarmo-nos. É pôr em prática o
que o autor aos Hebreus entende o que seja fé. Ele diz: “Ora, a fé é o firme
fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb
11.1). Quem descansa no Senhor e espera nEle depois de ter-lhe entregado os
problemas que podem causar ansiedade, não mais se perturbam. Descansam
pacientemente com fé, com fundamento na sua Palavra, pois, pela fé, já têm a
“prova das coisas que não se veem”. Nenhuma dessas recomendações do salmista
são fáceis e simples de serem atendidas, mas é possível atendê-las com a graça
de Deus. Está escrito: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp
4.13).
3. Deus dá proteção e segurança
No mundo em que vivemos, uma das maiores necessidades humanas é a de ter
proteção e segurança para si e para a família. Nunca houve tanto
desenvolvimento técnico e científico como nas últimas décadas da história. Em
termos tecnológicos, os avanços são extraordinários. Em todas as áreas das
atividades, é notável o índice de desenvolvimento em termo de recursos, de
meios de realizações a serviço do bem-estar do ser humano na terra. Entretanto,
parece que inversamente proporcional à melhoria das condições técnicas a serviço
do homem, seja nos transportes, na economia, na indústria, no comércio, na
medicina e na saúde, pode-se observar que o ser humano não se sente seguro.
Nas grandes e médias cidades, observa-se o aumento da violência e da
marginalidade. As pessoas saem das suas casas com receio de que haja algum tipo
de abordagem ameaçadora de pessoas de má índole que se dedicam ao roubo, ao
furto, aos assaltos, quase sempre à mão armada. O cidadão de bem sente-se
desprotegido e inseguro ante o aumento da criminalidade. As residências das
pessoas que têm condições estão rodeadas de cercas elétricas, de “concertinas”
e outros obstáculos, visando coibir a ação dos criminosos. As forças de
segurança pública não conseguem evitar a maior parte das ações criminosas
contra a vida das pessoas ou contra o seu patrimônio. Para piorar, há muitos,
mesmo entre os políticos, que defendem os bandidos, classificando-os como
“vítimas da sociedade”.
Com todo esse quadro tenebroso de
insegurança social, os que confiam em Deus têm a certeza de que podem estar
seguros quando debaixo da sua potente mão, que provê meios para dar segurança e
proteção. Diz o salmista: “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu,
Senhor, me fazes habitar em segurança” (Sl Diante do aumento da insegurança, os
servos de Deus podem dizer que dormem em paz e confiantes porque Deus faz com
que eles “habitem em segurança”; Deus provê segurança para os seus servos
através do Anjo do Senhor. Está escrito: “O anjo do Senhor acampa[1]se
ao redor dos que o temem, e os livra. Provai e ve é bom; bem-aventurado o homem
que nele confia. Temei ao Se vós os seus santos, pois não têm falta alguma
aqueles que o temem” (Sl 34.7-9).
“O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei temo ¿O Senhor
é o meu refúgio e a minha fortaleza; quem terei medo? 27.1, NVI). A provisão de
Deus para proteção e segurança vai além de simplesmente nos livrar de perigos
externos; Ele também nos protege de forma espiritual, guardando-nos do mal e
fortalecendo[1]nos
em momentos de fraqueza.
III – A PROVISÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS
E ESPIRITUAIS
Além de
suprir nossas necessidades físicas, Deus também se preocupa com nossas
necessidades emocionais e espirituais. Ele oferece conforto, paz e direção em
meio às tribulações e capacita[1]nos
a viver uma vida plena e significativa. Essas promessas de Deus são, porém,
condicionais. Para delas usufruir, é indispensável que os seus servos
satisfaçam as condições ou requisitos para receberem a provisão divina. A
seguir, veremos algumas das necessidades espirituais que são supridas por Deus
quando fazemos a sua vontade.
1. Necessidade de salvação
Esta é,
sem dúvida alguma, a maior necessidade espiritual do homem. Por causa do pecado
que passou a todos os homens, trazendo a morte a todos. “Pelo que, como por um
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Não há exceção
para a humanidade. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Rm 3.23). Os crentes em Jesus que o aceitaram já são salvos, mas precisam
manter essa realidade na sua vida diária. Não existe na Bíblia a doutrina de
que “uma vez salvo, salvo para sempre” incondicionalmente. Isso é heresia.
Os pais de família cristãos, os obreiros e crentes em geral devem orar
pela salvação das suas respectivas famílias. Deus promete salvação para a
família, mas precisamos orar e cultuar a Deus nos lares. O culto doméstico tem
sido ignorado pela maior parte dos crentes em todo o país. O resultado é que
grande parte dos filhos não seguem mais a Cristo. Precisamos dizer e fazer como
Josué: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Se escolhei hoje a
quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do
rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa
serviremos ao Se Então, respondeu o povo e disse: Nunca nos aconteça que
deixemos o Senhor para servirmos a outros deuses” (Js 24.15
2.
Necessidade de santificação
Ninguém
pode ser salvo sem ser santo. Contudo, a santificação, que é o processo
contínuo para permanecer salvo, precisa ser buscada. Deus dá a santificação a
quem a busca. Está escrito: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). O apóstolo Pedro escreveu: “mas, como é
santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de
viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe
1.15,16).
3. Necessidade da presença e direção de Deus
Uma vez salvo, o cristão precisa cultivar diariamente a busca para estar
na presença de Deus. O salmista experimentou a presença do Senhor na sua vida:
“Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à
tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Para chegar a essa
conclusão, ele procurou agradar a Deus, dizendo: “Tenho posto o S continuamente
diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei.
Portanto, está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a
minha carne repousará segura” (Sl 16.8,9). Quando Davi caiu no grave pecado de
adultério, ele sentiu-se muito perturbado. Sentiu a falta da presença de Deus,
que desfrutava antes do pecado. “Não me lances fora da tua presença e não
retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51.11). A perda de amigos é triste; a
perda de emprego causa muito problema; a perda da paz é algo perturbador, mas
perder a presença de Deus é uma situação inquietante, que tira a paz, a
alegria, o sono e até pode causar a falta de desejo de alimentar-se. Somente na
presença do Senhor é que “há abundância de alegrias”. Estar na presença de Deus
diariamente é condição indispensável para ter comunhão com o Pai, com o Filho e
com o Espírito Santo.
4.
Necessidade da alegria do Senhor
A
alegria do Senhor é dada pelo Espírito Santo e traz resultados maravilhosos
para quem quer ter uma vida de vitória. A Bíblia mostra-nos o que aconteceu em
Israel quando o povo ouviu a leitura da Palavra de Deus durante toda a manhã
junto da Porta das Águas. O povo inclinou-se e adorou “com o rosto em terra”:
“Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). “E Neemias
(que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que
ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor,
vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choro. Porque todo o povo chorava,
ouvindo as palavras da Lei. Disse-lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei
as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque
esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, p a
alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.9,10). Essa provisão espiritual
extraordinária. O crente alegre no Espírito Santo tem força para vencer todas
as lutas e dificuldades da vida.
5.
Necessidade de paz interior
Já
vimos que o Brasil é campeão mundial de pessoas portadoras de transtornos de
ansiedade. Tal problema é resultante da falta de paz interior. Esta não se
encontra nos remédios, nos consultórios médicos de psicologia ou de
psiquiatria. São recursos valiosos que ajudam pessoas a amenizarem os seus
problemas emocionais. A verdadeira paz interior, porém, só pode ser encontrada
quando nos relacionamos com Deus e com Cristo diariamente na sua santa
presença. A paz de Deus não vem automaticamente; ela deve ser buscada:
“Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a” (Sl 34.14). Deus quer
conceder paz aos que o amam e obedecem[1]lhe:
“Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (Sl 119.165).
É promessa de Deus para quem nEle confia: “Tu conservarás em paz aquele cuja
mente está firme em ti; porque ele confia em ti” (Is 26.3).
6.
Necessidade da direção de Deus
Sempre
precisamos tomar decisões na vida cristã. Surgem situações das mais diversas em
que, muitas vezes, não sabemos como agir ou deixar de agir. Quando, porém,
estamos na presença de Deus e em harmonia com a sua santa Palavra, Ele
seguramente nos dirige em tudo. Diz a Bíblia: “Porque todos os que são guiados
pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.14). Em outra ordem, “os
que são filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus”. Vários homens de
Deus foram abençoados e bem-sucedidos porque seguiram a sábia direção do
Senhor. Noé foi um homem que seguiu a direção do Senhor e só ele e a sua
família escaparam da destruição da humanidade quando veio o Dilúvio sobre toda
a terra: “Assim fez Noé; conforme tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez” (Gn
6.22).
Depois que Saul desviou-se da vontade de Deus, o Senhor pôs Davi no seu
lugar, porque este soube fazer a vontade de Deus: “E, tendo tirado a este,
levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei Davi,
filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (At
13.22, ARA). Outro exemplo notável da direção de Deus teve o apóstolo Paulo
quando em companhia de Timóteo. Eles desejavam pregar o evangelho na Ásia e na
Bitínia, mas o Espírito Santo não permitiu: “E, passando pela Frígia e pela
província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra
na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito
de Jesus não lho permitiu” (At 16.6,7). Parece algo estranho o Espírito Santo
impedir a pregação do evangelho, porém Deus tem os seus planos e prioridades.
O texto bíblico diz: “E Paulo teve, de noite, uma visão em que se
apresentava um varão da Macedônia e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e
ajuda-nos! E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia,
concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho” (At
16.9,10). Na continuação da narrativa, lemos que os apóstolos chegaram a
Filipos, primeira cidade da Macedônia, onde ganharam a primeira pessoa para
Cristo na Europa, a saber, a empresária Lídia, “vendedora de púrpura”, que os
acolheu na sua casa (At 16.14,15). Em seguida, expulsaram o espírito maligno
que usava uma jovem para adivinhar coisas de interesse de certos comerciantes.
Foram presos, mas libertos por Deus de maneira sobrenatural de tal forma que o
carcereiro também aceitou a Cristo como salvador (At 16.16-34). Todas essas
bênçãos ocorreram porque Paulo e Silas obedeceram a direção de Deus.
7.
Necessitados do Espírito Santo
Na sua angústia, para não perder
a presença de Deus, o salmista não só pediu que o Senhor não o lançasse fora da
sua presença, como também implorou com alma anelante: “e não retires de mim o
teu Espírito Santo” (Sl 51.11b). É impossível crer em Deus sem o Espírito
Santo, porque Ele é quem convence “o mundo do pecado, da justiça e do juízo”
(Jo 16.8); sem o Espírito Santo, não há poder para evangelizar ou fazer missões
(At 1.8); sem o Espírito Santo, perdemos o maravilhoso intercessor diante de
nossas fraquezas: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Nosso Senhor
Jesus Cristo, Mestre e Senhor, Salvador do Mundo, o Messias prometido, o Filho
do Homem, precisou ter a unção do Espírito Santo para cumprir a sua gloriosa
missão.
Ele disse: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar
liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos,
a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). Ter o Espírito Santo na
vida é tão necessário e importante que Jesus ensinou que é Deus quem dá o
Espírito Santo: “Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos
filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem?” (Lc 11.13). Os crentes em Jesus podem e devem pedir a Deus que lhes
dê o Espírito Santo ao seu coração. Se o próprio Jesus precisou da unção do
Espírito Santo, quanto mais nós, os seus servos, com tantas limitações em nossa
vida, precisamos dessa maravilhosa unção.
CONCLUSÃO
Nenhum servo de Deus pode julgar-se autossuficiente ou independente a ponto de dispensar a provisão diária para a vida. O dia a dia é incerto, pois não sabemos o dia de amanhã. Jesus disse: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34). Diante das incertezas do futuro, até mesmo do “dia do amanhã”, é imprescindível viver na direção de Deus e ter dEle a sua provisão. Tiago adverte para a falibilidade dos projetos humanos, definindo essa ou aquela decisão, e diz que não sabemos “o que acontecerá amanhã” por isso, devemos dizer: “[...] se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo” (Tg 4.13-15). Tal exortação corrobora o que temos estudado neste capítulo sobre o quanto necessitamos da provisão de Deus em nossa vida.
AS PROMESSAS DE DEUS – Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu
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