domingo, 15 de dezembro de 2024

CPAD :As Promessas de Deus — Lição 12: A Promessa de Vida Abundante

 


AUXÍLIO DEVOCIONAL

FELICIDADE PLENA

 “[...] Viver de modo inteligente, saudável e para a glória de Deus é um aprendizado diário. Assim como Salomão vivemos várias estações em nossa vida e não podemos desprezar nenhuma delas. Cada uma é única, e somos responsáveis por torná-las especiais; por isso, meu último conselho é para que você viva cada dia como se fosse o seu último. Não tenha medo de ser feliz, de sorrir, de viver. Temos um Deus que ama a vida, mas muitos crentes parecem ter medo da felicidade e acreditam que o crente autêntico tem que estar sempre sisudo, enfrentando uma dificuldade. Se tudo vai bem, acham logo que tem algo errado. Tenho consciência de que vivemos numa sociedade hedonista, onde as pessoas estão obcecadas pelo prazer. Todos querem ser felizes a qualquer custo, mas onde encontrar a tão sonhada e falada felicidade?” (BUENO, Telma. Igreja SaudávelEducando para uma Vida Plena. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.119).

A PLENITUDE DA VIDA EM DEUS

 “Todos nós, como humanos, compartilhamos um desejo universal de sermos completos, para curtir a plenitude de realização do nosso destino planejado por Deus.

[...] Você pode ser solteiro ou casado, jovem ou velho. Pode ter sofrido abuso inimaginável ou vivido uma vida encantadora. Pode ter um Ph.D. ou ter abandonado o Ensino Médio. Não importa a sua bagagem ou conhecimento, sabemos, pelo menos, uma coisa sobre você. Cada momento do dia você está se movendo de ou em direção à pessoa que Deus planejou que se tornasse.

[...] Quando você atingir o nível de saúde e plenitude que estamos descrevendo, começará a se sentir, singularmente, bem consigo mesmo. Não o tipo de bem que é egoísta, mas o tipo de bem que faz de você um ser humano positivo, generoso e atencioso. Não apenas vai levá-lo a se sentir bem, mas a ser bom. Você vai se pegar expressando todo tipo de amor e simpatia natural e fluente pelos outros. E será tão contagiante que sua comunidade inteira de amigos e familiares — até mesmo desconhecidos que encontrar — notará sua vida se movendo em direção a uma alegria pessoal e amor altruísta” (WARREN, Neil Clarck; PARROTT, Les. A Vida dos seus Sonhos. Rio de Janeiro: CPAD, pp.14,15).

 

CONCLUSÃO

O Senhor Jesus é a fonte da vida abundante, pois Ele mesmo nos prometeu. Essa promessa está disponível a cada crente que desenvolve um relacionamento pessoal com nosso Senhor. Nesse relacionamento, a nossa família é abençoada, podemos desfrutar de copiosas bênçãos, além de andarmos em alegria, e gratidão em Espírito. A vida abundante em Cristo é a nova vida que Ele prometeu para os que creem nEle como Salvador e Senhor.

 

   A gratidão é uma virtude cristã que revela humildade e, ao mesmo tempo, dependência total de Deus acerca de tudo o que acontece em nossas vidas.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A PROMESSA DE VIDA ABUNDANTE

Uma das promessas mais belas encontradas nas Escrituras Sagradas é aquela anunciada por Nosso Senhor Jesus sobre a vida abundante (Jo 10.10). A vida plena em Cristo é resultado do relacionamento pessoal com Ele. Infelizmente, muitos pensam que os prazeres desta vida e as riquezas do mundo podem preencher as lacunas da natureza humana. Ledo engano pensar assim, pois uma vida integralmente feliz e abundante só pode ser alcançada a partir da comunhão com Deus.

O interessante é que a vida abundante, prometida por Nosso Senhor Jesus, trata-se de um convite aos pecadores para viverem uma nova perspectiva de vida que não está baseada nos prazeres da carne ou nas alegrias momentâneas da vida terrena (1Jo 2.15-17). A vida abundante anunciada por Jesus está fundamentada em valores e princípios eternos. Desta nova perspectiva deriva um estilo de vida próspero, uma família abençoada, uma alegria que não se esvai com as lutas e aflições. Quem experimenta dessa nova vida tem um coração grato a Deus e disposto a servi-lO com temor, mesmo que as circunstâncias, por ora, não sejam favoráveis.

Conforme discorre a Bíblia de Estudo Holman (CPAD), “a reivindicação de que Jesus tem a vida em si mesmo reflete a afirmação no prólogo do Evangelho de João de que ‘Nele [Jesus], estava a vida’ (Jo 1.4). Ela é apoiada também pela declaração de Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ (11.25). Por ser Ele ‘a vida’ e ter vida em si mesmo, Jesus é capaz de dar vida [vida abundante agora; vida eterna no futuro] a todo aquele que depositar sua confiança nele (3.16; 10.10)” (2018, p.1677). A concepção de uma vida abundante é: aquela que se inicia neste mundo, a partir de um estilo de vida que agrade a Deus e se coadune com os ensinamentos do Evangelho, na expectativa de que chegará o grande dia de adentrar a eternidade. Por esse motivo, o apóstolo Paulo ressalta que a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fp 3.20,21).

Portanto, o crente que confia e tem essa expectativa vive a vida abundante conquistada por Cristo sobre a cruz, sabendo que as bênçãos que desfruta neste mundo, resultantes da comunhão com o Salvador ainda que com perseguições, não se comparam às riquezas da glória prometidas na eternidade (Rm 8.18). Por maiores que sejam as bênçãos que o crente desfruta neste mundo, a maior riqueza que possui e deve compartilhar com as demais pessoas desta esfera terra é a satisfação com a presença do Espírito Santo fazendo morada em sua vida. Não há riqueza neste mundo que substitua estar em comunhão com o Espírito (Jo 14.17). Isso é desfrutar vida abundante.

 As Promessas de Deus — Confie e viva as bênçãos do Senhor porque fiel é O que prometeu

Comentarista: Elinaldo Renovato

Lição 12: A promessa de vida abundante







INTRODUÇÃO

  A vida humana é dom de Deus. Lucas, “o médico amado”, falando aos atenienses sobre a falsa visão do mundo, que não reconhece o verdadeiro Deus e adora a deuses falsos, disse na sua pregação: “O Deus que fez o mundo não habita em templos feitos por mãos de homens. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.24,25). O apóstolo falou que Deus dá a vida biológica a todas as pessoas que são geradas e nascem de forma natural.

   De acordo com a Palavra de Deus, todas as pessoas do mundo, independentemente da sua situação espiritual — salvas ou perdidas, adoradoras do Deus único e verdadeiro ou dos falsos deuses, materialistas ou não —, todas elas pertencem a Deus. Alguém pode até achar estranha essa afirmação, mas ela tem fundamento bíblico. Está escrito: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mu aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios” (Sl 24.1). Está bem claro que o planeta Terra é do Senhor, bem como “o mundo”, ou seja, o meio-ambiente “e aqueles que nele habitam”. Tanto o planeta como os seres humanos são propriedades de Deus por direito de criação, por serem criaturas dEle. No mesmo Salmo, porém, lemos: “Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é lim mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senho justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó” (Sl 24.3- 6). Para entrar “no monte do Senhor” ou chegar ao “seu lugar sa ou seja, aos céus, não podem chegar lá apenas como criatura de Deus. Tem que se estar entre os “que buscam” a face do Deus de Jacó. O apóstolo João teve a percepção mais profunda acerca de quem pode ser salvo. Ele escreveu: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.11-13).

   João, inspirado pelo Espírito Santo, diz que para o homem deixar de ser apenas criatura de Deus e tornar-se “filho de Deus”, precisa crer no nome de Jesus, passando pelo novo nascimento, que é de natureza espiritual, e não da vontade da carne ou do homem, “mas de Deus”. Assim, se o homem tiver apenas a vida biológica, que resulta da união entre o seu pai e a sua mãe, e não crer em Jesus como o seu salvador, jamais terá a vida eterna; precisa nascer de novo, como Jesus disse a Nicodemos (Jo 3.3-6). Para quem tem Jesus como Salvador único e suficiente, Ele promete vida abundante: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10c). Essa vida abundante está além da vida biológica, em que o homem nasce, vive, reproduz-se e morre. Que Deus nos abençoe de tal forma que, a cada dia, valorizemos mais e mais a maior dádiva dos céus, que foi enviar Jesus Cristo ao mundo para salvar-nos.

  Que sejamos sempre fiéis, santos e agradecidos pela gloriosa salvação em Cristo. Ele proclamou no Evangelho de João: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

  I – JESUS, A FONTE DE VIDA ABUNDANTE

  Respondendo a Tomé, que dizia não saber o caminho, “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo14.6). Ele não disse “Eu sou [...] uma vida”, mas “Eu sou [...] a vida”. O artigo definido indica objetivamente o que Jesus quis dizer. Ele é a vida no sentido absoluto, incomparável, único.

  1. A fonte de verdadeira vida

  Antes de ter um encontro pessoal com Jesus, toda pessoa é considerada morta espiritualmente (Ef 2.1). Ao fariseu Nicodemos, que lhe procurou de noite e fez-lhe grande elogio, Jesus disse incisivamente: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.1-3). Tal resposta causou grande impacto na mente de Nicodemos; ele ficou perplexo e sem entender a palavra de Jesus, procurando saber o que o Mestre queria dizer, apelando para a lógica natural: “Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” (v. 4).

   Jesus tornou a respondê-lo de forma bastante elevada em termos espirituais para que o seu interlocutor alcançasse o sentido das suas palavras: “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (vv. 5,6). Mas por que Jesus disse isso? O que, afinal de contas, significa “nascer da água”? Paulo, escrevendo a Tito, disse que Jesus “[...] nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 3.5b,6). Nascer da água é nascer espiritualmente pela fé na Palavra de Deus. Pela palavra, Cristo faz-nos nascer de novo e renova-nos pelo seu Espírito Santo. O Espírito Santo faz-nos entender que só em Jesus podemos ter a vida espiritual .

  2. A fonte de vida abundante

 Ele é “a vida”, e Jesus promete proporcionar vida abundante a todos os que nEle creem: “[...] eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10).

  Uma vida plena de paz com Deus

  Não é apenas ter uma vida tranquila que nem muitas pessoas têm, mesmo sem terem sido salvas em Cristo; é ter uma vida de paz com Deus: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). A paz de Deus é tão grande, que a mente humana não pode entender. Está escrito: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7).

  Uma vida abençoada em todos os sentidos

  “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3). É Cristo quem nos dá “todas as bênçãos espirituais” de que necessitamos para vivermos felizes na sua presença. São bênçãos de paz e de alegria no Espírito Santo (cf. Ne 8.10); são bênçãos de segurança e de proteção (cf. Sl 91-10); bênçãos de amor (cf. Jo 13.34,35); de união (cf. Sl 133); de esperança (cf. Rm 5.5); de paciência (cf. Lc 21.19), e muito mais bênçãos Deus tem para conceder-nos.

   Jesus dá uma vida de poder O homem natural vive em busca de poder e de luta para obter mais poder humano como capacidade para realizar o que deseja para a sua vida. Ele quer poder para ter posição econômica e financeira; poder político e tantos outros que lhe fazem sentir-se útil e bem[1]sucedido. Jesus, no entanto, dá poder espiritual que está acima de qualquer poder no sentido humano. Ao despedir-se dos discípulos, que estavam atemorizados com a perspectiva de Jesus ascender aos céus, Jesus disse: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

  Os apóstolos certamente estavam ansiosos para continuarem a missão que lhes fora dada por Jesus: evangelizar e ganhar almas para o Reino de Deus. Eles, no entanto, precisavam de poder espiritual para enfrentarem as lutas, os desafios e os ataques malignos que haviam de combater. Eles precisavam ser revestidos de poder. Minutos antes de elevar-se aos céus, Jesus prometeu a eles: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

  II – A VIDA ABUNDANTE

  1. O conceito de vida abundante

  A vida abundante abrange a vida espiritual e a vida humana debaixo da graça, da bondade, da proteção e do amor de Deus. É a vida do salvo, que crê em Jesus como o seu Salvador. Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Esse é um dos textos da Bíblia de maior significado em relação à salvação. Jesus garante a salvação que abrange toda a existência do homem. Ele diz que o salvo “tem” a vida eterna no presente e que “não entrará em condenação”, isto é, salvação no futuro, e, para completar a amplitude da nova vida em Cristo, Ele diz que o salvo “passou da morte para a vida”, isto é, a salvação alcança até mesmo o seu passado! Paulo recebeu essa revelação quando disse: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Vida abundante é a nova vida com Cristo debaixo da sua graça e misericórdia.

 2. A vida abundante também influencia a família

 Muitas pessoas nas igrejas locais, inclusive pastores, são salvas, mas perderam as suas respectivas famílias. Isso não é vida abundante. Um velho pastor, cujo nome omito por questão de ética, procurou[1]me quando Deus deu a mim meu primeiro livro, A Família Cristã nos Dias Atuais, publicado pela CPAD em 1986, e disse-me: “Pastor Elinaldo, como eu gostaria de ter lido seu livro há 20 anos! Ganhei tantas almas para Cristo; construí quase cem templos, mas não dei prioridade à minha família. Para mim, a igreja estava em primeiro lugar. Resultado: quase todos os meus filhos se desviaram”.

   Fiquei admirado com aquilo. Um grande obreiro, servo de Deus, ganhador de almas, mas viu a sua família desviar-se dos caminhos do Senhor. Ele não soube desfrutar da “vida abundante” que Cristo promete a quem nEle crê e obedece à sua Palavra em santificação.

  Quando Deus promoveu a libertação de Paulo e Silas da prisão, os alicerces do cárcere foram abalados, e foram soltas as cadeias de todos os presos. O carcereiro, apavorado, pegou a espada e quis matar-se, mas Paulo socorreu-o e disse que não fizesse aquele ato tresloucado, pois todos os presos estavam ali: “Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas. E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.28-31). Essa é a promessa de Deus para quem aceita a Cristo como Salvador: ter a salvação para si e para toda a sua família.

   Há pastores e evangelistas de nível nacional e internacional que perderam a família porque deram mais prioridade ao ministério do que à esposa e os filhos; procuraram atender muitas “agendas” em troca de “cachês” do que cuidar da casa. Nunca fizeram o culto doméstico e não souberam administrar o tempo e as prioridades na vida do obreiro. O primeiro lugar é para o Senhor Deus, e Ele não cede esse lugar a ninguém. Mas, depois de Deus, a prioridade deve ser para a esposa e os filhos. Josué disse: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sir se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Todos os qu observam essa ordem nas coisas colhem tristes resultados para si e para a família depois.

   III – O QUE IDENTIFICA A VIDA ABUNDANTE

  Já sabemos o que é vida abundante de acordo com a Palavra de Deus: uma vida plena de paz com Deus, de alegria e de poder do Espírito Santo; uma vida em santidade e de serviço ao Reino de Deus. Mas, além dessas características, a vida abundante que nos é dada por Cristo tem a perspectiva de ir para os céus quando da vinda de Jesus. É Deus quem nos dá vida abundante aqui para um dia termos a vida eterna com Ele nas regiões celestiais. Essa é nossa maior esperança.

  1. A alegria do Senhor

  O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes de Tessalônica (1 Ts 5.16- 23), enviou-lhes uma lista de recomendações sobre como ter uma vida abundante em todos os aspectos de nosso modo de viver cristão. A seguir, mostramos a grande mensagem aos tessalonicenses, que são referência para nosso viver, que antecedem a volta de Jesus.

 Viver sempre alegre

   “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16); regozijar-se é o mesmo que se alegrar, viver com alegria. Encontramos num dicionário vários sinônimos de alegria: “contentamento, satisfação, prazer, regozijo, júbilo, animação, bem-estar, deleite, entusiasmo, jubilação, gozo”, etc. As pessoas não crentes podem ter alegria segundo os padrões humanos; elas dependem de dinheiro, de festas, de prazeres carnais e muitas vezes são movidas às coisas pecaminosas, como sexo ilícito, corrupção e até prática de crimes. A alegria simplesmente humana não é completa. Por mais alegre que uma pessoa seja na vida natural, basta um problema, uma dificuldade, uma enfermidade, um acidente, um mau relacionamento, para toda a alegria desaparecer.

  Quando, porém, a pessoa é serva de Deus, a natureza da sua alegria ultrapassa o sentido da alegria humana. Quando Paulo exortou os tessalonicenses a que se regozijassem sempre ou que vivessem sempre alegres, ele tinha em mente a verdadeira alegria, que provém de Deus. Pelo fato de o cristão ter em si o Espírito Santo e ser templo do Espírito Santo, a sua alegria é diferente da alegria natural. Trata-se da alegria a que se referiu Neemias quando o povo estava preocupado após ouvir toda uma manhã a leitura da Lei do Senhor: “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que nã lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. Disse-lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, nã entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.9,8).

   A alegria do Senhor provém do Céu e enche o coração de gozo abundante e inefável. Paulo exortou os irmãos de Tessalônica a alegrarem-se sempre. Somente os crentes espirituais e que têm o fruto do Espírito podem desfrutar dessa alegria. A alegria do Senhor é tão especial, que o crente pode alegrar-se mesmo em momentos difíceis, de insucessos, de enfermidades, de perseguições e tantas coisas desagradáveis; isso porque ela tem origem divina. Ela faz parte da vida abundante, que é dada por Deus.

   O segundo aspecto do fruto do Espírito depois de amor é “gozo” ou alegria: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22). A alegria do Senhor é tão importante que produz efeitos maravilhosos na vida do crente, contribuindo, assim, para que ele tenha saúde. O sábio disse: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). Mais do que dar saúde, a alegria do coração dá uma nova aparência física aos servos de Deus:“O coração alegre aformoseia o rosto” (cf. Pv 15.13a).

   Ter uma vida de oração

  “Orai sem cessar” (v. 17). Além de viver alegre com Cristo, o cristão verdadeiro precisa orar sempre e todos os dias para ter vida abundante. Alguém já perguntou: Como podemos orar sem cessar? Como viver orando em casa, na igreja, andando, como? Não é difícil entender. Não quer dizer que uma pessoa tem que estar orando, concentrado em todas as horas e minutos e em todos os lugares. Se um crente é, por exemplo, um funcionário de uma loja, ele não deve parar o serviço de atendimento ao cliente para orar; se ele vai andando a pé, não pode fechar os olhos e orar; se está dirigindo um carro, não pode deixar de ver o percurso para orar. Orar sem cessar quer dizer estar sempre “em espírito de oração”, na presença de Deus, em qualquer lugar ou ocasião. Sempre que puder, o servo de Deus deve fazer a sua oração a Ele nos horários normais: pela manhã, ao acordar; depois que ler a Bíblia, na leitura diária; antes de sair para o trabalho; nos intervalos do trabalho profissional; ao sair do trabalho; na volta para casa; ao chegar à sua casa; antes de cada refeição; na igreja local; antes de dormir. Em todos esses momentos, o fiel orará “sem cessar”. Diz Paulo: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças” (Cl 4.2).

 “Dar graças a Deus “em tudo” e “por tudo”

  “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (v. 18). Só pode haver vida abundante se o crente tiver uma vida de gratidão a Deus em tudo; e também devemos agradecer a Deus por tudo: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20). Há crentes que não têm vida abundante porque pedem muitas coisas a Deus, mas, normalmente, não rendem ações de graça pelas bênçãos recebidas. Paulo diz: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.17). O apóstolo exorta que devemos dar graças a Deus Pai por tudo o que fizermos, seja por palavras, seja por obras. Esse é um dos requisitos para desfrutarmos da vida abundante que nos é concedida por Cristo.

  Não extinguir o Espírito

  O crente precisa ter uma vida espiritual ativa para ter uma vida abundante. Ele não pode deixar que o Espírito de Deus fique inativo na sua vida. O apóstolo diz: “Não extingais o Espírito” (v. 19). Só há duas maneiras de o crente vivenciar a experiência cristã: (1) andando no Espírito ou (2) vivendo segundo a carne (a natureza carnal). Paulo, escrevendo aos Romanos, disse:

  Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita. (Rm 8.5-11).

 Paulo também exortou: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl 5.16,17). Quem vive de acordo com a natureza carnal acaba extinguindo a presença do Espírito Santo na sua vida. O resultado é a morte espiritual. A Bíblia diz de maneira bem incisiva: “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.12- 14).

  Não desprezar as profecias

 “Não desprezeis as profecias” (v. 20). O crente que tem vida abundante valoriza as coisas espirituais, o que incluem as profecias da parte de Deus para o seu povo; e também, pelo dom de profecia, como diz Paulo: “Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais, mas, principalmente, o de profetizar. Porque, o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas, o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.1-3). No Antigo Testamento, havia o ministério profético que tinha abrangência nacional e que só era exercido por profetas especialmente chamados por Deus, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Amós, Ageu, Malaquias e outros. Acontece que, no Novo Testamento, não vemos mais aquele tipo de profecias. Existe, sim, dentre os dons espirituais (1 Co 12), o “dom de profetizar”, ou “dom de profecia”, que geralmente não tem mensagem para toda a nação, ainda que, se assim Deus quiser, pode ter essa finalidade. Atualmente, a profecia tem a finalidade de promover “edificação, exortação e consolação” (cf. 1 Co 14.3).

  Examinar tudo e só reter o bem

  “Examinai tudo. Retende o bem” (v. 21). Esse é um versículo bíblico de grande sentido pragmático. O cristão não deve ser um alienado a ponto de desconhecer a realidade espiritual, moral, social, política e religiosa da sua nação. Ele deve saber acompanhar a evolução e o desenvolvimento do país em todas as áreas de interesse nacional. Assim, com muita propriedade e realismo, Paulo exortou os irmãos de Tessalônica que eles têm o direito (e o dever) de examinarem todas as coisas que devem ser examinadas à luz de nossa regra de fé e prática, que é a Palavra de Deus, mas só reter ou valorizar e praticar o que for bom, coerente e que não prejudique a prática da Palavra de Deus. “Retende o bem” é o mesmo que dizer: “Examine todas as coisas, de qualquer ordem, mas só retenha” ou só valorize e fique com o que é “o bem” para a vida cristã. Nunca, porém, o crente deve entender que algo é bom, ou que faz o bem, se não passar pelo critério da Palavra de Deus. O salmista disse: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105). O que deve ser retido após o exame de tudo pelo crente deve ser o que nos mostra a Palavra de Deus, como “lâmpada” e “luz, para o meu caminho”.

  Abster-se de toda aparência do mal

  “Abstendo-vos de toda a aparência do mal” (v. 22). Para o cristão desfrutar da vida abundante, trazida por Jesus, precisa abster-se não só do mal, do que é pecado, como também da “aparência do mal”. Há coisas na vida que não são propriamente pecados, só que a sua aparência pode trazer consequências indesejáveis. Um irmão, ao sair da Escola Dominical da igreja que eu congregava, resolveu ir a um restaurante para fazer um lanche. Pediu uma comida rápida e um refrigerante sabor guaraná. Até aí, nada de errado. Acontece que, na mesa em que se sentara, havia uma propaganda de cerveja, e ele não percebeu. Aí certo irmão, passando no restaurante, viu a tal propaganda de cerveja e imaginou que o outro irmão estava tomando bebida alcoólica. Ao sair do ambiente, disse depois para alguns irmãos da igreja que o outro irmão estava tomando cerveja, o que causou mal-estar e escândalo entre os que o conheciam. Ao ser chamado a esclarecer o incidente, ficou provado que o irmão não houvera tomado bebida alcoólica, mas que sem querer deu margem para ser visto como bebedor de cerveja. Por isso, quem quer ter vida abundante deve perceber se alguma coisa que faz pode ter a aparência do mal.

  Santificação em tudo para a vinda de Jesus

  “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). A vinda de Jesus para arrebatar a sua Igreja é a esperança de todos os cristãos verdadeiros. Para participar do arrebatamento, porém, o cristão tem que estar santificado por Deus em todas as áreas da vida; de tal forma que o seu ser integral, formado pelo “espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.

  O arrebatamento é uma promessa gloriosa prevista na Palavra de Deus. Diz Paulo: “Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.15-17).

 CONCLUSÃO

 Todo salvo deve ter a vida abundante prometida por nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 10.10). Essa vida preciosa dever ser cultivada com zelo, fidelidade e santidade de maneira que, quando Jesus vier arrebatar a sua Igreja, nenhum salvo seja apanhado de surpresa sem estar preparado para ir ao encontro com Cristo nos céus. Os que estiverem mortos passarão pela ressurreição, e os que estiverem vivos serão transformados e receberão um corpo glorioso para o encontro com o Senhor. Por isso, vale a pena viver de tal forma que, quando Jesus vier — e isso a qualquer instante —, possamos participar da sua chegada para levar a sua Igreja.


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