segunda-feira, 4 de novembro de 2024

CPAD – AS PROMESSAS DE DEUS | Lição 06: A Promessa de Cura Divina

 



TEXTO ÁUREO

“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.”

(Is 53-4)

VERDADE PRÁTICA

Jesus é o Médico dos médicos e não há enfermidade que Ele não possa curar.

LEITURA DIÁRIA

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Isaías 53.1-5; Mateus 8.14-17; Tiago 5.14,15

Isaías 53
1 – Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?
2 – Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que 0 desejássemos.

3 – Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4 – Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5 – Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

Mateus 8
14 – E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a sogra deste jazendo com febre.
15 – E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se e serviu-os.

16 – E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos,
17 – para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.

Tiago 5
14 – Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
15 – E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo estudaremos a respeito da promessa da cura divina. Jesus realizou uma obra completa de salvação no Calvário, e a cura divina faz parte dela. No plano divino, o Senhor sempre desejou curar o seu povo, por isso Ele se apresentou no Antigo Testamento como o Jeová Rafa. No Novo Testamento, segundo Stanley Horton, “as curas divinas são parte integral do Evangelho”. O livramento das enfermidades nos é provido na expiação, e é privilégio de todos os crentes.” A obra de Cristo no Calvário nos garante salvação, cura e libertação. O nosso Senhor não mudou, por isso podemos orar, confiando em seu poder para sarar as enfermidades do nosso corpo e da nossa alma. Jesus Cristo cura sim!

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Explicar biblicamente as promessas da cura divina;

II) Compreender qual a origem e as consequências das doenças no mundo;

III) Conscientizar de que Cristo cura sim.

B) Motivação: O plano da salvação não somente nos trouxe a redenção, mas também a promessa da cura para o nosso corpo. Segundo o profeta Isaías, Jesus levou sobre si as nossas dores e “pelas suas pisaduras fomos sarados”, por isso diante das enfermidades do nosso tempo ou de um diagnóstico ruim e difícil, não desanime. Tenha fé e creia que Cristo não mudou e Ele tem poder para curar. Não importa o diagnóstico, palavra final será sempre a dEle em nossas vidas. As enfermidades podem ser muitas e difíceis, mas não são maiores que o nosso Deus, por isso, confie nEle.

C) Sugestão de Método: Professor(a), a temática da lição deste domingo é uma excelente oportunidade para resgatar a tradição da intercessão em favor dos que estão enfermos. Convide seus alunos a intercederem pelas pessoas enfermas da igreja e da família. Separe um período de cinco minutos para que cada um interceda, em classe, pelas pessoas que estão doentes e serão alvo da oração intercessora. Peça que cada aluno, no decorrer da semana, dedique-se a continuar orando em favor dos pedidos apresentados. Há uma promessa de cura da parte do Senhor para nós, mas precisamos fazer a nossa parte que é colocar-nos de joelhos e interceder! Fica como sugestão a oportunidade de os alunos relatarem os testemunhos quando a bênção da cura tiver sido alcançada.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A lição de hoje é uma excelente oportunidade para você e os alunos refletirem a respeito da cura divina. Mostre que em seu ministério terreno Jesus curou muitas pessoas e depois de sua partida os seus apóstolos também realizaram curas. Diga que quando o homem coxo viu Pedro e João entrando no Templo, ele lhes pediu uma esmola. Mas eles ofereceram àquele homem algo ainda maior e melhor: a salvação e a cura no nome de Jesus Cristo. Precisamos de “Pedro e João” em nossos dias; pessoas que oram e pregam com ousadia engrandecendo o nome de Jesus Cristo.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto ao final do segundo tópico, expande a reflexão a respeito da origem das enfermidades, ao mesmo tempo que procura responder aos críticos da doutrina da Cura Divina com a explicação bíblica da profecia de Isaías 53;

2) O texto ao final do terceiro tópico, mostra que embora Cristo cure, não devemos dar ênfase a ela em detrimento do anúncio do Evangelho, destacando que a salvação sempre foi a prioridade do ministério do Senhor.

INTRODUÇÃO

Na Cruz do Calvário, o Senhor Jesus realizou uma obra completa de salvação. Essa obra, efetivada por Ele, nos autoriza a clamar pela Cura Divina. Nesta lição, veremos que, no plano divino, o Senhor nosso Deus desejou curar o seu povo para o alívio do sofrimento. Esse plano ocorreu de maneira poderosa no ministério de Jesus, sendo consumado no poder da obra do Calvário. Jesus Cristo cura sim!

PALAVRA CHAVE:

 Cura Divina

AUXÍLIO BÍBLICO

Professor(a), explique que Cristo continua curando na atualidade, mas “um dos grandes perigos da ênfase excessiva na cura é que ela pode eclipsar o Evangelho no evangelismo. Esse perigo também pode ter influenciado a ordem de Jesus para que as pessoas curadas mantivessem segredo. Como Stephen Short coloca: ‘Jesus não queria que as pessoas viessem a Ele apenas para receber benefícios físicos’. Muitos não cristãos vão às reuniões cristãs principalmente a fim de satisfazer alguma necessidade física ou material. Uma vez que eles vêm, partilhamos o Evangelho com eles. Mas descobri que é muito difícil eles fazerem, em seu pensamento, a transição das necessidades sentidas para o Evangelho. Ouvem nossa explicação do Evangelho e talvez até mesmo a aceitem, mas, em seu íntimo, quando pensam no Cristianismo e nós cristãos, imaginam o seguinte: Esse é um lugar no qual minhas necessidades físicas e materiais são satisfeitas. Por isso, eles têm dificuldade em realmente ouvir o Evangelho, embora ele seja transmitido claramente a eles” (FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 212,213).

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Professor(a), dê início ao tópico fazendo a seguinte pergunta: “Qual a origem das doenças?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação ativa de todos. Em seguida explique que as enfermidades têm origem na Queda, todavia nem toda enfermidade é consequência de algum pecado como acreditavam os amigos de Jó. Explique que “os críticos da doutrina bíblica da cura divina não compreendem todo o alcance e significado da obra expiatória de Cristo. O sofrimento de Cristo foi por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Em Isaías 53, o Servo de Javé experimenta rejeição e sofrimento, ‘não como consequência de sua própria desobediência, mas em favor de outros’. Qual o resultado? Ele leva a efeito a cura do povo de Deus mediante as ‘suas pisaduras’. A afirmação de que os sofrimentos de Jesus trazem cura àqueles que sofrem fica estabelecida sobre um sólido fundamento teológico” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 519).

CONCLUSÃO

Nesta lição, estudamos que a Obra de Cristo no Calvário nos garante a Salvação e a Cura Divina. Pelo nome de Jesus, podemos orar uns pelos outros para que haja a experiência de cura divina. O nosso Senhor não mudou. Ele continua o mesmo. Por isso, devemos nos dirigir a Ele com humildade e fé perseverante, confiando que Ele é poderoso para sarar as enfermidades do seu povo. Jesus Cristo cura sim!

| Lição 06: A Promessa de Cura Divina

CPAD Adultos – AS PROMESSAS DE DEUS – Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentário: Pastor Elinaldo Renovato

 


 O

  INTRODUÇÃO

 mundo pós-moderno é paradoxal em termos de saúde mental e física. Há tantos remédios, hospitais, clínicas especializadas; existem muitos métodos de cuidar da saúde; as academias de educação física estão proliferando por toda a parte; todavia, nunca houve tantas pessoas enfermas tanto da mente quanto do corpo. Os médicos, principalmente os bons profissionais, nas suas especialidades, estão marcando consulta com meses de antecedência. Os hospitais públicos estão abarrotados de pessoas e só atendem os casos mais graves, com meses de marcação de procedimentos cirúrgicos com bastante antecedência. Os hospitais de pronto-socorro estão na mira da imprensa, visto que, em muitos deles, os doentes ficam pelos corredores à espera de atendimento. Se precisarem de UTI, terão de enfrentar uma espera que pode significar a vida ou a morte.

   Numa grande metrópole brasileira, os médicos constataram que 80% da população sofre de algum tipo de neurose. O consumo de remédios controlados é muito elevado, principalmente pela população pobre. As classes altas também não escapam ao uso de remédios tranquilizantes. Doenças que marcaram a sua presença no início do século passado estão de volta com força total, tais como a tuberculose, a dengue, o sarampo entre outras, concorrendo com as enfermidades descobertas nos anos recentes, como a AIDS e outras terríveis doenças que desafiam os avanços da Medicina. Vírus mortais, inclusive a partir de animais, como a chamada “gripe aviária”, desafiam os governos e as autoridades sanitárias. Se ainda não há pânico, sem dúvidas existe uma grande preocupação por parte dos governos mundiais. Muitos recursos são despendidos para a prevenção de endemias e epidemias, para que não se transformem em pandemias. É um mundo vulnerável em termos de ataques de vírus, bactérias e outros agentes patológicos.

   Em termos bíblicos, porém, só há uma explicação: as doenças são, originariamente, efeitos do pecado, que atingiu a humanidade, desde seus primórdios. Se não houvesse pecado, não haveria doenças, nem velhice, nem morte. O pecado passou a todos os homens (Rm 5.12). O pecado é a causa de todos os males que afligem a humanidade. Mesmo os cristãos, fiéis e santos, sofrem as consequências das enfermidades, causadas pelo pecado. Embora as enfermidades individuais dos servos de Deus não possam ser consideradas resultantes de pecados individuais, certamente, são consequências do pecado que passou a toda a humanidade.

   Desse modo, em um mundo sem Deus, onde o pecado intensifica[1]se, é um desafio enorme sobre a saúde física e mental manter-se saudável e imune a tantas doenças e enfermidades. Há, contudo, promessas de Deus na sua Palavra no sentido de que a bênção da saúde esteja sobre o seu povo, mediante a fé no nome de Jesus e nas suas gloriosas promessas. Existe um plano divino de saúde à disposição dos que creem em Deus e obedecem-no (Is 53.4-5; Tg 5.14-16).

  I – ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS NO MUNDO

  1. O pecado no Éden

  A origem primária das enfermidades foi, sem qualquer sombra de dúvidas, a Queda no Éden. Antes não havia doenças, envelhecimento ou morte. Imediatamente, após ter cometido o primeiro pecado, que foi a desobediência a Deus, os primeiros habitantes do planeta experimentaram mudanças drásticas na sua constituição espiritual, mental e física.

  Sem dúvidas, as primeiras enfermidades sofridas pelo homem foram as enfermidades mentais. Deus disse ao homem que, se ele comesse da árvore proibida, certamente morreria (Gn 2.17). A mulher, ouvindo a voz do Tentador, desobedeceu ao Criador e comeu “da árvore da ciência do bem e do mal”, que estava “no meio do jardim”. Homem e mulher tiveram uma percepção que não tinham antes e sentiram os efeitos do pecado. A primeira sensação foi a de medo (Gn 3.8). As consequências das enfermidades mentais foram (e são), lamentavelmente, uma série de doenças psicossomáticas.

  O homem e a mulher experimentaram transtornos neurológicos e emocionais. E esses são a causa de um grande número de enfermidades físicas e mentais. A mulher talvez tenha sido a mais prejudicada. Além de experimentar os transtornos comuns a qualquer pessoa, por ser a receptora da vida no seu ventre, como genitora, passou a ter as dores do parto aumentadas, além de passar a ser subordinada ao seu marido (Gn 3.16). Ao que tudo indica, essa submissão, na forma expressa pelo versículo citado, não ocorreria se não houvesse o pecado.

  Provavelmente, o relacionamento entre o homem e a mulher seria em nível de igualdade, companheirismo e amor entre o casal — aliás, é o que a Bíblia recomenda em Efésios 5. Ali, vemos Paulo, pelo Espírito Santo, doutrinando sobre a vida conjugal, com exortações de elevado significado espiritual e social. À mulher é recomendada a submissão e a liderança do marido, semelhantemente à submissão da Igreja a Cristo, o seu Salvador (Ef 5.22-24). Ao homem é exortado que ame a sua esposa da mesma forma como Cristo ama a Igreja (Ef 5.25-29). De certa forma, vemos o resgate da união harmoniosa entre o marido e a mulher, conforme o plano original de Deus.

  II – A CONSEQUÊNCIA DO ADVENTO DA DOENÇA

  1. O homem vivia centenas de anos

  O ser humano, distanciado de Deus, que não mais o visitava como no começo, fez uso indevido do seu livre-arbítrio. Analisando as genealogias no Gênesis, podemos constatar que a expectativa de vida era bem avançada mesmo depois da Queda. Adão viveu 930 anos; o seu filho, Sete, viveu 912 anos; o filho de Sete, Enos, viveu 905 anos; Cainã viveu 910 anos; Maalalel viveu 895 anos; Jarede viveu 962 anos; Metusalém foi quem mais viveu, alcançando 969 anos; mas o seu filho, Lameque, viveu 777 anos (ver Gn 5.1-26).

   Os críticos da Bíblia descreem que os homens pudessem viver tanto tempo. Mas, no começo de todas as coisas, não havia poluição, nem os agentes patológicos disseminavam-se de modo epidêmico, ou mais amplo, causando doenças. A corrupção do gênero humano foi provocando os desgastes físicos e emocionais, sob a maldição de Deus, em forma de novos tipos de enfermidades que surgiam à proporção que a pecaminosidade aumentava. Certamente, muitas enfermidades físicas, bem como transtornos emocionais desenvolveram-se em meio ao clima de corrupção, violência, agressividade, prostituição e maldades humanas, em desrespeito às leis do Criador.

  2. Deus limita a vida a 120 anos

  O Criador resolveu limitar a média de vida dos homens (Gn 6.3). Deus resolveu mudar a sua ação em relação ao homem pecaminoso e corrupto (“arrependeu-se”) e anunciou a catástrofe universal que haveria de desabar sobre o planeta: o Dilúvio, do qual só escaparam Noé, a sua esposa, os seus três filhos e as suas três noras.

   Diz a Bíblia Chamando Noé, o “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5), mandou que construísse a arca, na qual escapariam a sua família e os animais, conforme a indicação de Deus (Gn 6.13-22). Após o Dilúvio, toda a geografia e a ecologia da terra foram mudadas. As erupções vulcânicas, explodindo do interior do planeta, provocaram pressões descomunais que deslocaram e afastaram continentes inteiros, abrindo depressões, com novos rios, mares e oceanos, bem como dando lugar a elevações, montanhas e crateras. Somente aquela família sobreviveu. E, a partir dela, as gerações sucederam-se até os dias atuais. Noé chegou a viver 950 anos (Gn 9.29).

   Nas gerações de Sem, filho de Noé, percebe-se a diminuição dos anos de vida dos homens. Sem viveu 602 anos; Arfaxade viveu 438 anos; mais adiante, vemos Pelegue, que só viveu 239 anos; Naor viveu 148 anos; Tera, pai de Abraão, viveu 205 anos; essas eram marcas ainda alcançadas pela idade do homem, mas a média já houvera sido estabelecida por Deus, antes do Dilúvio (Gn 6.3). Abraão ainda viveu, por mercê de Deus, 175 anos (Gn 25.7); Isaque alcançou 180 anos (Gn 35.28); Jacó viveu 147 anos (Gn 47.28). Esses foram períodos de enorme longevidade. Mas, certamente, o pecado continuou causando o desgaste físico e emocional entre os homens.

   Assim, nos Salmos, vemos o registro, ao que tudo indica, da média de vida dos seres humanos que mais se aproxima da realidade atual, em pleno século XXI, com todos os avanços da medicina preventiva, dos recursos sanitários e da descoberta de medicamentos que melhoram o funcionamento do corpo e de orientações médicas para os cuidados com a saúde (ver Sl 90.10).

   Hoje, mesmo com todos os avanços da medicina à disposição do homem, ainda há países tão pobres que a média de vida é de menos de 40 ou de 30 anos, em lugares na África e na Ásia. No Brasil, graças à melhoria na saúde pública, a média de vida já atinge mais de 65 anos, havendo previsão de que possa chegar aos 70 anos. Nos países do Primeiro Mundo, espera-se maior longevidade da população, por terem melhor acesso aos avanços da medicina, o que resulta em melhor qualidade de vida.

 3. A desobediência ao Senhor

 Promessa de saúde e cura divina

  No Antigo Testamento, temos a informação de que o Senhor queria galardoar o seu povo com ricas bênçãos dos céus. As bênçãos seriam lançadas a partir do Monte Gerizim, e Deus prometeu que abençoaria grandemente a nação israelita (ver Dt 28.1-6).

   Por outro lado, se o povo desobedecesse, teria sobre si as maldições da parte do Senhor, proferidas a partir do monte Ebal (Dt 27.11-26). Os castigos decorrentes da desobediência incluíam terríveis transtornos na área da saúde (Dt 28.16-19; Dt 28.21,22,27,28,35).

  Os salvos podem adoecer

  A chamada “Teologia da Prosperidade” prega que o cristão fiel não pode adoecer, pois a doença é do Diabo. Essa é uma afirmação sem qualquer fundamento bíblico, e, de acordo com essa teologia, o cristão tem direito à saúde e à riqueza; diante disso, doença e pobreza são maldições da Lei. Eles ensinam que “todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças” e viver de 70 a 80 anos, sem dor ou sofrimento. Quem ficar doente é porque não reivindica os seus direitos ou não tem fé. E não há exceções. Pregam eles que Isaías 53.4,5 é algo absoluto. Fomos sarados e não existe mais doença para o crente. E, se o crente não for curado pela oração da fé, é por dois motivos: ou porque está em pecado, ou porque não tem fé!

   Jesus, ao morrer na cruz, assegura-nos a salvação de nossa alma, de nosso espírito, bem como nos dá o direito às bênçãos decorrentes da expiação, incluindo a cura das enfermidades. O poder para curar em nome de Jesus (cf. Mc 16.18c) só pode operar pelo fato de Cristo ter morrido, dando-nos a vitória sobre os poderes do mal. A salvação, no entanto, envolve imediatamente o espírito e a alma. Quanto ao corpo, não há um efeito imediato, pleno, quanto à libertação dos males decorrentes do pecado. Isso porque, enquanto o espírito e a alma (o homem interior — cf. 2 Co 4.16) são salvos no momento da confissão a Cristo, o corpo ainda aguarda a redenção plena, conforme diz a Bíblia, sobre o gemido da criação (Rm 8.23).

   A Bíblia diz: “No mundo, tereis aflições” (Jo 16.33). O apóstolo Paulo viveu doente (ver 1 Co 4.11; Gl 4.13), passou fome, sede, nudez, agressões, etc. Os seus companheiros adoeceram (Fp 2.30). Timóteo tinha uma doença crônica (1 Tm 5.23). Trófimo ficou doente (2 Tm 4.20). Essas pessoas não tinham fé? Estavam em pecado? Jó, o patriarca, homem de Deus, era homem de fé e não vivia em pecado; pelo contrário, Deus apresenta-o como sendo “homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal” (Jó 1.1). Por permissão de Deus, no entanto, foi acometido de uma tão grande enfermidade que causou espanto aos que o conheciam e a ele próprio. Quando citamos esse exemplo, os adeptos do “movimento de fé”, que pregam a Teologia da Prosperidade, minimizam o valor do livro de Jó, e alguns chegam a dizer que “o livro de Jó é o mais mentiroso da Bíblia”. Já ouvi um discípulo de Kenneth Hagin e de Benny Hinn dizer exatamente isso.

   Uma das bases da Teologia da Prosperidade é a chamada “confissão positiva”, segundo a qual “há poder em suas palavras”. O que você quiser, seja a cura de enfermidades, a aquisição de um carro novo, basta “visualizar” o que deseja, ter fé e declarar que aquilo tem que acontecer. Se alguém está doente, basta dizer: “está curado” e pronto. A cura tem que acontecer. Isso não tem base bíblica. Nenhum dos apóstolos de Jesus usou essa “fórmula da fé”, e nenhum deles fez uso desse recurso psicológico para curar alguém.

   Jesus curou enfermos e citou Isaías 53.4,5 (cf. Mt 8.16,17). No tanque de Betesda, havia muitos doentes, mas Jesus só curou um (cf. Jo 5.3,8,9). Deus cura sim, mas não cura todas as pessoas, e, se assim fosse, não haveria nenhum crente doente. Deve-se considerar os desígnios e a soberania divina. Conhecemos homens e mulheres de Deus, gigantes na fé, que adoeceram e passaram para o Senhor. Dessa forma, o crente, por mais sincero que seja, ou mais santo que possa ser, está sujeito às consequências do pecado, que passou a todos os homens. Dentre essas, as enfermidades ou doenças são as mais comuns.

  III – O PLANO DE SAÚDE DIVINO

  O Plano de Saúde Divino é diferente, pois previne e cura as enfermidades. Como todo plano de saúde, tem as suas cláusulas. Vale a pena aderir. Esse plano de saúde divino é expresso no livro de Êxodo, com as seguintes orientações: “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor, que te sara”. Aí estão algumas cláusulas, as quais, sendo cumpridas, Deus prometeu ao povo de Israel, e certamente é promessa para nós, de que não poria nenhuma das enfermidades sobre nós, pois Ele é o Jeová-Rafá, “o Senhor que te sara”. 21

   Trata-se de um plano de saúde que age sobre a causa das doenças, e não sobre os sintomas. Nesse plano, há algumas cláusulas ou exigências para os que dele querem beneficiar-se:

  1. Ouvir atentamente a voz do Senhor

  É o mesmo que obedecer a Deus. No Antigo Testamento, Deus fez maravilhosas promessas ao povo eleito como resultado da obediência. Basta lermos Deuteronômio 28.1,2.

  Em seguida, são enumeradas as bênçãos decorrentes da obediência: bênçãos na vida urbana e rural; bênçãos sobre a descendência; bênçãos sobre a produção agrícola e pecuária; bênçãos na vida doméstica; vitória sobre os adversários (v. 8). Cremos que aquelas bênçãos não seriam apenas para a nação israelita. Hoje também podemos ser beneficiados pelas bênçãos da obediência, ouvindo a voz do Senhor. O Senhor prometeu: “Mas, se diligentemente ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser [...] ele abençoará o vosso pão e a vossa água: e eu tirarei do meio de ti as enfermidades” (Êx 23.25). A obediência a Deus coloca a mente em sintonia com o Espírito Santo. E essa atitude é fator de equilíbrio emocional.

  2. Fazer o que é reto diante de Deus

   Isso ajuda a ter saúde mental. Pesquisas médicas indicam que os homens que são fiéis às esposas, e vice-versa, morrem menos do coração. É o cumprimento da Bíblia, que manda os maridos amarem as suas esposas, e estas, aos esposos. Quando praticamos a Palavra de Deus, colocamo-nos na posição de salvos, nascidos de novo e filhos de Deus. Nessa condição, somos alcançados pela bondade do Senhor. Fazer o que é reto é andar conforme a vontade de Deus, é fugir do pecado e da maldade (ver Sl 128.1,2). Os crentes em Jesus não fumam e nem bebem. São livres de terríveis males que destroem o corpo e a mente. O crente íntegro pode sofrer a oposição dos que desejam a prática do que é errado, mas sente paz com Deus e pode dormir tranquilo sob as bênçãos do Senhor.

  3. Inclinar os ouvidos aos mandamentos de Deus

   Trata-se de obedecer aos mandamentos de Deus conforme a sua Palavra. Os dez mandamentos de Êxodo 20 foram repetidos por Cristo no Novo Testamento, aos quais Ele deu uma dimensão espiritual, que superou a versão e o entendimento originais da antiga aliança. Já vimos que a tensão emocional é o inimigo número um da saúde mental e física. Várias recomendações bíblicas podem livrar-nos da tensão emocional, ou da ansiedade. Em Salmos 55.22, lemos: “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado”. Outras “pílulas” espirituais estão à nossa disposição na farmácia de Deus. Basta ler, meditar, absorver, guardar no coração e praticar. Eis mais algumas: “Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37.4,5). Aí está um abençoado remédio para evitar a ansiedade e a tensão emocional: lançar o cuidado sobre o Senhor, deleitar-se nEle e entregar tudo em suas mãos.

  4. Guardar os estatutos do Senhor

   Os estatutos são como uma regulamentação dos mandamentos de Deus. O plano de saúde divino tem a sua explicitação em outros textos. Em Deuteronômio 7.11-15, o Senhor diz que, se o seu povo guardar os mandamentos, os estatutos e juízos que Ele ordenou, Deus irá amá-lo e abençoá-lo mais do que todos os povos (ver Fp 4.4-7; 1 Pe 5.7; Sl 121; Sl 91; Sl 125.1; Êx 33.14, e referências).

   Deus abençoou tanto o povo de Israel quando este o obedecia que não havia um único enfermo entre as suas tribos (Sl 105.37). 5. Zelar pelo corpo Como já vimos, o corpo, dado por Deus é um instrumento maravilhoso. Diferentemente do que alguém pensa, numa visão fanática distorcida, o corpo não é “a carne”, que “para nada aproveita”, como Platão e os gnósticos, como vimos na introdução deste capítulo. Essa “carne” imprestável não é o corpo; é a natureza carnal, herdada de Adão. O corpo é muito mais que “carne”; é o templo do Espírito Santo! (1 Co 6.19). É tão importante que, um dia, após a morte, haverá de ressuscitar e reunir-se ao espírito e à alma, formando o corpo glorioso, que adentrará às mansões celestiais (ler 1 Co 15). Nessa condição, precisamos cuidar bem de nosso corpo, parte que compõe o ser integral (1 Ts 5.23).

  CONCLUSÃO

  Concluindo esse capítulo, esperamos que o Senhor Deus nos dê o entendimento e a sabedoria para que nós, os seus servos, tenhamos uma vida espiritual, emocional e física saudável enquanto vivermos nesta dimensão humana e material. Existem muitos servos de Deus, inclusive obreiros, doentes e até incapacitados por falta de compreensão quanto aos cuidados que se deve ter com a saúde. O corpo é templo do Espírito Santo e precisa ser conservado dentro das limitações que nos cercam. Um dia, quando Jesus vier buscar a sua Igreja, estaremos na dimensão eterna, em corpos gloriosos, que não mais sofrerão os efeitos do pecado em termos de desgaste, enfermidades, envelhecimento e morte. Há promessas de Deus para os seus servos de desfrutarem das bênçãos da cura divina para a alma e para o corpo.

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   21 Elinaldo Renovato de LIMA. Aprendendo diariamente com Cristo, p.147

  AS PROMESSAS DE DEUS – Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Elinaldo Renovato



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