terça-feira, 12 de novembro de 2024

CPAD Adultos – AS PROMESSAS DE DEUS | Lição 7: A promessa de um coração novo

 


TEXTO ÁUREO

“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.”

(Ez 36.26)

VERDADE PRÁTICA

O salvo em Cristo Jesus tem um coração novo, voltado para a Palavra de Deus e disposto a fazer a sua vontade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 2.25-29; Jeremias 31.31-34

Romanos 2

25 – Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

26 – Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

27 – E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

28 – Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.

29 – Mas é judeu O que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.

Jeremias 31

31 – Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.

32 – Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

33 – Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

34 – E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO

Durante muitos anos, o povo de Israel serviu a Deus apenas com um coração religioso, restringindo o relacionamento com Deus apenas ao cumprimento de leis e tradições humanas. A promessa de um coração novo coaduna com as palavras de nosso Senhor Jesus que afirmou que “os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Esse é um coração transformado pela mensagem do Evangelho.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Conceituar a palavra “coração” de acordo com a Bíblia;

II) Destacar a nova perspectiva de vida de quem tem um coração novo;

III) Elencar as promessas para o coração novo.

B) Motivação: A pessoa que tem um novo coração inclina-se para o Reino de Deus e tem seu estilo de vida totalmente modificado. Assim, novos comportamentos são observados em uma pessoa que tem o coração novo.

C) Sugestão de Método: O primeiro tópico da lição ressalta a perspectiva bíblica de coração. De modo geral, o coração é o centro da razão e da emoção. Assim a ação do Espírito Santo transforma a maneira de pensar e sentir do novo crente. Partindo desse princípio, a Bíblia destaca que as leis estabelecidas para o povo de Israel na Antiga Aliança seriam praticadas não pelo cumprimento dos rituais e cerimoniais externos, e sim pela obediência sincera de um coração convertido. Aproveite a ocasião, divida a classe em grupos e sugira uma situação em que eles têm o papel de orientar uma pessoa recém-convertida a respeito da regeneração espiritual. Conceda um tempo para conversarem sobre o assunto e, em seguida, apresentarem a explicação.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A promessa de um novo coração, expressa desde o Antigo Testamento, revela um estilo de vida que pensa e age conforme os ensinamentos de Jesus. A prática dos ensinos de nosso Salvador identifica o novo estilo de vida de quem tem um coração como o de Jesus.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p. 39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “A MENTE”, localizado após o primeiro tópico, destaca o conceito de coração, mais especificamente, quando se refere à mente humana;

2) O texto “NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3-1-21)”, localizado após o segundo tópico, explica a compreensão do Reino de Deus concedida a todo aquele que experimenta o “Novo Nascimento”.

INTRODUÇÃO

O coração tem uma perspectiva bíblica muito singular. A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa. Por isso que, ao longo da Bíblia, 1 nos deparamos com conselhos que nos incentivam a cuidar do coração, e guardá-lo de todas as influências maléficas. O coração, segundo a Bíblia, é o centro da vida. As promessas para o coração são o tema desta lição.

PALAVRA CHAVE:

Coração

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

 “KARDIA

Forma prolongada de uma palavra primária, káp (Kar, em latim, cor, ‘coração’); o coração, i.e., (figurado) os pensamentos ou sentimentos (a mente); também (por analogia) o meio: – coração partido. Um substantivo que significa coração, a sede e o centro de circulação, e, portanto, da vida humana. Em o Novo Testamento é usado apenas em sentido figurado: I – Como sede dos desejos, sentimentos, afetos, paixões, impulsos, i. e., o coração ou a mente (Mt 5.8,28); […] II – Como sede do intelecto, significando a mente, o entendimento (Mt 13.15); […] III – Em sentido figurado: o coração de alguma coisa, o meio ou a parte central, i.e., o coração da terra (Mt 12.40) […].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego, editada pela CPAD, p.2252.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A MENTE “O coração refere-se à mente, mas não ao cérebro e, nesse caso, não envolve a fisiologia humana. Trata-se de uma metáfora e, embora a neurofisiologia do coração possa ser interessante por si só, não tem relação com esse uso da linguagem. Deuteronômio 6.5 dá a ordem de amar a Deus de todo o coração, alma e poder. Quando a ordem é repetida nos Evangelhos, ocorre com três variações (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc 10.27). Comum a todas as três é a adição da palavra ‘mente’. Ao acrescentarem ‘mente’, os escritores dos Evangelhos querem ter certeza de que o público ouve Jesus, só que a adição é baseada no fato de que o significado da palavra hebraica para referir-se à coração inclui a mente. As atividades mentais do coração metafórico são abundantes. O coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a pessoa compreende e tem entendimento (1 Rs 3.9; Jó 17.4; SI 49.3; Pv 14.13; Mt 13.15). O coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1 Cr 29.18; Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm 10.9). O coração é o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1 Rs 3.9; 10.24). O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; SI 119.11). O coração desempenha o papel da consciência (2 Sm 24.IO; 1 Jo 3-20, 21)” (LONGMAN III, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 407).

| Lição 7: A promessa de um coração novo

CPAD Adultos – AS PROMESSAS DE DEUS – Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentário: Pastor Elinaldo Renovato

 


INTRODUÇÃO

  Na Bíblia, a palavra “coração” tem vários sentidos. Geralmente, não se refere ao músculo cardíaco que bombeia o sangue para todo o corpo em média com 70 a 80 batimentos por minuto, dependendo da idade da pessoa. De modo mais evidente, coração, na Bíblia refere-se ao “homem interior”: “Porventura, não conhecerá Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração” (Sl 44.21), ou os segredos da mente humana, na qual ninguém pode penetrar. Salomão escreveu: “Para a altura dos céus, e para a profundeza da terra, e para o coração dos reis, não há investigação alguma” (Pv 25.3). Jesus disse: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19).

   Existem dois tipos de coração em pessoas diferentes. O coração do salvo e o do perdido. Nessa conotação, há uma diferença enorme entre o coração de um salvo e o de um perdido sem Deus, sem Jesus. O coração do salvo é o coração “do homem bom”, diferente e oposto ao coração “do homem mau”. “O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca” (Lc 6.45). Quando a pessoa não está salva, é uma “velha criatura”, na condição de “homem natural”, que ainda não passou pelo processo do novo nascimento. A situação do “homem natural” é complicada, na sua percepção das coisas espirituais. Paulo diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.14-16).

   O “homem natural” tem um coração velho, cheio de pecados, longe de Deus; mesmo que seja uma pessoa de bem, educada, um bom pai de família, um bom esposo, um bom cidadão, segundo os conceitos humanos, para Deus é uma velha criatura e precisa de um coração novo. Quando Nicodemos foi ter com Jesus, ouviu palavras que lhe deixaram cheio de espanto e sem entender a mensagem do Mestre. “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.5-7). Para o homem ter um novo coração, um novo interior e pensamentos renovados que agradem a Deus, precisa nascer de novo, isto é, crer que Jesus Cristo é o único Salvador, e arrepender-se dos seus pecados; isso o torna uma “nova criatura”. Em termos espirituais, Paulo discerniu bem essa renovação quando escreveu aos coríntios: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).

   No Antigo Testamento, o profeta Ezequiel recebeu uma mensagem de Deus sobre a restauração de Israel depois de terem sofrido a ação destruidora dos seus inimigos, e o Senhor fez-lhe promessas maravilhosas para o seu futuro: “E vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36.24-27).

   Com base nesse texto bíblico, podemos dizer que, para receber “um coração novo”, é necessário a purificação espiritual de todas as imundícias, da idolatria e de tudo o que não agrada a Deus, de um coração “de pedra”, endurecido e insensível à voz do Senhor. Quando acontece o novo nascimento, passa-se a ter “um coração de carne”, que simboliza um coração quebrantado e inclinado a adorar e a servir ao Senhor Deus com alegria. Com um novo coração, agora inclinado para Ele, buscamos em todos os momentos da vida amá-lo e servi-lo, além de falar do seu amor para todas as pessoas que estão ao seu alcance. Para ter essa segurança, o salvo precisa buscar a Deus diariamente: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).

  I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLIA

  Como já explicado na introdução deste capítulo, a palavra “coração” tem vários significados. Raramente, essa palavra é usada como uma referência ao órgão físico (2 Sm 18.14; 2 Rs 9.24); 22 e o Dicionário Wycliffe apresenta vários significados para essa palavra. Como centro da vida mental e espiritual, através da base bíblica, o termo é usado de várias maneiras. Observe.

  1. O homem interior

   Com esse sentido, o coração tem segredos que só Deus e a pessoa sabem (Sl 44.21; Pv 25.3). Sabemos que nosso ser integral, de acordo com a Bíblia, é constituído de três partes (uma tricotomia): “espírito, alma e corpo” (1 Ts 5.23). O apóstolo Paulo, todavia, utilizou o entendimento de que, em termos espirituais, podemos ver nosso ser constituído de duas partes (dicotomia): “o homem exterior”, composto pelo corpo humano, e “o homem interior”, intangível, formado pelo espírito e a alma. Doutrinando aos coríntios na sua segunda carta, ele escreveu no capítulo 4: “Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.16,17).

   O apóstolo dirigia-se aos crentes em Jesus na famosa cidade de Corinto, numa exortação profunda sobre o seu ministério, centrado em Cristo; sobre a cegueira espiritual das pessoas incrédulas (v. 4); sobre o tesouro das revelações de Deus ante as fragilidades humanas em nosso corpo, que ele chama de “vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (v. 7). Ele conclui que, ainda que “o homem exterior’, ou seja, o corpo mortal venha passar pelo processo de envelhecimento, até à corrupção (decomposição) na morte física, o “homem interior” (espírito-alma), ou o coração, “se renova de dia em dia” (v. 16).

  2. Coração cheio de poder

    Em outro eloquente trecho dos seus ensinos, Paulo diz aos efésios: “para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.16-19). Todo esse conhecimento e entendimento só podem ser alcançados por aquele que é salvo, fiel e santo, ou seja, quem recebeu de Deus um “novo coração”.

  II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS

  1. Um coração inclinado a Deus

  Quando a pessoa aceita Cristo como o seu Salvador, passa pelo processo do novo nascimento e passa a perceber a realidade espiritual de forma profunda, como Nicodemos ouviu do Senhor: “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Assim, para o homem perceber e entender o que é o Reino de Deus, precisa ter um novo interior, nova visão da realidade espiritual. Salomão entendeu essa verdade quando Deus disse a ele para que inclinasse o seu ouvido, e ouvisse as palavras dos sábios, e aplicasse o seu coração à sua ciência:

   Inclina o teu ouvido, e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração à minha ciência. Porque é coisa suave, se as guardares no teu coração, se as aplicares todas aos teus lábios. Para que a tua confiança esteja no Senhor, a ti tas faço saber hoje, sim, a ti mesmo. Porventura, não te escrevi excelentes coisas acerca de todo conselho e conhecimento, para te fazer saber a certeza das palavras de verdade, para que possas responder palavras de verdade aos que te enviarem? (Pv 22.17-21).

  2. Um coração consciente

   Como centro das emoções e dos sentimentos, o coração medita, pondera e avalia, como fez Maria, a mãe de Jesus, que, ao ouvir o que os pastores diziam acerca do menino, guardou tudo no seu coração: “E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coração” (Lc 2.18,19). O interior do homem tem capacidade de guardar os pensamentos, os sentimentos e o que se passa ao seu redor ou, então, desconsiderar o que Deus exige. O Senhor repreendeu Israel por não ter atentado para o juízo sobre a sua desobediência; por isso, Israel foi duramente castigado.

   Diz a Bíblia: “Pelo que derramou sobre eles a indignação da sua ira e a força da guerra e lhes pôs labaredas em redor, mas nisso não atentaram; e os queimou, mas não puseram nisso o coração” (Is 42.25). Quando Deus chamou Moisés para fazer com o povo de Israel um novo concerto, Ele relembrou tudo o que fizera, tirando aquele povo da escravidão do Egito, e, durante quarenta anos, fez Israel caminhar no deserto, e nada lhes faltou. O Senhor, no entanto, reclamou da falta de entendimento para com todas as maravilhas que Ele operara no meio deles. E disse a Moisés: “[...] porém não vos tem dado o Senhor um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje” (Dt 29.4).

  3. Deus vê o coração do homem

  O profeta Jeremias sofreu terrível perseguição por parte dos inimigos de Deus. Na sua oração, ele declarou o que sentia no seu interior: “Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que provas o justo e vês os pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles, pois te descobri a minha causa” (Jr 20.12). Mesmo sendo o coração do homem o seu interior, aquilo que ninguém vê, Deus, no entanto, por meio da sua Onisciência, sabe todas as coisas (Jr 17.9,10).

  III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO

   Deus pode encher o coração de quem o ama, o serve e obedece à sua vontade, desde que o busquemos de todo o coração. Quando o povo de Israel foi levado cativo para a Babilônia, Deus falou pelo profeta Jeremias, dizendo: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). Essa é a condição necessária para Deus ouvir as orações do seu povo. Deus quer que o busquemos de todo o coração, colocando nele toda nossa fé e confiança nas suas palavras e nas suas promessas: “[...] eis que os meus servos cantarão por terem o seu coração alegre, mas vós gritareis com tristeza de ânimo e uivareis pelo vosso quebrantamento de espírito” (Is 65.14).

   Deus dá paz ao coração quando o buscamos de todo o coração em oração e súplicas. Paulo escreveu aos filipenses: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7).

   1. Um coração feliz

   Quando o homem tem um novo coração, concedido por Deus, a pessoa sente-se feliz, desfrutando a paz do Senhor. Diz a Palavra de Deus: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). O coração alegre, ou seja, a alegria interior, produz reações químicas na mente e no corpo que contribuem para a saúde humana. É considerado um “bom remédio” para quem tem a felicidade de ter um coração assim.

   No mundo, o gasto com medicamentos para a mente e para o corpo alcança bilhões de dólares. A indústria farmacêutica lucra muito com a venda de milhares de medicamentos para doenças orgânicas ou emocionais. E, na maioria dos casos, tais medicamentos não resolvem a causa das enfermidades.

   Se, no entanto, a pessoa tem Deus na sua vida, procurando ter a presença dEle no seu dia a dia, tem a presença e a alegria do Espírito Santo, que produz alegria indizível: “Disse-lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10). O coração feliz tem a alegria do Senhor, que dá força à alma e produz saúde ao corpo.

   O salmista sentia-se tão feliz na presença de Deus que exclamou: “O meu coração ferve com palavras boas; falo do que tenho feito no tocante ao rei; A minha língua é a pena de um destro escritor” (Sl 45.1). Ele quis dizer que o seu coração estava cheio de palavras boas, ou seja, palavras de ânimo, de alegria, palavras que dão satisfação ao seu possuidor e a quem ouve as suas palavras. Repreendendo os fariseus, Jesus disse: “Raça de víboras, como podeis vós dizer, boas coisas, sendo maus? Pois a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34, NVI). Quem tem um bom coração, na comunhão com Deus, só diz palavras boas, das quais o seu coração está cheio.

  2. Um coração cheio de amor

   O amor é a essência do cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira identidade do que significa ser cristão. Uma vez, um doutor da Lei perguntou a Jesus qual era o maior mandamento:

   E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento da lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. (Mt 22.34-40).

   O coração do crente fiel está cheio de amor. Dessa forma, podemos viver o que o apóstolo Paulo escreveu: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). Essa palavra quer dizer que, quando o crente confia no Senhor e nEle tem esperança, o seu coração está cheio do amor de Deus pela ação poderosa do Espírito Santo. O apóstolo Paulo fala: “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl 3.14,15). O apóstolo, pelo Espírito Santo, ensina que os servos de Deus devem ser revestidos tanto do poder de Deus (At 1.8), como também “de amor, que é o vínculo da perfeição”; seguindo essa exortação, ele assegura que “a paz de Deus, para a qual fomos chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos”.

   3. O penhor do Espírito no coração

   A salvação em Cristo Jesus não é, de forma alguma, apenas uma promessa religiosa; ela tem a garantia absoluta e divina de que somos salvos, transformados por Deus, e passamos a ser novas criaturas na comunhão com Ele. Em 2 Coríntios, o apóstolo Paulo escreve: “Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2 Co 1.21,22). O penhor do Espírito Santo é a garantia, presenteada por Deus, de nossa salvação, desde que atendamos as condições que Deus requer para que, quem é salvo, permaneça em obediência à sua palavra, debaixo da sua santa vontade, numa vida de santificação. “Sem santificação, ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14).

   Mais do que uma garantia de salvação no sentido individual, o “penhor do Espírito Santo”, também chamado de “penhor da nossa herança”, é garantia de vitória para a Igreja do Senhor Jesus Cristo: “em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória” (Ef 1.13,14). O Espírito Santo é, portanto, a maior garantia de que o Senhor Deus cumprirá integralmente todas as promessas feitas à sua Igreja.  

   CONCLUSÃO

   Dentre todas as promessas de Deus para a sua Igreja, destaca-se a promessa de termos “um coração novo”. Ninguém pode ver o coração, pois ele refere-se ao interior de cada pessoa. Essa pessoa pode falar uma coisa e pensar outra; pode prometer uma coisa e proceder de outra. Tudo isso faz parte das fraquezas da condição humana. Contudo, mediante a sua onisciência, Deus sabe de tudo e de todas as coisas, tanto do Universo quanto do coração do ser humano. Ele é o Senhor que esquadrinha nosso coração, prova os pensamentos e recompensa a cada um conforme as suas ações.

   “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jr 17.10). Que Deus nos ajude a fazer a sua santa vontade a fim de que sejamos beneficiados pela gloriosa promessa de Ele dar a sua paz a nós: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).

. 2 2 P F E I F F E R , C harle s F.; V O S , H o war d F.; J O H N , Rea. Dicio nário B í blic o Wi cliffe , p. 4 5 1.


   AS PROMESSAS DE DEUS – Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Elinaldo Renovato




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