TEXTO ÁUREO
“Pois
também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18)
Mateus 28.18-20
¹⁸ E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
¹⁹ Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
²⁰ ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
Marcos 16.15-18
¹⁵ E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
¹⁶ Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
¹⁷ E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
¹⁸ pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
Atos 1.6-8
⁶ Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
⁷ E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.
⁸ Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, nos aprofundaremos nas promessas de Cristo específicas para a sua Igreja. Nós, pentecostais, cremos na contemporaneidade de cada uma delas. Precisamos, portanto, viver de maneira digna do Evangelho, tanto para transmiti-lo — sendo exemplo e testemunha da ação transformadora de Cristo —, quanto para usufruir de suas dádivas, confirmando a nossa pregação pelo poder do Espírito Santo. Sabemos que, com 0 passar dos anos, ao longo da caminhada cristã, muitos tendem a deixar o fervor da busca espiritual esvanecer. Conclame, desafie e motive sua classe a retornar à intensidade com que buscavam ao Senhor e se dedicavam ao evangelismo, como quando no auge de seu primeiro amor e primeiras obras (Ap 2.2-5).
2-
APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar as promessas de Deus para a Igreja de Cristo;
II) Pontuar o efeito das promessas divinas para a execução da Grande Comissão,
missão da Igreja no mundo;
III) Conscientizar acerca das condições para vivenciar tais promessas.
B)
Motivação:
Não podemos nos esquecer do preço pago por Cristo para instituir sua
Igreja na Terra. Tampouco de nossa missão enquanto seus embaixadores nela.
Precisamos, constantemente, honrar tão grande salvação, nos apoderando das
promessas divinas em prol da eficácia de nossa Grande Comissão. Assim, os
salvos em Cristo executarão tão grande missão.
C)
Sugestão de Método:
O crescimento da Igreja Evangélica tem sido pauta de estudos
sociológicos devido ao seu expressivo aumento no número de fiéis, sobretudo, no
meio pentecostal. Segundo o último Censo realizado no País, em 2022, há
aproximadamente 109,5 mil igrejas evangélicas (de muitas denominações), ante
cerca de 20 mil que havia em 2015. Apenas em 2019, foram abertas pelo menos
6.356 igrejas evangélicas, o que representa uma média de 17 por dia, com o
predomínio das pentecostais. Sugerimos que você apresente esses dados, propondo
a reflexão: o exponencial crescimento numérico tem reverberado a autenticidade
do Evangelho de Cristo como observamos no crescimento da Igreja de Atos?
4- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
Por meio do sacrifício expiatório de Cristo, fomos feitos sua Igreja,
seu Corpo e sua Noiva. Não podemos nos esquecer de suas promessas, assim como
da obediência e santidade requeridas para usufruirmos plenamente delas, levando
o Evangelho com poder e autoridade do Espírito Santo, até a volta do nosso
Senhor para as Bodas do Cordeiro.
4-
SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p.37,
você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B)
Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na
preparação de sua aula:
1) O texto “A AÇÃO DA IGREJA NO MUNDO”, localizado depois do primeiro tópico,
ressalta os privilégios e responsabilidades que temos enquanto Igreja neste
mundo;
2) O texto “AS PROMESSAS BÍBLICAS”, ao final do terceiro tópico, explica os
dois tipos de promessas divinas existentes nas Escrituras: as condicionais e as
incondicionais”.
INTRODUÇÃO
A Igreja de Cristo é portadora de promessas gloriosas de Deus. Ela foi
idealizada pelo Pai, edificada por Cristo e guiada pelo Espírito Santo. É a
comunidade dos salvos em Cristo Jesus para adorá-lo, servi-lo e ser a agência
propagadora do Evangelho de Jesus. Por isso, nesta lição, estudaremos a
respeito da natureza das promessas divinas feitas à Igreja, as promessas
propriamente ditas e as condições para viver essas promessas de Deus para a ela
Palavra-Chave:
Igreja
AUXÍLIO
BIBLIOLÓGICO
A AÇÃO DA IGREJA NO MUNDO
“(1) Os seguidores de Cristo têm o privilégio e a responsabilidade de buscar
constantemente os propósitos e o modo de vida que agrada a Deus em tudo o que
fazem, para que a sua presença e o seu poder sejam evidentes às pessoas que
estiverem à sua volta. Isto requer fome e sede espiritual profundas pela
presença e pelo poder de Deus, tanto em suas próprias vidas como na comunidade
cristã (veja Mt 5.10, notas; 6.33, nota). (2) Em Mt 11.12 Jesus transmite
informações adicionais sobre a natureza e o caráter daqueles que se tornam
parte do seu reino. Ali, Ele indica que “pela força” as pessoas se apoderam do
reino dos céus. Isto se refere às pessoas que estão corajosamente comprometidas
a romper com os costumes do mundo, que são pecaminosos e desafiam a Deus, e que
buscam intensamente um conhecimento mais profundo de Cristo, da sua Palavra e
dos seus perfeitos propósitos. Não importa o custo ou a dificuldade, essas
pessoas buscam intensamente o reino, com todo o seu poder. Tudo isto quer dizer
que vivenciar o reino dos céus e todos os seus benefícios exige um esforço
sincero e persistente para crescer na fé e para resistir às más influências de
Satanás, do pecado e de uma sociedade corrupta. (3) Os benefícios supremos do
reino de Deus não se destinam aos que têm pouca fome espiritual – aos que
raramente oram, que negligenciam a Palavra de Deus, ou que fazem concessões aos
comportamentos ímpios e aos modos de vida do mundo” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1639).
AUXÍLIO
HERMENÊUTICO
AS PROMESSAS BÍBLICAS
“Algumas promessas bíblicas são incondicionais, enquanto outras são
condicionais. Uma promessa condicional é uma promessa com um “se” embutido.
Este tipo de promessa necessita que certas obrigações ou condições sejam
satisfeitas para que Deus a cumpra. Se o povo de Deus deixa de satisfazer as
condições, Deus não está obrigado, de forma alguma, a cumprir a promessa. Um
exemplo disso é Tiago 1.25: ‘Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita
da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da
obra, este tal será bem-aventurado no seu feito’. A bênção prometida nesse
versículo depende da obediência à Palavra de Deus. Outro exemplo é João 15.7:
‘Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo
o que quiseres, e vos será feito’. Essa promessa garante 0 atendimento das
orações somente para aqueles que permanecem em Cristo e em quem as palavras de
Cristo permanecem. Se a condição for satisfeita, a promessa é cumprida. Uma
promessa incondicional não depende de tais requisitos para seu cumprimento. Não
há nenhum “se” embutido. O que foi prometido é concedido soberanamente ao
beneficiário da aliança, independentemente de qualquer merecimento (ou falta de
merecimento) por parte deste. […] O fato de sermos filhos e herdeiros na
família de Deus não depende do cumprimento de certas obrigações. Ao contrário,
é algo que vale para todos os cristãos” (RHODES, Ron. Reconhecendo as Promessas
de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 24-25).
CONCLUSÃO
As promessas de Deus para a Igreja do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo são de grande valor espiritual. Como Igreja, estamos integrados como
membros desse corpo espiritual. Por meio de Cristo, as promessas do Senhor são
grandiosas para todos os que fazem parte da Igreja. Nele, viveremos as
promessas da vida eterna, de poder e da glorificação final do nosso corpo. Os
planos de Deus para a sua Igreja são infalíveis.
| Lição 03: Promessas de Deus para a Igreja
CPAD –
AS PROMESSAS DE DEUS – Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que
Prometeu
INTRODUÇÃO
A Igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo foi idealizada por Deus: “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo [...] para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo” (Ef 1.4,5). Assim, a Igreja é a comunidade dos salvos em Cristo Jesus para adorá-lo, servi-lo e ser a sua agência propagadora do evangelho de Jesus.
O apóstolo Pedro, na sua
primeira carta, definiu muito bem o que a
Igreja significa no plano de Deus: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).
O apóstolo alinhou quatro
imagens para melhor explicar o que é a
Igreja de Jesus. Em primeiro lugar, diz que ela é “a geração eleita”; ou
seja, em termos coletivos ou corporativos, a Igreja é formada por todos os
salvos, santos e fiéis diante de Deus. Não existe “igreja isolada”, como dizem
os chamados desigrejados: “Eu sou igreja!” Não há um só versículo em toda a
Bíblia que confirme que uma pessoa, homem ou mulher, possa dizer que é a
“igreja”. No Novo Testamento, a palavra Igreja vem da palavra grega ekklésia,
que tem o sentido de “congregação”, “reunião”, “assembleia”; nessa condição, a
Igreja foi eleita e predestinada por Deus.
Individualmente, somos o “Templo do Espírito Santo”, mas, coletivamente,
somos a “Noiva de Cristo” (2 Co 11.2), o “rebanho de Deus” (1 Pe 5.2,3).
No antigo pacto, só havia
sacerdotes que fossem da tribo de Levi; na nova aliança, a Bíblia diz que somos
“o sacerdócio real”, ou seja, espiritualmente, somos considerados sacerdotes de
Deus. O papel do sacerdote é orientar o povo, interceder ao Senhor pelo povo, visando
o seu comportamento correto e santo diante de Deus. Nessa condição, em termos
espirituais, todos os salvos, homens e mulheres, devem exercer “o sacerdócio
real”, o que é um grande privilégio, bem como uma grande reponsabilidade diante
do Senhor.
O apóstolo diz que somos “a
nação santa”. Essa é condição indispensável para que as demais condições possam
ser realidade.
Ninguém é salvo se não for santo; ninguém faz parte da Igreja se não
for santo: “Porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe
1.14-16).
A última imagem usada pelo
apóstolo Pedro para identificar a
Igreja foi a de que somos “o povo adquirido” para anunciar “as virtudes
daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Povo nenhum na
terra tem essas qualificações espirituais, que identificam os que pertencem à
Igreja de Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Ela é tão importante que Jesus disse a Pedro: “Pois também
eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
Com essas características
especiais, a Igreja é a instituição de origem e caráter divinos a quem Deus
reservou promessas especiais, visando o cumprimento da sua missão de
proclamadora das verdades reveladas por Deus na sua santa Palavra. Meditemos
sobre essas promessas.
I – A NATUREZA DA PROMESSA DE DEUS PARA
A IGREJA
A natureza da Igreja está pautada em três situações consideráveis: 1) nas palavras que descrevem essa instituição; 2) nas palavras que descrevem os cristãos; 3) e nas ilustrações que descrevem a Igreja.
1. Palavras que descrevem a Igreja
Jesus assevera em Mateus 16.18: “Edificarei a minha igreja”. Essa é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para “igreja”: ekklêsia, composta com a preposição Ek, “fora de”, e o verbo Kaleõ, “chamar”; logo, ekklêsia denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito específico. O termo é conhecido desde o século V a.C. nos escritos de Heródoto, Xenofontes, Platão e Eurípedes. Esse conceito de ekklêsia prevalecia especialmente na capital Atenas, onde os líderes políticos eram convocados como assembleia constituinte até quarenta vezes por ano. O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. Em Atos 19.32,41, por exemplo, ekklêsia refere-se à turba enfurecida de cidadãos que se reuniu em Éfeso para protestar contra os efeitos do ministério de Paulo. Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho Jesus Cristo e que se tornaram “concidadãos dos santos e da família de Deus” (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar e servir ao Senhor. A Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, também emprega ekklêsia quase cem vezes, usualmente como tradução do termo hebraico qahal (“assembleia”, “convocação”, “congregação”). No Antigo Testamento, assim como no Novo Testamento, o termo refere-se às vezes a uma assembleia religiosa (por exemplo, Nm 16.3; Dt 9.10) e, em outras ocasiões, a uma reunião visando propósitos seculares, até mesmo malignos (Gn 49.6; Jz 20.2; 1 Rs 12.3 etc.).
Uma palavra hebraica com significado semelhante a qahal é ‘edah (“congregação”, “assembleia”, “agrupamento”, “reunião”). É de relevância notar que ekklêsia é frequentemente usada na Septuaginta para traduzir qahal, mas nunca ‘edah; pelo contrário, essa última palavra é mais frequentemente traduzida por sunagõgê (“sinagoga”). Por exemplo: a expressão “comunidade de Israel” (Êx 12.3) podia ser traduzida por “sinagoga de Israel” se seguíssemos a versão da Septuaginta.
A palavra grega sunagõgê, assim como o seu equivalente hebraico, ‘edah, tem o significado essencial de pessoas reunidas. Hoje, quando escutamos a palavra “sinagoga”, usualmente temos o retrato mental de uma assembleia de judeus reunidos para orar e escutar a leitura e exposição do Antigo Testamento. Significado semelhante também se acha no Novo Testamento (Lc 12.11; At 13.42 etc.).
Embora os cristãos primitivos costumassem evitar a palavra para descrever
a eles mesmos, Tiago não a evita ao referir-se aos crentes que se reuniam para
adorar (Tg 2.2), talvez por serem os seus leitores convertidos judaicos, na sua
maioria.
Como consequência, quer nos
refiramos aos termos hebraicos comuns qahal e ‘edah, quer às palavras gregas
sunagõgê e ekklêsia, o significado essencial continua sendo o mesmo: a “Igreja”
consiste naqueles que foram chamados para fora do mundo, do pecado e da vida
alienada de Deus, os quais, mediante a obra de Cristo na sua redenção, foram
reunidos como uma comunidade de fé que compartilha das bênçãos e
responsabilidades de servir ao Senhor.
Hoje, “igreja” comporta vários significados. Refere-se frequentemente
ao prédio onde se reúnem os crentes (por exemplo, “Estamos indo à igreja”);
pode também indicar nossa comunhão local ou denominação (“Minha igreja ensina o
batismo por imersão”) ou um grupo religioso regional ou nacional (por exemplo,
“a igreja da Inglaterra”). A palavra é frequentemente empregada com referência
a todos os crentes nascidos de novo, independentemente das suas diferenças
geográficas e culturais (por exemplo, “a Igreja do Senhor Jesus Cristo”). Seja
como for, o significado bíblico de “Igreja” refere-se primariamente não às
instituições e culturas, mas, sim, às pessoas reconciliadas com Deus mediante a
obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele e que se unem e reúnem
para adorá-lo “em Espírito e em Verdade” (Jo 4.23).
2. Palavras que descrevem os cristãos
a) Irmãos. A igreja é uma
fraternidade ou comunhão espiritual na qual foram abolidas todas as divisões
que separam a humanidade.
“Não há grego nem judeu” — a mais profunda de todas as divisões baseadas
na história religiosa é vencida; “não há grego nem bárbaro” — a mais profunda
de todas as divisões culturais é vencida;
“não há servo nem livre” — a mais profunda de todas as divisões sociais
e econômicas é vencida; “não há macho nem fêmea” — a mais profunda de todas a
divisões humanas é vencida (Cl 3.11; Gl 3.28).
b) Crentes. Os cristãos são
chamados “crentes” porque a sua doutrina característica é a fé no Senhor Jesus.
c) Santos. São chamados “santos”
(literalmente “consagrados ou piedosos”) porque estão separados do mundo e
dedicados a Deus.
d) Eleitos. Refere-se a eles
como “eleitos” ou os “escolhidos”, porque foram escolhidos por Deus para um
ministério importante e um destino glorioso.
e) Discípulos. São “discípulos” (literalmente
“aprendizes”), porque estão sob preparação espiritual com instrutores
inspirados por Cristo.
f) Cristãos. São “cristãos” porque a sua
religião gira em torno da pessoa de Cristo.
g) “Os do Caminho”. Nos dias
primitivos, muitas vezes eram conhecidos como “os do Caminho” (Versão
Brasileira) (At 9.2), pois viviam conforme uma maneira especial de viver.
3. Ilustrações da Igreja
a) O corpo de Cristo. O Senhor
Jesus Cristo deixou este mundo há mais de vinte séculos; ele, entretanto, ainda
está no mundo. Com isso, queremos dizer que a sua presença é sentida por meio
da
Igreja, que é o seu corpo. Assim como Ele viveu a sua vida natural na
terra em um corpo humano individual, Ele também vive a sua vida mística em um
corpo tomado da raça humana em geral. Na conclusão dos Evangelhos, não escrevemos:
“Fim”, mas “Continua”, porque a vida de Cristo continua a ter expressão por
meio dos seus discípulos, como se evidencia no livro de Atos dos Apóstolos e
pela subsequente história da Igreja (Mt 10.40; Jo 20.21 ).
Antes de partir da terra, Cristo prometeu assumir esse novo corpo; entretanto,
usou outra ilustração: “Eu sou a videira, vós as varas [...]” (Jo 15.5). O uso
dessa ilustração faz lembrar que a Igreja é um organismo, e não meramente uma
organização. Uma organização é um grupo de indivíduos voluntariamente
associados com um propósito especial, tal como uma organização fraternal ou um sindicato.
Um organismo é qualquer coisa viva que se desenvolve pela vida inerente. Usado
figuradamente, significa a soma total das partes entrelaçadas, nas quais a relação
mútua entre elas implica uma relação do conjunto. Desse modo, um automóvel
poderia ser considerado uma “organização” de certas peças mecânicas; o corpo humano
é um organismo porque é composto de muitos membros e órgãos animados por uma
vida comum.
b) O templo de Deus. Em 1 Pedro
2.5,6, temos um exemplo clássico de templo, um lugar em que Deus, que habita em
toda parte, localiza-se a si mesmo em determinado lugar, onde o seu povo possa
achá-lo “em casa” (Êx 25.8; 1 Rs 8.27). Assim como
Deus “morou” no Tabernáculo e no Templo, assim também vive, pelo seu
Espírito, na Igreja (Ef 2.21,22; 1 Co 3.16,17). A palavra “templo” é usada em 1
Coríntios 3.16 para indicar a assembleia inteira.
Juntas, cada assembleia é o templo, porquanto Deus Pai, Cristo e o
Espírito Santo estão nelas. Nesse Templo espiritual, os cristãos, como
sacerdotes, oferecem sacrifícios espirituais, sacrifícios de oração, louvor e
boas obras.
c) A noiva de Cristo. Essa é
uma ilustração usada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento para descrever a
união e a comunhão de Deus com o seu povo (2 Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 19.7;
21.2; 22.17). É usada particularmente no tocante à ansiedade da noiva a preparar-se
para o casamento, pelo que também se reveste de um forte tom de esperança
quanto ao futuro. É também usada para indicar a Igreja, pois, embora estejamos
esperando uma relação mais íntima com Cristo quando Ele voltar à terra, temos
uma relação íntima com Ele desde agora (Ef 5.25-32). O relacionamento do matrimônio
é usado para ilustrar o amor e o cuidado de Cristo pela
Igreja, bem como a devoção e a fidelidade da Igreja a Cristo.
Devemos lembrar, porém, que é somente uma ilustração e que não se deve
forçar a sua interpretação. O propósito do símbolo é apenas iluminar um
determinado lado da verdade, e não o de prover o fundamento para uma doutrina.
II – A PROMESSA DE DEUS PARA A IGREJA
No conjunto de promessas de
Deus, não poderiam faltar as promessas para a Igreja. No Antigo Testamento, já
havia promessas de Deus para a Igreja, ainda que ela não aparecesse de modo explícito
nos seus livros. A palavra hebraica, equivalente a ekklesia
(termo grego), ou Igreja, no Novo Testamento, é qahal, que tem o significado
de “povo reunido” ou “assembleia” (Dt 4.10); “multidão” (1 Sm 17.47); na
realidade, tais termos referiam-se a Israel como povo, ou etnia. É somente no
Novo Testamento que podemos perceber que a Igreja já estava prevista nos planos
de Deus para a redenção da humanidade, prejudicada pelo pecado. Uma análise bíblica
mostra-nos que o Novo Testamento estava oculto no Antigo e que o Antigo está
claro no Novo.
1. Promessa de poder
Na sua despedida dos seus discípulos,
estando eles com medo e descrentes, Jesus proclamou-lhes que daria poder e
autoridade à sua Igreja no que se chama “A grande comissão” (ver Mc 16.15-18).
Jesus sabia que, após a sua ascensão aos céus,
os seus seguidores, que formariam a sua Igreja, enfrentariam desafios indescritíveis
em termos de oposições, perseguições, violência, prisões, torturas e mortes e
que iriam necessitar de força e poder sobrenaturais para ficarem firmes e não
negarem o seu nome e nem deixarem de procurar cumprir a missão que lhes fora
dado, a saber, pregar o Evangelho “por todo o mundo” e “a toda a criatura”. Por
isso, antes da sua partida, retornando aos céus, Ele instrui os seus discípulos
(ver At 1.4,5).
Dias antes desse encontro,
Jesus determinou-lhes que não começassem a evangelizar logo depois do seu
retorno aos céus, mas disse: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai;
ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”
(Lc 24.49). Esse revestimento de poder era o que fora predito pelo profeta
Joel, 800 anos antes de Cristo (Jl 2.28).
Após a promessa do batismo com
o Espírito Santo, em Atos 1.5, os seus discípulos ficaram curiosos e
perguntaram-lhe sobre quando tais coisas aconteceriam. “Aqueles, pois, que se
haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino
a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o
Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.6-8).
2. A promessa da edificação da Igreja
Outra eloquente promessa para a
Igreja, que tem sido cumprida e que se cumprirá até à volta de Jesus é o que
Ele disse para Pedro: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela.” (Mt 16.18). Desde o seu início, a Igreja tem sido atacada pelas “portas
do inferno”, pelas perseguições dos judeus, dos romanos, dos comunistas e,
agora, pelos falsos progressistas, ateus materialistas. A Igreja sempre sofreu,
mas, quanto mais perseguida, mais ela levantou-se e prosseguiu de cabeça
erguida para cumprir a sua missão de pregar o evangelho de Cristo “por todo o
mundo” e “a toda a criatura” (Mc 16.15).
3. A
promessa da vida eterna
Nas suas mensagens maravilhosas
nos Evangelhos, Jesus prometeu a vida eterna ou a salvação a “todo aquele que
nele crê”.
Evidentemente, “todo aquele” que crê em Jesus, conforme a sua santa
Palavra, faz parte da Igreja desde o dia da sua confissão pública diante de
Deus e dos homens. Em João 3.16, que é considerado o texto áureo do Novo
Testamento, vemos Jesus prometendo “vida eterna” a “todo aquele que nele crê”
no seio da humanidade. O seu amor não foi seletivo e discriminador, como creem
irmãos da maioria das igrejas reformadas. Deus amou “o mundo de tal maneira”
inexplicável, oferecendo a vida eterna a “todo o que nele crê”, ou seja, a qualquer
pessoa, que ouve a sua palavra “e crê naquele” que o enviou” (Jo 5.24).
4. A promessa de sermos semelhantes a Ele
João, o apóstolo do amor, teve essa
revelação gloriosa sobre o futuro dos crentes, ou seja, da Igreja: se formos
fiéis “até à morte”, não somente crendo, mas também obedecendo a Deus e
buscando uma vida de santificação: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda
não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E
qualquer que nele tem esta esperança purifica se a si mesmo, como também ele é
puro” (1 Jo 3.2,3).
5. A promessa de estar presente em nosso
Meio Depois da sua gloriosa
ressurreição, Jesus apresentou-se aos discípulos, que estavam abatidos e com
medo, de maneira surpreendente e dizendo-lhes: “[...] É-me dado todo o poder no
céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas
que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação
dos séculos. Amém!” (Mt 28.18-20).
III – CONDIÇÕES PARA VIVER AS PROMESSAS
DE DEUS
Já vimos no capítulo anterior
que a Palavra de Deus não falha (1 Rs 8.56; Js 23.14). Também vimos que Deus
vela pelo cumprimento da sua Palavra. A Jeremias, o profeta, Deus fez uma
declaração solene sobre como Ele cumpre a sua Palavra (Jr 1.11,12). Mas, para
que, na Igreja, os crentes vejam, no presente ou no futuro, o cumprimento das
promessas de Deus, há condições a serem atendidas, observadas e cumpridas.
1. É preciso crer
A fé em Deus e nas suas promessas é condição indispensável para ver o cumprimento da sua vontade na vida de qualquer pessoa. Abraão foi chamado de “o pai na fé”. Ele recebeu a promessa de que seria pai de uma grande nação e que a sua descendência seria como as estrelas do céu quando já estava com 99 anos, e a sua esposa, Sara, era estéril (Gn 17.1-8). Quando Abraão tinha 100 anos, nasceu Isaque, causando admiração a todos que souberam desse fato (Gn 21.5). A sua fé foi reconhecida por Deus de forma muito marcante
(ver Rm 4.1-3).
2. É
preciso ser fiel até a morte
A fidelidade a Deus não pode ser temporária. Por toda a vida, os seus servos precisam ser fiéis. Disse o sábio: “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração” (Pv 3.3). A Bíblia tem exemplos de servos de Deus que foram fiéis em toda a vida: Moisés foi testemunhado por Deus por causa de sua fidelidade: “Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa” (Nm 12.7); Jó, em toda a sua luta, sem saber que era alvo da malignidade do Diabo, que lhe tirou os seus bens, filhos e saúde, manteve-se fiel (Jó 1.21); Daniel, mesmo sabendo que poderia ser lançado na cova dos leões, foi fiel ao Senhor (Dn 6.9,10). Jesus diz em Apocalipse: “[...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10c).
3. Não sair da presença de Deus
Andar na presença de Deus com
vida convertida é atitude sábia e que abre espaço para que as promessas de Deus
sejam cumpridas na vida do crente Deus fez gloriosas promessas a Abrão,
exigindo que ele andasse na sua presença (Gn 17.1).
4. É preciso obedecer a Deus
A obediência a Deus tem tanto valor que Ele considera melhor do que oferecer sacrifícios: “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender é melhor do que a gordura dos carneiros” (1 Sm 15.22). Obedecer é condição para que Deus cumpra as suas promessas na vida de alguém ou de um povo, bem como da sua Igreja.
CONCLUSÃO
As promessas de Deus para a Igreja
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo são de grande valor espiritual. A
Igreja é “o Corpo de Cristo” na terra. É um organismo vivo, integrado por todos
os que são membros desse corpo espiritual. Por meio de Cristo, são muitas as
promessas do Senhor para todos os que fazem a Igreja. A maior delas é,
certamente, a da garantia de que “as portas do inferno não prevalecerão contra
ela” (Mt 16.18). Outra promessa de grande valor é a de estar no meio da Igreja
todos os dias (Mt 28.20).
AS PROMESSAS DE DEUS
CONFIE E VIVA AS BENÇÃOS DO SENHOR
PORQUE FIEL É O QUE PROMETEU.
ELINALDO RENOVATO
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