TEXTO
ÁUREO
“Mas ele, estando cheio
do Espírito Santo […] disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem
que está em pé à mão direita de Deus.”
VERDADE
PRÁTICA
Por intermédio da graça
de Deus o cristão pode ser fiel a Cristo até a morte e contemplar a sua glória.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Atos
6.8-10; 7.54-60
Atos
6
8- E Estêvão, cheio de fé e de poder,
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9- E levantaram-se alguns que eram da
sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, dos alexandrinos, e dos que eram
da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão.
10- E não podiam resistir à sabedoria
e ao Espírito com que falava.
Atos
7
54- E, ouvindo eles isto,
enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele.
55- Mas ele, estando cheio do Espírito
Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à
direita de Deus
56- e disse: Eis que vejo os céus
abertos e o Filho do homem, que está em pé a mão direita de Deus.
57- Mas eles gritaram com grande voz,
taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele.
58- E, expulsando-o da cidade, o
apedrejaram. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem
chamado Saulo.
59- E apedrejaram a Estêvão, que em
invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.
60- E, pondo-se de joelhos, clamou com
grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto,
adormeceu.
PLANO
DE AULA
1-
INTRODUÇÃO
Professor
(a), nesta lição veremos, através do exemplo do Estevão, que uma das marcas do
crente cheio do Espírito Santo é sua fidelidade a Jesus. Estevão foi o primeiro
cristão que sofreu martírio. Até hoje milhares de cristãos sofrem algum tipo de
oposição, hostilidade ou violência por declararem sua fé em Jesus. A lista
mundial de perseguição, publicada em 2022, apontou que mais de 360 milhões de
cristãos ainda são perseguidos, isto é, eles têm direitos negados, sofrem
violências (verbais e físicas), perdem propriedades, suas famílias são
ameaçadas e/ou perdem a vida. Tais perseguições são feitas, às vezes, por
grupos civis, em outros momentos por autoridades religiosas e ainda por forças
militares ou governamentais. Entretanto, assim como Estevão, milhares de
cristãos não desistem da sua fé em Jesus e se mantêm fiéis porque são
fortalecidos pelo Senhor.
2-
Apresentação DA LIÇÃO
A)
Objetivos da Lição:
I)
Apresentar a vida de Estevão, destacando seu testemunho
pessoal;
II)
Mostrar que o crente deve permanecer fiel a Jesus
diante da perseguição e da morte;
III)
Conscientizar de que cada crente precisa do
poder do Espírito Santo para se fortalecer e permanecer na fé em Cristo.
B) Motivação:
O enfraquecimento da fé, geralmente, é antecedido pelo esfriamento espiritual.
Por isso, a busca constante do Espírito Santo é essencial para o crente se
fortalecer no Senhor. Em Estevão, vemos um grande exemplo de fidelidade a Deus.
Ele se manteve firme na fé em Cristo, mesmo diante do risco de morte. Tal
fidelidade foi gerada no poder do Espírito Santo.
C) Sugestão de Método:
Inicie a aula com uma oração. Pergunte para a sua classe se alguém já passou
pela experiência de ser criticado por ser cristao. Peça para que alguns alunos
compartilhem suas experiências pessoais. Em seguida, destaque que nesta lição
vamos estudar o primeiro martírio cristão. Em seguida, utilize as informações
disponíveis no primeiro auxílio para apresentar à turma o perfil de Estevão.
Ele foi muito atuante na Igreja Primitiva.
3-
CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
Mostre aos seus alunos que o Espírito Santo é fundamental na caminhada cristã.
Por isso, cada crente deve buscar encher-se do Espírito, conforme a ordenança bíblica.
Destaque também que manter a fidelidade a Cristo em momentos de tribulação e
angústia é essencial. Assim como Estevão, todo crente fiel verá a Cristo, um
dia, face a face.
4-
SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e
subsídios de apoio a Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você
encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparac;ao
de sua aula:
1)
Para auxiliar na introdução e no
desenvolvimento do primeiro tópico, o texto “Quem foi Estevão” mostra uma visão
panorâmica da vida e da atividade ministerial desse cristao;
2)
Para aprofundar o segundo tópico, o texto “O
martírio de Estevão” traz uma reflexão teológica sobre o momento da morte do
primeiro cristão que perdeu sua vida por causa da sua fé em Cristo. O texto
destaca o significado da visão e do comportamento de Estevão.
INTRODUÇÃO
O assunto
desta lição é o martírio de Estevão, um avivado herói da fé. Como um dos sete
homens que integraram o primeiro corpo de diáconos na igreja antiga, Estevão
era “cheio de fé e de poder”, “fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”
(At 6.8). Devido a sua atuação como autêntico evangelista, na unção do Espírito
Santo, causou inveja aos adversários do Evangelho. O livro de Atos revela o
martírio de Estevão por causa de sua perseverança ao Evangelho. Nesse sentido,
veremos que ele foi um servo fiel até a morte e receberá a coroa da vida (Ap
2.10).
PALAVRA-CHAVE:
MÁRTIR
AMPLIANDO O
CONHECIMENTO
*O DISCURSO
DE ESTEVÃO
“O
discurso de Estevão diante do Sinédrio e uma defesa da fé propagada por Cristo
e pelos apóstolos. Ele é o precursor de todos quantos defendem a fé bíblica
contra os que se opõem ao seu ensino ou o distorcem, e é o primeiro que morreu
por essa causa. Jesus vindica a ação de Estevão, ficando em pé para honrá-lo
diante de seu Pai, no céu.
O amor de
Estevão a verdade e sua disposição em dar a vida para salvaguardá-la,
contrastam-se nitidamente com aqueles que pouco se interessam por ‘batalhar
pela fé que uma vez foi dada aos santos’ (Jd v.3) […]”. Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1643.
AUXÍLIO
PEDAGÓGICO
QUEM FOI
ESTEVAO?
“Pontos fortes e êxitos:
·
Foi um dos sete líderes escolhidos para supervisionar a distribuição de
alimentos aos necessitados na Igreja Primitiva.
· Foi conhecido por suas qualidades espirituais de fé, sabedoria, graça, poder
e pela presença do Espírito em sua vida.
· Foi um líder reconhecido e destacado, um mestre, um debatedor.
· Foi o primeiro a dar a vida pelo evangelho.
Lições de Vida:
· O esforço em busca da excelência em pequenas tarefas prepara as pessoas
para responsabilidades maiores.
· A Verdadeira compreensão a respeito de Deus sempre leva a ações práticas e
compassivas para as pessoas.
Informações essenciais:
· Ocupação: Diácono (distribuía alimentos aos necessitados).
· Contemporâneos: Paulo, Caifás, Gamaliel e os apóstolos.
Versículos chave: Atos 7.59,60
(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1490).
AUXÍLIO
BIBLIOLÓGICO
O MARTÍRIO
DE ESTEVÃO
“Estevão
cheio do Espírito se comporta como profeta. Pelo Espírito Santo, ele vê a
glória radiante de Deus e o Jesus exaltado à mão direita de Deus (At 7.55,56;
cf. Lc 22.69). Durante a visão, aparece o padrão trinitario. Estêvão cheio do
Espírito Santo, olha para o céu e vê o Senhor Jesus em pé, a mão direita de
Deus Pai […].
Agora
Estevão confessa pela primeira vez o Senhor ressurreto Diante do Sinédrio,
declarando que ele vê Jesus Cristo compartilhando a glória de Deus como o
exaltado Filho do Homem. Estas palavras são blastemas aos líderes religiosos.
Eles cobrem os ouvidos indicando que já não ouviram o blasfemador. A recusa em
ouvir reflete um problema muito mais profundo: empenho para que os ouvidos não
sejam abertos pelo Espírito Santo […].
Em seguida,
Estevão se ajoelha em oração e ainda ecoa outra declaração de Jesus na cruz:
‘Senhor não lhes imputes este pecado’ (v. 60). Com confiança tranquila de um
profeta, ele segue o exemplo de Jesus e permanece fiel ao seu ensino: ‘Bendizei
os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam’ (Lc 6.28).
Antes de
Estevão morrer, todos ouvem esta testemunha inspirada oferecer uma oração de
perdão aos seus executores. Somente o poder do Espírito Santo pode capacitar
Estevão a fazer a oração que ele fez” (FRENCH, Arrington L., STRONSTAD, Roger
(Eds). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Vol. 1. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, pp. 665,666).
CONCLUSÃO
Diante dos
inimigos do Evangelho de Cristo e da morte, o testemunho de Estevão nos mostra
que Deus concede graça, força e equilíbrio emocional para o crente
espiritualmente avivado. Que o Senhor nos ajude a glorificá-lo no meio das
lutas da vida. A exemplo do primeiro mártir da igreja antiga, não neguemos a
Cristo!
| Lição 07: Estevão – Um Mártir Avivado
Capítulo
7
Estêvão
- Um Mártir Avivado
A Igreja de Jesus nasceu, cresceu e desenvolveu-se
debaixo de perseguições das mais diversas. Todos os sistemas religiosos,
institucionais e políticos foram usados para destruí-la desde o seu nascedouro.
Quando Jesus nasceu, o Diabo procurou eliminá-lo ainda na sua infância.
Herodes, o famigerado rei, representando o Império Romano, ao saber pelos magos
que nascera "o Rei dos judeus", sentiu-se ameaçado e procurou
eliminar o menino Jesus, mas Deus livrou-o das mãos do sanguinário monarca. Ao
longo do ministério de Jesus, a perseguição sempre se fez presente. De uma
forma ou de outra, os líderes do judaísmo, sentindo-se ameaçados no seu
prestígio e por inveja, procuraram ocasião para matá-lo. Por fim, traído por
Judas Iscariotes, Jesus foi entregue nas mãos dos que queriam a sua morte. Ele
foi preso, julgado injustamente e levado ao patíbulo da Cruz, só que a alegria
dos inimigos de Cristo durou pouco. Três dias depois de sepultado, conforme Ele
próprio dissera, ressuscitou, glorioso e triunfante, vencedor da morte, do
Diabo, do pecado, do mundo e de todos os poderes das trevas. Cumprida a sua
missão divina, Jesus voltou ao seu lugar, à destra de Deus, nos céus.
Se não fosse o avivamento, resultante do
Pentecostes, como dissemos noutro texto, a Igreja não teria sobrevivido. Seria
apenas uma lembrança de uma religião que teria fracassado. Desde que Jesus
subiu aos céus, a sua Igreja passou a sofrer perseguição. As "portas do
inferno" valeram-se da religião para perseguir os seguidores do Nazareno.
O judaísmo levantou as suas forças contra os primeiros cristãos. Após a descida
do Espírito Santo (At 2), a perseguição teve início quando Pedro e João, usados
por Deus, no nome de Jesus, curaram um coxo de nascença que ficava "à
porta do templo, chamada Formosa" (At 3.2). Não demorou muito quando,
diante do povo já atônito por conta do milagre operado diante do santuário
judaico, adentraram ao recinto os sacerdotes com o apoio do capitão do Templo e
dos saduceus, que lançaram os apóstolos na prisão sem acusação formal ou mandado
judicial (At 4.3). Como resultado: "Muitos, porém, dos que ouviram a
palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil" (At
4.4).
O crescimento rápido da igreja impressionou
os poderosos do judaísmo. Eram doze os que andavam com Jesus; no Pentecostes,
no Cenáculo, reuniram-se cento e vinte; com a pregação de Pedro, mais de três
mil converteram-se a Cristo. Depois da cura do coxo, foi grande o alvoroço
entre os inimigos do evangelho de Cristo. Os apóstolos foram presos, libertos,
e o número dos cristãos chegou "a quase cinco mil" (4.4). A igreja
continuou crescendo de maneira impressionante. E a perseguição
intensificava-se: “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava
muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à
fé" (6.7). O crescimento não se dava apenas entre as pessoas de classe
pobre e sem cultura, mas até entre os sacerdotes judaicos. Isso incomodava e
revoltava a liderança religiosa e política da época.
O diácono Estêvão foi usado por Deus de
forma poderosa; pelo seu ministério, o Senhor Deus "fazia prodigios e
grandes sinais❞ (6.8). Na visão dos inimigos de
Cristo, a sua obra precisava ser detida. A igreja não deveria continuar
crescendo, mas Deus não pode ser impedido por ninguém. Está escrito: "Ainda antes que houvesse dia, eu sou;
e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem
impedirá?" (Is 43.13). Neste capítulo, meditemos sobre o papel de Estêvão,
a sua prisão e o seu discurso eloquente, cheio da unção de Deus e, por fim, a
sua morte, glorificando a Cristo.
I - ESTÊVÃO
E O SEU TESTEMUNHO DE FÉ
Depois de uma assembleia extraordinária da
igreja nascente, os diáconos foram escolhidos para cuidar da parte social da
comunidade cristã. Isso contribuiu para que o cristianismo fosse bem-visto por
muitas pessoas: "E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se
multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes
obedecia à fé" (At 6.7).
1. Estêvão
Usado por Deus
Estêvão destaca-se entre os diáconos
Na
escolha dos diáconos, o nome de Estêvão aparece pela primeira vez de uma forma
bem interessante. Dos sete eleitos pela igreja, todos tinham que ter os
requisitos de "boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria" (6.3). Estêvão teve uma menção diferenciada quanto à sua
condição espiritual, pois era "homem cheio de fé e do Espírito Santo"
(6.5).
Estêvão fazia grandes sinais e prodigios
Estêvão era homem que tinha comunhão com Deus
e foi usado para efetuar grandes coisas que glorificavam o nome do Senhor. Diz
a Bíblia: "E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodigios e grandes
sinais entre o povo" (6.8). Ele era um pregador que atraía multidões por
causa da sua fé em Deus e nas suas promessas de que, ao ser batizado no
Espírito Santo, teria poder para realizar o seu ministério, chamado por Deus.
Jesus prometeu que os seus discípulos haveriam de receber "a virtude do
Espírito Santo" para serem testemunhas em todas as partes, a partir de
Jerusalém, "e até aos confins da terra" (1.8).
Homem cheio de fé, Estêvão creu, e Jesus
cumpriu a sua promessa aos que creram. Dentre os sinais que demonstrariam a sua
fé, estavam: expulsar demônios, falar novas línguas, impor as mãos sobre os
enfermos e curá-los (Mc 16.17,18). Ao ser usado por Deus de forma maravilhosa,
com sinais evidentes da sua fé e unção, causou inveja e grande oposição dos
adversários da igreja. Levantaram-se contra ele quatro grupos: alguns da
sinagoga chamados de libertinos, dos cireneus, dos alexandrinos e "dos que
eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com ele".
Estêvão sofre covarde oposição
Os inimigos da igreja sempre usam meios
escusos e desonestos, com maldade, covardia e ódio contra a fé cristã.
Em debate com Estêvão, eles "não podiam
resistir à sabedoria, e ao espírito com que falava". Não tendo argumentos
teológicos, filosóficos, teóricos ou lógicos, ou mesmo fundamentados na Lei de
Moisés, os adversários da igreja usaram métodos vergonhosos contra o servo de
Deus, como o suborno, ou a propina para aliciar homens impios e acusarem-no com
mentiras; usaram de violência contra ele, excitando o povo, os anciãos e os
escribas, que eram a liderança religiosa da cidade, e arrebataram-no,
levaram-no à força e conduziram-no ao conselho, que era o Sinédrio, uma espécie
de tribunal religioso, legislativo e judicial, que ficava em Jerusalém. Era um
julgamento absurdo, onde o acusado não tinha direito de apresentar testemunhas
ou advogado de defesa, mas aos acusadores levaram "falsas
testemunhas" que o acusaram de blasfemar "contra Moisés e contra Deus"
(6.9-14). Algo surpreendeu os acusadores impios: "Então, todos os que
estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o
rosto de um anjo" (6.15).
O discurso de Estêvão sobre a história de
Israel
O sumo sacerdote, à frente do Sinédrio, ficou
atônito diante das acusações contra Estêvão: "E disse o sumo sacerdote:
Porventura, é isto assim?" (7.1). Essa pergunta deve ter sido dirigida a
Estêvão, o acusado sem provas e sem defensor. Ele deve ter tido autorização do
presidente do conselho para falar e logo começou a fazer a sua exposição num
longo discurso apologético. E Estêvão assim o fez, numa sequência que denota
que ele estava bem seguro nas suas convicções cristãs. Estêvão começou o seu
discurso com uma chamada à atenção de todos, dizendo: "Varões, irmãos e
pais, ouvi❞ (7.1). Ele fez referências a vários episódios
envolvendo Abraão e a sua chamada por Deus para ser pai de muitas nações,
seguido do seu filho e neto, Isaque e Jacó (Israel), e passando por José, Moisés,
Josué, Salomão e Davi. Até esse ponto, o auditório ouvia impassível.
Estêvão enfurece os
seus acusadores
Depois de dissertar com muita sabedoria sobre a história de Israel e a
sua apostasia, Estêvão mudou o foco do discurso. Ele confrontou a dureza de
coração dos líderes de Israel ao dizer:
Homens de dura cerviz e
incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre os que resistis ao Espírito
Santo; assim, vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram
vossos pais? Até mataram anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós
agora fostes traidores e homicidas, vós que recebestes a lei por ordenação dos
anjos e não a guardastes. E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e
rangiam os dentes contra ele. (7.51-54)
Em poucos minutos, Estêvão demonstrou o estado espiritual de Israel
durante a sua história. Nunca, em nenhum lugar e em tempo algum, um povo foi
tão abençoado por Deus. Nascido de Abraão, o patriarca hebreu, constituída como
nação escolhida para representar os interesses do Reino de Deus na terra,
Israel ouviu da parte de Deus promessas jamais feitas a qualquer povo. Deus
tirou aquele povo do Egito e fez sinais e maravilhas jamais vistas por qualquer
povo do mundo, começando com a sua retirada da escravidão egípcia com poderosa
mão divina, depois com as pragas derramadas sobre aquele povo idólatra, em
seguida o livramento na passagem do mar Vermelho, a água tirada da rocha e o
manjar dos céus enviado, além de ter dado vitória sobre povos mais fortes e
mais poderosos que eles em termos humanos.
Se não tivesse dado palavra tão dura contra os que o acusaram no
Sinédrio, Estêvão poderia ter escapado da pena capital, mas ele preferiu ser
fiel à sua missão, expondo o que o Espírito de Deus pusera-lhe no coração.
Cumpriu-se o que Jesus dissera aos seus discípulos:
Eis que vos envio como
ovelhas ao meio de lobos, portanto, sede prudentes como as serpentes e
simplices como as pombas. Acautelai- vos, porém, dos homens, porque eles vos
entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas, e sereis até
conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim, para lhes
servir de testemunho, a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos
de cuidado como ou o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora, vos será
ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o
Espírito de vosso Pai é que fala em vós. (Mt 10.16-20)
II - ESTÊVÃO E A SUA MORTE PRECIOSA
Diante da fúria dos seus acusadores, principalmente dos líderes do
Sinédrio, Estêvão não se intimidou e permaneceu firme. Ele sabia que poderia
ser condenado à morte por confrontar o sistema religioso, hipócrita e
anticristão, mas preferiu olhar para os céus.
1. Cheio do Espírito Santo
Para enfrentar a morte sem desesperar, Estêvão mostrou que era um servo
de Deus, que tinha íntima comunhão com o Senhor. Antes de ele ser apedrejado,
teve uma visão da glória de Deus e viu Jesus ao lado do Pai num momento
especial, num êxtase espiritual tão grande que a morte não lhe intimidou. E ele
proclamou com graça e paz:
Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e
fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de
Deus, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem, que está em pé
à mão direita de Deus. (At 7.55)
Estêvão só pôde enfrentar as terríveis acusações contra ele, porque era
um servo de Deus que orava, certamente jejuava e, depois do Pentecostes, não se
limitou a falar línguas estranhas como acontece com muitos crentes batizados no
Espírito Santo. Ele buscou e tornou-se um homem de Deus "cheio do Espírito
Santo". Antes do Pentecostes, os discípulos já eram salvos e tinham o
Espírito Santo com eles, habitando neles (Jo 14.17). Porém, uma vez batizados
no Espírito Santo, eles receberam um revestimento de poder que jamais
conhecera. No seu discurso, diante do Sinédrio, demonstrou ter esse poder na
sua vida.
Jesus já tinha prometido aos seus discípulos que eles haveriam de
receber poder ao descer sobre eles o Espírito Santo, e Estêvão também
experimentou esse novo estado de relacionamento com Deus. Em nenhum momento,
ele demonstrou fraqueza espiritual, emocional ou psicológica diante dos
desafios, dificuldades, oposições e afrontas violentas contra a sua pessoa. Ele
manteve-se de pé, com altruísmo e coragem. Ser cheio do Espírito Santo faz toda
a diferença na vida dos servos e servas de Deus. Jesus assegurou: "Mas,
quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele
Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim" (Jo 15.26).
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios, exortou-lhes que fossem cheios
do Espírito:
E não vos embriagueis com vinho, em que há
contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e
cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando
sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. (Ef 5.18-21)
Nesse texto, vemos que o crente cheio do Espírito Santo não apenas fala
línguas, como também foge de vícios, de contendas e passa a adorar a Deus com
novos cânticos espirituais, de coração, e sempre agradece a Ele por tudo
"em nome do Senhor Jesus". Lição importante para os dias atuais
quando, em igrejas evangélicas, o louvor gospel exalta o cantor, a banda ou
outro grupo musical. O momento de louvor torna-se um show de técnica e exibição
de talentos humanos.
2. A Fúria dos Acusadores
Se os seus acusadores já estavam enfurecidos por terem sido confrontados
corajosamente por Estêvão, de serem duros de coração e de resistirem ao
Espírito Santo, eles não suportaram ouvir que Estêvão estava vendo a glória de
Deus e a Jesus nos céus: "Mas eles gritaram com grande voz, taparam os
ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o
apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem
chamado Saulo" (7.57,58). Estêvão foi levado à periferia da cidade,
provavelmente para lugares menos movimentados, e ali foi cercado pela multidão
enfurecida com sede de sangue. A sua fúria alcançou o auge quando ouviram a
declaração de que ele estava contemplando os céus abertos e Jesus à direita de
Deus (7.55).
Eles ficaram tão enfurecidos que viram Estêvão como um perigoso
criminoso. Eles perderam todo o controle emocional. Já estavam cheios de ódio
no coração, desejando ver o fim do homem de Deus. Passaram a gritar com altos
brados palavras de condenação, de ira e furor; era tão terrível para eles ouvir
o que Estêvão dissera de estar vendo a glória de Deus, que eles taparam OS
ouvidos com as mãos, totalmente desequilibrados e descontrolados. No acesso da
fúria demoníaca, "arremeteram unânimes contra ele". Conscientes do
que estavam fazendo, agrediram-no não só verbal, como também fisicamente, com
socos, murros, pontapés e pancadas no rosto e na cabeça, querendo destruí-lo.
Levaram-no com violência para fora da cidade e ali o apedrejaram sem dó. Para
dar uma impressão de que realizavam um julgamento legal, levaram testemunhas
contra Estêvão, as quais, com mentiras e calúnias, "depuseram as suas
vestes aos pés de um jovem chamado Saulo". Àquela altura, Saulo de Tarso
era o principal perseguidor dos cristãos.
3. Estêvão Perdoa os seus Inimigos
Quando cruelmente apedrejado, Estêvão demonstrou que era, de fato, um
homem de Deus, convertido, cheio do Espírito Santo e de amor. Naquela hora
terrível, ao sentir quando as pedradas faziam- The sofrer, já com dores atrozes
e com o sangue escorrendo pela face e por todo o seu corpo, Estêvão não
demonstrou sentimento de vingança ou de ódio:
E apedrejaram a Estêvão,
que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de
joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo
dito isto, adormeceu. (7.59,60)
Que exemplo grandioso! Ele, ainda de pé, exclamou: "Senhor Jesus,
recebe o meu espírito". Estêvão viu que era chegada a sua morte, quando
estava saindo deste mundo e adentrando nas regiões celestiais, na presença de
Deus. Em seguida, ele ajoelhou- se e "clamou com grande voz",
dizendo: "Senhor, não lhes imputes este pecado".
Estêvão seguiu o exemplo de Jesus na cruz quando orou a Deus, e disse:
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34). E
apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: "Senhor Jesus, recebe o meu
espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes
imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu" (7.55-60). Enquanto na
terra o quadro da morte de Estêvão era tenebroso, com tanta fúria, ódio,
violência e com o sangue inocente derramado, outro quadro era bem diferente no
céu. Com toda a certeza, quando ele fixou os olhos no céu, viu um quadro
belíssimo e glorioso:
Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e
fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de
Deus, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem, que está em pé
à mão direita de Deus. (7.55)
Assim como o mendigo Lázaro, que foi levado pelos anjos "ao seio de
Abraão" (Lc 16.22), Estêvão também foi levado ao Paraíso pelos anjos à
presença de Deus e de Jesus. Cumpriu-se o que diz a Palavra de Deus:
"Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos" (SI 116.15).
Ele alcançou a grande bem-aventurança prevista em Apocalipse:
E ouvi uma voz do céu, que me
dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor.
Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os
sigam. (Ap 14.13)
III - O AVIVAMENTO DIANTE DO SOFRIMENTO
1. Como os Apóstolos Teriam Morrido
A Bíblia não diz como todos os apóstolos de Jesus morreram. Em livros da
História da Igreja, há registros de informações verbais ou de tradições
históricas sobre esse assunto. A tradição histórica, transmitida oralmente, diz
que Pedro foi morto crucificado em Roma, mas teria pedido para ficar de cabeça
para baixo para não se assemelhar ao seu Mestre. Essa versão tem apoio em
literatura antiga sobre os apóstolos de Jesus, mas como tradição. Outros dizem
que ele morreu na terrível prisão em Mamertina, da qual ninguém escapava
vivo.16 André teria sido muito torturado antes de ir para a cruz, na Grécia.
João teria morrido por volta dos 100 anos de idade de causas naturais em Éfeso.
Relatos dão conta de que Filipe teria morrido de causas naturais, mas também há
estudiosos que acreditam que ele morreu ou enforcado, ou apedrejado ou mesmo
crucificado em Hierapolis. A tradição da igreja católica afirma que Bartolomeu
foi posto vivo num saco e lançado ao mar depois de ser açoitado. Mateus teria
sido morto em decorrência de um ferimento de espada ou de causas naturais. Tomé
teria sido morto a flechadas durante as suas orações, e a sua morte teria sido
encomendada pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 depois
de Cristo. Simão, apóstolo pouco falado nos relatos bíblicos, teria sido morto
em Roma durante um massacre no ano 70 depois de Cristo. Tiago Maior teria sido
decapitado em Jerusalém na mesma ocasião em que Pedro foi preso. Tiago Menor
teria sido crucificado, assim como Jesus, no Egito no ano de 62 d.C. Judas
Tadeu teria morrido de causas violentas, mas não especificadas. Judas
Iscariotes teve a sua morte relatada na Bíblia. Ele enforcou-se após trair
Jesus por algumas 30 moedas de prata (Mt 27.3-5).
2. O Avivamento Espiritual e o Sofrimento
Neste estudo, podemos constatar que Estêvão teve forças espirituais
diante do sofrimento a que foi submetido, tanto em termos físicos quanto
emocionais. É possível que muitos crentes ao longo da História da Igreja tenham
sucumbido diante das pressões descomunais contra si, muitas vezes incluindo a
sua família, por não terem a força e o poder do Espírito Santo para resistir até à morte.
Estêvão foi um exemplo marcante e referencial de que somente sendo cheio do
Espírito Santo, o fiel pode suportar as terríveis pressões de um julgamento
injusto, ilegal e tendencioso e, assim, ser vitorioso diante de torturas
psicológicas e físicas por causa da sua fé.
O avivamento espiritual, motivado pela presença gloriosa do Espírito
Santo, dá forças aos servos e servas de Deus para enfrentarem situações
difíceis de torturas e castigos severos por professarem a sua fé em Jesus.
Podemos ver na Bíblia a razão dessa força extra-humana que Estêvão teve diante
do sofrimento, nas mãos dos seus executores. Além de ser cheio do Espírito
Santo, o cristão precisa ter a alegria do Espírito Santo, ou a alegria do
Senhor. Esse é um fator importantíssimo para ser vencedor diante das lutas que
possam surgir na vida cristã. No livro de Neemias, encontramos uma referência que
nos mostra como podemos vencer as adversidades que se apresentam em nossa vida.
Quando o povo chorava muito
depois de ouvir a leitura da Lei por Esdras pois sentiam as suas faltas e
pecados diante de Deus-, Neemias, que liderou a reconstrução dos muros de
Jerusalém, convidou o povo para a leitura do livro da Lei - que havia sido
desprezado numa assembleia solene, desde a manhã até ao meio-dia. Com a
leitura, feita com calma e explicação do seu sentido, o povo começou a chorar,
mas Neemias levantou-se e exortou a todos para não se entristecerem:
Disse-lhes mais: Ide, e
comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada
preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor, portanto, não
vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. (Ne 8.10)
Quando "a alegria do Senhor" resulta do enchimento do Espírito
Santo, torna-se fonte de energia espiritual que dá força e poder aos que a
possuem.
A Bíblia mostra-nos diversas referências sobre essa alegria que vem de
cima: "Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, vós, os justos; e cantai
alegremente todos vós que sois retos de coração" (SI 32.11). Alegrar-se no
Senhor e cantar alegremente é fator excelente para dar força ao crente.
Devemos
anotar que tal bênção é para os que são "retos de coração", ou seja,
pessoas integras tanto espiritual quanto moralmente. Outro Salmo diz:
“Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e dai louvores em memória da sua
santidade" (SI 97.12). Joel, o profeta do Pentecostes, também ressaltou a
importância da alegria do Senhor ou do avivamento espiritual. "E vós,
filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor, vosso Deus, porque ele
vos dará ensinador de justiça e fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no
primeiro mês" (JI 2.23).
Paulo, escrevendo aos coríntios, disse como eles deveriam comportar-se
na vida cristã: "Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos,
sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de
paz será convosco" (2 Co 13.11). Veja quantos conselhos oportunos e
necessários a uma igreja que precisa alegrar-se no Senhor. Ele diz que os
irmãos devem regozijar-se no Senhor, mas prossegue doutrinando sobre essa
alegria espiritual profunda e fortalecedora do ânimo do crente. Muitos caem,
afastam-se, desviam-se, porque não conseguem ter uma vida cristã sadia e cheia
de poder de Deus. Para tanto, Paulo diz que, além de regozijarem-se, os irmãos
devem saber que Deus requer que sejamos, perfeitos, consolados, de "um
mesmo parecer" - ou seja, que vivamos em acordo, em harmonia, e acrescenta
que os servos de Cristo devem viver em paz. Em consequência, diz Paulo: "e
o Deus de amor e de paz será convosco" (13.11).
Paulo não só ensinava, como também já havia experimentado grandes
sofrimentos, assim como os demais apóstolos, mas resistiu com a graça e o poder
de Deus na sua vida:
Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos,
como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos
homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós, sábios em Cristo, nós,
fracos, e vós, fortes; vós, ilustres, e nós, vis. Até esta presente hora,
sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada
certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados
e bendizemos; somos perseguidos e sofremos; somos blasfemados e rogamos, até ao
presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de
todos. (1 Co 4.9-13)
Diante de toda essa realidade adversa, Paulo não reclamou, não murmurou
e nem se queixou da sua situação:
Porque sei que disto me
resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus
Cristo, segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei
confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre,
engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o
viver é Cristo, e o morrer é ganho. (Fp 1.19-21)
Ele foi um grande exemplo e incentivador da alegria do Senhor: "Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos" (Fp 4.4). Aos
tessalonicenses, ele escreveu: "Regozijai-vos
sempre" (1 Ts 5.16).
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16De BARROS, Aramis C. Doze
homens, uma missão, p.467-8.
Livro de Apoio
Aviva a Tua
Obra
Elinaldo R
Lima


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