quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

CPAD | Lição 06: O Avivamento no Ministério de Pedro

 


TEXTO ÁUREO

“Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.”

(At 2.14) 

VERDADE PRÁTICA

A vida de um crente pode ser comparada entre o antes e o depois de um avivamento.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 2.14-24

14 – Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.

15 – Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.

16 – Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:

17 – E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;

18 – e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão;

19 – e farei aparecer prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça.

20 – O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor;

21 – e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

22 – Varões israelitas, escutai estas pala­vras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;

23 – a este que vos Foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;

24 – ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO

 Caro (a) professor(a), nesta lição veremos o avivamento espiritual na vida do apóstolo Pedro após o Batismo no Espírito Santo. Antes do Dia de Pentecostes, os Evangelhos revelam características de um homem impulsivo, de caráter volúvel e indisciplinado. Após reencontrar o Senhor ressuscitado e receber a missão de apascentar as suas ovelhas, Pedro assume papel proeminente na liderança da igreja primitiva. Mas para o exercício pleno de seu ministério, bem como de todos os demais discípulos de Cristo, faltava-lhe experimentar o revestimento de poder do Alto. Esse poder transformador capacitou o apóstolo, não apenas a operar milagres, como também a testemunhar a fé em Jesus por meio de uma mudança de caráter. A partir da experiência do apóstolo Pedro, sua classe aprenderá importantes lições no tocante às mudanças que o avivamento espiritual provoca no caráter do crente.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Destacar as características do apóstolo Pedro antes da experiência do Pentecostes;

II) Compreender o impacto do Batismo no Espírito Santo no caráter do apóstolo Pedro;

III) Ressaltar a importância do avivamento espiritual para a igreja dos dias atuais mediante a experiência do Batismo no Espírito Santo.

B) Motivação: O apóstolo Pedro experimentou uma mudança significativa de caráter porque permitiu que o Batismo no Espírito Santo não se resumisse a uma experiência espiritual do Dia de Pentecostes e, sim, que se tornasse um avivamento contínuo em seu ministério. Para termos êxito no exercício de nosso ministério cristão, semelhantemente, precisamos permitir que a ação do Espírito Santo esteja permanente em nossas vidas. Para tanto, é necessário que a reflexão sobre os princípios bíblicos, adicionada a busca contínua pelo poder do Alto, gere mudanças expressivas em nossa forma de pensar e agir. Nesta ocasião, reflita com seus alunos a respeito da relação entre a experiência do Batismo no Espírito e o testemunho cristão.

C) Sugestão de Método: Professor(a), realize um “estudo de caso” com seus alunos. Descreva a experiência vivenciada pelos apóstolos no Dia de Pentecostes (At 2.1-13)1 explique a natureza daquele evento e como ocorreu entre os crentes daqueles dias. Em seguida, analise com seus alunos quais foram as mudanças que o revestimento de poder do Alto trouxe para o relacionamento entre os crentes da igreja primitiva. Ao final, relacione a importância desse mesmo avivamento para a igreja dos dias atuais.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Após estudar o impacto do Batismo no Espírito Santo na vida do apóstolo Pedro, faz a seguinte pergunta: que mudanças o Espírito Santo tem provocado na sua conduta? Além de experimentar os dons espirituais e ministeriais, você tem produzido o Fruto do Espírito? Ressalte a importância dessa reflexão para a vida cristã, haja vista que o poder do Alto deve ser compreendido como uma experiência que potencializa a nossa vida espiritual.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Licoes Biblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) Para aprofundar o primeiro tópico, o texto “Pedro em Jerusalém” apresenta a trajetória do apóstolo Pedro após a ascensão de Cristo até o momento em que ele assume o papel de liderança proeminente na igreja primitiva;

2) Para aprofundar o segundo tópico, o texto “O propósito do Pentecostes” destaca o propósito da experiência do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes. A nova vida em Cristo se expressa não somente por meio do poder e do dom do Espírito para o exercício do ministério, mas envolve também ocompromisso com os novos irmãos comprometidos com Cristo e uns com os outros.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos o protagonismo do apóstolo Pedro, um dos mais destacados discípulos de Jesus Cristo, em dois momentos de sua vida. Primeiro, antes de ser batizado no Espírito Santo, apresentava-se como um homem impulsivo, voluntarioso e espiritual­ mente débil; segundo, depois do Pentecostes, foi transformado em um homem cheio de unção e revestido do poder do Alto. Temos preciosos ensinamentos para extrair dessa experiência na vida do apóstolo Pedro.

PALAVRA-CHAVE:

MINISTÉRIO

AUXÍLIO TEOLÓGICO

PEDRO EM JERUSALÉM
“Depois da ascensão de Jesus, os discípulos estavam reunidos em um aposento para orar, aguardando a promessa do dom do Espírito Santo. Pedro sugeriu que um deles fosse escolhido para ocupar o lugar de Judas, para que o apostolado fosse completo. No dia de Pentecostes, ele pregou a mensagem inicial a multidão que se reuniu, e declarou que eles deveriam arrepender-se e ser batizados no nome do Senhor Jesus. Cerca de 3 mil pessoas converteram-se, e a Igreja começou (At 2.14-42).

  Durante os primeiros anos da Igreja em Jerusalém, Pedro foi reconhecido como seu líder. Ele realizou grandes milagres (At 3.1-10; 5.12-16), defendeu a causa perante o Sinédrio (4-5-12), e disciplinou ofensores como Ananias e Safira (5.1-11). Embora tenha saído da cidade depois da perseguição de Herodes em 44 d.C. (At12.1-17), ele retornou a Jerusalém para participar do conselho relacionado à liberdade dos gentios (15.6-11).

 Ele concordou com Paulo contra os legalistas, onde os gentios não deveriam ser obrigados a obedecer a lei cerimonial como uma condição de salvação além da fé em Cristo” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1492).

AUXÍLIO TEOLÓGICO

O PROPÓSITO DO PENTECOSTES
“No âmago do resultado da nova vida do Espírito não estão somente o poder e o dom do Espírito para o ministério, mas o que nós poderíamos chamar (na linguagem de Paulo) de ‘fruto’ do Espírito. Os crentes em­ponderados pelo Espírito amavam-se tanto que valorizavam uns aos outros mais do que valorizavam as suas propriedades. […] Em Lucas-Atos, a verdadeira conversão envolve arrependimento e compromisso com um novo Senhor.

  Tal compromisso como novo Senhor também envolve compromisso com os novos irmãos na nova comunidade (11.30; 12.25). À medida que Atos avança, fica claro que essa nova comunidade não pertencerá a uma só cultura, sua comunhão a mesa circunscrita por hábitos alimentares sagrados (10.28; 16.34; 27.35,36). Algumas vezes, os cristãos em Atos realmente se mostram relutantes em cruzar tais fronteiras (10.28; 11-3; cf. Gl 2.11-14), exatamente como os fariseus fizeram por ocasião da comunhão de Jesus à mesa com pecadores em arrependimento no primeiro livro de Lucas (e.g., Lc 5.30; 7-34; 15.2); mas Deus não alivia até fazê-los cruzar essas fronteiras humanas.

  Deus empodera seu povo com o Espírito para cruzar as barreiras culturais, para adorar a Deus e para formar uma nova comunidade multicultural de adoradores comprometidos com Cristo e uns com os outros» (KEENER, Craig S. Entre a História e a Igreja. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp. 252, 253).

 CONCLUSÃO

O ministério do apóstolo Pedro mudou completamente após ser revestido do poder de Deus. Antes do Pentecostes, ele não tinha firmeza, era precipitado e voluntarioso; mas depois, passou a existir um Pedro cheio da graça de Deus, de unção, de sabedoria e de poder para cumprir a missão confiada por Jesus aos discípulos. Sem dúvida, o apóstolo Pedro é um modelo de vida e de ministério, avivando sob o poder do Espírito Santo.

   CPAD – AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

| Lição 06: O Avivamento no Ministério de Pedro

 


  Vários personagens destacaram-se naquele momento histórico do Dia de Pentecostes, na História da Igreja. Jesus dissera antes da sua morte que haveria de ressuscitar e que não deixaria os seus discípulos órfãos. Ele certamente percebeu e sabia que aqueles três anos de convivência com eles mudara todas as suas vidas. Eles deixaram tudo para seguir a Jesus (Mt 19.27), inclusive profissões rentáveis e de grande importância social, como foi o caso de Levi, que era funcionário público do governo romano (Mc 2.14). Jesus prometeu-lhes o Consolador, que ficaria com eles para sempre (Jo 14.16).

  O Consolador chegou naquele auspicioso dia de maneira visível, impactante, jamais imaginada, com os sinais evidentes de que não se tratava de um evento comum ou conhecido antes. Eles próprios sentiram o impacto poderoso do derramamento do Espirito Santo. Não por coincidência, mas por providência de Deus, Jerusalém estava repleta de "judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu" (At 2.5). Além dos residentes em Jerusalém, havia visitantes de diversos lugares, de peregrinos, de viajantes, "forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos)" (2.10), que para lá foram para comemorar a Festa do Pentecostes, que é a segunda mais importante dos judeus depois da Páscoa.

  Foi grande o espanto das pessoas que estavam próximas do cenáculo. Certamente, ao serem batizados no Espírito Santo, os cento e vinte elevaram as suas vozes em adoração a Deus com línguas estranhas, de tal modo que o barulho das suas vozes ultrapassou as paredes do edifício. Diz o texto:

E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? (2.6-8).

  [...] todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer"?   

   E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. (2.11-13-grifo acrescentado)

  Por um lado, houve uma admiração lógica daquelas pessoas quanto ao que significaria aquele estranho fenômeno nunca visto ou falado no Antigo Testamento. Nunca os rabinos disseram qualquer coisa no Templo ou nas sinagogas sobre alguém falar em línguas de diversos países sem jamais as ter aprendido. Não só isso, mas eles falavam "das grandezas de Deus" (2.11). Por outro lado, como sempre acontece, quando Deus opera coisas grandiosas no meio do seu povo, havia os críticos e zombadores carnais, usados pelo Diabo para depreciar o movimento pentecostal. Esse tipo de gente dizia: "Estão cheios de mosto", ou seja, estão embriagados.

  Atualmente, há muitos com esse comportamento carnal, incluindo pastores, pregadores e teólogos da linha cessassionista, geralmente calvinistas, das igrejas históricas. Um deles, de certa igreja, disse que falar línguas "não é o grunhido dos pentecostais". Ou seja: comparando os pentecostais a cachorros. Um reverendo muito conhecido disse num dos seus vídeos que os pentecostais são desequilibrados, pois dizem "siri canta lá na praia", numa total falta de respeito aos que aceitam o batismo no Espírito Santo, com línguas estranhas, mas Deus, o supremo Juiz, sabe como julgar os que assim procedem. Não sabem eles que podem estar blasfemando contra o Espírito Santo (Mt 12.31).

  Diante da crítica ácida contra os que receberam o batismo no Espírito Santo no cenáculo, acusando os discípulos de estarem embriagados, entra em cena o apóstolo Pedro, que, ouvindo tamanha depreciação e ignorância sobre a realidade do que ocorrera ali, se levantou e deu uma palavra sábia, oportuna e incisiva sobre o significado daquele fenômeno de "glossaislalo", ou falar em outras línguas (2.14-21). Neste estudo, veremos o protagonismo de Pedro, um dos mais destacados discípulos de Jesus, em duas realidades na sua vida: antes de ser batizado no Espírito Santo e depois de ser revestido do poder do Alto.

  I - PEDRO ANTES DO PENTECOSTES

  Quando Jesus iniciou o seu ministério, procurou reunir, dentre os que ouviram a sua mensagem e tornaram-se os seus discípulos, doze homens, cada um com personalidade, índole e origens diferentes em termos humanos. Depois do seu batismo por João Batista na Judeia, Ele deslocou-se para a Galileia e preferiu ficar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulom e Naftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz:

   A terra de Zebulom e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das nações, o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz, e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. (Mt 4.13-16)

  1. Pedro entre os Primeiros Discípulos

  Jesus começou a pregar sozinho antes de escolher os seus doze discípulos. Quem melhor relata esse começo foi o evangelista Lucas. Ele registra a sua estada na Galileia, para onde fora "pela virtude do Espírito Santo", e começou a ensinar nas sinagogas. Em Nazaré, na sinagoga, após ler o livro, declarou de modo solene:

  O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. (Lc 4.18,19)

  Logo depois da sua mensagem, que incomodou os seus ouvintes incrédulos, Jesus foi expulso da cidade, escapando de ser lançado de cima de um monte.

  Pedro, o pescador frustrado

  Lucas registra que, depois da sua expulsão, provavelmente noutra sinagoga, ainda sem ter escolhido os seus discípulos, Jesus curou um endemoninhado, causando grande admiração entre os que viram esse milagre: "E veio espanto sobre todos, e falavam uns e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?" (4.36). Depois, curou a sogra de Pedro (4.37-44); em seguida, pregou em Genesaré à beira mar e viu os pescadores em dois barcos "lavando as redes" sem nada terem apanhado, mesmo tendo pescado durante toda a noite. Por causa da multidão, Jesus entrou no barco de Pedro e pediu que afastasse o barco para pregar. Terminando o seu sermão, mandou-o que fosse para o mar alto para pescar.

  Pedro e o seu chamado

  Ouvindo a ordem de Jesus, Pedro mostrou a sua grande frustração, mas obedeceu: "E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede" (5.5,6). Foi tão grande a pescaria que Pedro e os seus amigos, Tiago e João, filhos de Zebedeu, chamaram os pescadores do outro barco para ajudá-los, e os barcos ficaram tão carregados de peixe que quase afundavam.   Diante desse espantoso milagre, Pedro prostrou-se aos pés de Jesus e exclamou: "Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador". E Jesus disse-lhe: "Não temas; de agora em diante serás pescador de homens". Naquela ocasião,  Jesus chamou também a Tiago e João, que, ao lado de Pedro, "deixaram tudo e o seguiram" (5.6-11).

  2. Pedro em duas Atitudes

  Depois de completar o número dos doze discípulos, Jesus levou- os para proclamar o seu evangelho em diversos lugares e operou muitos milagres à vista deles. Um dia, Jesus quis ouvir os seus discípulos sobre como as pessoas identificavam-no:

  E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? (Mt 16.13- 15).

  Observe que, após ouvir deles o que as pessoas diziam ao seu respeito, indagou-lhes sobre a opinião deles, que o acompanhavam já há algum tempo mais de perto.

  Atitude elogiada por Jesus

  O Mestre deve ter esperado um pouco para ouvir a opinião dos discípulos, mas Pedro, de temperamento sanguíneo, provavelmente respondeu de pronto, dizendo o que ele percebera sobre Jesus:

  E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mt 16.16-19)

  Pedro certamente se sentiu muito gratificado e lisonjeado com a resposta de Jesus ao seu respeito diante dos outros discípulos.

  Atitude reprovada por Jesus

  Tempos depois, Jesus reuniu os doze e cientificou-lhes de que era necessário ir a Jerusalém padecer nas mãos dos líderes religiosos, ser morto por eles, mas que haveria de ressuscitar ao terceiro dia. Ao ouvir essas informações tão constrangedoras, Pedro não se conteve e declarou-se contrário a tais coisas, imaginando que estaria agradando a Jesus:

  E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti, de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. (Mt 16.20-23)

  Deve ter sido um choque emocional para Pedro. Depois de ter a revelação direta da parte de Deus acerca da identidade espiritual de Jesus, sentiu-se bastante desconfortável, sem dúvida, ao ouvir a reprovação de Cristo, considerando-o usado por Satanás. Pedro quis agradar a Jesus como homem, sendo portador de argumentos que tinham lógica, mas não sentido nem oportunidade diante do que Jesus já houvera falado sobre a sua missão, que só seria consumada após a sua morte na cruz, mas que Ele seria vencedor, ressuscitando ao terceiro dia.

  Pedro no monte da transfiguração

  Jesus não desprezou Pedro por causa da opinião equivocada deste quanto à necessidade de sofrer nas mãos dos líderes religiosos em Jerusalém. Indo ao monte, onde experimentaria a transfiguração, Jesus não levou os doze, mas convidou apenas Pedro, Tiago e João para aquele momento singular na história dEle:

  Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, escutai-o. (Mt 17.1-5)

  Mais uma vez, Pedro tomou a iniciativa de expressar-se diante de momentos tão significativos no ministério de Jesus. Tiago e João eram do círculo mais íntimo dos discípulos ao lado de Pedro. Ele, porém, sempre sentia o impulso de dar a palavra diante dos outros. Aquela não era uma ocasião comum. Jesus, como homem, tinha corpo humano, de carne e osso, sujeito às limitações humanas. Ele não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, pois abriu mão da sua onipresença; não fez uso da sua onipotência para poder suportar e experimentar todas as vicissitudes da vida do homem.

  No entanto, pela sua própria vontade, ali, naquele monte, Ele transfigurou-se diante dos três discípulos. Transfiguração quer dizer assumir um estado de glória, uma transmutação da sua estrutura, ainda que momentânea, do seu corpo físico, transformando-se num corpo espiritual, um corpo glorificado. Certamente, naquele momento, Jesus quis antecipar aos seus discípulos qual seria o seu estado após a ressurreição dentre os mortos. Ao ver aquele quadro inusitado e único diante dos seus olhos, Pedro não se conteve e declarou: "Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias" (17.4). Foi um momento especial na vida de Pedro, em que ele, uma vez mais, fez uma declaração que revelava um sentimento profundo de bem-estar espiritual, um verdadeiro avivamento na sua vida ao lado dos outros dois companheiros.

  Jesus ouve mais uma opinião de Pedro

  Dias depois, num texto que só foi anotado por Mateus, Pedro foi questionado pelos cobradores de didracmas se Jesus pagava esse imposto, 15

  Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos ou os impostos? Dos seus filhos ou dos alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter, toma-o e dá-o por mim e por ti. (Mt 17.25-27)

  O texto não diz, mas certamente Pedro obedeceu à determinação de Jesus e foi ao mar, e, ao pescar o primeiro peixe, lá estava a moeda de prata que ele entregou em nome de Jesus aos cobradores de impostos.

 3. Pedro Nega a Jesus Três Vezes

  Aquele Pedro, que se precipitou e disse que jamais Jesus haveria de morrer e que foi repreendido por Ele de forma tão contundente, com o seu temperamento impulsivo, fez outra vez uma declaração não aprovada por Jesus. Depois da última Páscoa, Jesus cantou um hino e foi com os discípulos para o monte das Oliveiras, que estava a caminho do Golgota.

 Pedro promete jamais negar a Jesus

  Jesus falou-lhes que todos se escandalizariam nEle naquela noite:

  Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galileia. Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. Disse-lhe Jesus:

  Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás. Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. (Mt 26.32-35)

  Ele revelava um espírito voluntarioso, com boa intenção, mas precipitado, sem pensar no que iria dizer. Nesse episódio, depois que Pedro disse que jamais negaria a Jesus, "todos os discípulos disseram o mesmo". Nessa declaração de Pedro, vemos alguns aspectos comprometedores:

  a) Ele desprezou a Palavra de Deus. Jesus não fez uma declaração pessoal ou retórica sobre ser ferido e a dispersão dos seus seguidores. Ele citou a Palavra de Deus (Zc 13.7):

  Então, Jesus Ihes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galileia (26.31,32)

  Diante dessa palavra de Jesus, Pedro desprezou a Palavra de Deus e mostrou-se autossuficiente. "Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei" (26.35).

  b) Ele não foi vigilante na oração. No Getsemani, Pedro e os seus dois amigos foram convidados por Jesus para orar com Ele naquele momento tão amargo; mas, ao retornar do lugar onde fora orar, encontrou-os dormindo: "E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo?" (26.40).

  O fracasso de Pedro

  Ele esteve com Jesus no Getsêmani, acompanhou-o na oração angustiosa, pegou no sono com os outros discípulos e viu quando Jesus foi preso após ser traído por Judas: "Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram" (Mt 26.56). Imaginemos o que Jesus sentiu diante dos que foram prendê-lo, traído por Judas com um beijo de falsidade e falta de temor a Deus; imaginemos o que Ele sentiu quando viu os seus discípulos, um a um, deixarem-no e fugirem! Pedro também fugiu, mas depois resolveu acompanhar de longe o julgamento de Jesus no Sinédrio: "E Pedro o seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim" (Mt 26.58).

  a) Pedro nega a Jesus a primeira vez. Sentindo intensa preocupação com o que aconteceria a Jesus depois da sua prisão, Pedro foi ao pátio e assentou-se entre os criados do sumo sacerdote Caifás, que se reunira com os escribas e anciãos para julgarem a Jesus. O julgamento de Jesus foi ilegítimo, pois não lhe deram direito à defesa, conforme o Direito Romano. Certamente, porque naquela instância o Sinédrio era um tribunal religioso que julgava as causas de transgressores da Lei de Moisés. Ali Jesus foi humilhado ao responder ao que o julgava. Quando indagado se era o Cristo, respondeu: "[...] Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu" (Mt 26.64). Essa resposta irritou Caifás, que o acusou de ter blasfemado. Diante de tal acusação, cuspiram no rosto de Jesus, esmurraram-no e esbofetearam-no (26.64-68).

  Pedro assistiu a todo esse quadro de horror e violência contra Jesus em silêncio e acovardado. Ele, que tantas vezes levantou a voz, dizendo estar ao lado de Jesus, afirmando que jamais permitiria que Cristo morresse e que nunca o negaria, provou a sua fraqueza moral e espiritual perante pessoas sem qualificação. Diz o texto: "Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes" (26.69,70). Deve ter sido terrivelmente constrangedor para Pedro encarar aquela situação. Diante dos algozes que desonravam o seu Salvador, Pedro negou-o pela primeira vez, mentindo e dizendo que não sabia o que uma simples criada estava dizendo a ele.

  b) Pedro nega a Jesus a segunda vez. Pedro ficou bastante

confuso e incomodado após negar a Jesus. Em seguida, ele levantou-se de onde estava e foi para o vestíbulo. Mais uma vez, Pedro agiu de modo egoísta e carnal diante de outra empregada: “E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem" (26.71,72). Dessa vez, a sua covardia foi maior. Além de negar a Jesus, ele fez dessa vez "com juramento"! Deve ter dito algo do tipo: "Juro que não sei quem é esse Jesus". A essa altura, a consciência de Pedro deve ter ficado em brasas, mas não resistiu à tentação para mentir outra vez, negando o seu Senhor com a frieza de um traidor.

  c) Pedro nega a Jesus a terceira vez. O fracasso de Pedro diante do julgamento cruel a que Jesus fora submetido parece que não teria limites, mas ele foi provado pela terceira vez, quando não somente uma criada confrontava-lhe, como sendo conhecido de Jesus. Um grupo de pessoas que assistiam o julgamento do Senhor colocou-o em situação mais vexatória ainda do que as anteriores: "E, logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou" (26.73,74). Não sabemos qual das três negações de Pedro foi a mais ignominiosa. Na primeira, ele disse que não sabia o que a criada estava dizendo; na segunda, disse que não conhecia a Jesus. E, na terceira vez, fez-se de louco, começou a rogar pragas e disse, talvez de modo mais vergonhoso para um discípulo de Jesus: "Não conheço esse homem". Pedro provou que não era o homem tão corajoso e decidido que aparentava ser noutras ocasiões em que se pronunciou sobre determinados fatos críticos na vida de Jesus. Ao negar o seu Mestre três vezes, mostrou-se fraco e pusilânime. Pedro certamente não aprendera a orar e a vigiar para não cair em tentação (Mt 26.41).

   4. A Restauração de Pedro

  Diante do seu fracasso perante pessoas ímpias e tendo negado a Jesus três vezes, Pedro tomou o caminho da restauração:

 O arrependimento doloroso de Pedro

  Cumprira-se o que Jesus dissera a Pedro quando este precipitadamente declarou que jamais o negaria. Jesus advertiu que um galo haveria de ser testemunha do fracasso de Pedro: "E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente" (26.75). Pedro lembrou-se da advertência de que trairia Jesus naquela noite somente após a terceira vez em que o negou. Talvez ele tenha tido fé ou, então, imaginava que tinha mais fé do que os outros, mas a fé sem a oração e a vigilância é fracasso anunciado.

  Esse foi o passo decisivo para a sua restauração espiritual diante de Deus. Antes de chorar amargamente, arrependeu-se profundamente. Se ele tivesse começado como terminou, não teria terminado com tamanha tristeza e dor no coração. Ele estava como que dominado por sentimentos carnais de orgulho e autossuficiência. Outros homens de Deus também passaram por esse processo apesar de a situação em si ter sido diferente, ou seja, pecaram gravemente, mas arrependeram-se e foram vitoriosos. Davi, por exemplo, depois de cometer dois pecados gravíssimos, confessou o seu arrependimento ao ser confrontado pelo profeta: "Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor traspassou o teu pecado; não morrerás" (2 Sm 12.13).

  Foi alcançado pela misericórdia de Jesus

  Se Jesus não tivesse estendido sobre Pedro o seu perdão, que é a expressão do seu amor e da sua misericórdia, a história de Pedro teria terminado como ele chorou: amargamente; Jesus, todavia, não o desprezou. Pelo contrário, quando ressuscitou, e as mulheres foram ao túmulo de Jesus, o anjo disse-lhes que fossem dar a boa nova aos seus discípulos, destacando a pessoa de Pedro: "Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse" (Mc 16.7). Cumpriu-se o que está escrito em Provérbios: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv 28.13).

  Pedro no cenáculo

  Certamente, depois da ressurreição, Pedro recebeu a mensagem especial do anjo a ele dirigida (Mc 17.7). Já restaurado do seu fracasso espiritual e moral, Pedro juntou-se aos demais apóstolos após a ascensão de Jesus e passou a habitar no cenáculo com outros discípulos e com as mulheres que andaram com Jesus (At 1.14). Ali Pedro e os outros apóstolos esperaram pacientemente durante quarenta dias depois da Páscoa em oração e súplicas pela chegada do Espírito Santo.

  Pedro e a escolha de Matias

  Além dos onze apóstolos, reuniram-se cerca de cento e vinte irmãos no cenáculo, aguardando a promessa do Espírito Santo. Como prova de que Pedro tinha espírito de liderança, ele sentiu a direção de Deus para conclamar os outros para escolher um substituto para Judas Iscariotes, que traíra a Jesus e suicidou-se. Após fazer um resumo bem circunstanciado do que ocorrera com Judas, ele disse:

  É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos. (At 1.21-26)

  Dentre os onze apóstolos, coube a Pedro a iniciativa necessária de proceder-se a escolha do substituto de Judas. E ele dirigiu o processo da escolha de Matias com oração e também pelo lançamento de sortes que a Bíblia não deixa claro como era feito o procedimento, só que o mais importante é que tudo foi feito com oração diante de Deus e teve a sua aprovação. Esse foi o último ato benéfico e louvável de Pedro antes do Pentecostes.

  II - PEDRO DEPOIS DO PENTECOSTES

  Como já vimos, o batismo no Espírito Santo não é a conversão da pessoa, e sim o poder sobrenatural de Deus na vida do crente fiel que toma a decisão de buscar o Espírito Santo para ser testemunha de Cristo de maneira diferenciada. Jesus prometeu aos seus discípulos, que já tinham o Espírito Santo neles, ou habitando com eles, "outro Consolador", que haveria de ficar com eles para sempre:

  Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. (Jo 14.15-17)

  Em Atos, Jesus reforçou a promessa gloriosa do batismo no Espírito Santo ao dizer:

  Os judeus não entendiam nada do batismo no Espírito Santo. Por isso, quando no Dia de Pentecostes o poder de Deus caiu de forma maravilhosa sobre os cerca de 120 irmãos que estavam com os discípulos, uns ficaram maravilhados, enquanto outros, com zombaria, diziam de maneira ignorante e desrespeitosa: "Estão cheios de mosto", ou embriagados (At 2.2.11-13).

 1. Pedro Batizado no Espírito Santo

  Após ser batizado no Espírito Santo, Pedro foi transformado noutro homem. Aquele que teve tantos altos e baixos na vida ao lado de Jesus e fracassou grandemente ao negar o Senhor três vezes, revelou-se um Pedro cheio da graça, da unção e do poder de Deus após o Pentecostes. De fato, depois que alguém tem um encontro pessoal com Jesus jamais poderá ser da mesma forma, como na sua velha vida de incredulidade e pecado. Da mesma forma, quem recebe o batismo no Espírito Santo experimenta uma mudança radical na vida espiritual e até emocional.

  Após ouvir a interpretação depreciativa de que os que foram batizados estariam bêbados no cenáculo, Pedro não se conteve e nem esperou que algum dos outros discípulos tomasse a iniciativa de esclarecer esse engano carnal.

 Pedro levanta-se e dirige-se à multidão

  Cheio do Espírito Santo, Pedro levantou-se com os onze e esclareceu o que estava acontecendo com os que foram batizados no cenáculo:

  Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia. (At 2.14,15)

  Com autoridade de Deus, Pedro desfez o engano ou a maldade dos que julgavam os batizados no Espírito Santo de estarem embriagados à "terceira hora do dia", ou às 9 horas da manhã no horário romano.

  Pedro explica o que aconteceu no cenáculo

  Após esclarecer que não era como as pessoas pensavam, Pedro passou a discorrer com grande sabedoria e eloquência o que significava todo aquele fenômeno espiritual jamais visto em toda a história de Israel. O seu discurso depois do Pentecostes é a prova mais eloquente da sua restauração espiritual. Por isso, Pedro levantou a voz e disse:

  Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão (At 2.16-18).

  Pedro conclama os irmãos a refletir sobre Jesus

Como nenhum outro apóstolo, Pedro discorreu com firmeza sobre o papel glorioso de Jesus, aprovado por Deus com verdadeiro avivamento espiritual:

  Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela (2.22-24).

  Continuou, na sua narrativa, demonstrando que já houvera sido profetizado por Davi num dos seus salmos, que ele não veria a corrupção física:

  Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção. Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida com a tua face me encherás de júbilo [...], nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua came viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. (2.27,31-33)

  Com essas palavras carregadas de profundo significado espiritual, Pedro concluiu o seu acalorado discurso, que teve tão grande impacto na mente dos seus ouvintes que muitos, compungidos, indagaram a Pedro e aos outros que estavam ao seu lado:

  [...] Que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra, e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. (2.37c, 38-41)

  Os novos convertidos com o discurso de Pedro experimentaram o maior avivamento depois da ascensão de Cristo. Não foi um movimento passageiro, como acontece em muitos lugares. A comunidade cristã, nascida depois do Pentecostes, servia a Deus com perseverança na doutrina dos apóstolos, cuidavam da assistência aos mais pobres com oração e temor, e "acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (cf. At 2.41-47).

 2. Pedro e a Cura do Coxo

 O avivamento na Porta Formosa

  O avivamento na vida de Pedro continuou a revelar-se nos dias que se seguiram. Quando ele foi ao Templo junto com João, algumas pessoas haviam colocado, como o faziam sempre, um homem que nascera coxo para esmolar na chamada Porta Formosa do Templo em Jerusalém. Como acontecia com esses enfermos, ele pedia ajuda a quem por ali entrasse. Certamente ele recebia esmolas todos os dias e era levado de maca ou de cama para a sua casa. Contudo, naquele dia, foi o dia marcante na vida daquele doente. Ao ver Pedro e João entrando no Templo, pediu-lhes que The dessem uma esmola:

  E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E olhou para eles, esperando receber alguma coisa. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus. (3.4-9)

 Pedro mostra a sua fé em ação

  Notemos que, mais uma vez, depois de ser batizado no Espírito Santo, no Pentecostes, Pedro destacou-se como um grande pregador, cheio da unção e do poder de Deus. João estava ao seu lado, mas foi ele quem levantou a voz e disse ao enfermo: "Olha para nós". E fez uma declaração de fé inabalável. Ordenou ao paralítico que se levantasse "em nome de Jesus Cristo" (3.6), e o homem levantou-se pelo poder de Deus. Os que estavam no Templo ou nas proximidades e viram o homem curado "andando, e saltando, e louvando a Deus" foram tomados de grande espanto, "cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera" (2.10-11).

  Mais uma vez, o Pedro, já batizado no Espírito Santo, disse-lhes que Jesus fora glorificado por Deus, e eles mataram-no, preferindo um ladrão e homicida; e mataram "o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos". E completou, exaltando o nome de Jesus: "E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, está perfeita saúde" (3.16). Pedro, que antes do Pentecostes disse diante de uma criada que não conhecia a Jesus, agora, depois do batismo no Espírito Santo e cheio da unção de Deus, fazia declarações afirmativas que exaltavam o nome do Senhor.

 Pedro declara como ter a salvação

  No seu discurso inflamado pelo poder de Deus, Pedro proclamou- lhes a salvação de Deus, dizendo: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor" (3.19). Concluindo esse grande discurso, ele lembrou o concerto de Deus com Abraão, a quem disse:   "[...] Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades" (3.25b,26).

  3. Pedro Avivado em outras Ocasiões

  Perante o Sinédrio

  Depois da cura do coxo de nascença, à porta do Templo, em Jerusalém, a notoriedade daquele milagre abalou a cidade e as suas autoridades religiosas, atraindo a ira das mesmas contra Pedro e João. Quando eles estavam falando ao povo, receberam ordem de prisão de parte dos sacerdotes, revoltados porque os apóstolos falavam de Jesus Cristo e da ressurreição dos mortos. Por isso, os sacerdotes e os saduceus fizeram o capitão do Templo prender os dois apóstolos, lançando-os na prisão. Por causa da pregação do evangelho através dele: "Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil" (4.1- 4). Esse fato teve repercussão junto ao sinédrio, o tribunal religioso dos judeus. Reuniram-se "[...] Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote. E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? (4.6,7). A resposta foi dada por Pedro na unção do Espírito Santo. Sem qualquer temor,

  [...] Principais do povo e vós, anciãos de Israel, visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. (4.8b-12)

  Pedro declarou com ousadia que o milagre da cura do coxo de nascença fora feito "em nome de Jesus Cristo, o Nazareno", a quem eles haviam crucificado, mas Deus ressuscitou-o dos mortos. E acrescentou na sua declaração incisiva que Jesus "é a pedra que foi rejeitada" pelos edificadores e que "[...] em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos".

  As autoridades ficaram impressionadas com a desenvoltura de Pedro em companhia de João, pelo fato de serem eles homens indoutos, sem cultura. Depois de ameaçarem-nos para não falarem mais no nome de Jesus, ambos foram libertos. Os apóstolos reuniram-se com os outros discípulos, contaram tudo o que passaram por causa do nome de Jesus e fizeram uma fervorosa oração a Deus:

  Agora, pois, o Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodigios pelo nome do teu santo Filho Jesus. E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. (4.29-31-grifo acrescido)

  Ananias e Safira

  Nos primórdios da Igreja, os seguidores de Jesus tinham grande amor e solidariedade para com todos, principalmente para os necessitados. Eles chegaram a vender os seus bens para distribuir com os carentes. Alguns vendiam os seus bens e depositavam o produto da venda aos pés dos apóstolos para que estes assistissem aos pobres (4.32-37). Porém, certo homem chamado Ananias, juntamente com a sua esposa Safira, vendeu uma propriedade e entregou o dinheiro aos apóstolos, mas Pedro, cheio do Espírito Santo, pelo dom de ciência, constatou que ele estava mentindo, pois vendera o bem por um preço e declarou que vendera por outro. Pedro interrogou-o a respeito e não teve resposta. Diante dessa mentira, Pedro repreendeu-o dizendo que Ananias havia mentido a Deus, e não aos homes. E Ananias caiu morto aos pés dos apóstolos. Quase três horas depois, a sua esposa foi procurá-lo e igualmente mentiu sobre o preço da herdade vendida e caiu morta da mesma forma (5.1-10). Esse episódio mostra o quanto Pedro estava cheio do Espírito Santo e da autoridade de Deus. Era tão grande a unção sobre Pedro

  [...] que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados. (5.15,16)

  O avivamento em vários lugares

  Houve um grandioso avivamento em Lida. Quando Pedro ali chegou, falaram-lhe de um homem chamado Eneias, que estava paralítico há oito anos: "E disse-lhe Pedro: Eneias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou. E viram- no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor" (At 9.34,35). De lá, Pedro foi para Jope, onde tomou conhecimento de uma mulher de nome Tabita, conhecida por Dorcas, que estivera enferma e veio a falecer. Ao saberem os discípulos de Jope que Pedro estava em Lida, mandaram chamá-lo para que orasse por Tabita, mulher "cheia de boas obras e esmolas que fazia". Pedro atendeu ao chamado deles e foi até onde o corpo da defunta jazia:

  Mas Pedro, fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou e chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor. (At 9.40-42)

Mais um avivamento espiritual extraordinário houve naquelas cidades.

  III - A IGREJA ATUAL PRECISA DO PENTECOSTES

  Nos tempos presentes, torna-se imperativa a busca pelo poder do Espírito Santo no meio das igrejas cristãs. Há uma tendência à acomodação, à indiferença e à infiltração das coisas do mundo no meio das comunidades dos crentes. Por isso, é indispensável a busca pelo Pentecostes nesse tempo pós-moderno.

 1. A Igreja Atual e o Pentecostes

  A Igreja Primitiva precisava do poder do alto. Israel era um povo que tomara conhecimento do que o Senhor Deus fez nos antigos tempos na antiga aliança; dos milagres e prodigios operados desde a libertação do Egito e do que Ele fez durante os anos em que o povo passou no deserto abrasador. Na memória coletiva, havia esses registros. Depois, com a vinda de Cristo ao mundo, todos tomavam conhecimento dos seus sinais, milagres e prodigios operados nas suas ruas, nas sinagogas, no Templo, à beira do mar da Galileia e noutros pontos. O povo de Israel viveu um tempo sem ouvir a voz de Deus. A Igreja nos seus primórdios nasceu debaixo do grande avivamento trazido por Jesus por meio do seu evangelho de poder. Assim começou um novo tempo no Pentecostes. Já vimos em capítulo anterior como Deus manifestou o seu poder e trouxe avivamento nos evangelhos. Em Atos dos Apóstolos, foi implantado pelo Espírito Santo o modelo de igreja que Deus quer ver no mundo em todos os tempos, sobretudo nos que antecedem a volta de Jesus.

  Tempos de incredulidade global

  Nos dias de hoje, a realidade espiritual do mundo mudou drasticamente. Antevendo essa realidade, Jesus disse aos seus discípulos: "Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça.   Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?" (Lc 18.8). A pergunta de Jesus traz consigo uma afirmação real. Quando Ele voltar para buscar a sua Igreja, será num tempo em que haverá acentuada falta de fé em todo o mundo. Num tempo assim, é enorme a necessidade de um grande avivamento. Pelas páginas da Bíblia, só poderá haver um tempo de avivamento se os seguidores de Jesus buscarem o derramamento do Espírito Santo como foi no Dia de Pentecostes.

  Tempos de multiplicação da iniquidade

  No seu sermão profético sobre o fim dos tempos, Jesus alertou os seus discípulos para diversas características desses tempos. Além de prever a falta de fé no mundo, Jesus mostrou outras características que marcarão os dias finais da ordem mundial das coisas. Haverá falsos cristos, guerras e rumores de guerras, fomes, pestes e terremotos em vários lugares. Será uma época catastrófica em termos de eventos escatológicos. E Jesus previu a morte de discípulos seus com ódio por causa do seu nome. No meio desse tempo tenebroso e catastrófico, Jesus disse:

  E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. (Mt 24.12-14)

 Ao mesmo tempo que se multiplicar a iniquidade, as pessoas perderão o amor umas pelas outras e até mesmo pelo próprio Deus. Jesus previu um sinal altamente positivo, que foi a pregação do evangelho em todo o mundo. Os que escaparão da situação caótica no mundo serão os fiéis ao Senhor e que perseverarem até o fim.

 Tempos trabalhosos

  O apóstolo Paulo recebeu pelo Espírito Santo a revelação profética das características dos últimos tempos, que antecedem à vinda de Jesus. Naquele tempo, crentes e igrejas que não tiverem a presença, o poder e a unção do Espírito Santo não suportarão a realidade espiritual do mundo, que será dominado por tremenda corrupção. Paulo, escrevendo a Timóteo, o jovem obreiro e o seu filho na fé, disse:

 Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. (2 Tm 3.1-5)

 2. A Igreja que Vai Ser Arrebatada

 A Igreja dos tempos que antecedem a vinda de Jesus para o arrebatamento será a formada pelos crentes salvos e lavados no sangue de Jesus e que estiveram avivados na unção do Espírito Santo em obediência e santificação (Hb 12.14; 1 Ts 5.23; 1 Pe 1.15). Será a Igreja dos crentes que são comparados às cinco virgens pudentes da parábola das dez virgens, proferida por Jesus. Cinco delas eram prudentes, e as outras cinco, insensatas. As prudentes, além de terem azeite nas suas lâmpadas para a espera pelo noivo, tinham reserva nas vasilhas, enquanto as insensatas, ou loucas, apenas possuíam azeite nas lâmpadas e não tiveram tempo de reabastecê-las quando se ouviu o grito da chegada do noivo (Mt 25.1-13).

  Além de ser constituída de crentes prudentes, a Igreja que vai subir é santa, consagrada a Deus, na unção do Espírito Santo, comparada a uma virgem preparada para o seu esposo no dia das núpcias. Paulo remete a esse fato quando fala dos deveres dos maridos para com as suas esposas, exortando-os a amá-las como Cristo ama a Igreja, a ponto de dar a vida por ela "[...] para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5.26,27). Que Deus nos ajude para que nós, os salvos, estejamos preparados para ouvir o toque da trombeta do arcanjo no arrebatamento.

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15Didracmas eram moedas antigas, oriundas da Grécia, correspondentes a duas dracmas. Era um imposto cobrado das pessoas para a manutenção do Templo.

  AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

LIVRO DE APOIO



 

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