TEXTO ÁUREO
“Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes:
Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e
escutai as minhas palavras.”
(At 2.14)
VERDADE PRÁTICA
A vida de um crente pode ser comparada entre o antes e o depois de um
avivamento.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.14-24
14 – Pedro, porém,
pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos
os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
15 – Estes homens não
estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.
16 – Mas isto é o que
foi dito pelo profeta Joel:
17 – E nos últimos dias
acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os
vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e
os vossos velhos sonharão sonhos;
18 – e também do meu
Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e
profetizarão;
19 – e farei aparecer
prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de
fumaça.
20 – O sol se converterá
em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso Dia do
Senhor;
21 – e acontecerá que
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
22 – Varões israelitas,
escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós
com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como
vós mesmos bem sabeis;
23 – a este que vos Foi
entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o
crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;
24 – ao qual Deus
ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido
por ela.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Caro (a) professor(a), nesta lição veremos o
avivamento espiritual na vida do apóstolo Pedro após o Batismo no Espírito
Santo. Antes do Dia de Pentecostes, os Evangelhos revelam características de um
homem impulsivo, de caráter volúvel e indisciplinado. Após reencontrar o Senhor
ressuscitado e receber a missão de apascentar as suas ovelhas, Pedro assume
papel proeminente na liderança da igreja primitiva. Mas para o exercício pleno
de seu ministério, bem como de todos os demais discípulos de Cristo,
faltava-lhe experimentar o revestimento de poder do Alto. Esse poder
transformador capacitou o apóstolo, não apenas a operar milagres, como também a
testemunhar a fé em Jesus por meio de uma mudança de caráter. A partir da
experiência do apóstolo Pedro, sua classe aprenderá importantes lições no
tocante às mudanças que o avivamento espiritual provoca no caráter do crente.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Destacar as características do apóstolo Pedro antes da experiência do Pentecostes;
II) Compreender o impacto do Batismo no Espírito Santo no caráter do
apóstolo Pedro;
III) Ressaltar a importância do avivamento espiritual para a igreja
dos dias atuais mediante a experiência do Batismo no Espírito Santo.
B) Motivação: O apóstolo Pedro experimentou uma mudança significativa de caráter
porque permitiu que o Batismo no Espírito Santo não se resumisse a uma
experiência espiritual do Dia de Pentecostes e, sim, que se tornasse um
avivamento contínuo em seu ministério. Para termos êxito no exercício de nosso
ministério cristão, semelhantemente, precisamos permitir que a ação do Espírito
Santo esteja permanente em nossas vidas. Para tanto, é necessário que a
reflexão sobre os princípios bíblicos, adicionada a busca contínua pelo poder
do Alto, gere mudanças expressivas em nossa forma de pensar e agir. Nesta
ocasião, reflita com seus alunos a respeito da relação entre a experiência do
Batismo no Espírito e o testemunho cristão.
C) Sugestão de Método: Professor(a), realize um “estudo de caso” com seus
alunos. Descreva a experiência vivenciada pelos apóstolos no Dia de Pentecostes
(At 2.1-13)1 explique a natureza daquele evento e como ocorreu entre os crentes
daqueles dias. Em seguida, analise com seus alunos quais foram as mudanças que
o revestimento de poder do Alto trouxe para o relacionamento entre os crentes
da igreja primitiva. Ao final, relacione a importância desse mesmo avivamento
para a igreja dos dias atuais.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Após estudar o impacto do Batismo no Espírito Santo na vida do apóstolo
Pedro, faz a seguinte pergunta: que mudanças o Espírito Santo tem provocado na
sua conduta? Além de experimentar os dons espirituais e ministeriais, você tem
produzido o Fruto do Espírito? Ressalte a importância dessa reflexão para a
vida cristã, haja vista que o poder do Alto deve ser compreendido como uma
experiência que potencializa a nossa vida espiritual.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens,
artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Licoes Biblicas Adultos. Na edição
92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula:
1) Para aprofundar o
primeiro tópico, o texto “Pedro em Jerusalém” apresenta a trajetória do
apóstolo Pedro após a ascensão de Cristo até o momento em que ele assume o
papel de liderança proeminente na igreja primitiva;
2) Para aprofundar o segundo tópico, o texto “O propósito do Pentecostes” destaca o propósito da experiência do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes. A nova vida em Cristo se expressa não somente por meio do poder e do dom do Espírito para o exercício do ministério, mas envolve também ocompromisso com os novos irmãos comprometidos com Cristo e uns com os outros.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o protagonismo do apóstolo Pedro, um dos mais destacados discípulos de Jesus Cristo, em dois momentos de sua vida. Primeiro, antes de ser batizado no Espírito Santo, apresentava-se como um homem impulsivo, voluntarioso e espiritual mente débil; segundo, depois do Pentecostes, foi transformado em um homem cheio de unção e revestido do poder do Alto. Temos preciosos ensinamentos para extrair dessa experiência na vida do apóstolo Pedro.
PALAVRA-CHAVE:
MINISTÉRIO
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
PEDRO
EM JERUSALÉM
“Depois
da ascensão de Jesus, os discípulos estavam reunidos em um aposento para orar,
aguardando a promessa do dom do Espírito Santo. Pedro sugeriu que um deles
fosse escolhido para ocupar o lugar de Judas, para que o apostolado fosse
completo. No dia de Pentecostes, ele pregou a mensagem inicial a multidão que
se reuniu, e declarou que eles deveriam arrepender-se e ser batizados no nome
do Senhor Jesus. Cerca de 3 mil pessoas converteram-se, e a Igreja começou (At
2.14-42).
Durante os primeiros anos da Igreja em
Jerusalém, Pedro foi reconhecido como seu líder. Ele realizou grandes milagres
(At 3.1-10; 5.12-16), defendeu a causa perante o Sinédrio (4-5-12), e
disciplinou ofensores como Ananias e Safira (5.1-11). Embora tenha saído da
cidade depois da perseguição de Herodes em 44 d.C. (At12.1-17), ele retornou a
Jerusalém para participar do conselho relacionado à liberdade dos gentios
(15.6-11).
Ele concordou com Paulo contra os legalistas,
onde os gentios não deveriam ser obrigados a obedecer a lei cerimonial como uma
condição de salvação além da fé em Cristo” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1492).
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
O
PROPÓSITO DO PENTECOSTES
“No
âmago do resultado da nova vida do Espírito não estão somente o poder e o dom
do Espírito para o ministério, mas o que nós poderíamos chamar (na linguagem de
Paulo) de ‘fruto’ do Espírito. Os crentes emponderados pelo Espírito amavam-se
tanto que valorizavam uns aos outros mais do que valorizavam as suas
propriedades. […] Em Lucas-Atos, a verdadeira conversão envolve arrependimento
e compromisso com um novo Senhor.
Tal compromisso como novo Senhor também
envolve compromisso com os novos irmãos na nova comunidade (11.30; 12.25). À
medida que Atos avança, fica claro que essa nova comunidade não pertencerá a
uma só cultura, sua comunhão a mesa circunscrita por hábitos alimentares
sagrados (10.28; 16.34; 27.35,36). Algumas vezes, os cristãos em Atos realmente
se mostram relutantes em cruzar tais fronteiras (10.28; 11-3; cf. Gl 2.11-14),
exatamente como os fariseus fizeram por ocasião da comunhão de Jesus à mesa com
pecadores em arrependimento no primeiro livro de Lucas (e.g., Lc 5.30; 7-34;
15.2); mas Deus não alivia até fazê-los cruzar essas fronteiras humanas.
Deus empodera seu povo com o Espírito para
cruzar as barreiras culturais, para adorar a Deus e para formar uma nova
comunidade multicultural de adoradores comprometidos com Cristo e uns com os
outros» (KEENER, Craig S. Entre a História e a Igreja. 1. ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2021, pp. 252, 253).
CONCLUSÃO
O
ministério do apóstolo Pedro mudou completamente após ser revestido do poder de
Deus. Antes do Pentecostes, ele não tinha firmeza, era precipitado e
voluntarioso; mas depois, passou a existir um Pedro cheio da graça de Deus, de
unção, de sabedoria e de poder para cumprir a missão confiada por Jesus aos
discípulos. Sem dúvida, o apóstolo Pedro é um modelo de vida e de ministério,
avivando sob o poder do Espírito Santo.
CPAD – AVIVA A TUA OBRA – O chamado das
Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus
| Lição 06: O Avivamento
no Ministério de Pedro
Vários personagens destacaram-se naquele
momento histórico do Dia de Pentecostes, na História da Igreja. Jesus dissera
antes da sua morte que haveria de ressuscitar e que não deixaria os seus discípulos
órfãos. Ele certamente percebeu e sabia que aqueles três anos de convivência
com eles mudara todas as suas vidas. Eles deixaram tudo para seguir a Jesus (Mt
19.27), inclusive profissões rentáveis e de grande importância social, como foi
o caso de Levi, que era funcionário público do governo romano (Mc 2.14). Jesus
prometeu-lhes o Consolador, que ficaria com eles para sempre (Jo 14.16).
O Consolador chegou naquele auspicioso dia de
maneira visível, impactante, jamais imaginada, com os sinais evidentes de que
não se tratava de um evento comum ou conhecido antes. Eles próprios sentiram o
impacto poderoso do derramamento do Espirito Santo. Não por coincidência, mas
por providência de Deus, Jerusalém estava repleta de "judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu" (At 2.5). Além
dos residentes em Jerusalém, havia visitantes de diversos lugares, de
peregrinos, de viajantes, "forasteiros romanos (tanto judeus como
prosélitos)" (2.10), que para lá
foram para comemorar a Festa do Pentecostes, que é a segunda mais importante
dos judeus depois da Páscoa.
Foi grande
o espanto das pessoas que estavam próximas do cenáculo. Certamente, ao serem
batizados no Espírito Santo, os cento e vinte elevaram as suas vozes em
adoração a Deus com línguas estranhas, de tal modo que o barulho das suas vozes
ultrapassou as paredes do edifício. Diz o texto:
E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e
estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos
pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus
todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa
própria língua em que somos nascidos? (2.6-8).
[...] todos os temos
ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se
maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto
dizer"?
E outros, zombando, diziam: Estão cheios de
mosto. (2.11-13-grifo acrescentado)
Por um
lado, houve uma admiração lógica daquelas pessoas quanto ao que significaria
aquele estranho fenômeno nunca visto ou falado no Antigo Testamento. Nunca os
rabinos disseram qualquer coisa no Templo ou nas sinagogas sobre alguém falar
em línguas de diversos países sem jamais as ter aprendido. Não só isso, mas
eles falavam "das grandezas de Deus" (2.11). Por outro lado, como
sempre acontece, quando Deus opera coisas grandiosas no meio do seu povo, havia
os críticos e zombadores carnais, usados pelo Diabo para depreciar o movimento
pentecostal. Esse tipo de gente dizia: "Estão cheios de mosto", ou
seja, estão embriagados.
Atualmente,
há muitos com esse comportamento carnal, incluindo pastores, pregadores e
teólogos da linha cessassionista, geralmente calvinistas, das igrejas
históricas. Um deles, de certa igreja, disse que falar línguas "não é o
grunhido dos pentecostais". Ou seja: comparando os pentecostais a
cachorros. Um reverendo muito conhecido disse num dos seus vídeos que os
pentecostais são desequilibrados, pois dizem "siri canta lá na
praia", numa total falta de respeito aos que aceitam o batismo no Espírito
Santo, com línguas estranhas, mas Deus, o supremo Juiz, sabe como julgar os que
assim procedem. Não sabem eles que podem estar blasfemando contra o Espírito
Santo (Mt 12.31).
Diante da
crítica ácida contra os que receberam o batismo no Espírito Santo no cenáculo,
acusando os discípulos de estarem embriagados, entra em cena o apóstolo Pedro,
que, ouvindo tamanha depreciação e ignorância sobre a realidade do que ocorrera
ali, se levantou e deu uma palavra sábia, oportuna e incisiva sobre o
significado daquele fenômeno de "glossaislalo", ou falar em outras
línguas (2.14-21). Neste estudo, veremos o protagonismo de Pedro, um dos mais
destacados discípulos de Jesus, em duas realidades na sua vida: antes de ser
batizado no Espírito Santo e depois de ser revestido do poder do Alto.
I - PEDRO ANTES DO PENTECOSTES
Quando
Jesus iniciou o seu ministério, procurou reunir, dentre os que ouviram a sua
mensagem e tornaram-se os seus discípulos, doze homens, cada um com
personalidade, índole e origens diferentes em termos humanos. Depois do seu
batismo por João Batista na Judeia, Ele deslocou-se para a Galileia e preferiu
ficar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulom e Naftali, para que
se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz:
A terra de Zebulom e a
terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das
nações, o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz, e aos que
estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. (Mt 4.13-16)
1. Pedro entre os Primeiros Discípulos
Jesus
começou a pregar sozinho antes de escolher os seus doze discípulos. Quem melhor
relata esse começo foi o evangelista Lucas. Ele registra a sua estada na
Galileia, para onde fora "pela virtude do Espírito Santo", e começou
a ensinar nas sinagogas. Em Nazaré, na sinagoga, após ler o livro, declarou de
modo solene:
O Espírito do Senhor é
sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os
quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos
cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
(Lc 4.18,19)
Logo depois
da sua mensagem, que incomodou os seus ouvintes incrédulos, Jesus foi expulso
da cidade, escapando de ser lançado de cima de um monte.
Pedro, o pescador frustrado
Lucas
registra que, depois da sua expulsão, provavelmente noutra sinagoga, ainda sem
ter escolhido os seus discípulos, Jesus curou um endemoninhado, causando grande
admiração entre os que viram esse milagre: "E veio espanto sobre todos, e
falavam uns e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos
imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?" (4.36). Depois, curou
a sogra de Pedro (4.37-44); em seguida, pregou em Genesaré à beira mar e viu os
pescadores em dois barcos "lavando as redes" sem nada terem apanhado,
mesmo tendo pescado durante toda a noite. Por causa da multidão, Jesus entrou
no barco de Pedro e pediu que afastasse o barco para pregar. Terminando o seu
sermão, mandou-o que fosse para o mar alto para pescar.
Pedro e o seu chamado
Ouvindo a
ordem de Jesus, Pedro mostrou a sua grande frustração, mas obedeceu: "E,
respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada
apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma
grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede" (5.5,6). Foi tão
grande a pescaria que Pedro e os seus amigos, Tiago e João, filhos de Zebedeu,
chamaram os pescadores do outro barco para ajudá-los, e os barcos ficaram tão
carregados de peixe que quase afundavam. Diante desse espantoso milagre, Pedro
prostrou-se aos pés de Jesus e exclamou: "Senhor, ausenta-te de mim, por
que sou um homem pecador". E Jesus disse-lhe: "Não temas; de agora em
diante serás pescador de homens". Naquela ocasião, Jesus chamou também a Tiago e João, que, ao
lado de Pedro, "deixaram tudo e o seguiram" (5.6-11).
2. Pedro em duas Atitudes
Depois de
completar o número dos doze discípulos, Jesus levou- os para proclamar o seu
evangelho em diversos lugares e operou muitos milagres à vista deles. Um dia,
Jesus quis ouvir os seus discípulos sobre como as pessoas identificavam-no:
E, chegando Jesus às
partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem
dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João Batista;
outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós,
quem dizeis que eu sou? (Mt 16.13- 15).
Observe
que, após ouvir deles o que as pessoas diziam ao seu respeito, indagou-lhes
sobre a opinião deles, que o acompanhavam já há algum tempo mais de perto.
Atitude elogiada por Jesus
O Mestre
deve ter esperado um pouco para ouvir a opinião dos discípulos, mas Pedro, de
temperamento sanguíneo, provavelmente respondeu de pronto, dizendo o que ele
percebera sobre Jesus:
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado
és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu
Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela. E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra
será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
(Mt 16.16-19)
Pedro
certamente se sentiu muito gratificado e lisonjeado com a resposta de Jesus ao
seu respeito diante dos outros discípulos.
Atitude reprovada por Jesus
Tempos
depois, Jesus reuniu os doze e cientificou-lhes de que era necessário ir a
Jerusalém padecer nas mãos dos líderes religiosos, ser morto por eles, mas que
haveria de ressuscitar ao terceiro dia. Ao ouvir essas informações tão
constrangedoras, Pedro não se conteve e declarou-se contrário a tais coisas,
imaginando que estaria agradando a Jesus:
E Pedro, tomando-o de
parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti, de modo
nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de
mim, Satanás, que me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que
são de Deus, mas só as que são dos homens. (Mt 16.20-23)
Deve ter
sido um choque emocional para Pedro. Depois de ter a revelação direta da parte
de Deus acerca da identidade espiritual de Jesus, sentiu-se bastante
desconfortável, sem dúvida, ao ouvir a reprovação de Cristo, considerando-o
usado por Satanás. Pedro quis agradar a Jesus como homem, sendo portador de
argumentos que tinham lógica, mas não sentido nem oportunidade diante do que
Jesus já houvera falado sobre a sua missão, que só seria consumada após a sua
morte na cruz, mas que Ele seria vencedor, ressuscitando ao terceiro dia.
Pedro no monte da transfiguração
Jesus não
desprezou Pedro por causa da opinião equivocada deste quanto à necessidade de
sofrer nas mãos dos líderes religiosos em Jerusalém. Indo ao monte, onde
experimentaria a transfiguração, Jesus não levou os doze, mas convidou apenas
Pedro, Tiago e João para aquele momento singular na história dEle:
Seis dias depois, tomou
Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em
particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto
resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis
que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a
palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui
três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias. E, estando ele
ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, escutai-o. (Mt
17.1-5)
Mais uma
vez, Pedro tomou a iniciativa de expressar-se diante de momentos tão
significativos no ministério de Jesus. Tiago e João eram do círculo mais íntimo
dos discípulos ao lado de Pedro. Ele, porém, sempre sentia o impulso de dar a
palavra diante dos outros. Aquela não era uma ocasião comum. Jesus, como homem,
tinha corpo humano, de carne e osso, sujeito às limitações humanas. Ele não
podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, pois abriu mão da sua onipresença;
não fez uso da sua onipotência para poder suportar e experimentar todas as
vicissitudes da vida do homem.
No entanto,
pela sua própria vontade, ali, naquele monte, Ele transfigurou-se diante dos
três discípulos. Transfiguração quer dizer assumir um estado de glória, uma
transmutação da sua estrutura, ainda que momentânea, do seu corpo físico,
transformando-se num corpo espiritual, um corpo glorificado. Certamente,
naquele momento, Jesus quis antecipar aos seus discípulos qual seria o seu
estado após a ressurreição dentre os mortos. Ao ver aquele quadro inusitado e
único diante dos seus olhos, Pedro não se conteve e declarou: "Senhor, bom
é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para
Moisés e um para Elias" (17.4). Foi um momento especial na vida de Pedro,
em que ele, uma vez mais, fez uma declaração que revelava um sentimento
profundo de bem-estar espiritual, um verdadeiro avivamento na sua vida ao lado
dos outros dois companheiros.
Jesus ouve mais uma opinião de Pedro
Dias
depois, num texto que só foi anotado por Mateus, Pedro foi questionado pelos
cobradores de didracmas se Jesus pagava esse imposto, 15
Disse ele: Sim. E,
entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De
quem cobram os reis da terra os tributos ou os impostos? Dos seus filhos ou dos
alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os
filhos. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o
primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter, toma-o
e dá-o por mim e por ti. (Mt 17.25-27)
O texto não
diz, mas certamente Pedro obedeceu à determinação de Jesus e foi ao mar, e, ao
pescar o primeiro peixe, lá estava a moeda de prata que ele entregou em nome de
Jesus aos cobradores de impostos.
3. Pedro Nega a Jesus Três Vezes
Aquele
Pedro, que se precipitou e disse que jamais Jesus haveria de morrer e que foi
repreendido por Ele de forma tão contundente, com o seu temperamento impulsivo,
fez outra vez uma declaração não aprovada por Jesus. Depois da última Páscoa,
Jesus cantou um hino e foi com os discípulos para o monte das Oliveiras, que
estava a caminho do Golgota.
Pedro promete jamais negar a Jesus
Jesus
falou-lhes que todos se escandalizariam nEle naquela noite:
Mas, depois de eu
ressuscitar, irei adiante de vós para a Galileia. Mas Pedro, respondendo,
disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.
Disse-lhe Jesus:
Em verdade te digo que,
nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás. Disse-lhe
Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os
discípulos disseram o mesmo. (Mt 26.32-35)
Ele
revelava um espírito voluntarioso, com boa intenção, mas precipitado, sem
pensar no que iria dizer. Nesse episódio, depois que Pedro disse que jamais negaria
a Jesus, "todos os discípulos disseram o mesmo". Nessa declaração de
Pedro, vemos alguns aspectos comprometedores:
a) Ele desprezou a Palavra de Deus. Jesus não fez uma declaração pessoal ou retórica
sobre ser ferido e a dispersão dos seus seguidores. Ele citou a Palavra de Deus
(Zc 13.7):
Então, Jesus Ihes disse:
Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque está escrito: Ferirei o
pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. Mas, depois de eu ressuscitar,
irei adiante de vós para a Galileia (26.31,32)
Diante dessa palavra de
Jesus, Pedro desprezou a Palavra de Deus e mostrou-se autossuficiente.
"Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te
negarei" (26.35).
b) Ele não foi vigilante na oração. No Getsemani, Pedro e os seus dois amigos foram
convidados por Jesus para orar com Ele naquele momento tão amargo; mas, ao
retornar do lugar onde fora orar, encontrou-os dormindo: "E, voltando para
os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste
vigiar comigo?" (26.40).
O fracasso de Pedro
Ele esteve
com Jesus no Getsêmani, acompanhou-o na oração angustiosa, pegou no sono com os
outros discípulos e viu quando Jesus foi preso após ser traído por Judas:
"Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas.
Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram" (Mt 26.56). Imaginemos o
que Jesus sentiu diante dos que foram prendê-lo, traído por Judas com um beijo
de falsidade e falta de temor a Deus; imaginemos o que Ele sentiu quando viu os
seus discípulos, um a um, deixarem-no e fugirem! Pedro também fugiu, mas depois
resolveu acompanhar de longe o julgamento de Jesus no Sinédrio: "E Pedro o
seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre
os criados, para ver o fim" (Mt 26.58).
a) Pedro nega a Jesus a primeira vez. Sentindo intensa preocupação com o que aconteceria
a Jesus depois da sua prisão, Pedro foi ao pátio e assentou-se entre os criados
do sumo sacerdote Caifás, que se reunira com os escribas e anciãos para julgarem
a Jesus. O julgamento de Jesus foi ilegítimo, pois não lhe deram direito à
defesa, conforme o Direito Romano. Certamente, porque naquela instância o
Sinédrio era um tribunal religioso que julgava as causas de transgressores da
Lei de Moisés. Ali Jesus foi humilhado ao responder ao que o julgava. Quando
indagado se era o Cristo, respondeu: "[...] Tu o disseste; digo-vos,
porém, que vereis em breve o Filho do Homem assentado à direita do
Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu" (Mt 26.64). Essa resposta
irritou Caifás, que o acusou de ter blasfemado. Diante de tal acusação,
cuspiram no rosto de Jesus, esmurraram-no e esbofetearam-no (26.64-68).
Pedro
assistiu a todo esse quadro de horror e violência contra Jesus em silêncio e
acovardado. Ele, que tantas vezes levantou a voz, dizendo estar ao lado de
Jesus, afirmando que jamais permitiria que Cristo morresse e que nunca o
negaria, provou a sua fraqueza moral e espiritual perante pessoas sem
qualificação. Diz o texto: "Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e,
aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu.
Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes" (26.69,70).
Deve ter sido terrivelmente constrangedor para Pedro encarar aquela situação.
Diante dos algozes que desonravam o seu Salvador, Pedro negou-o pela primeira
vez, mentindo e dizendo que não sabia o que uma simples criada estava dizendo a
ele.
b) Pedro nega a Jesus a segunda vez. Pedro ficou bastante
confuso e incomodado após negar a Jesus. Em
seguida, ele levantou-se de onde estava e foi para o vestíbulo. Mais uma vez,
Pedro agiu de modo egoísta e carnal diante de outra empregada: “E, saindo para
o vestíbulo, outra criada o viu e disse aos que ali estavam: Este também estava
com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal
homem" (26.71,72). Dessa vez, a sua covardia foi maior. Além de negar a
Jesus, ele fez dessa vez "com juramento"! Deve ter dito algo do tipo:
"Juro que não sei quem é esse Jesus". A essa altura, a consciência de
Pedro deve ter ficado em brasas, mas não resistiu à tentação para mentir outra
vez, negando o seu Senhor com a frieza de um traidor.
c) Pedro nega a Jesus a terceira
vez. O fracasso de Pedro diante
do julgamento cruel a que Jesus fora submetido parece que não teria limites,
mas ele foi provado pela terceira vez, quando não somente uma criada
confrontava-lhe, como sendo conhecido de Jesus. Um grupo de pessoas que
assistiam o julgamento do Senhor colocou-o em situação mais vexatória ainda do
que as anteriores: "E, logo depois, aproximando-se os que ali estavam,
disseram a Pedro: Verdadeiramente, também tu és deles, pois a tua fala te
denuncia. Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse
homem. E imediatamente o galo cantou" (26.73,74). Não sabemos qual das três
negações de Pedro foi a mais ignominiosa. Na primeira, ele disse que não sabia
o que a criada estava dizendo; na segunda, disse que não conhecia a Jesus. E,
na terceira vez, fez-se de louco, começou a rogar pragas e disse, talvez de
modo mais vergonhoso para um discípulo de Jesus: "Não conheço esse
homem". Pedro provou que não era o homem tão corajoso e decidido que
aparentava ser noutras ocasiões em que se pronunciou sobre determinados fatos
críticos na vida de Jesus. Ao negar o seu Mestre três vezes, mostrou-se fraco e
pusilânime. Pedro certamente não aprendera a orar e a vigiar para não cair em
tentação (Mt 26.41).
4. A Restauração de Pedro
Diante do
seu fracasso perante pessoas ímpias e tendo negado a Jesus três vezes, Pedro
tomou o caminho da restauração:
O arrependimento doloroso de Pedro
Cumprira-se
o que Jesus dissera a Pedro quando este precipitadamente declarou que jamais o
negaria. Jesus advertiu que um galo haveria de ser testemunha do fracasso de
Pedro: "E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes
que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou
amargamente" (26.75). Pedro lembrou-se da advertência de que trairia Jesus
naquela noite somente após a terceira vez em que o negou. Talvez ele tenha tido
fé ou, então, imaginava que tinha mais fé do que os outros, mas a fé sem a
oração e a vigilância é fracasso anunciado.
Esse foi o
passo decisivo para a sua restauração espiritual diante de Deus. Antes de
chorar amargamente, arrependeu-se profundamente. Se ele tivesse começado como
terminou, não teria terminado com tamanha tristeza e dor no coração. Ele estava
como que dominado por sentimentos carnais de orgulho e autossuficiência. Outros
homens de Deus também passaram por esse processo apesar de a situação em si ter
sido diferente, ou seja, pecaram gravemente, mas arrependeram-se e foram
vitoriosos. Davi, por exemplo, depois de cometer dois pecados gravíssimos,
confessou o seu arrependimento ao ser confrontado pelo profeta: "Então,
disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor
traspassou o teu pecado; não morrerás" (2 Sm 12.13).
Foi alcançado pela misericórdia de Jesus
Se Jesus
não tivesse estendido sobre Pedro o seu perdão, que é a expressão do seu amor e
da sua misericórdia, a história de Pedro teria terminado como ele chorou:
amargamente; Jesus, todavia, não o desprezou. Pelo contrário, quando
ressuscitou, e as mulheres foram ao túmulo de Jesus, o anjo disse-lhes que
fossem dar a boa nova aos seus discípulos, destacando a pessoa de Pedro:
"Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós
para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse" (Mc 16.7). Cumpriu-se o
que está escrito em Provérbios: "O que encobre as suas transgressões nunca
prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv
28.13).
Pedro no cenáculo
Certamente,
depois da ressurreição, Pedro recebeu a mensagem especial do anjo a ele
dirigida (Mc 17.7). Já restaurado do seu fracasso espiritual e moral, Pedro
juntou-se aos demais apóstolos após a ascensão de Jesus e passou a habitar no
cenáculo com outros discípulos e com as mulheres que andaram com Jesus (At
1.14). Ali Pedro e os outros apóstolos esperaram pacientemente durante quarenta
dias depois da Páscoa em oração e súplicas pela chegada do Espírito Santo.
Pedro e a escolha de Matias
Além dos
onze apóstolos, reuniram-se cerca de cento e vinte irmãos no cenáculo, aguardando
a promessa do Espírito Santo. Como prova de que Pedro tinha espírito de
liderança, ele sentiu a direção de Deus para conclamar os outros para escolher
um substituto para Judas Iscariotes, que traíra a Jesus e suicidou-se. Após
fazer um resumo bem circunstanciado do que ocorrera com Judas, ele disse:
É necessário, pois, que, dos varões que
conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,
começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em
cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. E apresentaram
dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E,
orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual
destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado,
de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes
sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze
apóstolos. (At 1.21-26)
Dentre os
onze apóstolos, coube a Pedro a iniciativa necessária de proceder-se a escolha
do substituto de Judas. E ele dirigiu o processo da escolha de Matias com
oração e também pelo lançamento de sortes que a Bíblia não deixa claro como era
feito o procedimento, só que o mais importante é que tudo foi feito com oração
diante de Deus e teve a sua aprovação. Esse foi o último ato benéfico e
louvável de Pedro antes do Pentecostes.
II - PEDRO DEPOIS DO PENTECOSTES
Como já
vimos, o batismo no Espírito Santo não é a conversão da pessoa, e sim o poder
sobrenatural de Deus na vida do crente fiel que toma a decisão de buscar o
Espírito Santo para ser testemunha de Cristo de maneira diferenciada. Jesus
prometeu aos seus discípulos, que já tinham o Espírito Santo neles, ou
habitando com eles, "outro Consolador", que haveria de ficar com eles
para sempre:
Se me amardes,
guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o
mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, mas vós o conheceis,
porque habita convosco e estará em vós. (Jo 14.15-17)
Em Atos,
Jesus reforçou a promessa gloriosa do batismo no Espírito Santo ao dizer:
Os judeus
não entendiam nada do batismo no Espírito Santo. Por isso, quando no Dia de
Pentecostes o poder de Deus caiu de forma maravilhosa sobre os cerca de 120
irmãos que estavam com os discípulos, uns ficaram maravilhados, enquanto
outros, com zombaria, diziam de maneira ignorante e desrespeitosa: "Estão
cheios de mosto", ou embriagados (At 2.2.11-13).
1. Pedro Batizado no Espírito Santo
Após ser
batizado no Espírito Santo, Pedro foi transformado noutro homem. Aquele que
teve tantos altos e baixos na vida ao lado de Jesus e fracassou grandemente ao
negar o Senhor três vezes, revelou-se um Pedro cheio da graça, da unção e do
poder de Deus após o Pentecostes. De fato, depois que alguém tem um encontro
pessoal com Jesus jamais poderá ser da mesma forma, como na sua velha vida de
incredulidade e pecado. Da mesma forma, quem recebe o batismo no Espírito Santo
experimenta uma mudança radical na vida espiritual e até emocional.
Após ouvir
a interpretação depreciativa de que os que foram batizados estariam bêbados no
cenáculo, Pedro não se conteve e nem esperou que algum dos outros discípulos
tomasse a iniciativa de esclarecer esse engano carnal.
Pedro levanta-se e dirige-se à multidão
Cheio do
Espírito Santo, Pedro levantou-se com os onze e esclareceu o que estava
acontecendo com os que foram batizados no cenáculo:
Pedro, porém, pondo-se
em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que
habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira
hora do dia. (At 2.14,15)
Com
autoridade de Deus, Pedro desfez o engano ou a maldade dos que julgavam os
batizados no Espírito Santo de estarem embriagados à "terceira hora do
dia", ou às 9 horas da manhã no horário romano.
Pedro explica o que aconteceu no cenáculo
Após
esclarecer que não era como as pessoas pensavam, Pedro passou a discorrer com
grande sabedoria e eloquência o que significava todo aquele fenômeno espiritual
jamais visto em toda a história de Israel. O seu discurso depois do Pentecostes
é a prova mais eloquente da sua restauração espiritual. Por isso, Pedro
levantou a voz e disse:
Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre
toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos
jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu
Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e
profetizarão (At 2.16-18).
Pedro conclama os irmãos a refletir sobre
Jesus
Como nenhum outro apóstolo, Pedro discorreu com
firmeza sobre o papel glorioso de Jesus, aprovado por Deus com verdadeiro
avivamento espiritual:
Varões israelitas, escutai estas palavras: A
Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e
sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este
que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o
vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus
ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido
por ela (2.22-24).
Continuou,
na sua narrativa, demonstrando que já houvera sido profetizado por Davi num dos
seus salmos, que ele não veria a corrupção física:
Pois não deixarás a
minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção.
Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida com a tua face me encherás de júbilo
[...], nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi
deixada no Hades, nem a sua came viu a corrupção. Deus ressuscitou a este
Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra
de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que
vós agora vedes e ouvis. (2.27,31-33)
Com essas
palavras carregadas de profundo significado espiritual, Pedro concluiu o seu
acalorado discurso, que teve tão grande impacto na mente dos seus ouvintes que
muitos, compungidos, indagaram a Pedro e aos outros que estavam ao seu lado:
[...] Que faremos, varões irmãos? E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que
estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. E com muitas outras
palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração
perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua
palavra, e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. (2.37c, 38-41)
Os novos convertidos com o discurso de Pedro experimentaram o maior avivamento depois da
ascensão de Cristo. Não foi um movimento passageiro, como acontece em muitos
lugares. A comunidade cristã, nascida depois do Pentecostes, servia a Deus com
perseverança na doutrina dos apóstolos, cuidavam da assistência aos mais pobres
com oração e temor, e "acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar" (cf. At 2.41-47).
2. Pedro e a Cura do Coxo
O avivamento na Porta Formosa
O
avivamento na vida de Pedro continuou a revelar-se nos dias que se seguiram.
Quando ele foi ao Templo junto com João, algumas pessoas haviam colocado, como
o faziam sempre, um homem que nascera coxo para esmolar na chamada Porta
Formosa do Templo em Jerusalém. Como acontecia com esses enfermos, ele pedia
ajuda a quem por ali entrasse. Certamente ele recebia esmolas todos os dias e
era levado de maca ou de cama para a sua casa. Contudo, naquele dia, foi o dia
marcante na vida daquele doente. Ao ver Pedro e João entrando no Templo, pediu-lhes
que The dessem uma esmola:
E Pedro, com João,
fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E olhou para eles, esperando
receber alguma coisa. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho,
isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E,
tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se
firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo,
andando, e saltando, e louvando a Deus. E todo o povo o viu andar e louvar a
Deus. (3.4-9)
Pedro mostra a sua fé em ação
Notemos
que, mais uma vez, depois de ser batizado no Espírito Santo, no Pentecostes,
Pedro destacou-se como um grande pregador, cheio da unção e do poder de Deus.
João estava ao seu lado, mas foi ele quem levantou a voz e disse ao enfermo:
"Olha para nós". E fez uma declaração de fé inabalável. Ordenou ao
paralítico que se levantasse "em nome de Jesus Cristo" (3.6), e o
homem levantou-se pelo poder de Deus. Os que estavam no Templo ou nas proximidades
e viram o homem curado "andando, e saltando, e louvando a Deus" foram
tomados de grande espanto, "cheios de pasmo e assombro pelo que lhe
acontecera" (2.10-11).
Mais uma
vez, o Pedro, já batizado no Espírito Santo, disse-lhes que Jesus fora
glorificado por Deus, e eles mataram-no, preferindo um ladrão e homicida; e
mataram "o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos". E
completou, exaltando o nome de Jesus: "E, pela fé no seu nome, fez o seu
nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este,
na presença de todos vós, está perfeita saúde" (3.16). Pedro, que antes do
Pentecostes disse diante de uma criada que não conhecia a Jesus, agora, depois
do batismo no Espírito Santo e cheio da unção de Deus, fazia declarações
afirmativas que exaltavam o nome do Senhor.
Pedro declara como ter a salvação
No seu
discurso inflamado pelo poder de Deus, Pedro proclamou- lhes a salvação de
Deus, dizendo: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam
apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela
presença do Senhor" (3.19). Concluindo esse grande discurso, ele lembrou o
concerto de Deus com Abraão, a quem disse: "[...] Na tua descendência serão
benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus,
primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada
um, das vossas maldades" (3.25b,26).
3. Pedro Avivado em outras Ocasiões
Perante o Sinédrio
Depois da
cura do coxo de nascença, à porta do Templo, em Jerusalém, a notoriedade
daquele milagre abalou a cidade e as suas autoridades religiosas, atraindo a
ira das mesmas contra Pedro e João. Quando eles estavam falando ao povo,
receberam ordem de prisão de parte dos sacerdotes, revoltados porque os
apóstolos falavam de Jesus Cristo e da ressurreição dos mortos. Por isso, os
sacerdotes e os saduceus fizeram o capitão do Templo prender os dois apóstolos,
lançando-os na prisão. Por causa da pregação do evangelho através dele:
"Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses
homens a quase cinco mil" (4.1- 4). Esse fato teve repercussão junto ao
sinédrio, o tribunal religioso dos judeus. Reuniram-se "[...] Anás, o sumo
sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do
sumo sacerdote. E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de
quem fizestes isto? (4.6,7). A resposta foi dada por Pedro na unção do Espírito
Santo. Sem qualquer temor,
[...] Principais do povo
e vós, anciãos de Israel, visto que hoje somos interrogados acerca do benefício
feito a um homem enfermo e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos
e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a
quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que
este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os
edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há
salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos. (4.8b-12)
Pedro
declarou com ousadia que o milagre da cura do coxo de nascença fora feito
"em nome de Jesus Cristo, o Nazareno", a quem eles haviam
crucificado, mas Deus ressuscitou-o dos mortos. E acrescentou na sua declaração
incisiva que Jesus "é a pedra que foi rejeitada" pelos edificadores e
que "[...] em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos".
As
autoridades ficaram impressionadas com a desenvoltura de Pedro em companhia de
João, pelo fato de serem eles homens indoutos, sem cultura. Depois de
ameaçarem-nos para não falarem mais no nome de Jesus, ambos foram libertos. Os
apóstolos reuniram-se com os outros discípulos, contaram tudo o que passaram
por causa do nome de Jesus e fizeram uma fervorosa oração a Deus:
Agora, pois, o Senhor, olha para as suas
ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra,
enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodigios pelo
nome do teu santo Filho Jesus. E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que
estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com
ousadia a palavra de Deus. (4.29-31-grifo acrescido)
Ananias e Safira
Nos
primórdios da Igreja, os seguidores de Jesus tinham grande amor e solidariedade
para com todos, principalmente para os necessitados. Eles chegaram a vender os
seus bens para distribuir com os carentes. Alguns vendiam os seus bens e
depositavam o produto da venda aos pés dos apóstolos para que estes assistissem
aos pobres (4.32-37). Porém, certo homem chamado Ananias, juntamente com a sua
esposa Safira, vendeu uma propriedade e entregou o dinheiro aos apóstolos, mas
Pedro, cheio do Espírito Santo, pelo dom de ciência, constatou que ele estava mentindo,
pois vendera o bem por um preço e declarou que vendera por outro. Pedro
interrogou-o a respeito e não teve resposta. Diante dessa mentira, Pedro
repreendeu-o dizendo que Ananias havia mentido a Deus, e não aos homes. E
Ananias caiu morto aos pés dos apóstolos. Quase três horas depois, a sua esposa
foi procurá-lo e igualmente mentiu sobre o preço da herdade vendida e caiu
morta da mesma forma (5.1-10). Esse episódio mostra o quanto Pedro estava cheio
do Espírito Santo e da autoridade de Deus. Era tão grande a unção sobre Pedro
[...] que transportavam os enfermos para as
ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro,
quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas
concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de
espíritos imundos, os quais todos eram curados. (5.15,16)
O avivamento em vários lugares
Houve um
grandioso avivamento em Lida. Quando Pedro ali chegou, falaram-lhe de um homem
chamado Eneias, que estava paralítico há oito anos: "E disse-lhe Pedro:
Eneias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se
levantou. E viram- no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se
converteram ao Senhor" (At 9.34,35). De lá, Pedro foi para Jope, onde
tomou conhecimento de uma mulher de nome Tabita, conhecida por Dorcas, que
estivera enferma e veio a falecer. Ao saberem os discípulos de Jope que Pedro
estava em Lida, mandaram chamá-lo para que orasse por Tabita, mulher
"cheia de boas obras e esmolas que fazia". Pedro atendeu ao chamado
deles e foi até onde o corpo da defunta jazia:
Mas Pedro,
fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo,
disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se.
E ele, dando-lhe a mão, a levantou e chamando os santos e as viúvas,
apresentou-lha viva. E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no
Senhor. (At 9.40-42)
Mais um avivamento espiritual extraordinário houve
naquelas cidades.
III - A IGREJA ATUAL PRECISA DO PENTECOSTES
Nos tempos
presentes, torna-se imperativa a busca pelo poder do Espírito Santo no meio das
igrejas cristãs. Há uma tendência à acomodação, à indiferença e à infiltração
das coisas do mundo no meio das comunidades dos crentes. Por isso, é
indispensável a busca pelo Pentecostes nesse tempo pós-moderno.
1. A Igreja Atual e o Pentecostes
A Igreja
Primitiva precisava do poder do alto. Israel era um povo que tomara
conhecimento do que o Senhor Deus fez nos antigos tempos na antiga aliança; dos
milagres e prodigios operados desde a libertação do Egito e do que Ele fez
durante os anos em que o povo passou no deserto abrasador. Na memória coletiva,
havia esses registros. Depois, com a vinda de Cristo ao mundo, todos tomavam
conhecimento dos seus sinais, milagres e prodigios operados nas suas ruas, nas
sinagogas, no Templo, à beira do mar da Galileia e noutros pontos. O povo de
Israel viveu um tempo sem ouvir a voz de Deus. A Igreja nos seus primórdios
nasceu debaixo do grande avivamento trazido por Jesus por meio do seu evangelho
de poder. Assim começou um novo tempo no Pentecostes. Já vimos em capítulo
anterior como Deus manifestou o seu poder e trouxe avivamento nos evangelhos.
Em Atos dos Apóstolos, foi implantado pelo Espírito Santo o modelo de igreja
que Deus quer ver no mundo em todos os tempos, sobretudo nos que antecedem a
volta de Jesus.
Tempos de incredulidade global
Nos dias de
hoje, a realidade espiritual do mundo mudou drasticamente. Antevendo essa
realidade, Jesus disse aos seus discípulos: "Digo-vos que, depressa, lhes
fará justiça. Quando, porém, vier o
Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?" (Lc 18.8). A pergunta de
Jesus traz consigo uma afirmação real. Quando Ele voltar para buscar a sua
Igreja, será num tempo em que haverá acentuada falta de fé em todo o mundo. Num
tempo assim, é enorme a necessidade de um grande avivamento. Pelas páginas da
Bíblia, só poderá haver um tempo de avivamento se os seguidores de Jesus
buscarem o derramamento do Espírito Santo como foi no Dia de Pentecostes.
Tempos de multiplicação da iniquidade
No seu
sermão profético sobre o fim dos tempos, Jesus alertou os seus discípulos para
diversas características desses tempos. Além de prever a falta de fé no mundo,
Jesus mostrou outras características que marcarão os dias finais da ordem
mundial das coisas. Haverá falsos cristos, guerras e rumores de guerras, fomes,
pestes e terremotos em vários lugares. Será uma época catastrófica em termos de
eventos escatológicos. E Jesus previu a morte de discípulos seus com ódio por
causa do seu nome. No meio desse tempo tenebroso e catastrófico, Jesus disse:
E, por se multiplicar a
iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim
será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em
testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. (Mt 24.12-14)
Ao mesmo
tempo que se multiplicar a iniquidade, as pessoas perderão o amor umas pelas
outras e até mesmo pelo próprio Deus. Jesus previu um sinal altamente positivo,
que foi a pregação do evangelho em todo o mundo. Os que escaparão da situação
caótica no mundo serão os fiéis ao Senhor e que perseverarem até o fim.
Tempos trabalhosos
O apóstolo
Paulo recebeu pelo Espírito Santo a revelação profética das características dos
últimos tempos, que antecedem à vinda de Jesus. Naquele tempo, crentes e
igrejas que não tiverem a presença, o poder e a unção do Espírito Santo não
suportarão a realidade espiritual do mundo, que será dominado por tremenda corrupção.
Paulo, escrevendo a Timóteo, o jovem obreiro e o seu filho na fé, disse:
Sabe, porém, isto: que
nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de
si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. (2 Tm 3.1-5)
2. A Igreja que Vai Ser Arrebatada
A Igreja dos
tempos que antecedem a vinda de Jesus para o arrebatamento será a formada pelos
crentes salvos e lavados no sangue de Jesus e que estiveram avivados na unção
do Espírito Santo em obediência e santificação (Hb 12.14; 1 Ts 5.23; 1 Pe
1.15). Será a Igreja dos crentes que são comparados às cinco virgens pudentes
da parábola das dez virgens, proferida por Jesus. Cinco delas eram prudentes, e
as outras cinco, insensatas. As prudentes, além de terem azeite nas suas
lâmpadas para a espera pelo noivo, tinham reserva nas vasilhas, enquanto as
insensatas, ou loucas, apenas possuíam azeite nas lâmpadas e não tiveram tempo
de reabastecê-las quando se ouviu o grito da chegada do noivo (Mt 25.1-13).
Além de ser
constituída de crentes prudentes, a Igreja que vai subir é santa, consagrada a
Deus, na unção do Espírito Santo, comparada a uma virgem preparada para o seu
esposo no dia das núpcias. Paulo remete a esse fato quando fala dos deveres dos
maridos para com as suas esposas, exortando-os a amá-las como Cristo ama a
Igreja, a ponto de dar a vida por ela "[...] para a santificar,
purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo
igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível" (Ef 5.26,27). Que Deus nos ajude para que nós, os salvos,
estejamos preparados para ouvir o toque da trombeta do arcanjo no
arrebatamento.
____________________________________________________________
15Didracmas eram moedas antigas, oriundas da Grécia,
correspondentes a duas dracmas. Era um imposto cobrado das pessoas para a
manutenção do Templo.
AVIVA A TUA OBRA – O
chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus
LIVRO DE APOIO

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