TEXTO ÁUREO
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4)
VERDADE PRÁTICA
Ao longo dos anos, a Igreja experimenta avivamentos por meio do batismo no Espírito Santo e da atualidade dos dons espirituais.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.1-13
1- Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2- e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados
3- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4- E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5- E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estavam debaixo do céu.
6- E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7- E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois que! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8- Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
9- Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia,
10- e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos),
11- e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
12- E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
13- E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta semana vamos estudar o avivamento produzido por intermédio do Espírito em Atos. Veremos que é uma promessa que diz respeito a todo crente salvo em Cristo Jesus. Esse avivamento do Espírito traz vida à igreja local, dinamiza a sua obra e, em tudo, glorifica a Cristo. O Avivamento gerado no Espírito Deus unge seus servos para uma grande obra e autentica o ministério cristao. Assim, não podemos viver uma atividade ministerial que não esteja sob o pleno domínio do Espírito. Do contrário, e a carne que tomara a frente, valores opostos ao Evangelho prevalecerão.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Expor a realidade do Batismo no Espírito Santo e o público-alvo;
II) Examinar o dinamismo da Igreja Apostólica;
III) Demonstrar a importância de um ministério ungido para os dias atuais.
B) Motivação: A Igreja Apostólica foi bem-sucedida no ministério de proclamação do Evangelho porque estava sob o domínio do Espírito Santo. Essa Igreja estava imersa no Espírito de Deus. Para a igreja do século XXI ser vitoriosa é preciso viver sob a direção do Espírito Santo, cultivar os dons espirituais e, em tudo, glorificar a Cristo no Espírito Santo.
C) Sugestão de Método: Inicie a aula com uma oração. Em seguida faça a seguinte pergunta: Por que a Igreja precisa do Espírito Santo para executar a sua missão? Incentive a participação dos alunos e ouça com atenção as respostas. Explique que o livro dos Atos dos Apóstolos revela uma igreja que atuava no poder do Espírito. Se em Lucas 4.18 lemos que o Espírito do Senhor estava sobre Jesus, em Atos dos Apóstolos o Espírito do Senhor está sobre a Igreja ao longo dos séculos (At 2.39).
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Após explicar que o Espírito Santo atuava de maneira abundante na Igreja Apostólica, faça uma reflexão com a classe de como se encontra a relação de cada um com o Espírito Santo. Pergunte: Como está o seu relacionamento com o Espírito Santo? Você compreendeu o que é viver na unção do Espírito Santo e glorificando a Cristo em tudo?
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Lições Bíblicas Adultos. Na edição 921 p.381 você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Todos devem ministrar” e uma reflexão que aprofunda o assunto a respeito do dinamismo da igreja no segundo tópico;
2) O texto “O Espírito Santo Capacitando para o serviço” expande a reflexão bíblica a respeito de um ministério na dependência do Espírito Santo no terceiro tópico.
INTRODUÇÃO
Nos primórdios da Igreja, o povo de Deus era avivado e caminhava sob a direção do Espírito Santo. Por isso, nesta lição, estudaremos o papel do enchimento do Espírito no avivamento primitivo. Analisaremos o aspecto dinâmico da Igreja e, finalmente, teceremos algumas considerações quanto ao dinamismo avivado da Igreja Primitiva para os dias atuais.
PALAVRA-CHAVE:
VIDA
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
*O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO “A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecostes, mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era. O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja’. Não é somente a Bíblia que nos está a atestar essa verdade; a própria história comprova a realidade do Pentecostes em todas as eras”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento, editada pela CPAD, p.104.
VIDA CRISTÃ
“TODOS DEVEM MINISTRAR
A aplicação desse princípio tem algumas implicações revolucionárias. Por exemplo, significa que cada pessoa que participa da vida Cristo tem um papel vital em seu piano para a igreja. Os dons e os ofícios podem diferir, mas cada um de nós possui uma função única. ‘Uma igreja que afunila seu trabalho de alcançar outras pessoas, por depender de especialistas – seus pastores ou evangelistas – para o trabalho de testemunho, está vivendo em desacordo tanto com sua Cabe<;a [Cristo] como como padrão sistemático dos primeiros cristãos'” (COLEMAN, Robert. A Chegada do Avivamento Mundial. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.77).
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO PARA O SERVIÇO
E plenamente manifesto que o amor verdadeiro por Cristo e a esperança da salvação começa no Calvário. Por outro lado, o real serviço para Cristo começa no Pentecostes. Poder para servir e a primogenitura a que tem direito todo filho de Deus. O Trabalho cristão eficiente e de valor, depende de vida sob pleno controle do Espírito Santo.
O Batismo no Espírito Santo é a porta para uma vida abundante e triunfante, pois sem a bênção pentecostal não pode haver testemunho pleno nem poder para servir. Um breve exame do panorama espiritual antes do dia de Pentecostes revela que o Espírito Santo dinamizava as pessoas para trabalhos especiais de acordo com as necessidades da ocasião” (CONDE, Emílio (Coord.). O Espírito Santo Glorificando a Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 1967, pp.146,47)
CONCLUSÃO
A Igreja Apostólica nasceu sob o avivamento do Pentecostes, debaixo do glorioso batismo no Espírito Santo. Ao longo de sua história, aprendemos que a razão do seu êxito não foi o conhecimento humano de seus pregadores, membros e congregados. O que fez toda a diferença no ministério da Igreja Apostólica foi a unção do Espírito Santo sobre essa igreja. Não podemos deixar a chama apagar. A unção do Espírito Santo continua disponível hoje.
CPAD – AVIVA A TUA OBRA
O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus
| Lição 05: O Avivamento na Vida da Igreja
Aviva a Tua obra
A Igreja nos seus primórdios era grandemente avivada. Ao despedir-se dos discipulos antes da sua ascensão, Jesus determinou-lhes que não saíssem a pregar antes do recebimento de poder do alto:
E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espirito Santo, não muito depois destes dias. (At 1.4-5-grifo acrescido)
O judaísmo e as seitas que proliferaram no período Inter bíblico durante cerca de quatrocentos anos levaram o povo de Israel a um estado de letargia espiritual. Os fariseus, os saduceus, os zelotes, os essênios e outros grupos religiosos daquela época tinham uma mensagem vazia, às vezes radicalista, mas cheia de hipocrisia e desfaçatez. Além disso, grande parte dos lideres desses grupos, com apoio dos sacerdotes judeus, perseguiam a Igreja nascente. Se esta não tivesse poder e não experimentasse o avivamento do Espírito Santo, jamais teria sobrevivido.
Jesus trouxe um novo tempo para o povo de Israel e para o
mundo. Infelizmente, a maioria dos homens não compreendeu a
ensinando o seu evangelho, que eram "boas novas" de poder, de unção e evidências de que o fenômeno do batismo com línguas estranhas não era uma mensagem qualquer, de natureza religiosa, filosófica ou retórica e passageira. Era, na verdade, a mensagem de Deus para os judeus, para a Igreja e para o mundo. Assim, nós, pentecostais, somos continuístas. Aceitamos que o batismo no Espírito Santo, com evidência do falar em línguas estranhas, e os dons espirituais são para todos os tempos desde que a Igreja foi inaugurada no Pentecostes.
2. O Batismo com o Espírito Santo É para todos os Salvos
Os primeiros a receber essa manifestação sobrenatural do Espírito Santo, com sinais evidentes, incluindo o falar em línguas estranhas (para os que falavam) foram os discípulos, que se reuniram no cenáculo. Dali, foram levados até Betânia, onde os abençoou e voltou para o Céu (Lc 24.50,51); em seguida, depois da ascensão de Jesus, os onze discípulos, "as mulheres", juntamente com Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dEle voltaram de Betânia para Jerusalém e depois foram para o cenáculo, onde perseveraram em oração, esperando o cumprimento da "promessa do Pai":
E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos. (At 1.13,14 - grifo acrescido)
Grande era a expectativa daqueles irmãos, discípulos de Jesus, sobre o que aconteceria da volta deste aos céus, mas eles lembravam-se da promessa que lhes fizera o Senhor nas suas últimas instruções antes de ir para o Calvário, quando lhes prometeu o envio do Consolador: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16). Essa mesma promessa Ele repetiu nos momentos próximos à sua ascensão: "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49), reiterada em Atos 1.5, explicitando que essa "promessa do Pai" era o batismo no Espírito Santo.
Depois da descida do Espírito Santo sobre os discípulos no cenáculo em Jerusalém, registrado em Atos 2- o que causou grande alvoroço, pois era comemorado o Dia de Pentecostes, a segunda maior festa dos judeus depois da Páscoa, Pedro levantou-se, e fez um discurso, e explicou a todos o que significava aquele movimento espiritual, ou melhor, aquele avivamento espiritual. Ele disse:
Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão. (At 2.16-18)
As palavras de Pedro no seu discurso inflamado sobre o batismo no Espírito Santo causaram grande avivamento entre os que ali estavam, a ponto de, estando já compungidos, indagarem: "Que faremos, varões irmãos?" (v. 37). Vejamos a resposta de Pedro, de modo direto, incisivo e contundente, que não deixa a menor dúvida sobre o significado e o alcance do batismo no Espírito Santo, "a promessa do Pai", "o dom do Espírito Santo":
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. (At 2.38,39)
Nesse trecho do discurso de Pedro, ele deixou bem claro que o batismo no Espírito Santo, com sinais evidentes do falar línguas, era "o dom do Espírito Santo"; declarou de modo enfático e indubitável que "a promessa do Pai", ou o "dom do Espírito Santo", não seria apenas temporário, pontual, para aquela ocasião, nem só para os que se encontravam no cenáculo no Dia de Pentecostes. Ele declarou com toda a clareza que a promessa era "para vós", os judeus a quem se dirigia ele; "a vossos filhos", ou seja, aos descendentes dos judeus convertidos; "e a todos os que estão longe" (os judeus convertidos e dispersos), e o mais importante, "a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar".
Uma análise exegética simples e direta, com base no texto acima, não deixa a menor dúvida de que o batismo no Espírito Santo foi enviado por Deus para todos quantos se convertem a Cristo como Salvador, ou seja, os que atendem ao chamado de Jesus pela fé na sua Palavra. O chamado de Jesus é para todos, e não só para alguns, eleitos ou predestinados desde o ventre, sem oportunidade de arrependerem-se, crerem e confessarem a Jesus. O chamado de Jesus é universal, para todos. Ele disse:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mt 11.28-30 - grifo acrescido)
O chamado de Jesus é para "todos"
Muitos se enganam e enganam a outros, imaginando que, pelo fato de pertencerem uma igreja evangélica, estão a automaticamente salvos. Só é salvo, no entanto, quem atende às condições indispensáveis para receber essa bênção dos céus:
Primeiro: arrepender-se e crer no evangelho. Está escrito: "E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1.14,15). Ninguém poder ser salvo sem arrependimento e fé.
Segundo: obedecer a Deus. Não é crer por crer; não é apenas crença; é crer com obediência: "E, indo elas, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés e o adoraram" (Mt 28.9); "[...] ensinando-as a guardar [obedecer] todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!" (Mt 28.19,20; ver 1 Jo 5.2-4). Jesus disse: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mt 7.21).
. Terceiro: Santificar-se. Está escrito: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Não há o que interpretar. Santificação é o processo contínuo na vida do crente, pelo qual ele torna-se santo, ou separado do mundo, e consagrado a Deus. O cristão deve ser santo "em toda a [...] maneira de viver" (1 Pe 1.15). Assim, a fé que salva é também a que santifica.
II - O DINAMISMO DA IGREJA NOS SEUS PRIMORDIOS
Jesus comissionou os discípulos e conferiu autoridade a eles. Assim, desde o dia da ressurreição, eles estavam num novo relacionamento com Ele: já eram a Igreja, a Eclésia. Jesus não instituiu uma organização, mas, sim, um organismo. Momentos antes da ascensão, Cristo exortou os discípulos a permanecer na cidade de Jerusalém até que fossem revestidos com poder do alto (Lc 24.49; 1.4,8). No Dia de Pentecostes, os cento e vinte crentes que louvavam e bendiziam ao Senhor reunidos (Lc 24.53) receberam individualmente a promessa do Pai: o batismo no Espírito Santo. Este desceu para "dar vigor espiritual" à comunidade dos crentes a fim de tornar o Cristo ressurreto disponível em toda parte por meio de servos de Deus cheios do Espírito Santo. Esses servos de Deus abrasaram o mundo, abalaram o Império Romano, foram perseguidos e espalharam-se por todos os cantos, mas foram vencedores.
1. A Igreja Historicamente
Podemos dizer que a Igreja foi construída por Jesus durante o seu ministério terreno ao lado dos seus discípulos. Alguns aspectos são importantes a considerar. A maioria dos estudiosos-quer sejam os seus antecedentes pentecostais, quer evangélicos ou, ainda, modernistas - acredita que as evidências bíblicas são favoráveis ao Dia de Pentecostes, registrado em Atos 2, para a inauguração da Igreja. Outros, no entanto, reconhecem que a morte de Cristo efetivou a nova aliança (Hb 9.15,16). Por isso, entendem ser João 20.21-23 a inauguração da Igreja, como incorporação à nova aliança (cf. Jo 20.29, que demonstra já serem crentes os discípulos - já estavam dentro da Igreja antes de serem revestidos de poder pelo batismo no Espírito Santo).
2. A Inauguração da Igreja
Aceitamos a ideia de que a Igreja de Cristo veio a existir como tal no Dia de Pentecostes, quando foi consagrada pela unção do Espírito Santo. Assim como o Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Êx 40.34), de igual modo os primeiros membros foram congregados no cenáculo consagrados como Igreja pela descida do Espírito Santo. É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da Shekinah (a glória manifesta no Tabernáculo e no Templo) que, havia muito, partira do Templo, cuja ausência era lamentada por alguns dos rabinos. E, naquele momento singular, Deus deu início ao maior avivamento da história de Israel e do mundo, ainda que grande parte dos homens não percebeu esse fato maravilhoso.
3. A Igreja na Unção do Espírito Santo
Podemos analisar a Igreja de Cristo em dois períodos na sua história:
Antes do Pentecostes
Jesus construiu o edifício da Igreja com a proclamação do seu evangelho, com a mensagem completamente nova e diferente de todas as mensagens propagadas pelos judeus, pelos religiosos, pelas seitas daquele tempo e também das falsas religiões que já existiam antes de Cristo. Durante o seu ministério, Ele demonstrou ser o Filho de Deus, cheio de poder do alto, quando começou a realizar os seus sinais, com o seu primeiro milagre em Caná da Galileia, numa festa de casamento (Jo 2.1-12). Ali, "ele manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele".
Durante cerca de três anos, Jesus continuou a pregar com poder, num verdadeiro avivamento jamais visto em todo o mundo, na sua missão tríplice: "E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e molestias entre o povo" (Mt 9.35 - grifos acrescidos). Ele demonstrou ser Deus, com poder sobre as enfermidades, curando o paralítico de Cafarnaum (Mt 9.1-8), e muitos outros foram libertos das suas dores e doenças. Demonstrou ter poder sobre as forças da natureza quando mais de uma vez acalmou a tempestade do mar (Mt 8.23-27). E provou que o seu poder é supremo quando expulsou demônios com uma simples palavra de ordem (Mt 9.28-34).
Depois do Pentecostes
Andando com Jesus, os seus discípulos também faziam sinais e milagres sob a sua direção, por delegação dEle próprio, no seu nome. A igreja em construção, todavia, precisava ser inaugurada de forma marcante e maravilhosa para ter o reconhecimento de que não era mais uma religião ou seita que já existia há séculos. Com a ascensão de Jesus ao Céu, a Igreja, formada pelos seus seguidores fiéis, passou por um período de transição decisivo. Ou seria destruída pelos seus inimigos ou seria vitoriosa, conforme a "promessa do Pai", ratificada por Jesus antes da sua ascensão de que haveriam de receber um poder divino para serem testemunhas de poder.
E Jesus cumpriu a sua promessa maravilhosa. No Dia de Pentecostes, no cenáculo em Jerusalém, todos foram impactados com o batismo no Espírito Santo, com sinais extraordinários que causaram grande alvoroço entre os judeus, residentes ali, e os peregrinos de cerca de 15 nações, que para lá se deslocaram a fim de comemorar a segunda maior festa judaica, o Pentecostes, também chamada de "Festa da Colheita". Foi tão grande o poder que caiu sobre eles que Pedro, o mesmo que há poucos dias negara Jesus três vezes, levantou-se com tão grande autoridade, explicando o significado daquele fenômeno espiritual, que logo se fizeram ver os primeiros sinais evidentes de que um verdadeiro e poderoso avivamento chegara para a Igreja, representada pelos seguidores do Nazareno. Esses sinais foram relatados em Atos dos Apóstolos:
a) Batismos e conversão. "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram- se quase três mil almas" (2.41). No cenáculo, reuniram-se, esperando a promessa de Deus, cerca de cento e vinte discípulos, incluindo homens e mulheres (1.13,14). Houve um aumento extraordinário do número de cristãos em mais de 250%. Algo impactante e jamais imaginado! Era o avivamento espiritual do Pentecostes. Antes eles pregavam na autoridade do nome de Jesus. Depois do Pentecostes, além de ter essa autoridade, pregavam cheios de unção e poder do Espírito Santo.
b) Perseverança na doutrina e na comunhão. Todo o movimento que começa com grande impacto pode refluir por falta de perseverança. A história mostra essa realidade; mas, com o poder de Deus, recebido no Dia de Pentecostes, a Bíblia diz que os discípulos, em mais de 3 mil fiéis, perseveraram e seguiram a Cristo de forma consciente e avivada: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações" (2.42). Esse é o segredo para a Igreja em todos os tempos e lugares.
Perseverar na doutrina mediante o ensino constante e fiel à Palavra de Deus e manter a comunhão entre os que se unem e reúnem-se em adoração ao Senhor. Sem essas características, os avivamentos não passam de movimentos ocasionais em eventos diversos.
c) Temor de Deus e maravilhas. Esse é um requisito indispensável para que uma igreja mostre-se avivada, cheia do poder de Deus: "Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (2.43). Anotemos: havia temor "em cada alma", isto é, em cada pessoa; com isso, toda a comunidade demonstrava possuir temor de Deus, que não é medo ou receio, mas, sim, profundo respeito e reverência à santidade do Senhor. Como dissemos em capítulo anterior, parece que há uma frente fria pairando sobre muitas igrejas, inclusive sobre as pentecostais, outrora avivadas, mas que hoje não passam de instituições religiosas sem fins lucrativos. Em certas igrejas, o temor de Deus foi substituído pelo orgulho denominacional; há uma carnalidade tão grande que as pessoas andam como querem, fazem o que querem, vestem-se como querem para agradar ao mundo. Essa lição dos primeiros cristãos após o Pentecostes é importantíssima para as igrejas e denominações nesses dias pós-modernos.
d) Cuidado com a assistência aos irmãos carentes. Logo cedo,
os que foram cheios do Espírito Santo, além de terem temor de Deus e obedecerem a sã doutrina, perceberam que havia pessoas no seu meio que passavam necessidades e carências humanas. A sua alegria era tanta, e o prazer de servir a Deus na comunhão com os irmãos era tão sublime, que os crentes, cheios de avivamento, não podiam fechar os olhos aos que precisavam de assistência social. Diz o texto de Atos: "Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade" (2.44,45). A assistência social deve fazer parte da vida da Igreja de Jesus em todos os tempos. A Bíblia é muito clara quanto ao dever da igreja fazer justiça social. Porém, jamais um cristão pode apoiar políticos e candidatos que defendem justiça social que são da chamada esquerda, que tem origem na diabólica filosofia comunista, que é, acima de tudo, ateísta, anticristã e tem como objetivo destruir a fé cristã.
Pastores e crentes diversos que são filiados a esses partidos esquerdistas procuram justificar a sua posição dizendo que "o comunismo está na Bíblia", que "Jesus foi comunista" (uma blasfêmia!), que "a Igreja Primitiva era comunista!". Esses mesmos pastores e crentes defendem "a Justiça Social", ao mesmo tempo que defendem o crime cruel e covarde do aborto, além de aprovarem o casamento homossexual e outras abominações ao Senhor. É por aí que Satanás, que enganou Adão e Eva, entra sorrateiramente para levar muitos aos arraiais do socialismo, totalmente incompatível com a santa Palavra de Deus. O cristão deve praticar a justiça social, mas jamais aceitar fazer parte de um partido que adota propostas diabólicas, como destruição da família e da propriedade privada.
e) Não pode haver cristão miserável. Deus deu o direito ao homem de ter a propriedade privada, mas não autoriza a injustiça social: "Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas" (Is 1.17); "Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar" (Jr 22.3). Não adianta o socialista, o marxista-leninista, apropriar-se desses textos bíblicos, pois eles não creem nem em Deus e nem na sua Palavra. O salmista disse eloquentemente: "Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão" (SI 37.25). Pode haver pessoas pobres no meio da igreja. Jesus reconheceu isso: "Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes" (Jo 12.8); só não pode haver miseráveis, muito menos pessoas mendigando o pão.
Tiago, irmão de Jesus, na sua epístola, considerou que "a fé sem as obras é morta em si mesma".
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. (Tg 2.14-17)
f) A escolha dos diáconos. A escolha dos diáconos deveu-se à necessidade de ação social em prol dos necessitados (At 6.1-7). Os apóstolos perceberam que havia viúvas que não tinham assistência e escolheram sete homens, "de boa reputação", cheios de fé, para cuidar dessa assistência. A diaconia foi considerada, na sua criação, um "importante negócio":
E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. (At 6.2,3-grifo acrescido)
g) A verdadeira religião. A verdadeira religião passa pela justiça social, mas não por ação de “evangélicos de esquerda", que apoiam partidos que são ateístas. Diz a Bíblia: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo" (Tg 1.27). Na Igreja Primitiva, esse cuidado com os necessitados era visível por todos:
E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. (At 4.32,33)
Não devemos aceitar a falsa pregação de "evangélicos de esquerda" (uma abominação) de que Jesus era comunista, e os crentes, nos primórdios, eram comunistas ou socialistas. Comunismo é do Diabo, é anti-Deus, anticristo e contra a Palavra de Deus. O que havia na Igreja Primitiva era a solidariedade cristã, na expressão de amor na prática (amor ágape):
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha (At 4.34,35).
h) Deus condena os ricos opressores. A Palavra de Deus condena os "ricos opressores", os que, tendo propriedades, comércio, indústria, etc., agem como "capitalistas selvagens", espoliando os empregados, não pagando o devido salário legal:
Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça [...]. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. (Tg 5.1,4)
Empresários cristãos precisam ter muito cuidado no cumprimento e atendimento aos direitos dos seus empregados. Deus é o justo Juiz, que não admite injustiça, principalmente contra os menos favorecidos na sociedade.
i) O cuidado com o assistencialismo. Diante do ensino e do exemplo da Igreja Primitiva, as igrejas precisam tomar alguns cuidados quanto à assistência social. Nas igrejas, muitas vezes aparecem pessoas oportunistas, que se aproveitam da boa vontade e do amor cristão e querem explorar a igreja com pedidos constantes de ajudas financeiras ou doutra ordem. Por isso, a assistência social nas igrejas deve ser feita com sabedoria, cuidado e amor. Antes de dar uma ajuda social, é necessário fazer um levantamento da situação da pessoa carente, por exemplo, se ela tem família que pode cuidar dela, ou se já recebe ajudas do governo. Em seguida, deve-se anotar com cuidado o dia em que fizer a doação para evitar que haja o costume desonesto de pedir por pedir. Se possível, verificar se pode ajudar uma pessoa a fazer um curso profissionalizante a fim de que ela possa ter o seu próprio meio de subsistência. Como diz um ditado chinês: "É melhor ensinar o homem a pescar do que lhe dar o peixe; se der o peixe, ela vai voltar a pedir; se ensiná-lo a pescar não vai viver pedindo".
III - O MINISTÉRIO UNGIDO NOS DIAS PRESENTES
No mundo, nunca houve tantas igrejas e ministérios como hoje. Em termos gerais, há milhares de igrejas no mundo. Cada uma com as suas doutrinas, ensinos e liturgias. Em grande parte delas, contudo, falta a verdadeira unção do Espírito Santo. E a razão é bem evidente: a falta do poder do Espírito Santo mediante o batismo pentecostal, a sã doutrina e o temor do Senhor em muitos ministérios. Para um ministério ser ungido, não há fórmulas nem métodos técnicos ou científicos, mas há o exemplo da igreja nos seus primórdios, como vimos no item anterior.
1. O que É um Ministério Ungido
Significa um ministério que ensina sobre o poder sobrenatural de Deus sobre os crentes e que aceita o batismo no Espírito Santo como atual para os dias de hoje, procurando cultivar a busca do "dom do Espírito Santo" (At 2.38); que ensina sobre os dons espirituais e estimula a sua busca; que experimenta a ocorrência dos dons espirituais nos dias de hoje. Sem os dons espirituais, como dissemos, uma igreja não passa de uma "associação de direito privado, de caráter religioso, sem fins econômicos" ou lucrativos. O que é, então, um ministério ungido?
Tem a unção do Espírito Santo
O obreiro que exerce um ministério na unção do Espírito Santo demonstra ter uma vida de dedicação e amor à obra do Senhor, tudo fazendo para a honra e glória de Deus, e não em busca de reconhecimento humano ou ministerial. Com a unção do Espírito Santo, a pregação tem poder e é acompanhada com sinais autenticadores da bênção de Deus. Esses sinais podem ser a salvação de almas para Cristo; podem ser realizados em nome do Senhor Jesus, incluindo o expulsar demônios, falar em línguas, pegar em serpentes se for necessário, beber coisas mortíferas e não sofrerem consequências e pôr as mãos sobre os enfermos e estes serem curados, conforme Ele declarou quando da sua despedida dos seus seguidores: “E estes sinais seguirão aos que crerem [...]" (Mc 16.17).
Tem a autenticação de Deus
Existe uma grande diferença entre um ministério formal, humanista, tecnicista e um ministério ungido pelo Espírito Santo. No primeiro caso, há pregações dentro da homilética, da exegese e da hermenêutica, numa retórica aplaudida pelos auditórios, faltando, porém, os sinais autenticadores da aprovação de Deus. No segundo caso, o Senhor confirma a sua aprovação ao trabalho do obreiro. Os discípulos tinham essa autenticação: "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!" (Mc 16.20). Ou seja: a mensagem tem a palavra, o kerigma, e tem a demonstração de sinais e prodígios feitos por Deus.
Glorifica a Deus, a Cristo, e não ao homem
Um ministério ungido está firmado no Espírito Santo, tem o poder de Deus nas suas ações e contribui para a glória de Deus, e não do pastor, do evangelista ou do pregador. Jesus disse:
Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. (Jo 16.13,14-grifo acrescido)
Toda mensagem do evangelho, todas as atividades, devem estar na direção do Espírito Santo e glorificar a Cristo. Moody, o grande evangelista, disse:
Devemos, portanto, como o Apóstolo Paulo, levantar perante o povo, o Salvador Jesus, o Cristo de Deus, e não a nós mesmos. Exaltar o Divino Mestre e a sua palavra, não as nossas opiniões, patrocinando a Cristo e nem qualquer outra doutrina anti-avangélica. 14
Paulo escreveu aos coríntios exortando a que devemos glorificar a Deus em tudo: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1 Co 10.31).
14 MOODY, D. L. O Poder do Alto, p. 67.
AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus


muito obrigado por sempre disponibilizarem gratuitamente conteúdo cristão de qualidade.
ResponderExcluir