terça-feira, 10 de janeiro de 2023

CPAD | Lição 03: O Avivamento no Novo Testamento

 


TEXTO ÁUREO

“Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”

(Jo 4.10)

VERDADE PRÁTICA

A Palavra de Deus revela raízes de um verdadeiro avivamento espiritual, que perpassa a história.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

JOAO 4.7-15

7- Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.

8- Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.

9- Disse-lhe, pois, a mulher samarita­na: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)?

10- Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.

11- Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?

12- És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?

13 – Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede,

14- Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma Fonte de água a jorrar para a vida eterna.

15- Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.

1- INTRODUÇÃO

Professor(a), nesta terceira lição veremos um panorama geral a respeito do avivamento no Novo Testamento. Percorremos os Evangelhos, o livro de Atos dos Apóstolos e as Epístolas, concluindo o livro de Apocalipse.

Sabemos que são nos ensinos de Jesus que encontramos a mais poderosa mensagem de Deus para a humanidade, capaz de transformar o mais vil pecador e acender a chama divina do Espírito Santo. Os apóstolos, comissionados pelo Senhor e revestidos de poder, levaram esta mensagem poderosa às nações, pois todo avivamento tem como resultado a conversão de pecadores. Basta ver os textos de Atos dos apóstolos, onde em um só dia três mil pessoas foram convertidas (At 2.41). Deus é imutável e o Novo Testamento nos revela o plano dEle para as nações e o seu desejo de que a Igreja, de maneira avivada, cumpra com a sua missão proclamadora, anunciando o Reino de Deus até que Cristo venha.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Apresentar o avivamento nos Evangelhos;

II) Saber como se deu o avivamento no livro de Atos dos Apóstolos;

III) Conhecer o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse.

B) Motivação: Jesus conferiu aos discípulos e a nós uma missão evangelística e discipuladora (Mt 28.19,20). Para cumprirmos, enquanto Igreja, a nossa missão neste mundo tenebroso, precisamos estar revestidos de poder. Como está o seu nível de relacionamento com o Espírito Santo? Você tem buscado seguir a recomendação bíblica e se encher dEle diariamente (Ef 5.18)?

C) Sugestão de Método: Sente-se com os alunos em círculo. Explique que Jesus tem um compromisso com a sua Igreja e com aqueles que proclamam a sua Palavra. Esse compromisso pode ser visto e mais bem compreendido mediante os milagres e maravilhas realizados por Jesus nos Evangelhos e livro de Atos. Diga que estes tinham o propósito de glorificar o nome de Jesus e expandir o Reino de Deus. Depois, peça a um aluno e uma aluna que citem um milagre narrado no livro de Atos (cura do coxo – At 3.1-9; ressurreição de Dorcas – At 9.36-42; Pedro livre da prisão – At 12.1-12). Em seguida diga que Jesus continua operando milagres e maravilhas, porém, não podemos nos esquecer que o maior milagre e maravilha que podemos presenciar é a conversão do pecador a Cristo. Você já experimentou esse milagre em sua vida?

3- CONCLUSÂO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Após apresentar um panorama do avivamento no Novo Testamento, estimule os alunos a refletirem a respeito da maneira como eles têm proclamado o Evangelho, anunciando o Reino de Deus: Tenho cumprido a missão que Cristo me conferiu até que Ele volte? Estou disposto/a reconhecer a necessidade de um avivamento? Desejo isso?

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristao. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “O livro de Atos”, para apoio do segundo tópico, apresenta um resumo a respeito deste livro que é uma continuação do Evangelho de Lucas; 2) O texto “Epístolas”, para o apoio do terceiro tópico, mostra que o livro de Atos e um relato história vital para as epístolas de Paulo e de outros apóstolos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, temos um panorama geral a respeito do avivamento no Novo Testamento. Estudaremos o avivamento trazido por Cristo mediante aos ho­mens comissionados por Ele para proclamar a mensagem de Boas-Novas para Israel e o mundo. Desse modo, nosso Senhor trouxe a mais poderosa men­sagem que os homens ouviram: a mensagem do Reino de Deus. Os apóstolos do Senhor transmitiram essa gloriosa mensagem por meio de epístolas e livros.

Palavras-Chave:

NOVO TESTAMENTO

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

SINÓTICOS
“[Do hb. Besorah; do gr. evangelion, Boas­-Novas; do gr. synoptikós] Literalmente, eis o que significa este vocábulo: ‘o que de um só golpe de vista abrange várias coisas’. Assim são chamados os três primeiros Evangelhos. Embora enfoquem a vida de Jesus por diferentes prismas, Mateus, Marcos e Lucas [João não é um sinótico] proporcionam, em virtude de suas semelhanças, uma visão de conjunto da vida, do ministério e da paixão de Jesus Nosso Senhor”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Dicionário Teológico, editada pela CPAD, p.103.

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“Lucas escreveu Atos como continuação do seu primeiro livro, o Evangelho de Lucas. o Terceiro Evangelho registra o que Deus realizou através das ações e ensinos de Jesus ungido pelo Espírito Santo, ao passo que Atos enfatiza a continuação da obra de Jesus feita por suas testemunhas capacitadas pelo Espírito. O prefácio de Atos liga este livro ao Evangelho de Lucas e fornece um resumo. Em Atos 1.1, Lucas se refere ao seu Evangelho como um registro ‘de tudo que Jesus começou, não só, a fazer, mas a ensinar’; ele rememora os eventos principais de Lucas 24:
1) As aparições de Cristo ressurreto aos discípulos;
2) A promessa do batismo com o Espírito Santo, e
3) A ascensão do Cristo ressurreto ao céu.
Atos registram a continuação do ministério de Jesus. Desde o início até a conclusão do seu ministério terreno tudo que Jesus fez e disse foi dirigido e capacitado pelo Espírito. O segundo volume de Lucas narra uma hist6ria semelhante, que focaliza uma co­munidade de discípulos ungidos pelo Espírito que continuam a fazer e ensinar as coisas que Jesus tinha começado a fazer e a ensinar durante seu tempo na terra” (Comentário Pentecostal Novo Testamento. Vol.1. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.623,24,)

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

EPÍSTOLAS
“O livro de Atos é um relato histórico vital para as epístolas de Paulo e de outros apóstolos. Todas as igrejas para as quais Paulo escreveu epístolas aparecem em Atos. A partir desse livro, tomamos conhecimento das circunstâncias às quais essas igrejas em particular foram fundadas, o tipo de oposição ao que elas enfrentaram e sua resposta inicial ao evangelho. Isso torna a leitura dessas epístolas mais fácil e mais rica. Toda a teologia das epístolas de Paulo e teologia aplicada. Em outras palavras, ela representa os princípios do evangelho aplicados a cenários específicos. Entender esses cenários nos ajuda a ler sua teologia e, depois, a aplicá-la em nossas próprias circunstâncias.
APOCALIPSE
O livro de Apocalipse começa com uma declaração da grandiosidade de Deus (1.4-8) e a descrição da visão recebida por seu autor, Joao (1.3-9, 9-18). O Cristo ressurreto instruiu Joao a escrever a visão e a enviar cartas para as sete igrejas, fornecendo as mensagens específicas de advertência e de encorajamento (1.19 – 3.22)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 327,401).

CONCLUSÃO

O Novo Testamento é a revelação de Deus para a sua Igreja e a mensagem de salvação para toda a humanidade. Por isso, ao longo desse divino documento, podemos perceber a vontade de Deus para um avivamento genuíno do seu povo. No geral, o Novo Testamento revela o plano de Deus para o mundo, bem como suas diretrizes para que a Igreja exerça, de maneira avivada, a sua missão na Terra.

  CPAD –AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus  | Lição 03: O Avivamento no Novo Testamento

 


O Avivamento no Novo

H

ouve muitos avivamentos no Antigo Testamento ou na antiga todos eles, porém, tiveram, por assim dizer, um tempo de validade. Uns duraram mais, e outros, menos. No capítulo anterior, vimos um resumo dos momentos em que o Senhor Deus visitou o seu povo de forma extraordinária; sempre em resposta ao clamor do povo, tendo à frente um líder espiritual, um profeta, ou um rei, como foi no caso de Davi, Asa, Josafá, Josias e outros.

  No Novo Testamento, todavia, podemos constatar que os avivamentos tiveram periodos mais longos. O maior dos avivamentos na época da Igreja foi o trazido por nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Ele, sim, trouxe um avivamento não apenas para Israel, como acontecia no Antigo Testamento, mas também um avivamento para o mundo. Os judeus rejeitaram-no e perderam a maior e mais preciosa oportunidade de ter a sua nação apresentada ao mundo como o povo eleito para representá-lo em toda a terra: "Mas, agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu" (Is 43.1).

  O avivamento no Novo Testamento começa com Jesus, mas não termina com Ele. A sua mensagem ultrapassa os tempos e a história e é projetado para todos os séculos. A mensagem de Cristo não foi para um período determinado, em resposta a uma situação particular de um povo. A sua mensagem é a revelação de Deus para toda a humanidade:

  Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigenito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele (Jo 3.16,17)

  Neste capitulo, temos um panorama geral do avivamento no Novo Testamento. Em capitulos posteriores, veremos mais detalhadamente o avivamento trazido por Cristo, bem como momentos especiais, quando o Senhor usou homens chamados por Ele para proclamar a sua Palavra de salvação para Israel, para algumas pessoas e para o mundo. Na verdade, Jesus veio ao mundo para trazer a mensagem mais poderosa e impactante que os homens já ouviram: a mensagem do Reino de Deus.

I-O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS

  A palavra evangelho quer dizer "boas novas". Cristo trouxe as "Boas Novas de salvação". A situação de Israel era, talvez, a das piores na sua história. Por causa da sua desobediência ao Senhor, a nação passou cerca de quatrocentos anos sem ouvir a sua voz por visão, revelação ou profecia o chamado período interbiblico. Se a nação eleita não ouviu Deus falar, imaginemos o que acontecia com os demais povos do mundo. Religiões falsas como o hinduismo, que surgiu por volta de 1500 a.C; o budismo, fundado em 528 a.C; além do judaismo, que surgiu, de acordo com a Bíblia, quando Deus chamou o patriarca Abrão para sair com o seu pai e o seu sobrinho, Ló, da sua terra, de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã, passando por Hară.

  Dali, o Senhor chamou Abrão, que estava com 75 anos de idade, e fez-lhe promessas maravilhosas de que ele seria uma grande nação" e de que nele seriam abençoadas todas as nações da terra, e Abrão entrou na terra de Canaã (Gn 11.31,32; 12.1-5).

  Passados muitos anos, Abraão morreu, e Isaque e Jacó respectivamente o seu filho e o seu neto continuaram a sua missão de serviço integro a Jeová. Mas, por designio de Deus, o povo de Israel teve de buscar refúgio no Egito e lá passou mais de quatrocentos anos sendo duramente escravizado. O Senhor então levantou Moisés para libertar o povo e levá-lo à Terra Prometida. Ao longo dos séculos, o povo de Israel viveu a teocracia, o governo humano e a monarquia até chegar à "plenitude dos tempos, quando Deus enviou Jesus, o seu unigênito filho, para remir os que estavam debaixo da Lei (GI 4.4,5).

  O Novo Testamento é a revelação última de Deus para o mundo. É a mensagem de salvação para toda a humanidade e para Israel, o povo escolhido. Sem dúvida alguma, é a mais graciosa e auspiciosa mensagem para todos os homens. Meditemos um pouco sobre essa grande verdade da parte de Deus, que trouxe o mais perfeito avivamento para o mundo.

1. O Avivamento em Mateus

O evangelho do Reino

  Mateus foi escrito cerca de 60 d.C. É considerado o Evangelho do Reino, ou o evangelho do Rei e do Messias. A expressão "Reino dos céus", "Reino" ou "Reino de Deus" aparece mais de trinta vezes no seu texto, O objetivo de Mateus é revelar, primeiramente aos judeus e depois a todo o mundo, que Jesus é o Messias prometido no Antigo Testamento por meio dos profetas - eles, porém, não o receberam (Jo 1.11)-e mostrar aos homens o Reino de Deus (Is 42.1; 53). O grande "mistério dessa revelação foi que Jesus não veio ao mundo com pompas, nem com poder de um rei à frente de um poderoso exército humano. Ele veio como Filho do Homem, nascido pobre, num berço humilde, como um servo humilde, sofredor. Os judeus jamais entenderam essa condição, e a maior parte do mundo nunca a absorveu.

 A maior revelação de Deus para a humanidade

  Jesus veio trazer ao mundo a maior e mais profunda revelação da realidade humana desde a sua origem no Éden. Ele trouxe o maior avivamento que o mundo podia ver e vivenciar:

  E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade maritima, nos confins de Zebulam e Naftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaias, que diz: A terra de Zebulom e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das nações, o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz ralou. Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. (Mt 4.13-17)

 2. O AVIVAMENTO EM MARCOS

  O Evangelho de Marcos inclui-se entre os Evangelhos sinóticos, semelhantes ou com a mesma visão dos fatos narrados nas Escrituras, sobre o ministério terreno de Jesus. Foi escrito entre 55 e 65 d.C. Segundo se entende, foi dirigido aos romanos. Não traz detalhes da vida de Jesus - a sua genealogia, o seu nascimento, a sua infância ou juventude, como se pode encontrar nos outros Evangelhos. A narrativa de Marcos abrange, desde o seu início, as atividades de Jesus, a começar com os seus milagres, sinais e maravilhas. E rapidamente o faz, pois passa de um texto para outro de forma bem objetiva.

 Evangelho do Servo

  O seu Evangelho é chamado de "o Evangelho do Servo". Ele mostra Jesus como o Servo de Deus que atua de forma incansável e poderosa. Enquanto os outros Evangelhos retratam muitos sermões de Jesus, Marcos apresenta dezoito milagres por Ele operados, e somente quatro das suas parábolas. Desde o início, é uma mensagem de avivamento. Os judeus estavam acostumados e cansados de ouvir palavras vazias dos escribas, dos fariseus e saduceus, mas a mensagem de Jesus era plena de poder e de autoridade: "E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas" (Mt 7.28,29)

 O Servo em três dimensões

Marcos apresenta no seu evangelho Jesus como Servo em três dimensões.

a) Primeiro, ele mostra Jesus como o Servo vencedor. Descreve, desde o início, os milagres de Jesus com incrível riqueza de detalhes nas suas atividades à beira do mar da Galileia, nas sinagogas ou no Templo.

Ele relata Jesus como o servo vencedor sobre as enfermidades. curando leprosos (1.40-45), paralíticos (9 2.1-12), cegos (8.22-26; 10.46-52), deficientes (3.1-12), com hemorragia crônica (5.21-34) e outras diversas doenças (Mc 1.40; 7.31-35).

  Também mostra Jesus como o vencedor sobre os demônios. Ele libertou o endemoninhado de Cafarnaum (1.21-28), o endemoninhado gadareno (5.1-20), a filha da mulher cananeia (7.24-30) e um jovem lunático de uma casta de demônios (9.14-29).

   Jesus também tem poder sobre as forças da natureza. Ele acalmou uma grande tempestade (4.35-41), andou sobre o mar e acalmou outra tempestade (6.45-51), multiplicou pães e peixes, alimentando cerca de cinco mil homens, além das mulheres e crianças (6.30-44; cf. Mt 14.21) e outra vez multiplicou pães e peixes para quatro mil pessoas. E Jesus é vencedor sobre a morte, pois ressuscitou a filha de Jairo (Mc 5.35-43).

b) Em segundo lugar, mostra Jesus como o Servo sofredor. Depois de só ter feito o bem, operando milagres, sinais e maravilhas entre o povo, Jesus despertou a inveja e a maldade dos homens, principalmente dos lideres judaicos, dos sacerdotes:

  E, dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos, e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo e o matariam. Mas eles dziam: Não na festa, para que, porventura, se não faça alvoroço entre o povo. (Mc 14.1,2)

 Como se não bastasse a malicia dos sacerdotes judeus, Jesus foi traido por ninguém mais do que um dos seus apóstolos. Judas foi subornado para entregar Jesus nas mãos dos seus inimigos:

E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lho entregar. E eles, ouvindo-o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria em ocasião oportuna. (Mc 14.10,11)

  Depois da última Páscoa e da Santa Ceia (Mc 14.12-26), Jesus foi preso injustamente, pois não fizera mal algum, e foi ouvido pelo Sinédrio, o tribunal religioso dos judeus. Instantes depois, Pedro negou-lhe três vezes (14.66-72). Em seguida, foi levado ao governador romano, Pilatos, que, não vendo razão alguma para condena-lo, quis soltá-lo, só que os sacerdotes incitaram a multidão para pedir a morte de Jesus e a libertação de um ladrão e homicida chamado Barrabás. Entregue aos soldados romanos, Jesus sofreu grande humilhação, cuspiram no seu rosto, feriram-no e colocaram uma coroa de espinhos sobre a sua cabeça (15.1-20). Dali, Jesus foi levado ao Calvário, onde o crucificaram entre dois malfeitores. Lá Ele sentiu a mais terrivel dor no seu sofrimento atroz. Jesus expirou à hora nona, por volta das 15h no horário romano. Parecia o fim da sua missão e da sua vida, mas os céus e a terra viram a sua grande vitória sobre a morte.

c) Em terceiro lugar, Jesus foi o Servo triunfante! Marcos registra que, no terceiro dia, na antemanhã do domingo, quando as mulheres levaram unguentos para o seu corpo, tiveram a maior surpresa das suas vidas. A pedra não estava fechando o túmulo. Um anjo apresentou-se a elas, deixando-as muito assustadas:

 Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado, já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discipulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia, ali o vereis, como ele vos disse. E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuidas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém, porque temiam (Mc 16.6-8)

  Como prometera, Jesus foi morto, mas ao terceiro dia ressuscitou triunfante sobre a morte, sobre o pecado, sobre o mundo e sobre o Maligno.

 3. O AVIVAMENTO EM LUCAS

  O Evangelho de Lucas é considerado pelos estudiosos "o Evangelho do Filho do Homem (cf. Lc 19.10). Nenhum outro evangelista retrata tão bem a humanidade de Jesus. Enquanto Marcos começa a sua narrativa com os milagres de Jesus, e João inicia abordando a divindade dEle, Lucas, que era "o médico amado" (CI 4.14), tem o interesse e o cuidado de buscar informações e detalhes de aspectos bem humanos de Jesus:

 Tendo, pois, muitos empreendido por em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o principio e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, o excelentíssimo Teófilio, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o principio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.

Prenúncio do avivamento

  Na condição de médico, exercendo a medicina do seu tempo, Lucas mostra que teve uma sensibilidade para inteirar-se de fatos bem característicos da humanidade de Jesus. Ele inicia narrando a experiência do sacerdote Zacarias, que teve a revelação de que ele, sendo avançado em idade, e a sua mulher, idosa e estéril, haveria de gerar um filho, a quem lhe poria o nome de João. O anjo era ninguém menos que Gabriel, assistente diante de Deus (Lc 1.5-25). Depois de seis meses que Isabel ficou grávida, o anjo Gabriel foi enviado a Nazaré. Ali se dirigiu a uma jovem por nome Maria, que era noiva de um homem chamado José. A palavra do anjo Gabriel causou impacto em Maria quando o mensageiro celestial avisou que, mesmo virgem, seria mãe de um filho, a quem colocaria o nome de Jesus (Lc 1.26-30).

 O avivamento com júbilo nos corações

  Lucas relata impressionantemente como Jesus nasceu: como uma humilde criança num berço de palha. A partir do anúncio do nascimento de Jesus, o avivamento começou com louvores a Deus. Maria entoou um hino de adoração ao Senhor, chamado pela literatura cristã de "Magnificat". Depois do nascimento de João Batista, o seu pai, Zacarias, também cantou um belo hino, exaltando a Deus. Cheio do Espirito Santo, proclamou grandes verdades, dizendo:

  E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou, dizendo: Bendito o Senhor Dous do Israel porque visitou a remiu o seu povo! E nos levantou un Pagina 64 / 336Q+vi, seu servo, como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o principio do mundo. para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos aborrecem e para manifestar misericórdia a nossos pais, e para lembrar- se do seu santo concerto e do juramento que jurou a Abraão, nosso pai, de conceder-nos que, libertados das mãos de nossos inimigos, o servissemos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida (Lc 1.67-75)

  Esse trecho de Lucas define bem o que foi o avivamento mandado por Deus mediante o nascimento de Jesus Cristo.

 O avivamento com o nascimento de Jesus

   Jesus nasceu em meio a uma viagem do seu pai adotivo e da sua mãe. José teve de deslocar-se de Nazaré a Belém numa distância de aproximadamente 150 quilômetros para alistar-se com Maria num recenseamento decretado por César Augusto, imperador romano, que dominava a Palestina. Nada que o Senhor Deus programa acontece por acaso. Por não haver lugar para o casal viajante, José teve de levar Maria para dar à luz ao seu filho numa estrebaria:

  E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. (Lc 2.6,7)

  Naquela noite santa, um grupo de pastores estava no campo em Belém. De repente, em plena madrugada, o anjo do Senhor velo sobre eles e deu-lhes a maravilhosa notícia do nascimento do Salvador do homem:

  E o anjo lhes disse: Não temais, porque els aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! (Lc 2.10-14)

  Foi uma mensagem que anunciou o maior avivamento de que o mundo teve noticias.

   Seguindo a orientação dos anjos, os pastores foram a Belém e descobriram o que nunca imaginavam:

  E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino thes fora dita. E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores thes diziam. Mas Maria guardava todas essas coisas. conferindo-as em seu coração. E voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito. (Lc 2.16-20)

  Os pastores ficaram maravilhados com o que viram naquele lugar, onde os animais alimentavam-se, e sairam divulgando o que ouviram dos mensageiros celestiais e constatado por eles mesmos. Era um novo tempo chegando para Israel e para o mundo. Era o avivamento enviado dos céus. Lucas relata a infância de Jesus e os fatos marcantes da sua vida e ministério. Quase na mesma sequência de Marcos, ele narra as curas e milagres que Jesus operou.

  O avivamento do salvador do mundo

   O evangelho de Lucas mostra Jesus como o grande salvador Todo-poderoso. Ele revela aos seus seguidores que haveria de pregar o evangelho, mas que haveria de sofrer e morrer para ser o grande vencedor (9.22). Certamente, a mensagem de Jesus, proferida na casa de Zaqueu, o publicano, pode resumir a sua grande missão ao fazer-se homem e habitar entre os homens: "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (19.10). Com toda a certeza, Lucas mostra Jesus como o Filho do Homem, mas também como o Filho de Deus, que trouxe ao mundo a mensagem poderosa do evangelho, como disse Paulo: "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1.16). A mensagem de Cristo é a mensagem do maior e mais poderoso avivamento que haveria de chegar para a humanidade. Não é teoria, nem filosofia, nem mesmo sabedoria humana. É salvação, cura, libertação, transformação de vidas - é comunhão com Deus. É o maior avivamento da história! Infelizmente, a maioria das pessoas não tem esse entendimento.

 4. O AVIVAMENTO EM JOÃO

  O Evangelho de João, escrito entre 80 e 95 d.C., tem uma abordagem diferente dos outros três evangelistas daí não ser considerado um Evangelho sinótico. Narra diversos fatos no ministério de Jesus que não constam nos outros evangelhos.

 O Evangelho do Filho de Deus

  João tem narrativa um tanto distinta de Mateus, Marcos e Lucas. Na sua narrativa, os três Evangelhos sinóticos revelam o ministério de Jesus, enfatizando o seu Reino, os seus milagres e a sua humanidade - como Lucas, sem deixar de demonstrar a sua divindade. Já o Evangelho de João destaca desde o início o aspecto divino de Jesus, o Filho de Deus. Os versiculos-chave que expressam essa visão estão registrados em João 20.30.31:

  Jesus, pois, operou também, em presença de seus discipulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.

A divindade de Jesus

  De modo bem profundo, João teve a revelação, dada pelo Espirito Santo, acerca da divindade de Jesus. Ele viu a eternidade de Jesus quando escreveu os primeiros versiculos do seu livro: "No principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no principio com Deus" (Jo 1.1,2). Outros textos biblicos confirmam essa conclusão do evangelho de João (Rm 9.5; Hb 1.8; Mt 3.17 e refs). Ele tem todos os atributos absolutos de Deus: onipresença (Mt 28.20); onisciência (Jo 2.24); onipotência (Mt 28.18); imutabilidade (Hb 13.8); eternidade (Jo 8.58; CI 1.15-18).

Jesus, o Criador

  João recebeu a revelação de que Jesus, além de ser Deus, é também o criador de todas as coisas: "Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens (1.3.4). Paulo corrobora a afirmação de João "porque nele foram criadas todas as coisas que há nos na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele" (CI 1.16 - grifo acrescido).

Os sinais da glória e da divindade de Jesus

  Podemos resumir a mensagem de João sobre Jesus com vários textos que indicam de forma clara e evidente a sua divindade. Com base na Bíblia de Estudo Pentecostal, na introdução do comentário sobre João, o texto da Bíblia apresenta "as evidências comprobatórias" da divindade de Cristo, que incluem:

1) Sete sinais. Jesus revelou claramente a sua identidade através

destes sinais: (1) a transformação da água em vinho em Caná (2.1- 11); (II) a cura do filho de um oficial do rei (4.46-54); (III) a cura do paralítico de Betesda, enfermo há 38 anos (5.2-15); (IV) a multiplicação dos cinco pães e dois peixes para quase cinco mil homens, fora mulheres e crianças (6.1-15); (V) Jesus andando sobre o mar (6.16-21); (VI) a cura de um cego de nascença (9.1-41); e (VII) a ressurreição de Lázaro (11.1-46).

2) Sete sermões. Jesus revelou a sua grande sabedoria através destes sermões: (1) o sermão de Jesus a Nicodemos, em que Ele fala sobre o grande amor de Deus pela humanidade e a salvação ou condenação (3.1-21); (II) a pregação de Jesus à mulher de Samaria, quando Ele revela-se como o Messias (4.4-42); (III) Jesus declara- se Filho de Deus e igual ao Pai (5.19-47); (IV) Jesus declara-se filho de

o pão da vida para os que nEle creem (6.22-59); (V) o ensino de Jesus no Templo causa dissensão entre os judeus (7.37-44); (VI) Jesus declara-se como a luz do mundo (8.12-30), e (VII) Jesus apresenta-se como o bom Pastor (10.1-21).

  3) Sete declarações "Eu sou". Jesus revelou figuradamente aquilo que Ele é como redentor da raça humana através destas declarações: (1) "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. (6.35); (II) Jesus declara a sua missão: "Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8.12); (III) Jesus declara que dá a sua vida, e ninguém a tira dEle: "Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tomar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou, tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la [...] (10.17,18); (IV) Jesus declara que é o bom Pastor: "Eu sou o bom Pastor, o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (10.11); (V) Jesus declara que é a ressurreição e a vida: "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (11.25); (VI) Jesus promete "outro Consolador": "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (14.16); e (VII) Jesus declara-se "a videira verdadeira" (15.1).

 4) E, por fim, este é o maior e mais maravilhoso sinal: a ressurreição corpórea de Jesus como o sinal supremo e a prova máxima de que Ele é o Cristo, o Filho de Deus (20.31).

Diante de tantos sinais da sua divindade e missão, podemos dizer que João registrou momentos especiais do avivamento espiritual, trazido por Jesus ao mundo quando Ele, sendo Deus, fez-se homem e habitou entre nós para vivenciar a realidade do ser humano sob o domínio do pecado: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo 1.14). Ele é o Verbo de Deus: "No principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (Jo 1.1-3).

II-O AVIVAMENTO EM ATOS DOS APÓSTOLOS

  O livro de Atos dos Apóstolos também é chamado de o livro dos Atos do Espirito Santo. Foi escrito cerca de 63 d.C. Registra a história de Igreja Primitiva nos primeiros trinta anos do seu desenvolvimento após a ascenção de Jesus. O livro de Atos foi escrito por Lucas, "o médico amado" (CI 4.14), que escreveu o Evangelho que tem o seu nome. É uma mensagem que transcende a história da Igreja Primitiva:

 Lucas descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus titulos preciosos.

  O livro mostra que a mensagem de Cristo, dirigida primeiramente aos judeus, ultrapassou as fronteiras de Israel e chegou aos gentios de maneira impactante.

1. O AVIVAMENTO NA IGREJA PRIMITIVA

 A promessa do derramamento do Espirito Santo

  Lucas escreve o livro, destinando-o a um homem chamado Teófilo, e poderia ser apenas uma longa carta pessoal ao seu ilustre amigo. O Espirito Santo, porém, identificou esse trabalho e fez com que essa mensagem, dirigida a uma pessoa de bem e interessada nos fatos sobre Cristo e a sua Igreja, fosse incluída no canon do Novo Testamento. Logo no primeiro capítulo, Lucas registra a palavra de Jesus quando se despedira dos seus apóstolos:

  E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós serels batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. (At 1.4.5-grifo acrescido)

  Os apóstolos já eram salvos desde que creram em Jesus e tornaram-se os seus seguidores fiéis, exceto o que o traiu. Poderiam ter continuado a evangelizar de imediato após a volta de Jesus aos céus, mas faltava-lhes algo de maior importância: o batismo no Espírito Santo, bênção de poder do alto, distinta da conversão: "[...] mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias". O verbo ser está no futuro do presente: "sereis batizados". Eles eram nascidos de novo, mas precisavam de poder para evangelizar após Jesus ausentar-se deles para os céus. Era a promessa do maior avivamento que a Igreja haveria de experimentar depois do retorno de Cristo aos céus.

  Lucas registra a preocupação dos discípulos sobre a restauração do reino a Israel. Parece que não perceberam a promessa de Jesus do batismo no Espirito Santo. Em resposta, Jesus disse-lhes que não deveriam preocupar-se com "os tempos ou as estações que o  Pai estabeleceu pelo seu próprio poder" (1.7). Ato continuo, Jesus chamou-lhes a atenção para o que era mais importante naquele momento para eles e para a sua Igreja: "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra" (1.8). Jesus reforçou e assegurou que, pelo seu Espirito Santo, a Igreja haveria de receber e experimentar o maior avivamento da história.

A descida do Espírito Santo

  A chegada do batismo no Espirito Santo, registrado em Atos 2, foi o cumprimento da promessa de Deus 835 anos a.C.:

  E há de ser que, depois, derramarei o meu Espirito sobre toda a came, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espirito (JI 2.28.29).

  Antes da chegada do Espírito Santo, como Jesus prometera, Ele reuniu os discipulos depois de ter ressuscitado, deu-lhes "a Grande Comissão" (Mc 16.15,16) e prometeu-lhes o maior avivamento do qual eles seriam protagonistas e testemunhas:

E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas linguas, pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortifera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. (Mc 16,17,18-grifo acrescido)

  Depois de prometer a virtude do Espirito Santo sobre os seus discipulos para estes serem testemunhas com poder desde Jerusalém e "até aos confins da terra" (1.8), Jesus subiu aos céus de maneira surpreendente e gloriosa ante os olhares perplexos dos discípulos, que ficaram ansiosos, até que dois anjos "vestidos de branco" trouxeram-lhes a gloriosa mensagem de que o Cristo que eles acabavam de ver subir aos céus haveria de voltar da mesma forma como subira (1.11).

  Houve um pequeno intervalo de dias antes do cumprimento da promessa do derramamento do Espirito Santo. Até que, cinquenta dias após a Páscoa, da qual Jesus participou pela última vez e instituiu a Ceia, os discípulos estavam reunidos "no mesmo lugar (2.1), no cenáculo (1.13), na comemoração do Dia de Pentecostes. Passaram cerca de dez dias em oração, esperando o cumprimento da gloriosa promessa:

  Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar, e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles linguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. (2.1-3)

  Com aquele maravilhoso evento sobrenatural, chegou ao mundo o inicio do maior avivamento espiritual para a humanidade. Ele veio para o mundo, pois foi através dele que os discípulos foram liberados por Jesus para pregar o evangelho "por todo o mundo" e "a toda a criatura" (Mc 16.15,16).

  Foi apenas o começo do grande avivamento pentecostal. Dali em diante, os apóstolos, cheios do poder de Deus, pregaram o evangelho de Cristo em Jerusalém e, dali, levaram a mensagem de salvação a todos os lugares onde puderam chegar. Foram usados para curar enfermos e libertar os oprimidos do Maligno. Pedro e João curaram um coxo "desde o ventre de sua mãe" (3.1,2). Foi grande o alvoroço. Os lideres religiosos foram tomados de inveja, e os apóstolos foram presos. No dia seguinte, já libertos, falaram com mais ousadia, mostrando que Jesus

  [...]é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome ha, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos [...]. E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. (4.11,12,31)

  Depois instituiram o diaconato (At 6); sofreram grande perseguição, quando Estêvão foi o primeiro mártir do cristianismo, sendo morto por apedrejamento vendo os céus abertos, "e o Filho do Homem [...] à mão direita de Deus" (6.8-15; 7.1-60). Com a conversão de Saulo, houve uma grande expansão do evangelho por todas as partes, e as Boas Novas foram pregadas com poder até mesmo dentro da prisão (28.16-31).

III-O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS

  O avivamento espiritual nos Evangelhos foi a chegada de um novo tempo para Israel e para o mundo inteiro. Infelizmente, Israel até hoje não entendeu o significado do nascimento de Jesus Cristo numa singela manjedoura nos arredores de Belém. Nas epistolas, vemos que o avivamento em Atos continuou expandindo-se poderosamente desde Jerusalém, passando por toda a Judeia e Samaria, e chegou "aos confins da terra" (At 1.8). São vinte e uma as epistolas no Novo Testamento. Em todas elas podemos ver, clara ou implicitamente, a mensagem de avivamento trazida por Cristo Jesus.

1. NAS EPISTOLAS DE PAULO

 O apóstolo Paulo escreveu treze dentre os vinte e sete livros do Novo Testamento. O antigo perseguidor dos cristãos foi apanhado por Cristo na estrada de Damasco e passou por uma radical transformação em toda a sua vida. Foi transformado em "[...] pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios" (2 Tm 1.11). Ele escreveu nove cartas a sete igrejas. Há diversas classificações das epistolas paulinas, mas podemos aproveitar a divisão das epistolas de Paulo em três categorias.

Cartas eclesiásticas

 Dirigidas a igrejas: Aos romanos (57 d.C.). Ele escreve a sua epistola mais longa e mais profunda, sendo considerada por analistas biblicos o mais importante livro do Novo Testamento. O tema de Romanos é "a justificação pela fé" (5.1), com base em Habacuque 2.4. Ela traz esperança e avivamento aos que creem em Cristo: "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (1.16,17).

  Em 1 e 2 Corintios (55/56 d.C.) e Gálatas (49 d.C.), Paulo traz uma mensagem soteriológica, mostrando Cristo, o grande salvador, que, tendo sido "as primicias dos que dormem", garante na sua vinda a ressurreição dos que são fiéis a Ele.

   Em 1 e 2 Tessalonicenses (51 e 52 d.C.), com o tema da volta de Cristo, a mensagem escatológica, plena de esperança e avivamento, com promessa de ressurreição dos salvos em Cristo e arrebatamento dos vivos e transformados na vinda do Senhor (1 Ts 4.16,17).

 Cartas da prisão

  Foram escritas quando Paulo esteve preso em meados do primeiro século da era cristã. São elas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom (carta pessoal), todas por volta de 62 d.C. Não obstante a situação em que se encontrava Paulo, privado da sua liberdade, ele não se deixou abater. Do cárcere, o apóstolo mostrou a sua fé e fortaleza em Cristo e expressa inspiração e alegria, avivamento, vitória e gratidão por sofrer por amor a Ele. Em Filipenses, Paulo demonstra a sua profunda alegria, mesmo na prisão, sendo chamada a "Epístola da alegria" ou "Epistola do Sorriso": "Regozijai-vos, sempre, no Senhor, outra vez digo: regozijai-vos" (Fp 4.4).

Cartas pastorais

   São as dirigidas a pastores ou lideres de igrejas, a saber, 1 1e2 Timóteo e Tito (65 a 67 d.C.). A carta a Timóteo foi escrita enquanto Paulo estava preso. Nessas cartas, o tema comum é a defesa da să doutrina, o relacionamento dos líderes com todas as pessoas, o cuidado para não se deixar levar por falsos líderes. Paulo também dá énfase ás qualidades que devem ter os que desejam o ministério. Profundamente doutrinárias, essas cartas enfatizam as condições para que os líderes e as igrejas cumpram a vontade de Cristo e possam ser avivadas. Perto da sua morte, ele escreveu:

Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrificio, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Tm 4.6-8)

2. NAS EPÍSTOLAS GERAIS (OU UNIVERSAIS)

Essas epistolas são em número de oito. Os seus ensinos, aparentemente sem cunho avivalista, demonstram condições para que haja a verdadeira vida cristă. Incluem os seguintes livros.

Hebreus (67 a 69 d.C.), que revela a supremacia de Cristo em todos os aspectos, bem como a supremacia da nova aliança em relação ao Antigo Testamento, também alertando para o perigo da apostasia Tiago (45-49 d.C.) é uma carta que ressalta o valor da salvação e da fé

acompanhadas de boas obras, sem as quais a fé é morta.

• 1 e 2 Pedro (entre 60 e 68 d.C.) são cartas que ressaltam o valor da té e do sofrimento por Cristo com esperança, amor e santidade, condições indispensáveis para o avivamento espiritual.

1, 2 e 3 João (todas entre 85 a 95 d.C.) ensinam o cristão a ter uma vida santa diante de Deus, com justiça e alegria (1.4). Nelas o "apóstolo do amor" enfatiza o maior dos mandamentos, que é amar a Deus "e ao próximo como a si mesmo", e declara que "quem aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir, porque as trevas the cegaram os olhos (1 Jo 2.11): "Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida [...]" (3.15). ou seja: sem amor não há salvação; sem amor não pode haver avivamento. As cartas de 1, 2 Jos também alon quanto aos falsos mestres. E, por fim, Judas Página 78 / 336

10/01/2023

  AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus  





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