TEXTO ÁUREO
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar,
e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu
irei dos céus, e perdoarei os seus pecados, sararei a sua terra.”
VERDADE PRÁTICA
Humilhar-se diante de Deus, buscar a face do Senhor em
oração e converter-se de seus maus caminhos são atitudes que precedem o
avivamento espiritual.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
2 Crônicas 7.12-15; Ageu 2.5-9
2 Crônicas 7
12 – E o Senhor apareceu de noite a Salomão e disse-lhe: Ouvi tua oração e
escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício.
13 – Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que
consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo;
14 – e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar
a minha face, e se converter dos seus maus Exércitos. caminhos, então, eu
ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.
15 – Agora, estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração
deste lugar.
Ageu 2
5 – Segundo a palavra que concertei convosco, quando saístes do Egito, e o meu
Espírito habitava no meio de vós; não temais.
6 – Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, e
farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca;
7 – E farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e
encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos.
8 – Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos.
9 – A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR
dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.
PLANO
DE AULA
1-
INTRODUÇÃO
O
Avivamento é uma necessidade da Igreja de Cristo ao longo de sua história.
Aliás, a indiferença e a letargia espiritual sempre estiveram presentes como
obstáculos ao desenvolvimento espiritual dos crentes. Por isso, neste trimestre
estudaremos Aviva a tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao
poder de Deus. Para este trimestre, teremos como comentarista o pastor Elinaldo
Renovato, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim/RN, bacharel em Economia e
mestre em Administração, autor de obras como Ética Cristo, Os Perigos da
Pós-Modernidade e Células Tronco, dentre outras, todas editadas pela CPAD.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Conceituar avivamento;
II) Elencar as condições para um avivamento espiritual;
III) Justificar a necessidade de um Avivamento Espiritual.
B)
Motivação: Retornar aos princípios bíblicos que caracterizaram a Igreja
Primitiva deve ser uma busca constante. Isso passa por viver uma vida cristã
com mais fervor espiritual, amor a Deus, pelas pessoas e pela Bíblia. Como está
o seu nível de relacionamento vivo com Deus?
C) Sugestão de Método: Para introduzir esta primeira lição, escreva na lousa o
título do trimestre. A partir dele, apresente os temas das lições que serão
estudados ao longo destes meses. Fale um pouco do comentarista do trimestre e
inicie a aula perguntando o que é avivamento.
INTRODUÇÃO
Neste
trimestre, estudaremos o avivamento espiritual. Veremos o quanto ele é
indispensável para o crescimento, o desenvolvimento e o cumprimento da missão
integral da Igreja no mundo. Esse fenômeno espiritual é a condição primária
para que o Corpo de Cristo proclame o Evangelho de Jesus a cada criatura.
Assim, constataremos que o avivamento espiritual, mais do que movimentos
ocasionais, é uma necessidade permanente para a Igreja enfrentar os desafios
atuais.
Palavra-Chave:
AVIVAMENTO
AUXÍLIO
VIDA CRISTÃ
DEFININDO
O AVIVAMENTO “O Avivamento pode ser
definido como o retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. É
o retorno à Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. É o retorno à
oração como a mais bela expressão do sacerdócio universal do cristão. É o
retorno às experiências genuínas com Cristo, sem as quais inexistiria o corpo
místico do Senhor.
É
o retorno à Grande Comissão, cujo lema continua a ser: ‘… até aos confins da
terra…’ O avivamento, enfim, é o reaparecimento da Igreja como agência por
excelência do Reino de Deus. De acordo com Arthur Wallis, o avivamento é a
intervenção divina no curso normal das coisas espirituais: ‘É o Senhor
desnudando o seu braço e operando com extraordinário poder sobre santos e
pecadores.
Depois
de haver reanimado tantas igrejas que jaziam à morte, Charles Finney já tinha
condições de afirmar ser o avivamento um novo começo de obediência a Deus”
(ANDRADE, Claudionor Corrêa. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento.
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.40).
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO
*AVIVAMENTO
E ARREPENDIMENTO
“Acreditemos,
pois, e proclamemos Atos 3.19, onde o grego indica que podemos viver tempos de
refrigério até a vinda do Senhor. Mas eles somente virão quando houver genuíno
arrependimento. Voltemos à figura usada por Schaeffer. O que estamos fazendo
para demonstrar nosso amor pelo nosso Noivo Celestial? De que estamos
precisando nos arrepender? E você?”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a
obra O Avivamento Pentecostal, editada pela CPAD, 1997, pp.69-79.
AUXÍLIO
VIDA CRISTÃ
O
AVIVAMENTO PENTECOSTAL É UMA NECESSIDADE PARA HOJE
“Qual
dos leitores tinha bastante conhecimento bíblico antes de aceitar Jesus como
seu Salvador e Senhor? Ou quantos conheciam bem o Espírito Santo? Assim também
grande parte das igrejas tradicionais. São como os saduceus. Quando
representantes desse grupo questionaram Jesus acerca da ressurreição, o Mestre
lhes respondeu: ‘Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus’ (Mt
22.29).
Minha
opinião é que você não pode conhecer as Escrituras à parte do poder de Deus. O
conhecimento puro e simples da letra pode levar à morte, mas o Espírito
vivifica’ (2 Co 3.6). Eis a razão de estarem os pentecostais na linha de frente
da batalha contra os liberais (que são, na verdade, anti-sobrenaturalistas), os
secularistas, as doutrinas da Nova Era e todas as forças anticristãs conhecidas
ou não” (HORTON, Stanley M. Avivamento Pentecostal: As origens e o futuro do
maior movimento espiritual dos tempos modernos. Rio de Janeiro: CPAD, 1995,
p.09).
CONCLUSÃO
Quando o povo de Deus se encontrar em situação de frieza espiritual, a vontade divina é a de sempre reacender a chama que está se apagando. Se for preciso, Ele usará uma crise para isso, usará circunstâncias diversas para levar o seu povo ao deserto a fim de falar ao seu coração (Os 2.14). A sua exigência, porém, é que o seu povo se humilhe, busque a sua face e se converta de seus maus caminhos. Então, o avivamento espiritual não tardará.
CPAD TEMA: AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao
quebrantamento e ao poder de Deus
| Lição 01: O Avivamento Espiritual
PREFÁCIO
Prefaciar a obra literária do
pastor Elinaldo Renovato é, sem dúvida, um privilégio para mim. Somos amigos há muitos anos
por partilharmos a mesma visão
teológica, mas o que nos aproximou, de fato, foi o encontro que a CPAD, por meio da Coordenação da
área de Educação Cristã, do pastor Antonio Gilberto da Silva, propiciou aos
comentaristas das Revistas de Escola Dominical. Desde então, o pastor Elinaldo Renovato é um escritor e comentarista de revistas da Escola
Dominical. Ele é possuidor de uma bagagem bíblica, como teólogo que é, e pela
história do seu ministério pastoral nas Assembleias de Deus do Rio Grande do Norte.
O pastor Elinaldo Renovato tem várias obras editadas pela CPAD, entre as quais: A Família Cristã e os Ataques
do Inimigo, Neemias – Integridade e Coragem em Tempos de Crise, Dons Espirituais e
Ministeriais, O Final de todas as Coisas, As
Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais dentre outras.
Dentre os muitos temas desenvolvidos pelo ilustre pastor, ele lança agora Aviva a tua Obra, livro que fala sobre avivamento espiritual e que acompanha a revista Lições Bíblicas Adultos. Nada mais propício para o atual momento falar e escrever sobre avivamento espiritual.
No início do movimento
pentecostal no começo do século 20, “avivamento” fazia parte da vida cotidiana
das igrejas pentecostais. Hoje, há uma intensificação pela súplica por um avivamento. Sempre que uma igreja ou indivíduo sente insatisfação
com o seu nível de espiritualidade, busca a renovação espiritual.
Lamentavelmente, sente-se na atualidade o mesmo sentimento que o Senhor teve em relação à igreja de
Laodiceia, que não era “nem quente nem fria” (Ap 3.15,16). Sabemos que é o baixo nível
de espiritualidade de um líder ou de uma
igreja que cria “a aparência de piedade, mas nega o seu poder” (2 Tm 3.5). Existe uma
dicotomia na igreja atual que separa “a fala e a prática”.
Na história dos grandes
avivamentos, o autor volta-se para a Bíblia para dar destaque aos avivamentos no tempo de
Moisés; no tempo de
Samuel, “o último dos juízes e o primeiro entre os profetas”; no tempo do rei Josias, quando, temente a Deus, despertou um novo sentimento no coração do povo de Israel. O avivamento no coração de Neemias, que, por ver a situação do seu povo exilado na Pérsia, chorou, jejuou e orou pela sua nação para que houvesse um novo sentimento de arrependimento e confissão de pecados, voltando-se para “o Deus de Israel”( Ne 1.1,4). Foi, de fato, um avivamento pela descoberta da importância das Escrituras, a Palavra de Deus. No Novo Testamento, o autor destaca que o avivamento teve início, de fato, com Jesus. A sua presença, como o Verbo divino encarnado, revolucionou o mundo dos judeus, com a mensagem da chegada do “Reino dos céus” (Mt 4.13-17). Especialmente no Evangelho de João, o autor destaca a abordagem que faz acerca de Cristo e a sua dupla natureza: a divina e a humana. A presença e a mensagem de Jesus avivaram no coração do povo judeu a esperança do Messias.
Em Atos dos Apóstolos, o
avivamento espiritual começa em Jerusalém, com o cumprimento da promessa da
vinda do Espírito Santo sobre os discípulos. A partir de então, esse avivamento do Espírito no Dia de Pentecostes foi ganhando importância
por meio de ministérios distintos como, por exemplo, o de Pedro, Estêvão e Paulo.
No capítulo 9, o autor trata sobre o avivamento espiritual no Brasil,
que trouxe informações
históricas, especialmente com a chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg em 1910, em Belém do Pará.
Três das principais mensagens desses
pioneiros era a salvação em Cristo, o batismo no Espírito Santo e a cura divina. O autor escreveu
que o “avivamento espiritual não permite a inação, a letargia ou o comodismo
eclesiástico ou ministerial. É como um ‘vento impetuoso’ sobre a calmaria das doutrinas cessacionistas nas igrejas históricas.” O primeiro grande avivamento depois do
Pentecostes aconteceu na Idade Média por
intermédio de Martinho Lutero, que propôs a Reforma Protestante sobre os descaminhos
doutrinários da igreja romana. Porém, as igrejas da pós Reforma enrijeceram
doutrinariamente, e a doutrina do Espírito Santo havia sido relegada a um segundo plano na época da Reforma. Então, nos séculos 17, 18 e
19, o Espírito Santo voltou a soprar “um novo vento”, e, no fim do século 19 e início do
século 20, “o vento soprou sobre a chama imersa
em cinzas, e um novo fogo voltou a acender. Esta obra do pastor Elinaldo Renovato vem em tempo
próprio quando o avivamento experimentado em 1911 começou a esfriar. Nossas
igrejas tornaram-se muito
institucionalizadas e perderam o seu vínculo com o seu início. A história mostra-nos que
“os avivamentos têm vida limita- da; alguns duram décadas, e outros, semanas ou
apenas dias”, escreveu
Russell Shedd. Na história das igrejas do Novo Testamento, constatamos o que aconteceu com igrejas como a de
Éfeso, a igreja de Corinto e a igreja de Laodiceia. Algumas décadas depois do
Pentecostes, a igreja de Éfeso, que despontava como igreja avivada e que praticava “o primeiro amor” (ano 96 d.C.), foi acusada pelo próprio
Senhor de que havia “perdido o primeiro amor” (Ap 2.4). Sem dúvida, vivemos hoje um movimento que se parece com o avivamento original;
todavia, nossas igrejas estão, de fato, enrijecidas espiritualmente. Nesta obra, o autor
procura despertar o desejo por um novo avivamento que resgate as origens do Dia de Pentecostes. Ouvi certo pregador que declarou na sua
mensagem: Todo avivamento
genuíno é, por assim dizer, pentecostal. No entanto, nem todo pentecostalismo é avivado ou
resultado de avivamento genuíno. O
genuíno movimento pentecostal é sempre obra do Espírito. Já o pentecostalismo é quase
sempre resultado de manipulação
humana. É lamentável que
tenhamos líderes que se dizem pentecostais, mas que agem com atitude arrogante e querem controlar
as manifestações do Espírito na igreja.
Então, entendemos a diferença entre o genuíno avivamento e o simulado
avivamento manipulado por homens. Queremos que os ranços de um pentecostalismo institucionalizado
sejam diluídos e que um novo avivamento
traga-nos de volta o genuíno avivamento pentecostal.
Precisamos de um avivamento em que o Espírito intervenha na História da Igreja e na vida pessoal de nossos líderes e crentes. Por isso, cremos que a leitura deste livro e a meditação sobre as verdades reveladas ao autor irão contribuir para o avivamento que desejamos.
Pastor Elienai Cabral
Outono 2022
Sumário
Agradecimentos 3
Prefácio 5
Capítulo 1
Avivamento Espiritual 11
Capítulo 2
Avivamento no Antigo Testamento 23
Capítulo 3
Avivamento no Novo Testamento 33
Capítulo 4
O Ministério Avivado de Jesus 43
Capítulo 5
O Avivamento na Vida da Igreja 51
Capítulo 6
O Avivamento no Ministério de Pedro 61
Capítulo 7
Estêvão - um Mártir Avivado 75
Capítulo 8
O Avivamento Espiritual no Mundo 81
10 | Aviva a Tua Obra
Capítulo 9
O Avivamento Pentecostal no Brasil 95
Capítulo 10
O Avivamento na Vida Pessoal 105
Capítulo 11
O Avivamento e a Missão da Igreja 119
Capítulo 12
Vivendo no Espírito 133
Capítulo 13
Aviva, ó Senhor, a Tua obra 147
Referências 159
Capítulo 1
Avivamento
Espiritual
Nos dias presentes, mais do que nunca,
a Igreja de nosso Senhor
Jesus Cristo necessita de avivamento espiritual. Em muitos lugares no Brasil e no mundo, tem-se a
impressão de que uma
“frente fria” tem passado por muitas igrejas. As chamadas igrejas históricas, oriundas da Reforma Protestante do século 16, de modo geral, nunca buscaram um avivamento com poder de Deus por intermédio do Espírito Santo. A Reforma foi um movimento extraordinário promovido por Deus para sacudir as bases das igrejas consideradas cristãs, que se haviam acomodado ao formalismo religioso. De modo especial, o Senhor levantou homens e mulheres, inclusive no meio da igreja católica, para promover mudanças marcantes na estrutura religiosa daquela igreja, que se dizia cristã, mas que se afastara da ortodoxia neotestamentária
As igrejas oriundas da Reforma
tornaram-se formalistas e academicistas por terem ignorado ou se esquecido do
papel maravilhoso do Espírito Santo. As proposições básicas e fundamentais da Reforma adotaram as expressões latinas para indicar o seu corolário
de fé. Tais proposições foram denominadas
Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus, Sola Scriptura e Soli Deo Gloria. Vê-se que tais
declarações de fé honraram o Pai, o Filho, a Palavra, a fé e a graça, só que os reformadores
esqueceram-se de um “Sola” tão importante
quanto as outras. Esqueceram-se do Solus Spiritus! Não queremos dizer que eles não
conheciam o Espírito Santo, mas, sim, que se esqueceram de contemplar e valorizar a sua
pessoa no meio das proposições
características da fé dos reformadores.
O resultado dessa omissão ao
valor, à necessidade e à importância do Espírito Santo para a Igreja do Senhor Jesus foi
que, durante cerca de duzentos anos, as
igrejas que adotaram os princípios da Reforma foram dominadas por um formalismo tal, misturado
com academicismo teológico, que se tornaram formalistas e sem poder. As discussões teológicas causaram
grande acirramento nas percepções que os reformadores tinham da
Palavra de Deus. Divisões e
fragmentação das igrejas causaram profundas diferenças no contexto eclesiástico pós-reforma na Europa
e no mundo. Esse formalismo tem
atravessado os séculos e manifesta-se até os dias atuais, causando frieza ou mornidão no meio de
muitas denominações.
Antes da Reforma, o Senhor Deus
levantou homens que se comprometeram com a fidelidade à sua Palavra, que
levantaram a voz contra o formalismo
religioso, sem graça e sem poder para provocar mudanças na realidade espiritual
das nações e das pessoas. Deus chamou homens inconformados com a letargia espiritual, que
foi provocada pelo catolicismo
romano, para promover mudanças na vida dos que se diziam cristãos. Dentre esses homens, em 1315,
destacou-se Jan Huss (1369–1415), um
professor da Universidade de Praga, homem cheio de fé e amor ao evangelho de Cristo, que
condenou os desvios e a apostasia da igreja católica. Como resultado, Huss foi preso
e lançado na fogueira, deixando, porém, muitas almas salvas por Cristo e com a
chama do avivamento nos
corações.
Entre 1330 e 1384, Deus levantou
outra testemunha poderosa, cheia do Espírito Santo, para despertar os cristãos
contra os ensinos heréticos do catolicismo romano. Esse homem foi John Wycliffe (1328–1384), que proclamou que a sua fé baseava-se no
que está escrito na Palavra de Deus e na obediência aos ensinos de Cristo, nos Evangelhos, e dos seus apóstolos, nos Atos e nas epístolas.
Depois de Wycliffe, Deus levantou Girolamo Savonarola (1452–1498), homem culto,
Superior do Convento, que, conhecendo a
Bíblia, protestou contra os desmandos, a corrupção e as orgias promovidas pelo clero
desviado. Ele foi excomungado pelo Papa Alexandre VI e, em 1498, foi queimado vivo na
fogueira, mas o seu testemunho não
morreu, está queimando até hoje nas consciências dos que desejam ver a Igreja de Jesus no
centro da sua santa vontade.
A Reforma Protestante não
atingiu a igreja cristã. Pode até parecer impertinência de nossa parte afirmar
isso, mas a Igreja de Jesus nunca precisou de reforma alguma. Ela sempre existiu desde a
Igreja Primitiva, como vemos em Atos dos Apóstolos e nas epístolas. Deus, todavia, levantou homens cristãos, como Martinho Lutero
(1483–1546), Ulrico Zuínglio (1484–1531), João Calvino (1509–1564) e outros, para promover o
movimento contra os desmandos e
apostasias da igreja deformada — esta, sim, precisou de reforma. A Reforma trouxe grande
contribuição a todos os que desejavam uma mudança real nos rumos da igreja católica, mas
depois se tornou mais um movimento político
do que espiritual. O formalismo e a frieza tomaram conta das igrejas que aceitaram o
movimento reformista. Diante daquela realidade espiritual das igrejas reformadas, houve
uma reação à frieza e ao conformismo
dominante no cerne das diversas denominações. Séculos mais tarde, com o movimento
pentecostal, o Senhor Deus soprou o vento do Espírito Santo para promover o avivamento no
meio do seu povo.
Neste capítulo, nossa atenção
estará em parte voltada ao texto de Ageu 2.1-9, que registra um período de grande frieza
espiritual no meio do povo de Israel. O próprio Deus cobrou do seu povo a reconstrução do Templo, que fora destruído como consequência da
desobediência aos seus mandamentos. O Senhor deu um grande incentivo ao povo
quando este se pôs a trabalhar com
afinco para a reconstrução do santuário. E Deus deu uma promessa gloriosa de avivamento para o
seu povo (Ag 2.8,9).
I – O QUE É AVIVAMENTO ESPIRITUAL
1. O que É Avivamento
Na maioria dos dicionários bíblicos,não há definição para essa palavra. Todavia, certamente a encontramos em dicionários
diversos. “Avivamento é o ato de se avivar,
ou seja, de se tornar mais vivo, mais ativo, mais intenso, despertado e nítido. Este é um termo
bastante usado no âmbito religioso para se referir ao período de renovação
espiritual.”1
2. Avivamento Espiritual
Pode haver avivamento em âmbito
não espiritual, por exemplo: avivamento nas artes, na cultura e em outras
áreas, embora o termo não seja usual nesse sentido. Avivamento espiritual é, porém, uma intervenção de Deus que só tem lugar quando o Espírito
Santo encontra espaço no coração de uma pessoa, de um grupo, de uma cidade ou
de uma nação e, mais ainda, quando uma
igreja volta-se para Deus, buscando a sua presença de maneira intensa e profunda, visando
alcançar mudanças e transformações na realidade espiritual. Quando o avivamento
cessa depois de algum tempo, faz-se
necessário nova busca pelo poder de Deus, provocando o que podemos chamar de reavivamento
espiritual.
3. Pré-Condição para o Avivamento:
A Existência de uma Situação Indesejável Deus disse a Salomão: “Se eu cerrar os céus, e não
houver chuva, ou se ordenar aos
gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo” (2 Cr 7.13). Esses
acontecimentos trágicos sempre aconteceram, perturbando Israel por causa do pecado e da desobediência aos mandamentos de Deus, o Senhor. Numa
perspectiva espiritual, uma situação calamitosa leva a situações caóticas em termos humanos, morais e físicos, afetando todas as áreas na
vida de um povo, de uma nação ou de uma igreja. Geralmente, é uma pré-condição para que
haja um avivamento.
4. As Condições para que o Avivamento Aconteça (2 Cr 7.13-17)
O avivamento não acontece “de
qualquer maneira” e nem por qualquer movimento avivalista promovido por pregadores,
mensageiros ou representantes de igrejas ou grupos ditos espirituais. Ninguém,
por mais santo que seja, produz um
avivamento espiritual. O avivamento vem de cima, dos céus e é produzido por Deus pelo seu Espírito
Santo. Charles Finney
(1792–1875) disse sobre isso: “O avivamento é o uso correto dos meios adequados. Os meios que Deus prescreveu
[...] produzem avivamento. Caso contrário, Deus não os teria prescrito.”2
Que meios são esses? São condições indispensáveis propiciadas por quem
busca o avivamento segundo os princípios de Deus. Não se trata de técnica, nem de método, muito menos de estratégias humanas. Podemos
tomar a promessa de Deus por ocasião da inauguração do Templo construído por Salomão em Jerusalém cerca de 1004 anos a.C., conforme
registra 2 Crônicas, como referência ou requisitos para essas condições (2 Cr 7.14).
Nesse texto, vemos alguns aspectos importantes
que antecedem um avivamento espiritual.
Humilhação diante de Deus
Diante de uma situação
espiritual decadente, de um estado de frieza e letargia espiritual que clama por soluções
efetivas, humilhar-se é a primeira condição para o avivamento: “E se o meu
povo, que se chama pelo meu nome se humilhar [...].”Deus é soberano, altíssimo, onipotente,
onisciente e onipresente. São
atributos absolutos ou intransferíveis do seu ser. Diante da sua grandeza e majestade, todos os
seres do universo, tanto nos céus quanto na terra, sejam anjos, sejam homens, todos devem
encurvar-se aos seus pés e, prostrados,
adorarem-no. “E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem” (Hb 1.6; Sl 149.1,2). Na terra, todos são exortados a prostrarem-se diante
do Deus Todo-poderoso
(Sl 99.5). Sempre que Israel humilhou-se e obedeceu ao Senhor, estando quebrantado na sua misericórdia, o
Senhor abençoou-o, restaurou-o e deu vitória, mandando avivamento para o seu povo. Essa
pré-condição não era requisito apenas para
Israel; é pré-requisito para hoje, para todas as igrejas que sentem a necessidade de avivamento
e desejam vê-lo acontecer nesses dias tão trabalhosos, como profetizou o apóstolo
Paulo (2 Tm 3.1).
Oração: “e orar [...]”
A oração é a maneira mais comum
de alguém se comunicar com Deus. Jamais haverá avivamento sem oração. Se, para
Israel, a oração era o meio pelo qual o povo, humilhado e quebrantado diante de Deus, podia
dirigir-se a Ele, suplicando a
sua bênção e o seu perdão para resolver crises espirituais e morais que afligiam o seu povo,
imaginem nos dias atuais quando grande parte dos que se dizem cristãos não dão valor à
vida de oração e preferem ocupar o tempo precioso
com coisas supérfluas, como entretenimentos, redes sociais, que, além de não ter valor para a
vida cristã, são armadilhas para o seu afastamento da presença de Deus. A Bíblia diz: “remindo o
tempo, porquanto os dias são
maus” (Ef 5.16) e “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo” (Cl
4.5).
Está muito difícil haver
avivamento em muitas igrejas hoje em dia.
A maioria dos crentes, mesmo os pentecostais, não gosta de orar. Os cultos de festas, de eventos e
comemorações especiais são superlotados, mas a frequência é bastante reduzida nos cultos de
oração — com raras exceções, claro. Sem
dúvida alguma, podemos dizer que essa é uma das razões mais fortes pelas quais Deus não manda um
avivamento no cerne das igrejas
evangélicas.
Buscar a face do Senhor: “[...] e buscar a minha face”
No item anterior, temos o requisito da oração como indispensável para
que haja avivamento.
Nesta terceira condição, a estrutura gramatical da oração é diferente. É algo mais profundo. Orar
pode ser tão somente expressar o que se quer obter de Deus por meio de palavras
ditas com os lábios. Buscar a face do Senhor indica, porém, uma atitude mais profunda. O suplicante, além de orar, esforça-se mais para
alcançar o que deseja. Desse modo, o avivamento requer oração e busca pela face de Deus,
ou pela sua presença, de forma mais
intensa.
Conversão sincera dos pecados: “Se o meu povo [...] se converter dos seus maus
caminhos”
Como dissemos acima, para que o
avivamento seja enviado por Deus, há uma pré-condição, que é a existência de uma
situação indesejável, uma realidade que indica
a ausência de comunhão com Deus, de afastamento dEle, de desobediência a Ele, como aconteceu várias
vezes com o povo eleito — e tem acontecido ao
longo da história com muitas igrejas em todos os lugares. Os avivamentos no Antigo e no Novo
Testamento sempre foram antecedidos de um
estado espiritual decadente, pecaminoso e até de afronta contra o Senhor. Para que haja o
avivamento espiritual, é indispensável que as pessoas reconheçam que estão vivendo de maneira
errada e aceitem a submissão à Palavra
de Deus: “E te darei os tesouros das escuridades e as riquezas encobertas, para que possas
saber que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome” (Is 45.3).
Uma vez despertados à nossa
necessidade, precisamos fazer alguma coisa. A convicção do pecado leva ao arrependimento. Não
pode haver avivamento antes que confessemos
os nossos pecados, deixemos nossos maus caminhos e nos lancemos às misericórdias de Deus: “Se eu
atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Sl 66.18).3
Quando alguém ou um povo está
desviado da vontade de Deus, é dominado pelas “obras da carne”, há necessidade
de um avivamento (ver Gl 5.19-21).
5. Resultados do Avivamento
Depois que Deus encontra lugar
no coração das pessoas, de um povo ou de uma igreja que experimentou o estado de frieza,
mornidão ou decadência espiritual e essas
pessoas atendem às condições previstas pelo Senhor, o avivamento manifesta-se de maneira
efusiva (ver 2 Cr 7.14).
O texto termina com essas três promessas de Deus para o povo que se arrepende dos “seus maus caminhos”. Deus ouve o clamor do povo arrependido: “[...] então, eu ouvirei dos céus”
Que maravilha! Quando tudo está
perdido por causa do desvio, da apostasia e das afrontas à santidade de Deus,
não adianta buscar soluções nos homens. Ninguém na terra pode mudar a realidade espiritual em
decadência. Pelo contrário, todas
as coisas contribuem para piorar a situação moral e espiritual de um povo caído; todavia,
quando há conscientização do pecado, da hipocrisia e do afastamento da vontade e da
Palavra de Deus, então o
Senhor ouve “dos céus”, de cima, do seu alto e sublime trono. Avivamento espiritual é como a chuva: jamais ela
sairá debaixo da terra.
Em 2 Crônicas 30.18-20, vemos outra
ocasião. Desta vez, foi no reinado de Ezequias em que o avivamento espiritual
caiu sobre o povo. Essa intervenção de Deus,
na realidade, de um povo arrependido é avivamento espiritual, que é vindo dos céus.
Deus perdoa os pecados do povo:
“[...] e perdoarei os seus pecados”
Ao longo da história do povo de Israel, no livro de Juízes e na maior parte dos Profetas, percebemos quanto
aquele povo, não obstante ter sido escolhido por Deus, foi abençoado por Ele de forma
jamais vista em qualquer outro povo; um povo que viu os sinais, os prodígios e
as maravilhas operadas pelo Senhor
no Egito, na libertação com Moisés, nos 40 anos pelo deserto abrasador, onde eles viram o
Senhor fazer jorrar água da rocha, enviar pão dos céus e tantas outras maravilhas na
entrada em Canaã, na tomada das nações, de
forma milagrosa; ainda assim, infelizmente foi o povo que mais se esqueceu de Deus e que mais pecou
de forma absurda e incompreensível.
Sempre que Israel experimentava
períodos diversos de pecaminosidade, afrontava ao Senhor Jeová e voltava-se
para outros deuses, sofria as consequências da sua desobediência. Depois da morte de Moisés, o Senhor designou Josué para liderar o povo na
entrada à Terra Prometida. Josué, orientado por Deus, conquistou a grande cidade de
Jericó sem lançar uma flecha sequer, apenas
obedecendo à estratégia dada pelo Senhor (Js 6).
Logo depois, o povo foi derrotado pelos habitantes de uma pequenina cidade chamada “Ai”. Até o seu nome era
pequeno. Porém, por causa do pecado de um só homem, Acã, Israel sofreu uma derrota humilhante (Js 7). Somente após a condenação e morte
do transgressor, o Senhor Deus deu vitória ao seu povo.
Depois da morte de Josué, o povo de Israel ficou sem liderança. Levantou-se
“outra geração [...] que não conhecia o Senhor [...]. Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal
aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins” (Jz 2.10,11). Durante 400 anos, o povo de
Israel alternou períodos de pecaminosidade, sofrimento, derrotas e destruições
e períodos de arrependimento,
humilhação, confissão de pecados e busca pela misericórdia de Deus. Foram 12 os
juízes usados pelo Senhor para cuidar do povo naquele período turbulento da sua história;
mas sempre que o povo voltava-se para Deus,
Ele perdoava os seus pecados e mandava períodos mais ou menos longos de avivamento espiritual.
Deus sara a terra: “[...] e sararei a
sua terra”
Quando um povo descuida-se de
cumprir a vontade de Deus e passa a viver na pecaminosidade, na corrupção e,
principalmente, na idolatria, é visto por Ele como um povo doente, acometido por enfermidades
espirituais que precisam de tratamento
e cura. E a cura só vem quando todos atendem às condições para ser recuperado por Deus, por meio
da sua misericórdia e amor. Depois que o
povo atende aos requisitos divinos, além de ouvir as suas orações e perdoar os seus pecados,
o Senhor também sara a sua terra, ou seja, remove as consequências da “doença”
espiritual e promove uma “cura” completa na
nação, a começar pelos seus líderes.
Essa referência bíblica diz
respeito ao povo de Israel, mas pode ser aplicada em todos os seus aspectos ao povo de Deus,
à sua Igreja, que se identifica como todos
os crentes que se unem e que se reúnem nas igrejas cristãs. Há casos em que os desvios
espirituais, morais e doutrinários são tão grandes que igrejas inteiras tornam-se doentes
espiritualmente. E a terapia de Deus é a
mesma. Ele só sara os crentes, os pastores e o ministério quando há arrependimento e confissão de
pecados com sinceridade.
II – O AVIVAMENTO NO TEMPO DE AGEU
1. A Situação Espiritual de Judá
Ageu foi um profeta pós-exílico
contemporâneo de Esdras e Zacarias. A situação espiritual do Reino do Sul, sede em Judá,
não estava nada boa. Por causa da sua
desobediência nacional ao Senhor, profetas alertavam para a sua destruição, ainda que com previsão
da misericórdia do Senhor (Am 2.5; 3.6; Is 6.11; 8.7). Pela falta de temor de Deus, o
povo continuou ignorando os alertas amorosos
do Senhor. O resultado não poderia ser diferente, pois o Senhor vela pela sua Palavra para
cumpri-la (Jr 1.12). O povo desprezou a eleição de Deus e os privilégios decorrentes dessa
escolha e foi derrotado sucessivamente após
cada desprezo a Deus, passando por dois grandes cativeiros: Judá, Reino do Sul, passou pelo
cativeiro babilônico em 609 a.C., quando o Templo foi saqueado, e, em 587 a.C., houve
nova deportação para aquele reino, e o
Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos.
O Templo estava destruído
O Templo em Jerusalém não era somente
um santuário de culto e adoração a Deus, o Senhor. Era o centro espiritual,
moral e social da nação. Não havia outro lugar
para oferecer sacrifícios. Quando ele fora construído e inaugurado com grande solenidade no
ano 1004 a.C., Deus mandou um grande avivamento no meio do povo com a oração de Salomão (2 Cr 6.1-3).
O Senhor fez promessas grandiosas a Salomão se o povo “se [humilhasse], e [orasse], e [buscasse] a [sua] face,
e se [convertesse] dos seus maus caminhos” (2 Cr 7.14). Como o povo não ouviu a voz
do Senhor, o castigo veio dos céus, e o
povo foi para o cativeiro, e o Templo foi destruído: “Um terço do povo morreu de fome e de
peste, ao passo que outro terço foi morto pela espada (Ez 5.12; ver também 24.1,2; Jr
38.17-19; 39.1; 52.4;)”.4
Deus reclama da omissão do povo
A situação espiritual do povo
estava tão decaída que eles não sentiam falta de um lugar de reunião para adorar a Deus, o
Senhor (ver Ag 1.2,7,8,9). Deus levanta homens para realizar a obra
O povo estava descuidado, sem dar valor à Casa do Senhor. Depois da repreensão dada por Deus, Ele
resolveu levantar homens fiéis para reconstruírem o Templo (Ag 1.12).
Deus tocou no coração de Zorobabel, de Josué e de todo o povo para ouvir a sua voz e as palavras de Ageu,
profeta do Senhor (Ag 1.13-15).
Ao ouvir a voz do Senhor e do
seu profeta, Ageu, o “resto de todo o povo” começou a obra da reconstrução do segundo
Templo. Esse já era o prenúncio do
avivamento espiritual.
Deus promete estar com os que trabalham
O Senhor deu graças aos homens
chamados por Ele para cuidar da construção do segundo Templo (Ag 2.1-4).
Era o chamado de Deus aos líderes e a todo o povo para esforçarem-se em prol da obra do Senhor.
O Desejado de todas as nações e a
glória da segunda casa
Conclamando o povo a levantar-se
para construir o segundo Templo, Deus prometeu e descreveu como seria o avivamento
(ver Ag 2.6-9).
2. Deus Usa Ciro para Libertar Israel
do Cativeiro
Ciro não era filho de Israel e nem servo de Deus em termos espirituais.
Ele era rei da Pérsia
(550–530 a.C.), mas foi chamado pelo Senhor para cumprir os planos dEle em relação ao povo de
Israel, que se achava cativo em Babilônia.
Promessas de Deus a Ciro
Foi tão importante o papel de Ciro que
Deus chamou-o de “seu ungido”. O Senhor fez-lhe promessas tão grandes à sua
pessoa que só foram vistas em relação a
homens verdadeiramente chamados para realizar os seus divinos propósitos (ver Is 45.1-3).
Por amor de Israel
Ciro, rei persa, jamais
imaginaria ser chamado pelo Senhor, o Deus de Israel, o Criador dos céus e da terra, com tamanha
deferência e propósito. E não o chamou por
amor ao seu povo, os persas, mas por amor a Israel.
O amor de Deus é inigualável, “de tal maneira”, indefinido, incompreensível
na sua dimensão divina e além da percepção da mente limitada do homem. Além de chamar Ciro por amor de
Israel, Deus diz que chamaria o monarca persa pelo seu nome e pôs-lhe o sobrenome, mesmo sem Ciro ter conhecimento de Deus! Isso foi algo
completamente fora da racionalidade ou lógica humanas (Is 45.4-6).
Ciro liberta Israel do cativeiro
Ciro conquistou a Babilônia no
ano 539 a.C., fundou o Império Persa, que teve a duração de 200 anos. E, logo no início
do seu reinado, ouviu o chamado do Deus que
ele não conhecia, mas que o escolheu para a grande missão de libertar Israel em cumprimento
às profecias que anunciavamo fim do cativeiro (Jr 25.12; 29.10). No ano
primeiro de Ciro, 538 a.C., ele cumpriu o que o Senhor colocara no seu coração (ver Ed 1.2,3).
O Templo foi concluído
Com a graça de Deus e por intermédio de
Ciro, levas de israelitas voltaram a Jerusalém e começaram a reconstruir o
Templo. Tempos depois, porém, a reconstrução
do Templo foi parada por oposição dos inimigos de Israel (Ed 4.1-5), e, em 520 a.C., o Templo
encontrava-se em ruínas. Esse período foi
registrado pelo profeta Ageu, que é o ponto central deste comentário. É em Ageu que encontramos a
promessa de Deus de que, apesar dos insucessos e apesar das oposições aos seus
planos, “a glória desta última casa”, o
segundo Templo, seria “maior do que a da primeira”. A construção foi questionada por inimigos
da obra. O rei Dario, entretanto, consultando os registros do reino, autorizou o seu
prosseguimento, proibiu que os judeus fossem
importunados e mandou ajuda para a construção (Ed 5.6,7; 12) — prova de que, quando Deus abre a
porta, ninguém a fecha (Ap 3.7). Com a bênção de Deus, o segundo
Templo — “a última casa” — foi concluído em 516 a.C. A construção do Templo provocou tanta alegria no coração do povo que este voltou a
realizar o culto a Deus no seu lugar, consagrado ao Senhor. Houve um grande avivamento
como consequência da intervenção de
Deus na história de Israel.
III – A NECESSIDADE DO AVIVAMENTO
ESPIRITUAL
Uma vez sabendo o que significa
o avivamento espiritual, podemos concluir que é um movimento espiritual, que vem do
alto e sublime trono de Deus mediante o
Espírito Santo, para abalar, sacudir e mudar a realidade espiritual de pessoas,
de grupos ou de igrejas que estão paralisadas na letargia e inanição espiritual. Essa necessidade
pode ser resumida em alguns pontos.
1. Só com o Avivamento, ou
Reavivamento, a
Inércia das Igrejas Pode Ser Abalada
Há uma tendência natural e
histórica em relação a igrejas que se deixam dominar pela letargia espiritual. A decadência
espiritual tem-se tornado cada vez mais
evidente, quando a frieza ou a mornidão espiritual domina o coração de um povo ou de uma igreja.
Lembremo-nos do exemplo dos Estados Unidos. Há poucas décadas, o percentual de cristãos e de igrejas era elevado. No
últimos dez anos, esse percentual caiu para 40%. O fechamento de igrejas
continua ocorrendo. Quase não há abertura de novas igrejas cristãs. Sem dúvida alguma,
essa situação só poderá ser revertida caso haja um reavivamento espiritual no centro da
grande nação americana, que como já dissemos, deu tantos missionários para o
mundo. Oremos por essa grande nação
amiga.
2. Só o Avivamento ou o Reavivamento
Pode
Superar a Visão e o Foco das Igrejas
A História da Igreja registra diversos movimentos em todo o mundo com características pentecostais. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, grupos de cristãos passaram a ansiar por uma mudança de caráter espiritual no cerne das igrejas, ora em face da decadência doutrinária e comportamental, que as avassalava, ora pelo intenso desejo de ver o poder de Deus sendo operado de modo marcante e maravilhoso ante o formalismo e o liberalismo religiosos. Os relatos históricos demonstram quais eram as características que se verificaram nessa busca
22 | Aviva a Tua Obra
1. Um intenso desejo de buscar a presença
de Deus;
2. Fervor na evangelização;
3. Retorno aos princípios bíblicos que
norteiam a igreja cristã;
4. A busca dos dons espirituais,
incluindo o de curar e o de operação de maravilhas;
5. A busca do batismo no Espírito Santo,
com línguas estranhas;
6. A preocupação com a santidade em face
da iminente vinda do
Senhor Jesus.
3. Só o Avivamento ou o Reavivamento
Podem
Enfrentar as “Portas do Inferno”
Sem o avivamento espiritual ou um
reavivamento dessa natureza,
“as portas do inferno”, ainda que não
prevaleçam, como disse Jesus em Mateus 16.18, causam grande prejuízo à Igreja
do Senhor. No tempo da Europa cristã, as igrejas acomodaram-se com o seu
crescimento numérico, com as suas catedrais grandes e suntuosas, e
descuidaram-se da busca permanente pelo poder de Deus. As “portas do inferno”
atacaram as bases espirituais com as doutrinas materialistas, como o
evolucionismo, e as novas gerações não estavam preparadas para confrontar a guerra
espiritual contra as igrejas. Os pais descuidaram-se de criar os filhos
“na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef
6.4) e foram passando, e os filhos foram derrotados pelas “portas do inferno”.
A situação da Europa pós-cristã é tão grave, mas tão grave, que só um poderoso
reavivamento pode diminuir os efeitos da mortalidade espiritual naquele
continente.
Oremos para que o Senhor Deus intervenha na Europa e salve milhões de pessoas para o seu Reino
AVIVA A TUA OBRA – O chamado das Escrituras ao
quebrantamento e ao poder de Deus
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