quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

LIÇÃO 13: A Contemporaneidade do Ministério Profético

     

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Atos 2.1-4,12-18

1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;

2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4 - E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

12 - E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?

13 - E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.

14 - Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes:

Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.

15 - Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.

16 - Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:

17 - E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;

18 - e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão.

TEXTO ÁUREO

E ele mesmo deu uns para apóstolos,

 e outros para profetas,

 e outros para evangelistas,

e outros para pastores

 e doutores.

Efésios 4.11

OBJETIVOS

Saber que a igreja atual é a continuação da igreja apostólica, com as mesmas características e prerrogativas espirituais;

Identificar as duas correntes de interpretação a respeito da contemporaneidade dos dons espirituais;

Explicar algumas razões por que os profetas são necessários na igreja de hoje.


                                    

        A SUPREMACIA DAS ESCRITURAS

 Por Pr. Hernandes Dias Lopes

   Deus existe e ele se revelou. Revelou-se de forma multiforme: por meio da criação, através da consciência, nas Sagradas Escrituras e sobretudo, por meio de Jesus. Por isso, podemos conhecê-lo. Tudo quanto Deus quis que o homem soubesse a seu respeito está patente nas Escrituras. Devemos examiná-las, porque elas testificam acerca de Deus. Uma pergunta, porém, precisa ser feita: as Escrituras são confiáveis? Podemos ter garantia de que seu conteúdo é inerrante e infalível? As Escrituras são suficientes para termos uma fé madura e uma vida abundante? Para responder a essas perguntas, vamos considerar três verdades:

  Em primeiro lugar, as Escrituras são inerrantes quanto ao seu conteúdo. As Escrituras não contêm erros. A Palavra de Deus não pode falhar. Seu conteúdo foi revelado por Deus. Seus autores foram inspirados por Deus. Seu registro foi assistido pelo Espírito Santo de Deus. Portanto, há acuracidade nas descrições, precisão nos relatos e inerrância nos ensinos. A Palavra de Deus não é fruto da lucubração humana nem mesmo resultado de elucidação vacilante da mente humana. A origem da Bíblia está no céu. Seu verdadeiro autor, o Espírito Santo, foi quem inspirou homens santos para registrar tudo quanto aprouve a Deus nos legar. A Bíblia foi escrita num período de mil e cem anos. Cerca de quarenta homens usados por Deus, de culturas diferentes, escreveram em tempos diferentes, para públicos diferentes e não há sequer uma contradição. Isso, porque o próprio Deus é o seu autor. Porque Deus é verdadeiro em seu ser, sua Palavra não pode falhar.

  Em segundo lugar, as Escrituras são infalíveis em suas profecias. As profecias bíblicas são específicas, exatas, e muito bem definidas. Milhares de profecias já se cumpriram e tantas outras estão se cumprindo literal e fielmente. Nenhum livro religioso da história se compara à Bíblia neste particular. Se colocássemos o cumprimento das profecias no campo da coincidência, isso daria um número semelhante a dez elevado à décima sétima potência. A probabilidade de você cobrir todo o Estado do Espírito Santo com moedas, com uma camada de um metro, e marcar uma dessas moedas, esperando que um homem cego a encontre, é a mesma das profecias bíblicas terem se cumprido por uma mera consciência. Muitos críticos, arrotando uma sapiência arrogante, tentaram desacreditar a Bíblia, mas seus argumentos insolentes caíram no pó do esquecimento e a Bíblia, sobranceira e vitoriosamente, triunfa vitoriosa. A Bíblia é a bigorna de Deus que quebra todos os martelos dos críticos.

  Em terceiro lugar, as Escrituras são suficientes quanto à doutrina e vida. Não precisamos de outras revelações extra bíblicas para conhecermos tudo quanto Deus quer que saibamos para termos uma vida plena. Aliás, Deus lança uma maldição sobre aqueles que subtraem das Escrituras o que nelas estão e sobre aqueles que acrescentam a elas o que nelas não estão. A Bíblia tem uma capa ulterior. A revelação de Deus está completa e o cânon está fechado. Não existem novas revelações. Não existem mensagens novas, vindas direto de Deus, à sua igreja. As igrejas apostólicas hoje não são aquelas que nomeiam novos supostos apóstolos, trazendo novas doutrinas forâneas às Escrituras, mas aquelas que seguem a doutrina dos apóstolos. Toda doutrina que não emana das Escrituras é falsa doutrina. Toda ética que não está calçada pela verdade das Escrituras produz um comportamento reprovável. Não precisamos correr atrás das últimas novidades do mercado da fé, em busca de conhecimento e experiência que nos levem à uma vida mais profunda com Deus. Ao contrário, devemos examinar as Escrituras, pois na Palavra de Deus temos um reservatório inesgotável e uma fonte inexaurível de todo acervo que devemos crer e praticar. A Bíblia é, de fato, nossa única regra de fé e prática: inerrante, infalível e suficiente!

 

ENTREVISTAS

RODOLFO GARCIA MONTOSA

MINISTÉRIO PROFÉTICO NOS DIAS DE HOJE

  Estamos atentos à instrução de Paulo: "Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar..."(1 Coríntios 14:39)? A busca pelo dom da profecia para a edificação da igreja é algo a ser almejado?

  Sim, cremos na contemporaneidade dos dons do Espírito Santo e que, à luz das Santas Escrituras, todos os dons e ministérios deles consequentes são também para os nossos dias e que esta sua rica contemporaneidade visa à edificação do Corpo de Cristo, e que, no seu exercício há ordem e decência.

  Apesar da histórica e intencional maneira de Deus falar com seu povo através dos profetas, tanto na época do Antigo Testamento quanto nos tempos da igreja até os dias de hoje, muitas barreiras foram e ainda são colocadas para inibir esse ministério. Para conversar sobre o assunto, entrevistamos o Pr. Rodolfo Montosa, autor do livro “Ministério Profético”.

  Instituto Jetro - A Bíblia é clara, "sem profecia o povo se corrompe". Ao desenvolver os dons, sobretudo profetizando, podemos entender que a Igreja fará diferença no mundo? É isso que está faltando nos dias de hoje nas igrejas: as profecias?

Rodolfo - Quando entendemos que profecia é a palavra que vem de Deus para nos orientar, direcionar, edificar, exortar e consolar, fica mais fácil afirmar que a igreja deve ser o ambiente propício para essa manifestação do Espírito Santo de Deus. Não somente essa, mas a igreja de Jesus deve ser a manifestação dos dons do Espírito. Caso contrário, estará fadada a tornar-se um bom clube de serviços, de pessoas boas, bem intencionadas, sensíveis ao próximo, mas sem conexão direta com o Senhor.

  Instituto Jetro - Então devemos retornar para algumas perguntas básicas: O que é profecia? Qual o propósito das profecias? O ambiente da profecia? Quem pode profetizar?

  Rodolfo - Profecia é falar da parte de Deus a respeito de algo que está escondido aos nossos olhos e que abre para novos horizontes e possibilidades. Em geral, profecia está ligada ao futuro, não somente prevendo o futuro, mas também formando o futuro. Seu principal ambiente sempre será o amor. Segundo o profeta Joel, reforçado pela compreensão do apóstolo Pedro, nossos filhos e nossas filhas profetizarão. Paulo incentivou a igreja de Corinto a que todos buscassem profetizar.

  Instituto Jetro - A Bíblia está recheada de profecias no Antigo e Novo Testamento, mas muitos pastores e líderes não sabem as diferenças. Parecem constrangidos de falar sobre profecia nos dias de hoje por pensar nas profecias do Antigo Testamento. Poderia falar sobre isso?

 Rodolfo - Já percebeu que não existe falsificação de relógio barato, mas somente daqueles que valem milhares de dólares? Da mesma maneira podemos entender que a profecia tem valor tão estimado que gera o risco de falsificações fraudulentas. Por causa do medo do falso, muitos líderes sérios tem rejeitado o verdadeiro. Essa é a razão, em minha opinião, que tem afastado a prática das profecias em nosso meio. Ao líder cristão maduro cabe, portanto, estar tão treinado e familiarizado com o verdadeiro ao ponto de rapidamente perceber e rejeitar o falso.

 Instituto Jetro - Além dessa visão errônea, há alguns inibidores do ministério profético. Quais são eles e como vencê-los?

  Rodolfo - A incredulidade é o principal inibidor. Desde antigamente, Jesus não pode operar mais milagres, sinais e maravilhas por causa da incredulidade. Em consequência, os profetas são desrespeitados ao ponto de se tornarem objeto de piada e escárnio, como aconteceu com Jesus. Quando essa cultura se instala, há grande prejuízo ao povo de Deus. A maneira de vencer é através do ensino equilibrado e honesto da Palavra de Deus. Essa é a proposta do livro: ajudar no resgate deste ensino.

 Instituto Jetro - Como saber se a profecia é mesma de Deus? Como julgar as profecias e os falsos profetas?

  Rodolfo - Toda profecia deve ter o filtro da coerência com a Palavra, com o testemunho dos líderes maduros que nos cercam e com o testemunho interior do nosso coração. Com relação aos falsos profetas, desenvolvo o ensino no livro de que profeta verdadeiro é próCristo; o falso é "anti-Cristo". Profeta verdadeiro é submisso a autoridades; o falso é autônomo. Profeta verdadeiro é motivado por amor; o falso é motivado por ganância ou vaidade. Profeta verdadeiro promove edificação; o falso promove medo ou bajulação. Profeta verdadeiro vive em harmonia com a igreja local; o falso fica pulando de galho em galho. Profeta verdadeiro usa seus dons de maneira altruísta, por amor a Cristo, em benefício do Seu povo; o falso usa seus dons para seus próprios objetivos, por amor a si mesmo, em benefício próprio. Profeta verdadeiro está a serviço das pessoas; o falso quer servir-se do povo. Profeta verdadeiro promove o outro; o falso faz autopromoção.

  Instituto Jetro - No livro há um capítulo sobre as etapas das profecias, poderia falar sobre elas?

  Rodolfo - Utilizo-me do acróstico RIA para identificar três perguntas chaves no processo. Tudo começa com a REVELAÇÃO - ou seja, o que Deus está falando? - seguida pela INTERPRETAÇÃO - ou seja, qual o significado do que Deus falou? - concluindo com a APLICAÇÃO - ou seja, o que devo fazer a partir do que Deus falou?

  Instituto Jetro - Qual a diferença do dom da profecia e o ofício da profecia?

  Rodolfo - Dom da profecia refere-se à capacidade dada pelo Espírito Santo para que alguém profetize sobre a vida de outra pessoa (1 Co 12 e 14). Já o ofício da profecia é um ministério levantado por Cristo na igreja e concedido a determinadas pessoas que o exercerão com o objetivo de equipar a igreja para que todos profetizem. Veja no meu caso: quando estou trazendo esse ensino na igreja local, estou exercendo o oficio de profeta. Quando oro particularmente por alguém e entrego uma palavra específica, estou profetizando. Todos podem profetizar, mas nem todos terão o ofício de profeta.

  Instituto Jetro - O que diria do Ministério profético na vida de Jesus e no livro de Atos dos Apóstolos?

  Rodolfo - Tanto a vida de Jesus quanto a vida da igreja em seus primeiros dias narrados em Atos nos inspiram a desejar o ambiente profético. Se tirarmos a realidade das profecias de ambos, perderemos o sentido da operação soberana de Deus. A profecia é, sem dúvida, um jeito peculiar que Deus escolheu em toda a Bíblia para mostrar que é Senhor soberano na história. Assim também pode acontecer em nossas vidas nos dias de hoje.

  Instituto Jetro - Qual a mensagem/conselho para pastores das Igrejas brasileiras à respeito das profecias e para restaurar o ministério profético do Novo Testamento em suas igrejas?

  Rodolfo - Citaria o apóstolo Paulo: Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis. Modestamente ofereço o livro para ajudar na perspectiva bíblica nessa caminhada.

 

 Rodolfo Montosa exerce a função de presidente da BR Consórcios, pastor da 1a. IPI de Londrina e fundador do Instituto Jetro, além de ser conselheiro de diversas instituições. Administrador pela FGV-SP, com MBA pela USP-SP, e Teologia pela FTSA. Escritor e compositor, casado com Cibele e pai de Ana Beatriz, Giovana e Gustavo.

    Site: http://www.institutojetro.com Título da entrevista: Ministério Profético nos dias de hoje Autor: Rodolfo Garcia Montosa

    FONTE:

Capitulo 13

 Uma palavra aos que profetizam

  Quando de início comecei a atuar profeticamente, eu nem mesmo sabia da existência da profecia. Fui criado no ambiente de uma igreja evangélica bem tradicional, que não tinha nenhum  entendimento  acerca  dos  dons  espirituais.  Cheguei  a  rebelar-me  com  a  igreja  e com o Senhor, escolhendo seguir o meu próprio caminho.

  No meu segundo ano de estudos na universidade, Deus começou a me atrair para si. Isso  não  foi  algo  que  aconteceu  do  dia  para  a  noite  porque  meu  coração  estava  cheio  de orgulho,  de  rebeldia  e  de  uma  postura de  independência.  Por  dois  anos  Deus  desafiou  as bases da minha vida e confrontou as minhas atitudes e os meus atos pecaminosos. Nesse processo, comecei a relacionar-me com Deus devocionalmente. Participei, também, de um ministério de intercessão na minha igreja evangélica conservadora.

  Servindo  nesse  ministério  de  intercessão,  fiquei  “sabendo”  de  coisas  que  tinham acontecido,  que  estavam  acontecendo  e  que  estavam  por  acontecer  na  vida  de  certas pessoas por quem eu tinha orado. Então eu usava essa informação que eu tinha recebido de  Deus  para  orar  de  forma  bem  específica  por  aquelas  situações,  e  comecei  a  ver resultados que para mim eram impressionantes.

  Naquele tempo o nosso pastor começou a ensinar algumas verdades da Bíblia de que eu  nunca  havia  ouvido falar,  e  eu  fiquei  como  que vidrado nelas.  Isso  culminou  num encontro  em  que  eu  fui  batizado  no  Espírito  Santo,  curado  de  uma  enfermidade  física  e liberto de uma opressão demoníaca, tudo acontecendo em cinco minutos. Obviamente isso me impeliu ainda mais na minha devocional e no que fazia para o Senhor.

  Embora eu vinha tendo revelações de Deus ao orar pelos  outros, na verdade nunca havia  pensado  que  eu  tinha  dons  proféticos,  provavelmente  porque  eu  nem  sabia  o  que seria “profético”. Entretanto, alguns dias depois  daquele  encontro  com  Deus,  comecei  a saber  de  fatos  sobre  pessoas  e  situações  que  eu  não  teria  como  saber  por  via  natural.

   Embora  isso  tivesse  ocorrido  antes,  nas  minhas  intercessões,  agora  eu  estava  tendo revelações em horas em que não estava orando, durante o transcurso normal do dia.

  Lembro-me  muito  bem  de  quando  mencionei  a  um  amigo  meu  os  segredos  do  seu coração. Nós dois ficamos impressionados, porque sabíamos que Deus havia me revelado o que  estava  acontecendo  com  ele.  Isso  me  chocou  tanto  que  comecei  a  procurar  na  Bíblia uma  palavra  que  me  explicasse  o  que  estava  acontecendo.    Descobri  então  que  eu  tinha recebido  uma  palavra  de  conhecimento,  e  a  partir  daí  Deus  passou  a  me  ensinar  sobre  a profecia.

   Nesse  processo,  Deus  falou-me  sobre  um  chamado  no  ministério  profético,  embora eu não tivesse entendimento algum sobre o que isso significaria na prática. Comecei então a  orar  pelos  dons  e  também  passei  a  estudar  este  assunto  e  este  ministério,  mas  não encontrei direção alguma a respeito a não ser na Bíblia, no Espírito Santo, e num grupo de amigos que eram espiritualmente tão imaturos quanto eu.

  Comecei  a  crescer  espiritualmente,  cometi  alguns  erros,  fiquei  frustrado,  cheguei  a interromper  ministrações  por  ter  me  sentido  perturbado  e  passei  por  muitas  rejeições. Pediram-me para sair de uma ou duas igrejas, fui acusado de coisas que não tinha feito, e eu era tão imaturo quanto seria de se esperar de qualquer um que tivesse o meu histórico, o meu dom profético e a minha teimosia. Foi nesse tempo que eu me casei.

  Além  da  minha  esposa,  Deus  começou  a  trazer  outras  pessoas  para  a  minha  vida, pessoas  que  poderiam  ajudar-me.  Homens  tais  como  Rick  Joyner,  Robin  McMillan  e  Bob Jones puderam discipular-me através do seu exemplo e amizade. Eles amaram-me, deram-me oportunidades para ministrar e me exortaram quando necessário. Passei então a atuar profeticamente de um modo que foi muito bom para a igreja, e Deus abriu portas para que eu ministrasse em outras congregações, além da nossa igreja local.

   Mas em meio a todos os meus erros e sucessos, uma coisa nunca me deixou. Não me esqueço nunca do fato de que me tornei profético simplesmente por ter buscado Deus em minha  vida  e  por  servir  a  outras  pessoas  através  da  oração  intercessória.  De  fato, posteriormente  encontrei  na  Escrituras  que  o  fundamento  da  maioria  dos  ministérios proféticos é ter um relacionamento pessoal com Deus e interceder por outras pessoas.

  A importância da Palavra

  Quero acrescentar que, depois de ter sido batizado no Espírito Santo, a Bíblia tornou-se  um  livro  totalmente  novo  para  mim.  Eu  a  vinha  lendo  por  muitos  anos,  mas  as  coisas então  começaram  a  ter  sentido  para  mim  de  um  modo  como  eu  nunca  antes  havia entendido.  Desenvolvi  também  um  amor  tão  grande  pela  Bíblia  que  não  dava  para  ficar longe  dela  por  muito  tempo.  Embora  a  minha  hora  devocional  e  a  minha  intercessão tenham sido a minha porta de entrada no ministério profético, devorar a Palavra escrita –que foi o que eu passei a fazer –serviu para dar-me os esquemas e a estrutura de que eu precisava para ter entendimento.Nas Escrituras “temos ainda mais firme a palavra profética” (II Pedro 1:19 –IBB) e, para sermos proféticos, nós temos –como todos os que tiveram este dom antes de nós –de comer o rolo (veja Ezequiel 3:1-4; Apocalipse 10:8-11). À medida que me entreguei ao estudo  e  aplicação  das  Escrituras  na  minha  vida,  Deus  começou  a  “falar”  comigo,  não apenas acerca de pessoas, mas também acerca de igrejas, cidades e nações. Por guardar a Palavra  em  meu  coração,  passei  a  compreender  os  propósitos  proféticos  de  Deus  de  um modo muito mais profundo.

 Economia de Deus.

  Se  uma  pessoa  pavimentar  ruas  com  ouro,  dizemos  que  ela  é  extravagante. Entretanto, Deus também é econômico. Ele parece ter prazer em realizar várias coisas ao mesmo  tempo  em  nossa  vida.  No  meu  caso,  enquanto  eu  crescia  no  conhecimento  do Senhor,   eu   também   crescia   numa   sensibilidade   que   me   preparava   para   atuar profeticamente.  Então,  quando  este  dom  se  desenvolveu  um  pouco  mais,  também  o  meu relacionamento com  o Senhor tornou-se bem mais estreito em minha devoção a ele, pela maravilha das revelações que ele compartilhava comigo.

   Em nossa busca por nos tornarmos proféticos temos que ter uma devoção cada vez maior ao Senhor Jesus. Se não estiver sendo assim, temos de fazer sérios ajustes na forma de  como  procurá-lo.  O  que  adianta  tornarmo-nos  a  pessoa    deste  mundo  que  mais  seja dotada profeticamente, se  já foi  deixado o nosso  primeiro amor? Este capítulo não é uma exortação no sentido de que os dons nãosejam buscados, mas apenas procura lembrar que temos que buscá-los juntamente com o Senhor, em vez de buscar tão somente a ele.

   Finalmente,  lembre-se  de  que  todos  nós  ainda  estamos  aprendendo.  Não  se  deixe levar  por  um  comportamento  como  se  você  tivesse  um  doutorado  nesta  matéria,  ou acreditando  que  você  é  doutor  neste  campo.  Os  maiores  profetas  de  nossos  dias  ainda estão  tendo  revelações  dadas  em  lampejos  e  fragmentos.  Temos  de  ser  mais  humildes  e com  uma  fome  bem  maior  de  Deus.  Precisamos  de  maiores  revelações,  melhores interpretações, vidas mais retas e um amor maior. Temos de ter o coração que Paulo tinha para que nos aprofundemos mais no Senhor:...  para  o  conhecer,  e  o  poder  da  sua  ressurreição,  e  a  comunhão  dos  seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte. (Filipenses 3:10)

  Este é o coração que o Senhor está procurando em nós: primeiro, que o nosso maior desejo seja conhecê-lo; segundo, que queiramos  conhecer o poder da sua ressurreição (a capacitação  que  ele  tem  para  nós);  terceiro,  que  estejamos  dispostos  a compartilhar  dos sofrimentos  do  Senhor  e  seremos  rejeitados  tal  como  ele  foi;  finalmente,  que  nos disponhamos a dar a nossa vida pelos nossos amigos, assim como ele deu a sua vida.

   Deus  não  está  procurando  aqueles  que  somente  possam  falar  as  palavras  dele;  ele está procurando os que amam o seu Filho com tudo o que tem. A nossa vida gira em torno destes  quatro  pontos  (conhecer  o  Senhor,  andar  no  seu  poder,  participar  dos  seus sofrimentos, e dar a nossa vida pelos outros). Não profetizemos apenas com a nossa boca, mas também com a nossa vida.

   EXTRAÍDO DO LIVRO:

  Escola de Profetas - Kris Vallotton

 


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