TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Atos
11.27,28
27
- Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
28
- E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito,
que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de
Cláudio César.
Atos
15.32
32
- Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os
irmãos com muitas palavras.
Atos
21.8-14
8
- No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós que com ele estávamos, chegamos a
Cesareia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete,
ficamos com ele.
9
- Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.
10
- E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judeia um profeta, por nome
Ágabo;
11
- e, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo e, ligando-se os seus próprios
pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus, em
Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios.
12
- E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar,
que não subisse a Jerusalém.
13
- Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque
eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome
do Senhor Jesus.
14
- E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade
do Senhor! ”
Texto Áureo
Na
igreja que estava em Antioquia
havia
alguns profetas e doutores, a saber:
Barnabé,
e Simeão, chamado Níger,
e Lúcio, cireneu, e Manaém,
que fora criado com Herodes,
o tetrarca, e Saulo.
Atos
13.1
OBJETIVOS
Compreender
que o Espírito Santo no Novo Testamento passou a agir de uma maneira muito mais
livre e abrangente;
Ter
ciência de que na Igreja primitiva havia profetas,
isso prova que o dom da profecia não foi uma exclusividade dos profetas da
Antiga Aliança;
Entender
que,
embora dons e ministérios estejam interligados, há diferenças entre eles,
apontadas pela Palavra de Deus.
Deus abençoe
sua vida!
LIÇÃO 12 – O Ministério Profético na Nova Aliança
Lições da Palavra de Deus 64 -
Central Gospel
O PROFÉTICO
NO NOVO TESTAMENTO
O
ministério profético no Novo Testamento é mais amplo porque, embora o Canon
Sagrado já tenha se encerrado, as Escrituras neotestamentárias, com base na
revelação dos profetas do Antigo Testamento, deixam fortes indícios de que a
comunicação divina continua, mas de forma diferente. Os escritos divinamente
inspirados se encerram na Bíblia, porém, o Senhor continua se comunicando com
seus servos e servas de forma individual, mas essa profecia não se reveste de
autoridade para se igualar a dos profetas e apóstolos.
A revelação
divina dada aos profetas do Antigo Testamento só difere da que foi dada aos
apóstolos em alguns aspectos da natureza da atividade profética e do conteúdo
da mensagem, afinal, foram os receptáculos dos oráculos divinos na "plenitude
dos tempos" (GI 4.4). As profecias do Novo Testamento são complementos
finais dos oráculos divinos, cuja manifestação começou nas Escrituras vete-
rotestamentárias e cujo clímax se consumou em Jesus Cristo: "Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho" (Hb 1.1). A
fonte da mensagem de ambos e a autoridade deles são a mesma.
O SENHOR JESUS CRISTO
Moisés
anunciou a vinda de um profeta semelhante a ele e a sua declaração é atestada
no Novo Testamento como profecia messiânica que se cumpriu em Jesus:
"Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos
um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser" (At
3.22). Nesse discurso, o apóstolo Pedro apresenta o perfil de Cristo no Antigo
Testamento, provando assim que os últimos acontecimentos eram cumprimento das
Escrituras. A citação é de Deuteronômio 18.15, 318,19. Isso não significa ser
ele mais um profeta, mas outro Legislador para estabelecer "os tempos do
refrigério pela presença do Senhor" (At 3.19), seria uma nova ordem para o
mundo.
É verdade
que Cristo foi aclamado, diversas vezes, pelo povo como profeta: "E a
multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia" (Mt 21.11);
"Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta ou como um dos
profetas" (Mc 6.15); "E de todos se apoderou o temor, e glorificavam
a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu
povo" (Lc 7.16). Ele mesmo assim se considerava: "Jesus, porém, lhes
disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa"
(Mt 13.57); "Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua
pátria [...] Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte, para que
não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém" (Lc 4.24; 13.33).
Os profetas
do Antigo Testamento tinham em Moisés um modelo, pois Deus falava com ele face
a face, e não como os outros. Porém, Jesus é superior a Moisés "Porque ele
é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que
a casa tem aquele que a edificou" (Hb 3.3) e superior aos profetas e aos
sacerdotes, pois ele é Deus em forma humana (Jo 1.14; Cl 2.9), como tal o seu
conhecimento é perfeito e absoluto. Essa é a diferença significativa, pois não
falava em nome de Deus, não era o seu porta- voz, mas o Filho Unigênito:
"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é
quem o revelou" (Jo 1.18 - versão Almeida Atualizada).
Ele sabia
que no mar havia um peixe com uma moeda e que Pedro ao lançar o anzol o
pescaria, e com o dinheiro pagaria o imposto, tanto por ele como por seu
Mestre (Mt 17.27). Em João 2.24,25, está escrito que não havia necessidade de
ninguém falar algo sobre o que há no interior do homem, porque Jesus já sabia
de tudo.
A Bíblia
afirma que só Deus conhece o coração dos homens (1 Rs 8.39). Então, Jesus é
onisciente, porque ele é Deus. Ele sabia que a mulher samaritana já havia
possuído cinco maridos, e que o de então não era o seu esposo (Jo 4.17,18).
Encontramos em João 16.30; 21.17 que Jesus sabe tudo; e Colossenses 2.2,3 nos
diz que em Cristo "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da
ciência". O Senhor Jesus ouvia a oração de Saulo de Tarso enquanto falava
com Ananias, em Damasco (At 9.11). Não há nada no universo que Jesus não saiba
e tudo porque ele é onisciente e é Deus. Ele mesmo é o Deus verdadeiro e por
isso jamais discursou dizendo "assim diz o Senhor" ou "veio a
mim a palavra do Senhor", o que se encontra nos evangelho é o seguinte:
"em verdade, em verdade vos digo" e fraseologia similar, ou ainda:
"passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar"
(Lc 21.32).
O APÓSTOLO
O apóstolo é
na verdade um enviado, um embaixador, representante, e nisso é comparado aos
profetas do Antigo Testamento que assim são também identificados (2 Cr 36.15,
16; Ez 2.3; Ag 1.13). O termo grego ámxjTOÀoç (apostolos) vem de duas palavras
gregas, a preposição apo "de", com sentido de partida, e o verbo
ateAlco (stellõ)"enviar". Esse vocábulo é usado no Novo Testamento
para designar os doze apóstolos: "e escolheu doze deles, a quem deu o nome
de apóstolos" (Lc 6.13). Esse colegiado é específico e suigeneris,
ninguém mais entrou nele, exceto Paulo, "como a um abortivo" (1
Co15.8) e Matias, o substituto de Judas
Iscariotes (At 1.26). Nenhum dos apóstolos se apresentou como apóstolo da
Igreja, mas como apóstolo de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 1.1; G1 1.1; 2 Pe
1.1).
É também
usado para os enviados como embaixadores ou missionários da igreja (2 Co 8.23;
Fp 2.25). A Igreja Ortodoxa Grega, desde o princípio, usava o vocábulo
apostolos para designar seus missionários. Jesus é chamado de apostolos no Novo
Testamento grego: "Considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da
nossa confissão" (Hb 3.1). Deus enviou seu Filho ao mundo (Jo 3.17), o
Filho enviou seus discípulos ao mundo (Jo 20.21), o Pai e o Filho enviaram o
Espírito Santo para dar poder a Igreja em sua missão de buscar os perdidos da
terra (Lc 24.49; At 1.8).
Os
apóstolos do Novo Testamento não são identificados como os profetas, mas o
ofício deles inclui os oráculos proféticos com a mesma autoridade dos
mensageiros do Senhor no Antigo Testamento, ambos estão no mesmo nível em
termo de inspiração. Nunca esquecer que o termo "profeta", no Novo
Testamento, é mais amplo do que nas Escrituras veterotestamentárias, pois é
aplicado aos da antiga aliança, à segunda parte do Canon Judaico, à posição de
ensinadores nas igrejas do primeiro século e a todos os cristãos que têm o dom
de profecia. Deus não deixou sucessão profética, não há um profeta sucessor
daqueles que exerceram esse ministério no antigo Israel: "Porque todos os
profetas e a lei profetizaram até João" (Mt 11.13). O mesmo pode ser dito sobre os
apóstolos, o Senhor Jesus não deixou sucessão apostólica (Jd 17; Ap 21.14), o
apóstolo Paulo afirmou ser ele o último deles: "e, por derradeiro de
todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo" (1 Co 15.8). O cargo
de papa, portanto, não é legítimo à luz da Bíblia.
A aparição
de Cristo a Saulo de Tarso no caminho de Damasco, que ele mesmo afirma ser
"como um abortivo", indica que tem a mesma validade da vocação
canônica, tendo o mesmo nível da dos demais apóstolos que tiveram uma formação
natural e gradual durante o ministério do Senhor Jesus. A palavra grega usada
para "abortivo" é eKTpo)|ia (ektrõma), "aborto, nascimento
prematuro", e só aparece aqui no Novo Testamento e três vezes na LXX (Nm
12.12; Jó 3.16; Ec 6.3), com o sentido de alguém imaturo, expelido do ventre do
judaísmo, para se tornar apóstolo. Era uma experiência suigeneris encontrar o
Senhor ressuscitado nas mesmas condições que Pedro, João e os demais apóstolos
viram. O Senhor Jesus apareceu mais vezes a ele (At 18.9; 22.18; 27.23; 2 Co
12.2-4), mas não como da primeira vez. Ninguém mais depois dele teve tal
experiência. Assim, Paulo é um dos apóstolos com a mesma autoridade dos
outros, é o último dos apóstolos. Ele reconhece não ser merecedor disso, mas
afirma que fez mais que os outros pela causa do Mestre (1 Co 15.9, 10).
Os apóstolos
eram também profetas na condição de receptáculos dos oráculos divinos, apesar
de o Novo Testamento não identificá-los com esse título, todavia, são
mensageiros do Senhor e receberam diretamente de Jesus de Nazaré autoridade
divina nos termos dos profetas do Antigo Testamento, para pregar e escrever a
revelação dada pelo Espírito Santo. Por duas vezes Paulo deixa isso bem claro
em Efésios.
Edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a
principal pedra da esquina [...] o qual, noutros séculos, não foi manifestado
aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus
santos apóstolos e profetas (Ef 2.20; 3.5).
Não há mais
ninguém além dos apóstolos no fundamento da Igreja, a não ser o próprio Cristo,
que seja a pedra principal. Veja que eles aparecem nos 12 fundamentos da Nova Jerusalém (Ap 21.14). A construção gramatical grega nas
passagens em foco: xQvaTTOOTOÀQv
koci TTpo(j)r)Ttôu (tõn apostolõn
kaiprophètõn), que literalmente é "dos apóstolos e profetas" e não
"dos profetas" (Ef 2.20). Note que o artigo definido grego tõn não se
repete, não reaparece diante de prophètõn. A versão Almeida Atualizada e a
Tradução Brasileira foram mais precisas nessa tradução. O
texto sagrado indica um grupo apenas, isso mostra que se a intenção de Paulo
fosse designar dois grupos, por exemplo, os profetas do Antigo Testamento e os
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, ele teria repetido o artigo diante do
segundo substantivo.
Outra
passagem bíblica deixa isso ainda mais claro, pois o apóstolo Paulo argumenta
que o mistério da inclusão dos gentios na Igreja esteve oculto no passado:
"o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como,
agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas"
(Ef 3.5). Ora, essa declaração deixou de fora os profetas do Antigo Testamento,
pois a expressão "agora, tem sido revelado" mostra tratar-se de uma
revelação recente. Paulo está dizendo aqui que os apóstolos são também
profetas, essa afirmação encontra apoio escriturístico, como as profecias
escatológicas sobre Israel (Rm 11.25-27); sobre o arrebata - mento da Igreja (I
Co 15.51-55; 1 Ts 4.13-17; 5.1-4; 2 Pe 3.4-13). O livro de Apocalipse é em si
mesmo um compêndio profético. O apóstolo João define essa obra como:
"palavras desta profecia [...] profecia deste livro [...] ";
"palavras da profecia deste livro [...] palavras do livro desta
profecia" (1.3; 22.7, 18, 19).
Paulo usa o
mesmo tipo de construção gramatical da passagem bíblica anterior: to lçàyíoiç aTrooTÓÀoiç
autou kcu'npo^taiç (tois
haguiois apostolois autou
kai prophêtais), "aos seus santos apóstolos e profetas" (Ef
3.5). O artigo tois não reaparece antes do segundo substantivo prophêtais. Em
ambas passagens a ordem das palavras "apóstolos e profetas" e não
"profetas e apóstolos" não permitem a interpretação de que se trata
de profetas do Antigo Testamento e os apóstolos do Novo. O contexto histórico e
a exegese dão sustentação ao presente pensamento, mas nem todos pensam dessa
maneira. Por essa razão cabe aqui uma explicação sobre os dons ministeriais.
Paulo
afirma proclamar verdadeiramente as palavras de Deus: o Espírito que
"penetra todas as coisas, ainda as profundezas [...] ninguém sabe as
coisas de Deus, senão o Espírito de Deus" (I Co 2.10-12). Assim, seus
oráculos são manifestos "não com palavras de sabedoria humana, mas com as
que o Espírito Santo ensina" (1 Co 2.13). A verdade que o Espírito lhe
revelou é tão autêntica e inspirada como a dos santos profetas do Antigo
Testamento. Pedro iguala as palavras dos apóstolos com igual autoridade:
"para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos
santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos
apóstolos" (2 Pe 3.2). Mais adiante chama as epístolas paulinas de
Escrituras: "como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo
a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas,
entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes
torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2
Pe 3.15,16). Ao dizer "igualmente as outras Escrituras" está
reconhecendo a sua autoridade divina.
O apóstolo
Paulo considera a Lei de Moisés em pé de igualdade com os escritos do Novo
Testamento: "Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que
debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário" (1 Tm 5.18). A primeira
parte é citação de Deuteronômio 25.4, entretanto, a parte final: "Digno é
o obreiro do seu salário" não consta do Antigo Testamento, senão nos
evangelhos (Mt 10.10; Lc 10.7). Em outra ocasião afirma que quem rejeitar a sua
palavra rejeita a Deus: "Portanto, quem despreza isto não despreza ao
homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo" (1
Ts4.8). A autoridade apostólica é indicutivelmente igual a dos profetas do
Antigo Testamento.
"APÓSTOLO" E "PROFETA"
COMO DONS MINISTERIAIS
Os termos
apóstolos e profetas devem ser compreendidos à luz do seu contexto, pois já foi
explicado que ambos aparecem com significados distintos no Novo Testamento.
A uns estabeleceu Deus na igreja,
primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros,
governos,-variedades de línguas [...] E ele mesmo deu uns para apóstolos, e
outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores (1 Co 12.28; Ef 4.11).
Nessas duas
passagens bíblicas "apóstolos" e "profetas" estão
separados, mesmo assim, não é indicação do ministério profético do Antigo
Testamento e nem do colegiado apostólico escolhido por Jesus (Lc 6.13) e mais o
apóstolo Paulo (1 Co 15.8). Aqui, trata-se dos dons ministeriais, é outro assunto
e não deve ser confundido com Efésios 2.20; 3.5.
Paulo
introduz o tema dos dons espirituais no capítulo 12 de 1 Coríntios. Nos três
primeiros versículos ele chama a atenção dos seus leitores para o assunto. Nos
versículos 4 a 6, ele revela a fontes dessas manifestações espirituais e, de 7
a 11, ele cataloga nove xapLopáicov (charismatõn) "dons" do Espírito
Santo. Depois disso, apresenta uma explicação por meio de metáfora comparando a
Igreja e seus membros a um corpo com seus membros e suas funções, mostrando a
diversidade na unidade. Ao concluir o capítulo, ele retoma os dons sendo que
acrescenta uns dons até então não mencionados como "socorros,
governos" (v. 28b), omitindo alguns da lista (w. 8-10), como "palavra
da ciência, palavra da sabedoria, operação de maravilhas" etc e inclui
outros dons ministeriais: "apóstolos, profetas, doutores" (v. 28a).
Há dois
tipos de construção gramatical em Efésios 4.11. A expressão: "pastores e
doutores" ou "pastores e mestres" (versão Almeida Atualizada e
Tradução Brasileira) é a mesma de 2.20 e 3.5, pois o apóstolo Paulo usou o
artigo definido grego, tous, apenas antes do termo poimena,
"pastores", tous poimena kai didaskalous,"pastores e
mestres" como sendo uma mesma função, pastores- mestres. Porém, há os que
separam essas funções, afirmando que a tarefa do pastor é alimentar e proteger
o rebanho e a do doutor ou mestre, instruir a Igreja.
A outra
construção gramatical para apóstolos, profetas e evangelistas (4.11 a) é
diferente, aqui são grupos distintos. A sucessão profética do Antigo
Testamento se encerrou com João Batista (Mt 11.13; Lc 16.16). O Novo Testamento
não indica ninguém como sucessor dos apóstolos, contrário de tudo aquilo que
ensina a Igreja Católica, pois o colegiado dos doze que Jesus preparou (Lc
6.13) e mais o apóstolo Paulo (1 Co
15.8-10) já se encerrou (Jd 17; Ap 21.14). Se profeta pode ser quem profetiza,
Paulo pode ser um deles, ele chama a si mesmo de "pregador, e apóstolo, e
doutor dos gentios" (1 Tm2.7; 2 Tm 1.11). Já foi comentado acima o sentido
do termo apóstolo como "enviado, embaixador" (2 Co 8.23; Fp 2.25). O Novo
Testamento chama Barnabé e Tiago, irmão do Senhor, de apóstolo, sem, contudo,
serem eles membros do Colegiado (At
14.14; GI 1.19).
Extraído do livro: O Ministerio Profetico Na Biblia
- Esequias Soares
A IGREJA PRECISA DE PODER
Por Pr. Hernandes Dias Lopes
“Mas
recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos
confins da terra” (At 1.8).
O texto em epígrafe foi pronunciado por Jesus
entre sua ressurreição e sua ascensão. Jesus subiria para o céu e derramaria o
seu Espírito sobre a igreja. A igreja não deveria sair para cumprir a grande
comissão sem antes ser capacitada com poder. Três verdades sublimes são
destacadas por Jesus aqui:
Em primeiro lugar,
a origem do poder (At 1.8). “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o
Espírito Santo…”. O poder prometido por Jesus não é uma energia, mas uma
pessoa. A igreja não precisa de algo, precisa de alguém. O poder que reveste a
igreja não vem da terra, emana do céu. Não é um poder humano, mas divino. Não
procede daquilo que o homem faz, mas é resultado daquilo que o Filho de Deus
glorificado fez. Porque Jesus sobe, o Espírito Santo desce. Porque Jesus
concluiu sua obra, o Espírito Santo começou sua dispensação. O Espírito Santo
não veio para ficar esporadicamente com a igreja, mas para sempre. Ele não veio
para estar ao lado da igreja, mas na igreja. A igreja é a morada do Espírito
Santo. Cada crente, de per si, é o templo do Espírito Santo. Sem o poder do Espírito
Santo a igreja não prega com poder, não vive com ousadia, não testemunha com
autoridade nem colhe frutos abundantes. Resta claro que não basta apenas os
crentes terem o Espírito Santo, é necessário o Espírito os ter. Não é
suficiente ter o Espírito Santo presente, é preciso tê-lo presidente. Não basta
ouvir falar do Espírito Santo, é preciso ser revestido com o poder do Espírito
Santo.
Em
segundo lugar, o propósito do poder (At 1.8). “… e sereis minhas
testemunhas…”. A igreja precisa de poder, mas poder para que? Primeiro, para
sair do campo da especulação teológica para o campo da ação missionária. Os
discípulos estavam preocupados com tempos ou épocas (At 1.6,7), mas Jesus muda
o foco deles para a necessidade de poder para testemunhar. Segundo, poder para
perdoar. Havia uma barreira antiga e intransponível de inimizade entre judeus e
samaritanos, mas a agenda da igreja deveria passar por Samaria, quebrando os
muros da inimizade. Onde o Espírito Santo age, convertendo corações a Cristo,
inimizades são desfeitas. Terceiro, poder para morrer. A palavra “testemunhas”
significa literalmente, “mártires”. A igreja precisa de poder para morrer para
si mesma, para o mundo, para o pecado e pelo evangelho. Sem poder a igreja
produz covardes que recuam diante do sofrimento, mas no poder do Espírito
Santo, a igreja aduba a sementeira do evangelho com o sangue dos mártires.
Quarto, poder para pregar até aos confins da terra. Sem o poder do Espírito
Santo a igreja ficará presa entre quatro paredes; ora com medo dos que estão lá
fora, ora desfrutando do conforto de seu próprio comodismo.
Em
terceiro lugar, a extensão do poder (At 1.8). “… tanto
em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”.
Somente pelo poder do Espírito Santo a igreja sairá do comodismo para ir além
de suas próprios fronteiras, rompendo barreiras geográficas, culturais, raciais
e linguísticas. Sem o poder do Espírito Santo não haverá investimento nem
esforço missionário. Sem o poder do Espírito Santo a igreja cuidará de si mesma
em vez de ir aos confins da terra levando a esperança do evangelho. Sem o poder
do Espírito Santo a igreja criará uma agenda para si mesma, para apascentar a
si mesma, para discutir os seus próprios assuntos e negligenciará a grande comissão.
Oh, que Deus desperte sua igreja para buscar esse poder até que ele venha!
FONTE:

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