quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Lição 11 - O Zelo do Apóstolo Paulo pela Sã Doutrina



TEXTO ÁUREO

“E, Paulo tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas.”

(At 15.40,41).

VERDADE PRÁTICA

O discipulado cristão forma discípulos de Cristo para que o imitem de forma que Deus seja glorificado na sociedade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 2.42-47; 20.1-4.

Atos 2

42 — E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43 — Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44 — Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45 — Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

46 — E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47 — louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

Atos 20

1 — Depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedônia.

2 — E, havendo andado por aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia.

3 — Passando ali três meses e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia.

4 — E acompanhou-o, até à Asia, Sópatro, de Bereia, e, dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo, e Gaio, de Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.

 OBJETIVO GERAL

Revelar a missão integral da Igreja no Discipulado: pregar e ensinar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

  • I. Relacionar o apóstolo Paulo com o discipulado bíblico;
  • II. Salientar a integralidade da missão no Discipulado: pregar e ensinar;
  • III. Ponderar o discipulado com pessoas de outras culturas.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Esta lição revela a importância de a igreja conjugar com equilíbrio a pregação evangelística com o ensino cristão. Este forma enquanto aquela chama. O pastor Antônio Gilberto, saudoso mestre das Assembleias de Deus no Brasil, sempre ponderou a respeito de ensinar sistematicamente a Bíblia para a igreja local e o melhor espaço para isso é a Escola Dominical. Nesse espaço, ensinamos os que foram chamados pela pregação do Evangelho.

O ministério do apóstolo Paulo revela essa integralidade da missão: pregação da Palavra e ensino formativo. O apóstolo pregava o Evangelho e, também, discipulava, ensinava o povo de Deus a guardar os mandamentos do Senhor.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos os aspectos gerais do discipulado, com destaque para o papel de Paulo no processo do discipulado nas igrejas que plantou. Perceberemos que esse foi o meio pelo qual nosso Senhor nos concedeu para que os recém-nascidos na fé fossem formados segundo o caráter de Cristo.

PONTO CENTRAL

A missão da igreja é pregar e ensinar.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

A aula sempre é um ponto de encontro entre o professor e o aluno. Ou melhor, deve ser entre mestre e discípulo. Segundo a Bíblia, vemos claramente que a relação entre Jesus e os discípulos, bem como dos apóstolos com os discípulos, era de mestre e discípulo. O mestre aplica o que ensina na própria vida, ou seja, ele ensina pelo exemplo. Já o discípulo deseja imitar o que aprendeu, aplicando o ensino na vida concreta. Não esqueça de que o objetivo da Escola Dominical é gerar imitadores de Cristo. Conscientize a classe a respeito disso.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O ministério da Igreja inclui equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a crescer até formarem uma entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios 4.11-16 que a equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de Cristo deve acontecer numa comunidade. O crescimento espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadurecer do crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a igreja de Jesus Cristo, porque não se pode seguir fielmente a Jesus à parte de uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no ministério de Cristo” (KLAUS, Byron D. A Missão da Igreja. 19ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.603).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O discipulado é mais que uma aula ou um conjunto de lições que transmitem conteúdo doutrinário. Discipulado é um trabalho árduo, longo e, às vezes, até sacrificial. É um trabalho de acolhimento, integração, acompanhamento, aconselhamento e orientação espiritual.

Nesse importante ministério, temos Jesus como nosso principal modelo. Além do conteúdo ético e doutrinário acerca do Reino de Deus transmitido por Jesus, que certamente nos serve de norte nesta questão, Ele destacou que o discipulado precisa enfocar os relacionamentos.

Nos evangelhos, aprendemos que Jesus mantinha uma excelente organização em seus níveis de relacionamento: em primeiro lugar a multidão (Lc 5.1; 6.17; 7.12); em segundo lugar, os discípulos (Lc 6.1,17); e, terceiro lugar, os apóstolos (Lc 6.13); e, por último, os três mais próximos dentre os apóstolos (Mc 14.32; 33; Lc 9.28).

Os apóstolos de Jesus também foram discípulos, pois eles aprendiam vendo, ouvindo e imitando o Mestre. É preciso lembrar que todos os apóstolos eram discípulos, mas nem todos os discípulos eram apóstolos” (SILVA, Rayfran Batista da. O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.27).

CONHEÇA MAIS

Sobre o discipulado

“Na maioria das igrejas evangélicas, o discipulado é uma prática de acompanhamento e treinamento bíblico que se resume aos novos na fé. Porém, o discipulado, como processo de educação cristã, não deve ser resumido a este grupo de novos cristãos.” Para ler mais, consulte a obra O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja, editada pela CPAD, p.31.

CONCLUSÃO

O discipulado leva em conta a pregação e o ensinamento. Ele nos apresenta um desafio grande para interagir com pessoas oriundas de culturas completamente opostas às nossas. Aqui, temos a promessa do Espírito Santo para apresentar o Evangelho com sabedoria e poder. Ele nos usa como instrumento e convence o ser humano de seu real estado.

O apóstolo Paulo — Lições da vida e ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo

Comentarista: Elienai Cabral








Introdução

A


leitura dessa escritura por si só merece uma apreciação especial. Entretanto, de forma objetiva, destacamos a preocupação do apóstolo Paulo com a ameaça dos discursos vãos que falsos mestres faziam no seio da igreja para corromper a sã doutrina. Paulo apela ao bom senso pastoral de Timóteo para que ele enfrente com autoridade os falsos mestres e mantenha o modelo de tudo quanto foi ensinado acerca da genuína doutrina cristã. Em todas as cartas paulinas, há um cuidado em manter a sã doutrina ensinada por Jesus aos seus apóstolos, que passaram a ensinar a igreja do primeiro século. Paulo afirma ter recebido a revelação do mesmo evangelho sem acrescentar ou diminuir a essência da doutrina dos apóstolos (At 2.42; Ef 2.20).

I – Ortodoxia versus Heterodoxia

Esses dois termos técnicos no campo da teologia bíblica são necessários para esclarecer as distinções de conteúdo do ensino da doutrina bíblica, pois são termos que ajudam a compreensão da preocupação de Paulo com a invasão de heresias na mente dos cristãos.

1. Ortodoxia Significa aquilo que É Reto, Direito

Na teologia cristã, a ortodoxia refere-se à manutenção das “sãs palavras” (2 Tm 1.13). A definição técnica para a palavra “ortodoxia” diz respeito à “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina”.

   Na língua grega do Novo Testamento, essa palavra tem o prefixo orthos e significa “aquilo que é direito, reto, certo” (1 Tm 4.1,2). A doutrina cristã é ortodoxa enquanto ela for mantida exatamente como Cristo a deixou e ensinou aos seus discípulos. Já a falsa doutrina é heterodoxa, porque ensina “doutrina diferente, falsa que nada tem com a genuína doutrina de Cristo”.

2. Heterodoxia Significa Diverso, Diferente

Heterodoxia é um termo grego que dá o sentido de “opinião diferente; oposição aos padrões, normas ou dogmas estabelecidos”. O prefixo da palavra heteros significa “diverso”. A sã doutrina tem um só parecer, enquanto a heterodoxia implica numa diversidade de opiniões sobre um mesmo assunto. Na mente de Paulo, era necessário manter a unidade doutrinária da fé cristã e combater com veemência as falsas doutrinas, formuladas de conceitos pagãos filosóficos.

   Paulo adverte que a ortodoxia da fé cristã deveria sempre ser fortalecida com o ensino sadio e não aceitar a quebra da unidade doutrinária. Por isso, o apóstolo lançou um “anátema” sobre o falso evangelho. Para ele, os falsos ensinos eram doutrinas de demônios para corromper a sã doutrina de Cristo (1 Tm 4.1).

II – A Ameaça de Corrupção Doutrinária

1. A Advertência do Apóstolo

No texto de 1 Timóteo 1.3, Paulo adverte acerca de alguns para “que não ensinem outra doutrina”. O zelo do apóstolo em preservar a “sã doutrina” era porque os homens que não respeitavam o ensino dos apóstolos eram pessoas sem escrúpulos. Paulo identifica-os como “lobos cruéis” vestidos de ovelhas que investiam em cima do rebanho de Deus não poupando ninguém (At 20.29,30). A palavra “outra” é “heteros”, ou seja, “diversa”, por isso, “outra doutrina” era aquela que nada tinha a ver com a genuína doutrina de Cristo.

2. Os Problemas de Ordem Doutrinária

As igrejas plantadas por Paulo e alguns

outros apóstolos no mundo dos gentios,

como Filipos, Tessalônica, Colossos,

Éfeso, Creta e Corinto e outras mais,

sofreram com a inserção de conceitos

filosóficos na interpretação das doutrinas

ensinadas pelos apóstolos. Havia no seio

dessas igrejas judeus que afirmavam ter

aceitado o evangelho de Cristo, mas

queriam costumes e conceitos para a

vida da igreja, principalmente dos gentios

convertidos. Eles traziam em sua

bagagem religiosa ideias do legalismo

judaico aliado ao gnosticismo. Eram

coisas como “circuncisão”, rito específico

para judeus, a guarda do sábado, a

abstenção de certos alimentos e outros

costumes judaicos, as quais queriam

impor aos gentios em sua nova vida com

Cristo Jesus. É lamentável que ainda

haja espíritos judaizantes no seio da igreja de hoje que confundem a liturgia cristã com a liturgia judaica. A igreja pertence a um novo tempo e obedece ao Novo Testamento.

3. Fábulas e Genealogias Intermináveis (1 Tm 1.4)

Alguns daqueles falsos mestres usavam fábulas e lendas da vida judaica, tais como “a propagação dos anjos” (Cl 2.18- 23), as quais, além de não possuírem conteúdo concreto, torciam o sentido real das verdades bíblicas, e Paulo advertiu que essas coisas deveriam ser refutadas veementemente.

A questão da genealogia tem a ver com crendices judaicas que nada contribuem para a salvação em Cristo. Historicamente, as genealogias são importantes, mas no projeto divino, as genealogias serviam apenas para indicar a origem do Salvador do mundo, Jesus Cristo. Porém, os judeus cristãos entendiam que as genealogias davam-lhes direitos em primazia na vida da igreja, porque Jesus havia vindo dos judeus. Era, de fato, uma vaidade racial ostentada por esses judeus que discriminavam os gentios cristãos.

Paulo refutou essa ideia equivocada dos judeus, declarando que a graça de Deus não faz acepção de raça, cor, etnia nem cultura, mas que alcançou a todos de igual modo.

III – A Igreja É Guardiã da Sã Doutrina

1. A Igreja É “Coluna e Firmeza da Verdade”

   Paulo declarou à igreja de Éfeso que o papel dela era de sustentar a verdade divina perante o mundo (1 Tm 3.15). Portanto, o comportamento da igreja frente às heresias e doutrinas falsas é o de “sustentar a sã doutrina”. A igreja é a demonstração viva e santa da verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres.

2. O Objetivo do Zelo pela Sã Doutrina

   Depois do apóstolo Paulo combater o falso ensino que corrompia o evangelho genuíno pregado e ensinado pelos apóstolos, apresentou a sua advertência como um mandamento, dizendo: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm 1.5).

     A palavra grega para a expressão inicial é telos, que significa “fim, finalidade, intuito, alvo, propósito”. Já a palavra “mandamento” é paragello, que significa “exortação, admoestação”, e Paulo referia- se à lei judaica da qual aqueles falsos mestres judeus dentro da igreja jactavam-se de conhecê-la e de cumpri-la. Paulo, então, antecipa-se e demonstra que os falsos mestres não tinham nem mesmo o apoio da Lei, mas essa mesma Lei Mosaica estava perfeitamente de acordo com o evangelho que era pregado e ensinado na igreja

3. Paulo Ameniza o Rigor da Palavra Mandamento com a Palavra Amor

O texto de 1 Timóteo 1.5 diz: “o fim do mandamento é o amor”. Naturalmente, o amor é o elemento essencial para um comportamento equilibrado, e, nesse texto, “o amor” surge como um freio, ou como um instrumento de equilíbrio no combate às falsas doutrinas. Aqueles falsos mestres eram pessoas frívolas e infladas de vaidade e presunção.

O objetivo de Paulo não era incitar

aqueles opositores ao combate de

palavras e contendas, mas, sim, o de

combater as ideias erradas. A segunda

expressão de 1 Timóteo 1.5 é a

continuação da frase que fala de amor;

mas que tipo de amor? “O amor de um

coração puro”. Ora, entende-se que esse

amor procede de dentro para fora, pois

não se trata de um sentimento atribuído

ou recebido, mas trata-se de algo

producente, que brota como uma planta.

Sem dúvida, quando o nosso coração é

santificado pelo Espírito Santo, a pureza

que emite é interior. Um coração sujo e

entenebrecido pelo pecado não pode agir

com atitude amorosa; já um coração

limpo diante de Deus recebe e vê as coisas de Deus com transparência. Ainda mais, agir com “uma boa consciência” (1 Tm 1.5) significa saber fazer um julgamento imparcial, porque consegue perceber as diferenças entre o que é mau e o que é bom. Por último, manifestar “uma fé não fingida” (1 Tm 1.5) significa agir sem simulação, sem fingimento, sem hipocrisia. O apóstolo Paulo associa “uma boa consciência” com o que o crente conhece acerca da verdade e que não se deixa contaminar pelos falsos ensinos.

Conclusão

   A Bíblia é a fonte genuína da doutrina cristã, e a sua base fundamental está nas Escrituras. Elas não foram forjadas por mentes humanas, mas foram reveladas e inspiradas pelo Espírito Santo. Cabe a nós, que cremos na Bíblia Sagrada, ensiná-la sem forçar interpretações que fogem de nossa hermenêutica sagrada. A exemplo de Paulo, devemos zelar a sã doutrina para edificação espiritual da igreja de Cristo.


Neste 4º trimestre estudaremos: O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo Comentarista: Elienai Cabral -
                     

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