TEXTO ÁUREO
“E, Paulo tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado
pelos irmãos à graça de Deus. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as
igrejas.”
(At 15.40,41).
VERDADE PRÁTICA
O discipulado cristão forma discípulos de Cristo para
que o imitem de forma que Deus seja glorificado na sociedade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.42-47; 20.1-4.
Atos 2
42 — E perseveravam na doutrina
dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 — Em cada alma havia temor, e
muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 — Todos os que criam estavam
juntos e tinham tudo em comum.
45 — Vendiam suas propriedades e
fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 — E, perseverando unânimes
todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e
singeleza de coração,
47 — louvando a Deus e caindo na
graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles
que se haviam de salvar.
Atos 20
1 — Depois que cessou o
alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a
Macedônia.
2 — E, havendo andado por
aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia.
3 — Passando ali três meses e
sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria,
determinou voltar pela Macedônia.
4 — E acompanhou-o, até à Asia,
Sópatro, de Bereia, e, dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo, e Gaio, de
Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.
OBJETIVO GERAL
Revelar a missão integral da Igreja no Discipulado:
pregar e ensinar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o
professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
- I.
Relacionar o apóstolo Paulo com o
discipulado bíblico;
- II.
Salientar a integralidade da
missão no Discipulado: pregar e ensinar;
- III.
Ponderar o discipulado com
pessoas de outras culturas.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Esta lição revela a importância de a igreja conjugar
com equilíbrio a pregação evangelística com o ensino cristão. Este forma
enquanto aquela chama. O pastor Antônio Gilberto, saudoso mestre das
Assembleias de Deus no Brasil, sempre ponderou a respeito de ensinar
sistematicamente a Bíblia para a igreja local e o melhor espaço para isso é a
Escola Dominical. Nesse espaço, ensinamos os que foram chamados pela pregação
do Evangelho.
O ministério do apóstolo Paulo revela essa
integralidade da missão: pregação da Palavra e ensino formativo. O apóstolo
pregava o Evangelho e, também, discipulava, ensinava o povo de Deus a guardar
os mandamentos do Senhor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos os aspectos gerais do discipulado,
com destaque para o papel de Paulo no processo do discipulado nas igrejas que
plantou. Perceberemos que esse foi o meio pelo qual nosso Senhor nos concedeu
para que os recém-nascidos na fé fossem formados segundo o caráter de Cristo.
PONTO CENTRAL
A missão da igreja é pregar e ensinar.
SUBSÍDIO PEDAGÓGICO
A aula sempre é um ponto de encontro entre o professor
e o aluno. Ou melhor, deve ser entre mestre e discípulo. Segundo a Bíblia,
vemos claramente que a relação entre Jesus e os discípulos, bem como dos
apóstolos com os discípulos, era de mestre e discípulo. O mestre aplica o que
ensina na própria vida, ou seja, ele ensina pelo exemplo. Já o discípulo deseja
imitar o que aprendeu, aplicando o ensino na vida concreta. Não esqueça de que
o objetivo da Escola Dominical é gerar imitadores de Cristo. Conscientize a
classe a respeito disso.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O ministério da Igreja inclui equipar um grupo de
pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a crescer até formarem uma
entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios 4.11-16
que a equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de Cristo deve
acontecer numa comunidade. O crescimento espiritual e o contexto em que ele
ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadurecer do
crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui
nenhum outro contexto que não seja a igreja de Jesus Cristo, porque não se pode
seguir fielmente a Jesus à parte de uma participação cada vez mais madura com
outros crentes na vida e no ministério de Cristo” (KLAUS, Byron D. A
Missão da Igreja. 19ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.603).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O discipulado é mais que uma aula ou um conjunto de
lições que transmitem conteúdo doutrinário. Discipulado é um trabalho árduo,
longo e, às vezes, até sacrificial. É um trabalho de acolhimento, integração,
acompanhamento, aconselhamento e orientação espiritual.
Nesse importante ministério, temos Jesus como nosso
principal modelo. Além do conteúdo ético e doutrinário acerca do Reino de Deus
transmitido por Jesus, que certamente nos serve de norte nesta questão, Ele
destacou que o discipulado precisa enfocar os relacionamentos.
Nos evangelhos, aprendemos que Jesus mantinha uma
excelente organização em seus níveis de relacionamento: em primeiro lugar a
multidão (Lc 5.1; 6.17; 7.12); em segundo lugar, os discípulos (Lc 6.1,17); e,
terceiro lugar, os apóstolos (Lc 6.13); e, por último, os três mais próximos
dentre os apóstolos (Mc 14.32; 33; Lc 9.28).
Os apóstolos de Jesus também foram discípulos, pois
eles aprendiam vendo, ouvindo e imitando o Mestre. É preciso lembrar que todos
os apóstolos eram discípulos, mas nem todos os discípulos eram apóstolos”
(SILVA, Rayfran Batista da. O Discipulado Eficaz e o Crescimento da
Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.27).
CONHEÇA MAIS
Sobre o discipulado
“Na maioria das igrejas evangélicas, o discipulado é
uma prática de acompanhamento e treinamento bíblico que se resume aos novos na
fé. Porém, o discipulado, como processo de educação cristã, não deve ser
resumido a este grupo de novos cristãos.” Para ler mais, consulte a obra O
Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja, editada pela CPAD, p.31.
CONCLUSÃO
O discipulado leva em conta a pregação e o ensinamento.
Ele nos apresenta um desafio grande para interagir com pessoas oriundas de
culturas completamente opostas às nossas. Aqui, temos a promessa do Espírito Santo
para apresentar o Evangelho com sabedoria e poder. Ele nos usa como instrumento
e convence o ser humano de seu real estado.
O apóstolo Paulo — Lições da vida e
ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
Introdução
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A |
I – Ortodoxia versus Heterodoxia
Esses dois termos técnicos no campo da teologia bíblica são necessários para esclarecer as distinções de conteúdo do ensino da doutrina bíblica, pois são termos que ajudam a compreensão da preocupação de Paulo com a invasão de heresias na mente dos cristãos.
1. Ortodoxia Significa aquilo que É Reto, Direito
Na teologia cristã, a ortodoxia refere-se à manutenção das “sãs palavras” (2 Tm 1.13). A definição técnica para a palavra “ortodoxia” diz respeito à “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina”.
Na língua grega do Novo Testamento, essa palavra tem o prefixo orthos e significa “aquilo que é direito, reto, certo” (1 Tm 4.1,2). A doutrina cristã é ortodoxa enquanto ela for mantida exatamente como Cristo a deixou e ensinou aos seus discípulos. Já a falsa doutrina é heterodoxa, porque ensina “doutrina diferente, falsa que nada tem com a genuína doutrina de Cristo”.
2. Heterodoxia Significa Diverso, Diferente
Heterodoxia é um termo grego que dá o sentido de “opinião diferente; oposição aos padrões, normas ou dogmas estabelecidos”. O prefixo da palavra heteros significa “diverso”. A sã doutrina tem um só parecer, enquanto a heterodoxia implica numa diversidade de opiniões sobre um mesmo assunto. Na mente de Paulo, era necessário manter a unidade doutrinária da fé cristã e combater com veemência as falsas doutrinas, formuladas de conceitos pagãos filosóficos.
Paulo adverte que a ortodoxia da fé cristã deveria sempre ser fortalecida com o ensino sadio e não aceitar a quebra da unidade doutrinária. Por isso, o apóstolo lançou um “anátema” sobre o falso evangelho. Para ele, os falsos ensinos eram doutrinas de demônios para corromper a sã doutrina de Cristo (1 Tm 4.1).
II – A Ameaça de Corrupção Doutrinária
1. A Advertência do Apóstolo
No texto de 1 Timóteo 1.3, Paulo adverte acerca de alguns para “que não ensinem outra doutrina”. O zelo do apóstolo em preservar a “sã doutrina” era porque os homens que não respeitavam o ensino dos apóstolos eram pessoas sem escrúpulos. Paulo identifica-os como “lobos cruéis” vestidos de ovelhas que investiam em cima do rebanho de Deus não poupando ninguém (At 20.29,30). A palavra “outra” é “heteros”, ou seja, “diversa”, por isso, “outra doutrina” era aquela que nada tinha a ver com a genuína doutrina de Cristo.
2. Os Problemas de Ordem Doutrinária
As igrejas plantadas por Paulo e alguns
outros apóstolos no mundo dos gentios,
como Filipos, Tessalônica, Colossos,
Éfeso, Creta e Corinto e outras mais,
sofreram com a inserção de conceitos
filosóficos na interpretação das doutrinas
ensinadas pelos apóstolos. Havia no seio
dessas igrejas judeus que afirmavam ter
aceitado o evangelho de Cristo, mas
queriam costumes e conceitos para a
vida da igreja, principalmente dos gentios
convertidos. Eles traziam em sua
bagagem religiosa ideias do legalismo
judaico aliado ao gnosticismo. Eram
coisas como “circuncisão”, rito específico
para judeus, a guarda do sábado, a
abstenção de certos alimentos e outros
costumes judaicos, as quais queriam
impor aos gentios em sua nova vida com
Cristo Jesus. É lamentável que ainda
haja espíritos judaizantes no seio da igreja de hoje que confundem a liturgia cristã com a liturgia judaica. A igreja pertence a um novo tempo e obedece ao Novo Testamento.
3. Fábulas e Genealogias Intermináveis (1 Tm 1.4)
Alguns daqueles falsos mestres usavam fábulas e lendas da vida judaica, tais como “a propagação dos anjos” (Cl 2.18- 23), as quais, além de não possuírem conteúdo concreto, torciam o sentido real das verdades bíblicas, e Paulo advertiu que essas coisas deveriam ser refutadas veementemente.
A questão da genealogia tem a ver com crendices judaicas que nada contribuem para a salvação em Cristo. Historicamente, as genealogias são importantes, mas no projeto divino, as genealogias serviam apenas para indicar a origem do Salvador do mundo, Jesus Cristo. Porém, os judeus cristãos entendiam que as genealogias davam-lhes direitos em primazia na vida da igreja, porque Jesus havia vindo dos judeus. Era, de fato, uma vaidade racial ostentada por esses judeus que discriminavam os gentios cristãos.
Paulo refutou essa ideia equivocada dos judeus, declarando que a graça de Deus não faz acepção de raça, cor, etnia nem cultura, mas que alcançou a todos de igual modo.
III – A Igreja É Guardiã da Sã Doutrina
1. A Igreja É “Coluna e Firmeza da Verdade”
Paulo declarou à igreja de Éfeso que o papel dela era de sustentar a verdade divina perante o mundo (1 Tm 3.15). Portanto, o comportamento da igreja frente às heresias e doutrinas falsas é o de “sustentar a sã doutrina”. A igreja é a demonstração viva e santa da verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres.
2. O Objetivo do Zelo pela Sã Doutrina
Depois do apóstolo Paulo combater o falso ensino que corrompia o evangelho genuíno pregado e ensinado pelos apóstolos, apresentou a sua advertência como um mandamento, dizendo: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm 1.5).
A palavra grega para a expressão inicial é telos, que significa “fim, finalidade, intuito, alvo, propósito”. Já a palavra “mandamento” é paragello, que significa “exortação, admoestação”, e Paulo referia- se à lei judaica da qual aqueles falsos mestres judeus dentro da igreja jactavam-se de conhecê-la e de cumpri-la. Paulo, então, antecipa-se e demonstra que os falsos mestres não tinham nem mesmo o apoio da Lei, mas essa mesma Lei Mosaica estava perfeitamente de acordo com o evangelho que era pregado e ensinado na igreja
3. Paulo Ameniza o Rigor da Palavra Mandamento com a Palavra Amor
O texto de 1 Timóteo 1.5 diz: “o fim do mandamento é o amor”. Naturalmente, o amor é o elemento essencial para um comportamento equilibrado, e, nesse texto, “o amor” surge como um freio, ou como um instrumento de equilíbrio no combate às falsas doutrinas. Aqueles falsos mestres eram pessoas frívolas e infladas de vaidade e presunção.
O objetivo de Paulo não era incitar
aqueles opositores ao combate de
palavras e contendas, mas, sim, o de
combater as ideias erradas. A segunda
expressão de 1 Timóteo 1.5 é a
continuação da frase que fala de amor;
mas que tipo de amor? “O amor de um
coração puro”. Ora, entende-se que esse
amor procede de dentro para fora, pois
não se trata de um sentimento atribuído
ou recebido, mas trata-se de algo
producente, que brota como uma planta.
Sem dúvida, quando o nosso coração é
santificado pelo Espírito Santo, a pureza
que emite é interior. Um coração sujo e
entenebrecido pelo pecado não pode agir
com atitude amorosa; já um coração
limpo diante de Deus recebe e vê as coisas de Deus com transparência. Ainda mais, agir com “uma boa consciência” (1 Tm 1.5) significa saber fazer um julgamento imparcial, porque consegue perceber as diferenças entre o que é mau e o que é bom. Por último, manifestar “uma fé não fingida” (1 Tm 1.5) significa agir sem simulação, sem fingimento, sem hipocrisia. O apóstolo Paulo associa “uma boa consciência” com o que o crente conhece acerca da verdade e que não se deixa contaminar pelos falsos ensinos.
Conclusão
A Bíblia é a fonte genuína da doutrina cristã, e a sua base fundamental está nas Escrituras. Elas não foram forjadas por mentes humanas, mas foram reveladas e inspiradas pelo Espírito Santo. Cabe a nós, que cremos na Bíblia Sagrada, ensiná-la sem forçar interpretações que fogem de nossa hermenêutica sagrada. A exemplo de Paulo, devemos zelar a sã doutrina para edificação espiritual da igreja de Cristo.






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