terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Lição 12: A Coragem do Apóstolo Paulo diante da Morte

 


OBJETIVO GERAL

Conscientizar a respeito da coragem diante da morte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I- Mostrar a consciência de Paulo quanto à padecer por Jesus;

II- Apontar a coragem para enfrentar as ameaças de morte;

III- Destacar as acusações e prisão de Paulo no Templo.

Texto Áureo

“E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.”

(2 Co 4.11) 

Verdade Prática

O Espírito Santo nos prepara para sofrer por Jesus Cristo e suportar as angústias e aflições na obra de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 21.7-15

7- E nós, concluída a navegação de Tiro, viemos a Ptolemaida, e, havendo saudado os irmãos, ficamos com eles um dia.

8- No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesareia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que um dos sete, ficamos com ele.

9- Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.

10- E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judeia um profeta, por nome Ágabo;

11- e, vindo ter conosco, tomou a cinta de Pauto e, lingando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espirito Santo; Assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios.

12- E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém,

13- Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.

14- E, como não podiamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor!

15-Depois daqueles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

O nosso tempo é marcado pelo imediatismo. Pouco de nós se prepara a morte. Aliás, só de ouvir a palavra “morte”, muda o humor, a tristeza domina o ambiente. A vida e o ministério de Paulo mostram que a coragem diante da morte não é escapismo, mas resultado concreto da dimensão profunda da fé que domina a vida do cristão. Essa dimensão salvífica mudou o olhar do apóstolo para o que faz sentido na vida concreta. Dessa forma, ter de escolher entre estar com Cristo e permanecer na Terra, o apóstolo não tinha dúvida: escolheria estar com Cristo. Para Paulo, permanecer neste mundo só se justificaria se fosse para desgastar-se pela causa do Evangelho.

PONTO CENTRAL

Tenha coragem diante da morte.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

Inicie a aula desta semana com a seguinte pergunta: Você tem medo da morte? Deixe os alunos refletirem e responderem. Em seguida, procure relacionar na lousa, os motivos que os alunos alegam mais temer a morte. Geralmente, há motivos de caráter familiar, profissional, planejamentos futuros. A luz das respostas dos alunos, exponha este primeiro tópico, destacando a consciência que o apóstolo Paulo tinha a respeito da inevitabilidade de seu padecimento por Cristo. Ele sabia do perigo que corria, mas algo muito maior imperava em sua consciência e não o permitia retroceder no propósito de pregar o Evangelho.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“[…] Para o crente cujos pecados foram perdoados, a morte já não tem nenhum aguilhão. A morte é ganho, não perda (Fp 1.21,23). Além disso, o pecado e a lei estão intimamente associados, pois pela lei vem o conhecimento. do pecado’ (Rm 3.20; cf. 7.7-11). Mas Cristo nos redimiu da maldição da lei (Gl 3.13). A morte, juntamente com os inimigos que trouxeram a morte a todos (o pecado e a lei), foram vencidos pela ressurreição (Fee, 805). Em louvor, Paulo exclama: ‘Mas graças a Deus, que nos dá a vitória [sobre a morte] por nosso Senhor Jesus Cristo’ (v.57). Deus ‘da’, não ‘dará”, a vitória. Os crentes participam na vitória de Cristo mesmo durante sua existência terrena, já que a morte perdeu seu poder aterrorizador. A morte, embora continue sendo um inimigo, está ‘incapacitada’, porque Cristo a venceu (Bruce, 156-57)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. p.252).

Paulo sofreu acusações de todos os tipos, mas sua consciência não o acusava. “A consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de Deus dá o veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. A declaração de Paulo (provavelmente com referência à sua vida pública diante dos homens) é sincera; note Fp 3.6, onde ele declara: ‘segundo a justiça que há na lei, irrepreensível’. Antes da sua conversão, ele chegou a crer que praticava a vontade de Deus ao perseguir os crentes (26.9). A dedicação de Paulo a Deus, sua total resolução em agradá-lo e sua vida ‘ir repreensível até mesmo antes de sua conversão a Cristo, deixam envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua infidelidade a Cristo, alegando que todos pecam e que é impossível viver diante de Deus com uma boa consciência” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.1682).

CONCLUSÃO

A atitude de sofrer pelo nome de Jesus tem sido abandonada nos tempos modernos. A visão que Paulo tinha da missão evangelizadora o fazia enfrentar toda e qualquer oposição e sofrimento. O apóstolo podia dizer: “Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17).

| CPAD – O APÓSTOLO PAULO – Lições da Vida e Ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo | Lição 12: A Coragem do Apóstolo Paulo diante da Morte

 



Introdução

A

 leitura dessa escritura por si só merece uma apreciação especial. Entretanto, de forma objetiva, destacamos a preocupação do apóstolo Paulo com a ameaça dos discursos vãos que falsos mestres faziam no seio da igreja para corromper a sã doutrina. Paulo apela ao bom senso pastoral de Timóteo para que ele enfrente com autoridade os falsos mestres e mantenha o modelo de tudo quanto foi ensinado acerca da genuína doutrina cristã. Em todas as cartas paulinas, há um cuidado em manter a sã doutrina ensinada por Jesus aos seus apóstolos, que passaram a ensinar a igreja do primeiro século. Paulo afirma ter recebido a revelação do mesmo evangelho sem acrescentar ou diminuir a essência da doutrina dos apóstolos (At 2.42; Ef 2.20).

I – Ortodoxia versus Heterodoxia

Esses dois termos técnicos no campo da teologia bíblica são necessários para esclarecer as distinções de conteúdo do ensino da doutrina bíblica, pois são termos que ajudam a compreensão da preocupação de Paulo com a invasão de heresias na mente dos cristãos.

1. Ortodoxia Significa aquilo que É Reto, Direito

Na teologia cristã, a ortodoxia refere-se à manutenção das “sãs palavras” (2 Tm 1.13). A definição técnica para a palavra “ortodoxia” diz respeito à “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina”.

   Na língua grega do Novo Testamento, essa palavra tem o prefixo orthos e significa “aquilo que é direito, reto, certo” (1 Tm 4.1,2). A doutrina cristã é ortodoxa enquanto ela for mantida exatamente como Cristo a deixou e ensinou aos seus discípulos. Já a falsa doutrina é heterodoxa, porque ensina “doutrina diferente, falsa que nada tem com a genuína doutrina de Cristo”.

2. Heterodoxia Significa Diverso, Diferente

Heterodoxia é um termo grego que dá o sentido de “opinião diferente; oposição aos padrões, normas ou dogmas estabelecidos”.

O prefixo da palavra heteros significa “diverso”. A sã doutrina tem um só parecer, enquanto a heterodoxia implica numa diversidade de opiniões sobre um mesmo assunto. Na mente de Paulo, era necessário manter a unidade doutrinária da fé cristã e combater com veemência as falsas doutrinas, formuladas de conceitos pagãos filosóficos.

  Paulo adverte que a ortodoxia da fé cristã deveria sempre ser fortalecida com o ensino sadio e não aceitar a quebra da unidade doutrinária. Por isso, o apóstolo lançou um “anátema” sobre o falso evangelho. Para ele, os falsos ensinos eram doutrinas de demônios para corromper a sã doutrina de Cristo (1 Tm 4.1).

II – A Ameaça de Corrupção

Doutrinária

1. A Advertência do Apóstolo

  No texto de 1 Timóteo 1.3, Paulo adverte acerca de alguns para

“que não ensinem outra doutrina”. O zelo do apóstolo em preservar a “sã doutrina” era porque os homens que não respeitavam o ensino dos apóstolos eram pessoas sem escrúpulos. Paulo identifica-os como “lobos cruéis” vestidos de ovelhas que investiam em cima do rebanho de Deus não poupando ninguém (At 20.29,30). A palavra

“outra” é “heteros”, ou seja, “diversa”, por isso, “outra doutrina” era aquela que nada tinha a ver com a genuína doutrina de Cristo.

  2. Os Problemas de Ordem Doutrinária

As igrejas plantadas por Paulo e alguns outros apóstolos no mundo dos gentios, como Filipos, Tessalônica, Colossos, Éfeso, Creta e Corinto e outras mais, sofreram com a inserção de conceitos filosóficos na interpretação das doutrinas ensinadas pelos apóstolos. Havia no seio dessas  igrejas judeus que afirmavam ter aceitado o evangelho de Cristo, mas queriam costumes e conceitos para a vida da igreja, principalmente dos gentios convertidos. Eles traziam em sua bagagem religiosa ideias do legalismo judaico aliado ao gnosticismo. Eram coisas como “circuncisão”, rito específico para judeus, a guarda do sábado, a abstenção de certos alimentos e outros costumes judaicos, as quais queriam impor aos gentios em sua nova vida com Cristo Jesus. É lamentável que ainda haja espíritos judaizantes no seio da igreja de hoje que confundem a liturgia cristã com a liturgia judaica. A igreja pertence a um novo tempo e obedece ao Novo Testamento.

3. Fábulas e Genealogias Intermináveis (1 Tm 1.4)

Alguns daqueles falsos mestres usavam fábulas e lendas da vida judaica, tais como “a propagação dos anjos” (Cl 2.18- 23), as quais, além de não possuírem conteúdo concreto, torciam o sentido real das verdades bíblicas, e Paulo advertiu que essas coisas deveriam ser refutadas veementemente. A questão da genealogia tem a ver com crendices judaicas que nada contribuem para a salvação em Cristo.    Historicamente, as genealogias são importantes, mas no projeto divino, as genealogias serviam apenas para indicar a origem do Salvador do mundo, Jesus Cristo. Porém, os judeus cristãos entendiam que as genealogias davam-lhes direitos em primazia na vida da igreja, porque Jesus havia vindo dos judeus. Era, de fato, uma vaidade racial ostentada por esses judeus que discriminavam os gentios cristãos. Paulo refutou essa ideia equivocada dos judeus, declarando que a graça de Deus não faz acepção de raça, cor, etnia nem cultura, mas que alcançou a todos de igual modo.

III – A Igreja É Guardiã da Sã Doutrina

1. A Igreja É “Coluna e Firmeza da Verdade”

Paulo declarou à igreja de Éfeso que o papel dela era de sustentar a verdade divina perante o mundo (1 Tm 3.15). Portanto, o comportamento da igreja frente às heresias e doutrinas falsas é o de

“sustentar a sã doutrina”. A igreja é a demonstração viva e santa da verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres.

2. O Objetivo do Zelo pela Sã Doutrina

Depois do apóstolo Paulo combater o falso ensino que corrompia o evangelho genuíno pregado e ensinado pelos apóstolos, apresentou a sua advertência como um mandamento, dizendo: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm 1.5).

    A palavra grega para a expressão inicial é telos, que significa “fim, finalidade, intuito, alvo, propósito”. Já a palavra “mandamento” é paragello, que significa “exortação, admoestação”, e Paulo referia-

se à lei judaica da qual aqueles falsos mestres judeus dentro da igreja jactavam-se de conhecê-la e de cumpri-la. Paulo, então, antecipa-se e demonstra que os falsos mestres não tinham nem mesmo o apoio da Lei, mas essa mesma Lei Mosaica estava perfeitamente de acordo com o evangelho que era pregado e ensinado na igreja.

3. Paulo Ameniza o Rigor da Palavra Mandamento com a Palavra Amor

O texto de 1 Timóteo 1.5 diz: “o fim do mandamento é o amor”.

Naturalmente, o amor é o elemento essencial para um comportamento equilibrado, e, nesse texto, “o amor” surge como um freio, ou como um instrumento de equilíbrio no combate às falsas doutrinas. Aqueles falsos mestres eram pessoas frívolas e infladas de vaidade e presunção.

   O objetivo de Paulo não era incitar aqueles opositores ao combate de palavras e contendas, mas, sim, o de combater as ideias erradas. A segunda expressão de 1 Timóteo 1.5 é a continuação da frase que fala de amor; mas que tipo de amor? “O amor de um coração puro”. Ora, entende-se que esse amor procede de dentro para fora, pois não se trata de um sentimento atribuído ou recebido, mas trata-se de algo producente, que brota como uma planta.

   Sem dúvida, quando o nosso coração é santificado pelo Espírito Santo, a pureza que emite é interior. Um coração sujo e entenebrecido pelo pecado não pode agir com atitude amorosa; já um coração limpo diante de Deus recebe e vê as coisas de Deus com transparência. Ainda

mais, agir com “uma boa consciência” (1 Tm 1.5) significa saber fazer um julgamento imparcial, porque consegue perceber as diferenças entre o que é mau e o que é bom. Por último, manifestar “uma fé não fingida” (1 Tm 1.5) significa agir sem simulação, sem fingimento, sem hipocrisia. O apóstolo Paulo associa “uma boa consciência” com o que o crente conhece acerca da verdade e que não se deixa contaminar pelos falsos ensinos.

Conclusão

A Bíblia é a fonte genuína da doutrina cristã, e a sua base fundamental está nas Escrituras. Elas não foram forjadas por mentes humanas, mas foram reveladas e inspiradas pelo Espírito Santo. Cabe a nós, que cremos na Bíblia Sagrada, ensiná-la sem forçar interpretações que fogem de nossa hermenêutica sagrada. A exemplo de Paulo, devemos zelar a sã doutrina para edificação espiritual da igreja de Cristo.

Lições da Vida e Ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo


            

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