OBJETIVO GERAL
Sinalizar o efeito dos pecados cometidos
pelo povo de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se
ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apontar os motivos da decadência de Judá,
Revelar a teimosia do rei Zedequias;
Relatar a queda de Judá.
Texto Áureo
“Porém zombaram dos mensageiros de Deus,
e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o
furor do Senhor subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.”
(2 Cr 36.16)
Verdade Prática
Todo o ser humano se torna cativo de suas
escolhas e das consequências delas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 24.18-20; 25.1-10
2 Reis 24
18 – Tinha Zedequias vinte e um anos de idade quando
começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe
Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
19 – E fez o que era mal aos olhos do Senhor, conforme
tudo quanto fizera Jeoaquim.
20 – Pois assim sucedeu por causa da ira do Senhor
contra Jerusalém e contra Judá, até os rejeitar de diante da sua face; e
Zedequias se revoltou contra o rei de Babilônia.
2 Reis 25
1- E sucedeu que, no nono ano do reinado de Zedequias,
no mês décimo, aos dez do mês, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio contra
Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela, e levantaram contra
ela tranqueiras em redor.
2- E a cidade foi sitiada até ao undécimo ano do rei
Zedequias.
3 – Aos nove dias do quarto mês, quando a cidade se
via apertada da fome, nem havia pão para o povo da terra,
4- Então, a cidade foi arrombada, e todos os homens de
guerra fugiram de noite pelo caminho da porta que está entre os dois muros
junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade em redor); e
o rei se foi pelo caminho da campina.
5- Porém o exército dos caldeus perseguiu o rei e o
alcançou nas campinas de Jericó; e todo o seu exército se dispersou.
6- E tomaram o rei e o fizeram subir ao rei de
Babilônia, a Ribla; e procederam contra ele.
7- E os filhos de Zedequias degolaram diante dos seus
olhos; e vazaram os olhos a Zedequias, e o ataram com duas cadeias de bronze, e
o levaram a Babilônia.
8- E, no quinto mês, no sétimo dia do mês (este era o
ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão
da guarda, servo do rei de Babilônia, a Jerusalém.
9- E queimou a Casa do Senhor e a casa do rei, como
também todas as casas de Jerusalém; todas as casas dos grandes igualmente
queimou.
10- E todo o exército dos caldeus, que estava com o
capitão da guarda derribou os muros em redor de Jerusalém.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Ao introduzir a lição, converse com seus alunos sobre
a fidelidade de Deus diante de suas promessas. Deus demonstrou sua misericórdia
por Judá dando ao povo, diante do juízo merecido, repetidas oportunidades para
arrependimento. Mas, infelizmente, eles viraram as costas para o Eterno. Embora
as promessas de juízo de Deus pelos pecados de Judá tenham se cumprido, o
Senhor continuou a falar com seu povo por meio de seus profetas e em oração.
Mesmo com seu juízo pelo pecado, Deus permanece fiel às suas promessas.
Ponto Central:
A justiça de Deus é aplicada àqueles que insistem em permanecer e, seus erros.
INTRODUÇÃO
A fase final do reino de Judá foi
protagonizada por quatro reis: Joacaz, filho do rei Josias (2 Cr 36.1);
Jeoaquim, que reinou por ocasião do primeiro grupo de prisioneiros levados para
Babilônia, em 605 a.C. (2 Cr 36.5,6); Joaquim, que reinado, vivenciou o cerco
de Jerusalém por Nabucodonosor, que resultou em dez mil pessoas presas, em 597
a.C. (2 Cr 36.9,10); e Zedequias, o rei entronizado por Nabucodonosor no lugar
de Joaquim (2 Cr 36.10,11). Nesta lição, veremos Zedequias rebelando-se contra
o rei de Babilônia, causando um novo cerco que durou dezoito meses e,
finalmente, resultou na queda definitiva de Jerusalém, em 586 a.C.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
A fim de estimular o raciocínio e a
participação em sua classe, leve seus alunos a discutir um ponto relacionado
com a lição ou com um texto bíblico, usando o seguinte plano: De a cada membro
da classe uma cópia do ponto a ser discutido ou texto a ser interpretado. De
alguns minutos para que cada um possa escrever suas ideias Depois distribua a
classe em grupos de três ou quatro, a fim de falarem do que escreveram. Cada
grupo deverá escolher um membro para apresentar as opiniões do grupo, quando a
classe se juntar novamente. Depois de quatro ou seis minutos, junte a classe e
deixe que os grupos falem da conclusão a que chegaram. A medida que cada
representante expuser suas ideias, anote-as no quadro de escrever. Conclua a
discussão fazendo um resumo do trabalho apresentado pelos grupos. Esta dinâmica
de grupo envolve toda a classe e promove valiosas ideias para o desenvolvimento
da lição.
SUBSÍDIO HISTÓRICO
“Zedequias, entretanto, era o rei de facto
de todo o Judá deixado na terra em 597. Mau como foram seus irmãos, ele não
atentou para as admoestações do profeta Jeremias, para aceitar a soberania dos
babilônios como a vontade de Deus para a nação. Rebelou-se contra
Nabucodonosor, ocasionando o desastre fatal para o reino. Não é possível
precisar esta data (ver Ez 17.11-18), mas em 588, Nabucodonosor lançou um
ataque contra Jerusalém, por meio de um cerco que culminou na queda da cidade e
no fim da monarquia judaica, em julho de 586 (2 Rs 25.2-7).
Zedequias conseguiu escapar por uma abertura
na muralha da cidade e fugiu para os lados de Jericó, mas logo foi capturado e
conduzido à presença de Nabucodonosor que, na ocasião, estava alojado na Síria,
na cidade de Ribla. Nesta cidade, o rei de Jerusalém teve de presenciar a
execução de seus filhos. Depois, vazaram-lhe os olhos e conduziram-no assim
para Babilônia” (MERRILL, Eugene H. História O de Israel no Antigo Testamento:
O reino • de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007, p.480).
CONHEÇA MAIS
“Não há acontecimento tão funéreo e triste
para os judeus como a destruição de Jerusalém, Em 586 a. C., Nabucodonosor
invade o Reino de Judá, destrói Jerusalém e deita por terra o Santo Templo.
Termina, assim, a fase áurea da mais amada e cobiçada das cidades. Após setenta
anos de exílio e de vergonha. Jerusalém é reconstruída por Esdras e Neemias
ressurge no Santo Templo. No entanto, é apenas uma sombra do imponente
santuário erguido por Salomão. Para saber mais leia: Geografia bíblica. Rio de
Janeiro: CPAD, 2001, p.215.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“Contrariamente à súplica de Jeremias e
Ezequiel, que convocaram à submissão, os últimos reis de Judá se opuseram aos
babilônios. Na terceira vez que as forças babilônicas apareceram diante de
Jerusalém, Nabucodonosor ordenou que a cidade e o seu povo fossem destruídos, e
que a maior parte do seu povo fosse levada para o cativeiro. Os poucos que
restaram assassinaram o governador babilônio e sua guarnição, e fugiram para o
Egito, deixando a terra vazia dos descendentes de Abraão. Superficialmente, o
cativeiro babilônico parece uma grande tragédia. No entanto, ele provou ser uma
bênção incomum. Na Babilônia os judeus se voltaram para as Escrituras a fim de
entender o que lhes acontecera.
De forma decisiva rejeitaram a idolatria;
depois do cativeiro a nação nunca mais foi atraída para a adoração a falsos
deuses. E enquanto estavam na Babilônia, o sistema de estudo e oração nas
sinagogas foi instituído; um sistema que manteve o foco de Israel nas
Escrituras até o dia de hoje. Mesmo no mais terrível dos juízos Deus permaneceu
verdadeiro ao seu compromisso em fazer o bem ao seu povo. Não obstante o que
acontecer a você e a mim, sabemos que Deus tem um compromisso conosco. Ele nos
ama, e nos fará o bem” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.227).
CONCLUSÃO
A experiência do reino de Judá no cativeiro é
uma triste lição para todos os crentes. Quando os “falsos deuses” ocupam o
coração de uma pessoa, ela se torna cativa de suas escolhas erradas. A boa
notícia é que, pela misericórdia de Deus, Judá retornou à sua Terra Prometida.
Deus ainda usa suas misericórdias para com seu povo. Elas não têm fim. “Novas
são cada manhã” (Lm 3.23).
CPAD – Adultos – Tema Do Trimestre: O Plano Divino
para Israel em meio à Infidelidade da Nação
| Lição 13: O
Cativeiro de Judá
13
O estágio final do Reino de Judá, também
chamado de Reino do Sul, foi protagonizado por quatro reis vassalos, que agiram
malignamente segundo a avaliação religiosa do autor dos Reis, e por um bom
último governador. O primeiro rei foi Jeoacaz, filho do reformador Josias.
Jeoacaz praticou muitas iniquidades, a despeito do zelo do seu pai. Como início
do declínio do reino, foi feito vassalo do Faraó-Neco, que impôs pesados
tributos sobre Judô, na quantia de três toneladas e meia de prata e 35 quilos
de ouro. O Faraó ainda o tirou do trono, levou-o para o Egito e, no seu lugar,
colocou Jeoaquim, que impôs unia carga de impostos sobre o povo para dar canta
dos tributos do Faraó. Igualmente, Jeoaquim foi um mau rei no sentido de não
servir ao Senhor.
No
reinado de Jeoaquim, aconteceu a primeira leva de prisioneiros para a Babilônia
em 605 a.C. Nessa ocasião, dentre os cativos, levaram o profeta Daniel. Nessa
data, começa a contagem de 70 anos de cativeiro da profecia de Jeremias, que
terminaria em 586 a.C. sob o reinado de Cria Quando Jeoaquim rebelou-se contra
Nabucodonosor, rei da Babilônia, achando que poderia livrar-se dele, a Bíblia
informa que Deus enviou contra ele revolucionários caldeus, siros, moabitas e
amonitas. Segundo a profecia de Jeremias, Jeoaquim seria arrastado e morto como
um animal para fora da cidade, sem um sepultamento digno de um rei, o que
aconteceu de fato.
Com a
morte de Jeoaquim, o seu filho Joaquim assumiu o trono. Com três meses de
reinado, Nabucodonosor veio debelar a rebelião que o seu pai havia iniciado,
fazendo o cerco a Jerusalém em 597 a.C., levando cativas dez mil pessoas entre
nobres e artesãos, pessoas que tivessem alguma utilidade e das classes mais
altas. Dentre eles, foi deportado o profeta Ezequiel, mas o seu ministério
iniciaria somente na Babilônia Nabucodonosor levou todos os tesouros do Templo
de Salomão e da casa do rei.
No lugar de Joaquim, Nabucodonosor
estabeleceu como rei vassalo a Zedequias, parente de Joaquim, cujo nome
significa "Jeová é justo" ou "justiça de Jeová", numa
alusão ao que Jeová estava fazendo com Judá de forma justa. Zedequias, porém,
rebelou-se contra a Babilônia, o que acarretou num novo cerco babilônico, que
durou 18 meses; e, finalmente, a terceira leva de cativos ocorreu em 586 a.C.
com a queda final de Jerusalém A Babilônia também levou todo o restante das
riquezas do Templo e de Jerusalém, bem como os ~aios do Templo.
Para
governar a cidade, Nabucodonosor deixou Ctedalias, um aliado de Jeremias e da
politica pró-babilônica, motivo pelo qual foi indicado pelo Império Babilônico.
Mas, como tinha um espírito pacífico e era um pouco ingênuo (Jr 13.16), uma
conspiração tirou-lhe a vida, o que apavorou todo o povo de Judá, que teve de
fugir para o Egito para evitar a fúria de Nabucodonosor. Nessa fuga, o profeta
Jeremias foi levado forçadamente a contragosto para o Egito.
I. 0 DECLÍNIO
ESPIRITUAL DE JUDÁ
1. Os Avisos
dos Profetas
Vários
profetas haviam predito a ruína de Jerusalém, incitando o povo ao
arrependimento para que a justiça divina não agisse contra o povo, a Cidade
Santa e o Templo, mas todos os avisos foram em vão. Dentre os profetas
pré-exilicos do Reino do Sul, podemos citar Miqueias, Sofonias, Naum e
Habacuque. Joel e Obadias profetizaram bem antes do exílio. Isaías foi o maior
profeta em período anterior ao exliico de Judá, e Jeremias anunciou, acompanhou
e relatou todas as atrocidades dos cercos babilônicos e da sorte dos cativos.
Ezequiel e Daniel atuaram no exalo.
A definição de profeta no Antigo Testamento
hebraico é rabi, que significa propriamente profeta, mas também visionário,
vidente. A profecia servia para declarar os pensamentos e conselhos do Senhor
com uma palavra divinamente ungida para uma situação específica A vocação
profética no Antigo Testamento contava com três elementos em comum:
a) Forte experiência de Deus, como Isaías, no
Templo, e Jeremias, que se assustou diante da responsabilidade: "sou como
unia criança";
b)
Estavam convictos de que Deus chamava-os a uma missão: Jeremias como fogo
devorador nos seus ossos (Jr 20.9); Amós disse que Deus rugiu como um leão no
seu interior (Ara 3.8);
c) A
experiência com Deus causou profunda mudança na vida dos profetas: Jeremias, de
unia desencorajada criança, passa a denunciar o culto idólatra e o paganismo;
para outros, a experiência foi tão forte que guardaram a data: Ezequiel, no 5°
dia do 5° ano da deportação.
Os
profetas tinham um caráter de denúncia da injustiça, da opressão e do pecado e
apelavam à consciência do povo, mas especialmente aos lideres, indicando que os
fatos denunciados, bem como a idolatria, estavam chegando na medida de Deus
enviar o seu juízo, o que, de fato, aconteceu com o cativeiro babilônico. A
necessidade deles no Antigo Testamento é pela quase ausência da palavra
escrita, necessitando-se de arautos orais dos oráculos divinos.
O poder da verdadeira profecia, conforme o
modelo bíblico do Antigo Testamento, está no fato de alertar para o futuro e
denunciar o presente (como a maioria dos profetas do Antigo Testamento fizeram)
com as suas mazelas sociais, corrupção, pobreza, manipulação da religião, falso
moralismo, opressão dos pobres e minorias, injustiças e outras formas de
opressão maligna na sociedade.
2. Previsão dos
Acontecimentos Exílicos
O
profeta Habacuque previu detalhes de como seria o exército babilônico e as suas
estratégias de guerra:
Vede entre as
nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo, em vossos
dias, uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada. Porque eis que
suscito os caldeus, nação amarga e apressada, que marcha sobre a largura da
terra, para possuir moradas não suas. Horrível e terrível é; dela mesma sairá o
seu juízo e a sua grandeza. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os
leopardos e mais perspicazes do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros
espalham-se por toda parte; sim, os seus cavaleiros virão de longe, voarão como
águias que se apressam à comida. Eles todos virão com violência; o seu rosto
buscará o oriente, e eles congregarão os cativos como areia. E escarnecerão dos
reis e dos príncipes farão zombarias; eles se rirão de todas as fortalezas,
porque, amontoando terra, as tomarão. Então, passarão como uns vento, e
pisarão, e se farão culpados, atribuindo este poder ao seu deus. (Hc 1.5-11)
O ministério de Jeremias foi o mais
importante durante os episódios do cativeiro. Iniciou-se durante o reinado de
Josias e esteve ativo durante os próximos quatro reis; portanto, acompanhou
cinco reis. Ele profetizava na porta do Templo (cap. 7), tanto para o povo, quanto
para a classe dominante. A sua formação para ser sacerdote permitiu-lhe ser sim
homem culto; por isso, os seus escritos são de unia literatura rica e cheia de
trocadilhos, como este: em 23.10, ele usa Imo trocadilho no hebraico para
profetas = nebrim (sing. navi) e adúlteros = mena'pim, referindo-se aos muitos
profetas falsos que antecederam a última leva de cativos em 586 a.C., que
anunciavam que a Babilônia não voltaria mais, o que encorajou alguns reis a
rebelarem-se contra o império. O falso só existe porque há o verdadeiro; o
falso só se manifesta no meio do verdadeiro, tomando a forma deste. Nem sempre
a maioria e a liderança estão certas nas suas opiniões — é o caso de Jeremias,
pois ele era minoria O próprio Jesus cita as palavras de Jeremias, mostrando
como ele pode ser contemporâneo até para nossos dias ainda: "É, pois, esta
casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos?
Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o Senhor" Of 7.11; ver Mt 21.13; Mc
11.17; Lc 19.46).
Havia
muita confusão no tempo de Jeremias entre o que era, de fato, Palavra de Deus e
o que era falso. Havia muitas vozes discordantes, exatamente como é hoje.
Assim, precisamos prestar muita atenção para discernir a Palavra de Deus.
Jeremias é atualissimo quando fala desses falsos profetas:
Assim diz o
Senhor dos exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós
profetizam; ensinam-vos vaidades e falam da visão do seu coração, não da boca
do Senhor. Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse Paz tereis;
e a qualquer que anda segundo o propósito do seu coração, dizem: Não virá mal
sobre vós. )Jr 23.16,17)
A proliferação de falsos profetas ocorre por causa de
crentes e líderes que não conhecem verdadeiramente o Senhor em uma sociedade
consumista e hedonista. Não foram libertos da ganância e, por isso, querem
ouvir palavras de prosperidade da parte do Senhor. Jesus referiu-se a esses
falsos profetas quando disse:
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele Dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não
expulsamos demónios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então,
lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade. (Mt 7.20-23)
Jeremias foi muito enfático e assertivo nas
suas predições: "Porque o meu povo fez duas maldades a mim me deixaram, o
manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm
as águas" (Jr 2.13). A profundidade das profecias chocaram as autoridades
da época, que retaliaram várias vezes contra a vida do profeta.
3. Motivos do
Cativeiro
O
cativeiro aconteceu especialmente por cama da liderança Em todo o livro dos
Reis, o autor sagrado deixa isso transparecer, culminando a ideia num momento
de esperança frustrada com a reforma de Josias, que enfatizava que o problema
da perdição não estava no povo, mas na liderança. Essa ideia é corroborada por
vários profetas como visto neste capítulo; dentre eles, está Miguel.:
Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de
Jacó, e vós, maiorais da casa de Israel, que abominais o juízo e perverteis
tudo o que é direito, edificando a Sião com sangue e a Jerusalém com injustiça.
Os seus chefes dão as sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por
interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao
Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.
Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um campo, e Jerusalém se
tomará em montões de pedras, e o monte desta casa, em lugares altos de um
bosque. (Mq 3.9-12)
Jeremias também evidencia a liderança como
causadora do
cativeiro:
"Os
sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me
conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram
por Baal e andaram após o que é de nenhum proveito" (Jr 2.8).
Após vários avisos, a começar pelo do profeta
Elias de forma oral até os profetas que escreveram os sem vaticínios, todos
alertaram contra o terrível pecado da idolatria, que tira o Senhor do seu devido
lugar e entroniza deuses criados pela imaginação humana. Além da idolatria,
havia o derramamento de sangue inocente que vários reis praticaram, como o caso
de Manasses; a questão da justiça social denunciada por vários profetas (Hc
1.2-4); a não observância do descanso sabático pelas pessoas e também da terra;
além da morte de vários profetas, o que foi denunciado por Jesus: "para
que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde
o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que
matastes entre o santuário e o altar" (Mt 23.35).
A situação de Judá foi uma triste realidade
para uns povo que recebeu tantas profecias, avisos e oportunidades de
arrependimento. A situação de rebeldia era tão periclitante que, quando Deus
mandou o profeta Jeremias registrar pela primeira vez as suas profecias em um
rolo de livro, e após Banque, o ajudante de Jeremias, ler o seu conteúdo na
porta do Templo diante de todo o povo, embora tenha caído um grande temor sobre
os príncipes, o mesmo não aconteceu com o rei, pois mandaram Jeremias e Banque
esconderem-se com receio de serem mortos:
E
sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-o o rei com um
canivete de escrivão e lançou-o ao fogo que havia no braseiro, até que todo o
rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro. E não temeram, nem
rasgaram as suas vestes o rei e todos os seus servos que ouviram todas aquelas
palavras. (Jr 36.23,24) A razão para o desprezo [da mensagem] pode estar no fato
de ele não haver sido propriamente infligido pelos babilônios, embora
Nabucodonosor lhe tivesse exigido um pesado tributo e deportado um número de
prisioneiros importantes. Certamente sentia que desfrutava de proteção em
virtude de ser uns vassalo da Babilônia
O autor de Reis afirma: "O Senhor não o
quis perdoar" (2 Rs 24.4), porque já havia chegado a um tal nível de
deterioração que seria impossível o povo voltar-se novamente para Deus, a não
ser que fossem severamente castigados para refletirem sobre o mal cometido.
Outra afirmação forte de Reis é que o Senhor rejeitou-os da sua presença (2 Rs
24.20), o que também é corroborado pelo profeta Jeremias (6.20). Deus chegou a
chamar Jerusalém de Crimorra (Jr 23.14; Is 1.9,10)! Se Ele chamou assim a sua cidade
escolhida, então vale a pena atentarmos para nossa situação de enxertados na
oliveira e vivermos uma vida digna da glória de Deus (Rrn 11.17,18,21).
II. A OBSTINAÇÃO DE ZEDEQUIAS E A SUA QUEDA
Zedequias, o último rei de Judô, não entendeu
a situação em que estava Judá, não ouviu o profeta Jeremias (38.14-28), nem
mesmo discerniu que o tempo do fim havia chegado, que Judá iria para o
cativeiro, que a potência mundial da época, a Babilônia, não pouparia uma nação
enfraquecida e teimosa, com rebeliões facilmente sufocadas. Vejamos quais os
males de Zedequias:
(i) Ele não
estava disposto a ouvir a palavra de Deus através de Jeremias; (ii) ele quebrou
um juramento feito em nome de Javé como vassalo da Babilônia; (iii) ele não
estava arrependido e nem falou em impedir os líderes e sacerdotes de profanar o
templo com a reintrodução de práticas de idolatria.
Além disso, Zedequias fez constantes ameaças
a Jeremias e tentou manter o profeta sob as suas ordens. Todavia, o homem de
Deus não se deixa corromper. Jeremias não omitiu nenhuma palavra do Senhor para
o rei. Ele pagou um alto preço, ficou por um tempo preso no pátio da guarda
real e um tempo atolado na lama de uma cisterna recebendo apenas pão para
comer.
1.
Ouvidos Moucos aos Avisos dos Profetas
Tanto
o rei Zedequias quanto o povo de Judá estavam tão confiantes na sua
religiosidade e preferência divina em relação às demais nações, porque tinham
instituições religiosas fortes e um templo magnífico, que achavam que nunca
seriam destruídos, ao que o profeta vaticinou: "Não vos fieis em palavras
falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor" (Jr
7.4). Havia uma falsa segurança baseada no magnífico Templo de Salomão. Da
mesma maneira, hoje em dia, não é a grandiosidade de uma religião, ou a solidez
das suas instituições, ou mesmo a linhagem real dos sem lideres que poderão
prevalecer, a não ser que a vontade de Deus seja feita era todas as coisas e
Ele esteja entronizado em detrimento dos falsos deuses, que entrara
sorrateiramente em qualquer estrutura religiosa, por mais pura e santa que ela
seja. Não faltaram avisos do profeta Jeremias de que haveria uma chance se os
seus ouvidos voltassem imediatamente para o que Deus estava dizendo:
Mas, se
deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras fizerdes
juízo entre um homem e entre o seu companheiro, se não oprimirdes o
estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar,
nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal, eu vos farei habitar
neste lugar, na terra que dei a vossos pais, de século em século (Jr 7.5-7).
2.
A Rebelião contra a Babilônia
O rei
Zedequias, que havia sido imposto no trono pelo próprio Nabucodonosor,
rebelou-se contra a Babilônia, embora Jeremias tenha-o advertido várias vezes
que não fizesse isso, pois as consequências seriam graves. Esse ato violou o
juramento de lealdade a Nabucodonosor que o rei fizera diante de Jeová (Ez 17).
A rebelião foi apoiada por alguns influentes servidores da corte real, favoráveis
à influência egípcia, cujo poder nessa época estava sendo desfeito pelo Império
Babilônico. Zedequias achava que teria forças para lutar contra o império e
queria mostrar coragem, mas isso somente aumentou a fúria do imperador, que
sitiou Jerusalém por 18 meses até a sua queda final.
Embora
o rei tenha desobedecido à palavra de Jeremias, parece que lhe era favorável
algumas vezes. Apesar de ter mantido o profeta preso, o rei chamou-o diversas
vezes para tomar conselho com ele. Em todas as vezes, porém, Jeremias
informava-o de que a sentença de Jeová estava posta e de que o melhor a fazer
seria render-se à Babilônia. Isso demonstra que Zedequias tinha um caráter
volúvel e fraco, estava cercado de conselheiros bajuladores e com interesse
próprio. O profeta Ezequiel chama Zedequias de "profano e ímpio príncipe
de Israel" (Ez 21.25).
Jeremias advertiu o rei Zedequias que, caso se
rendesse livremente aos babilônios, a sua integridade seria poupada; mas, como
ele não quis ouvir o profeta, o exército babilônio invadiu Jerusalém. Zedequias
fugiu, mas foi apanhado. Os babilônios mataram os filhos de Zedequias na sua
frente, bem como todos os príncipes de Judá, e vazaram-lhe os olhos — Jeremias
avisou que veria Nabucodonosor (Jr 32.4; 34.3), e Ezequiel predisse que ele não
veria a Babilônia, embora estivesse lá (Ez 12.13) —, ataram-no com cadeias de
bronze e levaram-no para a Babilônia.
III. JERUSALÉM É CERCADA E LEVADA CATIVA
1.
As Invasões e os Cercos
Os babilônios conquistaram as nações de uma
forma que nunca havia ainda sido vivenciado no mundo antigo. Nada os detinha.
Eles estavam determinados a tomarem-se os senhores do mundo e podiam fazê-lo
não somente pela grandeza do seu exército e instituições sólidas, mas também
porque eram autossuficientes. Foi esse poderio babilônico que cercou, invadiu,
destruiu e reduziu Jerusalém a cinzas e lembranças. Essa destruição foi
profetizada e permitida pelo Senhor Deus: "E, na verdade, conforme o
mandado do Senhor, assim sucedeu a Judá, que o tirou de diante da sua face
44" (2 Its 24.3).
2. A Destruição da Cidade e do Templo
Depois
de investidas assírias, egípcias e três investidas babilônicas, a grande e
imponente cidade de Jerusalém estava completamente arrasada. Durante o cerco a
Jerusalém, que durou 18 meses, ninguém podia entrar nem sair da cidade. Os
alimentos que havia em estoque foram sendo consumidos, os animais foram sendo
abatidos e comidos, até que não restou mais alimento. A cidade, então, estava
numa situação de extrema pobreza e miséria Foi nesse momento que o exército da
Babilônia rompeu uma brecha do muro e entrou na cidade.
O
Templo, que havia funcionado durante 380 anos, foi completamente saqueado,
destruído e queimado com a invasão babilônica. A glória de Israel foi embora.
Jerusalém
caiu, apesar dos esforços de Yahweh por meio de seus profetas, de restaurar o
seu povo. Mas eles escarneceram de suas palavras até que não mais houve remédio
senão a destruição e deportação (2 Cr 36.15,16). Havendo rejeitado a postura de
filhos da aliança servos de Yahweh, a comunidade judaica espalhada pelo
cativeiro agora cumpriria o papel de escravos em terra estranha. Somente quando
se cumprisse o tempo da disciplina, o povo poderia sonhar com o retorno à sua
terra. Então reassumiria a responsabilidade de ser verdadeiramente a nação
santa e o povo de Deus.
A visão de Ezequiel dá conta de que a
tragédia principal não foi apenas a deportação. Foi pior do que isso, pois a
glória de Deus havia sido retirada do Templo e para lá nunca mais voltaria
"E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o
monte que está ao oriente da cidade" (Ez 11.23). Somente na era escatológica
é que a glória do Senhor voltará ao Templo, dessa vez na própria presença do
Senhor Deus da glória por meio do Messias:
[...]
e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o
Senhor dos Exércitos. [...1 A glória desta última casa será maior do que a da
primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor
dos Exércitos (Ag 2.7,9).
A destruição final de Jerusalém aconteceu
após a terceira investida babilônica, com a queima do Templo, do palácio real e
dos edifícios importantes, bem como a leva dos restantes, inclusive os
sacerdotes.
2.
A Matança, o Cativeiro, a Peste e a Pobreza
A
situação de Jerusalém e dos habitantes de Judá ficou deplorável com a última
invasão babilônica. Todos os nobres, príncipes e ricos foram deportados para a
Babilônia, ficando somente os pobres na terra que não tivessem condições de
incitar unia rebelião. O profeta Jeremias foi levado cativo até unia parte do
caminho. Depois, por benevolência de Nabucodonosor, pôde escolher entre ser
levado cativo ou voltar para Jerusalém. Como ele não tinha forças emocionais para
decidir-se diante de tamanha desolação, o general babilônico ordenou-lhe que
voltasse para Jerusalém Nessa caminhada de cativos, Jeremias contemplou com
tristeza as correntes com que as pessoas nobres e mais influentes de Judá
estavam sendo oprimidas e humilhadas. Estavam todos atados, de cabeça baixa,
moribundos e sendo conduzidos como animais para longe de Jerusalém, a cidade
amada.
O
livro das Lamentações de Jeremias descreve as cenas deploráveis vistas por
Jeremias (Lm 2.20; 4.3-10). Ele sugere que a fome chegou a tal ponto que as
mães poderiam comer os seus próprios filhos; que Jerusalém ficou solitária; que
chorava inconsolável; os sacerdotes suspiravam de desespero; as virgens
desesperançadas estavam sentadas sem forças pelos caminhos; a língua das
crianças ficava colada no paladar por causa da sede; crianças pediam pão, e
ninguém lhes dava; pessoas estavam desfalecendo nas mas; os nobres abraçavam-se
com esterco; por causa da fome, a pele das pessoas estava enrugada, escura e
colada nos ossos; os mortos eram louvados porque tiveram melhor sorte do que os
que foram cativos mi ficaram em Jerusalém.
Os
pobres que sobraram na terra foram liderados, por ordem de Nabucodonosor, por
Geconias, mas, após o assassinato deste, todo o restante do povo apavorado
fugiu para o Egito. Nessa fuga, forçaram o profeta Jeremias a ir junto para que
a sua vida fosse poupada, embora Jeremias fosse pró-babilônia e Nabucodonosor
soubesse disso. Jeremias foi levado a contragosto e advertiu severamente os
principais lideres que sobraram para que não fugissem para o Egito, pois lá sim
seriam mortos; se ficassem em Jerusalém, seriam poupados da espada e da fome
(Jr 42.7-43.13).
Assim, quatro flagelos caíram sobre todo o
povo, sem escapar ninguém: morte por cama da guerra, do cerco babilônico e da
invasão de Jerusalém; os nobres e artesãos que sobraram foram levados cativos
para a Babilônia; os que ficaram eram os mais pobres, que empobreceram mais
ainda; e a peste vitimou muita gente por causa das péssimas condições de
alimentação e abandono. Um dos livros bíblicos que retrata esse cenário com
muita propriedade é Lamentações de Jeremias.
3.
A Esperança Profetizada
O
desespero retratado por Jeremias tomou conta de todos, que, no caso de Judá,
foi o lamentável ocorrido da destruição da cidade e da ida para o emalo. Mas o
desespero pode ser a simples e silenciosa ausência de sentido, de perspectiva,
de futuro, de ideal ou de sonhos. Embora ele tenha lamentado profundamente a
destruição da cultura, da religião, dos lugares sagrados e da habitação do povo
de Judá, a princípio, num gesto de autocomiseração e autopiedade, ele depois se
lembrou de algo bom que aconteceria adiante. Ele escreveu um dos livros mais
tristes de toda a Bíblia, Lamentações, mas nas suas lamentações ele lembrou-se
do Senhor, o que lhe permitiu praticar a resiliência presente na esperança;
As misericórdias do Senhor são a causa de não
sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada
manhã; grande é a tua fidelidade. [...I Bom é o Senhor para os que se atêm a
Ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a
salvação do Senhor. (Lm 3.22-23, 25-26)
Ele disse ainda "Porque eu bem sei os
pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal,
para vos dar o fins que esperais" (Jr 29.11-14). A palavra esperança tem
vários sentidos no hebraico. Pode ser tôhelek simplesmente esperança; kesel,
confiança relacionada com a fé; mabbat, esperança ou expectativa para aqui, que
se faz com os olhos, de voltar os olhos para algo; ra' â, ver, contemplar,
designando tanto a ação em que o homem olha para Deus quanto de Deus olha para
o homem, e saber, livramento que tem em si a capacidade de dar segurança a
alguém (S1 119) e torná-lo feliz (S1 146). De maneira geral, esperança seria a
disposição do espírito que nos induz a esperar uma coisa boa e agradável que se
há de realizar ou suceder.
O profeta
Isaías, manto antes de Jeremias, já havia sido alertado por Deus da desolação
que haveria de acontecer e no fato de que Judá não ouviria a voz de Deus. Mas
ele também foi informado de que, dos troncos decepados e queimados, brotaria a
esperança o tronco de Jessé (Is 6).
Assim como Jeremias mudou a sua desolação
para um estado de esperança, também o cristão, diante das suas dificuldades e
enfrentamentos, desenvolve essa mesma atitude esperançosa, pois a falta de
esperança produz a tristeza, que leva ao abatimento e à frustração, que leva a
fraqueza, ao desânimo e ao cansaço de não querer ser o que Deus pema que
podemos ser. Paulo sabia dos sofrimentos que todo o universo enfrenta por causa
do pecado, mas também manifestou a esperança da redenção:
Porque sabemos que toda a criação geme e
está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que
temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo (Rra 8.22-25).
A prova mais certa para termos motivos de
esperança é a ressurreição de Cristo: "Cristo em vós, esperança da
glória" (C11.27). Assim, nossa esperança está além-mundo: "Se
esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os
homens" (1 Co 16.19). Essa esperança não é conformista do estado presente,
mas antecipa o Reino de Deus do "ainda não" para o "já
agora", trazendo uma atitude ativa de mudar as circunstâncias difíceis por
meio de atitudes de esperança. Para a vida aqui, enquanto se espera o Reino de
Cristo, as bem-aventuranças são a garantia da esperança.
A anunciação do evangelho sempre deve
envolver desespero diante do pecado humano e esperança diante de "tão
grande salvação" preparada por ele — em contraste com a falsa esperança no
"aqui e agora" anunciada por falsos profetas. Pois, sempre que a
esperança é colocada em efemeridades, ela traz frustrações. "Porque, em
esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o
que alguém võ, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com
paciência o esperamos" (Rm 8.24,25). Assim, nossa esperança é paradoxal:
É-nos
prometida a vida eterna — a nós, que estamos mortos; é-nos anunciada uma feliz
ressurreição, mas, enquanto isso, estamos cercados de corrupção; somos chamados
justos e, não obstante, reside em nós o pecado; ouvimos falar de uma felicidade
indizível e, enquanto isso, somos aqui oprimidos por uma miséria sem fim;
abundância de todos os bens nos é prometida, mas só somos ricos de fome e sede.
O que seria de nós se não nos apoiássemos na esperança, e se nossos sentidos
não se dirigissem para fora deste mundo, no caminho iluminado pela palavra e
pelo Espírito de Deus em meio a essas trevas?
Caminhamos entre realismo e esperança;
porém, muitas vezes, o realismo nada mais é que pessimismo. Somente a esperança
pode ser chamada de realista, porque, em Cristo, somente ela toma a sério as possibilidades
que enchem tudo o que é real com a realidade do Reino de Deus que ainda virá,
mas que já está. Por isso, a esperança é um fruto da fé.
Quando estivermos desanimados, nossa esperança
deve repousar em Deus "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te
perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a
salvação da minha face e o meu Deus" (S1 42.11). Na esperança, motivam-se
outras boas virtudes: a fé e o amor, que vêm "por causa da esperança que
vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da
verdade do evangelho" (G 15). A esperança cresce quando nos lembramos da
promessa da ressurreição. "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes
acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que
não têm esperança" (1 Ts 4.13).
O
PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO: as correções e os
ensinamentos divinos no período dos reis de Israel
CLAITON INVAN POMMERENING
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