Objetivos Geral
Pontuar o Avivamento gerado
por Josias.
Objetivos
Específicos
Abaixo, os objetivos
específicos, referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo refere-se aos tópicos com os seus respectivos subtópicos
Destacar a dedicação de Josias na destruição dos ídolos;
Evidenciar o encontro de Josias com o livro da Lei
Identificar o retorno da celebração da Páscoa
Texto Áureo
“Então, disse o sumo sacerdote Hilquias
ao escrivão Safã; Achei o livro da Lei na Casa do Senhor. E Hilquias deu o
livro a Safã , e ele o leu ”
(2 Rs 22.8)
Verdade
Prática
Nos dias de hoje, Deus ainda
levanta homens e mulheres dispostos a combater a cultura da idolatria que se
perpetua através das gerações.
Leitura Bíblica em Classe
2 Reis 22.3-5,8;23.2-5,21,22,25
3- Sucedeu que, no ano décimo oitavo do rei Josias, o
rei mandou ao escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à casa do
Senhor, dizendo:
4- Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o
dinheiro que se trouxe à casa do Senhor, o qual os guardas do umbral da porta
ajuntaram do povo,
5- E que o deem na mão dos que têm cargo da obra, e
estão encarregados da casa do Senhor; para que o deem àqueles que fazem a obra
que há na casa do Senhor, para repararem as fendas da casa;
8- Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão
Safã: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safã, e
ele o leu.
2- O rei subiu à casa do Senhor, e com ele todos os
homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e
todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as
palavras do livro da aliança, que se achou na casa do Senhor.
3- E o rei se pôs em pé junto à coluna, e fez a
aliança perante o Senhor, para seguirem o Senhor, e guardarem os seus
mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, com todo o coração e com
toda a alma, confirmando as palavras desta aliança, que estavam escritas
naquele livro; e todo o povo apoiou esta aliança.
4- E o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, aos
sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta, que tirassem do
templo do Senhor todos os vasos que se tinham feito para Baal, para o bosque e
para todo o exército dos céus e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de
Cedrom e levou as cinzas deles a Betel.
5- Também destituiu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, como também os que queimavam incenso a Baal, ao sol, à lua, e aos planetas, e a todo o exército dos céus.
21- O rei deu ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a
páscoa ao Senhor vosso Deus, como está escrito no livro da aliança.
22- Porque nunca se celebrou tal páscoa como esta
desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis
de Israel, nem tampouco dos reis de Judá.
25- E antes dele não houve rei semelhante, que se
convertesse ao Senhor com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todas
as suas forças, conforme toda a lei de Moisés; e depois dele nunca se levantou
outro tal.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta lição aprenderemos que
Deus não exige que sejamos bem-sucedidos em todas as coisas que fazemos para
Ele, mas nos chama para sermos totalmente comprometidos e obedientes à sua
Palavra. A despeito dos 31 anos de reinado de Josias, Judá não mudou de direção
nem abandonou seus maus costumes. Entretanto, os constantes esforços desse
grande rei para servir ao Senhor com fidelidade lhe renderam a honra divina. O
castigo de Judá somente veio depois da morte de Josias.
Ponto Central:
Não importa o quão distantes estamos de Deus, sempre podemos nos aproximar.
INTRODUÇÃO
Josias foi o último dos reis
justos de Judá. Nunca houve um rei como ele que se voltasse para o Senhor de
todo o coração. Este grande monarca e fiel homem de Deus expurgou o país de
todas as falsas divindades ali colocadas por seus ancestrais. E ao saber que o
livro da Lei havia sido encontrado dentro do Templo, iniciou em seu reino a
maior e mais impactante renovação espiritual vista entre todas as tribos de
Israel.
SUBSÍDIO DIDÁTICO -PEDAGÓGICO
Para alcançarmos os objetivos
fundamentais que formulamos, quais deverão ser os nossos objetivos imediatos? O
que planejamos fazer neste trimestre, neste mês, nesta lição? Esses planos
variam com as situações. Os interesses e as necessidades de nossos alunos
deverão determinar nossos objetivos para cada lição em particular, muitas vezes
o comentarista da lição fundamental. Essas metas poderão ou não coincidir com as necessidades da
classe. Por isso, deve o professor determinar seus objetivos de acordo com a
realidade de sua classe. Tendo em mente o assunto da lição a ser ensinada, o
professor poderá perguntar se;
Quais conhecimentos desejo que meus alunos
adquiram?
Quais situações desejo que eles enfrentam?
Quais atitudes e decisões desejam que eles
tomem?
CONHEÇA MAIS
“Atualmente não podemos dizer
que as Escrituras estão perdidas no sentido literal; ao contrário, a Bíblia é o
livro de maior circulação. Contudo é um livro perdido para multidões em todo o
mundo. Mas como foi perdido? Foi perdido por falta de lê-lo às crianças. É só
fazermos perguntas aos nossos filhos e descobriremos que há uma ignorância
surpreendente da Palavra de Deus entre eles. Pode se perder as Escrituras por
causa do pecado. A experiência prova a veracidade do ditado: a leitura deste
Livro evita o pecado, e o pecado evita a leitura deste Livro. Para saber mais
leia: Coleção Lições Bíblicas. Vol. 04. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 615.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“O compromisso religioso
inicial de Josias foi demonstrado por seus esforços para reparar o Templo do
Senhor. Ele – estava desorientado, pois aparentemente durante o reinado de
Manassés a maioria das cópias das escritura do Antigo Testamento foi destruída.
Então na cópia da lei, que alguns acreditam compreender todos os cinco livros
de Moisés, foi achada Um Josias abalado percebeu quão desobediente Judá tinha
sido. Perguntas dirigidas a Hulda, uma profetisa, trouxe de volta a palavra de
que o destino de Judá estava selado. Mas em razão de Josias ter sido humilde e
sensível a Deus, o desastre viria apenas depois de sua morte. Deus ainda está à
procura de pessoas que estão abaladas pelo abandono da sociedade sobre os
princípios bíblicos de santidade e de justiça.
Quando formos humildes e sensíveis, Deus
nos abençoará individualmente a despeito do que possa acontecer a nossa terra.
O zelo de Josias era tão grande que ele começou a livrar Judá de todas aquelas
práticas contra as quais a Palavra de Deus falava. A lista das suas ações
sugere a extensão da apostasia de Judá. O que podemos apreciar sobre Josias é o
seu exemplo de total compromisso. Nenhum de nós poderia fazer um pedido mais
importante do que sermos como Josias, que ‘se [converteu] ao Senhor com todo o
seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças’ (23.25).
O reinado de 31 anos de Josias sobre Judá
não mudou a direção da sua nação. Mas os seus constantes esforços para servir
ao Senhor lhe renderam a honra divina. Deus não exige que sejamos
bem-sucedidos. Ele nos chama, porém, para sermos totalmente comprometidos”
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD,
2013, pp. 226,27)
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“[…] Somos informados de que
nunca se celebrou tal páscoa como esta em nenhum dos reinados anteriores, não,
desde os dias dos juízes (v.22), o que, a propósito, insinua que, embora o
relato que o livro de Juízes dá do estado de Israel sob aquela dinastia pareça
apenas melancólico, ainda houve, então, alguns dias dourados. Parece que essa
páscoa foi extraordinária por causa do número e da devoção dos participantes,
de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância das leis da festa.
E não ocorreu agora como na Páscoa de
Ezequias, quando participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a
purificação do santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos
sacerdotes. Nós temos motivos para pensar que durante todo o restante do
reinado de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito
cuidadosamente observadas. Mas nessa páscoa, a satisfação que eles tiveram no
concerto recentemente renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o
renascimento de uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado
recentemente no livro da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou
guardado sem cuidado, os colocou em grande entusiasmo de santa alegria.
E Deus ficou satisfeito em recompensar o
zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da sua presença e
favor. Tudo isso concorreu para fazer nesta páscoa uma festa de destaque”
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester Edição
Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.632).
CONCLUSÃO
Josias fez uma limpeza geral
em Israel, eliminando todas as formas de idolatria instituídas pelos reis que o
antecederam, inclusive o rei Salomão. Este grande monarca e figura do Messias,
foi a promessa de Deus sobre Judá, de que o paganismo não prevaleceria sobre
seus reis, mas que a raiz de Jessé voltaria a brotar (Is 11.1-4; Rm 15.12).
Lição
12: O Reinado de Josias
| EBD -Adultos
| 3° Trimestre De 2021
O Plano Divino
para Israel em meio à Infidelidade da Nação |
Sob a
perspectiva do autor de Reis e Crônicas, Josias foi um dos melhores reis que
Israel teve, pois limpou o Templo de muitas divindades, dos rituais e da
simbologia pagã que haviam colocado nele, a saber: a estaca sagrada
(poste-ídolo), o aposento das prostituições sagradas, lugar onde as mulheres
teciam véus para Aserá, os cavalos e o carro do deus Sol ali colocados pelos
reis de Judá e os altares que os reis de Judá tinham levantado no terraço (2 Rs
23.4-12). Ele também destruiu os altares, os ídolos e os rituais em vários
locais fora de Jerusalém e nos lugares altos das cidades. Fez uma limpeza geral
contra as formas de adoração idólatras que se haviam instalado em Israel e que
foram instituídas pelos reis que o antecederam. Inclusive os altares a deuses
que foram introduzidos por Salomão também foram desfruídos por Josias. Ele
aniquilou toda uma cultura idólatra e trabalhou para que os sacerdotes dessas
divindades também perdessem os seus postos.
O seu
nascimento foi profetizado aproximadamente 300 anos antes, quando um profeta
anônimo foi enviado à Jeroboão enquanto este sacrificava aos seus falsos
deuses, dizendo o que segue:
E eis
que, por ordem do Senhor, um homem de Deus veio de Judá a Betel; e Jeroboão
estava junto ao altar, para queimar incenso. E clamou contra o altar com a
palavra do Senhor e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um. filho
nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os
sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos de homens se
queimarão sobre ti. (1 Rs 13.1,2)
Ele
reinou de 639-609 a.C., foi filho de Amom e neto de Manassés, uni dos piores
reis de Israel em termos de idolatria. Foi esse rei que, acredita-se, mandou
serrar o profeta Isaías ao meio por causa das suas denúncias proféticas contra
a idolatria. Conforme o relato bíblico sobre Manassés:
De mais disso, também Manassés derramou
muitíssimo sangue inocente, até que encheu a Jerusalém de um ao outro extremo, afora
o seu pecado, com que fez pecar a Judá, fazendo o que era mal aos olhos do Senhor.
(2 Rs 21.16)
Essa afirmação bíblica sobre Manassés
demonstra que os descendentes não são necessariamente fadados a repetir os
mesmos erros dos seus antecessores.
A
ascensão de Josias ao trono aconteceu após o assassinato do seu pai, que foi
alvo de uma conspiração, porém os conspiradores foram dominados pelo povo de
Judá, favorável à dinastia davídica, que entronizou Josias aos oito anos de
idade (2 Rs 22.1; 2 Cr 33.25). Certamente, ele reinou por intermédio de tutores
até ter condições de exercer o seu reinado por iniciativa própria, mas o texto
bíblico não indica quem poderia ter sido o seu tutor. Há indicativos de que,
provavelmente, tenha sido um sacerdote do Templo, conto foi no caso de Joás;
daí se explica o seu fervor religioso. O seu nome significa "Yahweh
sustenta", um nome sugestivo diante dos desafios que enfrentou para
reformar a religião verdadeira em Judá. Todavia, o seu reinado também poderia
ter acontecido em corregência com a sua mãe, Jedida.
A
reforma religiosa iniciou-se quando Josias tinha 16 anos de idade e atingiu o
seu clímax quando ele estava reinando há 18 anos— portanto, com 26 anos de
idade. Levou dez anos para pôr em prática todas as mudanças necessárias, desde
que iniciou a reforma (2 Cr 34.3). Como Judá estava em estado de suserania à
Assíria nessa época, foi preciso certa cautela por parte de Josias, além das
pressões internas do reino, que, nessa época, estava completamente contaminado,
e a máquina estatal aparelhada pela idolatria. Decerto, Josias aproveitou-se da
morte de Assurbanipal, rei da Assíria, falecido em aproximadamente 632 a.C.,
para abandonar as divindades do rei soberano e iniciar as reformas.
A
chamada do profeta Jeremias aconteceu durante o reinado de Josias, quando a
reforma já havia iniciado aos 13 anos do seu reinado (Jr 1.2), provavelmente
como tuna consequência da volta à adoração verdadeira a Deus instituída por
Josias. O profeta teceu elogios a Josias como tendo praticado a justiça e ter
atendido ao aflito e ao necessitado (Jr 22.15,16). Jeremias dá uma indicação no
seu livro de que, embora Josias não tenha poupado esforços para levar o povo a
adorar a Deus de forma correta, a idolatria estava tão entranhada no coração do
povo que o profeta continuou profetizando contra tal prática (Jr 2-6)
Depois da morte de Josias, o povo voltou
imediatamente à prática desenfreada da idolatria (2 Rs 23.32, 37), pois os seus
dois filhos que o sucederam foram idólatras. Josias lutou praticamente sozinho
para tirar a nação de Israel do caos politico e da idolatria como jamais fora
visto desde os tempos de Samuel.
Essa dificuldade em exterminar
completamente a idolatria, especialmente no meio do povo, é confirmada pelo
profeta Sofonias, quando este afirma que havia um resto de adoração a Baal que
seria exterminado juntamente com os seus sacerdotes (Sf 1.4-6), referindo-
se ao exílio babilônico. Sofonias foi profeta em
Judá durante o reinado de Josias (1.1); logo, foi contemporâneo de Jeremias. A
chaga de Judá estava purulenta diante de Deus. Embora a reforma de Josias tenha
sido uma das maiores que um rei levou a cabo, Jeremias sabia que o
arrependimento do povo era superficial, pois bastaria Josias morrer para tudo
voltar a ser como era antes. Talvez precisasse de mais uma geração ser
impactada por um bom rei para surtir resultados; foi por isso que Jeremias
profetizou:
Disse-me, porém, o Senhor:
Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com
este povo; lança-os de diante da minha face, e saiam. E será que, quando te
disserem: Para onde iremos? Dir-lhes-ás: Assim diz o Senhor: Os que são para a
morte, para a morte; e os que são para a espada, para a espada; e os que são
para a fome, para a fome; e os que são para o cativeiro, para o cativeiro.
Porque os visitarei com quatro gêneros de males, diz o Senhor: com espada para
matar, e com cães, para os arrastarem, e com as aves dos céus e os animais da
terra, para os devorarem e destruírem. Entregá-los-ei ao desterro em todos os
reinos da terra; por causa de Manassés, filho de Ezequias, rei de Judá, por
tudo quanto fez em Jerusalém. ( Jr 15:1-4)
Josias, portanto, foi a promessa de Deus
sobre Judá, bem como uma figura do Messias vindouro, de que a idolatria não
teria prevalência sobre os seus reis, mas a raiz de Jessé brotaria ainda que a
nação fosse um monte de troncos queimados (ver Is 6.12,13). Infelizmente,
Josias foi morto em campo de batalha contra o Egito, batalha esta que ele não
precisava ter-se envolvido. O profeta Jeremias compôs um lamento pela morte de
Josias, que foi entoado durante um longo tempo pelos judeus (2 Cr 35.25).
I.
JOSIAS REPARA O TEMPLO
Josias mandou que arrecadassem dinhieiro
do povo para a reparação do Templo, que, desde a época de Ezequias, não havia
passado por reformas substanciais. Portanto, o zelo de Josias pela restauração
do culto foi anterior ao achado do livro da Lei, pois este foi encontrado
quando ele já tinha 26 anos de idade, coincidindo com o início da reforma do
Templo. Aos 16 anos, ele já havia sido despertado para começar a adorar no
Templo e, aos 20 anos, começou a reforma religiosa e a destruição dos ídolos e
lugares de culto idólatra.
1.
Achei o Livro
Quando o escrivão do rei foi enviado a
conversar com o sacerdote Hilquias, cujo nome significa "Javé é minha
porção", para iniciar e organizar a reforma do Templo, este lhe comunicou
que havia achado o livro da Lei de Moisés. Hilquias achou o livro, mas não se
mostrou surpreso pelo seu conteúdo, pois tudo indica que tivera contato com ele
anteriormente. O achado do livro dentro do Templo obviamente significa que ele
estava perdido naquele lugar, mas isso parece muito incoerente. Como o livro da
Lei de Moisés poderia ter-se perdido dentro do Templo? Talvez pelo motivo
exposto adiante: de que um escriba zeloso propositadamente o tivesse guardado;
só que o real motivo foi, provavelmente, o descaso para com o livro que a
idolatria sistematizada ocasionou à liderança religiosa e civil. Dessa forma, a
lassidão espiritual e o relaxamento religioso daqueles que deveriam zelar não
apenas pela guarda, mas também pelo cumprimento da Lei fez com que o mais
precioso livro fosse perdido paradoxalmente dentro do lugar onde ele deveria
ser guardado e anunciado com veemência.
A
perda do livro dentro do Templo, portanto, é uma realidade factível ainda hoje.
Seria impossível perder a Palavra de Deus materialmente, pois a temos em
milhões de cópias e, mais recentemente, em meios digitais dos mais variados
tipos e variações. Nunca nos faltarão exemplares físicos ou eletrônicos da
Bíblia, mas, assim mesmo, ela poderá ser perdida cada vez que a negligenciamos,
como bem afirmopu Tiago.
E sede
cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos
discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante
ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si
mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era. Aquele, porém, que atenta bem
para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte
esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. (Tg
1.22-25)
Portanto, é preciso proatividade em relação
à observância, ao cumprimento e à obediência àquilo que a Palavra de Deus diz;
não uma observância exterior e hipócrita, mas uma observância que parte de um
coração adorador. O cerne do entendimento da Palavra de Deus é estabelecer um
relacionamento com o seu autor para compreendê-la espiritualmente, pois o seu
conteúdo é relacional, porque contamos com a presença do seu autor, o Espírito
Santo. As principais mudanças tomadas em nossa vida são feitas num
relacionamento espiritual com a Palavra de Deus e o seu autor.
A
Palavra de Deus serve-nos primordialmente de duas maneiras: (1) através do
confronto, com a sua voz moral e ética, e (2) através do conforto, com a sua
voz amorosa e consoladora. Muitas pessoas veem a Palavra de Deus apenas como
conforto em tempos de angústia, mas ela não serve somente para isso. A sua
função também é causar desconforto diante do pecado e dos desvios da própria Palavra.
Assim, para que ela, de fato, produza conforto permanente, na maioria dos casos
precisará produzir desconforto ao confrontar a miserabilidade do pecador. A
Palavra de Deus cria algo novo em nossas entranhas e gera mudanças de
comportamentos, hábitos, vícios e abandono de pecados. Dessa forma, é preciso
deixar a Palavra ler a alma huillima, invertendo-se a forma natural de leitura.
Por isso, o salmista escreveu: "Guardei no coração a tua palavra para não
pecar contra ti" (Si 119.11, NVI). A versão bíblica A Mensagem substitui
"pecar contra ti" por "entrar em falência", o que demonstra
a impossibilidade de prosperidade humana sem ter a Palavra de Deus como bússola
infalível.
A
perseverança no estudo da Palavra de Deus e a meditação trarão mudanças
significativas ao caráter e aos pensamentos. A vida é regida pelos pensamentos
(estabelecidos pelo ambiente social, familiar e educacional). Assim, se a mente
e o coração estão saturados dela, logo pensamentos equivocados adquiridos
durante a vida podem ser modificados e transformados para uma substancial
melhora na qualidade de vida, como a própria Palavra afirma:
Portanto,
esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair,
seguindo aquele exemplo de desobediência. Pois a palavra de Deus é viva e
eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto
de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e
intenções do coração. (Hb 4.11,12, NVI)
George Müller (1805-1898) disse que se
dedicava a orar com a Bíblia e a meditar nela. Segundo ele mesmo disse,
o resultado quase invariavelmente é que,
depois de uns poucos minutos, minha alma é levada a confessar, ou agradecer, ou
interceder, ou suplicar; de modo que, apesar de eu não me dedicar à oração
diretamente, mas à meditação, ela se transformava quase imediatamente mais ou
menos em oração. [...] O resultado disso é que sempre há tuna boa parte de
confissão, ação de graças, súplica ou intercessão mesclada com minha meditação,
e que meu homem interior é [ alimentado e fortalecido.
Esse mesmo impacto que a Palavra de Deus
trazia para George Müller foi o mesmo da leitura do livro feita pelo rei
Josias. Acredita-se que o pergaminho encontrado no Templo tenha sido
Deuteronômio, pois é nesse livro que Moisés alerta Israel quanto às
consequências drásticas de não seguirem a Lei de Deus (Dt 17.14-16).
Conforme o historiador Eugene H. Merrill, a
teologia liberal afirma que o livro encontrado pode ter sido uma tentativa de
alguns profetas ou sacerdotes incentivarem uma renovação religiosa, escrevendo
um livro e colocando-o estrategicamente no Templo,
E com
propósito de conseguir apoio canônico para suas palavras, atribuíram-nas à Lei
de Moisés. A obra poderia estar relacionada diretamente à tradição mosaica, mas
certamente não fora escrita pelo próprio Moisés, e sim por escribas anônimos do
sétimo século. Talvez ela tenha sido escrita por um movimento secreto nos dias
de Manassés
Essa suposição não se sustenta pelo fato de
que a tradição judaica estabelecia o Pentateuco como de autoria mosaica e
também pelo fato de as autoridades da época, tanto escribas quanto sacerdotes,
não dariam importância para um livro cuja autoridade mosaica era duvidosa e não
possuísse tradição.
Escassez de cópias de manuscritos antigos
talvez fosse o motivo de o livro ter sido perdido, mas, se foi esquecido, então
a situação é pior, pois é mais uma prova de que até mesmo os sacerdotes e
escribas estavam desviados do seu propósito principal de serem os defensores da
Lei de Moisés. Conforme Merril, talvez existissem apenas, em boa parte da história
de Israel, no máximo 12 cópias dos escritos do Antigo Testamento, cujos
exemplares eram cuidadosamente preservados de guerras, catástrofes, furtos,
destruição proposital ou até mesmo desintegração devido ao tempo e ao manuseio.
Certamente, um escriba ou sacerdote zeloso cuidou de esconder, em termos de
apostasia, uma cópia da Lei de Moisés para que fosse encontrada em momento
oportuno, como o foi no reinado de Josias.
2.
Rasgar as Vestes
Quando o escrivão Safã recebeu o livro das mãos
de Hilquias, ele imediatamente tomou um tempo para lê-lo. Não se sabe se ele
fez isso apenas por curiosidade ou se já queimava no seu coração o desejo por
um avivamento, visto ser ele funcionário do rei, que, anos antes, começara a
adorar a Deus no Templo. Certamente, toda a corte real já havia sido
influenciada pela devoção do rei.
Depois de tomar conhecimento do seu conteúdo,
Safã levou o livro ao rei, que o leu tão avidamente e causou-lhe tanto impacto
que, diante da percepção concreta de que haviam falhado grandemente em cumprir
o seu conteúdo, ele rasgou as vestes, o que, na antiguidade, era um sinal de
profunda consternação e tristeza. Isso mostra um profundo arrependimento e
contrição por parte desse rei piedoso, mas também coragem de lutar contra
aquilo que o seu pai e, principalmente, o avô haviam instituído. O rei sabia
que não seria um trabalho fácil, pois toda a sociedade e todas as camadas dela
estavam tomadas pela idolatria e, alem disso, não estavam ha tempos fazendo o
culto a Deus corretamente.
A reação do rei não foi a de justificar-se
diante dos seus pecados, como muitos fazem quando não querem deixar a vida que
não se conforma com a vontade de Deus. Ele nem mesmo culpou a ninguém;
simplesmente se humilhou e, em sinal exterior do que já havia acontecido no seu
coração, rasgou as suas vestes.
3.
Entendendo a Vontade de Deus
O rei Josias entendeu com exatidão o que a
Lei de Moisés dizia, pois compreendeu que o Senhor estava irado com eles
porque, da mesma forma como os seus antepassados, haviam negligenciado vários
preceitos da Lei. Assim, ele enviou os seus mensageiros a consultarem a
profetisa Hulda. Xaquela época, era normal as pessoas servirem-se de alguém com
dons especiais para saberem a vontade de Deus. Hoje, embora esses dons ainda
operem livremente pelo Espírito Santo, é salutar que a comunhão íntima de cada
tini com o Senhor seja tão estimada que não se precise buscar ajuda de outros
para ouvir a voz de Deus, pois o Espírito Santo testifica no coração de cada
crente sobre qual é a vontade de Deus (Rm 8.16), da mesma forma como Paulo era
guiado pelo Espírito Santo (At 13.2; 16.7).
A
profetisa Hulda confirmou a certeza que o rei já tinha, e, de fato, o veredito
celestial já estava feito: Jerusalém seria destruída, mas, por amor a Josias e
pela sinceridade do seu arrependimento, isso aconteceria somente depois da sua
morte, demonstrando, assim, que o Senhor ouviu a oração do rei e atentou para o
seu arrependimento genuíno. Neste texto, a palavra hebraica para arrependimento
(2 Rs 22.19) é rakak, que significa ser amolecido ou enternecido.
Arrependimento é um ataque sem tréguas contra
toda impiedade e idolatria, a começar pela própria pessoa, como foi o caso de
Josias. Só depois é que ele colocou em prática as maneiras de alcançar o maior
número de pessoas para um novo pacto com o Senhor Deus. Nesse sentido, Richard
Foster faz uma séria observação:
Paixões desregradas são como crianças
mimadas. Precisam ser disciplinadas, e não permitidas. [...] Tendências à
indolência não são controladas com ternura, mas com firmeza. [...] Mediante a
oração e a fé, fazemos do alimento um servo, e não o senhor.
O quebrantamento de Josias é um exemplo
muito importante que todo crente pode seguir na sua luta contra o pecado e,
também, para reforçar o desejo de ser piedoso e temente a Deus.
II.
A RENOVAÇÃO DO PACTO COM O SENHOR 1. A Leitura do
Livro diante do Povo
O achado do livro era um argumento muito
convincente que Josias poderia usar diante do povo e para incrementar ainda
mais as reformas que já haviam iniciado anos antes. O mesmo impacto que Josias
teve ao ler o livro ele também queria o povo tivesse. O livro foi lido
primeiramente por Safã, depois pelo rei e, por último, pelo povo. Como um líder
zeloso pelo cumprimento da Palavra de Deus, a reforma não teria êxito se todos
não fossem envolvidos. Ele chamou os principais líderes civis e religiosos, e
todos foram juntos ao Templo, mostrando unidade de propósitos, desde a pessoa
mais humilde a mais ilustre. Essa leitura do livro preparou o coração do povo
para a proposta que Josias fez de fazer uma nova aliança com Deus, ao que todo
povo concordou e comprometeu-se.
2. A Queima
dos Ídolos
Imediatamente após a leitura do livro e a
nova aliança com Deus, começou uma reforma ainda mais radical do que a que já
havia sido iniciada quando Josias tinha 16 anos. Agora não sobraria nenhum
ídolo em Judá. A reforma passou por todo o Israel, incluindo algumas tribos do
Reino do Norte, que, a essa altura, já estavam no exílio por conta da
idolatria.
Por todas as cidades ele promoveu total
limpeza das imundícies idolátricas e só voltou para Jerusalém após terminado
esse expurgo. O coração de Josias estava fervendo de amor ao Deus de Abraão,
tão tristemente ultrajado pelo seu povo. Que maravila! Que nos dê homens como
Josias, tementes e zelosos pelas coisas de Deus.
No início da sua reforma, quando tinha
completado oito anos de reinado, ele já havia feito uma limpeza dos ídolos de
Baal e Aserá na terra de Judá e nalgumas tribos de Israel (Norte), mas agora
ele pessoalmente passaria em todo o seu reino e destruiria não somente os
ídolos citados anteriormente, como também acrescentaria à lista os demônios do
deserto, Moloque, o sol, os altares pagãos, Astarote, Quemos, e tudo aquilo que
não era adoração a Jeová. O relato bíblico afirma que ele destruiu "todos
os lugares pagãos de adoração" (2 Rs 23.19, NTLH).
3.
Profundas Mudanças São Necessárias
Uma
reforma tão radical como essa custou um alto preço tanto para Josias quanto
para os envolvidos nos cultos pagãos, pois ele demitiu — e alguns até matou —
os sacerdotes falsos, os prostitutos sagrados, os médiuns e os adivinhos. O
próprio rei percorreu todo o reino numa limpeza total sem precedentes na
história de Israel. Para ter certeza de que os altares e lugares sagrados
idólatras não seriam usados novamente, mandou queimar ossos humanos dos
sacerdotes pagãos sobre todos esses lugares, profanando-os e tornando-os
imprestáveis para o culto.
Josias foi tomado de proflmcla convicção e
zelo para levar a cabo a sua reforma. Por isso, diz-se que ele foi o melhor rei
de Judá depois de Davi, no sentido de agradar a Deus em todas as coisas (2 Rs
22.2). A própria Bíblia afirma que Josias andou nos caminhos do seu pai Davi,
embora fosse filho do idólatra Amom. Isso demonstra a nova paternidade
espiritual de Josias, que abriu mão da perversa herança dos seus antepassados
idólatras.
III.
A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
1. A
Restauração dos Sacerdotes, do Culto e dos Ofícios
Foi somente 18 anos depois do
início do seu reinado que Josias conseguiu comemorar a primeira Páscoa. Após
ter lido e entendido o que estava escrito na Lei de Moisés, ele ordenou que
celebrassem a Páscoa, que foi a maior desde o tempo do profeta Samuel. Ele
restituiu o ofício dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores e dos guardas do
Templo e ofereceu sacrifícios e holocaustos conforme manda a Lei. Foram
oferecidos muitos animais em sacrifício, que foram comidos pelo povo. Ao todo,
foram oferecidos 37.600 carneiros e cabritos e 8.500 touros. Foi tuna grande
festa sem precedentes que durou sete dias.
2.
Recolocação da Arca da Aliança no Templo
Interessante observar que a Arca da Aliança
não estava no seu devido lugar no Santo dos Santos do Templo, mas havia sido
negligenciada nos tempos de adoração dos falsos deuses. Algum rei anterior, em
conivência com os sacerdotes e de forma relapsa, havia tirado a Arca do seu
lugar, mas a reforma de Josias foi abrangente, pois todos os detalhes foram
observados. Assim, a Arca da Aliança voltou para o seu lugar, e a reforma
estava completa, e, durante o reinado de Josias, o povo de Israel adorou
somente a Deus, o Senhor.
3. A Maior
Páscoa da Monarquia
Como já afirmado, a Páscoa comemorada por
Josias foi a maior da época da monarquia. Não há detalhes quanto à época que
Josias comemorou a Páscoa, mas ela era celebrada todos os anos na primavera em
14 de Nisã (originariamente, Abib). Nela, os israelitas relembravam o modo
milagroso pelo qual Deus operou a salvação do seu povo, livrando-os da
opressão, do sofrimento, da angústia e da escravidão promovidos pelos egípcios.
Era a lembrança da fidelidade de Deus à sua promessa, do seu amor libertador e
do seu cuidado em favor do seu povo.
O nome
hebraico para referir-se à páscoa é Pesah, que pode significar pular, passar
por cima, saltar por cima ou, também, passar de largo, no sentido de poupar a
vida, pois o anjo destruidor passou de largo na noite da fuga do Egito e poupou
os primogênitos das casas onde havia sido aplicado o sangue nas ombreiras e na
verga das portas (Êx 12.7). Essa determinação havia sido dada por Deus, diante
da teimosia de Faraó, para que o povo de Israel não fosse atingido pela última
praga lançada sobre o Egito, que era a morte dos primogênitos de homens e
animais. Portanto, na casa dos israelitas onde houvesse sido sacrificado um
cordeiro e o sangue deste aspergido nos locais indicados, não sucederia a
mortandade. Assim, trata-se do misericordioso cuidado do Senhor em preservar os
filhos de Israel quando um poder destruidor "passou por cima" deles
sem causar-lhes dano.
Assim, trata-se do misericordioso cuidado
do Senhor em preservar os filhos de Israel quando um poder destruidor
"passou por cima" deles sem causar-lhes dano.
A
festa passou a ser celebrada, mais tarde, de modo alegre. Na primeira noite do
Seder (ordem ou liturgia), a família israelita festejava a liberdade que o
Senhor Deus dera ao povo. Trata-se de uma festa parecida com o Natal, com a
diferença de que o Seder tem uma longa e antiga liturgia, acompanhada por
vários rituais simbólicos importantes. No final, entoavam-se cânticos de
alegria. O cântico final era alegre (S1 136), tuna alegria que expressava
gratidão a Deus pelos seus feitos. Assim, somos desafiados a celebrar todos os
dias nossa salvação em Cristo Jesus com muita alegria, com cânticos de louvor e
gratidão, tal como os judeus celebravam-no durante a sua Páscoa. Jesus, na
última Ceia com os discípulos, repartiu o pão e o vinho, o cálice da Nova
Aliança
(Mt 26.30).
A Páscoa judaica aponta e encontra o seu
propósito principal e o seu fim (de finalidade e término) na vida, na morte e
na ressurreição de Cristo. Assim, tanto a Páscoa quanto a Ceia do Senhor
apontam para o mesmo simbolismo: o sacrifício de Cristo. Ambos apontam o antes
e o depois do maior evento da história: a obra de Cristo. Jesus ressignificou a
Páscoa demonstrando que, agora, o simbolismo recai sobre Ele e, em segundo
lugar, sobre a libertação dos israelitas do Egito.
As
Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel
Claiton Pommerening
A HISTÓRIA DO REI
JOSIAS NA BÍBLIA
Josias foi um rei de Judá que reinou
aproximadamente por 31 anos, entre 640 a.C. e 609 a.C. A história do rei
Josias na Bíblia está registrada nos livros de 2 Reis, capítulos 22 e 23, e 2
Crônicas, capítulos 34 e 35, além de outras referências nos livros dos profetas
Jeremias e Sofonias.
Quando
se fala em quem foi Josias, logo se faz referência as reformas promovidas por
ele, que foram, sem dúvida, a marca de seu reinado. O nome Josias significa
“Javé sustenta”, do original Yo’shiyahu, ou Yo’shiyah.
O rei Josias
Josias era filho de Amom e neto de
Manassés. Ambos foram reis de Judá, mas seus reinados foram caracterizados
por grande apostasia. Embora tenha mostrado arrependimento no final de sua
vida, Manassés foi um dos piores reis da história do Reino de Sul, e seu filho,
Amom, seguiu pelo mesmo caminho.
Josias
se tonou rei quando tinha 8 anos de idade em aproximadamente 640 ou 639 a.C.,
com a interferência do “povo da terra”, um movimento popular que também foi o
responsável por eliminar os assassinos de seu pai (2Rs 21:24; 2Cr 33:25).
O
nascimento do rei Josias, bem como a escolha de seu nome, foram previstos na
época de Jeroboão I (1Rs 13:2).
O
reinado do rei Josias
O
rei Josias foi um dos bons reis de Judá. Diferente de seu pai e avô,
Josias prezou pelo culto ao verdadeiro Deus. O cronista escreveu dizendo que no
oitavo ano de seu reinado, ou seja, quando tinha 16 anos de idade, o rei “começou
a buscar o Deus de Davi, seu pai” (2Cr 34:3). Josias
era descendente do rei Davi.
No décimo segundo ano de seu reinado,
portanto com aproximadamente 20 anos de idade, o rei Josias deu início
efetivamente às reformas em Jerusalém e Judá, alcançando, inclusive, o norte de
Israel. É interessante saber que o profeta Jeremias começou seu
ministério como profeta durante o reinado de Josias, no décimo terceiro
ano, em aproximadamente 626 a.C. (Jr 1:2).
As reformas do rei Josias
Embora pode-se dizer que as reformas
promovidas pelo rei Josias tiveram suas raízes fixadas quando ele pessoalmente
abandonou a idolatria e o politeísmo que dominavam a religião
corrupta de Judá naquela época (2Cr 34:3), tais reformas começaram a impactar a
nação quatro anos depois, e alcançou seu clímax no décimo oitavo ano de seu
reinado, quando o livro da Lei foi encontrado (2Rs 22:8; 2Cr 34:14,15).
O rei havia interrompido a adoração aos
falsos deuses em Judá, destruindo altares que serviam ao paganismo. Ele também
providenciou que o Templo recebesse os reparos necessários, e foi durante essa
época que o sumo sacerdote Hilquias encontrou o livro da Lei no
Templo.
Os estudiosos debatem sobre o que teria sido
exatamente o “livro da Lei”. A melhor hipótese é que ele tenha sido o livro de
Deuteronômio, ou pelo menos uma obra que continha esse livro como parte
fundamental.
Seja
como for, o que se sabe é que esse livro foi muito importante na sequência das
reformas de Josias. Quando o livro foi encontrado e Josias teve ciência de seu
conteúdo, ele entendeu que o povo havia estado em terrível rebeldia contra
Deus, e por isso seria alvo do juízo divino. Então rapidamente ele pediu
que o Senhor fosse consultado, ou seja, ele queria ouvir um parecer profético,
e na ocasião a profetisa Hulda foi procurada.
A
mensagem de Deus através de Hulda esclarecia que o povo realmente seria
castigado devido ao pecado, porém tal castigo seria adiado para após os dias de
Josias, visto seu arrependimento sincero e zelo para com o culto a Deus.
Assim, houve em Judá a renovação da
aliança, a centralização da adoração em Jerusalém, e a purificação da nação com
a eliminação de toda forma de adoração pagã (2Rs 23:19,20; 2Cr 34:67). O
rei Josias também organizou a maior celebração da Páscoa desde o
tempo dos juízes (2Cr 35:18). Antes dele, o rei Ezequias também promoveu uma
reforma e a celebração da Páscoa, porém a reforma liderada por Josias foi mais
completa e extensa (cf. 2Rs 23:13).
Apesar
de tudo isso, o profeta Jeremias deixou claro que tais reformas foram apenas
superficiais e temporárias (Jr 2-6; 11), ou seja, não houve no povo um
arrependimento genuíno e duradouro, inclusive, com o povo voltando rapidamente
à idolatria após a sua morte. O profeta Jeremias também demonstrou apreço
quando escreveu sobre a justiça durante o reinado de Josias (Jr 22).
A morte do rei Josias
A morte de Josias ocorreu de forma trágica e
precoce na batalha de Megido em 609 a.C. Naquela época os assírios estavam
em conflito contra os babilônios, e o Faraó Neco II, do Egito, estava liderando
uma empreitada para tentar ajudar os assírios em Harã.
De
forma imprudente e insensata, o rei Josias considerou as manobras do rei do
Egito como representando ameaças ao seu reino, e inconsequentemente lhe fez
oposição e acabou sendo morto (2Rs 23:25-30-; 2Cr 35:20-24).
O rei Josias foi sucedido por Joacaz, seu
filho, porém este reinou durante apenas 3 meses e foi exilado por Neco II, que
colocou em seu lugar como rei de Judá Jeoaquim, seu irmão. Nesse
momento a independência política de Judá foi completamente comprometida,
ficando sob o domínio do Egito.
Os eventos seguintes da história daquele
povo acabaram culminando no exílio na Babilônia, onde o juízo de Deus foi
derramado, e pelas mãos do rei Nabucodonosor Jerusalém foi destruída. Com
base nisso, pode-se dizer que o rei Josias foi o último monarca bom e
comprometido com a adoração a Deus antes do cativeiro.
O escritor do livro de 2 Reis, falando sobre
ele, escreveu que no Reino do Sul “antes dele não houve rei semelhante,
que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e
com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca
se levantou outro tal” (2 Rs 23:25). Além de Jeremias e Hulda, o rei Josias também foi contemporâneo
do profeta Sofonias.
Mais
tarde, no Novo Testamento, o rei Josias aparece como um dos nomes citados
na genealogia de Jesus registrada pelo apóstolo Mateus (Mt 1). Além
dele, a Bíblia também menciona outro Josias que foi um judeu contemporâneo
do profeta Zacarias (Zc 6:10).
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Rei Josias
Josias (em hebraico: aquele que Javé cura)
foi um rei de Judá que restaurou a adoração a Deus pelos judeus.
Josias tornou-se rei aos oito
anos de idade, após o assassinato de seu pai, o rei Amom, e reinou por trinta e
um anos, de 640 a 610 a.C. Ele é descrito como um rei muito justo, um rei que
“andou nos caminhos de Davi, seu pai, e não se desviou nem para a direita e nem
para a esquerda”.
Ele também é um dos reis
mencionados na genealogia de Jesus no Evangelho de Mateus.
“Promptuarii Iconum
Insigniorum”, por Guillaume Rouille
História
Josias foi o décimo sexto rei de Judá (após
a separação do reino de Israel). Filho do rei Amom e sua mãe Jedida, começou a
reinar com oito anos de idade (640 aC) como sucessor de seu pai. (2 Reis 22:1;
2 Crônicas 33:1).
Sua história está contida em
2 Reis 22:1-24:30; 2 Crônicas 34:35; e os primeiros doze capítulos de Jeremias
lançam muita luz sobre o caráter geral dos judeus em seus dias. Ao contrário de
seus antecessores, ele “fez o que estava certo aos olhos do Senhor” (2 Reis 22,
2; 2 Crônicas 34: 2).
Abolição da idolatria
Cedo, com dezesseis anos de idade (633 aC),
o rei Josias começou a buscar a Deus; e ele não tinha vinte anos de idade (628
aC) quando proclamou uma guerra aberta contra a idolatria (2 Crônicas 34:3).
Josias então começou uma
purificação completa da terra de toda mancha de idolatria, indo e
supervisionando pessoalmente as operações dos homens que estavam empregados
para destruir altares e imagens, e cortando os bosques que haviam sido
consagrados à adoração de ídolos.
Sua respulsa a idolatria não
poderia ter sido mais fortemente expressada do que saquear os sepulcros dos
sacerdotes idólatras de tempos passados e queimar seus ossos sobre os altares
dos ídolos antes de serem derrubados.
No entanto, esta operação, embora sem
precedentes na história judaica, foi anunciada 345 anos antes do rei Josias ter
nascido pelo profeta que foi encarregado de denunciar a Jeroboão o futuro castigo
de seu pecado. Ele mesmo nomeou Josias como a pessoa por quem executaria este
ato, e disse que deveria ser realizado em Betel, que era então uma parte do
reino de Israel (1 Reis 13:2).
Tudo isso parecia muito além das
probabilidades humanas; mas foi realizado, pois Josias não se limitou ao seu
próprio reino, mas alcançou uma parte considerável do reino vizinho de Israel,
em particular Betel, onde executou tudo o que o profeta havia anunciado (2 Reis
22:1-19; 2 Crônicas 34:3-7; 2 Crônicas 34:32).
Nestes procedimentos, Josias
parece ter sido atuado por um ódio absoluto à idolatria como nenhum outro rei
desde que Davi se manifestou.
Tão importante foi essa
reforma do culto público sob o reinado de Josias que Jeremias cita este tempo
em muitas de suas profecias (Jeremias 25:3; Jeremias 25:11; Jeremias 25:29).
O Rei Josias repara o
Templo
No décimo oitavo ano do seu reinado e no
vigésimo sexto de sua idade (623 aC), quando Judá foi completamente purificada
da idolatria e de todos os que a praticavam, o rei Josias começou restaurar o
Templo do Senhor (2 Reis 22:3; 2 Reis 23:23).
No decorrer deste trabalho, o
sumo sacerdote Hilquias descobriu no santuário um volume que provou conter os
livros de Moisés e que, segundo os termos empregados, parece ter sido
considerado o original da lei, conforme escrito por Moisés. Pode-se observar no
fato de que o rei ficou muito atônito quando algumas partes da lei foram lidas
para ele.
O livro da Lei é encontrado
Josias ouvindo o livro da Lei (1872)
O rei Josias descobriu que,
mesmo com as melhores intenções para servir o Senhor, ele e todo o seu povo
haviam vivido na negligência das obrigações da lei de Deus.
É certamente difícil explicar
essa ignorância. Alguns supõem que todas as cópias da lei haviam sido
destruídas, e que o rei nunca tinha visto uma. Mas isso é muito improvável.
Mesmo que poucas cópias pudessem existir, um rei temente provavelmente teria
sido o possuidor de uma.
Provavelmente as passagens lidas
foram aquelas terríveis denúncias contra a desobediência descritas no livro de
Deuteronômio e conclui-se que, por alguma razão, o rei nunca havia lido antes,
ou que nunca tinha produzido em sua mente a mesma forte convicção dos perigos
iminentes sob a qual a sua nação estava.
Devemos ter em mente que é
muito difícil para nós, nesta época e país, estimar a escassez das
oportunidades abertas aos leigos de adquirir conhecimento literário relacionado
à religião. A comissão especial enviada por Jeosafá (2 Crônicas 17:7) é uma
prova de que, mesmo sob tais reis como Asa e seu filho, os levitas eram
insuficientes para a instrução religiosa do povo.
O que, então, deve ter sido a
quantidade de informações acessíveis para uma geração que cresceu nos terríveis
reinados de Manassés e Amom?
O rei Josias, em sua
inquietação, enviou servos a Hulda “a profetisa” para ter seu conselho nesta
emergência, sua resposta assegurou-lhe que, embora as penas terríveis ameaçadas
pela lei seriam aplicadas, ele deveria morrer em paz e ser unido aos seus pais,
antes dos dias de castigo e tristeza.
Celebração da Páscoa
Talvez o rei Josias tivesse esperança de
evitar essa desgraça, pois, imediatamente chamou o povo em Jerusalém e os
envolveu em uma solene renovação da antiga aliança com Deus.
Quando isso foi feito, a
Páscoa foi comemorada com uma atenção especial às instruções dadas na lei, e em
uma grandeza sem precedentes. Mas já era tarde; a hora da misericórdia tinha
passado; porque “o Senhor não se desviou da fervor da sua grande ira, com a
qual a sua ira se acendeu contra Judá” (2 Reis. 22:3-20; 2 Reis 23, 21-27; 2
Crônicas 34:8-33; 2 Crônicas 35:1-19 ).
Morte do rei Josias
A morte do rei Josias, que havia sido
prometida como uma benção (2 Crônicas 34:28) não demorou muito e foi provocada
de uma maneira que ele provavelmente não esperava.
O Faraó Neco, rei do Egito, procurou uma
passagem pelos territórios de Judá em uma expedição contra os caldeus, mas
Josias recusou-se a permitir a passagem do exército egípcio através dos seus
domínios e se preparou para resistir à tentativa de força de armas.
Neco não estava muito
disposto a entrar em uma batalha contra o rei Josias, mas a aparição do
exército judaico em Megido, no entanto, o fizeram guerrear contra Judá, embora
disfarçado de segurança, o rei Josias, foi ferido por uma flecha aleatória e
seus servos o retiraram da carruagem de guerra e colocaram-no em outro, no qual
ele foi levado para Jerusalém, onde morreu em 610 aC, após um reinado de trinta
e um anos.
Nenhum outro rei que reinou
em Israel foi mais lamentado por todos os seus súditos do que Josias; e nos
dizem que o profeta Jeremias compôs na ocasião uma lamentação que foi
preservada há muito tempo entre as pessoas (2 Reis 23:29-37, 2 Crônicas
35:20-27).
Adaptado de: Illustrated
Bible Dictionary e Wikipedia
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