OBJETIVO GERAL
Compreender que nossas
transgressões nos afastam de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se
ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I- Destacar as injustiças
cometidas por Israel;
II- Ressaltar a insistência
de Israel no pecado da idolatria;
III- Salientar o sincretismo em Samaria.
Texto Áureo
“Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele
despedaçou e nos sarará. fez a ferida e a ligará.”
(Os 6.1)
Verdade Prática
Deus sempre adverte seu povo sobre os perigos da idolatria e suas terríveis consequências.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 17.1-14,17-20,29
1- No ano duodécimo de Acaz, rei de Judá, começou a
reinar Oséias, filho de Eld, e reinou sobre Israel, em Samaria, nove anos.
2- E fez o que era mal aos olhos do
SENHOR, contudo, não como os reis de Israel que foram
antes dele.
11- E
queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações que o SENHOR
transportara diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o
SENHOR.
12- E serviram os ídolos, dos quais o SENHOR lhes
dissera: Não fareis estas coisas.
13- E o SENHOR protestou a Israel e a Judá, pelo
ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos
de vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos,
conforme toda a Lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo
ministério de meus servos, os profetas.
14- Porém não deram ouvidos; antes, endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor, seu Deus.
17- Também
fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a
adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos
olhos do SENHOR, para o provocarem à ira.
18- Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel
e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão a tribo de Judá.
19- Até Judá não guardou os mandamentos do Senhor, seu
Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera.
20- Pelo que o Senhor rejeitou a toda semente de
Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de
diante da sua presença.
29- Porém cada nação fez os seus deuses, e os puseram
nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas suas cidades,
nas quais habitavam.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Deus sempre abominou o sincretismo religioso
no meio do seu povo; porque nele a verdade de Deus se mistura com a mentira da
idolatria. No sincretismo, partes das crenças e dos rituais de religiões
distintas são combinadas em uma só prática.
Escreva
no quadro ou prepare um slide com a seguinte proposição: “O que representa o
sincretismo religioso nos dias de hoje?” Recomponha sua classe em três ou
quatro grupos. Cada grupo deverá relatar um episódio bíblico em que o
sincretismo se evidencia, é relacionado a realidade de hoje, em muitos
segmentos religiosos. Depois, reúna os grupos e analise com eles todas as
respostas.
Ponto Central:
O Senhor disciplinou Israel através de sua
misericórdia e justiça.
INTRODUÇÃO
O cativeiro de Israel ocorreu durante o
reinado do rei Oséias. Nessa época, a Assíria começava a crescer e a se tornar
um grandioso império, controlando várias nações, inclusive Israel. Durante os
últimos trinta anos de Israel, o país foi acometido de muitas tragédias,
injustiças e assassinatos, em razão de desprezarem e mandamentos de Deus. A
nação israelita entrou em decadência política, social, econômica e religiosa.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O professor deve ser capaz de escolher, usar
e eventualmente desenvolver métodos de ensino. Há dois componentes nessa
tarefa. Primeiro, o docente deve ser capaz de trabalhar de forma independente
com os métodos pedagógicos habituais, abrangendo os seguintes componentes;
objetivos, conteúdo, recursos, modo de operar, formas de prover acompanhamento,
organização de ensino e avaliação. Segundo, também deve conhecer as diversas
formas de se conceber um método pedagógico.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“A Aversão de Deus à idolatria. Deus não
tolerará nenhuma forma de idolatria (1) Ele advertia frequentemente contra ela
no AT. (a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários
diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel
(ver Êx 20.3,4 notas). (b) Esta ordem foi repetida por Deus noutras ocasiões
(e.g., Êx 23.13.24: 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; 1s 23.7: Jz 6.10; 2 Rs
17.35.37.38). (c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem
de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de
Canaã (Êx 23.24: 34.13: Dt 7.4,5; 12.2,3).
(2) A história dos israelitas
foi, em grande parte, a história da idolatria. Deus muito se irou com o seu
povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou
a adorar os falsos deuses. Daí Deus castigar os israelitas, permitindo que seus
inimigos tivessem domínio sobre eles.
(a) O livro de Juízes
apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começaram a
adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. Deus permitia
que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor, o Senhor atendia o
povo e enviava um juiz para libertá -lo.
(b) A idolatria no Reino do
Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência
de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruissem a capital de
Israel e removeu dali as dez tribos (2 Rs 17.6-18).
(c) O Reino do Sul (Judá)
teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por
causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá
(2 Rs 21.1-11). Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele
deixaria Jerusalém ser destruída (2 Rs 21.10-16). A despeito dessas
advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4-5: Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez
8) e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética por meio do rei
Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e
saqueou a cidade (2 Rs 25).
(3) O Novo Testamento também
adverte todos os crentes contra a idolatria.
(a) A idolatria manifesta-se
de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões
mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A
idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo,
ao invés de confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja,
quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus,
desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar
das práticas imorais e ímpias do mundo.
(b) Daí, o NT nos admoestar a
não sermos cobiçosos, avarentos nem imorais” (Bíblia de Estudo Pentecostal,
CPAD, p.447).
SUBSÍDIO
DOUTRINÁRIO
“Israel é levada cativa.
Finalmente, Israel teve de pagar pelos seus pecados, Deus permitiu que a
Assíria derrotasse e dispersasse o povo. Eles foram levados em cativeiro,
engolidos pelo poderoso e ímpio Império Assírio. O pecado sempre traz
disciplina, e as consequências do pecado são, às vezes, irreversíveis. O Senhor
julgou o povo de Israel, porque ele havia copiado os maus costumes das nações
vizinhas, adorando falsos deuses, adotando costumes pagãos, e seguindo seus
próprios desejos. Aqueles que criam sua própria religião tende a viver de
maneira egoísta. E viver para si mesmo, como Israel aprendeu, traz sérias
consequências da parte de Deus.
Às vezes, seguir a Deus é difícil e
doloroso, mas considere a alternativa. Você pode morrer com Deus, ou morrer
sozinho. Decida ser uma pessoa de Deus, e fazer o que ele diz, independentemente
do custo que isso lhe traga. O que Deus pensa a seu respeito é infinitamente
mais importante do que pensam os que estão à sua volta. A destruição veio a
Israel, tanto por causa de seus pecados públicos como pelos segredos. Os
israelitas não apenas toleravam a iniquidade e a idolatria em público, como
cometiam pecados ainda piores em particular.
Os pecados secretos são aqueles que não
desejamos que os outros conheçam, porque são vergonhosos ou incriminadores”
(Veja Rm 12.1-2; 1 10 2.15-17)” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.830).
CONHEÇA
MAIS
“Houve tirania e inaptidão no governo [-],
irresponsabilidade na política fiscal, falta de sabedoria nas relações internacionais
e nas alianças várias vezes estabelecidas, lutas de classes, crimes, violência
e uma série de outras enfermidades que adoeceram Israel e Judá em todos os seus
segmentos. É um milagre que estas nações tenham durado todo aquele tempo.
Pode-se concluir com os profetas que isto só foi possível pela misericórdia e
amor de Deus, que lembrava-se de seu pacto, apesar do esquecimento do povo,”
Para saber mais leia: História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013., p. 414.
CONCLUSÃO
Não faltou advertências para que Israel
abandonasse a idolatria e fosse poupado do cativeiro. Todavia, nada surtiu
efeito. Cada vez mais a nação afundava em seus pecados. A maneira drástica,
porém misericordiosa e amorosa, de Deus retornar seu povo ao aconchego do seu
amor, foi, infelizmente, conduzi-lo ao cativeiro e à dispersão. Que Deus nos
ajude a atentarmos mais para a sua Palavra a fim de não colhermos os amargos
frutos da desobediência.
EBD | 3° Trimestre De 2021 | CPAD – Adultos – Tema Do
Trimestre: O Plano Divino para Israel em meio à Infidelidade da Nação | Lição
10: O Cativeiro de Israel: Reino do Norte
COMENTÁRIOS DIVERSOS
CATIVEIRO
A palavra,
'cativeiro” na Bíblia pode se referir ao cativeiro de Israel ou de outras
nações (Am 1.5). Desde épocas muito antigas, os exércitos vitoriosos seguiam a
prática de separar, entre os seus prisioneiros, aqueles que desejavam para seus
escravos ou para suas esposas (Dt 21.10ss). Essa remoção do seu território, quase
sempre, significava a destruição da existência de uma nação, e um sentimento de
separação do cuidado e da proteção do seu deus local ou nacional; de fato,
implicava na derrota daquela divindade (cf. Is 52,2-5; Jr 50.29 (refs2)). Os
assírios deram início a uma nova técnica para lidar com os prisioneiros - a
deportação. Grandes quantidades de pessoas eram capturadas na guerra,
deportadas, e estabelecidas em outra parte do império, Esta prática foi seguida
também pela Babilônia, mas foi mudada pelos persas em 536 a.C.
Na história de Israel, o seu povo
quase nunca esteve em casa, como um todo, na Palestina. Na verdade, a história
de Israel começa com a escravidão no Egito, e embora a essa escravidão não se
faça referência como sendo um cativeiro, as pessoas eram escravas, e não eram
livres para partir. Há três grandes e principais opressões ao povo de Israel,
em solo estrangeiro, mencionadas na Bíblia: no Egito, Na Assíria, e na
Babilônia (cf. Is 52.3-6). O cativeiro limitado de alguns israelitas provavelmente
começou em uma época tão antiga quanto os reinos de Roboão e Jeroboão I (aprox.
926 a.C.), quando Sisaque, Faraó do Egito, invadiu a Palestina (1 Rs 14.25-28).
Tiglate-Pileser III, da Assíria (745-727 a.C.), capturou as cidades de Naftali
(2 Rs 15,29) e levou cativos para a Assíria (1 Cr 5.26) os habitantes da tribo
de Naftali, os rubenitas, e os gaditas, e a parte leste da tribo de Manassés
(aprox. 733 a.C.). Em 722/721 a.C. a cidade de Samaria caiu sob Sargão II da
Assíria e os prisioneiros foram levados a Haia (cf. Ob 20), em Habor, junto ao
rio Gozã, e às cidades dos medos (2 Rs 17.6; 18.11 (refs2)). A inscrição de
Sargão indica que 27.290 israelitas foram deportados. Pelo seu culto a
divindades pagãs, eles tinham atraído sobre si a maldição da Aliança, proferida
pelo Senhor seu DEUS por tal desobediência (Dt 28.25,32,36,41; 2 Rs 17.7-23
(refs5)).
Com a queda do reino norte sob a
Assíria, o destino do povo da Aliança ficou sob a responsabilidade de Judá. Uma
vez mais, alguns indivíduos ou pequenos grupos foram levados cativos até que a
própria Jerusalém foi destruída em 586 a.C., e muitas pessoas foram deportadas
para a Babilônia por Nabucodonosor. Três dos cinco últimos reis de Judá foram
levados em cativeiro. Jeoacaz, para o Egito; Joaquim e Zedequias, para a
Babilônia. Daniel, Hananias, Misael e Azarias também foram levados para a
Babilônia. Jeremias e Baruque foram levados para o Egito contra a sua vontade
por alguns dos seus próprios compatriotas. Já havia assentamentos judeus no
Egito quando Jeremias chegou. Esses grupos de pessoas tinham vindo como
mercenários ou como refugiados das opressões da Assíria e da Babilônia.
Aqueles levados em cativeiro para a
Babilônia devem ter passado por tempos muito difíceis. Eles foram humilhados
pela memória da destruição de sua adorada Jerusalém. Se fossem fiéis ao seu
DEUS, tinham que suportar o escárnio e os insultos dos seus captores (Sl 137).
Mas a vida para a maioria dos israelitas nascidos em cativeiro não parece ter
sido muito difícil. Quando chegou a oportunidade para os judeus retornarem à
Palestina em 536 a.C., somente uma pequena porcentagem voltou. Estima-se que,
na época de CRISTO, um milhão de judeus vivia no Egito, outro milhão vivia na
Ásia Menor e na Síria, outro milhão vivia na Babilônia, cem mil judeus viviam
tia Itália e na Sicília, e outros cem mil viviam no norte da África.
O exílio ou cativeiro de Israel no
Egito produziu alguns personagens proféticos notáveis, como Ezequiel e Daniel.
Foi um período de grande atividade literária que também deu origem às
sinagogas. Foi o verdadeiro centro do entendimento bíblico do julgamento e
revelação divinos.
Dicionário Bíblico
Wycliffe
DISPERSÃO
DE ISRAEL
Desde a
época em que DEUS deu a Palestina a Abraão e a seus descendentes como uma
possessão permanente (Gn 13.14-17), a posição da nação de Israel tem sido
determinada por sua relação com esta terra. Os habitantes daquela terra estavam
no lugar da bênção. Os de fora da terra estavam no “cativeiro” (gola, Ed 1,11;
2.1 (refs2)), ou na “dispersão” (diáspora, Jo 7.35). Os primeiros falam de sua
relação com a Palestina; e, os demais, de sua relação com os povos entre os
quais eles foram cativos. Tiago (1.1) e Pedro (1 Pe 1.1) escreveram aos
convertidos que estavam entre os judeus dispersos.
A primeira ausência da nação da terra
foi predita em Gênesis 15.13, onde o Senhor informou a Abraão sobre o destino
de seus descendentes. Uma promessa de restauração veio logo em seguida (Gn
15,14). Esta profecia foi cumprida através da permanência da nação no Egito.
Na época do retorno do cativeiro
egípcio, DEUS revelou a Moisés, e através dele à nação, que a dispersão seria
seu método de castigá-los pela desobediência e apostasia. Isto é claramente
declarado em Deuteronômio 28.15,25; 30.1-4 (refs3). Assim, a nação foi
advertida de que a incredulidade e a desobediência seriam julgadas com a
expulsão da terra da promessa. Os profetas enviados tanto para o reino do norte
quanto para o do sul os advertiram quanto a tal expulsão (Os 9.3; Jr8.3;Ez4,13
(refs3))e declararam claramente a causa de tal juízo (Jr 16.11-15), isto é, que
a nação havia seguido e servido a outros deuses, e que havia abandonado o DEUS
verdadeiro e se recusado a obedecer as suas leis. O reino do norte (Israel) foi
levado para o cativeiro pelo rei da Assíria, que fixou os deportados em Haia, e
em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos (2 Rs 17.6). Esta
deportação começou em 722 a.C,, quando os assírios conquistaram Samaria. A
acusação contra Israel, listando as causas do exílio, é dada em 2 Reis 17.7-20.
Apesar das advertências feitas pelos profetas ao reino de Judá à luz do que
havia acontecido ao seu vizinho do norte, o reino do sul continuou na
desobediência e apostasia, e, em 586 a.C., foi levado cativo para a Babilônia
por Nabucodonosor (2 Rs 24.14; 25.6,11 (refs3)). A razão para esta dispersão
foi claramente declarada. Ela consistiu na rejeição que demonstraram para com
as advertências aos profetas, e sua continuidade na idolatria (2 Cr 36.13-16).
Seguiram-se outras deportações e
recolocações menos importantes dos judeus. Ptolomeu I do Egito (322־ 285
a.C.), na época de sua invasão da Palestina e da captura de Jerusalém,
transportou muitos judeus para Alexandria, que mais tarde tomou-se um
importante centro judaico. De acordo com Josefo, Antíoco da Síria (223- 187
a.C.) transportou cerca de 2.000 famílias da Babilônia, e as relocou na Frigia
e Lídia (cf. as localidades em 1 Pe 1.1). Pompeu, após capturar Jerusalém em 63
a.C., levou muitos judeus para Roma para serem vendidos como escravos, Estes
últimos, porém, ganharam novamente a liberdade e os direitos civis. Após a
destruição de Jerusalém em 70 d.C,, por Tito, houve uma outra dispersão.
Além destas deportações involuntárias,
muitos judeus deixaram a Palestina voluntariamente em busca de interesses
comerciais. Isto os levou a importantes centros econômicos do mundo, e, assim,
a maioria das grandes cidades tinha uma colônia judaica. Por esta razão, não é
surpresa ler em Atos 2.9-12 que os judeus vieram - de todas as partes ao mundo
da época — a Jerusalém para a Festa do Pentecostes. Embora os deportados
tivessem se ajustado à língua e à cultura da sociedade na qual haviam se
fixado, eles mantiveram os laços com a Palestina e com o judaísmo através (1)
de suas peregrinações às três festas anuais, (2) pelo pagamento do imposto do
templo [de meio siclo] enquanto o templo existisse, e (3) pela submissão aos
decretos do Sinédrio enquanto este funcionasse.
Durante o primeiro século da era
cristã, estima-se que um milhão de judeus residiam na Mesopotâmia, outro milhão
em Antioquia de Orontes e por toda a atual Turquia, um milhão no Egito
concentrando-se em torno de Alexandria, cem mil na Itália, cem mil no norte da
África, e dois milhões e meio na Palestina. Filo, o Judeu (20 a.C.- 40 d.C.)
listou dezenas de países onde os judeus foram dispersos (Legatio Ad Caium 36).
Enquanto estavam dispersos, os judeus
acomodaram-se frequentemente em arredores confortáveis (Jr 29.4-7), e
tornaram-se uma parte valiosa da comunidade de negócios. As circunstâncias eram
tão agradáveis na Babilônia que, quando foi concedida permissão para retomarem
a Jerusalém e reconstruir o templo, apenas um pequeno remanescente desejou
incumbir-se dos rigores da obra. Na época do cativeiro babilônico, o número de
judeus fora da Palestina ultrapassava grandemente aqueles que permaneciam
naquela terra.
Uma outra característica da dispersão
não deve ser ignorada. Embora a dispersão fosse um juízo sobre Israel e Judá,
pela incredulidade e apostasia, ela foi uma bênção para os gentios. De acordo
com Êxodo 19.6, a nação foi separada por DEUS para ser um reino de sacerdotes,
isto é, eles deveriam ser mediadores entre DEUS e os gentios. Eles deveriam
disseminar a revelação do verdadeiro DEUS, que lhes fora confiada. A bênção de
DEUS sobre a semente de Abraão deveria alcançar todos os homens (Gn 12.3).
Contudo, a nação não cumpriu a responsabilidade que lhe fora confiada. A lei,
que separava Israel dos gentios, foi usada para esconder a verdade que DEUS
havia revelado a Israel, e que deveria ser anunciada aos gentios. No entanto,
apesar da dispersão, o conhecimento de DEUS foi levado, involuntariamente, para
as nações. Uma expectativa mundial de um Messias-Redentor surgiu quando a
dispersão trouxe o conhecimento das promessas de DEUS aos gentios. Escritores
como Tácito, Suetônio e Virgílio anteciparam um Abençoador que apareceria na
Judéia. Sem dúvida, os magos foram à Judéia em busca do Rei dos judeus por
causa da estrela, e também pelo conhecimento adquirido através da nação
dispersa (Mt 2.1-12).
A dispersão de Israel também teve
seus efeitos na pregação do Evangelho na era do NT. O apóstolo Paulo, ao
divulgar o Evangelho pelo mundo romano, sempre começava seu ministério em uma
nova cidade na sinagoga dos judeus, pois se sentia obrigado a anunciar as Boas
Novas primeiro aos judeus, informando-os que o Messias de Israel tinha vindo.
Em qualquer comunidade, os judeus dispersos eram os primeiros a ouvir o
Evangelho. Somente após a rejeição de sua mensagem por parte destes, é que
Paulo voltava- se para os gentios (como em At 18.6).
Em Mateus 12.31-37, CRISTO advertiu a nação
quanto aos terríveis resultados de seguirem os líderes que o rejeitaram como o
Messias, e concluiu com uma advertência de juízo (Mt 12.41-45). Ele profetizou
uma dispersão futura para a nação, predizendo a desolação vindoura de Jerusalém
(Mt 23.37-39), que se cumpriu em 70 d.C., e prometendo que a cidade seria
ocupada pelos gentios até o seu segundo advento (Lc 21.24). No sermão no Monte
das Oliveiras, CRISTO profetizou a então futura destruição de Jerusalém (Mt
24.15-21). Esta é uma reafirmação da profecia de Zacarias 13.8-14.2, onde o
profeta predisse uma invasão durante o período da Tribulação no qual Jerusalém
seria destruída e muitos dos habitantes seriam mortos ou dispersos.
Esta dispersão escatológica é o
castigo final de DEUS à nação antes do milênio. No início da Tribulação, o
chefe do Império Romano fará uma aliança com a nação de Israel, garantindo
segurança na terra da Palestina (Dn 9.27), A nação irá ocupar a terra, confiando
nesta aliança política para defendê-la. Ela irá ainda além e reconhecerá que
este governante é o seu Messias e DEUS, e o adorará (Ap 13.11-18). DEUS fará
com que as nações gentílicas voltem-se contra Jerusalém para destruí-la e para
espalhar os seus habitantes, assim como já puniu Israel anteriormente, por sua
apostasia.
As previsões da dispersão contêm
também uma promessa de restauração da terra. Foi ao manter a promessa de
Deuteronômio 30.3- 5 que a nação retomou da dispersão babilônica. Como cumprimento
de uma promessa em Deuteronômio 30.1-10, e daquela encontrada em Amós 9.14,15
(refs2), Israel será restaurada no segundo advento de CRISTO e novamente
colocada em sua terra. Finalmente, a resposta para a dispersão de Israel é sua
completa conversão (Is 66.6-9; Jr 31.31-34 (refs2)) e sua restauração à
Palestina sob o governo de seu Messias (Is 54.1-17; 60.1-6; 62.1-12 (refs3)), o
que ocorrerá na segunda vinda de CRISTO.
Dicionário
Bíblico Wycliffe
2
Reis 17:1-6
Breve Relato da Invasão de Israel pelos Assírios - Comentário Bíblico - Matthew
Henry (Exaustivo) AT e NT
Aqui nós temos o reinado e a ruína de
Oséias, o último dos reis de Israel, a respeito de quem observamos:
I
Que, embora ele forçasse seu caminho
até a coroa usando de traição e assassinato (como lemos em 15.30), não a
possuiu senão sete ou oito anos depois. Pois foi no quarto ano de Acaz que ele
matou Peca, mas ele mesmo não começou a reinar antes do décimo segundo ano de
Acaz (v. 1). Não é dito se foi pelo rei da Assíria, ou pelo rei de Judá, ou por
alguém de seu próprio povo, mas parece que, por muito tempo, ele foi mantido
fora do trono que almejava. Com razão suas más ações foram dessa forma
castigadas, e a palavra do profeta dessa forma se cumpriu: Certamente, agora,
dirão: Não temos rei, porque não tememos o SENHOR (Os 10.3).
II
Que, embora ele fosse mau, não foi
tanto quanto os reis de Israel que lhe antecederam (v. 2), e não tão dedicado
aos bezerros como eles tinham sido. Um deles (o que estava em Dã), dizem os
judeus, tinha sido, antes disso, levado pelo rei da Assíria na expedição
registrada em 15.29 (ao qual talvez o profeta se refira: O teu bezerro, ó
Samaria, foi rejeitado, Oséias 8.5), o que o fez colocar menos confiança no
outro. E Alguns dizem que esse Oséias tirou a restrição que os reis anteriores
tinham colocado sobre seus súditos, proibindo-os de subirem a Jerusalém para
adorarem, o que ele permitiu àqueles que estavam dispostos a fazer isso. Mas o
que pensaremos a respeito dessa dispensação de providência, que a destruição do
reino de Israel viria no reinado de um dos melhores de seus reis? Ó DEUS, os
teus juízos são um grande abismo. DEUS mostrava com isso que ao trazer essa
ruína sobre eles planejava punir:
1. Não apenas os pecados daquela
geração, mas das que viveram em épocas anteriores, e considerar a iniqüidade de
seus pais, os quais tinham estado por longo tempo enchendo a medida e
acumulando ira para esse dia da ira.
2. Não apenas os pecados dos reis, mas
os pecados das pessoas. Se Oséias não foi tão mau como os reis anteriores, as
pessoas eram tão más quanto as que as precederam, e isso era um agravo de sua
maldade, e apressou a sua ruína, visto que seu rei não lhes deu um exemplo tão
mau como tinham feito os reis anteriores, nem os impediu de se emendarem. Ele
lhes deu permissão para fazerem o certo, mas eles procederam tão mal como
sempre, o que colocou a culpa de seus pecados e a ruína completamente sobre
eles.
III
Que a destruição veio
gradualmente. Por algum tempo, eles foram tributários antes de serem feitos
cativos pelo rei da Assíria (v. 3), e, se aquele julgamento menor tivesse sido
bem sucedido em torná-los humildes e reformá-los, o maior teria sido evitado.
IV
Que eles o trouxeram sobre si
mesmos pelo curso indireto que tomaram ao tirarem o jugo do rei da Assíria (v.
4). Se o rei e o povo de Israel tivessem se dirigido a DEUS, feito sua paz com
Ele e suas orações a Ele, eles poderiam ter recuperado a sua liberdade,
tranqüilidade e honra. Mas eles retiveram o seu tributo e confiaram no rei do
Egito para ajudá-los em sua revolta, a qual, se tivesse tido resultado, teria
sido o de apenas mudar o seu opressor. Mas o Egito tornou-se para eles o esteio
de um caniço quebrado. Isso provocou o rei da Assíria a agir contra eles com
maior severidade. Os homens não conseguem nada ao se debaterem na rede, antes
se embaraçam mais.
V
Que foi uma destruição completa
que veio sobre eles.
1. O rei de Israel tornou-se um
prisioneiro. Ele foi preso e amarrado, provavelmente sendo pego de surpresa,
antes de Samaria ser sitiada.
2. A terra de Israel tornou-se uma
presa. O exército do rei da Assíria subiu por toda a terra, fazendo-se senhor
dela (v. 5), e tratou as pessoas mais como traidoras que deviam ser punidas com
a espada da justiça do que inimigos regulares.
3. A cidade real de Israel foi sitiada
e finalmente tomada. Ela resistiu três anos depois que o país foi conquistado,
e sem dúvida, naquele tempo suportou-se muita angústia que não está
especificamente registrada. Mas a brevidade da história, e o fato de o relato
ser superficial, penso, insinua que eles foram abandonados por DEUS e Ele agora
não ligou para a aflição de Israel, como algumas vezes tinha feito.
4. O povo de Israel foi levado cativo
para a Assíria (v. 6). A maioria do povo, aqueles que tinham algum destaque,
foi forçada a ir para o país do conquistador, para serem escravos e pedintes
ali.
(1) Assim ele quis exercer domínio sobre eles,
e mostrar que estavam inteiramente ao seu dispor.
(2) Ao privá-los de suas possessões e
propriedades, legítimas e particulares e expô-los a todas as durezas e vergonha
de uma remoção para um país estrangeiro, sob o poder de um exército arrogante,
ele os castigou por sua rebelião e seu esforço em tirar o jugo dele.
(3) Assim ele evitou efetivamente todas as
tentativas futuras de rebelião e assegurou o país deles para si mesmo.
(4) Assim ele conseguiu o benefício do serviço
deles no próprio país dele, como o Faraó havia feito com os pais deles. E assim
esse povo indigno se perdeu como foi encontrado, e terminou como começou, em
servidão e sob opressão.
(5) Dessa forma, ele abriu espaço para aqueles
de seu próprio país que tinham poucas terras e pouco que fazer em casa, para se
estabelecerem em uma boa terra, uma terra que manava leite e mel. Em todos
esses vários caminhos ele se serviu com esse cativeiro das dez tribos. Aqui nós
somos informados em que lugares de seu reino ele os fixou — em Hala e Habor, em
lugares, podemos supor, distantes um do outro, para que eles não mantivessem
correspondência, se reunissem novamente e criassem problemas. Nós temos razão
para pensar que ali, depois de algum tempo que estavam assim misturados entre
as nações, eles se perderam e não houve mais memória do nome de Israel. Aqueles
que se esqueceram de DEUS foram eles mesmos esquecidos. Aqueles que pensaram em
ser como as nações, foram sepultados no meio delas. E aqueles que não serviam a
DEUS em sua própria terra tiveram de servir seus inimigos em uma terra
estranha. É provável que foram os homens de honra e propriedades que foram
levados cativos e que muitos da parte mais miserável do povo foram deixados
para trás, muitos de todas as tribos, que, ou foram para Judá ou se submeteram
à colonização assíria e sua posteridade foi a dos galileus ou samaritanos. Mas
assim terminou Israel como uma nação. Agora ele se tornou Lo-ammi — não meu
povo, e Lo-ruhamah — desfavorecida. Agora Canaã os cuspiu. Quando nós lemos da
entrada sob a liderança de Oséias (Josué), o filho de Num, quem teria pensado
que uma coisa como essa seria sua saída sob Oséias, o filho de Elá? Assim, a
glória que teve Roma com Augusto afundou, muitos séculos depois, com Augústulo.
A Providência assim ordenou o declínio da honra das dez tribos para que a honra
de Judá (a tribo real) e Levi (a tribo santa), que ainda sobraram, pudesse
brilhar mais forte. Mas nós encontramos um número selado de todas as tribos (Ap
7), exceto Dã. Tiago escreve para as doze tribos dispersas (Tg 1.1) e Paulo
fala das doze tribos, servindo a DEUS continuamente, noite e dia (At 26.7). De
maneira que embora jamais leiamos a respeito daqueles que foram levados
cativos, nem tenhamos nenhum motivo para dar crédito à hipótese de alguns (de
que as tribos ainda existem como um corpo distinto em algum canto remoto do
mundo), um remanescente delas escapou, para manter o nome de Israel, até que
viesse a ser esgotado pela Igreja do Evangelho, o Israel espiritual, no qual
ele sempre continuará (Gl 6.16).
2
Reis 17:7-23
Causas da Invasão e Advertência aos Outros - Comentário Bíblico - Matthew Henry
(Exaustivo) AT e NT
Embora a destruição do reino das dez
tribos fosse relatada apenas brevemente, ela é largamente comentada nesses
versículos por nosso historiador, e os motivos que levaram a ela são apontados,
não sendo tomados de causas secundárias — a fraqueza de Israel, a sua direção
nada política, e a força e a crescente grandeza do monarca assírio (essas
coisas são omitidas) — mas apenas da Primeira Causa. Observe:
1. Foi o Senhor quem os tirou de
diante da sua face. Quem quer que tenha sido o instrumento, Ele foi o autor
dessa calamidade. Veio como desolação do Todo-poderoso. O assírio era apenas a
vara da sua ira (Is 10.5). Pois o Senhor rejeitou a toda semente de Israel, do
contrário seus inimigos não poderiam tê-lo apanhado (v. 20). Quem entregou Jacó
por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o SENHOR? (Is 42.24).
Nós perdemos o benefício dos castigos nacionais se não olharmos a mão de DEUS
neles, e o cumprimento da Escritura, pois isso também se observa aqui: O Senhor
tirou Israel do seu favor e para fora da sua terra, como falara pelo ministério
de todos os seus servos, os profetas. Passarão os céus e a terra, mas nem um
til da palavra de DEUS cairá por terra. Quando a palavra de DEUS e sua obra
forem comparadas, será verá que elas não apenas concordam, mas que esclarecem
uma a outra. Mas por que DEUS arruinaria um povo que foi criado e constituído,
como Israel foi, por milagres e oráculos? Por que ele desfaria aquilo que Ele
mesmo tinha feito com um sacrifício tão grande? Foi puramente um ato de
soberania? Não, foi um ato de justiça necessária. Pois:
2. Eles o provocaram a fazer isso
pela impiedade deles. Foi realizado por DEUS? Mais ainda, foi realizado por
eles mesmos. Por seu caminho e suas práticas eles conseguiram tudo isso para si
mesmos, e foi sua própria maldade que os corrigiu. Isso o historiador sagrado
mostra aqui detalhadamente, para que fique claro que DEUS não fez nenhum mal a
eles, e para que outros fiquem sabendo e temam. Vinde e vede o que foi que
provocou todo esse dano, que quebrou o poder deles e atirou a glória deles ao
pó. Foi o pecado. Foi ele que, e nada mais, fez separação entre eles e DEUS.
Isso é aqui muito comoventemente esclarecido como a causa de todas as
desolações de Israel.
Ele mostra:
I
O que DEUS tinha feito por Israel,
para levá-lo a servi-lo.
1. Ele lhes deu a sua liberdade (v. 7):
Os fizera subir de debaixo da mão do Faraó, que os oprimia, afirmou a sua
liberdade (Israel é meu filho) e realizou a sua liberdade com mão forte. Assim,
eles estavam obrigados, pelo dever e pela gratidão, a serem seus servos, pois
Ele tinha soltado seus laços. Nem Ele, que os resgatou da mão do rei do Egito
se contradiria a ponto de entregá-los nas mãos do rei da Assíria, como fez, se
eles não tivessem, pela sua iniqüidade, traído a sua liberdade e se vendido.
2. Ele lhes deu a lei que possuíam, e
foi Ele próprio o rei deles. Eles foram colocados imediatamente sob um governo
divino. Eles não poderiam alegar ignorância do bem e do mal, do pecado e do
dever, pois DEUS os tinha especificamente exortado contra aquelas muitas coisas
das quais Ele os acusa (v. 15): Que não fizessem como os pagãos. E eles não
poderiam ter nenhuma dúvida a respeito de sua obrigação de observar as leis que
são aqui acusados de rejeitar, pois elas eram os mandamentos e os estatutos do
Senhor seu DEUS (v. 13), de maneira que não foi deixado nenhum espaço para
dúvida se eles deviam guardá-las ou não. Ele não fez assim a nenhuma outra
nação (Sl 147.19,20).
3. Ele lhes deu a terra que possuíam,
pois lançara fora as nações de diante dos filhos de Israel (v. 8), para lhes
dar o espaço. E a expulsão delas por causa de suas idolatrias foi uma
advertência tão clara quanto poderia ser dada para Israel não fazer como elas.
II
O que eles fizeram contra DEUS, apesar desses compromissos que Ele colocou
sobre eles.
1. Em geral: Eles pecaram contra o
Senhor, seu DEUS (v. 7), fizeram coisas que não eram retas (v. 9), mas
secretamente. Tão ligados eles estiveram às suas práticas más que quando eles
não podiam praticá-las publicamente, por vergonha ou por temor, as praticavam
secretamente — uma evidência do seu ateísmo, que eles pensavam que o que era
feito secretamente estava oculto aos olhos do próprio DEUS e não seria cobrado.
Novamente, eles realizaram coisas iníquas em tal contradição à lei divina que
parecia que elas eram feitas para provocarem a ira do Senhor (v. 11),
desprezando a autoridade dele e desafiando a sua Justiça. Eles rejeitaram os
estatutos e a aliança de DEUS (v. 15), não estavam ligados seja por seu comando
ou pelo consentimento que eles mesmos tinham dado à aliança, mas lançaram fora
as obrigações de ambos, e por isso DEUS justamente os rejeitou (v. 20). Veja
Oséias 4.6. Eles deixaram todos os mandamentos do Senhor, seu DEUS (v. 16),
deixaram o caminho, deixaram a obra, no qual aqueles mandamentos os ordenavam e
dirigiam. Mais ainda, no fim, eles venderam-se para fazer o que era mal aos
olhos do Senhor, isto é, eles se dedicaram completamente ao pecado, como
escravos ao serviço daqueles a quem são vendidos, e, por sua persistência
obstinada no pecado, endureceram de tal forma seus próprios corações para que
finalmente se tornasse moralmente impossível para eles recuperar-se, como
alguém que, tendo se vendido, esqueceu seu passado de liberdade.
2. Em particular. Embora sem dúvida
eles fossem culpados de muitas imoralidades e tivessem violado todos os
mandamentos da segunda tábua, nada está especificado aqui a não ser a sua
idolatria. Esse foi o pecado que mais facilmente os envolveu. Esse foi, de
todos os pecados, o que mais provocou a DEUS: Foi o adultério espiritual que
quebrou a aliança de casamento e serviu de entrada para todas as outras
impiedades. Por essa razão é mencionado freqüentemente aqui como o pecado que
os arruinou.
(1) Eles temeram outros deuses (v. 7), isto é,
os adoraram e ofereceram suas homenagens a eles, como se temessem o
descontentamento deles. (2) Eles andaram nos estatutos das nações, os quais
eram contrários aos estatutos de DEUS (v. 8), fizeram como as nações (v. 11), e
seguiram as nações que estavam em roda deles (v. 15), assim prostituindo a
honra de sua peculiaridade e frustrando o plano de DEUS a respeito deles, pelo
qual deviam distinguir-se das nações. Aqueles que foram ensinados por DEUS
devem ir à escola das nações — aqueles que foram reservados para DEUS devem
tomar suas medidas das nações que foram abandonadas por Ele?
(3) Eles andaram nos estatutos dos idólatras
reis de Israel (v. 8), em todos os pecados de Jeroboão (v. 22). Quando seus
reis assumiram o poder de alterar e acrescentar às divinas instituições,
submeteram-se a eles, e pensaram que a ordem de seus reis os apoiaria em
desobediência à ordem de seu DEUS.
(4) Eles edificaram para si mesmos altos em
todas as suas cidades (v. 9). Se em algum lugar havia apenas a torre do vigia
(uma cidade de interior que não tivesse muros, mas apenas uma torre para
proteger o vigia em tempo de perigo), ou apenas uma choupana para pastores,
devia ser honrado com um lugar alto, e com um altar. Se houvesse uma cidade
murada, ela devia ser, além disso, fortificada com um lugar alto. Tendo
abandonado o santo lugar de DEUS, eles não conheciam limite no número dos
lugares altos, nos quais cada homem seguia sua própria fantasia e dirigia sua
devoção ao deus que lhe agradasse. Coisas sagradas foram dessa forma profanadas
e tornadas comuns, quando seus altares se tornaram como montões de pedras nos
regos dos campos (Os 12.11).
(5) Eles levantaram estátuas e imagens do
bosque — Asherim (até imagens de madeira, assim pensam alguns que o termo, que
traduzimos por bosque, deve ser traduzido), ou Ashtaroth (assim outros) —
diretamente contrários ao segundo mandamento (v. 10). Eles serviram a ídolos
(v. 12), as obras de suas próprias mãos e criaturas de sua própria fantasia,
embora DEUS os tivesse advertido de modo específico a que não fizessem isso.
(6) Eles queimaram ali incenso em todos os
altos, em honra de deuses estrangeiros, pois isso foi para a desonra do DEUS
verdadeiro (v. 11).
(7) Eles seguiram a vaidade. Os ídolos são
chamados assim porque eles não podiam fazer nem o bem nem o mal, mas eram as
coisas mais insignificantes que podiam existir. Aqueles que os adoravam
assemelhavam-se a eles e dessa forma se tornavam vaidade e sem valor (v. 16),
vaidade em suas devoções, que eram bestiais e ridículas, e assim tornavam-se
vãos em toda a sua convivência.
(8) Além das imagens fundidas, aqueles dois
bezerros, eles se prostraram diante de todo o exército do céu — o sol, a lua e
as estrelas: Pois isso não se refere às hostes celestiais de anjos. Eles não
tinham se elevado até então acima das coisas sensíveis a ponto de pensar nos anjos.
E, além disso, eles serviram a Baal, o herói deificado dos gentios (v. 16).
(9) Também fizeram passar pelo fogo a seus
filhos e suas filhas, em sinal da dedicação que faziam deles a seus ídolos.
(10) Eles usavam adivinhações e encantamentos,
para que pudessem receber orientações dos deuses a quem eles prestavam sua
devoção.
III
Que meios DEUS usou com eles para
fazê-los sair da suas idolatrias, e com quão poucos resultados. Ele testificou
contra eles, mostrou-lhes seus pecados e os advertiu das conseqüências fatais
que acarretariam, por meio de todos os profetas e todos os videntes (pois assim
os profetas tinham sido anteriormente chamados), e insistiu para se converterem
de seus maus caminhos (v. 13). Nós temos lido da existência de profetas, mais
ou menos, em cada reinado. Embora eles tivessem abandonado a família de
sacerdotes de DEUS, Ele não os deixou sem uma sucessão de profetas, que fizeram
sua ocupação ensiná-los o bom conhecimento do Senhor, mas tudo foi em vão (v.
14). Eles não ouviam, antes, se tornaram inflexíveis, persistindo em suas
idolatrias, e foram como seus pais, que não curvaram seus pescoços para o jugo
de DEUS, porque não creram nele, não receberam suas verdades, nem se
aventuraram em suas promessas: isso parece se referir a seus pais no deserto. O
mesmo pecado que manteve os pais fora de Canaã expulsou os filhos, e esse
pecado foi a incredulidade.
IV
Como DEUS os puniu por seus
pecados. Ele se indignou contra eles (v. 18). Pois, no que se refere ao seu
culto, Ele é um DEUS zeloso, e não se ressente com nada mais profundamente do
que dar aquela honra que é devida apenas a Ele a qualquer criatura. Ele os
afligiu (v. 20) e os deu nas mãos dos despojadores, nos dias dos juízes e de
Saul, e posteriormente, nos dias da maioria de seus reis, para ver se eles
acordariam em função dos castigos divinos, para considerar e emendar seu
caminho. Mas, quando todas essas correções não foram bem sucedidas em expulsar
a tolice, DEUS primeiramente rasgou a Israel da casa de Davi, sob a qual ele
poderia ter sido feliz. Como Judá foi com isso enfraquecido, assim Israel foi,
com isso, corrompido. Pois eles fizeram rei a um homem que apartou Israel de
seguir o Senhor e os fez pecar um grande pecado (v. 21). Esse foi um julgamento
nacional, e a punição de suas idolatrias anteriores. E, finalmente, Ele os
tirou de diante da sua face (vv. 18,23), sem lhes dar nenhuma esperança de um
retorno do seu cativeiro.
Finalmente, aqui há uma queixa contra Judá no meio de tudo (v. 19): Até Judá
não guardou os mandamentos do Senhor; embora eles não fossem tão completamente
maus como Israel, mas eles andaram nos estatutos que Israel fizera. E isso
agravou o pecado de Israel, porque eles transmitiram sua infecção para Judá
(ver Ez 23.11). Aqueles que introduzem o pecado em um país ou família
introduzem nele uma praga, e terão que responder por todo dano que se seguir.
2
Reis 17:24-41
Registro das Nações e suas Religiões que Sucederam os Israelitas na Posse da
sua Terra - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Nunca uma terra foi perdida, dizemos,
por falta de herdeiro. Quando os filhos de Israel foram desapossados e expulsos
de Canaã, o rei da Assíria logo transplantou para lá o excedente de seu próprio
país, os que ele podia ceder, os quais seriam servos dele e senhores dos
israelitas que restaram. E aqui nós temos um relato desses novos habitantes,
cuja história é relatada para que possamos nos despedir de Samaria e também dos
israelitas que foram levados cativos para a Assíria.
I
A respeito dos assírios que foram
introduzidos na terra de Israel, nós somos informados aqui:
1. Que eles possuíram Samaria e
habitaram nas suas cidades (v. 24). É comum que as terras mudem de donos, mas é
triste que a terra santa se torne uma terra pagã novamente. Veja que obra o pecado
faz.
2. Que à sua primeira chegada, DEUS
mandou entre eles leões. Provavelmente eles fossem insuficientes para povoarem
o país, o que fez com que as feras do campo se multiplicassem contra eles (Êx
23.29). Mas, além da causa natural, houve uma manifesta mão de DEUS nisso, o
qual é Senhor dos exércitos, de todas as criaturas, e pode usar para seus
propósitos o que quiser, pequenos ou grandes, piolhos ou leões. DEUS lhes
ordenou essas severas boas-vindas para reprimir o orgulho e a insolência deles,
e para fazê-los saber que, embora tivessem conquistado a Israel, o DEUS de
Israel tinha poder suficiente para lidar com eles — que Ele poderia ter evitado
o estabelecimento deles aqui, recrutando leões para a proteção de Israel, e que
Ele o permitiu, não pela retidão deles, mas pela maldade de seu próprio povo —
e que eles estavam agora sob a sua visitação. Eles tinham vivido sem DEUS em
sua própria terra, e não foram incomodados por leões. Mas, se eles fizerem isso
nessa terra, será para seu próprio risco.
3. Que eles enviaram uma queixa de sua
aflição ao rei seu senhor, demonstrando, é provável, a perda que a nova colônia
deles tinha sofrido por causa dos leões e o contínuo medo que sentiam deles, e
declarando que consideravam que isso era um castigo sobre eles por não adorarem
ao DEUS do país, o que não poderiam fazer por não saberem como (v. 26). O DEUS
de Israel era o DEUS de todo o mundo, mas, de forma ignorante, eles o chamaram
de o DEUS da terra, entendendo-se dessa forma, dentro de seu alcance, e preocupados
em estar em boas relações com Ele. Aqui, eles envergonharam os israelitas, que
não estavam tão prontos para ouvir a voz dos julgamentos de DEUS como eles
estavam, e que não serviram ao DEUS da terra, embora Ele fosse o DEUS de seus
pais e o seu grande benfeitor, e embora eles estivessem bem instruídos na
maneira de adorá-lo. Os assírios imploraram para serem ensinados naquilo que os
israelitas odiaram serem ensinados.
4. Que o rei da Assíria cuidou para que
eles fossem ensinados no costume do DEUS da terra (vv. 27,28), não por causa de
qualquer simpatia para com aquele DEUS, mas para salvar seus súditos dos leões.
Com essa mensagem, ele enviou de volta um dos sacerdotes a quem ele tinha
levado cativo. Um profeta lhes teria feito mais bem, pois esse era apenas um
dos sacerdotes dos bezerros e, por isso, escolheu habitar em Betel por causa da
antiga familiaridade com o lugar, e, embora ele pudesse ensiná-los a que
fizessem algo melhor do que tinham feito, provavelmente não lhes ensinaria a
fazerem-no bem, a menos que o tivesse ensinado a seu próprio povo. Porém, ele
veio e habitou entre eles, para ensiná-los como deviam temer ao Senhor. Se ele
os ensinou com base no livro da lei, ou apenas verbalmente, é incerto.
5. Que, sendo assim ensinados, eles
criaram uma religião sincretista, adoravam ao DEUS de Israel por temor e a seus
próprios ídolos por amor. Ao Senhor temiam, mas a seus deuses serviam (v. 33).
Todos eles concordaram em adorar ao DEUS da terra de acordo com o costume,
observar as festas e os ritos de sacrifício judaicos, mas cada nação fez,
paralelamente, seus próprios deuses, não apenas para seu uso particular em suas
famílias, mas para serem colocados nas casas dos altos (v. 29). Os ídolos de
cada país são aqui mencionados (vv. 30,31). Os eruditos estão perdidos no que
se refere ao significado de vários desses nomes, e não chegam a um acordo sobre
as representações sob as quais esses deuses eram adorados. Se pudermos dar
crédito às tradições dos doutores judeus, eles nos dizem que Sucote-Benote era
adorado em uma galinha e pintinhos, Nergal em um galo, Asima em um bode sem
pêlo, Nibaz em um cão, Tartaque em um asno, Adrameleque em um pavão e
Anameleque em um faisão. Nossos próprios eruditos nos dizem que, mais
provavelmente, Sucote-Benote (que significa as tendas das filhas) era Vênus.
Nergal, sendo adorado pelos cutitas, ou persas, era o fogo. Adrameleque e
Anameleque eram apenas nomes diferentes de Moloque. Veja como os idólatras eram
vãos em suas imaginações e maravilhe-se com a sua estupidez. Nossa grande
ignorância a respeito desses ídolos nos ensina a realização daquela palavra que
DEUS tinha falado, que todos esses falsos deuses desapareceriam (Jr 10.11).
Todos eles estão sepultados no esquecimento, enquanto que o nome do verdadeiro
DEUS continuará para sempre. 6. Diz-se aqui que essa superstição misturada
continuou até ao dia de hoje (v. 41), até o tempo quando esse livro foi escrito
e muito tempo depois, mais de trezentos anos ao todo, até o tempo de Alexandre
o Grande, quando Manassés, irmão de Jado, o sumo sacerdote dos judeus, tendo se
casado com a filha de Sambalate, governador dos samaritanos, passou por cima
deles, conseguiu permissão de Alexandre para construir um templo no monte
Gerizim, atraiu muitos judeus até ele, e convenceu os samaritanos a jogarem
fora todos os seus ídolos e adorarem apenas ao DEUS de Israel. Mas a sua
adoração era misturada com tanta superstição que nosso Salvador lhes disse que
eles não sabiam o que adoravam (Jo 4.22).
II
A respeito dos israelitas que foram
levados para a terra da Assíria. O historiador tem oportunidade de falar deles
(v. 33), mostrando que seus sucessores na terra fizeram o que eles tinham feito
(segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados), eles
adoraram ao DEUS de Israel e àqueles outros deuses. Mas o que os cativos
fizeram na terra de sua aflição? Eles se emendaram e foram trazidos ao
arrependimento pelas suas tribulações? Não, eles seguiram o antigo costume (v.
34). Quando as duas tribos foram posteriormente levadas para a Babilônia, elas
foram curadas de sua idolatria e, por essa razão, depois de setenta anos, foram
trazidas de volta com alegria. Mas as dez tribos foram endurecidas no forno, e
por isso com justiça se perderam nele e foram abandonadas para perecerem. Essa
obstinação deles é aqui agravada pela consideração:
1. Da honra que DEUS tinha posto sobre
eles, como a semente de Jacó, a quem deu o nome de Israel, e de quem eles assim
receberam o nome, mas foram uma vergonha para o bom nome que sobre eles foi
invocado.
2. Da aliança que Ele fez com eles, e da
responsabilidade que lhes impôs aquela aliança, a qual é aqui plenamente
recitada, que eles deviam temer e servir apenas ao Senhor Jeová, o qual os
tinha feito subir da terra do Egito (v. 36), para que, tendo recebido seus
estatutos e ordenança por escrito, eles tivessem cuidado em observar todos os
dias (v. 37), e jamais esquecer aquela aliança que DEUS tinha feito com eles,
as promessas e as condições daquela aliança, principalmente aquele grande
artigo que é repetido aqui três vezes, porque tinha sido freqüentemente
inculcado e reforçado, que eles não deviam temer a outros deuses. Ele lhes
tinha dito que, se se mantivessem perto dele, Ele os livraria das mãos de todos
os seus inimigos (v. 39). Mas quando eles estavam nas mãos de seus inimigos, e
necessitaram de libertação, foram tão estúpidos, e tiveram tão pouco senso de
seu próprio interesse, que seguiram o antigo costume (v. 40), serviram ao DEUS
verdadeiro e aos falsos deuses, como se não soubessem da diferença. Efraim está
entregue aos ídolos; deixai-o. Assim eles fizeram e assim fizeram as nações que
os sucederam. Bem pode o apóstolo perguntar: Pois quê? Somos nós mais
excelentes? De maneira nenhuma! Pois, tanto judeus como gregos, todos estão
debaixo do pecado (Rm 3.9).
A
queda e o julgamento de Israel (17.1-41) - Comentário - NVI (F.F.Bruce)
v. 1. Oséias, filho de Elá, o
conspirador de 15.30, reinou nove anos, conduzindo uma política desajeitada e
fútil, décimo segundo ano do reinado de Acaz (cf. 15.30) sugere que
segundo algumas contas o reinado de Acaz foi datado com início em 745/4
(podendo ter acontecido uma co-regência a partir de 734). v. 2. fez o que o
Senhor reprova, mas não como os reis de Israel que o precederam',
embora o texto não nos relate em que aspectos ele melhorou. Dã estava
além do seu controle, mas não há evidências de que Betel ou Samaria
tiveram progresso religioso. v. 3. Salmaneser, rei da Assíria ascendeu ao trono
em 727 a.C. Oséias fora seu vassalo e lhe pagara tributo como havia
feito em relação a Tiglate-Pileser. Um avivamento da influência egípcia
depois de um longo silêncio deu aos israelitas quase afogados uma
palha de esperança, mas Sô, rei do Egito (atualmente considerado Osorcon
IV) era uma esperança falsa (v. 4). O profeta Oséias (7.11; 12.1)
comenta de forma mordaz acerca da tolice de um minúsculo enclave
samaritano querer negociar com uma potência. O rei Oséias já não pagava
mais o tributo, seguindo o exemplo dado pelas cidades fenícias que esperavam
que a substituição do rei assírio interrompesse a pressão para o
Ocidente. Salmaneser reagiu de forma punitiva contra Oséias e mandou
lançá-lo na prisão, provavelmente depois que ele deixou Samaria
para defender a sua causa diante do rei. Os samaritanos, agora sem rei,
suportaram isso durante três anos (v. 5) — um tributo à habilidade de Onri
na escolha do local e de Acabe em fortificá-lo — mas foram finalmente
vencidos e os líderes deportados. Salmaneser morreu durante o cerco; assim,
Sargão reivindicou a vitória e diz que deportou 27.290 habitantes,
deixando “o restante” com um “governador sobre eles”.
v. 7. Tudo isso aconteceu porque os
israelitas haviam pecado: esse é um resumo da filosofia da história do
autor. Todos os fatores econômicos, sociais e políticos, segundo o autor, são
resultado da corrupção cultual (v. 8-12) e da negligência dos decretos e
da aliança (v. 15) atrelados à sua preocupação saudável pela justiça
social. Mais importante do que a força bélica dos assírios foi o fato de
os israelitas não terem vivido de acordo com toda a Lei (v. 13). Salomão
havia construído o templo esplêndido de Jerusalém, mas também
tinha satisfeito os desejos pagãos das suas mulheres estrangeiras (lRs
11.7,8; o v. 8b talvez seja uma referência a ele, entre outros),
hesitando entre duas opiniões. Jeroboão I afirmou que o seu novo
culto era uma nova expressão da aliança do Êxodo (lRs 12.28), mas na
verdade induziu Israel a deixar de seguir o Senhor (v. 21). Os dois ídolos
de metal na forma de bezerros (v. 16) tinham mais em comum com a
adoração da natureza do que com o Senhor, o seu DEUS, que os tirara do
Egito (v. 7) e deu prosseguimento aos excessos do v. 17 —
aqui atribuídos tanto ao Norte quanto ao Sul (todos os exércitos
celestiais é uma referência a uma prática assíria, mas é mencionada em
Am 5.26 no seu protesto contra o Norte).
Judá (v. 13,18,19) deveria ter
aprendido, mas o editor posterior observa (v. 19,20) que mais tarde Judá
também recebeu o mesmo castigo.
v. 24. O rei da Assíria seguiu a nova prática de recolonizar as terras
conquistadas. Isso gerava a mistura gradativa das raças e a erosão do desejo
nacionalista de revolta. Os leões (v. 25,26) são interpretados como
juízo porque os novos ocupantes não sabiam o que o DEUS daquela terra
exige, de modo que um dos sacerdotes de Samaria foi enviado (ou
“alguns sacerdotes”, para concordar com o TM “eles”; v. 27) as
orientações para ensinar as exigências do deus da terra. O resultado foi a
mistura registrada nos v. 29-41. v. 33. Eles adoravam o Senhor, mas também
prestavam culto aos seus próprios deuses: um epitáfio para muitas
sociedades de hoje. Assim surgiram os samaritanos, ridicularizados e
desprezados pelos judeus (a quem JESUS teve de advertir contra uma
confusão paralela; Mt 6.24), mas ardentemente orgulhosos de seu elo com Moisés
e sua versão do Pentateuco (v. NB D, p. 1.471-3).
Fim
do Reino do Norte (17:1-41) - Comentário Mesquita (AT)
Examinaremos uma sucessão de fatos de triste
recordação, relacionados com os últimos dias de Israel, para vermos a que fim
triste foi levada a parte de uma nação que DEUS resgatou do Egito com tanta
esperança e tantos prognósticos bons. Foi como se uma sorte triste e maléfica
trabalhasse para destruir tudo o que DEUS mesmo tinha construído. A história é
implacável: o Diabo tem nela o seu melhor papel.
1) Oséias, o último rei. 1
A situação no Levante era nesta quadra
tristemente deplorável. Os políticos não se entendiam e os poderes maiores ao
redor disputavam a supremacia das nações. Oséias foi elevado ao trono de
Samária sob os auspícios da Assíria, mesmo porque nenhuma grande atitude
poderia ser tomada em Samária sem ouvir-se o grande senhor da Assíria.
Entretanto, Oséias, para se livrar de Salmanasar, sucessor de Tiglate-Pileser,
aliou-se a outro rei estrangeiro, nem melhor nem pior, por nome Só, do Egito,
tendo deixado de pagar os tributos ao rei da Assíria (17:4). Era uma troca de
pouca valia ou mesmo perigosa. O Egito estava muito ao sul e qualquer possível
ajuda chegaria tarde demais, porque a Assíria estava ali à mão. Entretanto,
estes arranjos eram naturais; qualquer rei vassalo gostaria de sair das mãos do
seu senhor. As negociações de Oséias com Só, do Egito, chegaram aos ouvidos de
Salmanasar que veio a Samária, jogou Oséias no cárcere, cercou a cidade por
três anos, até a sua queda. O que se passou dentro dos muros de Samária está
longe de ser posto nesta página. Podemos apenas imaginar uma cidade cercada, de
onde ninguém saía nem entrava durante três anos. Enquanto isso, o seu rei
estava sob grilhões. Finalmente em 722, Samária rendeu-se, ou caiu, e dela só
restavam esqueletos de mortos e vivos esqueléticos. Foi uma resistência
heróica, só tendo paralelo em Judá, quando os romanos em 70 sitiaram a cidade e
a tomaram para sempre. O melhor relato da história desta malfadada cidade é-nos
contada pelo mesmo Salmanasar, quando diz que levou para as regiões da Assíria
(27-29) homens e mulheres, reequipou a cidade com cinqüenta carros de sua real
guarda, etc. Foi esta a primeira deportação que a história chama a diáspora. O
povo do norte, não apenas os samaritanos, foi levado para as regiões de
Babilônia e outras áreas, já conquistadas pelos assírios. Quando mais tarde
Judá foi deportado pelos babilônios em 586 encontrou seus irmãos do norte
estabelecidos nas cidades do Império Assírio. É com profunda mágoa que o
escritor evangélico contempla o quadro agora desenhado aos seus olhos de
historiador.
1. Depois da morte de Tiglate-Pdeser
III, Oséias entrou em confabulações com o Egito para se livrar do domínio
assírio, mas Salmanasar V revidou imediatamente e cercou a cidade até que caiu
em poder de Sargão II, em 722 a.C.
2) Recapitulação da História.
O autor de Crônicas não se deteve
a examinar as conseqüências da queda de Samária. Passou logo ao reino de
Ezequias, mas nós não podemos olvidar o que nos diz o autor de Reis em 17:7-23.
Vejamos as causas desta grande desgraça que se abateu sobre a maior parte do
povo de Israel:
a) Não foram fiéis aos motivos, causa
da libertação da mão do rei do Egito (v. 7). DEUS tirou esta gente ingrata da
mão de Faraó, para constituir um povo especial e santo. Não corresponderam eles
ao ideal, corromperam-se e destruíram a obra de DEUS.
b) Andaram nos estatutos das nações
vizinhas. Desde a entrada na terra em 1400 até agora, 722, foram 678 anos de
luta para que o povo se convencesse que DEUS só há um, e os ídolos das nações
eram laços para eles. Se voltarmos a estudar Josué, Juízes até aqui, que vemos?
Uma contínua reincidência no pecado da idolatria (.17:12).
c) DEUS advertiu o povo por meio dos seus profetas e juízes a que evitassem
contato com os povos da terra, mas sem efeito. "Não deram ouvidos; antes
endureceram a sua cerviz" (v. 14). Foi uma obstinação pertinaz e
desafiadora contra DEUS, para cuja situação não se encontra explicação.
d) Rejeitaram os estatutos divinos e se
apegaram às imagens dos povos que tinham por missão conquistar (15-16). Por
muitas vezes temos feito referências ao cananeísmo, a influência que estas
nações exerciam contra o povo recém-introduzido na terra. Eram os aserás, os ídolos-postes,
os baalins, os altos, os moloques e toda uma coorte de imagens de fundição que
fizeram a desgraça desta gente.
e) Pior que tudo, queimaram seus
próprios filhos a Moloque, o deus dos amonitas, deram-se a toda sorte de
advinhações (v. 17), como faziam os povos que não tinham conhecido o DEUS
verdadeiro. Isto depois de lhes serem enviados profetas como Amós, Oséias e tantos
outros, tudo em pura perda.
f) Não apenas Israel, mas Judá estava
incurso em grande parte das penalidades dos seus irmãos do norte, pois foi por
causa da idolatria de Salomão, que a nação foi dividida, e de cuja divisão não
adveio lucro algum. Parece que tudo conspirava contra a obra de DEUS. Nós, que
apenas estudamos história e vemos os fatos à sua luz, sentimo-nos escandalizados
da falta de bom senso e juízo por parte de reis e políticos, povo graúdo e
miúdo, por tanta ignorância das coisas de DEUS. O fim ai está para escarmento
dos leitores da Bíblia.
3) Os estrangeiros em Samária.
O problema samaritano chegou até
os dias de JESUS. A política dos governantes da Assíria era destruir a
nacionalidade e com isso evitar revoluções e insubmissões. Despovoado o Reino
do Norte, os reis conquistadores trouxeram para Samária e seus arredores povos
de outras áreas conquistadas. Assim haveria uma caldeação de povos sem pátria,
sem deuses, sem governos. Um povo amorfo, política e religiosamente. Estas
gentes mal alinhadas, cada qual procuraria continuar a sua vida de outros
lugares, de onde tinham sido trazidos, tentando praticar inclusive a sua
religião. É isso que nos ensina o verso 29: as nações faziam cada uma o seu
próprio DEUS. De modo geral, porém, adotaram os costumes e religião da terra.
Diz o verso 25: " ... no princípio da sua habitação ali, não temeram ao
Senhor; e o Senhor mandou entre eles leões, que mataram alguns deles."
Houve queixa ao rei dos assírios de que a presença das feras era porque não
conheciam o DEUS da terra. Foi então mandado para lá um dos sacerdotes que
habitou em Betel e lhes ensinou a religião do povo do lugar. Resultou disso
outro problema, o chamado samaritanismo, a mistura da religião dos povos
trazidos para Samária e outras cidades com a religião de Israel.
2. Durante o cerco de Samária
Salmanasar V morreu inesperadamente e Sargão Il assumiu o poder e manteve o
cerco até a queda da cidade, em 722 a.C.
FONTE: APAZDOSENHOR.ORG
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