Lição 8: O Discipulado no Ambiente de Trabalho
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
2 Reis 5.1-8
E Naamã, capitão do exército do rei da Síria, era um
grande homem diante do seu SENHOR, e de muito respeito; porque por ele o SENHOR
dera livramento aos sírios; e era este homem herói valoroso, porém leproso.
E saíram tropas da Síria, da terra de Israel, e
levaram presa uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã.
E disse esta à sua senhora: Antes o meu senhor
estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua
lepra.
Então foi Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo:
Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel.
Então disse o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma
carta ao rei de Israel. E foi, e tomou na sua mão dez talentos de prata, seis
mil siclos de ouro e dez mudas de roupas.
E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo, em
chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o
cures da sua lepra.
E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou
as suas vestes, e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que
este envie a mim um homem, para que eu o cure da sua lepra? Pelo que deveras
notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim.
Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.
TEXTO ÁUREO
Como também eu em tudo agrado a todos,
não buscando o meu próprio proveito, mas
o de muitos, para que assim se possam
salvar.
1 Coríntios 10.33
OBJETIVOS
Entender que todas as ações do cristão, inclusive na
realidade de trabalho, devem
contribuir para a glória de
Deus;
Conscientizar-se de que seu ambiente de trabalho deve
ser utilizado para manifestar
sua fé em Cristo e levar
pessoas ao conhecimento da
verdade;
Aplicar os métodos específicos de discipulado e
evangelização em seus
relacionamentos no trabalho.
Deus abençoe
sua vida!
O trabalho para a glória de Deus
Deus
organizou deliberadamente a vida de tal maneira que ele precisa da cooperação
dos seres humanos para o cumprimento dos seus propósitos. Ele não criou o
planeta terra para ser produtivo por si mesmo; os seres humanos tinham que
subjugá-lo e desenvolvê-lo. Ele não fez um jardim cujas flores se abririam e os
frutos amadureceriam por conta própria; ele designou um jardineiro para
cultivar a terra. Chamamos isso de “mandato cultural” que Deus deu à raça
humana. “Natureza” é o que Deus nos dá; “cultura” é o que nós fazemos com ela.
Sem um agricultor humano, todo jardim ou campo se degeneraria rapidamente,
transformando-se num deserto.
Na
verdade, Deus fornece o solo, a semente, o sol e a chuva, mas nós temos que
arar, plantar e colher. Deus fornece as árvores frutíferas, mas nós temos que
podá-las e apanhar os frutos. Como Lutero disse certa vez num sermão sobre
Gênesis, “Pois por seu intermédio Deus trabalhará todas as coisas; ele vai
ordenhar as vacas e desempenhar as tarefas mais humildes por meio de você, e
todas as tarefas, da maior até a menor, serão agradáveis a ele”. De que valeria
a provisão que Deus faz para nós de uma vaca cheia de leite se nós não
estivéssemos lá para ordenhá-la?
Assim, há cooperação, na qual nós realmente
dependemos de Deus, mas na qual (acrescentamos reverentemente) ele também
depende de nós. Deus é o Criador; o homem é o agricultor. Cada um necessita do
outro. No bom propósito de Deus, criação e cultivo, natureza e criação,
matéria-prima e perícia profissional humana são indissociáveis. Esse conceito
de colaboração divino-humana é aplicável a todas as tarefas honrosas. Deus se
humilhou e nos honrou ao fazer-se dependente da nossa cooperação. Observe o
bebê humano, talvez a mais desamparada de todas as criaturas de Deus. As
crianças são, sem dúvida, “presentes do Senhor”, embora a procriação seja, em
si mesma, uma forma de cooperação. Depois do nascimento, é como se Deus
lançasse o recém-nascido nos braços da mãe e dissesse: “Agora você cuida”. Ele
confia aos seres humanos a criação de cada criança. Nos primeiros dias o bebê
parece até ser parte da mãe, de tão próximos que os dois estão. E por muitos
anos as crianças são dependentes de seus pais e professores.
Até
mesmo na idade adulta, apesar de dependermos de Deus para a própria vida,
dependemos uns dos outros para as necessidades da vida. Isso inclui não apenas
as necessidades básicas da vida física (alimento, vestuário, habitação, afeto,
segurança e cuidados médicos), mas também tudo que engloba a riqueza da vida
humana (educação, recreação, esportes, viagens, cultura, música, literatura e
as artes), para não mencionar a nutrição espiritual. Assim, qualquer que seja
nosso trabalho – em uma das profissões (ensino, medicina, leis, serviços
sociais, arquitetura ou construção), nas políticas nacional ou local ou no
serviço civil, na indústria, no comércio, no cultivo do solo ou na mídia, em
pesquisa, na administração, no serviço público ou nas artes, ou em casa –
devemos vê-lo como sendo cooperação com Deus. As palavras de Ambroise Paré, o
cirurgião francês do século 16 que algumas vezes foi descrito como “fundador da
cirurgia moderna”, estão inscritas no muro da École de Médicine em Paris: “Eu
fiz o curativo no ferido; Deus o curou”.
Sinopse
Os
Cristãos e os Desafios Contemporâneos é uma leitura essencial para a
compreensão das razões e das possibilidades de envolvimento dos cristãos com as
questões que tomam conta da sociedade moderna e ‘invadem’ também a igreja hoje.
Violência, direitos humanos, aborto, diversidade étnica, trabalho e desemprego,
meio ambiente, casamento e divórcio, homossexualidade, globalização, entre
outras, são algumas das questões sobre as quais John Stott se debruça e, com a
costumeira clareza e sabedoria bíblica, responde às perguntas urgentes que os
cristãos fazem todos os dias. Com guia de estudo ao final de cada capítulo,
especialmente preparado para discussão em grupo ou para reflexão individual, Os
Cristãos e os Desafios Contemporâneos é mais um clássico de um dos mais
notáveis cristãos do século 20.
Trecho do livro
“Os Cristãos e
os Desafios Contemporâneos de John Stott”
5 MANEIRAS DE HONRAR A CRISTO EM QUALQUER POSIÇÃO DE TRABALHO
Em uma cultura baseada no egoísmo,
autopromoção e deslealdade, como os cristãos podem demonstrar um comportamento
ético e honrar a Cristo, da mesa de escritório até a sala de diretoria?
As
Escrituras nos ensinam a mantem um caráter íntegro e reto em nossa vida pessoal
e profissional. Colossenses 3:23 afirma: “Tudo o que fizerem, façam de todo o
coração, como para o Senhor, e não para os homens”.
Esse ensinamento bíblico se aplica a
qualquer profissão, desde negócios e marketing até enfermagem ou carpintaria.
As Escrituras são claras ao afirmar que devemos refletir Cristo em nosso dia a
dia – e a maior parte de nosso dia passamos no trabalho.
Separamos cinco dicas pelas quais nós cristãos
podemos nos diferenciar do mundo no local de trabalho:
1.
Manter a integridade no local de trabalho
A
Bíblia tem muito a dizer sobre a manutenção da integridade, e o local de
trabalho é talvez um dos ambientes mais importantes para obedecer esse
princípio. Provérbios 11:13 diz: “Quem muito fala trai a confidência, mas quem
merece confiança guarda o segredo”. Provérbios 16:3 diz: “Consagre ao Senhor
tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos”.
Em
seu livro The Millionaire Mind – Experiência de Sucesso, Thomas J. Stanley
pediu a 733 milionários para classificar 30 fatores que levaram ao sucesso. O
atributo número um identificado foi “ser honesto com todas as pessoas”. Em
outras palavras, integridade não é apenas um mandato bíblico, é fundamental
para ter sucesso no mundo dos negócios.
Demonstrar integridade no local de trabalho
pode ser tão simples quanto abster-se de fofoca no local de trabalho, trabalhar
com dedicação e entusiasmo e ser honesto com os colegas e superiores.
John
Piper, fundador do Desiring God coloca desta forma: “Seja absolutamente e
meticulosamente honesto e confiável no trabalho. Seja pontual. Dê um dia
inteiro de trabalho. ‘Não roubarás.’ Mais pessoas roubam seus empregadores
sendo preguiçosas do que roubando dinheiro em si”.
2. Trabalhando com excelência
Como
crentes, somos chamados a ser embaixadores de Cristo e um reflexo daquele a
quem servimos. Por causa disso, devemos lutar pela excelência em qualquer
projeto que empreendermos, tornando-nos o melhor em nossas respectivas
vocações. Cada um de nós recebeu dons de Deus, e “cada um exerça o dom que
recebeu para servir aos outros administrando fielmente a graça de Deus em suas
múltiplas formas” (1 Pedro 4:1).
Como seguidores de Cristo, devemos nos
destacar do mundo na maneira como realizamos nossos trabalhos: amando quando os
outros odeiam; cumprindo fielmente tarefas desagradáveis; encontrando alegria
em meio a desafios; demonstrando paciência diante da adversidade; e lutando
pela excelência quando os outros se recusam.
Não
importa qual seja o nosso papel, posição ou habilidades, cada um de nós pode
fazer a diferença no local de trabalho realizando um trabalho de alta qualidade
e glorificando a Deus.
Em
seu livro Christians in the Workplace , o pastor Charles Stanley escreve: “Um
dos maiores obstáculos à eficácia do Evangelho são os cristãos que agem de uma
maneira na igreja e de outra maneira em outros lugares. A maneira como vivemos
para Deus deve permear todas as áreas da vida. O local de trabalho não é
exceção. A maneira como agimos reflete nossa fé. Então, se afirmamos ser
cristãos, nossos colegas de trabalho, chefes e funcionários irão equiparar
nossas atitudes e ações com Jesus. As pessoas ao seu redor no escritório vêem
um reflexo positivo de Deus em sua ética de trabalho?
3. Seja Honesto e Confiável
Tito
2:7-8 afirma: “Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas
obras”. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use linguagem sadia,
contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles que se opõem a você fiquem
envergonhados por não poderem falar mal de nós.
O
seguidor de Cristo deve demonstrar confiabilidade e honestidade quando
solicitado a prestar um serviço. Deus é digno de confiança e somos chamados a
ser portadores da imagem de Cristo e imitar o Seu caráter, por isso é vital que
também nós sejamos dignos de confiança.
Números 23:19 diz: “Deus não é homem, para que
minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o
faria? Ou falaria, e não o confirmaria?“. 1 Samuel 15:29 nos diz: “E também
aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um
homem para que se arrependa“. Salmo 110:4 declara: ”O Senhor jurou e não se
arrependerá”.
Vamos evitar dar desculpas no local de
trabalho, nos esforçando para ganhar uma reputação de alguém em que se pode
confiar, que é honesto e entrega o que promete.
4. Tratar os outros com respeito
Uma
das melhores maneiras de honrar a Deus no trabalho é tratar os outros com
respeito, falando palavras de graça a todos os que estão à nossa volta: Não
saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a
edificação, para que dê graça aos que a ouvem’. – Efésios 4:29
O
pastor Stanley escreve: Pense em como a regra de ouro – Não faça os outros como
você gostaria que os outros fizessem a você’ – se aplica aqui. Colocando de
outra maneira, imagine-se sendo o chefe e se pergunte: “Como gostaria que meus
funcionários trabalhassem, mesmo quando eu não estou observando?
Mesmo quando empregos ou colegas de trabalho
são difíceis de gostar, somos chamados a trabalhar como se Deus fosse nosso
chefe. Isso significa fazer tarefas com alegria, uma atitude de servo, respeito
pelos outros, diligência e obediência àqueles que ocupam posição de autoridade.
Devemos
ser educados, respeitosos, graciosos e atenciosos com aqueles que nos rodeiam,
evitando fofocas irracionais e conflitos desnecessários. Provérbios 15:1 nos
diz: “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira”.
5. Trabalhando como o Senhor
Finalmente, devemos nos lembrar de que não
respondemos a um patrão terreno, mas a um celestial. Adotar essa mentalidade
nos permite conduzir nosso trabalho com humildade, alegria, excelência e
humilde dependência de Deus. O Salmo 127:1 diz: “Se o SENHOR não edificar a
casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em
vão vigia a sentinela.” – Salmos 127:1.
Stanley escreve: “Vamos analisar um modelo
bíblico para o crente seguir. Em primeiro lugar, devemos nos enxergar como
servos. Depois, nosso verdadeiro chefe é Cristo; portanto, trabalhamos com
diligência e integridade, sabendo que nossa recompensa é dEle. Logo, já que
toda a autoridade na terra é dada por Deus (João 19:11), devemos obedecer aos
nossos superiores de bom grado, a menos, é claro, que nosso chefe nos diga para
fazer algo que vai contra as Escrituras. E, finalmente, todos aqueles com quem
e para quem trabalhamos são preciosos diante do Criador, e devemos tratá-los
com respeito”.
Como
cristãos, temos a oportunidade de nos comportarmos diferentemente no local de
trabalho, nos diferenciando como filhos de Deus. Com a ajuda de Deus,
trabalhemos com diligência, sirvamos com humildade e lutemos pela excelência em
qualquer trabalho para o qual Deus nos tenha chamado.
CONSCIENCIACRITA.ORG.BR
Texto de Leah Marianne Klett, da Liberty
University, publicado originalmente em The Christian Post – adaptado.
O discipulado e o indivíduo
Se alguém vem a mim e não aborrece a seu
pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida,
não pode ser meu discípulo. (Lucas 14.26)
O
chamado de Jesus ao discipulado torna o discípulo um indivíduo. Querendo ou
não, ele tem de se decidir, e tem de fazê-lo sozinho. Ser um indivíduo não é
uma escolha própria; é Cristo que faz daquele que foi chamado um indivíduo.
Cada qual é chamado individualmente, e sozinho deve seguir esse caminho. Com
medo da solidão, o ser humano procura proteção junto às pessoas e às coisas que
o rodeiam. De repente, dá-se conta de suas responsabilidades e apega-se a elas.
Procura tomar sua decisão tentando esconder-se em suas obrigações, porque não
quer se confrontar sozinho com Jesus, não quer ter de se decidir olhando
fixamente para ele. Mas, nesse momento, nem pai nem mãe, nem esposa nem filhos,
nem povo nem história podem ocultar aquele que foi chamado. Cristo quer que ele
esteja só, que não veja ninguém, exceto aquele que o chama.
No
chamado de Jesus, já está o rompimento do ser humano com as condições em que se
acostumou a viver. Não é o discípulo que provoca esse rompimento, mas o próprio
Cristo. Ao pronunciar o chamado, Cristo rompeu os laços do discípulo com o
mundo, a relação direta com o mundo, e leva-o agora a relacionar-se diretamente
com ele. Ninguém pode seguir a Cristo sem que reconheça e aceite esse
rompimento. É uma ruptura que se realiza no chamado; não é a vontade de uma
vida impulsiva que conduz a esse rompimento, mas apenas Cristo.
Então,
Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. Tornou
Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou
irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do
evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs,
mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.
Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros. (Marcos 10.
28–31)
Nessa
passagem, Jesus está falando àqueles que se tornaram indivíduos por causa dele,
que tudo abandonaram quando ele chamou, que podem dizer sobre si mesmos: “Eis
que nós tudo deixamos e te seguimos”. A eles é dada a promessa de uma nova
comunhão. De acordo com as palavras de Jesus, receberão, já no presente, cem
vezes mais do que deixaram para trás. Jesus refere-se à sua Igreja, que está
nele. Quem abandona o pai por causa de Jesus com certeza encontra outro pai,
encontra irmãos e irmãs, sim, até campos e casas lhe estão preparados. Cada
qual entra sozinho no discipulado, porém nele ninguém fica só. A comunhão da
Igreja é dada a quem ousa tornar-se indivíduo ao seguir as palavras de Jesus.
Torna a encontrar-se numa irmandade visível, que o recompensa cem vezes por
aquilo que perdeu com o rompimento. Cem vezes? Sim, porque agora ele tem tudo
isso por meio de Jesus, o Mediador, o que significa igualmente “com
perseguições”. “Cem vezes” — “com perseguições”, tal é a graça da Igreja que
segue seu Senhor sob a cruz. Esta é, portanto, a promessa para os discípulos:
tornarem-se membros da comunidade da cruz, povo do Mediador, povo sob a cruz.
Estavam de caminho, subindo para Jerusalém,
e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados
de apreensões. E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes
as coisas que lhe deviam sobrevir. (Marcos 10.32)
Jesus
sobe para Jerusalém, para a cruz, como que para confirmar três coisas: a
seriedade de seu chamado ao discipulado, a impossibilidade de ser discípulo por
vontade própria, e a promessa de pertencer a ele “com perseguições”. Os
discípulos admiram-se e espantam-se com o caminho para o qual ele os chama.
DIETRICH
BONHOEFFER
Pessoas no Trabalho
Resumo
Um dos maiores grupos de pessoas
”não-ativadas” em todas as nações e continentes são aqueles presentes no local
de trabalho, lugar onde a maioria da população do mundo está ativamente
engajada no ganho do seu salário para sustentar suas famílias. Dentro de todos
os segmentos do local de trabalho, há crentes que têm um relacionamento pessoal
com Deus. Alguns são extremamente eficazes para convidar pessoas com quem
trabalham para juntar-se à sua jornada; enquanto outros, o trabalho é um lugar
onde a fé deles molda suas atitudes, mas não muito. Os campos estão maduros e
prontos para a colheita, e no local de trabalho há muitos trabalhadores, mas
apenas uma pequena porcentagem está inteiramente engajada na proclamação da
esperança para um mundo em busca de esperança.
Embora exista pouca discordância sobre a
teologia de ser sal e luz onde somos plantados, a realidade é que não temos a
paixão para viver nossa responsabilidade de declarar Jesus Cristo como
Salvador. Neste documento, exploramos a questão de onde estamos hoje,
destacamos vários exemplos de progressos evidentes do ministério no local de
trabalho, e enfocamos as barreiras que existem para não estarmos onde Deus quer
que estejamos, a fim de que haja um desenvolvimento sustentável que capacite os
crentes a fazer o que Deus os chamou para fazer no local de trabalho.
1.
O Contexto (Base
Bíblica)
Somos chamados para ir a todo mundo, e isso
inclui o mundo no qual Deus nos colocou. Não importa até onde vá nossa esfera
de influência, devemos ser sal e luz visível neste mundo. Este chamado não faz
distinção entre trabalhadores, profissionais liberais, cristãos em igrejas ou
agências cristãs, ou aqueles que têm ocupações comuns. O próprio Jesus exerceu
Sua vocação como carpinteiro até chegar a hora de viver dez por cento da Sua
vida trabalhando em tempo integral para anunciar o Reino às massas.
Na Bíblia, vários exemplos de heróis
mostram como a fé era parte integral na condução de seus negócios no local de
trabalho. O elemento comum em todas as histórias é que a jornada de fé e a
profissional eram uma só. Fé e trabalho funcionando em mutualidade e
interdependência, sem diferença entre trabalho e espiritualidade, uma vez que
eles viviam sua fé 24 horas por dias, sete dias por semana (24/7).
A fé de José o sustentou durante as quatro
diferentes funções que exerceu (negócios da família, gerente doméstico,
administrador de presídio e do serviço público), e também foi um elemento chave
para sua ascenção em cada posição que ocupou. Paulo usou sua habilidade como
fazedor de tendas para seu sustento missionário e como um meio de alcançar um
público que não se dava ao luxo de participar de discussões públicas sobre
assuntos relacionados à fé. Daniel atingiu a mais alta hierarquia possível do
seu tempo por causa da sabedoria que Deus lhe deu e do seu compromisso firme
com os princípios de Deus, mesmo colocando sua própria vida em risco. Todos os
aspectos do trabalho destes homens eram ofertas de excelência para Deus.
2. Nossa
Situação Atual
Os exemplos bíblicos têm inspirado a criação
de várias organizações de alcance diversificado em comunidades em todo o mundo.
A habilidade de fazer tentas de Paulo inspirou uma geração de fazedores de
tenda que usaram suas habilidades profissionais como ponto de entrada em
culturas que normalmente estariam fechadas para o trabalho missionário
“formal”. O movimento Business as Mission (BAM – Negócios como Missão) deu um
passo à frente ao estimular e preparar empresários para estabelecer negócios
legítimos e autossustentáveis em todo o mundo. Estes negócios são exemplos
vivos do trabalho de Deus através de indivíduos determinados a viver o
Evangelho usando as habilidades dadas por Deus.
Em todo o mundo, homens e mulheres de fé,
usando a criatividade e meios vários, têm levado a igreja aos seus locais de
trabalho. Existem Estudos Bíblicos que acontecem em locais de trabalho em
pequenas empresas e em grandes corporações. Estes estudos são fontes de
encorajamento para os que deles participam, e também um lembrete de que viver a
fé é uma responsabilidade 24/7 que se estende além dos limites das congregações
locais. Muitos destes Estudos Bíblicos
foram a porta de entrada para trabalhadores que buscavam a Deus e que O
encontraram quando descobriram a importância da fé no dia a dia.
Grupos ou sociedades cristãos com base
profissional reúnem pessoas da mesma categoria para serem fonte de
encorajamento mútuo e para explorarem os usos efetivos de suas experiências
profissionais na construção do Reino de Deus aqui na Terra.
Mas, nem sempre é possível viver a fé
alinhada à profissão. Vivemos um paradigma secular-sagrado que separa a Igreja
do que acontece no local de trabalho. Neste paradigma, a fé é expressa
principalmente dentro das paredes da igreja, ou em igrejas formais e funções
organizadas, mas a mesma fé não se estende necessariamente para o local de
trabalho, onde os indivíduos passam 40 horas por semana, ombro a ombro com
pessoas que vivem em mundos desconhecedores do Evangelho.
Existem muitos “trabalhadores da seara” em
local de trabalho que não vivem todo seu potencial na divulgação das Boas
Novas. Viver a fé vai além de ser bom exemplo no trabalho. O chamado para fazer
discípulos clama para que vivamos a fé deliberadamente, convidando outras
pessoas para se unirem a nós, na nossa jornada cristã. A desconexão entre teologia e práxis tem
deixado muita gente com o chamado “incompleto”. Trabalhamos porque fomos
designados e instruídos por Deus para obedecer ao Seu mandamento original e
para declarar as Boas Novas.
3. Sérias
Questões
O que aconteceu para nos tornamos tão
ineficientes em alcançar bilhões de pessoas que trabalham conosco, que temos um
relacionamento pessoal e vivo com Deus? Em ambientes profissionais no Mundo
Ocidental, cada vez mais multiétnico, penetrar no local de trabalho representa
uma oportunidade sem precedentes para entrar na vida de pessoas de todas as nações
do mundo.
Na igreja, fomos ensinados a ir por todo o
mundo e, mesmo assim, a igreja é ineficiente na preparação de crentes, no
fornecimento de ferramentas e
entendimento de como Deus vê o local de trabalho. A maneira como nós vemos o
trabalho influencia a maneira como agimos nele. Você vê o trabalho como um mal
necessário ou como uma incrível oportunidade? Se o vê como um mal necessário,
qualquer coisa relacionada a ele será vista como menos santa.
A fé e o ensinamento que recebemos na igreja
moldam nossas atitudes e valores. Mas, infelizmente, numa sociedade cada vez
mais pluralista, ser “bonzinho” não é o suficiente. Nós conhecemos o coração
dos nossos colegas de trabalho? Será que vemos nossos colegas de trabalho da
mesma maneira que Jesus os vê? A sua paixão na igreja alcança sua
responsabilidade de convidar pessoas do trabalho para se unirem à sua jornada
de fé? O compromisso de nos reunirmos em nossas congregações estende-se ao amor
prático pelos nossos colegas e clientes, enquanto nos espalhamos como povo de
Deus? Muito da importância estratégica do local de trabalho flui da realidade
de que estamos constantemente rodeados de colegas, concorrentes, clientes e
consumidores. Diariamente, a maioria de nós tem se engajado em uma conversa com
algum incrédulo.
Ensinamento, treinamento e ferramentas são
necessários, mas não são suficientes para produzir a colheita que esperamos.
Nosso entendimento e nosso coração têm que estar abertos para ver o “secular”
como algo que Deus deseja tornar santo. Cada um de nós tem a responsabilidade
de fazer isso acontecer, não através da nossa força, mas através do poder do
Espírito Santo. Não podemos fazer isso sozinhos, mas podemos fazê-lo em
parceria com Deus. Um entendimento sadio de como trabalhar em parceira com Deus
no local de trabalho tem um grande efeito para levar a Igreja até ele.
4. Onde
Queremos Estar
Num ambiente de trabalho sagrado, existe uma
proclamação vibrante de fé alimentada pelo movimento do Espírito Santo. Todos
são sustentados pelas orações revigorantes, dinâmicas e alimentadoras da igreja
local. O local de trabalho é um dos poucos ambientes nos quais os crentes têm
acesso a uma audiência durante 48 horas por semana. O local de trabalho é ideal
para incorporar o Evangelho de forma que reflita graça e verdade. Existem
poucos locais evangelísticos onde isso seria possível.
Repensar em como nos relacionamos com a
igreja tornou-se uma “frase chavão”.
Mas, grande parte dos esforços têm sido dirigidos para melhorar o
desenvolvimento de programas já existentes, sem tocar em questões fundamentais
que abririam portas para ver Deus de maneira poderosa. Existem histórias
incríveis de como Deus tem se movido nas igrejas abertas para repensar as Boas
Novas.
Repensar a preparação de pessoas que vivem
e proclamam sua fé no trabalho ajudaria a mudarmos de estarmos simplesmente no
trabalho, para vivermos nossa fé no trabalho. Devidamente preparados com a
visão holística de Deus sobre o local de trabalho, os trabalhadores da seara
irão se tornar supermotivados. O envolvimento completo do mundo acontecerá
quando os trabalhores estiverem completamente envolvidos onde exercer seus
ofícios.
Entretanto, este envolvimento completo dos
trabalhadores da seara no local de trabalho vai exigir uma mudança da
mentalidade na igreja para aceitar os trabalhadores como servos de Cristo em
tempo integral. A distinção e a consequente parcialidade existente entre os
trabalhadores cristãos em tempo integral, assalariados e laicos, tem de
desaparecer com o entendimento do chamado para o ministério.
O maior potencial para crescimento da igreja
na próxima geração vem de pessoas que têm fome de relacionamentos
significativos no local de trabalho. Nossos trabalhadores estão num campo
pronto para a colheita, mas ainda não aprenderam como se envolver efetivamente.
5. Como
Chegamos Lá
Infelizmente não existe uma receita
universal para chegar onde gostaríamos, mas existem alguns passos fundamentais
que podemos tomar para nos aproximarmos daquilo que Deus pretende para nós.
Durante anos, a igreja e o mundo secular têm se mantido em esferas separadas.
Cada um tem sua própria cultura que separa local de trabalho e igreja.
As pessoas não reagem até que sejam
motivadas a responder. Na igreja, ouvimos sobre as Boas Novas e sobre como Deus
quer trazer esperança para o mundo. Mas, quando no mundo, na segunda-feira,
ninguém convida o colega de trabalho para descobrir a graça de Deus, o perdão e
a esperança. Existe falta de paixão pelo bem-estar espiritual dos nossos
colegas de profissão. Isso acontece semana após semana, e logo esta dissociação
da igreja e trabalho se torna “normal”. A lacuna entre teologia e práxis
cresce, criando um paradigma em que a igreja se torna cada vez mais irrelevante
para o local de trabalho, e o local de trabalho irrelevante para a igreja.
A dinâmica do domingo e dos dias da semana
é a de dois mundos distantes, e não deveria ser. Na maioria das vezes,
trabalhadores e pastores vivem paradigmas diferentes. Muitos pastores passam a maior parte de sua
vida profissional como pastores em tempo integral e não entendem plenamente a
dinâmica do trabalho. Por sua vez, os trabalhadores não fazem o pastor entender
como eles passam a semana no local de trabalho. O resultado é que cada um
permanece no seu respectivo mundo, encontrando-se apenas nas obrigações da
igreja. Os trabalhadores têm a responsabilidade de levar seus pastores para um
“tour” ao lugar onde exercem suas profissões, e os pastores precisam se tornar
mais proativos para entender o coração e o contexto da cultura do trabalho dos
seus membros. O Evangelho não é apenas teologia; é também compartilhar exemplos
vivos do que funciona e do que não funciona.
Estudos bíblicos no trabalho, na hora do
almoço, oração de segunda de manhã com crentes amigos, discussão no corredor
são parte da solução. Conferências no local de trabalho, alguns livros e
estudos sobre os ofícios exercidos são ferramentas muito úteis e podem ajudar a
começar. Entretando, o problema é que, em geral, as pessoas não integram trabalho e ministério. Não temos exemplos significativos para dar de
trabalhadores cristãos que sabem integrar bem sua fé de domingo com o emprego
durante a semana. A fé de muitas pessoas tende a ser bem dividida. Poucos
crentes fazem constribuições importantes no trabalho, percebidas ou celebradas
na igreja aos domingos.
A igreja tem que se tornar viva onde os
crentes atuam como profissionais, tornando sagrado aquele lugar. O trabalho tem
que ser visto como uma parte integral e essencial do campo missionário de cada
um. Duas coisas precisam acontecer para que haja a ponte entre trabalho e
igreja: precisamos repensar globalmente o papel da igreja ajudando nossos
emissários em locais de trabalho, e repensar o papel do trabalho como motivador
do emissário. Sem este repensar deliberado e ações concretas, perpetuaremos o
paradigma atual de trabalhadores, fazendo muito pouco pela colheita que está à
espera da nossa atenção.
O movimento Business as Mission (BAM –
Negócios como Missão) tem demonstrado como precisamos ser muito mais
intencionais a respeito de penetrar no local de trabalho. O seu foco no aspecto
prático, equipando empresários para que prosperem em seus negócios precisa
tornar-se parte da cultura da igreja. Uma característica comum dos integrantes
do BAM é que eles são superapaixonados por sua missão e estão prontos a
arriscar tudo para conseguir seus objetivos.
O trabalho precisa ser visto como uma
oportunidade para missões, um lugar onde podemos levar o dom do amor de Deus
para pessoas com quem normalmente não teríamos contato. Para transformar o
atual paradigma secular de “trabalhar para viver” em “soprar a vida de Deus no
trabalho”, a igreja precisa se tornar mais do que simplesmente adoração e
ensino.
6. O Que
Precisamos Fazer Agora
Não precisamos elaborar planos e
estratégias. Só precisamos começar. Mas, para começar, precisamos desenvolver
planos simples que funcionem, e construir sobre a experiência que já temos. Já
temos um bom número de bons livros de motivação, estudos e exemplos, e
suficiente culpa por não fazer o que é preciso. Isso está bom para começar. O
que nos falta é massa crítica para construir e criar o momento para fazer o
processo sustentável.
Construir uma ponte entre o secular e o
sagrado começa com uma ponte entre a igreja e o local de trabalho. Importantes
envolvimentos da laicidade no desenvolvimento de estratégias, como o que está
acontecendo no Congresso Cape Town 2010, é um bom começo. Apesar de os pastores
estarem ombro a ombro com a laicidade no contexto da igreja, as conversas
enfocam os negócios da igreja e não a missão nos locais de trabalho. Muitos
pastores não têm a experiência nem o conhecimento para se envolver em uma
discussão prática de missão voltada para ambientes profisisonais. Educar a
laicidade no sentido de trazer questões do local de trabalho para a agenda de
missões da igreja é importante, mas isso deve ser feito em paralelo, para
ajudar o clero ver as possibilidades de missões nestes lugares. Tudo o que
fazemos é um dom de Deus, quer seja pregar, ensinar, projetar, cozinhar,
limpar, criar uma planilha ou operar uma máquina. E tudo o que fazermos deve
refletir excelência, uma oferta digna e aceitável a Deus.
Todo treinamento e todas as melhores
ferramentas vão acumular pó nas prateleiras se não houver uma renovação da
paixão, que vem somente através da oração e do mover do Espírito de Deus. O
púlpito é um instrumento poderoso, mas apenas se for relevante. Regurgitar velhos
clichês sem entender a dinâmica do trabalho apenas aumenta a divisão entre o
secular e o sagrado.
Esta é a hora de colocar de lado velhos
paradigmas e começar a transformar o local de trabalho em um terreno santo,
onde Deus seja convidado a mover-Se através de nossas vidas. Começar é
importante, mas sem sustentabilidade como parte integral de um projeto, a
missão no local de trabalho se tornará um modismo e não uma realidade.
Precisamos pedir a Deus que levante campeões que liderem o processo. Precisamos
destes campeões para trabalhar com crentes de todas as vocações e chamados,
para construir uma comunidade prática, para promover a excelência e para manter
o momento vivo.
Temos ferramentas como a Internet e o Skype
que podem facilitar a troca de conhecimento através de comunidades virtuais.
Tais ferramentas podem causar um impacto real. Através da tecnologia podemos
compartilhar e vivenciar o mover de Deus em tempo real. Precisamos colocar em
funcionamento rodas que nos levarão a lugares que não imaginávamos possíveis.
7. Como é um
ambiente de trabalho sagrado? – Modelo de José
Discutir conceitos sobre “o que é” e “o que
deveria ser” cria conscientização e motiva as pessoas a agirem. Mas, se não
soubermos para onde estamos indo, estaremos crescendo no escuro. Todos nós
esperamos que nossos esforços produzam o início da jornada de fé nas pessoas, e
que elas passem a ter um relacionamento cada vez mais firme com Deus. Mas sair
de onde estamos e ir para onde queremos estar não acontece da noite para o dia.
Não temos uma fórmula mágica nem manuais de instrução que garantam resultados
perfeitos, mas temos uma lista de exemplos do que é possível. Deus me abençoou
com um local de trabalho sagrado onde sirvo-O como consultor profissional de
engenharia. Chamo este exemplo de “Modelo de José” em homenagem ao homem que
transformou cada um dos seus ambientes de trabalho de condições adversas.
O caminho para a fé é uma jornada cujo ponto
da virada é alcançado quando a busca dá lugar ao comprometimento e à
transformação constante, através de um andar diário com Deus, em um ambiente
que foi reclamado por Ele. Entretanto, no processo de plantar a semente,
existem muitas variáveis que fogem do nosso controle, impedindo o crescimento e
a maturidade. Depois de anos tentando convidar colegas de trabalho para se
juntarem à jornada de fé, percebi que sem um ambiente propício, palavras e
exemplos pessoais não eram suficientes. Para superar alguns impedimentos e
alcançar a fase de compromisso, comecei o processo de discipulado a partir do
momento em que a pessoa entrava na minha esfera de influência. Embora eu tenha
o privilégio de ser diretor da empresa na qual trabalho, também tenho a
responsabilidade de tentar usar tudo o que estiver em meu alcance para criar um
ambiente altamente propício à excelência do produto que fornecemos, e de ajuda,
para que as pessoas alcancem seu mais alto potencial.
Lidero um grupo de engenheiros profissionais
altamente qualificados com projetos ativos em mais de 20 países. Nosso
principal produto são relatórios de consultoria de alto nível para governos,
agências de fundos internacionais e executivos de empresas de eletricidade. Os
valores que conduzem nosso ambiente de trabalho incluem prestação de contas,
responsabilidade, excelência, trabalho em equipe, discussões em um ambiente de
aprendizado, riscos, perdão, apoio e celebração. Embora todos estes itens sejam
muito desejáveis do ponto de vista profissional, eles também podem ser
importantes para ajudar pessoas a embarcar em uma saudável jornada de fé, antes
de assumirem qualquer compromisso com o Senhor. Estes itens se tornaram
diretrizes para se obter execelência profissional, e também parte integrante do
processo de fazer bons discípulos.
Prestação de contas lembra as pessoas que
devem responder a uma autoridade superior em qualquer área da vida. A
responsabilidade reforça o princípio de trabalhar em meio à dificuldade de
cumprir obrigações e compromissos. O valor da excelência motiva as pessoas a
fazerem melhor do que faziam antes e melhor do que outros estão acostumados a
fazer. Um ambiente de aprendizado estimula a discussão e encoraja a busca do
conhecimento atual e a descoberta de coisas novas sobre a vida. Encorajar a
equipe a correr riscos ajuda a sair da zona de conforto para um novo território,
enquanto o perdão é oferecido aos que cometem erros ou àqueles cujas
iniciativas não foram bem sucedidos como seu otimismo inicial indicava. O apoio
ajuda as pessoas a prosseguirem com confiança para o nível seguinte de
entendimento e conhecimento, com celebração pelos sucessos. Não existe divisão
entre secular e sagrado no desenvolvimento destes valores.
Este é um ambiente santo, uma vez que todos
os valores acima são fundamentais para andar em fé. Tal ambiente não é apenas
para excelência profissional, mas também para colegas de trabalho serem
discipulados muito antes de assumirem um compromisso de fé. Cada um dos valores
destaca um aspecto da fé e é praticado no local de trabalho diariamente, dando
aos envolvidos no trabalho a experiência de andar em fé, o que é o objetivo das
Boas Novas. Portanto, quando eles conhecem Jesus atravessando a ponte para a
vida de fé, estão num estilo de vida que já lhes é familiar, porque já tinham
passado por um curso intensivo de discipulado antes da sua conversão, que agora
os ajuda a crescer rapidamente no seu relacionamento com Deus.
Este é o ambiente sagrado no qual eu vivo no
meu local de trabalho. Para aqueles que não estão em posições de gerência, o
terreno santo pode ser limitado para sua área compartilhada de trabalho, sua
mesa ou sua bancada. Para alguns, o local santo de trabalho é o estudo bíblico
semanal na hora do almoço. Para outros, podem ser os intervalos para o
cafezinho ou para o almoço com conversas, não monólogos, sobre coisas da vida.
Por último, o que transforma o secular em sagrado é a presença de Deus . E
quando Deus está presente, mudanças acontecem. Somos chamados para ser agentes
de mudança. Se José pôde fazer isso como escravo e prisioneiro, não existe
razão por que nós não possamos transformar em um terreno santo o que está
dentro da nossa esfera de influência.
8. Mapa para o
Futuro
O futuro está repleto de possibilidades para alcançar bilhões de pessoas ativas, que ganham a vida no local de trabalho. Para onde esta estrada nos levará, depende da construção de pontes sobre a divisão entre o secular e sagrado. O Congresso Cape Town 2010 trará a laicidade para o contato direto com líderes da igreja. Podemos traçar um programa, mas o que precisamos mesmo é ampliar nossa visão com liderança eficaz, e isso virá somente através da oração.
Todos os movimentos precisam de liderança.
A liderança no local de trabalho é necessária tanto quanto a liderança em
agências missionárias e nas igrejas. Muitos profissionais são líderes, mas
outros, não. Os poucos que falam em público ou escrevem, recebem atenção,
principalmente se forem CEO’s ou algum dignatário. Precisamos energizar,
treinar e equipar homens e mulheres leigas para levarem o Evangelho a todos os
cantos onde trabalham. Como treinamos
líderes para serem catalisadores no contexto em que vivem e para mobilizarem
outras pessoas? Muitos profissionais
crentes querem realmente alcançar pessoas e causar impacto onde trabalham. Mas, como em outros contextos, eles precisam
de liderança. Quase todos pensam em
liderança no contexto secular e no contexto de igreja organizada. As pessoas
leem livros sobre gerenciamento e liderança, sobre como liderar melhor no
trabalho ou no “ministério”, mas, o que é preciso para liderar no local de
trabalho e causar impacto para o Evangelho?
Certamente é mais do que organizar um estudo bíblico ao meio dia ou uma
palestra especial. Como é este líder na linha de montagem ou à frente de uma
corporação? O que ele precisa para
desenvolver a capacidade de liderança de fé no local que exerce sua profissão?
Será que basta gerenciar bem o seu trabalho?
Que no Congresso Cape Town 2010, Deus abra
nossos olhos e derrube barreiras que criamos, para que todos possamos preparar
o local de trabalho para uma incrível jornada de fé.
© The
Lausanne Movement 2010
Atualmente, em todo o mundo há homens e mulheres
fielmente atendendo o chamado de Deus, atuando como líderes e pessoas de
influência em organizações, igrejas, escolas e nos negócios. O que aconteceria
se estas pessoas se juntassem para formar conexões catalisadoras dentro e através
de regiões, gerações, interesses e ideias compartilhadas? Este é o chamado
único do Movimento de Lausanne: conectar influenciadores e ideias para a missão
mundial.
Em suas viagens pelo mundo, Billy Graham conheceu
muitos líderes que estavam desconectados dos outros. Ele sentiu um chamado para
juntar estes líderes, começando assim um movimento de conexões marcado por um
espírito de humildade, amizade, oração, estudo, parceria e esperança que Graham
chamou de “o espírito de Lausanne”. É com este espírito que os congressos
mundiais, encontros mundiais e fóruns de redes temáticas e consultas foram
convocados nos últimos 40 anos, resultando em inúmeras conexões, iniciativas e
recursos.
EM CONSTRUÇÃO
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