OBJETIVO
GERAL
Revelar
que Deus deseja curar e salvar a todos.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
Relatar a busca de Naamã por sua cura;
Salientar o orgulho e a falta de fé de Naamã;
Identificar a ambição de Geazi.
Texto Áureo
“Então, desceu
e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua
carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado.”
(2 Rs 5.14)
Verdade
Prática
Deus
não opera milagres necessariamente segundo nossas expectativas. Ele faz do
forma e no momento que lhe apraz.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 5.1-10,14,25-27
1- E Naamã, chefe do
exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito
respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos siros; e era este varão
homem valoroso, porém leproso.
2- E saíram tropas da Síria
e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher
de Naamã
3- E disse esta à sua
senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em
Samaria; ele o restauraria da sua lepra.
4- Então, entrou Naamã e o
notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de
Israel
5- Então, disse o rei da
Siria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua
mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes.
6- E levou a carta ao rei de
Israel. dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei
Naamã, meu servo, para que o restaures da sua lepra.
7- E sucedeu que, lendo o
rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e
para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua
lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim.
8- Sucedeu, porém, que,
ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes,
mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e
saberá que há profeta em Israel
9- Veio, pois, Naamã com os
seus cavalos e com o seu carro e parou d porta da casa de Eliseu.
10- Então, Eliseu lhe mandou
um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te
tornará, e ficarás purificado.
14- Então, desceu e
mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua
carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado.
25- Então, ele entrou e
pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse:
Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.
26- Porém ele lhe disse:
Porventura, não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre
o seu carro, a encontrar-te? Era isso ocasião para tomares prata e para tomares
vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?
27- Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Esta lição nos impressiona
pela forma de Deus operar seus milagres. Eliseu mandou Naamã lavar-se nas águas
turvas do Rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e obediência.
Naamã precisava entender que a cura jamais viria pela ação humana ou por meios
naturais. Ela viria, sim, milagrosamente pela graça e pelo poder de Deus.
Converse com seus alunos sobre a importância da humildade e da obediência
diante da urgência de um milagre. A grandeza, o orgulho e a desobediência não
levam a coisa alguma “um grande homem…, porém leproso” (v.1). Naamã obedeceu as
orientações do servo do Senhor e foi completamente curado (v.14).
INTRODUÇÃO
A
cura da lepra de Naamã nos revela que os métodos de Deus nem sempre são fáceis
de compreender. Naamã, o comandante do exército da Síria, precisou exercitar
sua obediência e fé pois tal ato era demasiadamente humilhante para um homem de
sua posição. Porém, ao deixar de lado o orgulho e cumprir a rigor o que Eliseu
lhe dissera, Naamã alcançou a cura.
Ponto Central:
O Senhor Trabalha por meio
inimagináveis.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
A
verdadeira aula é um diálogo entre o professor e os alunos; o ideal seria que
toda aula fosse como a res posta de uma pergunta dos alunos. Não é bom que
somente o professor crie e fale, mas que ouça o aluno falar por sua vez. Não é
aconselhável transformar a aula num simples monólogo do professor para uma
plateia de ouvintes receptivos e inertes, com o falso pressuposto, mais ou
menos generalizado, de que a obrigação do aluno é ouvir, calar e reter.
O verdadeiro ensino não consiste apenas na
transferência de conhecimentos de uma cabeça para outra. Ensinar é fazer
pensar, é estimular para a identificação e resolução de problemas; é ajudar a
criar novos hábitos de pensamento e de ação. O professor deve ser um
comunicador dialogal e não um transmissor unilateral de informações.
SUBSÍDIO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO
“Deus
cura Naamã (5.8-14). Os detalhes descrevem o cenário externo que, entretanto,
era apenas incidental em relação ao milagre da cura que Deus realizou através
de Eliseu. Ele representava um outro episódio significativo no ministério de
Eliseu, e tinha o propósito de demonstrar que só o Senhor é Deus, e que os
deuses de outras nações nada representavam. O rio Abana (12), atual Barada,
começa nas montanhas do Líbano e corre através de Damasco, e torna possível a
existência dessa cidade por causa do oásis formado em seu percurso. O rio
Farpar (ou Farfar) não foi identificado tão facilmente como o Abana. É possível
que a Bíblia se refira a um rio que começa nas montanhas do Líbano e corre
cerca de 16 quilômetros em direção à região sudoeste de Da masco e que, nesse
caso, seria chamado de rio de Damasco. Outra sugestão é que o rio Farpar seja
uma referência a um afluente do Barada, o Nahr Taura.
[…] O registro da cura de Naamã representa
um cativante relato da ‘cura do leproso. Existe aqui um retrato notável sobre:
(1) A grandeza que não leva a coisa alguma – um grande homem… porém leproso, 1;
(2) O testemunho da fé de uma escrava, 2-4; (3) Um pedido inesperado e humilde,
9-11; (4) Alternativas mais atraentes, 12; (5) A obediência e a cura completa,
13,14″ (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005,
p.349).
CONHEÇA MAIS
“Os que experimentam em sua própria vida o
poder da graça divina são os mais capacitados para falar deste assunto. Naamã
também se mostra agradecido ao profeta Eliseu, que rejeitou toda a recompensa,
não porque cresse que seria ilícita ou porque já teria recebido presentes de
outros, mas para mostrar aos sírios que os servos do Deus de Israel consideram
as riquezas do mundo com santo desprezo.” Para saber mais leia: Comentário
Bíblico Matthew Henry Rig de Janeiro: CPAD, 2002, p. 302.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O pecado de Geazi. Foi um peca do
complicado.
1. O amor ao dinheiro, aquela raiz de todos
os males, estava na base do pecado. Seu senhor desprezou os tesouros de Naamã,
mas ele os cobiçou (v.20). Seu coração estava guardado nas bagagens de Naamã e
Geazi devia correr atrás dele para pegá-lo. Multidões, por cobiçarem as
riquezas do mundo, se transpassaram a si mesmos com muitas dores.
2. Ele censurou a seu senhor por recusar
presente de Naamã, condenou-o como tolo por não receber ouro quando podia tê-lo
felto, cobiçou e invejou a sua bondade e generosidade a esse estrangeiro,
embora fosse para o bem da alma dele. Resumindo, ele se achou mais sábio do que
o seu senhor.
3. Quando Naamã, como uma pessoa de maneiras
polidas, desceu de sua carruagem para encontrá-lo (v.21), Geazi lhe disse uma
mentira deliberada, que o seu senhor o enviara até ele, e assim recebeu, para
si mesmo, aquele presente que Naamã pretendia dar ao seu senhor.
4. Ele abusou de seu senhor, e de maneira
vil o representou diante de Naamã como alguém que tinha se arrependido de sua
generosidade, que era inconstante como quem não sabe o que quer, que dizia e
voltava atrás, que não fazia uma coisa honrável, mas que logo devia desfazer
novamente. A sua historia dos dois filhos dos profetas era tão tola quanto
falsa. Se ele tivesse implorado uma oferta para os dois jovens estudantes, com
certeza menos do que um talento de prata seria o bastante.
5. Havia o perigo de ele desviar Naamã
daquela santa religião à qual acabara de aderir, e diminuir a boa opinião que
tinha a respeito dela. Ele poderia então dizer, como os inimigos de Paulo
insinuaram a respeito dele (2 Co 12.16,17), que, embora o próprio Eliseu não
tivesse sido um peso, ainda sendo astuto, ele o apanhou com fraude, enviando
aquele que o cobrava” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento:
Josué a Ester Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.566).
CONCLUSÃO
A cura de Naamã nos mostra que Deus está
disposto a perdoar e salvar a todos, independentemente de posição social ou
nacionalidade. E, apesar de muitas vezes não compreendermos, o Senhor opera
maravilhas de formas diferenciadas (2 Rs 5.11.12). Naamã, a principio, não
havia entendido o caminho para a cura, mas assim que a recebeu, reconheceu o
Senhor como único e verdadeiro Deus.
Adultos - O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM MEIO À
INFIDELIDADE DA NAÇÃO - As correções e os ensinamentos divinos no período dos
reis de Israel
COMENTARISTA: CLAITON IVAN POMMERENING
2 Reis 5
e) A Conversão
de Naamã.
5:1-27.
1.
Naamã, comandante do exército. Agora começava a fase pública do ministério de
Eliseu. A posição de Naamã realçava a importância do acontecimento. Leproso. Na
Síria, a lepra apenas incapacitava a pessoa de realizar suas obrigações; Naamã,
estando leproso, já não podia mais obter vitórias para a Síria, o que causava
sérias preocupações.
2. Da
terra de Israel levaram cativa uma menina. Uma nota da providência divina.
3, 4.
Oxalá o meu senhor estivesse diante do profeta. Seu pensamento se traduzia
assim: Em Israel há um Deus vivo que pode curar. Foi Naamã e disse ao seu
senhor. Suas palavras foram transmitidas ao rei.
5, 6.
Enviarei. O rei prontamente enviou-o ao rei de Israel, porque acreditava que
este poderia obter tudo o que quisesse do "seu" profeta. A mensagem
foi ter à pessoa errada, pois o Senhor queria que a cura fosse uma questão
pública. Ao que parece havia uma trégua entre Síria e Israel.
8.
Saberá que há profeta em Israel. Isto é, "não tema que possa haver guerra
por causa de sua incapacidade de curar Naamã. Deus TodoPoderoso libertará
Naamã". Quando temos medo, devemos nos lembrar que "estou convosco
todos os dias" (Mt. 28:20).
9,10. Eliseu lhe mandou um mensageiro,
dizendo: Vai, lava-te ... no Jordão. Eliseu permaneceu dentro de casa para
enfatizar a Naamã que nem a riqueza (v. 5), nem a posição (v. 1) podiam comprar
a cura. O banho no Jordão enfatizava o poder de Deus para curar.
11,12.
Naamã quase perdeu a bênção por causa do orgulho. Humildade e fé produzem
libertação a todos (Mt. 18:3).
13.
Quanto mau. Se não obedecermos a Deus nas pequeninas coisas, como podemos
esperar que nos abençoe com as grandes?
14. E
ficou limpo. A cura foi obtida através da obediência, no sétimo mergulho. 15.
Eis que agora reconheço. Naamã ficou sabendo que havia um Deus em Israel,
obedecendo as Suas ordens. Ficou assim persuadido que Jeová era o único Deus e
seu único Senhor (v. 17).
16.
Não o aceitarei. O Senhor não quer pagamento mas obediência e amor das almas
redimidas.
17.
Terra. Naamã queria a terra como lembrança de sua "bênção".
18,19.
Nisto perdoe . . . a teu servo. Não se devia pensar que Naamã estivesse
adorando o deus (Hadade) – Rimom. Vai em paz. Naamã demonstrou que tinha uma
consciência sensível e não queria dar a impressão de que estivesse adorando
ídolos. Ele recebeu a garantia de que Deus compreendia o seu coração. Contudo,
devemos ficar alertas à constante exposição em ambientes que nos enfraquecem
para que não sobreestimemos nosso poder de resistência.
20,
21. Geazi . . . disse, isto é, pensou em seu coração. Vai tudo bem? A pressa de
Geazi levou Naamã a pensar que algo de mais tivesse acontecido a Eliseu.
22-24.
Meu senhor. Geazi estava cego ao fato do que grande prejuízo poderia ser
causado ao testemunho do Senhor através de sua ambição. Dá-lhes. Geazi tomou alguma
coisa "desse sírio" e escondeu seus ganhos injustos.
25-27.
Teu servo não foi à parte alguma. Geazi mentiu para esconder o seu pecado. Era
isto ocasião? "Este é o pior momento possível para se receber ouro. . .
". Geazi esperava, através do presente de Naamã, comprar as coisas
enumeradas. Se pegará a ti. "Se você comprar essas coisas, há de comprar
também a lepra de Naamã". Naamã se tomara um israelita, mas Geazi um pagão
através do seu pecado (cons. Mt. 6:31-34). A conversão de Naamã servia para
mostrar aos israelitas como é fácil ao Senhor mudar os corações dos adversários
deles e conseqüentemente transformá-los em adoradores de Jeová, irmãos dos
próprios judeus.
2 Reis
(Comentário Bíblico Moody)
NOTAS:
2 Reis 5:1-27 -
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
2 Reis 5:1-8
A Purificação do Sírio Naamã
Os milagres do nosso Salvador foram planejados para as ovelhas perdidas da casa
de Israel, mas um, como uma migalha de pão, caiu da mesa para uma mulher de
Canaã. Assim ocorreu com esse milagre que Eliseu realizou para Naamã, um sírio.
Pois DEUS faz o bem a todos, e quer que todos os homens sejam salvos. Aqui
temos:
I
A grande aflição na qual estava Naamã, no meio de todas as suas honras (v. 1).
Ele era um grande homem em uma alta posição. Não apenas rico e elevado, mas
particularmente feliz por duas coisas:
1. Que ele tinha sido muito útil ao seu país. DEUS o fez assim: Por ele o
Senhor dera livramento aos siros, sucesso na guerra até mesmo contra Israel. A
preservação e a prosperidade até daqueles que não conhecem a DEUS e o servem
devem ser atribuídas a Ele, pois Ele é o Salvador de todos os homens, mas
principalmente daqueles que crêem. Que Israel saiba que quando os siros
prevaleciam, isso vinha do Senhor.
2. Que ele era muito aceitável ao seu príncipe, era o seu favorito, e primeiro
ministro do Estado. Ele era tão grande, tão alto, tão honrável, e um poderoso
homem de valor. Mas era um leproso, sofria daquela doença repugnante, que fez
dele um fardo para si mesmo. Note: (1) nenhuma grandeza do homem, ou honra, ou
interesse, ou valor, ou vitória, pode colocá-lo fora do alcance das mais
dolorosas calamidades da vida humana. Há um grande grupo decrépito e doente sob
roupas ricas e alegres. (2) Todo homem tem algum mas ou outro em seu caráter,
alguma coisa que o mancha e o degrada, algo que diminui a sua grandeza, algum
abatimento da sua alegria. Ele pode ser muito feliz, muito bom, mas, em uma
coisa ou outra, pode não ser tão bom quanto ele deveria, nem tão feliz como
gostaria. Naamã era tão grande quanto o mundo poderia fazê-lo, e ainda assim
(como diz o bispo Hall) o mais desprezível escravo na Síria não trocaria de
pele com ele.
II
A notícia que lhe foi dada a respeito do poder de Eliseu por uma pequena serva
que atendia a sua esposa (vv. 2,3). Essa serva era israelita de nascimento,
providencialmente levada cativa para a Síria e ali entregue à família de Naamã,
onde divulgou a fama de Eliseu para a honra de Israel e do DEUS de Israel. A
infeliz dispersão do povo de DEUS às vezes tem sido a feliz oportunidade da
difusão do conhecimento de DEUS (At 8.4). Essa pequena serva:
1. Como convém a uma legítima israelita, considerou a honra do seu país, e,
embora fosse apenas uma criança, pôde dar um relatório do famoso profeta que
eles tinham entre eles. As crianças devem aprender cedo a respeito das
maravilhosas obras de DEUS, para que, a qualquer lugar que forem, possam falar
delas (veja o salmo 8.2).
2. Como convém a uma boa serva, ela desejou a saúde e o bem-estar de seu
senhor, embora fosse uma cativa, forçada a ser uma serva. Muito mais devem os
servos por escolha buscarem o bem de seus senhores. Os judeus na Babilônia
deviam buscar a paz da terra em que estavam cativos (Jr 29.7). Eliseu não
purificou nenhum leproso em Israel (Lc 4.27), mas essa pequena serva, a partir
de outros milagres que ele tinha operado, inferiu que ele podia curar o seu
senhor, e da sua beneficência geral, que Eliseu o curaria, embora Naamã fosse
um siro. Os servos podem ser bênçãos às famílias onde eles estão, ao falarem o
que sabem da glória de DEUS e da honra de seus profetas.
III
O pedido que o rei da Síria fez, depois disso, ao rei de Israel em nome de
Naamã. Naamã tomou conhecimento da informação, embora dada por uma simples
serva, e não desprezou a informação por causa da insignificância da serva,
quando a informação visava a saúde do seu corpo. Ele não disse: “A menina fala
como uma tola. Como qualquer profeta em Israel pode fazer por mim o que todos
os médicos da Síria têm tentado em vão?”. Embora ele não amasse nem honrasse a
nação dos judeus, se alguém daquela nação pudesse apenas curá-lo da sua lepra,
ele reconheceria a obrigação de forma agradecida. Quem dera aqueles que são
espiritualmente doentes ouvissem assim prontamente as novas trazidas a eles
pelo grande Médico! Veja o que Naamã fez a respeito dessa pequena sugestão.
1. Ele não enviaria mensagem ao profeta para que viesse até ele, mas tal honra
ele pagaria a alguém que tinha em si tanto poder divino a ponto de ser capaz de
curar doenças. Ele mesmo iria até ele, embora ele mesmo fosse doente,
inadequado para a sociedade, a jornada fosse longa e se tratasse do país de um
inimigo. Os príncipes, pensa ele, devem inclinar-se diante dos profetas quando
precisam deles.
2. Ele não iria incógnito — disfarçado, embora sua missão proclamasse sua
doença repugnante, mas foi com pompa, e com grande comitiva, para prestar maior
honra ao profeta.
3. Ele não iria de mãos vazias, mas levaria consigo ouro, prata, roupas, para
presentear seu médico. Aqueles que são prósperos e necessitam de saúde, mostram
o que eles consideram a bênção mais valiosa. O que eles não darão pelo
bem-estar, força e saúde do corpo?
4. Ele não iria sem uma carta ao rei de Israel da parte do rei seu senhor, o
qual desejava sinceramente a sua recuperação. Ele não sabe onde, em Samaria,
encontrar esse profeta operador de maravilhas, mas toma por certo que o rei
sabe onde encontrá-lo. E, para levar o profeta a fazer o máximo por Naamã, ele
irá até ele apoiado pelos dois reis. Se o rei da Síria deve pedir a sua ajuda,
ele espera que o rei de Israel, sendo o seu senhor, possa ordenar que o faça.
Os dons do súdito devem todos (pensa ele) estar a serviço e ser para a honra do
príncipe e, por isso, ele roga ao rei que o restaure da sua lepra (v. 6),
tomando por certo que havia uma intimidade entre o rei e o profeta maior do que
realmente existia.
IV
O susto que isso provocou no rei de Israel (v. 7). Ele entendeu que havia nessa
carta:
1. Uma grande afronta a DEUS, e por isso ele rasgou suas vestes, de acordo com
o costume dos judeus quando eles ouviam ou liam algo que consideravam ser
blasfemo. E seria menos do que uma blasfêmia atribuir a ele um poder divino?
“Sou eu DEUS, para matar a quem eu quiser, e para vivificar a quem eu quiser?
Não, eu não alego ter tal autoridade.” Nabucodonosor alegava, como encontramos
em Daniel 5.19. “Sou eu DEUS, para matar com uma palavra, e para vivificar com
uma palavra? Não, eu não alego ter tal poder.” Assim, esse grande homem, esse
homem mau, é levado a reconhecer que é apenas um homem. Por que ele, com essa
consideração, não se corrigiu por causa da sua idolatria, e pensou assim: — eu
adorarei como deuses aqueles que não podem matar nem vivificar, que não podem
fazer nem o bem nem o mal? Um mau projeto para si mesmo. Ele apela para aqueles
que estavam à sua volta por isso: “Vede que busca ocasião contra mim. Ele me
pede que cure a lepra, e, se eu não o fizer, embora eu não possa, fará disso um
pretexto para promover uma guerra contra mim”, o que ele suspeita ainda mais
por ser Naamã o seu general. Tivesse ele compreendido corretamente o significado
da carta, que quando o rei lhe escreveu para curar a lepra ele quis dizer que
ele cuidasse para que Naamã fosse curado, não teria ficado com esse espanto.
Note: Nós geralmente criamos muita preocupação para nós mesmos ao interpretar
mal as palavras e as ações de outros que são bem intencionados: É amor a nós
mesmos não pensar nenhum mal. Se ele tivesse se lembrado de Eliseu e do seu
poder, facilmente teria compreendido a carta, e sabido o que tinha de fazer.
Mas ele se coloca nessa confusão, fazendo-se um estranho ao profeta: A serva
cativa o tinha mais em seus pensamentos do que o rei o tinha.
V
A oferta que Eliseu fez de seus serviços. Ele estava inclinado a fazer qualquer
coisa para deixar seu príncipe tranqüilo, embora fosse negligenciado e seus
bons serviços anteriores fossem esquecidos pelo rei. Ouvindo sobre a ocasião em
que o rei tinha rasgado suas vestes, ele lhe enviou uma mensagem para fazê-lo
saber que se o seu paciente viesse até ele, não perderia seu trabalho (v. 8):
Ele saberá que há profeta em Israel (e seria triste para Israel se não
houvesse), que há um profeta em Israel que pode fazer aquilo que o rei de
Israel não ousou tentar, e a que os profetas da Síria não puderam aspirar. Não
foi para a sua própria honra, mas para a honra de DEUS, que ele desejou fazer
com que todos soubessem que havia profeta em Israel, embora obscuro e
negligenciado. Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
2 Reis 5:9-14
O Método Prescrito para a Cura
Aqui nós temos a cura da lepra de Naamã:
I
A curta e clara orientação que o profeta lhe deu, com a certeza de sucesso.
Naamã planejou honrar a Eliseu quando veio em seu carro e com todo o seu
séqüito, até a porta dele (v. 9). Aqueles que mostravam pouco respeito aos
profetas em outros tempos eram muito corteses com eles quando deles precisavam.
Ele foi à porta de Eliseu como um pedinte de esmola. Aqueles que foram limpos
de sua lepra espiritual, devem esperar nos portões da Sabedoria, e vigiar nas
umbreiras de sua porta. Naamã esperava ter seu cumprimento respondido, mas
Eliseu lhe deu a reposta sem nenhuma formalidade, não foi à porta para
atendê-lo, para que ele não parecesse satisfeito com a honra que lhe fora dada,
mas enviou-lhe um mensageiro para lhe dizer: Vai, e lava-te sete vezes no
Jordão, prometendo-lhe que se ele assim o fizesse seria curado da doença. A
promessa era clara: Ficarás purificado. O método prescrito era claro: Vai e
lava-te no Jordão. Isso não era planejado como se fosse qualquer meio para a
cura. Pois, embora o banho frio seja recomendado por muitos como sendo
verdadeiramente salutar, alguns ainda pensam que, no caso de lepra, fosse mais
danoso. Mas isso foi planejado como um sinal da cura e um teste para a sua
obediência. Aqueles que buscam ajuda de DEUS devem fazer como lhes é ordenado.
Mas por que Eliseu enviou um mensageiro até ele com essa orientação?
1. Porque ele tinha se retirado, nesse tempo, para a devoção, para se
concentrar nas orações para a cura, e não se distrairia. Ou:
2. Porque ele sabia ser Naamã um homem orgulhoso e o faria saber que diante do
grande DEUS todos os homens estão no mesmo nível.
II
A aversão de Naamã ao método prescrito porque não era o que ele esperava. Duas
coisas o desgostaram:
1. Que Eliseu, como ele julgou, menosprezou a sua pessoa ao lhe enviar ordens
por meio de um servo, não vindo ele mesmo (v.11). Tendo grandes expectativas de
cura, ele tinha imaginado como ela se realizaria, e o esquema que tinha
elaborado era esse: “Certamente ele sairá, isso é o mínimo que ele pode me
fazer, sendo eu um nobre da Síria, a mim que vim até ele com toda essa pompa, a
mim que com freqüência tenho sido vitorioso sobre Israel. Ele por-se-á em pé, e
invocará o nome do Senhor, seu DEUS, e falará de mim em sua oração, e então ele
passará a sua mão sobre o lugar, e assim realizará a cura”. E porque não
aconteceu assim, ele se enfureceu, esquecendo-se: (1) Que ele era um leproso, e
que a lei de Moisés, que Eliseu observava religiosamente, excluía os leprosos
da sociedade — um leproso, e por isso ele não devia insistir em formalidades.
Note: Muitos têm corações insubmissos debaixo de situações humilhantes (Nm
12.14). (2) Que ele era um peticionário, implorando por um favor que ele não
podia exigir. E pedintes não devem escolher, os pacientes não devem prescrever
para os seus médicos. Veja em Naamã a tolice do orgulho. Uma cura não o
satisfará a menos que ele seja curado com cerimônia, com muita pompa e
exibição. Ele rejeita ser curado, a menos que façam do jeito dele.
2. Que Eliseu, como ele julgou, menosprezou o seu país. Ele considerou
desagradável ser enviado para se lavar no Jordão, um rio de Israel, quando
pensava em Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de
Israel. Com que magnificência ele fala desses dois rios que regavam Damasco, os
quais logo depois formam um, chamado pelos geógrafos de Crisóroas — o rio
dourado! De que maneira desprezível ele fala de todas as águas de Israel,
embora DEUS tenha chamado a terra de Israel de a glória de todas as terras, e
especificamente por seus rios de água (Dt 8.7)!
3. Tão comum é para DEUS e o homem diferirem em seus julgamentos. De que forma
desprezível ele fala das orientações do profeta! Não me poderia eu lavar neles
e ficar purificado? Ele podia se lavar neles e ficar purificado da sujeira, mas
não se lavar neles e ser purificado da lepra. Ele se irritou porque o profeta
lhe ordenou que se lavasse e fosse purificado. Ele pensava que o profeta
deveria fazer tudo e não estava satisfeito porque lhe ordenara fazer alguma
coisa — ou ele pensou que isso fosse uma coisa tão comum, tão simples, fácil
demais para curar um homem tão importante — ou ele não acreditou que de
qualquer modo isso realizaria a cura, ou, se o fizesse, que virtude medicinal
havia no Jordão, mais do que nos rios de Damasco? Mas ele não considerou: (1)
Que o Jordão pertencia ao DEUS de Israel, que era de quem ele esperava a cura,
e não dos deuses de Damasco. O rio regava a terra do Senhor, a terra santa, e,
em uma cura miraculosa, a relação com DEUS era muito mais importante do que a
profundeza do canal ou a beleza da correnteza. (2) Que, mais do que uma vez
antes disso, o Jordão tinha obedecido às ordens da onipotência. Antigamente,
ele tinha permitido uma passagem a Israel, e, depois, a Elias e Eliseu, e por
essa razão, era mais adequado para tal propósito do que aqueles rios que apenas
tinham observado a lei comum da sua criação, e jamais tinham sido distinguido
dessa forma. Mas, sobretudo: (3) O Jordão era o rio designado, e se ele
esperava uma cura vinda do poder divino, ele devia submeter-se à vontade
divina, sem perguntar pelas razões e motivos. Note: É comum para aqueles que se
acham sábios olharem com desprezo os preceitos e as ordens da sabedoria divina,
e preferirem suas próprias fantasias diante de si. Aqueles que estão por
estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitarão à justiça de DEUS (Rm
10.3). Naamã falou consigo mesmo com tanta fúria (como os homens irascíveis
geralmente fazem) que, furioso, virou as costas à porta do profeta, pronto para
jurar que jamais teria qualquer outra coisa para dizer a Eliseu. E então, quem
seria o perdedor? Note: Os que observam as vaidades vãs deixam a sua própria
misericórdia (Jonas 2.8). Os homens orgulhosos são os piores inimigos de si
mesmos e privam-se da sua própria redenção.
III
O modesto conselho que seus servos lhe deram para obedecer às ordens do
profeta, com uma reprovação implícita aos seus ressentimentos (v. 13). Embora
em outros tempos eles guardassem sua distância, e agora o vissem encolerizado,
mas, sabendo que ele era um homem que ouviria a razão a qualquer momento, e de
qualquer pessoa (um bom caráter de um grande homem, e muito raro),
aproximaram-se e tomaram a liberdade de argumentar um pouco o problema com ele.
Eles tinham formado uma ótima opinião do profeta (tendo, talvez, ouvido mais
dele pelo povo comum, com quem eles conviveram, do que Naamã tinha ouvido pelo
rei e seus cortesãos, com quem ele tinha convivido), e, por isso,
imploraram-lhe que considerasse: “Se o profeta te dissera alguma grande coisa,
se tivesse te ordenado que seguisse um tedioso tratamento médico, ou se
submetesse a alguma operação dolorosa, tomando um vesicatório, fazendo uma
sangria ou salivando, não a farias? Sem dúvida o farias. E tu não te submeterás
a um método tão fácil como esse: Lava-te e ficarás purificado?” Observe:
1. Seus próprios servos lhe fizeram essa reprovação e lhe deram esse conselho,
que não foi mais depreciativo para ele do que ter sido informado de alguém que
poderia curá-lo pela serva de sua esposa (v. 3). Note: É uma grande bênção ter
ao nosso redor pessoas que têm liberdade conosco e, respeitosamente, nos falam
de nossas faltas e tolices, embora sejam nossos inferiores. Os senhores devem
estar inclinados a ouvir os motivos de seus servos (Jó 31.13,14). Se nós
devemos ser surdos aos conselhos dos ímpios, embora dados pelos nomes mais
veneráveis e nobres, assim devemos ter nossos ouvidos abertos para um bom
conselho, embora nos seja trazido por aqueles que estão muito abaixo de nós:
Não importa quem fala, se o que disser for bem dito.
2. A reprovação foi muito modesta e respeitosa. Eles o chamam de Pai. Pois os
servos devem honrar e obedecer a seus senhores com um tipo de afeição filial.
Ao reprovarmos ou aconselharmos, nós devemos fazer com que pareça que isso
venha do amor e da verdadeira honra, e que pretendemos não a repreensão, mas a
restauração.
3. Isso foi muito racional e ponderado. Se os servos rudes e descuidados
tivessem incitado o ressentimento irado de seu senhor e proposto que se
vingasse de sua rixa com o profeta, que (pensava ele) o afrontara, quão
prejudiciais teriam sido as conseqüências! Fogo do céu, provavelmente, teria
caído sobre todos eles! Mas, para a nossa grande surpresa, eles ficaram do lado
do profeta. Eliseu, embora seja provável que percebesse que o que tinha dito
tinha colocado Naamã de mau humor, não se importou em pacificá-lo: Era risco
dele se persistisse em sua ira. Mas seus servos foram usados pela Providência
para acalmá-lo. Eles argumentaram com ele: (1) Sobre seu sincero desejo pela
cura: Porventura, não farias qualquer coisa? Note: Quando os pecadores doentes
chegam a esse ponto de estarem dispostos a fazer qualquer coisa, a se submeter
a qualquer coisa, desistir de qualquer coisa, por uma cura, então, e só então,
ali começa a surgir alguma esperança para eles. Então eles aceitarão a CRISTO
nos próprios termos dele quando estiverem inclinados a tê-lo sob quaisquer
termos. (2) Sobre a facilidade do método prescrito: “É apenas: Lava-te e
ficarás purificado”. É só tentar. A tentativa é barata e fácil. Não pode
machucar, mas pode fazer o bem”. Note: Os métodos prescritos para a cura da
lepra do pecado são tão claros que seremos completamente indesculpáveis se não
os observarmos. É apenas: “Crê e serás salvo” — “arrepende-te e serás perdoado”
— “lava-te e serás purificado”.
IV
A cura realizada, ao usar os meios prescritos (v. 14). Naamã, mudando de idéia,
cedeu em experimentar, mas, devia parecer que não fazia com muita fé ou
determinação. Pois, considerando que o profeta lhe ordenara que se lavasse no
Jordão sete vezes, ele mergulhou muitas vezes, tão ligeiramente quanto pôde.
Porém, DEUS se agradou de honrar a si mesmo e à sua palavra ao fazer com que
aquilo se tornasse eficaz. E a sua carne tornou, como a carne de um menino,
para a sua grande surpresa e alegria. Os homens conseguem isso por cederem à
vontade de DEUS, por atenderem a suas instituições. Sua purificação pela água
coloca uma honra na lei que se refere à limpeza de leprosos. DEUS engrandecerá
a sua palavra e, sobretudo, o seu nome. Comentário Bíblico - Matthew Henry
(Exaustivo) AT e NT
2 Reis 5:20-27
Os Pecados de Geazi e sua Punição
Naamã, um siro, um cortesão, um soldado, tinha muitos servos, e nós lemos quão
sábios e bons eles eram (v. 13). Eliseu, um santo profeta, um homem de DEUS,
tinha apenas um servo, e ele se mostra um companheiro vil, mentiroso e
desobediente. Aqueles que, de longe, ouviram falar de Eliseu, o honraram e
conseguiram o bem pelo que ouviram. Mas aquele que permanecia continuamente com
ele, para ouvir a sua sabedoria, não ficou foi impressionado por ele, seja pela
sua doutrina, seja pelos milagres. Alguém esperava que o servo de Eliseu
devesse ser um santo (até o servo de Acabe, Obadias, era), mas até o próprio
CRISTO teve um Judas entre os seus seguidores. Os meios da graça não podem
prover graça. Os melhores homens, os melhores ministros, com freqüência têm
tido aqueles entre eles que têm sido sua aflição e vergonha. Quanto mais perto
da igreja, mais longe de DEUS. Muitos virão do Oriente e do Ocidente e
assentar-se-ão à mesa com Abraão no Reino; e os filhos do Reino serão lançados
nas trevas exteriores. Aqui temos:
I
O pecado de Geazi. Foi um pecado complicado.
1. O amor ao dinheiro, aquela raiz de todos os males, estava na base do pecado.
Seu senhor desprezou os tesouros de Naamã, mas ele os cobiçou (v. 20). Seu
coração (diz o bispo Hall) estava guardado nas bagagens de Naamã e Geazi devia
correr atrás dele para pegá-lo. Multidões, por cobiçarem as riquezas do mundo,
se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
2. Ele censurou a seu senhor por recusar o presente de Naamã, condenou-o como
tolo por não receber ouro quando podia tê-lo feito, cobiçou e invejou a sua
bondade e generosidade a esse estrangeiro, embora fosse para o bem da alma
dele. Resumindo, ele se achou mais sábio do que o seu senhor.
3. Quando Naamã, como uma pessoa de maneiras polidas, desceu de sua carruagem
para encontrá-lo (v. 21), Geazi lhe disse uma mentira deliberada, que o seu
senhor o enviara até ele, e assim recebeu, para si mesmo, aquele presente que
Naamã pretendia dar ao seu senhor.
4. Ele abusou de seu senhor, e de maneira vil o representou diante de Naamã
como alguém que tinha se arrependido de sua generosidade, que era inconstante
como quem não sabe o que quer, que dizia e voltava atrás, jurava e voltava
atrás, que não fazia uma coisa honrável, mas que logo devia desfazer novamente.
A sua história dos dois filhos dos profetas era tão tola quanto falsa. Se ele
tivesse implorado uma oferta para os dois jovens estudantes, com certeza menos
do que um talento de prata seria o bastante.
5. Havia o perigo de ele desviar Naamã daquela santa religião à qual acabara de
aderir, e diminuir a boa opinião que tinha a respeito dela. Ele poderia então
dizer, como os inimigos de Paulo insinuaram a respeito dele (2 Co 12.16,17),
que, embora o próprio Eliseu não lhe tivesse sido um peso, ainda sendo astuto,
ele o apanhou com fraude, enviando aquele que o cobrava. Nós esperamos que,
posteriormente, ele tenha entendido que a mão de Eliseu não estava nisso, e que
Geazi foi forçado a restituir o que tinha pego injustamente, ou isso podia
tê-lo levado novamente para os seus ídolos.
6. Sua busca em esconder o que tinha conseguido aumentou muito o seu pecado.
(1) Ele o escondeu, como Acã fez com o que adquiriu, pelo sacrilégio, na torre,
um lugar secreto, um lugar forte, até que ele tivesse uma oportunidade de
dispor disso (v. 24). Agora ele pensava estar seguro e aplaudiu a sua própria
gerência de uma fraude pela qual tinha enganado, não apenas a prudência de
Naamã, mas o espírito de discernimento de Eliseu, como Ananias e Safira com os
apóstolos. (2) Ele negou tudo: Ele entrou e pôs-se diante de seu senhor, pronto
para receber suas ordens. Ninguém parecia observar mais ao seu senhor, embora
ninguém parecesse mais ofensivo para ele. Ele pensou como Efraim: Eu tenho me
enriquecido; não acharão em mim iniqüidade alguma (Os 12.8). Seu senhor lhe
perguntou onde ele tinha estado. “Em nenhum lugar, senhor” (respondeu ele),
“fora de casa”. Note: Geralmente uma mentira leva a outra: o caminho desse tipo
de pecado é sempre para baixo. Por essa razão, tenha a coragem de ser
verdadeiro.
II
A punição desse pecado. Eliseu imediatamente o chamou para um acerto de contas
por causa disso. E observe:
1. Como ele foi condenado. Ele pensou enganar ao profeta, mas logo ficou claro
para ele que o espírito de profecia não podia ser enganado, e que era inútil
mentir ao ESPÍRITO SANTO. Eliseu pôde lhe dizer: (1) O que ele tinha feito,
embora o tivesse negado. “Tu dizes que não foste a lugar algum, mas não foi
contigo o meu coração?” (v. 26). Geazi ainda tinha de aprender que os profetas
têm olhos espirituais? Ou ele pensava ser possível esconder alguma coisa de um
vidente, daquele com quem estava o segredo do Senhor? Note: É tolice abusar do
pecado esperando mantê-lo em segredo. Quando tu te desvias para outro caminho,
a tua consciência não vai contigo? Os olhos de DEUS não vão contigo? O que
encobre as suas transgressões nunca prosperará, principalmente a língua
mentirosa dura só um momento (Pv 12.19). A verdade espalhar-se-á e
freqüentemente vem à luz de forma surpreendente, para a confusão daqueles que fazem
da mentira o seu refúgio. (2) O que ele planejara, embora guardasse isso em seu
próprio coração. Ele podia ter-lhe dito os muitos pensamentos e intenções do
seu coração, que ele estava projetando, agora que tinha adquirido esses dois
talentos, para comprar terras e gado, deixar de servir a Eliseu e começar a
trabalhar por conta própria. Note: Todas as esperanças tolas e artifícios das
inclinações carnais estão abertos diante de DEUS. E ele também fala a Geazi do
mal disso tudo: “Era isso ocasião para tomares prata? É uma oportunidade para
te enriqueceres? Não poderias tu encontrar alguma outra forma melhor de
conseguir dinheiro do que contradizer teu senhor, colocando uma pedra de
tropeço diante de um novo convertido?” Note: Aqueles que querem conseguir riquezas
a qualquer tempo, e por quaisquer meios e recursos, certos ou errados, colocam
para si mesmos muitas tentações. Aqueles que querem ser ricos (per fast, per
nefast; rem, rem, quocunque modo rem — por meios justos, por meios iníquos; sem
se importar com princípios, pensando apenas em dinheiro) submergem a si mesmos
na perdição e ruína (1 Tm 6.9). A guerra, o fogo, a praga e o naufrágio, não
são, como muitos os fazem, coisas com que se ganhar dinheiro. Não é um tempo
para aumentarmos nossa riqueza quando não podemos fazer isso a não ser por
meios desonráveis para DEUS e para a religião, ou ofensivos para nossos irmãos
ou para o público.
2. Como ele foi punido por isso: A lepra de Naamã se pegará a ti (v. 27). Se
ele tiver o seu dinheiro, levará essa doença com ele: Transit cum onere — o
empecilho vai junto. Ele estava planejando legar terras para a sua posteridade,
mas, em vez delas, ele lega uma doença repugnante aos herdeiros do seu corpo,
de geração a geração. A sentença foi imediatamente executada. Tão logo foi
dita, realizou-se. Ele saiu de diante dele leproso, branco como a neve. Assim,
ele está estigmatizado e tornado infame, e carrega a marca da sua vergonha
aonde quer que vá: Assim, ele carrega a si mesmo e a sua família com uma
maldição, a qual não apenas proclamará a sua maldade no presente, mas para
sempre perpetuará a lembrança dela. Note: Trabalhar por ajuntar tesouro com
língua falsa é uma vaidade, e aqueles que a isso são impelidos buscam a morte
(Pv 21.6). Aqueles que adquirem riqueza pela fraude e a injustiça não podem
esperar nem o conforto nem a continuidade dela. O que Geazi lucrou, embora
tivesse ganhado seus dois talentos, quando, com isso, perdeu sua saúde, sua
honra, sua paz, seu serviço e, se o arrependimento não evitou, sua alma para
sempre? Veja Jó 20.12ss.
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
A verdadeira aula é um diálogo
entre o professor e os alunos
FONTE: APAZDOSENHOR.ORG
Claiton Ivan Pommerening é pastor, comentarista da Revista Lições Bíblicas da CPAD.
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