Texto
Áureo
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do
SENHOR permanecerá.”
(Pv 19.21)
Verdade Prática
Os maus conselhos levam o homem à ruina, mas o conselho amoroso
tem o poder de nos livrar da morte.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1
Reis 12.1-10,13,14,26-29
1-
E foi Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem
rei.
2-
E sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no
Egito (porque fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito),
3-
enviaram e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram
e falaram a Roboão, dizendo:
4-
Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai
e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos.
5-
E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi.
6-
E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão,
seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda
a este povo?
7-
E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e,
respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.
8-
Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve
conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele.
9-
E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou,
dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
10-
E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a
este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o
alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os
lombos de meu pai.
13-
E o rei respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos
lhe haviam aconselhado.
14-
E lhe falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso
jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites,
porém eu vos castigarei com escorpiões.
26-
E disse Jeroboão no seu coração: Agora, tornará o reino à casa de Davi.
27-
Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o
coração deste povo se tornará a seu SENHOR, a Roboão, rei de Judá, e me matarão
e tornarão a Roboão, rei de Judá.
28-
Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro, e lhes disse: Muito
trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te
fizeram subir da terra do Egito.
29-
E pôs um em Betel e colocou o outro em Dã.
OBJETIVO
GERAL
Ressaltar a importância de ouvir bons conselhos.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
1 Elencar as principais causas da divisão do reino;
2 Apresentar as falhas e más decisões
de Roboão;
3 Pontuar o pecado de idolatria de Jeroboão.
•
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A fim de preparar os alunos para a
aplicação desta aula, comece conversando sobre a importância de se pedir
orientação a Deus na hora de tomarmos as mais importantes decisões da nossa
vida. Fale também sobre o cuidado e o discernimento que devemos ter diante dos
conselhos que recebemos. O que vale mais, uma advertência conciliadora ou um
conselho que promova a dissenção e divisão? O orgulho de Roboão foi demonstrado
ao rejeitar a conciliação aconselhada pelos anciãos, preferindo uma exigência
arrogante de submissão do povo. Para incentivar ainda mais a participação de
seus alunos, faça a seguinte pergunta: A experiência e a prudência dos mais
velhos é fator preponderante para a consideração de seus conselhos e
orientações?
PONTO CENTRAL
Aquele
que é capaz de distinguir os bons dos maus conselhos toma sábias decisões.
INTRODUÇÃO
Após a morte de Salomão em 931 a.C., seu filho Roboão subiu ao
trono (1 Rs 11.43). Ele foi o principal responsável pela divisão do reino em
duas partes: o reino do Norte (Israel) e
o reino do Sul (Judá). A fatídica história de insensatez desse rei
nos mostrará as consequências de uma má decisão. Essa história nos ensina a
dependermos cada vez mais de Deus em momentos que tomamos decisões importantes
na vida.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
É possível que alguns de seus alunos
encontrem dificuldades no estudo da Bíblia por falta de orientação ou de um
método determinado para o estudo. Às vezes estudamos muito e retemos pouco ou
quase nada. Isso, em parte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem e
método. Dê a eles as seguintes orientações:
l. Ore ao Senhor dando-lhe graças e
suplicando direção e iluminação do alto.
2. Tenha à mão todo o material de
estudo: Bíblia, revista, dicionário bíblico, atlas geográfico, concordância,
caderno para apontamentos etc.
3. Leia toda a unidade ou seção
indicada pelo professor. Procure obter uma visão global dela; o propósito do
escritor.
4. Leia outra vez a mesma unidade. À
medida que for estudando, sublinhe palavras, frases e trechos-chave. Faça
anotações nas margens do caderno ou revista.
5. Feche a revista e tente recompor de
memória as divisões principais da unidade de estudo. Não conseguindo, abra a
revista e veja.
6. Repita o passo acima.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Primeiramente, Roboão consultou
aqueles que haviam servido sob o seu Pai Salomão, provavelmente os que haviam
sido relacionados como oficiais em 1 Rs 4.1ss. O conselho que recebeu foi para
aliviar a carga dos impostos, pois aparentemente reconheciam que a queixa era
justificada.
Essa é a primeira afirmação direta em relação
aos impostos que Salomão havia instituído; porém, essa taxação está implícita
em sua organização fiscal e administrativa (1 Rs 4.7-19) e em suas disseminadas
atividades de construção, industrial e comercial, entretanto, pode parecer que
muitas das despesas dessas atividades eram cobertas por impostos e taxas
coletados dos estados vassalos (1 Rs 10.14,15). Embora essa queixa tivesse
fundamento, ela também pode ter se originado do ciúme e da inveja, pois a maior
parte do dinheiro era gasta na cidade de Jerusalém e nas de Judá, ao Sul.
Os jovens da própria geração de Roboão insistiam em medidas mais
rigorosas, e sua linguagem figurada indicava uma atitude tirânica; eles o
aconselharam a exagerar (10), a colocar um certo abuso em sua autoridade, a
exceder o rigor de seu pai na medida em que seu ‘dedo mínimo’ fosse mais grosso
que os ‘lombos’ (coxas) de seu pai. Escorpiões (11) é uma referência às bordas
em farpas na extremidade de um açoite. Embora tenha procurado o conselho e
outros, ele se baseou em sua própria decisão, isto é, aumentar a carga de
impostos ao invés de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de
Israel deveria ser. Escolher entre ser um egoísta ou um servo é uma decisão que
muitos, além de Roboão, já tiveram que tomar” (Comentário Bíblico Beacon: Josué
a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.315).
CONHEÇA MAIS
“As raízes da divisão nacional.
A morte de Salomão abriu caminho para
um dos mais traumáticos e decisivos acontecimentos da longa história de Israel:
a formal e permanente divisão do reino entre as dez tribos do norte, que
doravante passaria a ser chamar Israel ou Efraim e a tribo de Judá ao sul.
Embora tenha abalado a nação psicologicamente, a divisão não deve ter causado
surpresa ao povo, porque as raízes políticas e ideológicas do cisma eram
profundas no passado de Israel.” Para saber mais leia: História de Israel no
Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.335.
SUBSÍDIO
DEVOCIONAL
“Jeroboão temia que se o seu povo
subisse a Jerusalém para adorar ao Senhor, como a Lei exigia, ele pudesse buscar,
com o passar do tempo, a reunificação política. Os seus temores o levaram a
estabelecer um sistema que falsificava a religião revelada no Antigo
Testamento. Jeroboão escolheu duas cidades há muito tempo ligadas à adoração,
Betel e Dã, como centros de adoração. Ele constituiu sacerdotes que eram da
descendência de Arão, mudou as datas das festas religiosas, e ofereceu
sacrifícios sobre altares levantados em Betei e Dã”.
“Este foi um abandono proposital da
religião revelada. No entanto, isso tinha a intenção de imitar a verdade. As
falsas religiões geralmente possuem elementos em comum com a fé bíblica. Por
exemplo, muitas das grandes’ religiões do mundo pregam a moralidade. Porém, a
fé falsificada carece de um ingrediente essencial- a presença e o poder do
único Deus, que se revelou a nós” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional
da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.205).
CONCLUSÃO
Enquanto Jeroboão praticou a idolatria de forma direta, Roboão se
envolveu numa espécie de veneração que, embora oculta aos olhos humanos, produz
as mesmas danosas consequências. Os desejos egoístas de Roboão estavam acima da
vontade de Deus, o ídolo dele era ele mesmo, sua própria vontade. Quando o
crente tem Deus como seu guia, ele não toma conselhos com pessoas que lhe
falarão o que ele quer ouvir, mas decidirá por ouvir pessoas que lhe falem a
verdade.
O REINO DIVIDIDO: JEROBOÃO E ROBOÃO
A |
pós a entrada na Terra Prometida, Israel começou a desenvolver-se
como nação. O seu modelo social era o teocrático, onde Deus era, por
excelência, o mandante supremo. Contudo, no livro dos Juizes, vemos esse modelo
social entrando em profunda decadência. As pessoas não obedeciam mais a Deus, e
cada um fazia o que achava bem aos seus olhos fazer az 21.25). Após vários
séculos, com o enfraquecimento do modelo social teocrático, Israel pediu por um
rei (1 Sm 8.4) e, a partir de então, migrou do modelo teocrático para o monárquico.
Todavia, a monarquia unida sobreviveu por pouco tempo. Foram três os reis que
reinaram no período da monarquia unida: Saul, Davi e Salomão. Esse período
durou até meados de 926/931 a.C.
Saul inaugurou a monarquia, sendo o primeiro
rei; Davi, pelo seu amor a Deus, foi escolhido como um padrão de um bom rei,
bem como para inaugurar a dinastia real, cujo ápice deu-se em Cristo, e cujo
reinado é eterno, e Salomão marcou o seu reino com riquezas, poder e muita
prosperidade para Israel. Entretanto, toda a majestade, pompa e riqueza do
reinado de Salomão, que tanto orgulho e soberania nacional haviam trazido para
os israelitas, estavam prestes a desmoronar com a morte dele. A sua ruína havia
sido anunciada por Deus (1 R5 11.9-13), que disse a ele que, pelo fato de não
ter guardado o pacto estabelecido, rasgaria o seu reino e entregá-lo-ia a um
servo de Salomão, apesar de Deus ter-lhe aparecido duas vezes e apesar das
orações sinceras e bonitas que fizera outrora. O profeta Aias também predisse a
ruína do reinado de Salomão ao rasgar a sua capa de profeta e dar dez pedaços a
Jeroboão e vaticinar que Deus rasgaria o reino da mão de Salomão, justamente
pelo fato de este se ter curvado aos deuses falsos e ter-se desviado dos
caminhos do Senhor (1 Rs 11.29-39).
Seria simplista dizer que a culpa da divisão
do reino é exclusiva de Salomão ou da insensatez de Roboão, o seu filho. Os
sinais de insatisfação do povo mostraram-se presentes no reinado de Salomão,
cujas causas serão analisadas neste texto, mas já remontavam à época de Davi,
como veremos adiante. Após a morte de Salomão em 931 a.C., o seu filho Roboão
subiu ao trono, o qual foi igualmente responsável pela divisão do reino em duas
partes, o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá). A fatídica história
de insensatez desse rei irá mostrar-nos as consequências de uma má decisão.
Essa história auxilia-nos a dependermos cada vez mais de Deus em momentos em
que tomamos decisões importantes na vida.
O Reino do Norte ficou com a maior parte das
tribos — dez no total — e teve 19 monarcas que reinaram por quase 200 anos até
722 a.C., momento do primeiro grande cativeiro protagonizado pelos assírios e
que exterminou a nação do Norte (2 Rs 17.22,23). O Reino do Sul ficou com
apenas duas tribos, Judá e Benjamim, e teve 20 monarcas que reinaram por pouco
mais de 200 anos até 586 a.C., data do segundo cativeiro, quando foram
dizimados pela Babilônia. Na ocasião, os babilônicos destruíram o Templo,
queimaram as casas e os muros da cidade e levaram o povo, que permaneceu em
cativeiro por 70 anos (r 25.11).
I.
AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO
1. A Carga Pesada de Salomão A carga
tributária imposta por Salomão foi pesada tanto para dar conta das despesas
normais do reino quanto para sustentar o harém de mil mulheres juntamente com
os seus vassalos. Setecentas eram princesas, e cada uma delas .
Além disso, Salomão
empreendeu duas grandes obras, o Templo e o seu próprio palácio, bem como
palácios para algumas das suas esposas. Tudo isso era uma máquina governamental
e palaciana pesada e cara para sustentar, que exigia meticulosos controles,
funcionários e gastos para funcionar corretamente.
Devido às alianças externas feitas por
Salomão, ele não precisou dedicar-se às guerras. O seu reinado foi marcado, em
parte, pela paz, e o seu trabalho era proteger e ampliar o estado e conservá-lo
unido. Os seus investimentos eram direcionados para construções, projetos
arquitetônicos grandiosos, como, por exemplo, a construção do Templo e de
palácios, dentre outros eventos que marcaram o seu governo. Contudo, para que
todas essa, construções tornassem-se realidade, a população pagava um alto
preço com impostos muito pesados determinados para a nação, como também a
exigência da mão de obra de trabalhadores de quase todas as tribos para tornarem
reais os projetos do rei. Apesar de Salomão ter escrito em Provérbios que
"o príncipe falto de inteligência também multiplica as opressões, mas o
que aborrece a avareza prolongará os seus dias" (Pv 28.16), isso mostra
que nem sempre, mesmo o discurso sábio, condiz com a prática de vida.
Salomão, assim como Davi, teve alguns inimigos
no seu reino, e a ação desses inimigos sempre causam transtornos e prejuízos a
qualquer reinado, ainda que um sólido como o de Salomão. Um dos inimigos de
Salomão foi Hadade de Edom, cujo reino havia sido massacrado por Davi (2 Sm
8.13,14). Sendo Hadade adolescente, fugiu para o Egito, mas voltou para a sua
terra quando soube que Davi morrera e, então, tornou-se inimigo de Salomão,
numa atitude de vingança ao que fizera Davi aos edomitas (1 Rs 11.14). Outro
inimigo de Salomão, como consequência das conquistas bélicas de Davi, foi Rezom
de Damasco (1 Rs 11.23-25); e, por fim, o inimigo mais perigoso foi Jeroboão (1
Rs 11.26-28, 40), que se tornaria rei das tribos do Norte de Israel. Levantes
já se mostravam até mesmo no reinado de Davi, que se manifestaram também com
Salomão e consolidaram-se com Roboão sob o lema: "Que parte temos nós com
Davi?" (2 Sm 20.1; 1 Rs 12.16).
A insatisfação das dez tribos com ludá e
Benjamim tinham outras e várias causas. Uma delas era a supremacia de Judá e a
inveja de Efraim (Gn 48). Outras foram as controvérsias quanto às pelejas (Jz
8.1-3; 12.1-6). Quando da coroação de Davi, ela deu-se apenas na tribo de Judá
inicialmente. Na rebelião de Seba, iniciou-se outra divergência entre as tribos
do Norte e de Judá e a decisão de levar o rei Davi para Jerusalém (2 Sm
19.41-20.22).
A principal causa da divisão do reino de
Israel eclodiu no reinado de Salomão, que, além da pesada carga de tributos
imposta ao povo, permitiu corromper o seu coração com as alianças políticas e
todas as articulações e tribulações delas decorrentes, despertando um imenso
desejo de poder e ostentação, mesmo com as lindas orações que Salomão fez no
início do reinado e na consagração do Templo. As lealdades dos súditos seriam
comprometidas e, especialmente, o rei comprometeu o seu perfeito e sincero
relacionamento com Deus suscitando ausência de paz interior.
2.
A Divisão do Reino
A situação de opressão da
parte do rei Salomão culminou na insatisfação das dez tribos do Norte. Em
contrapartida, as tribos de Judá e Benjamim, que ficavam ao sul de Israel,
participavam ativamente do governo de Salomão e faziam parte da sua corte.
Quando Salomão morreu em 931 a.C., o seu filho Roboão foi questionado pelos
líderes de Israel, sob o comando de Jeroboão, sobre a situação de opressão
vivida por eles. O povo pediu a Roboão para diminuir os trabalhos pesados dos
ombros do povo (1 Rs 12.4), só que Roboão, seguindo o conselho dos jovens (v.
10) e não dos anciãos (v. 6), tornou o fardo dos trabalhadores ainda mais
pesado (v. 11). As dez tribos do Norte, sob a liderança de Jeroboão,
rebelaram-se contra essa decisão e constituíram um novo reino: o Reino do
Norte.
A atitude de Roboão de endurecer ainda mais o
peso de impostos e trabalhos forçados que Salomão impusera foi o estopim de uma
série de eventos que já se vinham acumulando, como demonstrado anteriormente.
Ele não levou em conta que a verdadeira liderança do povo é feita servindo-o, e
não o explorando ainda mais; é feita com atitudes de humildade e sensibilidade
para com aquilo que são as demandas que o povo traz. Não é atitude de
rebaixamento ouvir e atender quando as reivindicações são justas, pois a carga
tributária estava excessivamente alta. A solução que Roboão poderia ter tomado
seria reduzir a máquina governamental, com corte de gastos e dispensa de boa
parte do luxo a que estava acostumado. No entanto, abrir mão dos luxos tomou-se
mais difícil do que o alto preço que o rei pagou para mantê-los. Certamente, o
povo agora tinha menos gente pagando impostos, pois foi reduzido à Judá e
Benjamim. Os altos custos, portanto, tiveram que ser obrigatoriamente cortados.
II.
OS ERROS DE ROBOÂO
1. A Repetição dos Erros de Salomão Algumas
pessoas apenas usam Deus para conseguir atingir os seus propósitos e, quando os
atingem, descartam Deus das suas vidas. Essa atitude esteve presente na vida de
Roboão, conforme o texto bíblico: "Sucedeu, pois, que, havendo Roboão
confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do Senhor, e, com
ele, todo o Israel" (2 Cr 12.1). Isso demonstra uma atitude superficial de
confiança em um Deus que deve cumprir e satisfazer nossas necessidades, que
serve para atingir os objetivos pessoais de forma egoística, sem realmente
levar em conta a vontade divina e os seus preceitos. Uma pessoa assim até
aparenta certa piedade e obediência, mas, em atingindo os seus objetivos por
meio da fé que apenas espera os favores de Deus, afasta-se assim que possível,
passando a confiar na sua capacidade e prosperidade. Essa atitude hipócrita de
Roboão durou três anos (2 Cr 11.17). O problema de eleger uma fé utilitarista é
o que originou as igrejas neopentecostais, cuja ênfase está nas bênçãos que
Deus pode dar e na pouquíssima ênfase num compromisso de fidelidade e adoração
a Deus como Senhor.
As ênfases neopentecostais têm influenciado e
mudado o rosto do pentecostalismo no Brasil. Algumas igrejas, cuja linha
teológica era anteriormente chamada de Pentecostalismo Clássico, em alguns casos,
voem-se inclinadas a repetir, embora muitas vezes veladamente, algumas das
práticas neopentecostais. Numa correlação religiosa, esse fenômeno é a
repetição daquilo que algumas igrejas históricas fizeram em relação ao
pentecostalismo: pentecostalizaram-se, assimilando essa liturgia e a ênfase no
batismo no Espírito Santo e nos dons. Essa rotinização demonstra a volatilidade
religiosa presente na religiosidade brasileira e na pós-modernidade, em que as
espiritualidades encontram-se diluídas e volúveis na medida em que vão surgindo
novas formas de religiosidade.
Hoje se percebe que a
linha que separa o pentecostalismo do neopentecostalismo é muito tênue, o que
leva a perguntar sobre a capacidade do pentecostalismo de manter-se firme nas
suas tradições primordiais. Em algumas situações, essa assimilação
neopentecostal tem-se mostrado forte. Quando da sua não assimilação, em algumas
poucas situações, tem-se percebido um apego vigoroso à observância dos usos e
costumes. Entretanto, certamente existem muitas situações em que o
pentecostalismo tem feito uma boa transição no sentido teológico, caminhando
para aberturas positivas sem comprometer a sua teologia ortodoxa. "
No neopentecostalismo, a prática da
interpretação bíblica de revalorização do Antigo Testamento faz com que
personagens deste contexto sejam reinterpretados e ressignificados, gerando
novos arquétipos religiosos contemporâneos. Em certo sentido, pode-se afirmar
que o Deus do Antigo Testamento, com as suas formas de ser adorado e venerado,
assume, agora, o caráter de "Deus Mercado", cm que este dita as
normas para ser corretamente adorado para poder-se obter o seu favor. Assim, o
dinheiro assume caráter sagrado de oferta-sacrifício a ser oferecido sobre o
altar do holocausto, realizando trocas simbólicas para merecer o favor de Deus.
Dessa forma, volta-se para a religiosidade primitiva da magia, em que a ira da
divindade, para abençoar as colheitas ou evitar doenças, teria que ser aplacada
por meio de sacrifícios e oferendas.
Quando se atrela religiosidade à prosperidade,
está-se sugerindo às pessoas que as duas coisas são inseparáveis. Portanto, não
ser próspero, perder os bens ou estar doente é sinônimo de falta de Deus.
Assim, Deus só pode ser adorado nessas igrejas enquanto tem capacidade de dar alguma
coisa, gerando-se um discipulado raso e que sucumbe facilmente aos percalços da
vida. Essa parece ser a lógica de Roboão durante os anos que supostamente
serviu a Deus. Será que Roboão foi o primeiro neopentecostal?
2. Os Maus Conselhos dos Amigos de Roboão
Os conselhos dos anciãos eram muito
valorizados nas culturas antigas, como também na cultura israelita. Tanto Davi
quanto Salomão tinham vários sábios e anciãos que lhes ajudavam a tomar
decisões importantes no reino (2 Sm 15.12; 1 Cr 27.34).
Roboão (1 Rs 11.43) tinha 41 anos quando subiu
ao trono e reinou 17 anos no Reino do Sul. Em idade, era um homem maduro, mas
em experiência e sensatez, não. Ao tomar conselhos com os anciãos e com os
jovens, decidiu acatar os conselhos dos jovens. Dessa forma, Roboão demonstrou
total despreparo para exercer a posição em que estava.
Os conselhos dos anciãos direcionavam para a
resolução do problema. Dar às dez tribos o que eles pediam significava parar,
em boa medida, com o projeto de expansão e desenvolvimento do reino, mas também
significaria abrandar os ânimos agitados e evitar a ruptura a qualquer custo.
Certamente que os anciãos já estivessem plenamente apercebidos do perigo que o
reino corria já na época de Salomão, pelo que queriam evitar a divisão do reino,
mas os seus sábios conselhos foram preteridos pelos dos mais jovens, que eram
afoitos e inexperientes.
Ao optar por seguir os conselhos dos jovens,
Roboão assinou a sua própria sentença: as dez tribos rebelaram-se e, sob o seu
domínio, ficaram apenas duas: Judá e Benjamim. Roboão deu ouvidos aos maus
conselheiros e aos seus maus conselhos, e isso o levou à ruína. Maus conselhos
podem provocar um estrago irremediável na vida de uma pessoa. Roboão, ao acatar
os conselhos dos jovens, acatou a sua própria insensatez e aos seus próprios
desejos e vontades, que, ao invés de estarem entregues a Deus, estavam
entregues a ele próprio e às suas aspirações de grandeza.
O conselho que lhe deram foi baseado num dito
popular: "Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai"
(1 Rs 12.10c); e ainda: "1...1 meu pai vos castigou com açoites, porém eu
vos castigarei com escorpiões" (v. 11). Isso foi uma resposta estúpida e
grosseira que aprofundou ainda mais a crise e a revolta no meio do povo, que
queria ver-se livre da impiedade e sofrimento contínuos imposto por Salomão. Se
não fosse pela interferência divina por intermédio do profeta Alas, Roboão
teria até guerreado contra os seus irmãos do Norte.
A decadência do reinado não se percebe somente
pela ruptura do reino, mas também pelo incremento da idolatria, que já havia
sido iniciado por Salomão e pela invasão do rei do Egito, que levou os escudos
de ouro, que foram substituídos por escudos de bronze — um claro sinal de
empobrecimento do reino.
3.
O Valor c o Cuidado com os Conselhos
A palavra hebraica para
conselho neste texto em apreço é 'ets4, cujo significado é dar conselho, mas
existe outra palavra no hebraico que é tahhulâ, que significa direção ou
orientação, no sentido de puxar as cordas de um navio para dirigi-lo,
expressando que o conselho é cheio de forças e pode mudar o rumo das
circunstâncias. Na Septuagima, 'etsâ foi traduzido por borde, com muito mais
significado teológico, expressando a presciência da imutável vontade divina,
significando que o conselho de Deus é perfeito e imutável, apontando para
Jesus, o Maravilhoso Conselheiro (ver Is 9.6). Nesse sentido, o salmista lembra
que "o Senhor desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos
povos. O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração,
de geração em geração" (SI 33.10,11).
Deus concede-nos a graça de podermos contar
com os conselhos de nossos amigos, que é como "o óleo e o perfume [que]
alegram o coração; assim a doença do amigo, com o conselho cordial" (Pv 27.9).
Portanto, buscar conselho é um gesto de humildade e dependência de Deus, pois é
Ele que nos permite ser assim orientados, pois nossa limitação humana não
consegue organizar todas as questões, nuances e perspectivas de um caminho a
tomar ou um problema a resolver. "Onde não há conselho os projetos saem
vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão" (15.22);
"(...) há vitória na multidão dos conselheiros" (24.6b). É o próprio
Senhor Deus quem revela o seu conselho a nós pessoalmente e também por meio dos
amigos, como o salmista afirma: "O conselho do Senhor é para aqueles que o
temem, e ele lhes faz saber o seu pacto" (SI 25.14, JFAA).
Devemos escolher de quem
tomar conselho, pois o exemplo de Roboão adverte-nos bem quanto a isso. Se
buscamos um conselho que queremos ouvir, já estamos num caminho perigoso:
"O caminho do tolo é reto aos seus olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho
é sábio" (Pv 12.15). O salmista ora a Deus para que o proteja de conselhos
ruins das mal-intencionados: "Esconde-me do secreto conselho dos maus e do
tumulto dos que praticam a iniquidade" (SI 64.2). Há uma advertência
contra os que tomam conselho dos ímpios: "Bem-aventurado o varão que não
anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escamecedores" (SI 1.1). Quando o orgulho que pode
haver em nós toma-se o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e
não conseguimos discemir entre o bem o mal, entre um bom ou um mau conselho,
como aconteceu com Roboão. Maus conselhos levam o ser humano para a queda
espiritual, para o declínio moral e ético, tornando-o empobrecido e decadente.
Quem dá conselhos insensatos ao rei, ao líder ou ao pastor, não se importando
com as consequências que ele sofrerá devido aos conselho., é o tipo de
conselheiro que não aconselha em amor; pelo contrário, ele ama a si próprio e
está preocupado apenas em agradar e em falar o que o rei quer ouvir para, dessa
forma, garantir o seu lugar à sua mesa.
Quando um líder não percebe a astúcia, os
interesses egoístas e a bajulação dos seus conselheiros e liderados, ele está
fatalmente destinado ao fracasso. Essa tem sido a atitude de muitos líderes que
perderam o seu senso de dependência de Deus e tomaram-se reféns de artimanhas
maldosas das pessoas que o cercam, preferindo a servilidade e a subserviência
de pessoas fracas e de caráter duvidoso a cercar-se de pessoas sábias,
independentes e que conseguem enxergar além para o benefício da obra de Deus ou
de algum empreendimento qualquer. O líder sábio tem ciência de que maus
conselhos podem arruiná-lo e que maus conselheiros podem provocar um estrago na
sua vida e na sua liderança e, por isso, não admite que tais conselheiros
estejam à sua volta.
Quando o crente tem Deus como o seu guia, ele
não toma conselhos com pessoas que lhe falarão o que ele quer ouvir, mas
decidirá por ouvir pessoas que lhe falem verdadeiramente o que precisa ser
falado, mesmo que isso doa e confronte as suas próprias concepções. O crente
guiado por Deus não tem a si mesmo como o fiel da balança, mas humildemente
admite que, assim como qualquer pecador, ele também pode falhar ou estar
errado, reconhecendo, portanto, que o único conselheiro confiável é Deus.
III.
O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO
1. A Rebeldia de Jeroboão Jeroboão, filho de
Nebate, pertencia à tribo de Efraim e foi o primeiro rei do Reino do Norte e
reinou por 22 anos em Israel. Ainda jovem, Jeroboão serviu ao rei Salomão, que
se agradou do seu trabalho e nomeou-o chefe dos servos da tribo de José (1 Rs
11.28) e, portanto, conhecia o intrincado esquema de impostos do reino e as
reclamações do povo. Ele era um homem laborioso, de grande vigor e habilidade.
Todavia, durante o reinado de Salomão, Alas, o profeta, comunicou a Jeroboão
que Deus havia-o escolhido para reinar sobre as dez tribos de Israel e que o
reino seria dividido como consequência do pecado de idolatria cometido por
Salomão (1 Rs 11.29-38). Logo em seguida, Jeroboão rebelou-se contra o rei.
Sabendo disso, Salomão tentou matá-lo (1 Rs 11A0), mas sem sucesso, pois o
mesmo se refugiou no Egito e lá permaneceu até a morte de Salomão.
2.
Jeroboão, o Primeiro Rei do Norte
Após a ruptura, Jeroboão foi nomeado rei pelas
dez tribos de Israel e estabeleceu o seu trono em Siquém. Temendo que a
peregrinação dos judeus ao Templo para adoração pudesse promover a reunificação
da nação, Jeroboão mandou erigir dois santuários de adoração com bezerros de
ouro; um ficava ao norte, em Dã, e o outro ficava ao sul de Israel, em Betel,
para evitar que o povo fosse a Jerusalém. A atitude idólatra de Jeroboão
acarretou o castigo de Deus sobre a sua vida e a da sua família (1 Rs 14.7-14).
Ele foi um líder idólatra que levou toda uma nação a cair nesse abominável
pecado.
Jeroboão tomou para si o poder absoluto em
Israel, tomando decisões de um déspota (1 Rs 13.33), o que foi prova de que as
pretensões do povo de livrar-se tomados de decisões que arruinaram o povo em
vários sentidos: ele criou ídolos para serem cultuados pelo povo e dizia que
esses falsos deuses que tiraram Israel do Egito, pois ficou com medo de que o
povo retomasse para Jerusalém a fim de adorar a Deus, o que facilitaria uma
revolta contra ele; ele edificou altares, locais de culto e instituiu práticas
abomináveis (1 Rs 13.32; 2 Rs 17.29), desviando, assim, o povo do verdadeiro
local de culto; Jeroboão também introduziu sacerdotes que não eram levitas, sem
qualquer preparo espiritual, o que levou à fuga dos sacerdotes verdadeiros (2
Cr 11.13,14) e impôs um novo calendário religioso antecipando-se à Festa dos Tabernáculos
para evitar que o povo fosse a Jerusalém (1 Rs 12.32).
Apesar da terrível idolatria e rebelião, uma
intensa atividade profética ocorreu durante o reinado de Jeroboão. Isso
demonstra que Deus, apesar da desobediência do rei e do povo, nunca deixa de
agir. Dois capítulos de Reis são destinados a esses ocorridos (1 Rs 13 e 14).
Enquanto o rei sacrificava em altares pagãos, um "homem de Deus" (1
Rs 13.1) chegou a Jeroboão e proferiu uma dura sentença contra ele. Quando,
porém, o rei quis revidar e matar o profeta, a sua mão definhou, e ele teve que
rogar ao profeta para que Deus restituísse-lhe a mão (1 Rs 13.4-6). Aqui se
percebe a fidelidade do homem de Deus, pois, apesar da oferta feita por
Jeroboão para recompensar a cura da sua mão, o profeta não aceitou (1 Rs 13.8).
Porém, ao ser enganado por outro profeta (1 Rs 13.18), aquele profeta
desobedeceu a ordem do Senhor e foi morto por um leão à beira do caminho (1 Rs
13.24).
Mais tarde, quando o filho de Jeroboão ficou
doente, Deus novamente lhe falou por intermédio do profeta Aías, o mesmo que
havia profetizado a ascensão de Jeroboão ao trono e que agora estava velho e
cego. Ele, porém, foi avisado por Deus sobre o disfarce da mulher de Jeroboão,
e deu-lhe uma dura sentença de extermínio de todo o seu reinado e, inclusive,
da sua descendência (1 Rs 14.7-16).
3.
Consequências da Idolatria
O pecado da idolatria foi uma das principais
causas dos infortúnios do povo de Israel. Deus não admite qualquer pecado no
meio do seu povo e, mais cedo
O
Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação
As
Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel
Claiton
Ivan Pommerening
Jeroboão
, O Triste Fim de um Bom Começo
I REIS 11:26-40
Qualquer semelhança entre Jeroboão e muitos de nós hoje não será
mera coincidência. Há aqueles que, por motivos egoístas, materialistas e
políticos, acabam se desviando do caminho inicial e experimentam a corrupção e
a dureza de coração. São pessoas que não têm uma história com final feliz. Até
mesmo na vida espiritual esse cruel quadro pode ser observado.
Jeroboão foi colocado pelo próprio Deus
como rei de Israel. O Senhor prometeu abençoar-lhe, mas ele tornou-se um mau
exemplo para todo o reino e pagou um preço muito alto por ter se afastado de
Deus.
1.
O AMBIENTE HISTORICO
Com a morte de Salomão,
surgiu a revolta do povo contra os pesados impostos que haviam sido lançados
para a manutenção da luxuosa corte real. O povo fez um pedido no sentido de se fazer
uma redução nos impostos; porém, Roboão, filho e sucessor de Salomão,
recusou-se terminantemente ceder a esse pedido. Com isso, dez tribos se
revoltaram e estabeleceram um novo reino, aclamando como seu rei, Jeroboão,
filho de Nebate. Como afirma H.Fernhout, “Jeroboão foi sensível às reclamações
de seus conterrâneos e canalizou a frustração deles como suporte para sua
tentativa de tomar o trono.”
A esta divisão de poder deu-se o nome
de “reino de Israel”, ou “reino das dez tribos”. A primeira capital foi Siquém
e depois Samaria.
Jeroboão, a fim de impedir que seu povo
fosse a Jerusalém, no reino do sul, para prestar culto a Deus, fez estabelecer
no seu reino o culto idólatra com altares em Betei, no extremo sul, e em Dã, no
extremo norte (I Rs 12.25-33). Jeroboão levou o povo à adoração de um ídolo,
que simbolizava Deus sob a forma de bezerro.
Ele reinou 22 anos em
Israel (I Rs 14.20).
A Bíblia fala de Jeroboão II, filho de
Jeoás, rei de Israel, que o sucedeu no trono (II Rs 14.23-29). No entanto, o
presente estudo discorre sobre Jeroboão, filho de Nebate.
Observando a trajetória deste rei de
Israel, podemos destacar as seguintes lições:
2.
AS BÊNÇÃOS DA PROSPERIDADE
A proclamação de Jeroboão
como rei das dez tribos foi profetizada por Aías, profeta de Deus, conforme a
narrativa de I Reis 11.26-40. Ao anunciar a Jeroboão que este seria rei em
Israel, Aias declarou que a fidelidade do rei a Deus seria a garantia de
bênçãos sobre Israel. Assim diz o Senhor: “Se ouvires tudo o que eu te ordenar,
e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os
meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi meu servo, eu serei
contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei
Israel” (v.38). Antes mesmo de se tornar rei, Jeroboão já estava recebendo de
Deus as mesmas promessas feitas a Davi e Salomão, com referência ao êxito real.
O Senhor assegurou a bênção de sua companhia e a estabilidade do reino.
A fidelidade de Deus no cumprimento de
todas as Suas promessas precisa ser o referencial para todo cristão,
estimulando-o a manifestar fidelidade a Deus em todas as áreas de sua vida. A
fidelidade se manifesta através da obediência a todos os mandamentos de Deus.
Muitos manifestam fidelidade apenas
naquilo que lhes convém e com o que eles concordam. São cristãos que usam a
sua consciência e não a Palavra de Deus como regra de fé e conduta, ou seja,
são guiados pela consciência e não pela revelação bíblica. Há aqueles que
dizem: “A minha consciência não me acusa, logo, eu estou certo e não tenho com
que me preocupar”. É oportuno recordar as palavras do apóstolo Tiago, que
disse: “Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se
torna culpado de todos” (Tg 2.10).
Sobre as bênçãos da fidelidade, as
Escrituras Sagradas ensinam: “O homem fiel será cumulado de bênçãos…”(Pv
28.20). Os que são chamados por Deus para o Seu Reino têm diante de si o
desafio da fidelidade, pois, “…o que se requer dos despenseiros é que cada um
deles seja encontrado fiel” (I Co 4.2).
A maior bênção para aquele que é fiel
ao Senhor está descrita em Mateus 25.21: “…Muito bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu Senhor”.
Embora Deus abençoe maravilhosamente
aqueles que lhe são fiéis, vale a pena lembrar que ser abençoado não significa
ficar livre de dificuldades. É oportuno lembrar o exemplo do íntegro, reto,
temente e fiel Jó, entre tantos outros exemplos do passado e do presente, que
poderiam ser mencionados.
3.
AS RESPONSABILIDADES DOS QUE LIDERAM
Por motivos políticos e
de vaidade pessoal, o rei Jeroboão desviou-se do Senhor. Ele, cuja proclamação
como rei foi algo dos planos de Deus, agora deixa Deus completamente fora de
seus planos. Com medo de que o povo fosse a Jerusalém para adorar ao Senhor e
com isso voltasse para o reino de Judá, decidiu estabelecer no seu reino o
culto idólatra, convidando o povo para adorar diante dos bezerros de ouro (I Rs
12.26-33). O culto idólatra permaneceu até à queda do reino.
Jeroboão
designou homens sem qualquer qualificação para serem sacerdotes. A quem
desejasse ele dava a investidura para se tornar sacerdote dos lugares altos.
Não eram homens da linhagem de Levi, conforme Deus havia determinado (I Rs
12.31; 13.33-34). Assim, Jeroboão conduziu o povo ao pecado.
Por culpa de Jeroboão, todo o Israel
caiu em pecado. Ele, que começou defendendo os direitos e as causas justas do
povo, tornou-se responsável pelos erros religiosos de todos os moradores de
Israel.
Aqueles que lideram, presidem, ensinam
etc., precisam vigiar a sua conduta e observar os seus caminhos, pois, muitos
são os que seguem o seu exemplo e os tomam como referencial para suas vidas.
Assim, é preciso tomar todo cuidado para não levar outros ao erro. O escritor de
Eclesiastes afirma que o erro dos que governam é um grande mal presente na
terra (Ec 10.5).
Um exemplo notável de alguém que estava
plenamente convicto de suas responsabilidades pode ser encontrado no apóstolo
Paulo. Ele afirmou: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (I Co 11.1).
Quantos de nós podemos fazer tal afirmação?
O apóstolo Pedro adverte quanto ao
risco de se cair da firmeza devido à influência errônea dos insubordinados (II
Pe 3.17). Judas, o escritor da epístola, declarou que muitos se precipitaram no
erro de Balaão (Jd 11).
4.
O PREÇO DA INFIDELIDADE
O triste caminho de
Jeroboão, seguido por seus sucessores, trouxe calamidade a ele e ao reino de
Israel. A sua infidelidade custou-lhe a vida do filho Abias (I Rs 14.1-20). E
curioso observar que Jeroboão era alguém bem intencionado, pois deu o nome de
Abias ao seu filho, que quer dizer: “Deus é meu pai”. Só que as atitudes de
Jeroboão revelam que ele rapidamente esqueceu-se de Deus como Pai e viveu vida
de rebeldia diante do Senhor.
A Bíblia Vida Nova, comentando o versículo 11 do capítulo 14, declara: “A
maldição sobre a casa de Jeroboão foi completa, pois considerava-se uma
calamidade moral, o não receber, na morte, os devidos funerais (Jr 16.6)”.
Se, por um lado, Deus abençoa àqueles
que lhe são fiéis, por outro, Ele traz o castigo e a merecida punição pela
desobediência. Foi o que aconteceu com o reino de Israel que, induzido por Jeroboão,
afastou-se do Senhor.
Muitos são aqueles que estão pagando um
alto preço por sua infidelidade a Deus. Se as conseqüências não são imediatas
ou se Não acontecem nesta vida, todos podem estar certos de que um dia a
infidelidade será manifestada para vergonha e tristeza do infiel. Eles ouvirão
de Jesus a sentença: “…servo mau e negligente…lançai-o para fora nas trevas.
Ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 25.29-30).
Autor: Pr Josias Moura | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |
OS PECADOS DE
JEROBOÃO
As histórias dos reis de Israel estão cheias de citações dos
pecados de Jeroboão. A maldade dele se tornou ponto de referência para julgar
os seus sucessores. Os registros nos dois livros dos Reis comentam que outros
andaram, seguiram, aderiram e não se apartaram dos pecados de Jeroboão, filho
de Nebate. Agora, quase 3.000 anos depois do reinado deste rei, ainda podemos –
e devemos – aprender lições importantes dos seus erros.
O contexto histórico
Salomão, o terceiro rei de Judá, pecou tanto contra Deus que o
Senhor decidiu tirar a maior parte do reino das mãos dos descendentes dele.
Após a morte deste filho de Davi, o reino se dividiu em duas partes. A parte do
sul, conhecida como Judá, ficou sob o domínio dos descendentes de Davi. A maior
parte, composta das dez tribos do norte, foi dada por Deus a Jeroboão, filho de
Nebate, um efraimita já provado como administrador hábil.
Jeroboão tinha tudo que precisava para ser muito bem sucedido.
Quando Deus mandou o profeta Aías falar com Jeroboão sobre o plano divino de
lhe entregar as 10 tribos de Israel, ele prometeu a permanência da família de
Jeroboão no trono, se este fosse fiel ao Senhor: “Se ouvires tudo o
que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante
mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu
servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a
Davi, e te darei Israel” (1 Reis 11:38). Que promessa! Que
oportunidade para estabelecer sua dinastia em Israel! Mas houve uma
condição: Se ouvir as ordens, andar no
caminho, fizer o que é reto e guardar os
mandamentos de Deus, a dinastia dele seria estabelecida. Esta condição de
obediência foi o problema de Jeroboão. Vamos examinar a história de Jeroboão
para aprender como evitar os pecados que levaram ao fracasso da dinastia dele.
A pesar da promessa de Deus, Jeroboão sentiu-se inseguro como
rei de Israel. Ele se preocupou, especialmente, com a influência dos irmãos em
Judá. Se os israelitas voltassem a Jerusalém para comemorar as festas anuais,
como Deus mandou na lei dada a Moisés, eles poderiam rejeitar Jeroboão. Os
sacerdotes lá em Jerusalém iam comentar sobre o templo que foi projetado pelo avô
e construído pelo pai do rei de Judá. Assim, pensou Jeroboão, o povo
consideraria Roboão o rei legítimo e voltaria para Judá. Eles poderiam até
assassinar o rei de Israel!
Quantas vezes fazemos a mesma coisa? Ao invés de confiar nas
promessas de Deus, imaginamos todas as coisas que poderiam acontecer. Ficamos
preocupados e ansiosos sobre coisas imaginadas, quando devemos simplesmente
confiar no Senhor. Pedro disse que devemos nos humilhar “sob a
poderosa mão de Deus... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele
tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:6-7).
Deus só precisa falar uma vez, e nós devemos respeitar a palavra
dele. Às vezes, ele mostra sua longanimidade, dando diversas oportunidades para
o pecador enxergar seu erro e se arrepender. No caso de Jeroboão, podemos
identificar cinco vezes que Deus condenou seu pecado.
Israel |
Judá |
Exército maior (800.000 homens) |
Exército menor (400.000 homens) |
Bezerros de ouro feitos por Jeroboão |
O Senhor |
Sacerdotes não aprovados por Deus |
Sacerdotes do Senhor, levitas |
Adoração errada |
Adoração autorizada por Deus |
Deixou de servir a Deus |
Guarda os preceitos do Senhor |
Observemos algumas lições importantes desta história de Jeroboão:
2. Nunca devemos introduzir doutrinas ou práticas na
igreja sem a autorização da palavra de Deus (Colossenses 3:17; 2 João
9).
3. Devemos rejeitar qualquer pastor que não tenha todas as
qualificações reveladas pelo Espírito Santo em 1 Timóteo 3:1-7 e Tito
1:5-9. Pastores não qualificados devem obedecer a Deus e renunciar as suas
posições.
4. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos
8:31). Por outro lado, “Se o Senhor não guardar a cidade,
em vão vigia a sentinela” (Salmo 127:1).
5. Devemos ouvir aquele que nos corrige, ao invés de
nos preocupar com as nossas defesas e justificativas (Provérbios
15:5,31-32;19:27; 27:5). Se Jeroboão tivesse ouvido Abias, 500.000 homens
poderiam ter sobrevivido naquele dia.
6. Devemos abandonar o erro e buscar um lugar para servir
ao Senhor conforme a vontade dele. Quando Jeroboão conduziu Israel ao
pecado, os servos do Senhor deixaram o país e foram para Judá. Quando igrejas
hoje se desviam da palavra de Deus e recusam se arrepender, somos obrigados a
sair delas e procurar outras pessoas que respeitam a palavra de Deus (2
Coríntios 6:14 - 7:1).
Os pecados de Jeroboão levaram Israel à destruição, pois Deus se
afastou deste povo rebelde (2 Reis 17:21-23).
Vamos evitar os erros deste
rei rebelde!
Os
argumentos de Jeroboão para defender inovações
Os psiquiatras nos dizem que a maioria das pessoas que são enganadas quer ser
enganada. Pelo menos têm suas mentes preparadas para tentar acreditar num certo
tipo de mensagem. Esta é a tremenda vantagem que o médico charlatão tem com os
que estão seriamente doentes ou incuráveis; eles querem acreditar nele. O falso
mestre goza exatamente da mesma vantagem, quando diz o que é desejado e
agradável a seus ouvintes. Estes fornecedores de falsa esperança não são
desprovidos de habilidade e usualmente se exercitam para desenvolver uma
apresentação atraente, razoável e acreditável. Mas o elemento real do engano
não é, normalmente, tanto a habilidade para confundir intelectualmente como é a
capacidade para entender e instigar os desejos e as fraquezas das pessoas.
Os argumentos de Jeroboão para levar Israel à trágica apostasia é um exemplo
nítido. Não obstante sua posição como rei, seu sucesso é espantoso ao executar
uma mudança drástica e popular nas devoções religiosas de uma nação, em uma só
geração. Os lugares indicados por ele mesmo ficavam como rivais de Jerusalém
como sedes de adoração (Deuteronômio 12:14; 1 Reis 12:28-29) e o povo teve três
santuários em vez de um só. Ele instituiu seus próprios aspectos, tais como
imagens e sacerdotes não levíticos (1 Reis 12:28,31). Ele mudou as datas dos
dias de festa, de acordo com o que ele tinha "escolhido ao seu bel
prazer". Assim, em vez de lealdade religiosa e unidade entre o povo, temos
uma grande divisão: três santuários em vez de um, duas ordens de adoração, em
vez de uma, imagens absolutamente não autorizadas, sacerdócios rivais e festas
competitivas. E um dos estabelecimentos de Jeroboão era em Betel, apenas 19
quilômetros de Jerusalém, uma descarada declaração de divisão e desrespeito
pela verdadeira adoração. Para um homem realizar tanto, mesmo para o mal, é
exigida capacidade e percepção dos desejos e fraquezas de um povo. Os
argumentos de Jeroboão refletem sua posse desta percepção.
1. Ele apelou para o conforto, conveniência e vida regalada: "Basta de
subirdes a Jerusalém" (1 Reis 12:28). Jerusalém estava mesmo a uma grande
distância para aqueles que não tinham problemas com poluição de escapamento de
automóvel. Era uma viagem que consumia tempo e considerável despesa. Sem dúvida
os menos zelosos ficaram alegres ao ouvir um homem da proeminência de Jeroboão,
vitalidade e força pessoal, dizer que isso era exigir demais. Ele entende. E
quem teria uma mente tão estreita para dizer que Deus condenaria a adoração em
Dã, mas aceitaria em Jerusalém?
2. Ele apelou para o senso de piedade e adoração deles. "Vês aqui teus
deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito" (1 Reis 12:28).
Não subestime a esperteza de Jeroboão acusando-o aqui de tentar dizer aos
judeus que Jeová não é Deus. Isso muito provavelmente teria ofendido tanto uma
realidade e fé tão básicas que teria sido quase impossível acreditar. Mas o
povo se deleitava em ter uma representação tangível da divindade. Talvez ela
fosse modelada mais ou menos como um querubim, como alguns sugerem, o que teria
facilitado o apelo de Jeroboão para o povo identificar Deus com seus bezerros e
buscar a ele ali.
3. Ele apelou para o orgulho. Os israelitas já tinham se desligado de Judá,
zangados com as palavras imprudentes de Roboão. Eles se tinham rebelado,
dizendo: "Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho
de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel!" (1 Reis 12:16). Judá não nos
oferece nada! Vamos para casa. Jeroboão ofereceu-lhes santuários em sua terra!
Israel é tão boa quanto Judá. Dã e Betel são tão satisfatórias quanto
Jerusalém. O orgulho regional pode ficar forte.
4. Ele apelou para memórias nostálgicas e preciosas pela própria seleção de Dã
e Betel como santuários, e Siquém como capital. Fora da conveniência para o
povo do norte, Dã era associada com a adoração de Deus através de imagens de
prata (Juízes 17 e 18). Jeroboão inventou um bezerro de ouro. Betel estava
fortemente associada com Jacó e Samuel e assim era historicamente afetuosa em
sua sentimentalidade, e se tornou o lugar de um templo pretensioso. Siquém
relembra os dias de Abraão, e foi uma cidade sacerdotal. Estas são as
"nossas" cidades.
5. Ele dava a entender que tudo estava bem, que era a mesma velha adoração para
aqueles que não têm porção em Judá e nenhum desejo de apoiar seus
estabelecimentos. Era revolução religiosa, mas é duvidoso que muitos do povo
realmente o soubessem. Do que ele disse, eles gostaram, e queriam acreditar, e
acreditaram mesmo. Enganados e em erro, todo o tempo pensando que tudo estava
bem e que serviam a Deus!
Todas as inovações bem-sucedidas possuem mais ou menos o mesmo gosto popular,
conveniência, orgulho e são aparentemente razoáveis e piedosas. Seja como for,
não eram todos que estavam enganados. Alguns teimosamente resistiram às
inovações, preferindo a autoridade de Deus ao "tão bom quanto..." do
homem. Ainda que conforme todas as aparências Jeroboão tinha sido bem-sucedido,
ele nunca teve a autoridade ou aprovação de Deus, e seu sucesso aparente não
somente levou Israel a sua queda mas arrebatou o reinado de Jeroboão e destruiu
sua posteridade da face da terra. E ainda alguns dizem, "Você não pode
argumentar com sucesso." Você deve discutir com sucesso, meu amigo, e
fazer todo o caminho de volta a Jerusalém.
- por Jere Frost
A
HISTÓRIA DA DIVISÃO DO REINO DE ISRAEL.
No ano de 931 a.C. , tendo
morrido o grande sábio o Rei Salomão, o Reino de Israel se dividiu em Norte
(passou a chamar-se Reino de Israel e Sul (passou a chamar-se Reino de Judá). A
mão de ferro que conduzia o reino e mantinha unida as 12 tribos de Israel
desapareceu.
O Reino do Norte chamado
Reino de Israel assumiu Jeroboão filho de Nabat (conforme Biblia de Jerusalém
em Rs 15,1) tendo como capital Samaria. Este Reino do Norte continha a maioria das
tribos de Israel, 10 tribos, e também a maior população. Jeroboão para impedir
a ida ao Templo em Jerusalém, mandou construir dois Templos, um em Dã, e outro
em Betel.
O Reino do Sul chamado
Reino de Judá ficou como outro filho de Salomão Roboão tendo capital Jerusalém.
Para o Sul permaneceram as tribos em torno a Jerusalém, Tribo de Benjamin e
Judá. Habitam a região montanhosa, árida e seca, menos propensa a agricultura,
mas protegida dos invasores do Norte e Sul.
A explicação desta divisão acontecida para o Povo de Deus não é
difícil de ser entendida. O Projeto de Deus que foi vivido por mais de 200 anos
ensinava a maneira do povo ser feliz e ser bem sucedido na vida. Todos
igualmente teriam oportunidade de prosperarem. As pessoas ou grupo de pessoas que
não viviam e valorizavam estes novos valores, não seguindo o projeto de Deus
começaram a morrer. Compravam outra vez a própria escravidão que tinham vivido
na escravidão do Egito. Este abandono do Projeto, faz com que Deus os abandone.
O Povo de Deus começa a andar para trás. Começou a decair e cada vez mais
estava indo para o fundo do poço.
Consulta:
BRIGHT,
J., História de Israel, Nova Coleção Bíblica, n°7, 2 edição, Paulinas, São
Paulo 1981, pág.302ss.
DIOCESE
DE JOINVILLE, Bíblia Deus conosco, Vozes Petrópolis, 1989, 135ss.
ROBOÃO E OS MAUS CONSELHOS
Dizem que se conselho
fosse bom seria vendido e não dado. Não sei, não. Conselho é a experiência de
outra pessoa, que tenta nos orientar sobre uma situação vivida. Conselho também
é fruto da maturidade e da sabedoria de alguém, necessariamente a pessoa não
precisa ter vivido uma situação idêntica para saber qual o melhor caminho a
seguir.
Os jovens não gostam de
conselhos, os idosos acham que não precisam mais de conselhos, a turma do meio
não aceita conselho dos jovens, porque consideram que eles ainda não têm
experiência para aconselhar e nem dos idosos, porque acham sempre que eles fizeram
tudo errado. Em suma, quase ninguém ouve conselhos com os ouvidos de quem quer
acertar.
Davi unificou o Reino de
Israel e sobre todas as tribos governou por cerca de quarenta anos. Depois dele
Salomão manteve a união do reino e também governou por igual período de seu
pai. O reinado de Salomão foi de paz por todos os lados.
A promessa de Deus era que
a casa de Davi seria estabelecida em Israel e Deus sempre cumpre Suas
promessas, porém é preciso ser fiel para ser abençoado. Depois de Salomão houve
contenda entre o filho de Salomão, o rei Roboão, e Jeroboão, filho de Nebate, e
o reino foi novamente dividido.
Tudo começou quando
Salomão ainda reinava sobre todo Israel. Ele observou o jovem Jeroboão e viu
que ele era forte, valente e trabalhador, então Salomão o constituiu como
administrador da casa de José.
Um dia Jeroboão estava
saindo de Jerusalém e no caminho encontrou o profeta Aías, que estava vindo do
campo e estava vestido com uma túnica nova. Não havia ninguém por perto,
somente Aías e Jeroboão, nenhuma testemunha de um momento absolutamente
espantoso.
Aías pegou a roupa nova
que ele estava trajando e partiu em doze partes, deu a Jeroboão dez partes e
disse: “Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz o SENHOR Deus de Israel:
Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos.” (1
Reis 11:31). Deus falou pela boca do profeta que rasgaria o reino de Salomão,
mas como assim? Deus não prometeu a Davi que estabeleceria sua Casa
perpetuamente em Israel? Prometeu, sim, e cumpriu.
Deus não é homem para
mentir e nem filho do homem para se arrepender. Por causa de Sua promessa a
Davi, Deus mandou dizer a Jeroboão: “Porém não tomarei nada deste reino da sua
mão; mas por príncipe o ponho por todos os dias da sua vida, por amor de Davi,
meu servo, a quem escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus
estatutos. Mas da mão de seu filho tomarei o reino, e darei a ti, as dez
tribos dele. E a seu filho darei uma tribo; para que Davi, meu servo, sempre
tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para pôr ali
o meu nome.” (1 Reis 11:34-36).
Deus não destituiu o reino
a Salomão e disse que não o faria por amor a Davi, Seu servo, mas que da mão de
seu filho tiraria o reino, porém não totalmente, por causa da Sua aliança com
Davi. Para Jeroboão, a mensagem do Senhor não poderia ser melhor, veja: “E te
tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre
Israel.” (1 Reis 11:37). Estava dada a sentença.
Salomão se levantou contra
Jeroboão para matá-lo, mas ele fugiu para o Egito, onde ficou até a morte de
Salomão e Roboão, seu filho, começar a governar.
Roboão foi para Siquém,
porque todo Israel se reuniu para coroá-lo. Foi nesta ocasião que Jeroboão e
toda congregação foi falar com o novo rei, dizendo: “Teu pai agravou o nosso
jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e o pesado jugo que
nos impôs, e nós te serviremos.” (1 Reis 12:4). Roboão ouviu a queixa e pediu
três dias para pensar e o povo voltou para suas casas.
O povo estava insatisfeito
com o jugo do reino sobre suas cabeças, havia muitos impostos e o pedido era
relevante. É preciso lembrar que Davi juntou todo o material necessário para
construir o templo e Salomão construiu, ou seja, durante oitenta anos o povo contribuiu
bastante para construir o templo, mas o templo já estava pronto e o povo queria
ser aliviado da carga dos altos impostos. Era justo.
O novo rei recebeu
conselho dos anciãos que lhe disseram: “Se hoje fores servo deste povo, e o
servires, e respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão
teus servos.” (1 Reis 12:7). Era um bom conselho, Roboão atenderia ao pedido do
povo e este povo o serviria todos os dias de seu reino, mas ele não aceitou o
conselho.
Roboão pediu conselho dos jovens
que cresceram com ele, uma turma quase teen, que não sabia nada da vida. Não
deu outra, eles deram um péssimo conselho ao colega, veja só: “Meu dedo mínimo
é mais grosso do que os lombos de meu pai. Assim que, se meu pai vos carregou
de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com
açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.” (1 Reis 12:10-11).
Que conselho mais bobo!
Em sua arrogância, Roboão gostou do conselho
de seus colegas, foi lá e repetiu cada palavra para o povo, que se reuniu para
saber a resposta do rei. Vendo o povo que o novo rei não deu uma resposta
sábia, se rebelou contra Roboão, a ponto do povo dizer que não reconhecia a
Casa de Davi para reinar sobre eles, viraram as costas ao novato e néscio
(incapaz, ignorante) rei Roboão.
O rei não estava mentindo quando disse que ia
afligir o povo e logo ele mandou seu ministro da fazenda (só para
contextualizar melhor), cobrar os impostos dos israelitas, mas ele não foi
muito bem recebido, não, aliás, o povo apedrejou e matou o homem e Roboão fugiu
para Jerusalém.
Foi desta forma que o reino foi dividido.
Jeroboão foi ungido rei sobre as dez tribos de Israel e Roboão reinou sobre as
tribos de Judá e parte de Benjamim. O reino nunca mais foi unificado e tudo
aconteceu conforme a palavra do profeta Aías.
O estopim para a separação dos reinos de
Israel e Judá foi um mau conselho recebido pelo filho de Salomão, que preferiu
seguir a orientação de seus colegas de grupo escolar, a ouvir os sábios
anciãos. É interessante observar que Roboão herdou o reino de seu pai Salomão,
mas não veio em seu DNA nem um cadinho da proverbial sabedoria salomônica, pelo
contrário, o que Salomão tinha de sábio, Roboão tinha de lerdo.
União vem de Deus, separação vem do diabo. Se
Roboão tivesse sido sábio, não teria perdido quase todas as tribos de Israel e
só ficou com duas, porque Deus honrou Sua aliança com Davi.
A vida espiritual tem dessas coisas, é
preciso conversar com Deus antes de tomar uma decisão, porque uma escolha mal
feita acaba comprometendo muitas vidas. No tabuleiro de Deus, as peças não
estão soltas, isoladas, ao oposto, há uma sintonia, uma harmonia tremenda entre
todas as peças, já que somos pétalas de uma mesma rosa, somos um inteiro
dividido e unido em suas partes: a Igreja de Jesus.
Cabe a cada um de nós buscar sabedoria em
Deus e agir com prudência em todas as ocasiões, sabendo que Jesus é o elo que
nos liga a Deus Pai e nosso único Salvador. Depois de reconhecer Jesus como seu
Salvador, sua vida todinha será passada a limpo e aí é um abraço.
pós a morte de Salomão, Israel se dividiu em
dois grandes reinos:
Judá - Sul -
Capital em Jerusalém, que seguiu tendo um descendente de Davi como rei e
Israel.
Demais 10
tribos - Norte - Durante sua existência de aproximadamente 200 anos cerca de 6
dinastias diferentes.
Os motivos dessa divisão estão relacionados
ao fato de Salomão ter privilegiado imensamente Judá, sua tribo natal. Já
durante o seu reinado, alguns focos de rebelião haviam se formado mas que
devido à força do governo não conseguiram tomar forma. Roboão era o descendente
de Salomão a quem cabia ser rei de todo Israel. Contudo, enquanto em Judá ele
foi bem-vindo e coroado, quando foi para a parte norte, os habitantes desta
região queriam ao menos uma promessa de que Roboão diminuiria os impostos e
trabalhos forçados que eram dirigidos a eles.
Ao invés de agir diplomaticamente, Roboão
declarou que as tribos do norte pertenciam a ele por conquista. Essa resposta
desencadeou grandes protestos e Roboão foi obrigado a fugir de volta para o sul
para salvar sua vida. Surgiu então a possibilidade das tribos do norte formarem
um país próprio, ao qual deram o nome de Israel. O líder destas tribos era
Jeroboão, um Efraimita que já durante o reinado de Salomão havia tido problemas
com o rei.
Ocorreu então a guerra entre Roboão e
Jeroboão, o sul e o norte, Judá e Israel. Foi uma guerra longa, mas não muito
intensa. No início, o norte era mais fraco e provavelmente teria sucumbido,
caso Judá não tivesse que enfrentar outra guerra, ao mesmo tempo contra os
Egípcios. Muito enfraquecidos por essa luta, Roboão teve de desistir dos planos
de reinar sobre Judá e Israel.
Judá e Israel desenvolveram-se de maneiras
muito diferentes. Judá estava em um local árido, de solo rochoso, incapaz de
criar muita riqueza e que não fazia parte das rotas comerciais. Por essas características,
não era alvo intenso do interesse de outros povos conquistadores. Com isso, a
dinastia reinante também não era muito pressionada internamente, já que não se
criam generais fortes e carismáticos em épocas de relativa paz.
Israel, por outro lado, era o exato oposto.
Situada numa região fértil, centro do comércio entre o Egito e a Mesopotâmia e
tendo condições de produzir excedente para exportar para os fenícios, Israel
criou uma aristocracia forte e luxuosa, levando a grande diferença social. Isso
era ainda potencializado pelos perigos externos vindos de povos vizinhos e
conquistadores que buscavam toda essa riqueza e importância comercial. Como
resultado, Israel estava sempre em guerra e, cada guerra criava generais fortes
e interessantes para o povo que davam golpes de estado, criando novas
dinastias, mas que no fim não faziam grande diferença vindo a ser substituídos
por novos generais de características semelhantes.
Nesse contexto surgem os profetas. A
principal função destes homens era mostrar quando o povo ou os governantes se
desviavam do caminho da religião e buscar formas de corrigir estes erros. Os
principais problemas que os profetas apontavam eram: a desigualdade social
especialmente em Israel e, como era vontade de D´us que não apenas se fizessem
as orações e sacrifícios, mas que também os judeus se preocupassem com o bem
dos outros, a justiça social.
Outras ideias importantes dos profetas
estavam relacionadas com a assimilação e com a união do povo. Quanto ao
problema da união, era defendido que se Ele havia escolhido os descendentes de
Abraão para a aliança, logo deviam unir-se e não separar-se, como defendia
Amós. A assimilação era um problema, pois o contato intenso com outros povos e
os casamentos, especialmente de governantes, com mulheres de outros países
facilitava a incorporação de elementos de outros cultos ou o abandono de
elementos do judaísmo. Era esse o ideal, por exemplo, de Elias, um dos
principais profetas do período. Uma fascinante história deste profeta ocorre
depois do casamento de Acabe, rei de Israel com Jezebel, filha do rei de
Tiro.
Certa vez, Acabe queria comprar a vinha de
Naboth. Contudo, Naboth não queria vender, como era seu direito pelas leis e
costumes de Israel. Acabe estava pronto a aceitar isso, já que acreditava nas
mesmas leis. Contudo, Jezebel, como vinha de Tiro, não podia aceitar que
qualquer habitante não cumprisse os desejos do rei. Contratou falsas
testemunhas que acusaram Naboth de traição. Este foi condenado à morte e sua
vinha confiscada pelo rei. Quando Acabe foi visitar sua nova propriedade
encontrou o profeta Elias, que lhe disse: “Mataste e agora pretendeis a
herança?”.
Aliado à falta de união entre Judá e Israel,
surgia uma forte ameaça. Eram os Assírios, terríveis conquistadores que
aumentaram seu poder e que se expandiam rapidamente. Israel e Aram (outro
reino), tentando conter os assírios buscaram uma união junto com Judá. Esta,
porém, não aceitou e Aram e Israel decidiram invadir Judá e sitiar Jerusalém. O
rei de Judá, Acaz, enviou, então, um suborno ao rei da Assíria para que este
invadisse Aram. Com isso, Aram deixou de ser independente e Judá se salvou.
Israel era logicamente o próximo passo. O rei de Israel aceitou se submeter à
Assíria enquanto buscava modos de retomar sua independência. Isso levou os
Assírios a tomarem uma posição mais forte e, em (722 A.E.C.), culminou com a
invasão de Israel, a queda de Samaria (719 A.E.C.) e o exílio dos habitantes
desta cidade, bem como de outros habitantes ricos e influentes do resto do
país.
FONTE
: ESCOLA BEREANA/ADVEC - 2018
Neste 3º trimestre estudaremos: : O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO - As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel Claiton Ivan Pommerening
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