TEXTO ÁUREO
“Para que, agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos
céus”.
Efésios 3:10
VERDADE PRÁTICA
A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é
demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10.
Efésios 3
8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar
entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os
séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;
10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja
conhecida dos principados e potestades nos céus,
1 Pedro 4
7 - E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai
em oração.
8 - Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor
cobrirá a multidão de pecados,
9 - sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações.
10 - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros
da multiforme graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o
professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1 Explicar o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais;
2 Elencar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos;
3
Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a
teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o Espírito
Santo estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. É isto mesmo! A
Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos
esperar outra forma de Deus agir pela Igreja, se não pela expressão da sua
multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de Cristo. Para
isso, Deus disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de
expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas
mãos.
INTRODUÇÃO
O Altíssimo revelou para a Igreja um mistério oculto
desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe luz para o seu
povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar que esse
mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme sabedoria do
Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Em virtude do fato de Paulo, Apoio e Pedro
pertencerem aos crentes, os homens (gr. anthropos, ‘pessoas’, ‘humanidade’)
devem considerá-los como servos de Cristo enviados por Ele para ajudá-los.
A Paulo, Apoio e Pedro são confiados os
‘mistérios de Deus’ (que eram mistérios não revelados nos tempos do Antigo
Testamento, mas que agora são revelados no Evangelho). A eles são confiados não
para guardar ou proteger esses ‘mistérios’, mas para administrá-los a todos os
crentes. Porque eles têm esta responsabilidade exige-se que sejam fiéis, ou
seja, eles têm de entregar-se à obra de disseminar o Evangelho, apesar das
dificuldades e das consequências. Paulo foi incumbido pelo Senhor de administrar
os segredos de Deus. Portanto, ele era responsável a Deus, não a algum tribunal
humano com suas limitações humanas, e certamente não aos coríntios que o
estavam julgando (examinando, investigando, criticando)” (HORTON, Stanley. I
& II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017, pp.46,45).
CONHEÇA MAIS
“O cap. 13 [de 1 Coríntios] é uma continuação
do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons
espirituais sem amor (caridade), de nada adianta (vv.1-3). O ‘caminho ainda
mais excelente’ (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor (vv.4-8). O
amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o
propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações
espirituais.” Para ler mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada
pela CPAD, p.l 759
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Paulo havia elogiado os coríntios, a quem não
faltavam nenhum dom espiritual (1 Co 1.7), e lhes mostrado a necessidade de
apreciar a variedade dos dons e a unidade do corpo. Agora ele quer destacar ‘um
caminho mais excelente’ para exercer os dons, o caminho do amor. Ele não sugere
que os dons sejam inferiores ao fruto do Espírito (que inclui-se todo no amor).
Nem quer dizer que os dons e as manifestações espirituais não sejam necessários
se eles têm o amor. Embora o amor de Deus e o amor de Cristo sejam a fonte de
nossa salvação e de tudo o que Deus tem para nós, o amor não é chamado de dom
espiritual (um dos charismata). Tudo o que foi dito no capítulo 12 mostra que
os dons são necessários para a vida e ministério cristãos. Mas em Corinto eles
precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas em Corinto eles precisavam
de correção. Os dons eram genuínos, mas os motivos dos crentes eram tudo o que
deviam ser. Não nos esqueçamos de que Deus modelou este amor para nós ‘segundo
sua pessoa e trabalho” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da
Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.124,25).
CONCLUSÃO
A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se na
igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e a partir dos
dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais
forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e fidelidade,
não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem amor de
nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em Cristo
Jesus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a última lição do
trimestre reproduza na lousa o esquema abaixo. Em seguida, faça uma revisão dos
assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O
propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de
Deus em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos
estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula!
Lição 13: A multiforme
Sabedoria de Deus
Título: Dons Espirituais e
Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato
de Lima
A Multiforme
Sabedoria De DEUS
“Para que, agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos
céus” (E f3.10).
A |
pós
o estudo sobre os dons de Deus, podemos constatar que sua sabedoria transcende
a tudo o que se pode entender com a limitada percepção do homem. Enquanto a
sabedoria humana é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a
sabedoria de Deus é multiforme. Ele a manifestou desde a criação, quando sua
mente divina imaginou trazer à realidade as coisas criadas, incluindo o
universo imenso, formado de planetas e estrelas, bem como o homem e os seres
vivos da natureza, numa demonstração de planeja mento perfeito, jamais
alcançado pela mente humana. O salmista teve a visão da sabedoria e do poder
criador de Deus, ao exclamar:
“O Senhor, quão variadas são as tuas obras!
Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas”
(SI 104.24).
Só o
homem incrédulo, em sua arrogância e presunção, não percebe que a grandeza do
universo, ou do macrocosmo, bem como a imensa complexidade do microcosmo,
observado nos microuniversos das células ou das moléculas dos elementos da
natureza, não podem ter sido fruto do acaso cego, mas de uma mente
sobrenatural, dotada de sabedoria e inteligência além da imaginação limitada do
homem. O sábio Salomão, em suas reflexões sobre o universo, declarou:
“O Senhor, com sabedoria, fundou a
terra; preparou os céus com inteligência” (Pv 3.19). A sabedoria de Deus e sua
inteligência divina sempre agiram juntas para que o Eterno alcançasse seus
objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas. Mas foi no plano espiritual,
que transcende às coisas materiais do universo, que Deus demonstrou sua
multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro
mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem,
por meio do Espírito Santo. Paulo diz que esse mistério foi revelado de maneira
muito especial, por misericórdia e bondade de Deus, pelo Espírito Santo, “aos
seus santos apóstolos e profetas”, bem como à Igreja do Senhor: Essa multiforme
sabedoria de Deus, que tudo criou pelo poder sobrenatural de sua palavra, a
ponto de trazer à existência todas as coisas, a partir do nada absoluto,
transformou-se em uma relação de amor para com o homem. Mesmo sabendo de
antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua
graça e misericórdia, Deus enviou Jesus, para salvar o homem da tragédia do
pecado. E Cristo manifestou-se como a encarnação da sabedoria de Deus:
“Mas,
para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo,
poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Co 1.24 — grifo nosso).
A Igreja — o Corpo de Cristo, reúne os
“chamados, tanto judeus como gregos” ou gentios, para proclamar a salvação de
Deus à humanidade. Por ser a representante de Deus na Terra, ela é alvo dos
mais terríveis ataques do Inimigo de Deus, que, mesmo condenado em última
instância, no Tribunal Divino, e sabendo que seu fim é o inferno, procura destruir
a comunidade dos salvos e remidos por Cristo. Diante dessa realidade, Deus tem
concedido à igreja recursos especiais, que são os dons espirituais e os dons
ministeriais, já estudados nos capítulos anteriores, para edificação e força
para cumprir a sua missão.
O dom
de sabedoria, ao lado dos outros dons, concede parte da multiforme sabedoria de
Deus a seus servos para que saibam como agir, como viver, como proceder e
atuar, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo
o mundo a toda a criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação de
Deus a homens chamados e preparados para exercer a liderança nas igrejas que
reúnem os salvos em Cristo Jesus, até à sua vinda em glória para reinar para
sempre.
I – Quantos são os dons Espirituais
Os dons espirituais são variados, como
recursos usados pelo Espírito Santo para manifestar o poder de Deus e sua
multiforme sabedoria, através de instrumentos humanos, usados para a edificação
e o fortalecimento espiritual da igreja. Os dons devem ser buscados com
humildade e discernimento.
“Assim, também vós, como desejais dons
espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12).
A
lista de dons espirituais pode ser vista em dois sentidos: restrito e amplo,
como resumimos a seguir.
1. NO
SENTIDO ESTRITO
Normalmente, quando se tratam dos dons
espirituais, entende-se que eles são em número de nove. Essa conclusão
baseia-se na contagem dos dons, com base em 1 Coríntios 12: “Porque a um, pelo
Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a
palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de
línguas; e a outro, a interpretação das línguas” (1 Co12.8- 10).
De fato, a relação acima indica que há
nove tipos de dons espirituais. Entretanto, quando se tratam dos dons de
curar, no plural, não se pode precisar quantas manifestações desse dom podem
existir. Não há um só dom de curar, nem uma única maneira de se fazer uso
desses dons. Sua pluralidade certamente denota a vontade de Deus para que seu
povo tenha saúde e qualidade de vida, tanto espiritual, quanto emocional ou
física.
A
experiência cristã nos mostra que há homens de Deus que parecem ter capacitação
para orar por determinados tipos de enfermidades, enquanto outros oram por
outras doenças. Não pode mos ser dogmáticos a respeito dos dons, mas não se
veem operadores de milagres com plena capacitação para orar eficazmente por
todos os tipos de males ou doenças. Dessa forma, os tipos de dons espirituais
são nove. E podem ser ampliados por causa da pluralidade dos dons de curar. A
Bíblia não nos autoriza especificar os dons de curar. 150
2. NO SENTIDO AMPLO
Considerando-se que a sabedoria de Deus é
“multiforme”, e que seu poder é ilimitado, e que, de igual forma ele concede à
Igreja a sua “multiforme” graça, podemos inferir que Deus não está limitado a
um número fixo ou fechado de dons. Após ensinar sobre os dons espirituais, no
capítulo 12 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo dirige sua doutrina para a
“excelência do amor fraternal” , no capítulo seguinte. Certamente, podem ser
considerados dons espirituais tantas outras dádivas de Deus à sua igreja. Dessa
forma, o leque dos dons de natureza espiritual pode ser ampliado.
1) O dom do amor. A maior
manifestação do amor de Deus foi o ter enviado a Jesus Cristo para salvar o
perdido. Ele próprio declarou de modo solene e incisivo: “Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 — grifo nosso). Esse
amor, traduzido como o amor “ágape”, é a mais profunda demonstração de Deus,
que se doou, em Cristo, para redimir o homem da sua constrangedora situação
como caído e longe do criador. Cristo é o amor encarnado, que se “fez carne e
habitou entre nós” (Jo 1.14).
2 ) O dom da filiação divina. Através da
fé em Cristo, Deus torna o pecador seu filho, integrando-o na família de Deus.
João registrou esse fato:
“Mas a
todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus-, aos
que creem no seu nome” (Jo 1.12 — grifo nosso).
Ninguém
pode conquistar esse poder (ou direito). E resultado da graça e do amor de
Deus. “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos
dos Santos e da família de Deus” (E f 2.19).
3 ) O dom do batismo com o Espírito Santo.
Na casa de Cornélio, enquanto Pedro ministrava a palavra, o Espírito Santo caiu
sobre os que ali estavam, conforme Pedro afirmou: “como nós no princípio”; sem
dúvidas com o sinal exterior de línguas estranhas (cf. At 2.4).
“Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a
nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era, então, eu, para que
pudesse resistir a Deus?” (At 11.17; At 1.5; 1 Ts 4.8).
4) O dom do crescimento. Doutrinando
a igreja em Corinto, Paulo reprovou a atitude de certos grupos que se levantaram
na congregação, causando dissensão, divisões internas e partidarismo em torno
dos apóstolos. Havia, certamente, quem atribuía a Pedro, a Apoio e a Paulo a
preeminência pelo sucesso da evangelização. Mas Paulo, como bom servo de Deus,
lhes afirmou: “Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que
nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o
crescimento” (1 Co 3.6,7). Esse crescimento é acima de tudo espiritual.
5) O ministério da reconciliação. Em
sua segunda carta aos coríntios, Paulo, escrevendo sobre a nova vida do salvo
em Cristo, explica que o milagre da salvação, que inclui a regeneração, a
justificação e a santificação, “provém de Deus”, que nos concedeu o “ministério
da reconciliação”. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de
Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério
da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo,
não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2
Co 5.17-19 — grifo nosso).
6) O
espírito defortaleza, de amor e de moderação.
Podemos dizer que Deus nos dá o equilíbrio
espiritual, quando nos submetemos à sua vontade. De um lado, concede o
“espírito de temor”, para que o sirvamos com profundo respeito e reverência (SI
128.1); de outro, dá-nos o “espírito de fortaleza”, ou de poder; mas, para que
esse poder não fique sem controle, concede o “espírito de amor e de moderação”
(cf. 2 Tm 1.7). Nenhum dom espiritual, no sentido estrito ou amplo, tem seu
exercício aprovado por Deus, se não for por amor e com a devida e sábia moderação.
Quando isso não acontece, o detentor do dom tende a aproveitar-se dele para sua
promoção pessoal. O Espírito Santo não autoriza a glória para ninguém, exceto
para Cristo, o que é a sua missão (Jo 16.14).
II - SEJAMOS BONS DESPENSEIROS DOS
MISTÉRIOS DIVINOS
Despenseiros são as pessoas que tomam conta da
despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os alimentos e outros
itens necessários à manutenção da família. O apóstolo Pedro exorta os
destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente vinda de Jesus, fazendo
solene advertência sobre como os cristãos devem comportar-se, “como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10).
1. O DESPENSEIRO DEVE SER SÓBRIO E VIGILANTE
Deve
guardar a sobriedade e vigilância, em oração (1 Pe 4.7); essa advertência
refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo de Deus, sobretudo
aquele que tem a liderança, na casa do Senhor. Fala da constante vigilância
sobre a vida cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele anda como
leão, buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho de Deus
deve saber retirar da “despensa” de Deus o melhor alimento. E vigiar por suas
vidas. E Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede
sóbrios, vigiai, por que o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8; M t 26.41).
2. O
DESPENSEIRO DEVE SER AMOROSO
Em
segundo lugar, o despenseiro de Cristo deve ter “ardente caridade uns para com
os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8); todo
crente fiel deve ser despenseiro de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro,
pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas.
E cada ovelha é diferente da outra, em tempera mento, formação, visão das
coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos
líderes.
Como
despenseiro da graça de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as
ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve ser mais
compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e
testemunho; com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da compreensão;
e com as que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso de autoridade.
Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do
verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.34,35).
3. O DESPENSEIRO
DEVE SER HOSPITALEIRO
O Deve
ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4 .9 ); já foi
visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na
administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos
e pessoas em geral.
“Não vos esqueçais da hospitalidade, porque,
por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb 13.2).
Há quem faça acepção de pessoas, dis
criminando os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana. Essa não é
atitude do despenseiro da casa de Deus. Esse deve ser sempre atencioso com
todos, ajudando-os em suas necessidades espirituais emocionais e físicas,
dentro de suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; T g 2.9).
4. O
DESPENSEIRO DEVE ADMINISTRAR BEM A GRAÇA DE DEUS
Aqui, entendemos que cada crente é um
despenseiro de Deus. Pedro adverte quanto a sua mordomia, dizendo: “Cada um
administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme
graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém
administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja
glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o
sempre. Amém” (1 Pe 4.10, 11).
5. O
DESPENSEIR O DEVE SER FIEL
Escrevendo aos coríntios, Paulo ensina que
devemos ser vistos pelos homens, todos os crentes, como “ministros de Cristo e
despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). A palavra ministro vem de
diáconos, ou servo. Diante de Deus, cada um deve ser servo a serviço da igreja
e de sua missão na Terra. Tendo em vista sua grande missão, diante de Deus, da
Igreja e dos homens, os despenseiros devem ser fiéis em tudo.
Os
“mistérios de Deus” não têm nada a ver com coisas ocultistas, esoteristas ou
místicas. A Bíblia nos declara que significa esse mistério. Paulo, aos
colossenses, diz: “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em
todas as gerações e que, agora, fo i manifesto aos seus santos-, aos quais Deus
quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os
gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória (Cl 1.26,27). Aí, temos “o
mistério” revelado: “Cristo em vós, esperança da glória”!
Esse
mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de
Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).
III -
A NECESSIDADE DOS DONS E DO FRUTO DO ESPÍRITO (1 CO 12.31; 13;1-13; GL 5.22).
1. A
NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS
No
capítulo 2, vimos o Propósito dos Dons Espirituais. Neste item, podemos
identificar a necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e
lugares. Hoje, mais do que nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação
da iniquidade (cf. M t 24.12), a Igreja do Senhor Jesus necessita de mais
poder, de mais unção, de “mais demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4).
Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o
fechamento do Cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles.
Cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O fechamento
do Cânon nada tem a ver com doutrina. Quer dizer que não se pode acrescentar
mais nenhum livro ao Novo Testamento. No que concerne aos dons espirituais, os
ensinos cessacionistas não se firmam na boa interpretação da Bíblia, porque
carecem de funda mento escriturístico.
Eles
se baseiam em premissas equivocadas, que aprenderam com seus mentores, nos
seminários, ou em seus tratados teológicos. Para esses teólogos, suas
conclusões cessacionistas tornaramse dogmas, a exemplo do que ocorreu na
teologia católica. São postulados intocáveis, sagrados, infalíveis. Eles
defendem, corretamente, o postulado da “Sola Scriptura”, fundamento da Reforma,
mas, em seus estudos, valorizam mais a opinião dos teólogos do que a própria
Palavra de Deus. Em nenhum lugar, na Bíblia, está escrito que os dons espirituais
deixaram de operar na igreja.
Os dons
espirituais, hoje, são mais necessários do que no tempo dos apóstolos. H á uma
“frente fria”, passando pelos seminários, por faculdades teológicas, e por
muitas igrejas, em que não se vê a presença de Deus, através dos dons
espirituais, ou dos sinais do poder de Deus, na vida das pessoas.
2. OS
DONS ESPIRITUAIS E O AMOR CRISTÁO
No capítulo 12, de sua primeira Carta aos
Coríntios, o apóstolo Paulo discorre de maneira inigualável sobre os dons
espirituais. Ele ter mina o capítulo sobre os dons, dizendo:
“Portanto, procurai com zelo os melhores
dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 C o 12.31).
Na
sequência do tema dos dons espirituais, ele continua seu ensino, demonstrando o
valor do amor em ação, ou da caridade, no uso dos dons espirituais. E prova, de
modo cabal, que os dons sem o amor de Deus não significam nada. O amor, no
exercício dos dons espirituais, é o “caminho mais excelente”. No capítulo 13 de
Coríntios, sobre a “excelência do amor”, Paulo refere-se a vários dons
espirituais, afirmando que sem amor de nada adianta ter tais dons (1 Co 13.1-3).
3. A
NECESSIDADE DO FRUTO DO ESPÍRITO
Este
estudo não estaria consistente, se não fosse abordado, ainda que resumidamente,
o tema do fruto do Espírito Santo na vida dos salvos. Acima, vimos que os dons
espirituais sem amor nada significam para Deus. E o fruto do Espírito — O amor
(G1 5.22) — é o que faz a diferença entre um crente salvo e um crente perdido.
O que tem dons de Deus, ou dons do Espírito Santo, necessita ser coberto pelo
amor de Deus em seu coração, e em suas ações. Por isso, Paulo diz que “A
caridade [o amor, em outras versões] é sofredora, é benigna; a caridade não é
invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se
porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
mal” (1 Co 13.4,5 — colchete inserido).
A
prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do crente. Não admite
inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses”
, ou seja, não é egoísta (1 C o 13.5), “não se irrita”, ou seja, não permite
que o crente viva irritado com os outros, o tempo todo, e não dá lugar a
suspeitas infundadas, como o texto citado bem evidencia.
O dom
do Espírito deve ser exercido com amor e humildade, sem presunção ou orgulho (1
C o 13.4). O uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da
maturidade cristã. A falta de maturidade leva os detentores de dons a serem
carnais e infantis na fé. A igreja de Corinto possuía em seu seio todos os
dons, mas os crentes não estavam maduros na fé. Diz Paulo:
“E eu, irmãos, não vos pude falar como a
espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei
e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis;
porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e
dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens (1 C o
3.1-3 — grifo nosso).
Exortando a igreja, Paulo diz da necessidade
de deixarem de ser meninos na fé.
“Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem,
acabei com as coisas de menino” (1 C o 13.11).
A
prática do fruto do Espírito, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a
meninice espiritual, e leva o crente a alcançar a maturidade espiritual, como
diz Paulo: “logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” . É a
falta do fruto do Espírito da temperança, da bondade, da benignidade e acima de
tudo do amor, que tem sido causa de escândalos e decepções nas igrejas.
Conclusão
A
multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da
intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos
dons ministeriais, e de outros dons, necessários ao crescimento espiritual dos
crentes.
Sejam
quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e
fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à
edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus.
Dons
Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
Elinaldo
Renovato de Lima
CRISTO,
A SABEDORIA DE DEUS PARA O CAMINHO DO CRENTE
Tradução Mario Persona
***** PALESTRA A CRISTÃOS PROFERIDA POR H.E.HAYHOE EM JANEIRO DE 1950
Costumo dizer que a fé e a salvação andam
juntas; que a obediência e a felicidade estão conectadas, e que felicidade é um
estado de espírito e não uma questão de circunstâncias. Espero apresentar a
vocês Cristo como a Sabedoria de Deus para o caminho do crente. Será este o
assunto de que nos ocuparemos.
Oh, quão delicioso é vermos nossos irmãos
contentes em Cristo!
Deus
Se alegra em ver Seu povo feliz, e Ele fez provisão, em Sua Palavra, de tudo o
que é necessário para a felicidade daqueles que Ele redimiu com um preço tão
elevado. Quando você aprende que o caminho de obediência e lealdade a Cristo é
o único caminho de bênção, e toma a firme decisão de andar neste caminho, você
dá inicio à viagem que o levará à plenitude de bênção vinda das mãos de Deus. É
isso que vemos em 2 Coríntios 11:2-3:
"Porque estou zeloso de vós com zelo de
Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um
marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com
a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos
sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo."
O que significa a "simplicidade que há
em Cristo", quando lemos, "Sejam de alguma sorte corrompidos os
vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo"? Ah,
irmãos, isto significa obedecer sem questionar. O apóstolo se refere aqui ao
que se passou há muito tempo no jardim do Éden, quando Eva foi tentada. A
serpente levou Eva a questionar ao invés de obedecer. Ela olhou para aquela
árvore e ela lhe pareceu agradável aos olhos, o que era perfeitamente verdade.
Era boa para se comer, e isto era totalmente verdade. Era uma árvore desejável
para dar entendimento, e isso trazia em si uma verdade também. Mas o que a
serpente escondeu de Eva? Que o ato de tomar daquela fruta seria desobediência
e que a fruta traria a morte. Em outras palavras, Eva começou a questionar ao
invés de obedecer. Lembre-se sempre, amado cristão, que a Palavra de Deus nos é
dada para a obediência da fé. Isto nos é dito duas vezes na epístola aos
Romanos: no primeiro (Rm 1:5) e no último capítulo (Rm 16:26). A Palavra de
Deus nos é dada para a obediência da fé.
Vamos
ler algumas passagens em conexão com nosso assunto. A primeira está em
Deuteronômio 4:4-8: "Porém vós, que vos chegastes ao Senhor vosso Deus,
hoje todos estais vivos. Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como
me mandou o Senhor meu Deus: para que assim façais no meio da terra a qual ides
a herdar. Guardai-os pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o
vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes
estatutos, e dirão: Este grande povo só é gente sábia e entendida. Porque, que
gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus,
todas as vezes que o chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e
juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós?"
Temos
aqui Israel redimido, liberto da terra do Egito. Eles foram levados através do
deserto e encontravam-se prontos para ser estabelecidos na terra de Canaã, e a
bênção que receberiam das mãos do Senhor tinha de ser com base em sua
obediência. Há aqui um princípio moral, irmãos. Sabemos muito bem que nossa
salvação não é o resultado de qualquer coisa que tenhamos feito. A salvação é
fruto da obra consumada de Cristo na cruz, e todo aquele que crê no Senhor
Jesus como Salvador será achado na glória, nas alturas. Não será pela minha
fidelidade, ou pela sua, irmão, mas pela fidelidade de nosso bom Pastor. Porém,
a felicidade em nossa vida neste deserto, que é o mundo, depende, isto sim, de
nossa obediência.
Cada
dia mais, a dor que alguns cristãos trazem às suas próprias vidas me enche de
tristeza. Não é de se admirar que o apóstolo Paulo tenha dito, acerca de seu
ministério, que noite e dia rogava aos santos de sua época, para que pudessem
andar na boa verdade que o Espírito de Deus lhe havia comissionado, e de como
os admoestava com lágrimas. O bendito apóstolo trabalhou assim, e não posso
desejar, com sinceridade de coração, outra coisa que não a bênção do amado
rebanho de Deus.
Vemos
em Deuteronômio 4:6: "Guardaios pois, e fazei-os, porque esta será a vossa
sabedoria e o vosso entendimento". Sabedoria é colocar em prática a luz e
a verdade de Deus, naquilo que você foi ensinado por Deus, em todas as circunstâncias
cotidianas da vida. Isto é a Sabedoria de Deus. Deixe-me ser um pouco mais
prático. Costumamos dizer que todo rei, todo governador de alguma província,
todo magistrado, todo pai e toda pessoa terão que dar conta algum dia de como
fizeram uso da posição de autoridade que Deus lhes concedeu. Você é um pai de
família? Se você quer receber a bênção de Deus em sua casa, você deve
reconhecer, diante de Deus, a sua responsabilidade para com sua família.
Lembro-me de quantas vezes meu querido pai nos
disse, quando éramos crianças, "Pela graça de Deus não serei um Eli, mas
busco, pela graça de Deus, ser um Abraão" (compare 1 Sm 2:29; 3:11-14 com
Gn 18:17-19). Eli repreendeu seus filhos, porém não os impediu, enquanto que de
Abraão o Senhor disse:
"Porque eu o tenho conhecido, que ele há
de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho
do Senhor". A bênção do Senhor é o resultado de se atender à sabedoria da
voz de Deus. Lembre-se de que enquanto Davi foi um bom rei, ele foi um péssimo
pai. Ele era um rei maravilhoso e Deus o abençoou, mas ele foi um pai sofrível.
E é o que acontece; você pode ter um conhecimento da Palavra de Deus muito
maior do que qualquer um onde você se congrega, mas isso não altera o fato de
que a responsabilidade está conectada com cada posição em que Deus, em Sua
sabedoria, misericórdia e bondade, o colocou. Se você deseja a bênção de Deus,
deve andar nos retos caminhos do Senhor.
Vamos
continuar considerando a Sabedoria. Todas as vezes que você diz "Eu
acho" com respeito a qualquer assunto moral ou espiritual, você acha
errado, a menos que seus pensamentos estejam formados pela Palavra de Deus, e
devemos ler a Palavra de Deus até que nossos pensamentos sejam formados por
ela. Em conexão com esta afirmação, veja o Salmo 1: "Bem-aventurado o
varão que não anda segundo o conselho dos ímpios." Jovem, não ande no
conselho dos ímpios. Que nenhum de nós ande no seu conselho. Esse conselho é
que acumulemos riquezas aqui. Para que foi que Deus salvou você? Para a glória
eterna. Será que Ele deixou você aqui para ganhar dinheiro e para que Ele
pudesse ver o quanto você seria capaz de ganhar? Ou será que Ele o deixou aqui
para que você pudesse se divertir? Ele o deixou aqui como uma testemunha de
Cristo; para que você seja um testemunho para Ele.
"Assim como o Pai Me enviou, também Eu
vos envio a vós" (Jo 20:21). Irmãos, isto não se refere apenas àqueles que
costumamos dizer que estão na obra do Senhor; isto se refere a cada filho de
Deus que pertence à Sua família. Veja o Salmo 1: "Bem-aventurado o varão
que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos
pecadores" - (fique longe desse tipo de companhia) - "nem se assenta
na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na Sua
lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros
de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e
tudo quanto fizer prosperará." Se você deseja prosperidade de acordo com
os pensamentos de Deus, aqui está onde você vai consegui-la: a prosperidade que
é conforme o pensamento de Deus é aquela que encherá sua alma de adoração e
louvor. Irmão, esteja certo de que assim será! Pois a felicidade é um estado de
espírito e não uma questão de circunstâncias.
Em uma
viagem de trem eu me sentei ao lado de uma senhora que professava ser cristã.
Eu lhe falei acerca de sua alma. Ela estava lendo uma revista. Eu olhei a
revista e disse a ela, "Toda revista que você lê leva o mundo ao seu
coração, e a perspectiva que lhe dá é de uma vida neste mundo. O único Livro na
face da Terra que lhe ensinará a acumular tesouros no céu é a Palavra de
Deus".
Querido
irmão, eu desejo para você, tanto quanto para mim, uma entrada abundante no
reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. "Ajuntai tesouros no
céu" (Mt 6:20). O que está faltando na Igreja em nossos dias é devoção a
Cristo. Posso indicar a você muitos lugares onde há uma porta aberta para o
Evangelho - mas quão pouca devoção a Cristo está havendo. Você sabe que a carne
adora um caminho fácil, tanto quanto um mau caminho. Mas permita que lhe diga,
o caminho de devoção a Cristo é repleto de gozo e bênção. Ah, não existe bênção
como a bênção do Senhor. É um caminho feliz. Você nunca encontrou um cristão
que estivesse arrependido de ter aceitado a Cristo como Salvador. Você nunca
encontrou um santo de Deus que tenha devotado sua vida a Cristo e que no final
de seus dias tenha dito, "Me arrependo de tê-lo feito". Você acha que
poderá encontrar um santo de Deus que diga, "Eu sinto não ter devotado
minha vida a ganhar dinheiro"? Você nunca encontrou um assim e nunca irá
encontrar.
Vamos
dar uma olhada em Jó 28:7-8: "Essa vereda a ignora a ave de rapina, e não
a viram os olhos da gralha. Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o
feroz leão passou por ela". Nenhum discernimento humano pode descobri-la.
Os
homens mais ilustres de nossas universidades nunca poderão lhe indicar, não
importa quão perspicazes sejam suas mentes; não importa quão perspicazes possa
ser o discernimento que têm das coisas naturais, eles nunca poderão descobrir o
caminho da verdadeira felicidade, bênção e sabedoria. É um caminho que não pode
ser encontrado pelo discernimento do mais perspicaz intelecto que o homem possa
possuir, e é isso que significa quando diz, "Essa vereda a ignora a ave de
rapina, e não a viram os olhos da gralha". "Nem o feroz leão passou
por ela." O que significa isso? Significa que você não poderá trilhar esse
caminho com a força humana. Eu não estaria dizendo isto a vocês se não tivesse
me ajoelhado muitas vezes e clamado a Deus pela graça e força necessária para
poder fazê-lo. Eu não poderia fazê-lo se não fosse assim.
"Nem o feroz leão passou por ela."
Nenhuma força humana pode servir ao Senhor. Nenhum vigor humano poderá fazê-lo,
mas, graças a Deus, tanto eu como vocês podemos ir adiante na força do Senhor
se nos voltamos a Ele. "Nem o feroz leão passou por ela." Não existe
poder sobre um homem que esteja andando nesse caminho. Irmão, se você tem
confiança de que Deus está com você, então encontrará força para seu caminho,
mesmo que seus irmãos não o compreendam. Nunca me esqueci do que falou um irmão
há muitos anos. Caminhando pela rua de uma certa cidade, ele me disse:
"Irmão, você sempre irá descobrir que se
andar com Deus, os irmãos mudarão de opinião a seu respeito". Sim, é
possível que eles o acusem falsamente às vezes; que eles não venham a
compreendê-lo às vezes, mas se você tem a confiança de que Deus está com você e
segue adiante nesse caminho, o feroz leão não pode vencê-lo. Deus o guardará no
caminho se você tão somente olhar para Ele - se você seguir adiante com Ele.
"Ele estende a Sua mão contra o rochedo,
e revolve os montes desde as suas raízes. Dos rochedos faz sair rios, e o Seu
olho descobre todas as cousas preciosas" (Jó 28:9-10). Não vou entrar em
detalhes acerca destes versículos, mas há sabedoria na energia de fé que busca
sinceramente as coisas preciosas de Deus. Todos nós conseguimos de Cristo o
tanto quanto desejamos, e nossa vida demonstra o quanto nós desejamos. Onde há
a energia de fé, se você dá valor a algo, você o buscará. Então, jovem, posso
fazer uma pequena sugestão prática? Ao invés de gastar seu dinheiro tolamente,
como faz o mundo, que tal gastá-lo comprando literatura que possa alimentar sua
alma com Cristo? Você sabe o por quê de muitos livros não poderem ser
publicados em nossos dias? É porque não existe demanda suficiente para eles;
esta é a razão. Há dinheiro sobrando para outras coisas, mas não para isto.
Sigamos adiante.
"Mas onde se achará a sabedoria? E onde
está o lugar da inteligência? O homem não lhe conhece o valor; não se acha na
terra dos viventes." (Jó 28:12-13). Você poderá percorrer o país, indo às
universidades e aos seus mestres, mas a sabedoria de que estamos falando aqui
não é encontrada no modo de vida humano; ela é encontrada na Palavra de Deus.
Ela é encontrada no precioso Livro - ali é onde ela pode ser achada.
"O abismo diz: Não está em mim"
(v.14). Pelas escavações os homens podem descobrir alguma coisa acerca da
criação, mas será que o fruto do seu trabalho é sabedoria? Não. Eles passam a
vida cavando e tentando descobrir, mas se você quer encontrar a sabedoria de
Deus, é melhor que faça algumas "escavações" na Bíblia, a Palavra de
Deus. "O mar diz: Ela não está comigo. Não se dará por ela ouro fino, nem
se pesará prata em câmbio dela. Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir, nem
pelo precioso ônix, nem pela safira. Com ela se não pode comparar o ouro ou o
cristal; nem se trocará por jóia de ouro fino. Ela faz esquecer o coral e as
pérolas; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a dos rubis. Não se lhe
igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro. Donde pois
vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência ? Porque está
encoberta aos olhos de todo o vivente, e oculta às aves do céu. A perdição e a
morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama" (vs. 15-22). O que
significa isso? Que Ele buscou em tudo aquilo que o homem considera precioso -
tudo aquilo que ele pensa ser permanente - e diz que não pode ser encontrada
ali. Mesmo que você possua jóias, você não tem as verdadeiras riquezas. Não é
assim que elas são possuídas. Nenhuma aquisição desse tipo irá comprar as
verdadeiras riquezas. "A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos
ouvidos a sua fama." A perdição e a morte dizem a você que é tolice
acumular riquezas aqui. Oh, quão tolo é acumular riquezas aqui e não possuir
aquelas que são verdadeiras!
Lembro-me de um querido cristão que conheci
pessoalmente e que já faleceu. Sua esposa também faleceu e deixou para o filho
uma grande soma em dinheiro que em poucos anos se acabou. Pelo que sei, o rapaz
está até agora perdido, a caminho do inferno - e todo o dinheiro se foi. Vocês
sabem o que diz o Salmo 49: "...os homens te louvem quando fazes bem a ti
mesmo" (v.18). E diz ainda: "Este caminho deles é a sua loucura;
contudo a sua posteridade aprova as suas palavras" (v.13). "A
perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama."
Repare agora no último versículo do capítulo
28 de Jó: "Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e
apartar-se do mal é a inteligência". O "temor do Senhor"
significa mais do que simplesmente ser um cristão. Irmãos, lembrem-se do que é
dito em Provérbios 28:14: "Bem-aventurado o homem que continuamente
teme". Outra passagem, em Provérbios 23:17, diz: "Sê no temor do
Senhor todo o dia". E o mesmo nos é dito aqui: "Eis que o temor do
Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência" (Jó 28:28).
Isto significa ter medo de dar um passo sem a luz vinda de Deus. Creio que
vocês sabem que talvez os passos mais importantes da vida são aqueles dados
enquanto se é jovem. É na juventude que importantes decisões são feitas, e,
quão importante é que os pais e os filhos tenham a sabedoria de Deus.
Vou
chamar a atenção de vocês para aquele versículo em 2 Coríntios 12 que diz que
os pais devem entesourar para os filhos, e não os filhos para os pais. Isto não
significa entesourar dinheiro, mas a verdadeira sabedoria. Você é pai? Você
está entesourando a verdadeira sabedoria para seus filhos? Você a tem entregue
a seus filhos no temor do Senhor? Eu rogo a você que o faça. Encontramos Eunice
(2 Tm 1:5), a mãe de Timóteo, acerca da qual o apóstolo podia dizer em sua
epístola a Timóteo: "E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras,
que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda
a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tm 3:15-17).
Você é uma mãe ou um pai? Será que você está
repetindo diligentemente as Escrituras para seus filhos, "assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te"? (Dt 6:7).
Você conversa com seus filhos acerca do único meio de salvação, e também acerca
da Sabedoria de Deus como é encontrada na Sua Palavra? Você procura guiar seus
passos no caminho em que Deus, em graça, possa abençoá-los, e procura aquecer
seus corações com o amor de Cristo para que suas vidas possam ser devotadas a
Ele e à Sua glória? Quão necessário é isto! Os pais devem entesourar para seus
filhos - não se trata de dinheiro, irmãos. Ah, não! Entesourem palavras sãs,
sabedoria sã, repita a eles e insista, ore por eles e suplique a eles, com toda
a afeição paterna e materna, que cresçam nas coisas de Deus.
Devemos acrescentar mais alguns exemplos?
Vejamos 2 Crônicas 24:1: "Tinha Joás sete anos de idade quando começou a
reinar, e quarenta anos reinou em Jerusalém... E fez Joás o que era reto aos
olhos do Senhor, todos os dias do sacerdote Joiada". Repare agora nos
versículos 15 a 23: "E envelheceu Joiada, e morreu farto de dias: era da
idade de cento e trinta anos quando morreu" (Trata-se do homem mais velho
da Bíblia depois que os anos de vida do homem foram reduzidos a 70 - Sl 90:10).
"E o sepultaram na cidade de Davi com os reis; porque tinha feito bem em
Israel, e para com Deus e a sua casa. Porém depois da morte de Joiada vieram os
príncipes de Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu. E deixaram a
casa do Senhor Deus de seus pais e serviram as imagens do bosque e os ídolos:
então veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa. Porém
enviou profetas entre eles, para os fazer tornar ao Senhor, os quais
protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos. E o Espírito de Deus
revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do
povo, e lhes disse: Assim diz Deus: por que transgredis os mandamentos do
Senhor? portanto não prosperareis; porque deixastes ao Senhor, também ele vos deixará.
E eles conspiraram contra ele, e o apedrejaram com pedras, por mandado do rei,
no pátio da casa do Senhor. Assim o rei Joás não se lembrou da beneficência que
seu pai Joiada lhe fizera, porém, matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O
Senhor o verá, e o requererá. E sucedeu, no decurso de um ano, que o exército
da Síria subiu contra ele, e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o
povo A TODOS OS PRÍNCIPES DO POVO; e todo o seu despojo enviaram ao rei de
Damasco".
Note as palavras que enfatizei. Quem foi que
veio ao rei e lhe disse para se apartar de Jeová, levando-o a cair em
idolatria? Foram os príncipes do povo. Será que Deus reparou nisso? Sim, sem
dúvida; e o que aconteceu? "E sucedeu, no decurso de um ano, que o
exército da Síria subiu contra ele, e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram
dentre o povo a todos os príncipes do povo" (v.23).
Isso
foi o governo de Deus. Agora prestem atenção no que vou dizer pois é
importante. No Antigo Testamento encontramos o governo de Deus. Vocês
encontrarão isto em Hebreus 2:2: "Toda a transgressão e desobediência
recebeu a justa retribuição". Estamos agora no dia da Sua graça, mas não
se esqueçam que o tribunal de Cristo que ainda virá, irá revelar a perfeição do
governo de Deus. Existe um governo de Deus agora, mas não está abertamente
manifestado. No Antigo Testamento ele era mais abertamente manifestado, e isso
foi escrito para nosso ensino, para nos alertar, pois os princípios morais de
Deus não mudam com as dispensações. Os princípios morais encontrados no Antigo
Testamento são instrutivos e são para nosso ensino.
Joás procedeu bem enquanto Joiada, o
sacerdote, estava vivo.
Ah,
irmãos, devo fazer mais uma observação e quero que prestem atenção a ela
também. As circunstâncias que ocorrem em nossa vida não produzem nosso estado
de espírito; elas apenas o manifestam. Em um grupo de pessoas como este, por
exemplo, vocês todos podem cantar os mesmos hinos e partir o pão juntos, como
muitos de vocês fizeram nesta manhã; mas se não estiverem bem com Deus, alguma
circunstância irá ocorrer, e a circunstância não produzirá um estado de
espírito, mas apenas o fará revelar. Rogo a vocês, de toda a minha alma e de
todo o meu coração, que não sigam adiante com uma consciência pesada. Se
existir alguma coisa em sua consciência que é contrária à Palavra de Deus,
julgue-a e resolva a questão. Se não o fizer, e continuar sem comunhão com Deus
por causa de uma consciência que lhe acusa, tão logo surja uma circunstância
que lhe seja adversa, você não estará capacitado, com a força que vem do
Senhor, a resistir ao ataque do inimigo.
Confio
que vocês estejam compreendendo o que estou tentando dizer; sinto que estão.
Quão necessário é para cada um de nós, queridos irmãos, que andemos em um
espírito de dependência, rogando a Deus que nos guarde, pois não temos forças
contra o inimigo. Mas, graças a Deus, nenhum leão feroz pode atacar o homem de
Deus, se ele anda em comunhão com Deus no caminho da obediência e comunhão.
Quão
bendito é andar neste caminho! Então Joiada morreu. Tenho visto jovens amados
que estavam à mesa do Senhor e que, após o pai e a mãe terem morrido, acabaram
se deixando levar pelo mundo. Ah, quanta tristeza tiveram que colher - quanta
tristeza! Ah, sim, estive até mesmo ao lado da cama de um santo de Deus que
sempre teve dúvidas de sua salvação, após eu ter sido procurado por sua esposa,
uma irmã querida, que me contou: "Meu marido não pode dormir e por três
meses tem estado a dizer, Estou perdido; Estou perdido; Estou perdido!"
Graças a Deus ele alcançou a paz pouco antes de morrer, mas que triste final!
Eu não gostaria de ter um final assim; algum de vocês gostaria? Andemos com
Deus.
Vamos
dar uma olhada no capítulo seguinte, 2 Crônicas 25:1-2: "Era Amazias da
idade de vinte e cinco anos, quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos
em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Joadã, de Jerusalém. E fez o que era reto
aos olhos do Senhor, porém não com coração inteiro". Deus conhece o estado
de meu coração. Você partiu o pão esta manhã. Talvez você tenha cantado hinos
esta manhã; será que fez isso com inteireza de coração? Será que seu coração
foi leal a Cristo?
O que
aconteceu então? Podemos ler apenas alguns trechos: "E Amazias ajuntou a
Judá, e os pôs segundo as casas dos pais, por chefes de milhares, e por chefes
de centenas... Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por cem
talentos de prata. Porém um homem de Deus veio a ele, dizendo: Ó rei, não
deixes ir contigo o exército de Israel; porque o Senhor não é com Israel, a
saber, com os filhos de Efraim. Se porém, fores, faze-o, esforça-te para a
peleja; Deus te fará cair diante do inimigo; porque força há em Deus para
ajudar e para fazer cair. E disse Amazias ao homem de Deus: Que se fará pois
dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? E disse o homem de Deus:
Mais tem o Senhor que te dar do que isso" (2 Cr 25:5-9).
Não é
maravilhoso? "Oh," disse ele, "O que vou fazer? Eu dei cem
talentos de prata; eu vou perder tudo." Se você, neste exato momento,
estiver conectado com algo que sua consciência diz estar errado, preste atenção
nisto. "Oh," você diz, "você não imagina quanto vou
perder." Não pense no que você vai perder. Pense no que vai ganhar.
"Mais tem o Senhor que te dar do que isso."
Irmãos, eu nunca confiei no Senhor como devia,
mas Ele me abençoou tão abundantemente que sinto até vergonha de me apossar de
tão grandes bênçãos. Ele nunca ficará devendo a você; nunca! Você nunca se
arrependerá de ter feito algo para agradar ao Senhor. Ele é muito rico para
ficar devendo a você. Oh, confiem nEle, irmãos, confiem nEle!
Não
apenas confiem nEle para a salvação, conforme escutam no Evangelho, mas oh,
confiem nEle nas circunstâncias da vida de vocês. Confiem nEle! Ele nunca
falhará para com vocês - nunca falhou e nunca falhará. Bendito seja o Seu Santo
Nome! "Mais tem o Senhor que te dar do que isso." Acaso não é esta
uma linguagem extremamente amorosa? Ele não apenas tem para dar a você, mas tem
mais do que isso. Muito mais! Quão plena é a bênção do Senhor!
Costumo dizer que Ele não nos prometeu
prosperidade neste mundo. Não, Ele não nos prometeu isto, mas nos prometeu
bênçãos vindas da Sua mão. Vou fazer uma observação que é também uma linha de
conduta prática. Por exemplo, costumo afirmar que nunca é correto que um
cristão procure ganhar por meio de especulação. O livro de Provérbios diz:
"Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à
força do trabalho terá aumento" (Pv 13:11 - Versão Almeida Revista e
Atualizada). O propósito e a sabedoria de Deus para o homem é que ele ganhe o
seu sustento por meio do seu trabalho e não por sua sagacidade, e a bênção do
Senhor nunca está conectada à especulação praticada por um cristão. "Os
bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho
terá aumento." Ah, a sabedoria de Deus - a sabedoria de Deus! Você acha
que pode seguir esta sabedoria e não ser recompensado por Deus que diz:
"Mais tem o Senhor que te dar do que isso."?
Vamos
abrir em Provérbios 8, versículos 1 ao 3: "Não clama porventura a
sabedoria, e a inteligência não dá a sua voz? No cume das alturas, junto ao
caminho, nas encruzilhadas das veredas se coloca. Da banda das portas da cidade
à entrada da cidade, e à entrada das portas está clamando". Se vocês já
leram o livro de Provérbios cuidadosamente, terão reparado que nos sete
primeiros capítulos é repetido, vez após outra, "Filho meu, filho meu,
filho meu". A razão disto é que os pais são usualmente o meio pelo qual a
sabedoria chega à família. Porém, quando chegamos ao capítulo 8 não encontramos
mais "filho meu". Por que?
É como se Deus estivesse dizendo: "Se
os seus pais não lhe dão sabedoria, aqui está ela". Alguns cristãos têm
pais incrédulos e pode ser que seus pais incrédulos gostariam que você fosse um
presidente de um banco ou o prefeito de uma cidade. Bem, você têm que honrar a
seu pai e à sua mãe, e você deve andar em obediência, mas quando se trata de
ouvir a voz da sabedoria, você deve escutar à voz de Deus. Abra seus ouvidos
àquilo que a sabedoria tem para dizer: "No cume das alturas, junto ao
caminho, nas encruzilhadas das veredas se coloca" (Pv 8:2). Isto significa
que você chega a um ponto, em sua vida, em que deve tomar decisões e, então,
onde irá procurar conselho? A Palavra de Deus irá dar a você o conselho.
Lembrem-se
daquilo que o Senhor diz em Lucas 11: "Sendo pois o teu olho simples,
também todo o teu corpo será luminoso" (Lc 11:34). Não é este um princípio
bem simples? Quão bendito é. Vocês sabem o que significa um olho simples?
Significa que se eu vim até aqui com qualquer outro objetivo diante de mim que
não seja a glória de Cristo e a bênção do povo de Deus, eu não tenho um olho
simples. O olho simples é que nossa vida deve ser governada por aquilo que é
para a glória de Deus, e para a bênção do Seu povo, pois Ele ama Seu povo.
"Junto às portas" (isto é, na entrada da vida), "à entrada da
cidade" (isto é, do sistema organizado das coisas dos homens.) (Pv 8:3 -
Versão Almeida Revista e Atualizada.) Em outras palavras, não dê um passo sem a
luz e a sabedoria da Palavra. Comece sua vida desta maneira. "Junto às
portas." Creio que isto possa se referir à vida doméstica, irmãos, tudo
aquilo que está conectado à vida doméstica. É a sabedoria de Deus que deve
governar, e você encontrará a sabedoria de Deus para o seu caminho.
Recentemente eu disse a um jovem rapaz que
havia se casado há pouco tempo: "Você sabe que não existe duas pessoas no
mundo que pensem exatamente igual, mas nunca permita que qualquer coisa que
ocorra em sua vida matrimonial venha a diminuir o amor que tem por sua esposa.
Ame-a em quaisquer circunstâncias". E este conselho dou a vocês; trata-se
da sabedoria de Deus. "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também
Cristo amou a Igreja" (Ef 5:25). Acaso Ele não ama a Igreja em meio a
quaisquer circunstâncias, e até mesmo em meio ao fracasso? Porventura Ele não
segue adiante com a mesma Igreja, para apresentá-la a Si mesmo "Igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante"? Esta é a sabedoria
de Deus e se vocês a praticarem terão um lar feliz.
A
Bíblia não foi dada a vocês apenas para que soubessem como se obtém a salvação
da alma e como se chega ao céu após a morte. Ele foi dada para que vocês
tivessem uma feliz peregrinação na jornada rumo ao lar; é a sabedoria de Deus
para o caminho de vocês. "A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige
aos filhos dos homens. Entendei, ó simples, a prudência: e vós, loucos,
entendei de coração. Ouvi, porque proferirei cousas excelentes: os Meus lábios
se abrirão para a eqüidade. Porque a Minha boca proferirá a verdade: os Meus
lábios abominam a impiedade." (Pv 8:4-7.) Vamos ler também o versículo 32:
"Agora, pois, filhos, ouvi-Me, porque bem-aventurados serão os que
guardarem os Meus caminhos".
Parem e pensem! Vocês perceberam como o
hábito de meditar está desaparecendo? Estamos numa época de agitação, correria
e alvoroço, e uma coisa após outra vai se amontoando em nossa vida. Tenho dito,
e submeto isto ao julgamento de vocês, que seria melhor lermos um pouco menos
pela manhã e "ruminarmos" um pouco mais. Ao invés de ler um capítulo
inteiro, leia uns dois ou três versículos e "rumine" - medite neles,
e descobrirá que a Palavra de Deus é cheia de bênçãos. E quão cheia é! Ora, tão
somente um versículo, no qual se medite, pode conter alimento, bebida e energia
para um dia inteiro.
"Agora, pois, filhos, ouvi-Me, porque
bem-aventurados serão os que guardarem os Meus caminhos. Ouvi a correção, não a
rejeiteis, e sede sábios" (Pv 8:32-33). O que significa "bem-aventurado"?
Significa feliz - bendito do Senhor. Lembro-me daquele versículo no Salmo 110:
"O Teu povo se apresentará voluntariamente no dia do Teu poder"
(v.3). Não seria bom se nós todos nos apresentássemos voluntariamente no dia da
Sua rejeição? Não seria amável se cada um de nós dissesse: "Fala, Senhor,
porque o teu servo ouve"? Por isso Ele diz: "Ouvi a correção, não a
rejeiteis, e sede sábios. Bem-aventurado o homem que Me dá ouvidos, velando às
Minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da Minha entrada" (Pv
8:33-34).
Observe que devemos estar esperando. Deus
pode testar a sua fé, mas Ele nunca desapontará sua fé. "Esperando às
ombreiras da Minha entrada." Isto é, Deus pode nos dar uma resposta de
cada vez. Ele pode fazer você esperar - Ele pode testar sua fé. Todos os Seus
caminhos são em perfeita sabedoria, e você pode estar certo que, se Ele fizer
com que você espere, é sabedoria da parte dEle agir assim. Ele quer que você
aprenda aquele espírito de submissão à Sua vontade e que não dê um passo sem a
luz que procede dEle. "Esperando às ombreiras da Minha entrada."
"Porque o que Me achar achará a vida, e
alcançará favor do Senhor" (Pv 8:35). Não é amável podermos alcançar o
favor do Senhor? Não existe um favor como esse. Se você puder por a sua cabeça
no travesseiro ao final de um dia com a consciência segura de que o Senhor o
guiou no caminho durante o dia, o travesseiro lhe será mais macio. "Porque
o que Me achar achará a vida, e alcançará favor do Senhor." "Mas o
que pecar contra Mim violentará a sua própria alma" (Pv 8:36). Não se
esqueça de que cada ato praticado na vida do cristão tem conseqüências no
presente e na eternidade. Nenhum de nós escapa. Teremos que colher o que
semeamos. "Mas o que pecar contra Mim violentará a sua própria alma."
Eu costumava dizer aos meus filhos: "Crianças, quando vocês batem em seu
irmão, a alma de quem é que fica machucada?" E eles respondiam:
"Minha própria alma, papai". Está correto.
"Mas o que pecar contra Mim violentará a
sua própria alma", e cada atitude em sua vida que for desobediente à
Palavra de Deus estará violentando sua própria alma. Ele Se apraz em abençoar
você. Vamos ler outra passagem conectada com sabedoria:
"Mas vós sois dEle, em Jesus Cristo, o
qual para nós foi feito por Deus sabedoria..." (1 Co 1:30). Vou parar
neste ponto para abrir no sexto versículo do segundo capítulo: "Todavia
falamos sabedoria entre os perfeitos; não porém a sabedoria deste mundo, nem
dos príncipes desde mundo que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus
oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa
glória" (1 Co 2:6- 7).
Antes de seguir adiante, vou fazer outra
observação que creio ser proveitosa. Lembro-me que tanto meu pai como minha mãe
escutaram J.N.Darby pregar. Eu nunca me esquecerei do que disse minha mãe:
"A primeira vez que fui escutar o Sr. Darby pregar, pensei comigo, 'Oh,
vou escutar algo maravilhoso!', então fui, toda preparada para ouvir uma
maravilhosa pregação feita pelo Sr. Darby, cujo conhecimento da Palavra estava
além de muitos irmãos. Fiquei decepcionada - não pelo que ele falou, mas pela
maneira como falou. Ele não fez qualquer tentativa de ser eloqüente".
Existe a tentação de se procurar ser eloqüente em um púlpito. Espero que Deus,
por sua graça, nos mantenha livres disto. Qualquer coisa que atraia vocês a si
próprios, irmãos, irá causar-lhes mal, e se você é uma irmã que tem uma voz
bonita, qualquer coisa que exerça atração sobre você irá lhe fazer mal. Devemos
exercer atração a Cristo. Esta é a sabedoria de Deus. É disto que fala a
primeira parte do capítulo 2: "E eu, irmãos, quando fui ter convosco,
anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de
sabedoria" (1 Co 2:1). Paulo era um homem instruído, criado aos pés de
Gamaliel, mas quando chegou em Corinto, uma cidade da Grécia, com todos os seus
filósofos, ele não foi em sublimidade de palavras. A intenção de Paulo não era
atrair aqueles cultos filósofos da Grécia para si mesmo, mas atraí-los a
Cristo. Naturalmente, tanto vocês como eu diremos: "
"Se você tem eloqüência, use-a", como um
irmão me falou há alguns anos: "Quando eu fui salvo, pedi a Deus que me
desse sublimidade de palavras para que eu pudesse tocar centenas e milhares
quando pregasse o evangelho". Deus tem ciúmes de Sua glória, e há apenas
Um que é digno de glória, irmãos, e Este é o precioso e bendito Salvador, que
morreu na cruz. Ele é o Único digno de glória, e espero que cada um de nós
aprenda a dar a Ele a glória - a exaltá-Lo.
Desejo
contar a vocês uma história que ilustra o pensamento que estou expressando.
Alguém estava apresentando a um querido cristão a Sabedoria de Deus, pois nos
capítulos 12, 13 e 14 de 1 Coríntios você tem uma mostra da assembléia nos
tempos apostólicos; ali você encontra a Sabedoria de Deus conectada à
edificação e adoração na assembléia. Aquele homem, que era um cristão, disse:
"Mas tal ordem de coisas, se for seguida, irá gerar confusão". Essa
era a sua sabedoria, pois após haver lido aqueles capítulos disse: "Isto
não pode ser feito". Porém, irmãos, isso nada mais é do que exaltar a
sabedoria do homem e colocar de lado a Sabedoria de Deus.
O
ponto principal em 1 Coríntios é que você tem o Espírito de Deus na assembléia
de Deus* e a Sabedoria de Deus em conexão com a conduta das reuniões. Elas são
para edificação. Elas devem ser caracterizadas pela adoração, mas deve haver a
liberdade do Espírito de Deus. O homem pode dizer: "Isto não pode ser
feito na prática". Mas, oh, graças a Deus, pode sim, como alguns de nós
tem experimentado. Lembro-me de uma observação feita por meu querido pai. Ele
disse: "Eu prefiro ter aquilo que demonstra nossa fraqueza na adoração, do
que o mais requintado culto organizado e planejado pelo homem e deixando de
lado a presença do Espírito de Deus na assembléia". Ah, quantos de nós têm
desfrutado a liberdade do Espírito que leva um a dar um hino de louvor, outro a
se levantar em adoração, e outro a ler as Escrituras!
(N.T.:
O termo "assembléia de Deus" usado pelo autor aqui e em outras partes
refere-se à igreja conforme encontrada nas Escrituras. O autor não está,
portanto, referindo-se à uma denominação que adotou para si este nome)l Será
que espero encontrar perfeição na assembléia de Deus? Não, irmãos, não espero
isto. A carne continua ali e eu nunca esperaria ver a assembléia de Deus
perfeita quando se reúne para adoração e edificação. Não espero vê-la perfeita
porque a carne continua ali; mas Deus deu em Sua Palavra a ordem divina, e um
milhar de vezes minha alma tem recebido refrigério, tem sido edificada e
abençoada pelo ministério de meus irmãos por meio daquela liberdade do Espírito
que eleva meus pensamentos a Cristo mesmo que ainda não tenha havido perfeição
na ordem em que isso aconteceu. A ordem dada por Deus é sempre o caminho da
sabedoria.
Assim
encontramos no versículo 6: "Todavia falamos sabedoria entre os
perfeitos". A palavra "perfeito" aqui significa "maduro".
"Não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo que se
aniquilam". Ah, a sabedoria deles acaba em ruína. Não há nada que
permaneça no caráter de sua sabedoria. "Mas falamos a sabedoria de Deus
oculta em mistério.". "Em mistério" significa "em
segredo", e a razão dela ser falada como um segredo é que a sabedoria de
Deus é conhecida somente daqueles que pertencem à família de Deus. "A qual
Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes
deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor
da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não
ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que
o amam. Mas Deus no-las revelou pelo Seu Espírito; porque o Espírito penetra
todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (1 Co 2:6-10).
Vemos,
portanto, que é pelo Espírito de Deus que essas inescrutáveis glórias são
trazidas à luz. Talvez caiba aqui a observação que foi feita na reunião de
ontem, de que quanto mais brilhante for a mente de um homem, maior será a
certeza de que ele está errado se confiar nela. Irmãos, nunca tentem
esquadrinhar ou dissecar a verdade excessivamente.
Não
tentem analisá-la. Façam a si mesmos a seguinte pergunta: "O que estou
procurando é para a glória de Cristo e edificação dos santos?". Se não
for, deixe de lado; abandone. Em 2 Pedro 1:3 diz: "Visto como o Seu divino
poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade", como se Deus
estivesse dizendo, "Tenho dado a você tudo o que você precisa saber para
ter vida e para andar em piedade". Na maioria das vezes isto encerra uma
discussão entre irmãos. Suponha que se tenha chegado a uma resposta. Será que
ela iria produzir mais piedade em sua vida? Se não, por que não deixá-la de
lado? Será que ela iria exaltar o Senhor Jesus? Você responde: "Não";
então, deixe-a. Temos que dar valor a tudo o que for para a glória de Cristo e
para a edificação dos santos. Isto devemos segurar firmemente; disto nunca
devemos desistir. Mas tudo aquilo que tão somente venha a alimentar questões e
diferenças deve ser deixado de lado.
Lembro-me de uma observação feita pelo querido
J.N.Darby: "Os irmãos deveriam ter muita largueza na interpretação das
Escrituras, tanto quanto for possível mantendo bem os fundamentos". Tanto
quanto for possível mantendo bem os fundamentos - uma boa observação. E quão
necessária também! Assim encontramos aqui a Sabedoria de Deus.
Vocês
encontram a Sabedoria tão preciosa de Deus na Galácia. Qual é a chave para a
epístola aos Gálatas? Está no capítulo 2:20: "Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na
carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo
por mim". Aí está a chave para a Sabedoria de Deus. É este o ponto,
irmãos: os gálatas não estavam guardando a lei para serem salvos, mas estavam
fazendo da lei a regra de suas vidas após terem sido salvos, e em Gálatas 2:20
foi dada a Sabedoria de Deus para corrigir isso. "A vida que agora vivo na
carne vivo-a na fé do Filho de Deus."
Vocês
sabem o que isto significa? Significa que o Filho de Deus, quando estava aqui
neste mundo, viveu para glorificar a Deus Pai e andou no caminho de obediência
à vontade de Seu Pai. Paulo diz: Estou andando no mesmo caminho"; e ao
invés de ter a lei diante de sua alma, ele tinha Cristo diante de si. Portanto
Gálatas 2:20 é a Sabedoria de Deus na Galácia; era Cristo ao invés da lei.
Vocês
encontrarão o mesmo em Efésios. Qual é a Sabedoria de Deus ali? A Sabedoria de
Deus ali é que já estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus. É
este o nosso lugar, e temos que andar de um modo digno da vocação com que fomos
chamados. A Sabedoria de Deus é simplesmente isto. Vejam Colossenses. Os
Colossenses estavam deixando a Cabeça, e o resultado foi que estavam
introduzindo filosofia como parte daquilo que poderia aperfeiçoar o homem. O
ponto principal em Colossenses é "Cristo é tudo em todos".
Isto
significa que Ele é tudo para a vida e tudo como nosso Objeto. Em outras
palavras, irmãos, Cristo é a Sabedoria de Deus, e se quisermos evitar a
armadilha em que caíram os Gálatas, ou a armadilha em que caíram os Efésios ou
os Colossenses (ou a armadilha de se introduzir a maneira de agir do homem na
assembleia de Deus), escutemos a voz da Sabedoria que é encontrada na Palavra,
a mesma Palavra que diz:
"Ouvi-me!" É a voz do precioso
Salvador na Palavra. Quão bendito é isto, irmãos! Termos a preciosa Palavra de
Deus para nos dar a voz de sabedoria quanto ao nosso caminho neste mundo!
Para
concluir, o que tem pressionado meu coração quando me levantei para falar, e
que ainda continua a pressioná-lo, irmãos, é que devemos aprender a receber das
mãos do Senhor as circunstâncias de nossa vida. Deus é o Deus das
circunstâncias. Ele está fazendo com que todas as coisas cooperem para o bem
daqueles que amam a Deus. Devemos nos manter junto ao Senhor e nunca darmos um
passo sem a luz e a sabedoria da Palavra de Deus para nos guiar. Em uma
audiência como a que temos aqui, estou certo de que há aqueles que se encontram
em encruzilhadas onde devem tomar decisões. Uma pessoa muito querida me disse
recentemente: "Eu mudei de um lugar para outro, onde trabalhava, sempre
atraído por melhores salários, e sinto ter que dizer a você, irmão, que cometi
um erro. Vejo isso agora. Eu cometi um erro”.
Ah,
porventura isto não é péssimo? Nós sentimos muito por ele. Amo muito aquele
querido irmão; eu o amo. Ele encontra-se em dificuldades agora. Ele disse:
"Eu cometi um erro, e foram os melhores
salários que me fizeram mudar, e não Cristo". Ele sabe disso. Agora,
amados irmãos, que Deus em Sua graça possa abrir nossos ouvidos para escutar a
voz do Homem na glória, que morreu por nós. Pense no quanto Ele ama você. Pense
quanto Ele ama! Costumo dizer a meus filhos: Crianças, tentei dar a vocês um
bom aviso. Cometi erros algumas vezes, e deixei de avisar vocês, mas, oh,
crianças, há um Pai na glória que nunca irá dar a vocês um conselho que não
seja sábio - Ele nunca o fará. Ele ama vocês demais".
Quero concluir dizendo: Você confiou nEle
para sua salvação; não confiará nEle para seu caminho aqui? Que Deus dê a vocês
e a mim a graça para assim confiar, por amor do Seu Nome.
H.E.Hayhoe
O
PLANO E A SABEDORIA DE DEUS
Efésios
3:8-13 (continuação) Ainda devemos notar algumas outras coisas nesta passagem.
(1)
Paulo nos lembra que a reunião de todos os homens de todas as nações é parte do
propósito e desígnio eternos de Deus. Isto é algo que se deve ter bem em mente.
Algumas vezes a história do cristianismo se apresenta de tal maneira como se o
Evangelho tivesse passado aos gentios só porque os judeus não o receberam. Mas
aqui Paulo nos lembra que a salvação dos gentios, nossa própria salvação, não é
uma ocorrência tardia de Deus; não é algo que Deus aceitou como um bem
secundário porque os judeus rechaçaram sua mensagem e convite. O atrair a todos
os homens a seu amor era parte do desígnio eterno de Deus.
(2)
Paulo usa aqui uma palavra importante para descrever a graça de Deus. Chama-a
polypoikilos, quer dizer, multicolor. A idéia é que a graça de Deus está à
altura de qualquer situação que nos brinde a vida. Não há luz ou trevas, brilho
de Sol ou sombra, para os quais esta graça de Deus não seja triunfalmente
adaptada.
(3)
Novamente Paulo volta a um de seus pensamentos favoritos. Em Jesus temos livre
acesso a Deus. Às vezes ocorre que algum amigo nosso está em relação com certa
personalidade de muita categoria. Jamais teríamos tido por nós mesmos o direito
de nos apresentar perante tal personalidade. Mas nosso amigo nos leva consigo e
por estar com ele desfrutamos do direito de entrada. Isto é o que Jesus faz por
nós com respeito a Deus. Em sua presença e companhia há uma porta aberta à
presença de Deus que ninguém pode fechar.
(4)
Paulo termina com uma oração para que seus amigos não se desanimem por seu
encarceramento. Talvez pensassem que a pregação do Evangelho entre os gentios
poderia ficar em grande maneira impedida pela prisão do paladino dos gentios.
Pode ser que se sentissem atemorizados em face da possibilidade de que um
destino semelhante caísse sobre eles. Paulo lhes lembra que as aflições que
agüenta são pela glória e o bem deles mesmos. Não devem temer que a causa de
Deus se prejudique por sua prisão. A causa de Deus é superior a qualquer homem.
Efésios (William Barclay) 77
✔️ Qual é a diferença de mistério e algo misterioso? ✔️ Por que Deus não escolheu somente uma forma de trabalhar com a humanidade? ✔️ O que é mais importante o fruto do espírito ou os dons espirituais? Essas e outras questões serão respondidas nessa aula
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