segunda-feira, 21 de junho de 2021

Lição 13– A multiforme Sabedoria de Deus

 


TEXTO ÁUREO

 “Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”.

Efésios 3:10

VERDADE PRÁTICA

A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10.

Efésios 3
8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;
10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,

1 Pedro 4
7 - E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.
8 - Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados,
9 - sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações.
10 - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

1 Explicar o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais;

2 Elencar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos;

3 Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. É isto mesmo! A Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir pela Igreja, se não pela expressão da sua multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de Cristo. Para isso, Deus disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas mãos.

  INTRODUÇÃO

O Altíssimo revelou para a Igreja um mistério oculto desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe luz para o seu povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar que esse mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme sabedoria do Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 “Em virtude do fato de Paulo, Apoio e Pedro pertencerem aos crentes, os homens (gr. anthropos, ‘pessoas’, ‘humanidade’) devem considerá-los como servos de Cristo enviados por Ele para ajudá-los.

  A Paulo, Apoio e Pedro são confiados os ‘mistérios de Deus’ (que eram mistérios não revelados nos tempos do Antigo Testamento, mas que agora são revelados no Evangelho). A eles são confiados não para guardar ou proteger esses ‘mistérios’, mas para administrá-los a todos os crentes. Porque eles têm esta responsabilidade exige-se que sejam fiéis, ou seja, eles têm de entregar-se à obra de disseminar o Evangelho, apesar das dificuldades e das consequências. Paulo foi incumbido pelo Senhor de administrar os segredos de Deus. Portanto, ele era responsável a Deus, não a algum tribunal humano com suas limitações humanas, e certamente não aos coríntios que o estavam julgando (examinando, investigando, criticando)” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.46,45).

CONHEÇA MAIS

 “O cap. 13 [de 1 Coríntios] é uma continuação do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons espirituais sem amor (caridade), de nada adianta (vv.1-3). O ‘caminho ainda mais excelente’ (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor (vv.4-8). O amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais.” Para ler mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.l 759

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 “Paulo havia elogiado os coríntios, a quem não faltavam nenhum dom espiritual (1 Co 1.7), e lhes mostrado a necessidade de apreciar a variedade dos dons e a unidade do corpo. Agora ele quer destacar ‘um caminho mais excelente’ para exercer os dons, o caminho do amor. Ele não sugere que os dons sejam inferiores ao fruto do Espírito (que inclui-se todo no amor). Nem quer dizer que os dons e as manifestações espirituais não sejam necessários se eles têm o amor. Embora o amor de Deus e o amor de Cristo sejam a fonte de nossa salvação e de tudo o que Deus tem para nós, o amor não é chamado de dom espiritual (um dos charismata). Tudo o que foi dito no capítulo 12 mostra que os dons são necessários para a vida e ministério cristãos. Mas em Corinto eles precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas em Corinto eles precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas os motivos dos crentes eram tudo o que deviam ser. Não nos esqueçamos de que Deus modelou este amor para nós ‘segundo sua pessoa e trabalho” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.124,25).

       CONCLUSÃO

A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se na igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em Cristo Jesus.

 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a última lição do trimestre reproduza na lousa o esquema abaixo. Em seguida, faça uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de Deus em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula!

Lição 13: A multiforme Sabedoria de Deus

Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 



        A  Multiforme Sabedoria De DEUS

 “Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (E f3.10).

 

A

pós o estudo sobre os dons de Deus, podemos constatar que sua sabedoria transcende a tudo o que se pode entender com a limitada percepção do homem. Enquanto a sabedoria hu­mana é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de Deus é multiforme. Ele a manifestou desde a criação, quando sua mente divina imaginou trazer à realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso, formado de planetas e estrelas, bem como o homem e os seres vivos da natureza, numa demonstração de planeja­ mento perfeito, jamais alcançado pela mente humana. O salmista teve a visão da sabedoria e do poder criador de Deus, ao exclamar:

  “O Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (SI 104.24).

  Só o homem incrédulo, em sua arrogância e presunção, não percebe que a grandeza do universo, ou do macrocosmo, bem como a imensa complexidade do microcosmo, observado nos microuniversos das células ou das moléculas dos elementos da natureza, não podem ter sido fruto do acaso cego, mas de uma mente sobrenatural, dotada de sabedoria e inteligência além da imaginação limitada do homem. O sábio Salomão, em suas reflexões sobre o universo, declarou:
  “O Senhor, com sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência” (Pv 3.19). A sabedoria de Deus e sua inteligência divina sempre agiram juntas para que o Eterno alcançasse seus objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas. Mas foi no plano espiritual, que transcende às coisas materiais do universo, que Deus demonstrou sua multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem, por meio do Espírito Santo. Paulo diz que esse mistério foi revelado de maneira muito especial, por misericórdia e bondade de Deus, pelo Espírito Santo, “aos seus santos apóstolos e profetas”, bem como à Igreja do Senhor: Essa multiforme sabedoria de Deus, que tudo criou pelo poder sobrenatural de sua palavra, a ponto de trazer à existência todas as coisas, a partir do nada absoluto, transformou-se em uma relação de amor para com o homem. Mesmo sabendo de antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua graça e misericórdia, Deus enviou Jesus, para salvar o homem da tragédia do pecado. E Cristo manifestou-se como a encarnação da sabedoria de Deus:

  “Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Co 1.24 — grifo nosso).

  A Igreja — o Corpo de Cristo, reúne os “chamados, tanto judeus como gregos” ou gentios, para proclamar a salvação de Deus à huma­nidade. Por ser a representante de Deus na Terra, ela é alvo dos mais terríveis ataques do Inimigo de Deus, que, mesmo condenado em úl­tima instância, no Tribunal Divino, e sabendo que seu fim é o inferno, procura destruir a comunidade dos salvos e remidos por Cristo. Diante dessa realidade, Deus tem concedido à igreja recursos especiais, que são os dons espirituais e os dons ministeriais, já estudados nos capítulos anteriores, para edificação e força para cumprir a sua missão.

  O dom de sabedoria, ao lado dos outros dons, concede parte da multiforme sabedoria de Deus a seus servos para que saibam como agir, como vi­ver, como proceder e atuar, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo o mundo a toda a criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação de Deus a homens chamados e preparados para exercer a liderança nas igrejas que reúnem os salvos em Cristo Jesus, até à sua vinda em glória para reinar para sempre.

    I – Quantos são os dons Espirituais

  Os dons espirituais são variados, como recursos usados pelo Espírito Santo para manifestar o poder de Deus e sua multiforme sabedoria, através de instrumentos humanos, usados para a edificação e o fortalecimento espiritual da igreja. Os dons devem ser buscados com humildade e discernimento.

  “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12).

   A lista de dons espirituais pode ser vista em dois sentidos: restrito e amplo, como resumimos a seguir.

  1. NO SENTIDO ESTRITO

   Normalmente, quando se tratam dos dons espirituais, entende-se que eles são em número de nove. Essa conclusão baseia-se na contagem dos dons, com base em 1 Coríntios 12: “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas” (1 Co12.8- 10).
   De fato, a relação acima indica que há nove tipos de dons espiritu­ais. Entretanto, quando se tratam dos dons de curar, no plural, não se pode precisar quantas manifestações desse dom podem existir. Não há um só dom de curar, nem uma única maneira de se fazer uso desses dons. Sua pluralidade certamente denota a vontade de Deus para que seu povo tenha saúde e qualidade de vida, tanto espiritual, quanto emocional ou física.

   A experiência cristã nos mostra que há homens de Deus que parecem ter capacitação para orar por determinados tipos de enfermidades, enquanto outros oram por outras doenças. Não pode­ mos ser dogmáticos a respeito dos dons, mas não se veem operadores de milagres com plena capacitação para orar eficazmente por todos os tipos de males ou doenças. Dessa forma, os tipos de dons espirituais são nove. E podem ser ampliados por causa da pluralidade dos dons de curar. A Bíblia não nos autoriza especificar os dons de curar. 150
  2. NO SENTIDO AMPLO

  Considerando-se que a sabedoria de Deus é “multiforme”, e que seu poder é ilimitado, e que, de igual forma ele concede à Igreja a sua “multiforme” graça, podemos inferir que Deus não está limitado a um número fixo ou fechado de dons. Após ensinar sobre os dons espiritu­ais, no capítulo 12 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo dirige sua doutrina para a “excelência do amor fraternal” , no capítulo seguinte. Certamen­te, podem ser considerados dons espirituais tantas outras dádivas de Deus à sua igreja. Dessa forma, o leque dos dons de natureza espiritual pode ser ampliado.
  1) O dom do amor. A maior manifestação do amor de Deus foi o ter enviado a Jesus Cristo para salvar o perdido. Ele próprio declarou de modo solene e incisivo: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 — grifo nosso). Esse amor, traduzido como o amor “ágape”, é a mais profunda demonstração de Deus, que se doou, em Cristo, para redimir o homem da sua constran­gedora situação como caído e longe do criador. Cristo é o amor encarnado, que se “fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14).

 2 ) O dom da filiação divina. Através da fé em Cristo, Deus torna o pecador seu filho, integrando-o na família de Deus. João registrou esse fato:

  “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus-, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12 — grifo nosso).

  Ninguém pode conquistar esse poder (ou direito). E resultado da graça e do amor de Deus. “Assim que já não sois estrangeiros, nem forastei­ros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus” (E f 2.19).

  3 ) O dom do batismo com o Espírito Santo. Na casa de Cornélio, enquanto Pedro ministrava a palavra, o Espírito Santo caiu sobre os que ali estavam, conforme Pedro afirmou: “como nós no princípio”; sem dúvidas com o sinal exterior de línguas estranhas (cf. At 2.4).

  “Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a Deus?” (At 11.17; At 1.5; 1 Ts 4.8).

   4) O dom do crescimento. Doutrinando a igreja em Corinto, Paulo reprovou a atitude de certos grupos que se levantaram na congregação, cau­sando dissensão, divisões internas e partidarismo em torno dos apóstolos. Havia, certamente, quem atribuía a Pedro, a Apoio e a Paulo a preeminên­cia pelo sucesso da evangelização. Mas Paulo, como bom servo de Deus, lhes afirmou: “Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7). Esse crescimento é acima de tudo espiritual.
  5) O ministério da reconciliação. Em sua segunda carta aos coríntios, Paulo, escrevendo sobre a nova vida do salvo em Cristo, explica que o milagre da salvação, que inclui a regeneração, a justificação e a santificação, “provém de Deus”, que nos concedeu o “ministério da reconciliação”. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.17-19 — grifo nosso).

  6) O espírito defortaleza, de amor e de moderação.

  Podemos dizer que Deus nos dá o equilíbrio espiritual, quando nos submetemos à sua vontade. De um lado, concede o “espírito de temor”, para que o sirvamos com profundo respeito e reverência (SI 128.1); de outro, dá-nos o “espí­rito de fortaleza”, ou de poder; mas, para que esse poder não fique sem controle, concede o “espírito de amor e de moderação” (cf. 2 Tm 1.7). Nenhum dom espiritual, no sentido estrito ou amplo, tem seu exercício aprovado por Deus, se não for por amor e com a devida e sábia modera­ção. Quando isso não acontece, o detentor do dom tende a aproveitar-se dele para sua promoção pessoal. O Espírito Santo não autoriza a glória para ninguém, exceto para Cristo, o que é a sua missão (Jo 16.14).
II - SEJAMOS BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS

   Despenseiros são as pessoas que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários à manutenção da família. O apóstolo Pedro exorta os destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente vinda de Jesus, fazendo solene advertência sobre como os cristãos devem comportar-se, “como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10).

  1. O DESPENSEIRO DEVE SER SÓBRIO E VIGILANTE

   Deve guardar a sobriedade e vigilância, em oração (1 Pe 4.7); essa advertência refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo de Deus, sobretudo aquele que tem a liderança, na casa do Senhor. Fala da constante vigilância sobre a vida cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele anda como leão, buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho de Deus deve saber retirar da “despensa” de Deus o melhor alimento. E vigiar por suas vidas. E Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede sóbrios, vigiai, por­ que o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8; M t 26.41).

  2. O DESPENSEIRO DEVE SER AMOROSO

   Em segundo lugar, o despenseiro de Cristo deve ter “ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de peca­dos” (1 Pe 4.8); todo crente fiel deve ser despenseiro de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra, em tempera­ mento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos líderes.

  Como despenseiro da graça de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve ser mais compre­ensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da compreensão; e com as que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.34,35).

  3. O DESPENSEIRO DEVE SER HOSPITALEIRO

  O Deve ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4 .9 ); já foi visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral.

  “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb 13.2).

  Há quem faça acepção de pessoas, dis­ criminando os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana. Essa não é atitude do despenseiro da casa de Deus. Esse deve ser sempre atencioso com todos, ajudando-os em suas necessidades es­pirituais emocionais e físicas, dentro de suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; T g 2.9).

  4. O DESPENSEIRO DEVE ADMINISTRAR BEM A GRAÇA DE DEUS

  Aqui, entendemos que cada crente é um despenseiro de Deus. Pedro adverte quanto a sua mordomia, dizendo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1 Pe 4.10, 11).

   5. O DESPENSEIR O DEVE SER FIEL

  Escrevendo aos coríntios, Paulo ensina que devemos ser vistos pelos homens, todos os crentes, como “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). A palavra ministro vem de diáconos, ou servo. Diante de Deus, cada um deve ser servo a serviço da igreja e de sua missão na Terra. Tendo em vista sua grande missão, diante de Deus, da Igreja e dos homens, os despenseiros devem ser fiéis em tudo.

  Os “mistérios de Deus” não têm nada a ver com coisas ocultistas, esoteristas ou místicas. A Bíblia nos declara que significa esse mistério. Paulo, aos colossenses, diz: “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, fo i manifesto aos seus santos-, aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória (Cl 1.26,27). Aí, temos “o mistério” revelado: “Cristo em vós, esperança da glória”!

   Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).

   III - A NECESSIDADE DOS DONS E DO FRUTO DO ESPÍRITO (1 CO 12.31; 13;1-13; GL 5.22).

  1. A NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS

   No capítulo 2, vimos o Propósito dos Dons Espirituais. Neste item, podemos identificar a necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e lugares. Hoje, mais do que nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade (cf. M t 24.12), a Igreja do Senhor Jesus necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4). Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles. Cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O fecha­mento do Cânon nada tem a ver com doutrina. Quer dizer que não se pode acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. No que concerne aos dons espirituais, os ensinos cessacionistas não se firmam na boa interpretação da Bíblia, porque carecem de funda­ mento escriturístico.

   Eles se baseiam em premissas equivocadas, que aprenderam com seus mentores, nos seminários, ou em seus tratados teológicos. Para esses teólogos, suas conclusões cessacionistas tornaramse dogmas, a exemplo do que ocorreu na teologia católica. São postu­lados intocáveis, sagrados, infalíveis. Eles defendem, corretamente, o postulado da “Sola Scriptura”, fundamento da Reforma, mas, em seus estudos, valorizam mais a opinião dos teólogos do que a própria Palavra de Deus. Em nenhum lugar, na Bíblia, está escrito que os dons espiri­tuais deixaram de operar na igreja.

  Os dons espirituais, hoje, são mais necessários do que no tempo dos apóstolos. H á uma “frente fria”, pas­sando pelos seminários, por faculdades teológicas, e por muitas igrejas, em que não se vê a presença de Deus, através dos dons espirituais, ou dos sinais do poder de Deus, na vida das pessoas.

  2. OS DONS ESPIRITUAIS E O AMOR CRISTÁO

  No capítulo 12, de sua primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo discorre de maneira inigualável sobre os dons espirituais. Ele ter­ mina o capítulo sobre os dons, dizendo:

  “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais exce­lente” (1 C o 12.31).

  Na sequência do tema dos dons espirituais, ele continua seu ensino, demonstrando o valor do amor em ação, ou da caridade, no uso dos dons espirituais. E prova, de modo cabal, que os dons sem o amor de Deus não significam nada. O amor, no exercício dos dons espirituais, é o “caminho mais excelente”. No capítulo 13 de Coríntios, sobre a “excelência do amor”, Paulo refere-se a vários dons espirituais, afirmando que sem amor de nada adianta ter tais dons (1 Co 13.1-3).

  3. A NECESSIDADE DO FRUTO DO ESPÍRITO

  Este estudo não estaria consistente, se não fosse abordado, ainda que resumidamente, o tema do fruto do Espírito Santo na vida dos salvos. Acima, vimos que os dons espirituais sem amor nada significam para Deus. E o fruto do Espírito — O amor (G1 5.22) — é o que faz a diferença entre um crente salvo e um crente perdido. O que tem dons de Deus, ou dons do Espírito Santo, necessita ser coberto pelo amor de Deus em seu coração, e em suas ações. Por isso, Paulo diz que “A caridade [o amor, em outras versões] é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbe­ce, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5 — colchete inserido).

   A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do cren­te. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses” , ou seja, não é egoísta (1 C o 13.5), “não se ir­rita”, ou seja, não permite que o crente viva irritado com os outros, o tempo todo, e não dá lugar a suspeitas infundadas, como o texto citado bem evidencia.

  O dom do Espírito deve ser exercido com amor e humildade, sem presunção ou orgulho (1 C o 13.4). O uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta de maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé. A igreja de Corinto possuía em seu seio todos os dons, mas os crentes não estavam maduros na fé. Diz Paulo:

  “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a car­nais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens (1 C o 3.1-3 — grifo nosso).

  Exortando a igreja, Paulo diz da necessidade de deixarem de ser meninos na fé.

  “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 C o 13.11).

  A prática do fruto do Espírito, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a menini­ce espiritual, e leva o crente a alcançar a maturidade espiritual, como diz Paulo: “logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” . É a falta do fruto do Espírito da temperança, da bondade, da benignidade e acima de tudo do amor, que tem sido causa de escânda­los e decepções nas igrejas.

   Conclusão

   A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos dons ministeriais, e de outros dons, necessários ao crescimento espiritual dos crentes.

  Sejam quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus.

Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Elinaldo Renovato de Lima

 


CRISTO, A SABEDORIA DE DEUS PARA O CAMINHO DO CRENTE

 

 Tradução Mario Persona

 ***** PALESTRA A CRISTÃOS PROFERIDA POR H.E.HAYHOE EM JANEIRO DE 1950

   Costumo dizer que a fé e a salvação andam juntas; que a obediência e a felicidade estão conectadas, e que felicidade é um estado de espírito e não uma questão de circunstâncias. Espero apresentar a vocês Cristo como a Sabedoria de Deus para o caminho do crente. Será este o assunto de que nos ocuparemos.

  Oh, quão delicioso é vermos nossos irmãos contentes em Cristo!

Deus Se alegra em ver Seu povo feliz, e Ele fez provisão, em Sua Palavra, de tudo o que é necessário para a felicidade daqueles que Ele redimiu com um preço tão elevado. Quando você aprende que o caminho de obediência e lealdade a Cristo é o único caminho de bênção, e toma a firme decisão de andar neste caminho, você dá inicio à viagem que o levará à plenitude de bênção vinda das mãos de Deus. É isso que vemos em 2 Coríntios 11:2-3:

  "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo."

  O que significa a "simplicidade que há em Cristo", quando lemos, "Sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo"? Ah, irmãos, isto significa obedecer sem questionar. O apóstolo se refere aqui ao que se passou há muito tempo no jardim do Éden, quando Eva foi tentada. A serpente levou Eva a questionar ao invés de obedecer. Ela olhou para aquela árvore e ela lhe pareceu agradável aos olhos, o que era perfeitamente verdade. Era boa para se comer, e isto era totalmente verdade. Era uma árvore desejável para dar entendimento, e isso trazia em si uma verdade também. Mas o que a serpente escondeu de Eva? Que o ato de tomar daquela fruta seria desobediência e que a fruta traria a morte. Em outras palavras, Eva começou a questionar ao invés de obedecer. Lembre-se sempre, amado cristão, que a Palavra de Deus nos é dada para a obediência da fé. Isto nos é dito duas vezes na epístola aos Romanos: no primeiro (Rm 1:5) e no último capítulo (Rm 16:26). A Palavra de Deus nos é dada para a obediência da fé.

   Vamos ler algumas passagens em conexão com nosso assunto. A primeira está em Deuteronômio 4:4-8: "Porém vós, que vos chegastes ao Senhor vosso Deus, hoje todos estais vivos. Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus: para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo só é gente sábia e entendida. Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós?"

   Temos aqui Israel redimido, liberto da terra do Egito. Eles foram levados através do deserto e encontravam-se prontos para ser estabelecidos na terra de Canaã, e a bênção que receberiam das mãos do Senhor tinha de ser com base em sua obediência. Há aqui um princípio moral, irmãos. Sabemos muito bem que nossa salvação não é o resultado de qualquer coisa que tenhamos feito. A salvação é fruto da obra consumada de Cristo na cruz, e todo aquele que crê no Senhor Jesus como Salvador será achado na glória, nas alturas. Não será pela minha fidelidade, ou pela sua, irmão, mas pela fidelidade de nosso bom Pastor. Porém, a felicidade em nossa vida neste deserto, que é o mundo, depende, isto sim, de nossa obediência.

   Cada dia mais, a dor que alguns cristãos trazem às suas próprias vidas me enche de tristeza. Não é de se admirar que o apóstolo Paulo tenha dito, acerca de seu ministério, que noite e dia rogava aos santos de sua época, para que pudessem andar na boa verdade que o Espírito de Deus lhe havia comissionado, e de como os admoestava com lágrimas. O bendito apóstolo trabalhou assim, e não posso desejar, com sinceridade de coração, outra coisa que não a bênção do amado rebanho de Deus.

   Vemos em Deuteronômio 4:6: "Guardaios pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento". Sabedoria é colocar em prática a luz e a verdade de Deus, naquilo que você foi ensinado por Deus, em todas as circunstâncias cotidianas da vida. Isto é a Sabedoria de Deus. Deixe-me ser um pouco mais prático. Costumamos dizer que todo rei, todo governador de alguma província, todo magistrado, todo pai e toda pessoa terão que dar conta algum dia de como fizeram uso da posição de autoridade que Deus lhes concedeu. Você é um pai de família? Se você quer receber a bênção de Deus em sua casa, você deve reconhecer, diante de Deus, a sua responsabilidade para com sua família.

   Lembro-me de quantas vezes meu querido pai nos disse, quando éramos crianças, "Pela graça de Deus não serei um Eli, mas busco, pela graça de Deus, ser um Abraão" (compare 1 Sm 2:29; 3:11-14 com Gn 18:17-19). Eli repreendeu seus filhos, porém não os impediu, enquanto que de Abraão o Senhor disse:

  "Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor". A bênção do Senhor é o resultado de se atender à sabedoria da voz de Deus. Lembre-se de que enquanto Davi foi um bom rei, ele foi um péssimo pai. Ele era um rei maravilhoso e Deus o abençoou, mas ele foi um pai sofrível. E é o que acontece; você pode ter um conhecimento da Palavra de Deus muito maior do que qualquer um onde você se congrega, mas isso não altera o fato de que a responsabilidade está conectada com cada posição em que Deus, em Sua sabedoria, misericórdia e bondade, o colocou. Se você deseja a bênção de Deus, deve andar nos retos caminhos do Senhor.

   Vamos continuar considerando a Sabedoria. Todas as vezes que você diz "Eu acho" com respeito a qualquer assunto moral ou espiritual, você acha errado, a menos que seus pensamentos estejam formados pela Palavra de Deus, e devemos ler a Palavra de Deus até que nossos pensamentos sejam formados por ela. Em conexão com esta afirmação, veja o Salmo 1: "Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios." Jovem, não ande no conselho dos ímpios. Que nenhum de nós ande no seu conselho. Esse conselho é que acumulemos riquezas aqui. Para que foi que Deus salvou você? Para a glória eterna. Será que Ele deixou você aqui para ganhar dinheiro e para que Ele pudesse ver o quanto você seria capaz de ganhar? Ou será que Ele o deixou aqui para que você pudesse se divertir? Ele o deixou aqui como uma testemunha de Cristo; para que você seja um testemunho para Ele.

   "Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós" (Jo 20:21). Irmãos, isto não se refere apenas àqueles que costumamos dizer que estão na obra do Senhor; isto se refere a cada filho de Deus que pertence à Sua família. Veja o Salmo 1: "Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores" - (fique longe desse tipo de companhia) - "nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na Sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará." Se você deseja prosperidade de acordo com os pensamentos de Deus, aqui está onde você vai consegui-la: a prosperidade que é conforme o pensamento de Deus é aquela que encherá sua alma de adoração e louvor. Irmão, esteja certo de que assim será! Pois a felicidade é um estado de espírito e não uma questão de circunstâncias.

   Em uma viagem de trem eu me sentei ao lado de uma senhora que professava ser cristã. Eu lhe falei acerca de sua alma. Ela estava lendo uma revista. Eu olhei a revista e disse a ela, "Toda revista que você lê leva o mundo ao seu coração, e a perspectiva que lhe dá é de uma vida neste mundo. O único Livro na face da Terra que lhe ensinará a acumular tesouros no céu é a Palavra de Deus".

  Querido irmão, eu desejo para você, tanto quanto para mim, uma entrada abundante no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. "Ajuntai tesouros no céu" (Mt 6:20). O que está faltando na Igreja em nossos dias é devoção a Cristo. Posso indicar a você muitos lugares onde há uma porta aberta para o Evangelho - mas quão pouca devoção a Cristo está havendo. Você sabe que a carne adora um caminho fácil, tanto quanto um mau caminho. Mas permita que lhe diga, o caminho de devoção a Cristo é repleto de gozo e bênção. Ah, não existe bênção como a bênção do Senhor. É um caminho feliz. Você nunca encontrou um cristão que estivesse arrependido de ter aceitado a Cristo como Salvador. Você nunca encontrou um santo de Deus que tenha devotado sua vida a Cristo e que no final de seus dias tenha dito, "Me arrependo de tê-lo feito". Você acha que poderá encontrar um santo de Deus que diga, "Eu sinto não ter devotado minha vida a ganhar dinheiro"? Você nunca encontrou um assim e nunca irá encontrar.

   Vamos dar uma olhada em Jó 28:7-8: "Essa vereda a ignora a ave de rapina, e não a viram os olhos da gralha. Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o feroz leão passou por ela". Nenhum discernimento humano pode descobri-la.

   Os homens mais ilustres de nossas universidades nunca poderão lhe indicar, não importa quão perspicazes sejam suas mentes; não importa quão perspicazes possa ser o discernimento que têm das coisas naturais, eles nunca poderão descobrir o caminho da verdadeira felicidade, bênção e sabedoria. É um caminho que não pode ser encontrado pelo discernimento do mais perspicaz intelecto que o homem possa possuir, e é isso que significa quando diz, "Essa vereda a ignora a ave de rapina, e não a viram os olhos da gralha". "Nem o feroz leão passou por ela." O que significa isso? Significa que você não poderá trilhar esse caminho com a força humana. Eu não estaria dizendo isto a vocês se não tivesse me ajoelhado muitas vezes e clamado a Deus pela graça e força necessária para poder fazê-lo. Eu não poderia fazê-lo se não fosse assim.

   "Nem o feroz leão passou por ela." Nenhuma força humana pode servir ao Senhor. Nenhum vigor humano poderá fazê-lo, mas, graças a Deus, tanto eu como vocês podemos ir adiante na força do Senhor se nos voltamos a Ele. "Nem o feroz leão passou por ela." Não existe poder sobre um homem que esteja andando nesse caminho. Irmão, se você tem confiança de que Deus está com você, então encontrará força para seu caminho, mesmo que seus irmãos não o compreendam. Nunca me esqueci do que falou um irmão há muitos anos. Caminhando pela rua de uma certa cidade, ele me disse:

   "Irmão, você sempre irá descobrir que se andar com Deus, os irmãos mudarão de opinião a seu respeito". Sim, é possível que eles o acusem falsamente às vezes; que eles não venham a compreendê-lo às vezes, mas se você tem a confiança de que Deus está com você e segue adiante nesse caminho, o feroz leão não pode vencê-lo. Deus o guardará no caminho se você tão somente olhar para Ele - se você seguir adiante com Ele.

   "Ele estende a Sua mão contra o rochedo, e revolve os montes desde as suas raízes. Dos rochedos faz sair rios, e o Seu olho descobre todas as cousas preciosas" (Jó 28:9-10). Não vou entrar em detalhes acerca destes versículos, mas há sabedoria na energia de fé que busca sinceramente as coisas preciosas de Deus. Todos nós conseguimos de Cristo o tanto quanto desejamos, e nossa vida demonstra o quanto nós desejamos. Onde há a energia de fé, se você dá valor a algo, você o buscará. Então, jovem, posso fazer uma pequena sugestão prática? Ao invés de gastar seu dinheiro tolamente, como faz o mundo, que tal gastá-lo comprando literatura que possa alimentar sua alma com Cristo? Você sabe o por quê de muitos livros não poderem ser publicados em nossos dias? É porque não existe demanda suficiente para eles; esta é a razão. Há dinheiro sobrando para outras coisas, mas não para isto. Sigamos adiante.

   "Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência? O homem não lhe conhece o valor; não se acha na terra dos viventes." (Jó 28:12-13). Você poderá percorrer o país, indo às universidades e aos seus mestres, mas a sabedoria de que estamos falando aqui não é encontrada no modo de vida humano; ela é encontrada na Palavra de Deus. Ela é encontrada no precioso Livro - ali é onde ela pode ser achada.

   "O abismo diz: Não está em mim" (v.14). Pelas escavações os homens podem descobrir alguma coisa acerca da criação, mas será que o fruto do seu trabalho é sabedoria? Não. Eles passam a vida cavando e tentando descobrir, mas se você quer encontrar a sabedoria de Deus, é melhor que faça algumas "escavações" na Bíblia, a Palavra de Deus. "O mar diz: Ela não está comigo. Não se dará por ela ouro fino, nem se pesará prata em câmbio dela. Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira. Com ela se não pode comparar o ouro ou o cristal; nem se trocará por jóia de ouro fino. Ela faz esquecer o coral e as pérolas; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a dos rubis. Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro. Donde pois vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência ? Porque está encoberta aos olhos de todo o vivente, e oculta às aves do céu. A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama" (vs. 15-22). O que significa isso? Que Ele buscou em tudo aquilo que o homem considera precioso - tudo aquilo que ele pensa ser permanente - e diz que não pode ser encontrada ali. Mesmo que você possua jóias, você não tem as verdadeiras riquezas. Não é assim que elas são possuídas. Nenhuma aquisição desse tipo irá comprar as verdadeiras riquezas. "A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama." A perdição e a morte dizem a você que é tolice acumular riquezas aqui. Oh, quão tolo é acumular riquezas aqui e não possuir aquelas que são verdadeiras!

  Lembro-me de um querido cristão que conheci pessoalmente e que já faleceu. Sua esposa também faleceu e deixou para o filho uma grande soma em dinheiro que em poucos anos se acabou. Pelo que sei, o rapaz está até agora perdido, a caminho do inferno - e todo o dinheiro se foi. Vocês sabem o que diz o Salmo 49: "...os homens te louvem quando fazes bem a ti mesmo" (v.18). E diz ainda: "Este caminho deles é a sua loucura; contudo a sua posteridade aprova as suas palavras" (v.13). "A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama."

  Repare agora no último versículo do capítulo 28 de Jó: "Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência". O "temor do Senhor" significa mais do que simplesmente ser um cristão. Irmãos, lembrem-se do que é dito em Provérbios 28:14: "Bem-aventurado o homem que continuamente teme". Outra passagem, em Provérbios 23:17, diz: "Sê no temor do Senhor todo o dia". E o mesmo nos é dito aqui: "Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência" (Jó 28:28). Isto significa ter medo de dar um passo sem a luz vinda de Deus. Creio que vocês sabem que talvez os passos mais importantes da vida são aqueles dados enquanto se é jovem. É na juventude que importantes decisões são feitas, e, quão importante é que os pais e os filhos tenham a sabedoria de Deus.

   Vou chamar a atenção de vocês para aquele versículo em 2 Coríntios 12 que diz que os pais devem entesourar para os filhos, e não os filhos para os pais. Isto não significa entesourar dinheiro, mas a verdadeira sabedoria. Você é pai? Você está entesourando a verdadeira sabedoria para seus filhos? Você a tem entregue a seus filhos no temor do Senhor? Eu rogo a você que o faça. Encontramos Eunice (2 Tm 1:5), a mãe de Timóteo, acerca da qual o apóstolo podia dizer em sua epístola a Timóteo: "E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tm 3:15-17).

  Você é uma mãe ou um pai? Será que você está repetindo diligentemente as Escrituras para seus filhos, "assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te"? (Dt 6:7). Você conversa com seus filhos acerca do único meio de salvação, e também acerca da Sabedoria de Deus como é encontrada na Sua Palavra? Você procura guiar seus passos no caminho em que Deus, em graça, possa abençoá-los, e procura aquecer seus corações com o amor de Cristo para que suas vidas possam ser devotadas a Ele e à Sua glória? Quão necessário é isto! Os pais devem entesourar para seus filhos - não se trata de dinheiro, irmãos. Ah, não! Entesourem palavras sãs, sabedoria sã, repita a eles e insista, ore por eles e suplique a eles, com toda a afeição paterna e materna, que cresçam nas coisas de Deus.

   Devemos acrescentar mais alguns exemplos? Vejamos 2 Crônicas 24:1: "Tinha Joás sete anos de idade quando começou a reinar, e quarenta anos reinou em Jerusalém... E fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor, todos os dias do sacerdote Joiada". Repare agora nos versículos 15 a 23: "E envelheceu Joiada, e morreu farto de dias: era da idade de cento e trinta anos quando morreu" (Trata-se do homem mais velho da Bíblia depois que os anos de vida do homem foram reduzidos a 70 - Sl 90:10). "E o sepultaram na cidade de Davi com os reis; porque tinha feito bem em Israel, e para com Deus e a sua casa. Porém depois da morte de Joiada vieram os príncipes de Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu. E deixaram a casa do Senhor Deus de seus pais e serviram as imagens do bosque e os ídolos: então veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa. Porém enviou profetas entre eles, para os fazer tornar ao Senhor, os quais protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos. E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: por que transgredis os mandamentos do Senhor? portanto não prosperareis; porque deixastes ao Senhor, também ele vos deixará. E eles conspiraram contra ele, e o apedrejaram com pedras, por mandado do rei, no pátio da casa do Senhor. Assim o rei Joás não se lembrou da beneficência que seu pai Joiada lhe fizera, porém, matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O Senhor o verá, e o requererá. E sucedeu, no decurso de um ano, que o exército da Síria subiu contra ele, e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo A TODOS OS PRÍNCIPES DO POVO; e todo o seu despojo enviaram ao rei de Damasco".

  Note as palavras que enfatizei. Quem foi que veio ao rei e lhe disse para se apartar de Jeová, levando-o a cair em idolatria? Foram os príncipes do povo. Será que Deus reparou nisso? Sim, sem dúvida; e o que aconteceu? "E sucedeu, no decurso de um ano, que o exército da Síria subiu contra ele, e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo a todos os príncipes do povo" (v.23).

   Isso foi o governo de Deus. Agora prestem atenção no que vou dizer pois é importante. No Antigo Testamento encontramos o governo de Deus. Vocês encontrarão isto em Hebreus 2:2: "Toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição". Estamos agora no dia da Sua graça, mas não se esqueçam que o tribunal de Cristo que ainda virá, irá revelar a perfeição do governo de Deus. Existe um governo de Deus agora, mas não está abertamente manifestado. No Antigo Testamento ele era mais abertamente manifestado, e isso foi escrito para nosso ensino, para nos alertar, pois os princípios morais de Deus não mudam com as dispensações. Os princípios morais encontrados no Antigo Testamento são instrutivos e são para nosso ensino.

  Joás procedeu bem enquanto Joiada, o sacerdote, estava vivo.

  Ah, irmãos, devo fazer mais uma observação e quero que prestem atenção a ela também. As circunstâncias que ocorrem em nossa vida não produzem nosso estado de espírito; elas apenas o manifestam. Em um grupo de pessoas como este, por exemplo, vocês todos podem cantar os mesmos hinos e partir o pão juntos, como muitos de vocês fizeram nesta manhã; mas se não estiverem bem com Deus, alguma circunstância irá ocorrer, e a circunstância não produzirá um estado de espírito, mas apenas o fará revelar. Rogo a vocês, de toda a minha alma e de todo o meu coração, que não sigam adiante com uma consciência pesada. Se existir alguma coisa em sua consciência que é contrária à Palavra de Deus, julgue-a e resolva a questão. Se não o fizer, e continuar sem comunhão com Deus por causa de uma consciência que lhe acusa, tão logo surja uma circunstância que lhe seja adversa, você não estará capacitado, com a força que vem do Senhor, a resistir ao ataque do inimigo.

   Confio que vocês estejam compreendendo o que estou tentando dizer; sinto que estão. Quão necessário é para cada um de nós, queridos irmãos, que andemos em um espírito de dependência, rogando a Deus que nos guarde, pois não temos forças contra o inimigo. Mas, graças a Deus, nenhum leão feroz pode atacar o homem de Deus, se ele anda em comunhão com Deus no caminho da obediência e comunhão.

   Quão bendito é andar neste caminho! Então Joiada morreu. Tenho visto jovens amados que estavam à mesa do Senhor e que, após o pai e a mãe terem morrido, acabaram se deixando levar pelo mundo. Ah, quanta tristeza tiveram que colher - quanta tristeza! Ah, sim, estive até mesmo ao lado da cama de um santo de Deus que sempre teve dúvidas de sua salvação, após eu ter sido procurado por sua esposa, uma irmã querida, que me contou: "Meu marido não pode dormir e por três meses tem estado a dizer, Estou perdido; Estou perdido; Estou perdido!" Graças a Deus ele alcançou a paz pouco antes de morrer, mas que triste final! Eu não gostaria de ter um final assim; algum de vocês gostaria? Andemos com Deus.

   Vamos dar uma olhada no capítulo seguinte, 2 Crônicas 25:1-2: "Era Amazias da idade de vinte e cinco anos, quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Joadã, de Jerusalém. E fez o que era reto aos olhos do Senhor, porém não com coração inteiro". Deus conhece o estado de meu coração. Você partiu o pão esta manhã. Talvez você tenha cantado hinos esta manhã; será que fez isso com inteireza de coração? Será que seu coração foi leal a Cristo?

   O que aconteceu então? Podemos ler apenas alguns trechos: "E Amazias ajuntou a Judá, e os pôs segundo as casas dos pais, por chefes de milhares, e por chefes de centenas... Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por cem talentos de prata. Porém um homem de Deus veio a ele, dizendo: Ó rei, não deixes ir contigo o exército de Israel; porque o Senhor não é com Israel, a saber, com os filhos de Efraim. Se porém, fores, faze-o, esforça-te para a peleja; Deus te fará cair diante do inimigo; porque força há em Deus para ajudar e para fazer cair. E disse Amazias ao homem de Deus: Que se fará pois dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? E disse o homem de Deus: Mais tem o Senhor que te dar do que isso" (2 Cr 25:5-9).

   Não é maravilhoso? "Oh," disse ele, "O que vou fazer? Eu dei cem talentos de prata; eu vou perder tudo." Se você, neste exato momento, estiver conectado com algo que sua consciência diz estar errado, preste atenção nisto. "Oh," você diz, "você não imagina quanto vou perder." Não pense no que você vai perder. Pense no que vai ganhar. "Mais tem o Senhor que te dar do que isso."

   Irmãos, eu nunca confiei no Senhor como devia, mas Ele me abençoou tão abundantemente que sinto até vergonha de me apossar de tão grandes bênçãos. Ele nunca ficará devendo a você; nunca! Você nunca se arrependerá de ter feito algo para agradar ao Senhor. Ele é muito rico para ficar devendo a você. Oh, confiem nEle, irmãos, confiem nEle!

   Não apenas confiem nEle para a salvação, conforme escutam no Evangelho, mas oh, confiem nEle nas circunstâncias da vida de vocês. Confiem nEle! Ele nunca falhará para com vocês - nunca falhou e nunca falhará. Bendito seja o Seu Santo Nome! "Mais tem o Senhor que te dar do que isso." Acaso não é esta uma linguagem extremamente amorosa? Ele não apenas tem para dar a você, mas tem mais do que isso. Muito mais! Quão plena é a bênção do Senhor!

   Costumo dizer que Ele não nos prometeu prosperidade neste mundo. Não, Ele não nos prometeu isto, mas nos prometeu bênçãos vindas da Sua mão. Vou fazer uma observação que é também uma linha de conduta prática. Por exemplo, costumo afirmar que nunca é correto que um cristão procure ganhar por meio de especulação. O livro de Provérbios diz: "Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento" (Pv 13:11 - Versão Almeida Revista e Atualizada). O propósito e a sabedoria de Deus para o homem é que ele ganhe o seu sustento por meio do seu trabalho e não por sua sagacidade, e a bênção do Senhor nunca está conectada à especulação praticada por um cristão. "Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento." Ah, a sabedoria de Deus - a sabedoria de Deus! Você acha que pode seguir esta sabedoria e não ser recompensado por Deus que diz: "Mais tem o Senhor que te dar do que isso."?

   Vamos abrir em Provérbios 8, versículos 1 ao 3: "Não clama porventura a sabedoria, e a inteligência não dá a sua voz? No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas se coloca. Da banda das portas da cidade à entrada da cidade, e à entrada das portas está clamando". Se vocês já leram o livro de Provérbios cuidadosamente, terão reparado que nos sete primeiros capítulos é repetido, vez após outra, "Filho meu, filho meu, filho meu". A razão disto é que os pais são usualmente o meio pelo qual a sabedoria chega à família. Porém, quando chegamos ao capítulo 8 não encontramos mais "filho meu". Por que?

   É como se Deus estivesse dizendo: "Se os seus pais não lhe dão sabedoria, aqui está ela". Alguns cristãos têm pais incrédulos e pode ser que seus pais incrédulos gostariam que você fosse um presidente de um banco ou o prefeito de uma cidade. Bem, você têm que honrar a seu pai e à sua mãe, e você deve andar em obediência, mas quando se trata de ouvir a voz da sabedoria, você deve escutar à voz de Deus. Abra seus ouvidos àquilo que a sabedoria tem para dizer: "No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas se coloca" (Pv 8:2). Isto significa que você chega a um ponto, em sua vida, em que deve tomar decisões e, então, onde irá procurar conselho? A Palavra de Deus irá dar a você o conselho.

   Lembrem-se daquilo que o Senhor diz em Lucas 11: "Sendo pois o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso" (Lc 11:34). Não é este um princípio bem simples? Quão bendito é. Vocês sabem o que significa um olho simples? Significa que se eu vim até aqui com qualquer outro objetivo diante de mim que não seja a glória de Cristo e a bênção do povo de Deus, eu não tenho um olho simples. O olho simples é que nossa vida deve ser governada por aquilo que é para a glória de Deus, e para a bênção do Seu povo, pois Ele ama Seu povo. "Junto às portas" (isto é, na entrada da vida), "à entrada da cidade" (isto é, do sistema organizado das coisas dos homens.) (Pv 8:3 - Versão Almeida Revista e Atualizada.) Em outras palavras, não dê um passo sem a luz e a sabedoria da Palavra. Comece sua vida desta maneira. "Junto às portas." Creio que isto possa se referir à vida doméstica, irmãos, tudo aquilo que está conectado à vida doméstica. É a sabedoria de Deus que deve governar, e você encontrará a sabedoria de Deus para o seu caminho.

   Recentemente eu disse a um jovem rapaz que havia se casado há pouco tempo: "Você sabe que não existe duas pessoas no mundo que pensem exatamente igual, mas nunca permita que qualquer coisa que ocorra em sua vida matrimonial venha a diminuir o amor que tem por sua esposa. Ame-a em quaisquer circunstâncias". E este conselho dou a vocês; trata-se da sabedoria de Deus. "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja" (Ef 5:25). Acaso Ele não ama a Igreja em meio a quaisquer circunstâncias, e até mesmo em meio ao fracasso? Porventura Ele não segue adiante com a mesma Igreja, para apresentá-la a Si mesmo "Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante"? Esta é a sabedoria de Deus e se vocês a praticarem terão um lar feliz.

   A Bíblia não foi dada a vocês apenas para que soubessem como se obtém a salvação da alma e como se chega ao céu após a morte. Ele foi dada para que vocês tivessem uma feliz peregrinação na jornada rumo ao lar; é a sabedoria de Deus para o caminho de vocês. "A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens. Entendei, ó simples, a prudência: e vós, loucos, entendei de coração. Ouvi, porque proferirei cousas excelentes: os Meus lábios se abrirão para a eqüidade. Porque a Minha boca proferirá a verdade: os Meus lábios abominam a impiedade." (Pv 8:4-7.) Vamos ler também o versículo 32: "Agora, pois, filhos, ouvi-Me, porque bem-aventurados serão os que guardarem os Meus caminhos".

   Parem e pensem! Vocês perceberam como o hábito de meditar está desaparecendo? Estamos numa época de agitação, correria e alvoroço, e uma coisa após outra vai se amontoando em nossa vida. Tenho dito, e submeto isto ao julgamento de vocês, que seria melhor lermos um pouco menos pela manhã e "ruminarmos" um pouco mais. Ao invés de ler um capítulo inteiro, leia uns dois ou três versículos e "rumine" - medite neles, e descobrirá que a Palavra de Deus é cheia de bênçãos. E quão cheia é! Ora, tão somente um versículo, no qual se medite, pode conter alimento, bebida e energia para um dia inteiro.

   "Agora, pois, filhos, ouvi-Me, porque bem-aventurados serão os que guardarem os Meus caminhos. Ouvi a correção, não a rejeiteis, e sede sábios" (Pv 8:32-33). O que significa "bem-aventurado"? Significa feliz - bendito do Senhor. Lembro-me daquele versículo no Salmo 110: "O Teu povo se apresentará voluntariamente no dia do Teu poder" (v.3). Não seria bom se nós todos nos apresentássemos voluntariamente no dia da Sua rejeição? Não seria amável se cada um de nós dissesse: "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve"? Por isso Ele diz: "Ouvi a correção, não a rejeiteis, e sede sábios. Bem-aventurado o homem que Me dá ouvidos, velando às Minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da Minha entrada" (Pv 8:33-34).

   Observe que devemos estar esperando. Deus pode testar a sua fé, mas Ele nunca desapontará sua fé. "Esperando às ombreiras da Minha entrada." Isto é, Deus pode nos dar uma resposta de cada vez. Ele pode fazer você esperar - Ele pode testar sua fé. Todos os Seus caminhos são em perfeita sabedoria, e você pode estar certo que, se Ele fizer com que você espere, é sabedoria da parte dEle agir assim. Ele quer que você aprenda aquele espírito de submissão à Sua vontade e que não dê um passo sem a luz que procede dEle. "Esperando às ombreiras da Minha entrada."

   "Porque o que Me achar achará a vida, e alcançará favor do Senhor" (Pv 8:35). Não é amável podermos alcançar o favor do Senhor? Não existe um favor como esse. Se você puder por a sua cabeça no travesseiro ao final de um dia com a consciência segura de que o Senhor o guiou no caminho durante o dia, o travesseiro lhe será mais macio. "Porque o que Me achar achará a vida, e alcançará favor do Senhor." "Mas o que pecar contra Mim violentará a sua própria alma" (Pv 8:36). Não se esqueça de que cada ato praticado na vida do cristão tem conseqüências no presente e na eternidade. Nenhum de nós escapa. Teremos que colher o que semeamos. "Mas o que pecar contra Mim violentará a sua própria alma." Eu costumava dizer aos meus filhos: "Crianças, quando vocês batem em seu irmão, a alma de quem é que fica machucada?" E eles respondiam: "Minha própria alma, papai". Está correto.

   "Mas o que pecar contra Mim violentará a sua própria alma", e cada atitude em sua vida que for desobediente à Palavra de Deus estará violentando sua própria alma. Ele Se apraz em abençoar você. Vamos ler outra passagem conectada com sabedoria:

   "Mas vós sois dEle, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria..." (1 Co 1:30). Vou parar neste ponto para abrir no sexto versículo do segundo capítulo: "Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes desde mundo que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória" (1 Co 2:6- 7).

  Antes de seguir adiante, vou fazer outra observação que creio ser proveitosa. Lembro-me que tanto meu pai como minha mãe escutaram J.N.Darby pregar. Eu nunca me esquecerei do que disse minha mãe: "A primeira vez que fui escutar o Sr. Darby pregar, pensei comigo, 'Oh, vou escutar algo maravilhoso!', então fui, toda preparada para ouvir uma maravilhosa pregação feita pelo Sr. Darby, cujo conhecimento da Palavra estava além de muitos irmãos. Fiquei decepcionada - não pelo que ele falou, mas pela maneira como falou. Ele não fez qualquer tentativa de ser eloqüente". Existe a tentação de se procurar ser eloqüente em um púlpito. Espero que Deus, por sua graça, nos mantenha livres disto. Qualquer coisa que atraia vocês a si próprios, irmãos, irá causar-lhes mal, e se você é uma irmã que tem uma voz bonita, qualquer coisa que exerça atração sobre você irá lhe fazer mal. Devemos exercer atração a Cristo. Esta é a sabedoria de Deus. É disto que fala a primeira parte do capítulo 2: "E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria" (1 Co 2:1). Paulo era um homem instruído, criado aos pés de Gamaliel, mas quando chegou em Corinto, uma cidade da Grécia, com todos os seus filósofos, ele não foi em sublimidade de palavras. A intenção de Paulo não era atrair aqueles cultos filósofos da Grécia para si mesmo, mas atraí-los a Cristo. Naturalmente, tanto vocês como eu diremos: "

   "Se você tem eloqüência, use-a", como um irmão me falou há alguns anos: "Quando eu fui salvo, pedi a Deus que me desse sublimidade de palavras para que eu pudesse tocar centenas e milhares quando pregasse o evangelho". Deus tem ciúmes de Sua glória, e há apenas Um que é digno de glória, irmãos, e Este é o precioso e bendito Salvador, que morreu na cruz. Ele é o Único digno de glória, e espero que cada um de nós aprenda a dar a Ele a glória - a exaltá-Lo.

   Desejo contar a vocês uma história que ilustra o pensamento que estou expressando. Alguém estava apresentando a um querido cristão a Sabedoria de Deus, pois nos capítulos 12, 13 e 14 de 1 Coríntios você tem uma mostra da assembléia nos tempos apostólicos; ali você encontra a Sabedoria de Deus conectada à edificação e adoração na assembléia. Aquele homem, que era um cristão, disse: "Mas tal ordem de coisas, se for seguida, irá gerar confusão". Essa era a sua sabedoria, pois após haver lido aqueles capítulos disse: "Isto não pode ser feito". Porém, irmãos, isso nada mais é do que exaltar a sabedoria do homem e colocar de lado a Sabedoria de Deus.

   O ponto principal em 1 Coríntios é que você tem o Espírito de Deus na assembléia de Deus* e a Sabedoria de Deus em conexão com a conduta das reuniões. Elas são para edificação. Elas devem ser caracterizadas pela adoração, mas deve haver a liberdade do Espírito de Deus. O homem pode dizer: "Isto não pode ser feito na prática". Mas, oh, graças a Deus, pode sim, como alguns de nós tem experimentado. Lembro-me de uma observação feita por meu querido pai. Ele disse: "Eu prefiro ter aquilo que demonstra nossa fraqueza na adoração, do que o mais requintado culto organizado e planejado pelo homem e deixando de lado a presença do Espírito de Deus na assembléia". Ah, quantos de nós têm desfrutado a liberdade do Espírito que leva um a dar um hino de louvor, outro a se levantar em adoração, e outro a ler as Escrituras!

   (N.T.: O termo "assembléia de Deus" usado pelo autor aqui e em outras partes refere-se à igreja conforme encontrada nas Escrituras. O autor não está, portanto, referindo-se à uma denominação que adotou para si este nome)l Será que espero encontrar perfeição na assembléia de Deus? Não, irmãos, não espero isto. A carne continua ali e eu nunca esperaria ver a assembléia de Deus perfeita quando se reúne para adoração e edificação. Não espero vê-la perfeita porque a carne continua ali; mas Deus deu em Sua Palavra a ordem divina, e um milhar de vezes minha alma tem recebido refrigério, tem sido edificada e abençoada pelo ministério de meus irmãos por meio daquela liberdade do Espírito que eleva meus pensamentos a Cristo mesmo que ainda não tenha havido perfeição na ordem em que isso aconteceu. A ordem dada por Deus é sempre o caminho da sabedoria.

   Assim encontramos no versículo 6: "Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos". A palavra "perfeito" aqui significa "maduro". "Não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo que se aniquilam". Ah, a sabedoria deles acaba em ruína. Não há nada que permaneça no caráter de sua sabedoria. "Mas falamos a sabedoria de Deus oculta em mistério.". "Em mistério" significa "em segredo", e a razão dela ser falada como um segredo é que a sabedoria de Deus é conhecida somente daqueles que pertencem à família de Deus. "A qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo Seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (1 Co 2:6-10).

   Vemos, portanto, que é pelo Espírito de Deus que essas inescrutáveis glórias são trazidas à luz. Talvez caiba aqui a observação que foi feita na reunião de ontem, de que quanto mais brilhante for a mente de um homem, maior será a certeza de que ele está errado se confiar nela. Irmãos, nunca tentem esquadrinhar ou dissecar a verdade excessivamente.

   Não tentem analisá-la. Façam a si mesmos a seguinte pergunta: "O que estou procurando é para a glória de Cristo e edificação dos santos?". Se não for, deixe de lado; abandone. Em 2 Pedro 1:3 diz: "Visto como o Seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade", como se Deus estivesse dizendo, "Tenho dado a você tudo o que você precisa saber para ter vida e para andar em piedade". Na maioria das vezes isto encerra uma discussão entre irmãos. Suponha que se tenha chegado a uma resposta. Será que ela iria produzir mais piedade em sua vida? Se não, por que não deixá-la de lado? Será que ela iria exaltar o Senhor Jesus? Você responde: "Não"; então, deixe-a. Temos que dar valor a tudo o que for para a glória de Cristo e para a edificação dos santos. Isto devemos segurar firmemente; disto nunca devemos desistir. Mas tudo aquilo que tão somente venha a alimentar questões e diferenças deve ser deixado de lado.

   Lembro-me de uma observação feita pelo querido J.N.Darby: "Os irmãos deveriam ter muita largueza na interpretação das Escrituras, tanto quanto for possível mantendo bem os fundamentos". Tanto quanto for possível mantendo bem os fundamentos - uma boa observação. E quão necessária também! Assim encontramos aqui a Sabedoria de Deus.

    Vocês encontram a Sabedoria tão preciosa de Deus na Galácia. Qual é a chave para a epístola aos Gálatas? Está no capítulo 2:20: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim". Aí está a chave para a Sabedoria de Deus. É este o ponto, irmãos: os gálatas não estavam guardando a lei para serem salvos, mas estavam fazendo da lei a regra de suas vidas após terem sido salvos, e em Gálatas 2:20 foi dada a Sabedoria de Deus para corrigir isso. "A vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus."

   Vocês sabem o que isto significa? Significa que o Filho de Deus, quando estava aqui neste mundo, viveu para glorificar a Deus Pai e andou no caminho de obediência à vontade de Seu Pai. Paulo diz: Estou andando no mesmo caminho"; e ao invés de ter a lei diante de sua alma, ele tinha Cristo diante de si. Portanto Gálatas 2:20 é a Sabedoria de Deus na Galácia; era Cristo ao invés da lei.

   Vocês encontrarão o mesmo em Efésios. Qual é a Sabedoria de Deus ali? A Sabedoria de Deus ali é que já estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus. É este o nosso lugar, e temos que andar de um modo digno da vocação com que fomos chamados. A Sabedoria de Deus é simplesmente isto. Vejam Colossenses. Os Colossenses estavam deixando a Cabeça, e o resultado foi que estavam introduzindo filosofia como parte daquilo que poderia aperfeiçoar o homem. O ponto principal em Colossenses é "Cristo é tudo em todos".

   Isto significa que Ele é tudo para a vida e tudo como nosso Objeto. Em outras palavras, irmãos, Cristo é a Sabedoria de Deus, e se quisermos evitar a armadilha em que caíram os Gálatas, ou a armadilha em que caíram os Efésios ou os Colossenses (ou a armadilha de se introduzir a maneira de agir do homem na assembleia de Deus), escutemos a voz da Sabedoria que é encontrada na Palavra, a mesma Palavra que diz:

   "Ouvi-me!" É a voz do precioso Salvador na Palavra. Quão bendito é isto, irmãos! Termos a preciosa Palavra de Deus para nos dar a voz de sabedoria quanto ao nosso caminho neste mundo!

   Para concluir, o que tem pressionado meu coração quando me levantei para falar, e que ainda continua a pressioná-lo, irmãos, é que devemos aprender a receber das mãos do Senhor as circunstâncias de nossa vida. Deus é o Deus das circunstâncias. Ele está fazendo com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que amam a Deus. Devemos nos manter junto ao Senhor e nunca darmos um passo sem a luz e a sabedoria da Palavra de Deus para nos guiar. Em uma audiência como a que temos aqui, estou certo de que há aqueles que se encontram em encruzilhadas onde devem tomar decisões. Uma pessoa muito querida me disse recentemente: "Eu mudei de um lugar para outro, onde trabalhava, sempre atraído por melhores salários, e sinto ter que dizer a você, irmão, que cometi um erro. Vejo isso agora. Eu cometi um erro”.

   Ah, porventura isto não é péssimo? Nós sentimos muito por ele. Amo muito aquele querido irmão; eu o amo. Ele encontra-se em dificuldades agora. Ele disse:

   "Eu cometi um erro, e foram os melhores salários que me fizeram mudar, e não Cristo". Ele sabe disso. Agora, amados irmãos, que Deus em Sua graça possa abrir nossos ouvidos para escutar a voz do Homem na glória, que morreu por nós. Pense no quanto Ele ama você. Pense quanto Ele ama! Costumo dizer a meus filhos: Crianças, tentei dar a vocês um bom aviso. Cometi erros algumas vezes, e deixei de avisar vocês, mas, oh, crianças, há um Pai na glória que nunca irá dar a vocês um conselho que não seja sábio - Ele nunca o fará. Ele ama vocês demais".

  Quero concluir dizendo: Você confiou nEle para sua salvação; não confiará nEle para seu caminho aqui? Que Deus dê a vocês e a mim a graça para assim confiar, por amor do Seu Nome.

        H.E.Hayhoe



    O PLANO E A SABEDORIA DE DEUS

  Efésios 3:8-13 (continuação) Ainda devemos notar algumas outras coisas nesta passagem.

  (1) Paulo nos lembra que a reunião de todos os homens de todas as nações é parte do propósito e desígnio eternos de Deus. Isto é algo que se deve ter bem em mente. Algumas vezes a história do cristianismo se apresenta de tal maneira como se o Evangelho tivesse passado aos gentios só porque os judeus não o receberam. Mas aqui Paulo nos lembra que a salvação dos gentios, nossa própria salvação, não é uma ocorrência tardia de Deus; não é algo que Deus aceitou como um bem secundário porque os judeus rechaçaram sua mensagem e convite. O atrair a todos os homens a seu amor era parte do desígnio eterno de Deus.

  (2) Paulo usa aqui uma palavra importante para descrever a graça de Deus. Chama-a polypoikilos, quer dizer, multicolor. A idéia é que a graça de Deus está à altura de qualquer situação que nos brinde a vida. Não há luz ou trevas, brilho de Sol ou sombra, para os quais esta graça de Deus não seja triunfalmente adaptada.

  (3) Novamente Paulo volta a um de seus pensamentos favoritos. Em Jesus temos livre acesso a Deus. Às vezes ocorre que algum amigo nosso está em relação com certa personalidade de muita categoria. Jamais teríamos tido por nós mesmos o direito de nos apresentar perante tal personalidade. Mas nosso amigo nos leva consigo e por estar com ele desfrutamos do direito de entrada. Isto é o que Jesus faz por nós com respeito a Deus. Em sua presença e companhia há uma porta aberta à presença de Deus que ninguém pode fechar.

  (4) Paulo termina com uma oração para que seus amigos não se desanimem por seu encarceramento. Talvez pensassem que a pregação do Evangelho entre os gentios poderia ficar em grande maneira impedida pela prisão do paladino dos gentios. Pode ser que se sentissem atemorizados em face da possibilidade de que um destino semelhante caísse sobre eles. Paulo lhes lembra que as aflições que agüenta são pela glória e o bem deles mesmos. Não devem temer que a causa de Deus se prejudique por sua prisão. A causa de Deus é superior a qualquer homem.

   Efésios (William Barclay) 77

 


✔️ Qual é a diferença de mistério e algo misterioso? ✔️ Por que Deus não escolheu somente uma forma de trabalhar com a humanidade? ✔️ O que é mais importante o fruto do espírito ou os dons espirituais? Essas e outras questões serão respondidas nessa aula

        

Fabio Segantin - A multiforme Sabedoria de Deus | Lição 13 | EBD | CPAD

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