sábado, 12 de junho de 2021

| Lição 12: O Diaconato

 


TEXTO ÁUREO

“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”

 (1Tm 3.13).

   VERDADE PRÁTICA

Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o crente.

  LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Timóteo 3.8-13.

8 – Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,

9 – guardando o mistério da fé em uma pura consciência.

10 – E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.

11 – Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.

12 – Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.

13 – Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.

 OBJETIVO GERAL

Mostrar a importância da função de diácono.

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

1 Analisar o estilo de vida diaconal de Jesus;  

2 Explicar a instituição do ministério do diácono;  

3 Discorrer sobre o perfil e a função do diácono.

   INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Servir: uma ordenança de nosso Senhor (Mc 12.30,31). O ministério de serviço ao próximo é o símbolo de amor na instituição dos diáconos relatada no livro dos Atos dos Apóstolos, no sexto capítulo. Aqui, os apóstolos foram coerentes com o ensinamento de Jesus de Nazaré. Há muito, o nosso Senhor havia ensinado sobre a urgência de resolver questões sociais e de caráter humanitário de quem quer que fosse. O problema registrado em Atos 6 foi de caráter étnico, mas hoje outros grandes problemas afligem muitos membros da igreja local. Que o serviço dos diáconos de Cristo nos inspire a cultivar um estilo de vida diaconal baseado na história de Jesus de Nazaré.

  PONTO CENTRAL

A função de diácono remonta o serviço voluntário prestado para alguém.

  ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, para concluir a presente lição, sugerimos uma atividade prática para executá-la junto à classe. Procure o secretário da igreja e se informe sobre as pessoas enfermas que não podem ir aos cultos rotineiros. De acordo com a quantidade de enfermos, e após a Escola Dominical, separe grupos de três ou quatro pessoas (depende da quantidade de alunos) para fazerem uma visita. Ao chegar no lar da pessoa visitada, ore, leia a Palavra e cante para ela. Converse um pouco de modo que ela sinta-se bem acolhida. Ao final da atividade, reúna todos os grupos e explique-lhes que esta é uma prática diaconal transbordante de amor e baseada no ensino de Jesus de Nazaré (Mt 25.36,43).

  CONHEÇA MAIS

 “Os diáconos servem nas diversas atividades da Igreja: eles cooperam como porteiros e recpcionistas, na ordem do culto e na distribuição dos emblemas da Ceia do Senhor. As suas atividades, porém, não são restritas a isso; eles também cooperam como professores e superintendentes ou dirigentes de escola dominical, líderes de jovens e adolescentes, atuando também em diversos outros trabalhos nas Igrejas, desde autorizados por seus superiores. São ‘varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria[…].” Para ler mais, consulte a obra Declaração de Fé das Assembléias de Deus, editada pela CPAD, p.l38,39

  SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 “Comunhão Quebrada: A Comunidade Escolhe Sete Diáconos Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo. Nesta época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, ‘crentes de fala grega’) e os judeus hebreus (hebraioi, ‘crentes de fala aramaica’). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega, provavelmente enquanto viviam fora da Palestina, ao passo que os judeus hebreus são cristãos que sempre viveram na terra nativa da Palestina” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.657).

  SUBSÍDIO TEOLÓGICO

”[Sobre a Escolha dos diáconos] […] Lucas não declara como é feita a escolha dos sete homens, mas a congregação como um todo vê a sensatez da proposta dos apóstolos (v.5) e participa na escolha destes diáconos. A qualificação básica é a espiritualidade, mas eles devem ser distintos de duas maneiras. Eles têm de ser ‘cheios do Espírito Santo’. Em vez de ser meros bons administradores ou gerentes de recursos, esta qualificação lhes exige que sejam capacitados pelo Espírito na ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes.

  Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé que faz milagres. Eles também têm de ser ‘cheios […] de sabedoria’. Complementar aos atos de poder está o discurso inspirado pelo Espírito. Os diáconos têm de ser poderosos em obras e palavras. Como pessoas competentes e maduras que são inspiradas pelo Espírito, elas têm de ter bom senso prático e serem capazes de lidar com delicados problemas de propriedade. Seu ministério inclui negócios empresariais e a distribuição de ajuda para os necessitados, mas também deve ser espiritual e carismático. Eles devem exercer quaisquer dons espirituais que Deus lhes concedeu. Entre os sete homens escolhidos para servir como diáconos estão Estêvão e Filipe (os únicos dois sobre quem Lucas apresenta detalhes). Filipe se destaca como pregador carismático (At 8.4-8,26-40; 21.8); ele é o primeiro a fundar uma igreja entre os samaritanos. Estêvão é descrito como ‘homem cheio de fé’ (v.5), sem dúvida significando a fé que faz milagres. Ele faz ‘prodígios e grandes sinais entre o povo’ (v.8), e seus oponentes não sabem como lidar com a pregação que ele faz (v.10). 0 ministério destes dois homens ilustra os ministérios dos diáconos carismáticos, os quais se estendem muito além das preocupações práticas do dia a dia da Igreja. A ordenação dos sete diáconos fornece bom modelo para ministraras minorias da Igreja. Como na Igreja primitiva, devemos nos preocupar com o modo como as minorias— os pobres, as viúvas, os órfãos e as pessoas de diferentes origens raciais — são tratadas.

  Semelhante às viúvas crentes de fala grega, tais pessoas são indefesas, e suas necessidades podem ser negligenciadas.

  Cada congregação deve ter um programa próprio para ministrar aos que estão em desvantagem e às minorias, e entregar este ministério àqueles que são espiritualmente dotados e compromissados a cuidar deles” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.657-8).

    CONCLUSÃO

O diaconato foi instituído pelos apóstolos de Cristo quando a comunidade cristã cresceu e precisou ter pessoas que pudessem resolver questões relacionadas a problemas sociais que demandavam atenção e cuidado. Hoje, os diáconos servem à igreja e a Deus em trabalhos diferentes, e a liderança das igrejas locais deve valorizar o seu trabalho e reconhecê-los como excelentes servidores do Reino de Deus, pois, no sentido lato, todos somos diáconos da Igreja de Deus.

EBD | 2° Trimestre De 2021 | CPAD – Adultos – Tema: Dons Espirituais e Ministeriais – Servindo à Deus e aos Homens com Poder Extraordinário

 | Lição 12: O Diaconato

 


O

 

 DIÁCONO

  “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1 Tm 3:13).

  Em seus ensinos, Jesus não especificou como seria a organização da Igreja, nos diversos lugares por onde seu evangelho haveria de promover a conversão de muitas pessoas pelo poder do Espírito Santo. Ele garantiu que haveria de edificar a sua Igreja e “as portas do inferno não prevaleceriam contra ela” (Mt 16.18). E a Igreja cresceu e se expandiu pelo mundo todo. E seu crescimento demandou o es­tabelecimento de medidas e providências jamais experimentadas por qualquer organização humana. Para começar o grandioso trabalho, só restavam onze apóstolos. Judas, o traidor, perecera de maneira trágica, indo para “o seu próprio lugar” (At 1.25).

  A equipe de Jesus era pequena e diminuíra. Mas a obra precisava ser feita. Em lugar de Judas foi eleito Matias, que tomou “o seu bispado” (At 1.20). (Esse texto mostra que o apóstolo também era bispo). Resolvido o problema da substituição de Judas, os apóstolos encetaram a grande missão de prosseguir com a obra de Jesus. No cenáculo, receberam o poder do Alto, sendo batizados com o Espírito Santo. Com a pregação cheia de unção, quase três m il novos crentes agregaram-se ao pequeno grupo de cristãos (At 2.37-41).

  0 crescimento vertiginoso trouxe diversos problemas. Entre os conversos, havia pessoas de outros lugares, além de judeus. Os problemas não tardaram a surgir. O evangelista Lucas, escritor dos Atos dos Apóstolos, registrou o que ocorria naqueles dias, quando a comunidade cristã cresceu grandemente, e surgiram diversos problemas, inclusive de ordem social (cf. At 6.1-7).

  E os líderes da Igreja resolveram reunir a assembleia e buscar a solução para o atendimento social aos irmãos carentes.

   A tarefa era um grande desafio. Ou eles cuidavam da evange­lização e do discipulado, ou cuidavam da parte social. Por decisão sábia e unânime, escolheram sete homens, com qualidades exemplares, para cuidarem daquele “importante negócio”, que era dar assistência aos novos convertidos nas suas necessidades básicas. Muitos que aceitavam a Cristo ficavam em situação difícil, rejeitados por suas famílias, expulsos de casa e desprezados da sociedade. Assim, ante uma crise de caráter humano, os apóstolos tiveram que tomar medidas que serviram de base para a criação do cargo ou da função de diácono que faz parte, até hoje, do ministério ordenado, nas igrejas cristãs.

1 - A DIACONIA DE JESUS CRISTO

  Diaconia significa “ministério, serviço”. Jesus Cristo foi exemplo para a Igreja em todos os aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa confissão” (Hb 13.1). Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19); foi Pastor (Jo 10.11) e também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14).

   Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de “escravo”. Jesus, “ ... sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens-, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8 — grifo nosso). A expressão “tomando a forma de servo”, “significa aparecer em uma condição humilde e desprezível” .

    II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

 1. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

   O ministério ou serviço dos diáconos surgiu a partir de uma bênção, de um problema e de uma murmuração. A bênção foi o crescimento extraordinário dos que criam em Jesus e o aceitavam como Salvador, deixando o judaísmo e outras religiões e tornavam-se cristãos. O problema foi causado pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas dos gregos ou gentios, que aceitavam o evangelho.

   A murmuração foi a reclamação desses, que se julgavam discriminados pelos líderes da Igreja, em relação ao atendimento de suas necessidades básicas.

   Diz o texto: “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram:

   Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete va­rões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7 — grifo nosso).

   Mas os líderes da Igreja foram sábios. Não procuraram resolver tamanha questão sozinhos. Reuniram a multidão, em assembleia, a eclésia, e elegeram sete homens com qualidades exemplares sobre aquele “importante negócio” , para que os líderes pudessem perseverar “na oração e no ministério da palavra”. Na maioria das igrejas, os diáconos estão desviados da função para que foram instituídos, que foi cuidar da assistência social dos carentes. Mas sua escolha é de grande valor para o funcionamento ministerial das igrejas cristãs. 141

    III - O Perfil Do Diácono

    Na conceituação de “diáconos” , vimos que, além de serem considerados “servos” , “serviçais”, e até “escravos”, há também a conceituação de “ministros” . Paulo considerou a si próprio e a Apoio como “ministros” de Cristo. “Pois quem é Paulo e quem é Apoio, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?” (1 Co 3.5 — grifo nosso).

  Na verdade, eles eram diáconos da igreja em Corinto, usados por Deus para a ministração da palavra aos crentes daquela igreja local.

  1. QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO

   Os diáconos tiveram papel muito honroso nos primórdios da Igreja. Os bispos e os diáconos eram líderes da igreja. Paulo usou o termo diáconos como favorito para si e para seus cooperadores (cf. Rm 16.1; 1 Co 3.5 — “ministros”; Cl 1.23 — “ministro”; Cl 4.7 — “fiel ministro”). Todos esses termos correspondem a “diácono”.

   Além das qualidades exigidas em Atos 6.1-7, Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato. Após enumerar as qualificações para bispo ou presbítero, Paulo aproveita o ensino para discorrer sobre as qualificações dos diáconos ou ministros que serviam nas igrejas. E o faz de modo imediato, sem lacuna ou pausa em sua ministração, dizendo que os diáconos, “da mesma sorte” que os bispos ou presbíteros, deveriam ter as seguintes qualificações (1 Tm 3.8-10, 11-13):

 1) “Sejam honestos”. Isso significa que devem ser “honrados, dig­ nos, corretos, íntegros” . Corresponde à “boa reputação”, indispensável ao indicado para diácono, quando houve sua instituição (At 6.3); nas igrejas, hoje, os diáconos recolhem dízimos e ofertas; alguns são tesoureiros, em congregações ou igrejas. Se forem desonestos, podem cair no laço do Diabo de roubarem até os dízimos, como já aconteceu em várias ocasiões. Para sua maldição (Zc 5.3,4).

  2) “Não de língua dobre”. Isto é, que não sejam homens de duas palavras, ou de “duas caras”; que diz uma coisa sobre um assunto, e diz outra coisa sobre o mesmo problema. Jesus disse: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; náo, não, porque o que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). Um animal que tem língua dobre (dupla) é a serpente.
  3) “Não dados a muito vinho”. No tempo de Paulo, a exemplo do que ocorria no tempo de Jesus, o vinho era uma bebida familiar. Havia o vinho fermentado e o não fermentado, o suco da uva (gr. guenematos tês ampèlou), que Jesus tomou na instituição da Ceia. Não fica bem para o diácono (ministro, servo), ser habituado a tomar vinho ou qualquer bebida alcoólica.

   4) “Não cobiçosos de torpe ganância”. Um diácono não deve ser ganancioso, ou seja, cobiçoso, ávido por dinheiro, ou qualquer outro tipo de vantagem ou lucro pessoal, na obra do Senhor, ou em sua vida pessoal. Muitos têm afundado moralmente, por causa da desonestida­ de, que resulta da ganância por riquezas materiais (1 Tm 6.10).

   5) “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”.   Esse “mistério” é a revelação de Deus, através de Cristo (cf. Rm 16.25).

   E “a sabedoria de Deus oculta em mistério”, “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao co­ ração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Co 2.9,10).

   O diácono deve ter consciência de que não é um serviçal qualquer, mas um “servo de Deus” a serviço da sua Igreja.

   6) “Que sejam primeiro provados”. Só deve ser indicado para ser diácono pessoa que seja avaliada pelo ministério, ou pela liderança. “Depois sirvam, se forem irrepreensíveis” . Tal recomendação demons­tra a responsabilidade de quem indica um crente para o diaconato. Ele não vai fazer um trabalho qualquer, mas um “importante negócio” (At 6.3). Deve ser “irrepreensível” (íntegro, fiel).
  7) “Maridos de uma mulher”. A interpretação para esta qualifica­ção é a mesma que foi feita para os bispos ou presbíteros. Os diáconos devem ser homens fiéis às suas esposas. Não significa que está inapto para o ministério ou diaconia, se foi vítima de uma infidelidade conjugal. Se for o causador da infidelidade fica desqualificado para o diaconato. O radicalismo não constrói bom entendimento das Escrituras. Um diácono não pode ser bígamo ou infiel.

   8) Que ‘‘governem bem seus filhos e suas próprias casas”. A exemplo dos bispos ou presbíteros, os diáconos também devem ser bons donos de casa, bons esposos e bons pais; que saibam cuidar de seus filhos, para poderem cuidar das atividades que lhes forem confiadas na casa de Deus. Após enumerar essas qualificações para o diaconato, Paulo conclui, dizendo que os que as possuírem alcançam uma avaliação positiva para servirem na igreja:

   “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1 Tm 3.13).

   2. O TRABALHO DOS DIÁCONOS

  Em sua origem, os diáconos foram instituídos para cuidar da as­ sistência social aos irmãos carentes, especialmente das viúvas (At 6.1). Com as qualificações já vistas, os diáconos poderão realizar diversas tarefas, na Casa do Senhor, com dignidade, cuidado e zelo, “de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23). A função principal dos diáconos, atualmente, é auxiliar o pastor ou ao dirigente da con­ gregação, nas atividades espirituais, ligadas ao culto ou não, bem como nas atividades sociais e materiais da igreja, para as quais for designado. O diácono pode sentar-se no espaço do púlpito, pregar ou ensinar, quando confiado para tal, desde que não prejudique a sua função primordial.

   Diante de uma função tão importante, o diácono deve conhecer bem a história e a cultura da igreja local; conhecer as doutrinas ensinadas. N o seu trabalho, pode realizar as seguintes tarefas:

 1) Auxiliar na filantropia: visita a enfermos, necessitados. É tarefa de grande valor espiritual, que contribui para melhorar o atendimento a essas pessoas, comunicando as necessidades observadas ao pastor ou ao dirigente da congregação.

 O Manual do Diácono sugere várias ações filantrópicas: “campanha do agasalho”; “campanha do material escolar”; “campanha missionária”, em prol dos missionários; “promoção de empregos” (p. 104,105).

   O diácono pode exercer uma tarefa importante na área da assistência social. Jesus deu grande valor à filantropia (ler M t 25.34-44); normalmente, quem faz essa tarefa são as irmãs das “comissões de visitas”, como verdadeiras diaconisas.

  2) Auxiliar na visita aos desviados e novos convertidos. E função do mais alto valor no auxílio ao pastor da igreja. Um diácono pode coordenar esse trabalho, levantando os endereços e a situação espiritual dos desviados e dos novos convertidos,' auxiliando o Discipulado.

  3 ) Servir na distribuição do pão e do vinho, na Ceia do Senhor. Nessa ocasião, ter consciência de que está desempenhando uma elevada função, de caráter espiritual, fazendo-o com todo o respeito e reverência.

  4) Recolher as contribuições para a obra do Senhor. Os diáconos devem recolher com zelo e cuidados os dízimos e ofertas para o trabalho do Senhor. Para tanto, precisam ser dizimistas fiéis.

  5) Auxiliar na boa ordem do culto. Os diáconos poderão ser designados para se postarem junto às portas principais da igreja, a fim de manter a boa ordem do culto, evitando a correria de crianças, os grupos de conversa, aos lados da igreja, bem como outros comportamentos inadequados.

   6) Auxiliar na segurança do templo, durante as reuniões. Os diáconos poderão se designados para ficar em lugares estratégicos, observando o movimento das pessoas, principalmente de estranhos, a fim de coibir comportamentos prejudiciais, como assédio sexual, namoros no templo ou ao seu redor.

   7) Realizar outras tarefas para as quais forem convocados. Os diáconos poderão auxiliar, quando convocados, para ajudar na zeladoria do templo, abrindo e fechando portas e janelas, desligando ventiladores e aparelhos eletrônicos; movimentando bancos e cadeiras; efetuando a limpeza e a manutenção do templo, quando houver necessidade que justifique tal trabalho.

   3. QUALIFICAÇÕES PARA DIACONISAS

  De modo incomum, Paulo insere, em 1 Timóteo 3.11, qualificações relativas a “mulheres”, equiparando-as aos diáconos em suas qualifica­ções. Diz o apóstolo:

  “D a mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo” (1 Tm 3.11 — grifo nosso).

   Por que Paulo fez essa inserção? Quem seriam essas mulheres? Seriam as mulheres em geral? Certamente, não, pois o contexto anterior e poste­rior refere-se aos diáconos. São as esposas dos diáconos? Poderiam ser. Mas há uma terceira interpretação, a de que Paulo se refere a mulhe­res diaconisas, visto que o assunto em apreço são as qualificações para o diaconato. A expressão “da mesma sorte” dá a entender que se tratam de mulheres que devem ter as mesmas qualificações para a diaconia. Seriam diaconisas. E suas qualificações teriam que ser as mesmas, exigi­ das para os diáconos (“da mesma sorte...”), destacando apenas quatro:
  1) “Honestas”. Qualidade idêntica à que se exige dos diáconos, no que tange à integridade, honradez, decoro, decência, dignidade. Mu­lheres “sérias no seu viver” (Tt 2.4). 2 ) “Não maldizentes”. No original, maldizente é diabolos, que tem o sentido de acusar, caluniar, difamar, falar com malícia. As mulheres cristãs, em função de diaconia, ou não, jamais devem emprestar sua boca para caluniar, difamar ou falar mal da vida de quem quer que seja.

   3 ) “Sóbrias”. Qualificação idêntica que se exige do bispo ou do diácono. É ser moderada, contida, comedida, simples, sem exageros; essa sobriedade deve ser cultivada no falar, no agir, no modo de vestir, de entrar e sair, diante da igreja, para que não deem motivo para mur­murações ou críticas.

   4) “Fiéis em tudo. Fiel é aquele “Que guarda fidelidade, que cum­pre seus contratos: fiel a suas promessas. Constante, perseverante” (Di­cionário Aurélio online). Uma serva de Deus, que executa importante trabalho, na igreja, precisa ter essa qualidade cristã. Fiel na igreja, fiel em casa, fiel com o esposo, com os filhos, ou com os de fora. Assim fazendo, glorificará a Deus com sua vida.

    Tradicionalmente, as igrejas cristãs em geral não consagram mulheres a diaconisas. Mas, nos últimos anos, é grande o número de igrejas que o fazem, dando às mulheres a oportunidade de servirem como diaconisas. Nas epístolas, vemos exemplo bem marcante de que, na Igreja Primitiva, havia diaconisa. Um exemplo significativo é o de Febe. Escrevendo aos romanos, Paulo faz recomendação especial acerca dela:

  Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospe­ dado a muitos, como também a mim mesmo” (Rm 16.1,2).

   Conclusão

   O diácono é um oficial da igreja que pode exercer diversas tarefas, todas muito importantes, nas igrejas locais. Não deve ser considerado um “subalterno” dos “superiores” da igreja. Os diáconos foram instituídos para cuidar de “importante negócio”, quando a comunidade cristã cresceu e surgiram problemas que demandavam atenção e cuidado, principalmente quanto aos necessitados e carentes sociais.

   Hoje, eles são utilizados em trabalhos diferentes, mas seu valor deve ser considerado pela liderança das igrejas. Em sentido lato, todos somos diáconos, pois todos somos servos de Deus.

      DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS, Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.

 


NOTAS:

I. AS QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO

As qualificações diaconais são os requisitos imprescindíveis que tornam o obreiro cristão apto a exercer o ministério de socorro aos necessitados e de serviço aos santos. Tais qualificações acham-se compreendidas em Atos 6.3 e na primeira Epístola de Paulo a Timóteo 3.8-13. Em ambas as passagens, há um elenco de virtudes e requisitos, que só encontraremos em homens de valor. Por que tais qualificações fazem-se tão necessárias?

A resposta é obvia. Diferentemente do escravo do AT, de quem era requerida apenas uma cega subserviência, o diácono do NT viria a ocupar um lugar de honrado destaque na Igreja de CRISTO. Não seria ele um servo comum; erguer-se-ia como ministro. Eis a seguir os requisitos exigidos:

1. De boa reputação

Afirmou Publílio Siro que a reputação é um segundo patrimônio. Se o admirável poeta latino estivesse a reviver os passos iniciais da Igreja de CRISTO, certamente haveria se içar a reputação à mais alta das grandezas sociais. Pois a primeira virtude que os cristãos primitivos reclamaram dos postulantes ao diaconato foi justamente a boa reputação: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação...” (At 6.3).

a) O que é a reputação

Originaria do vocábulo latino reputatione, a palavra reputação significa fama, celebridade e renome. O erudito evangélico Samuel Vila realça quão significativo é este termo: “Reputação é uma das vozes mais sábias que tem a nossa língua. É a nossa fama ou credito pessoal; é algo que se submete ao julgamento público todos os dias. Reputar, pois, é julgar repetidamente a uma pessoa ante o fórum da moral pública”.

De conformidade com o étimo da palavra, os sete primeiros diáconos já vinham sendo observados e rigorosamente julgados tanto pelo colégio apostólico quanto pela igreja. E, nesse julgamento, foram todos eles aprovados com o máximo louvor. Por conseguinte, antes de separarmos um obreiro ao diaconato, exijamos tenha ele uma boa reputação. Se não for bem conceituado diante da igreja e do ministério, que não seja aceito. E que sua reputação seja também comprovada pela família e pela sociedade.

O diácono haverá de ser um esposo exemplar, um pai responsável e prestimoso, um cidadão honesto e cumpridor de seus deveres. Se a sua reputação não transcender a tais limites, reprovemo-lo. Doutra forma, trará somente aborrecimentos à igreja, e transtornos à obra de DEUS.

b) O significado grego da palavra reputação

No original, temos o vocábulo marturouménous que significa não somente reputação como também testemunho. Devem os diáconos portanto, desfrutar de um inconfundível atestado público. Que todos lhe comprovem a idoneidade do caráter e a fé sábia e experimentada nas boas obras. Você tem zelado por sua reputação? Como obreiros de CRISTO, somos submetidos a julgamentos diários. Somos julgados em casa, na sociedade e na igreja. Até mesmo em nosso íntimo, somos nós julgados. É com base em tais julgamentos que seremos chamados a ocupar as maiores responsabilidades no Reino de DEUS. Você tem um nome a zelar; cuide de sua reputação.

2. Cheios do ESPÍRITO SANTO

O ser cheio do ESPÍRITO SANTO é o mesmo que ser batizado? Mais do que isso - os discípulos só eram considerados cheios do ESPÍRITO SANTO somente depois de haverem passado pela experiência pentecostal (At 2.4; 10.47; 19.6). Sobre a controvérsia, pronuncia-se o Dr. George E. Ladd: “Quando o ESPÍRITO SANTO foi dado aos homens, os discípulos foram batizados e ao mesmo tempo cheios do ESPÍRITO SANTO”. Stanley M. Horton também é bastante taxativo; não admite réplicas: “Todos os 120 presentes foram cheios, todos falaram em novas línguas, e o som das línguas foi publicamente notório” (Grifos nossos).

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO”. Como harmonizar essa recomendação de Paulo com a reivindicação feita aos sete diáconos? Em primeiro lugar, há que se entender que, em todos os episódios de Atos dos Apóstolos, onde se menciona o “encher do ESPÍRITO SANTO”, temos um ato soberano e instantâneo de DEUS. É algo que se dá de fora para dentro, de cima para baixo.

Temos, aqui, pois, a efusão ou derramamento do ESPÍRITO SANTO. Ao passo que, em Efésios, deparamo-nos não com um ato, mas com um processo de enchimento que se dá de dentro para fora. E este processo, ao contrario daquele, depende da vontade do crente. Se este não seguir a recomendação bíblica, e desprezar o exercício da piedade, não poderá conservar o enchimento do ESPÍRITO SANTO.

Vejamos como, no original, o verbo grego é usado em Efésios 5.18: allá plerousthe em pneúmati. “Mais enchei-vos do ESPÍRITO SANTO”. O verbo plerousthe acha-se no presente do imperativo passivo da segunda pessoa do plural. Neste caso, o tempo presente exige uma ação habitual continuada. É como se o apóstolo Paulo estivesse recomendando aos irmãos de Eféso: “Deveis, constante e permanentemente, permitir que o ESPÍRITO SANTO domine vossas vidas”. Deve o diácono, por conseguinte, não apenas ser batizado no ESPÍRITO SANTO como também manter a plenitude do ESPÍRITO através do cultivo da piedade e do fruto do ESPÍRITO SANTO. É uma ordem a ser cumprida hoje e por todo o crente, seja este obreiro ou não.

Conclui-se, pois, que os diáconos têm de ser não somente batizados no ESPÍRITO SANTO como se manter na plenitude do ESPÍRITO.

É por isso que separamos para o ministério somente os que, além de sua comprovada conversão, já receberam o batismo com o ESPÍRITO, e na plenitude do ESPÍRITO SANTO, perseveram. Por ser um ministério que se põe na linha de frente, exige de quem o exerce um poder sobrenatural. Já pensou se Estevão ou Felipe não desfrutassem de semelhante virtude? Como se haveriam naqueles dias tão difíceis?

3. Cheio de sabedoria

Alguém já disse, mui apropriadamente, que este é o século do conhecimento, mas não da sabedoria. Embora tenhamos avançado tanto, em todas as áreas da tecnologia, espiritualmente pouco, ou quase nada logramos. Se para obter conhecimento, bastam os estudos e a pesquisa, o mesmo não acontece com a sabedoria. Para se conquista-lá, demanda-se o exercício contínuo e pessoal da piedade; o temor do Senhor é o seu principio (Pv 1.7).

De acordo com a ótica Bíblica, a sabedoria é a forma como vivemos, agimos e reagimos às circunstâncias; é o reflexo da natureza divina em nossa existência. Traduz-se a sabedoria num viver irrepreensível e santo. Esse era o tipo de sabedoria que os apóstolos esperavam encontrar nos diáconos. Não buscavam necessariamente homens ilustrados e cultos. Mesmo porque, como diria Chaucer, nem sempre são os mais eruditos igualmente os mais sábios. Os diáconos, porém, não deveriam eles de ser plenos. A expressão grega não deixa dúvidas: pléreis sphías. Cheios de sabedoria! É o que se impunha a cada um dos diáconos.

a) O que é sabedoria

Afirma Souter que a sabedoria é “o variado conhecimento de coisas humanas e divinas adquirido pela agudez e experiência, e resumida em máximas e provérbios; perícia na direção de afazeres; prudência nas relações com homens incrédulos; discrição e aptidão em ensinar a verdade; o conhecimento e a prática dos requisitos de uma vida reta e piedosa; conhecimento do plano divino. Por conseguinte, a sabedoria que as Sagradas Escrituras estão a exigir dos diáconos não é a cultura livresca e acadêmica. É a experiência que nos advém de uma vida de intima comunhão com o Senhor.

b) Como adquirir semelhante sabedoria

A verdadeira sabedoria é adquirida através da:

- Leitura diária da Bíblia Sagrada: quanto não temos de aprender dos profetas e apóstolos! Foram estes sábios divinamente inspirados a espargir luz onde só havia trevas. E todas as vezes que, com eles nos privamos, tornamo-nos mais sábios.

- Orando e chorando: faz bem o diácono que se dedica diariamente a oração. É um exercício que requer perseverança e Constância. Quanto mais buscar a DEUS, mais municiado sentir-se-á. E, com o passar dos tempos, haverá você de constatar que o seu ministério será de tal forma honrado, que, naturalmente (ou sobrenaturalmente?), estará a realizar outras tarefas ao seu Senhor? Haja vista o que aconteceu a Estevão e a Felipe.

- Cultivando o temor do Senhor: a Bíblia é muito clara: o principio da sabedoria é o temor a DEUS (Pv 1.7). Esse temor, que pode ser interpretado como a mais profunda e singular reverência ao Todo-Poderoso, força-nos a cultivar uma vida de intensa piedade. A partir daí, tudo faremos para jamais desagradar ao Único e Verdadeiro DEUS (Ap 14.7).

4. Sejam honestos

Pelas as expressões que usa, tinha ele os diáconos em elevada consideração. Destes, exige o apóstolo promovidas qualificações: “Da mesma sorte os diáconos” (1 Tm 3.8). No original, tal expressão é mui significativa: Diakónous hosaútos. Devem os diáconos, portanto, ser tão qualificados quanto os bispos.

a) O que é honestidade

Probidade, decência, decoro. É a qualidade de quem é íntegro e digno. A palavra grega para honestidade é semnótes: seriedade, honradez, respeito.

b) A razão da honestidade

Em virtude de suas obrigações administrativas, o diácono tem de se mostrar incorruptível. É ele quem estará a lidar com os tesouros dos santos. Em muitas igrejas, além de recolher os dízimos e ofertas, estará também administrando os recursos captados aos homens, mulheres, jovens e crianças que vêm ao santuário adorar ao Criador com as suas fazendas e haveres. Caso não seja honesto, agirá o diácono como Judas: lançara mão de quanto se deposita na bolsa do CRISTO (Jo 12.6).

A honestidade também é sinônima de seriedade. Como estará o diácono a tratar como povo, é imperativo inspire ele respeito. Como seria lamentável se as senhoras o evitasse por causa de sua postura lasciva! Na casa de DEUS, tem o diácono um elevado papel a representar. Honestidade é um de nossos maiores legados.

5. Não de língua dobre

Por força das reivindicações diaconais, terão os candidatos ao cargo uma só palavra. O seu dizer será: sim, sim, e não, não. O que disto passar virá certamente do maligno. No original, a Expressão língua dobre é mui significativa. Dialógous significa língua-dupla. O que detém semelhante deformidade moral dá a um mesmo fato as mais variadas versões. O bom diácono é discreto; sabe guardar segredo. Possui ele o suficiente despacho para resolver as mais embaraçosas situações sem comprometer o caráter de seus conservos. Ele tem uma só palavra; não se preocupa em ser politicamente correto conquanto seja justo, fiel e leal.

6. Não dados a muito vinho

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12). Entre a licitude e a conveniência, optemos por esta; aquela acarreta-nos, não raro, dificuldades e amargores.

Como diria Salomão, o vinho é escarnecedor (Pv 20.1). Escarnece o vinho de tudo; jamais se farta de escarnecer. Conscientizemo-nos de que o Senhor JESUS nos chamou para sermos uma sociedade de temperança.

Tanto a sociedade grega quanto a hebréia encaravam com naturalidade o vinho; tinham-nos como benção dos céus. Até que, em Efésios, recomenda o apóstolo: “E não vos embriagues com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18).

A ideia, no original, retrata alguém com a mente voltada para o vinho; não pode livrar-se dessa obsessão. Como pode ser um ministro se não ministra o próprio ser? Willbur B. Wallis é categórico: “O testemunho da Bíblia é consistentemente contra o uso da bebida forte. A aplicação prática do princípio na sociedade moderna é de total abstinência”. Se não beberem, estarão livres de cometer aqueles pequenos desatinos e lapsos que tanto mancham o homem de DEUS.

Sejamos mais explícitos: que jamais se deem ao vinho; o exercício de seu oficio exige em tudo sobriedade. Estejam sempre atentos às reivindicações de seu ministério; não se deixem levar pela alegria fútil e irresponsável das bebidas fortes.

7. Não cobiçosos de torpe ganância

Como esquecer a Balaão? Este profeta bem que poderia haver entrado para a história sagrada com as honras do misterioso Melquisedeque, ou com as deferências do avisado e sábio Jetro. Ambos, estrangeiros e gentios como ele. Desventuradamente, Balaão deixou-se induzir pelo prêmio da corrupção. Corrupto e corruptor, viveu para corromper, e, corrompido, pereceu ele. Balaão era um típico cobiçoso de torpe ganância. Vendeu-se para amaldiçoar e fazer tropeçar a Israel (Nm 22.1-7).

Até onde conduz a torpe ganância! O que começou em ambição, termina em heresias; em gravíssimos pecados, acaba-se.

No grego: mé aischokerdeis. A expressão pode ser entendida também como: não amante do lucro, não mercenário. Por que não podem os diáconos ser gananciosos? Em primeiro lugar, exige-se tenha o homem de DEUS uma postura íntegra e santa. Ele tem de ser, no mínimo, incorruptível. Pois estará a lidar com os bens econômicos e financeiros da Igreja. Se incorrupto e reto, jamais cairá em torpes ganâncias.

Saberá como encaminhar devidamente as ofertas e os dízimos dos fiéis. Que o diácono administre correta, sabia e piedosamente os próprios bens. Se for avaro, não haverá de permitir sejam os recursos dos santos empregados em favor dos necessitados. Quererá tudo para si. Não fazia assim Iscariotes? Tecnicamente, foi Judas o primeiro diácono. E que péssimo diácono foi ele! Amou tanto o dinheiro, que pelo dinheiro foi arruinado. A única coisa que logrou com tudo o que roubara foi a própria sepultura (At 1.18.19).

8. Guardando o ministério da fé em uma pura consciência

Além das qualidades morais e sociais, exige-se seja o diácono são na fé. Que esteja de conformidade com as Sagradas Escrituras, e as tenha como única regra de fé e prática. Que sustente a sã doutrina, e não evidencie quaisquer desvios no que tange à ortodoxia. Estejamos atentos a recomendação de Paulo: “Guardando o ministério da fé em uma pura consciência” (1 Tm 3.9).

Requer-se, pois, do diácono obediência ativa e reverente. Doutra forma, cairá na tentação do diabo; e não demora muito, eis mais um heresiarca egresso das fileiras diaconais. Somente uma consciência purificada pelo sangue de JESUS pode debelar a virulência da heresia. Por conseguinte, é inadmissível um diácono que, embora social e moralmente correto, ostente aleijões doutrinais. Tem de ser ele um expoente incorruptível da Palavra de DEUS. Haja vista Estevão. Diante do sinédrio, expôs este com tanta mestria a história da salvação, que deixou a todos assombrados (At 7).

Seu discurso é o pronunciamento de uma autoridade incontestável das Sagradas Escrituras. E Filipe? Não se revelaria ele um abalizado evangelista? O plano da salvação que expôs ao eunuco de Candace foi tão eficaz, que levou o etíope a converte-se radicalmente ao Senhor JESUS (At 8.26-40).

Conselhos piedosamente observados:

a) Leitura diária da Bíblia

Deve o diácono ser um assíduo leitor das Escrituras Sagradas. Quanto mais estudar a Bíblia, mais livre estará de cair em heresias e enganos. A recomendação de Paulo é mui taxativa: “Persiste em ler” (1 Tm 4.13).

b) Estudo sistemático da Bíblia

Além do estudo diário e devocional das Sagradas Escrituras, deve o diácono também estudar sistematicamente a Palavra de DEUS. Faria bem o diácono se cursar um seminário que zele pela ortodoxia.

9. Os diáconos sejam maridos de uma mulher    

A vida conjugal do diácono tem de ser um exemplo. Atenhamo-nos à recomendação do apóstolo: “sejam maridos de uma mulher” (1 Tm 3.12). O seu comportamento em relação às mulheres deve evidenciar um homem comprovadamente de DEUS. Com as jovens, seja um irmão mais velho; respeitador e cortês. Com as mais idosas, um filho querido e solícito. Com as crianças, um pai cuidadoso e atento. Se não se contiver diante do sexo oposto, seja vetada sua indicação ao diaconato. O diácono tem de ser fiel à esposa. E que jamais se dê aos namoricos e flertes!

10. Governem bem seus filhos

A advertência de Paulo não admite evasivas: “e governem bem seus filhos” (1 Tm 3.12). Busquemos a expressão no grego: téknõn kalõs proistámenoi. O verbo proístemi, aqui na primeira pessoa do indicativo singular, é riquíssimo em acepções. Etimologicamente, significa: tomo posição em frente, assumo a direção, a liderança e o governo. Significa também: sou cuidadoso, sou atencioso, e aplico-me aos meus deveres. Da expressão paulina, somos instados a concluir: o pai cristão não é um mero educador; é antes de tudo o administrador de seus filhos. Nessa condição, tudo fará a fim de que estes sejam bem sucedidos tanto diante de DEUS quanto diante dos homens.

Se há um obreiro que necessita trazer os filhos sob disciplina, é o diácono. Pela natureza mesma de seu cargo, seus filhos têm de ser um consumado exemplo de vida cristã. Isto não significa, porém, que estes devam abdicar da infância e das coisas próprias de sua idade. Doutra forma, haveriam eles de nascer já adultos. Haja vista o que Paulo confessa aos coríntios. Quando menino, falava como menino e, como menino, agia. Mas chegando a maturidade, já se comportava como adulto e, como adulto, já discorria (1 Co 13.11).

Se por um lado, não podemos violentar a pueril natureza de nossos filhos; por outro, não devemos deixá-los entregues à própria vontade. Em seus provérbios, exorta-nos Salomão a educar a criança no caminho em que deve andar porque, mesmo grande, jamais apartar-se-á dele (Pv 22.6). Faça culto domestico todos os dias. Ore com os seus filhos; leia a Bíblia com eles. Ouça-os em seus dilemas. Admoeste-os na Palavra. Leve-os à Escola Bíblica Dominical. Procure saber quem são os seus amigos e colegas. Interrogue-os acerca de seus lazeres.

Na casa de DEUS, que eles se portem com decência e profundo temor. Crianças, adolescentes ou jovens, podem os nossos filhos ter uma postura reconhecidamente cristã, e nem por isso deixarão de ser eles mesmos. Que exemplo maravilhoso viu Paulo na casa de Filipe! Em sua viagem a Jerusalém, visitou Paulo esse antigo diácono, e ficou impressionado pela maneira como agora evangelista dirigia o lar. Tinha este quatro filhas virgens, e todas elas profetizavam (At 21.9). Se conseguirmos ordenar assim o nosso lar, que maravilha não haverá de ser!

11. Governem bem suas próprias casas

Governar a casa não é somente trazer os filhos sob disciplina nem manter perfeita sintonia com a esposa. É gerir os negócios do lar de tal forma que este venha a funcionar produtiva e eficazmente. Aliás, a palavra economia tem uma etimologia bastante interessante. Ela é formada por dois vocábulos gregos: oikos, casa, e nomos, lei.

Se fosse necessário, daríamos a esta palavra a seguinte definição: Conjunto das leis que regulam o funcionamento de uma casa, com o objetivo de suprir-lhe todas as necessidades, e equilibrar suas receitas e despesas. Talvez tivesse Paulo este vocábulo em mente ao recomendar: “que governe (...) bem a sua casa” (1 Tm 3.12).

Em grego: proistámenoi kai ton idíon oikon. Governar a casa implica em contemplar-lhe e suprir-lhes todas as carências e demandas; saldar-lhe os compromissos; fazer com que as rendas da família sejam bem empregadas. Governar bem a casa implica em equilibrar-lhe as receitas e as despesas. Afinal, terá o diácono de, em algumas igrejas, administrar os bens materiais destas. Se não tem ele o governo de sua casa, como haverá de agir a casa de DEUS? Se não sabe lidar com o próprio dinheiro, como lidará com o dinheiro dos santos? Que esta pergunta seja respondida com sinceridade por todos os diáconos.

                              Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

A função mais antiga dos diáconos era cuidar da distribuição dos fundos de caridade da igreja. Como ressalta B. S. Easton: “Ainda que o substantivo grego transliterado por ‘diácono’ signifique ‘servo’ ou ‘assistente’, qualquer tradução é enganosa, porque os diáconos não eram assistentes dos administradores, mas despenseiros das obras de caridade da igreja; eles ‘serviam’ os pobres e os doentes”. O termo “diácono” que vigora na igreja de hoje perdeu grande parte de sua denotação original. Em certas igrejas, o diaconato é a ordem inicial do ministério ordenado, levando normalmente ao sacerdócio ou presbitério, ao passo que em outras, trata-se de um cargo ocupado por crentes leigos. Mas na igreja do século I, os diáconos mantinham lugar de dignidade e influência comparável à dos bispos, e vemos que as qualificações que Paulo detalha para este ofício não são menos exigentes.

I Tm 3. 8-10. Lemos aqui acerca do caráter dos diáconos: esses eram os responsáveis pelos interesses temporais da igreja, isto é, a manutenção dos ministros e a provisão pelos pobres. Eles serviam às mesas, enquanto os ministros ou bispos se dedicavam somente ao ministério da palavra e da oração (At 6.2,4).

A integridade e a retidão em um ofício inferior são o caminho para se alcançar uma posição mais elevada na igreja: Os diáconos adquirirão para si uma boa posição. 6. Isso também resultará em grande ousadia na fé, enquanto a falta de integridade e retidão tornará uma pessoa tímida e pronta a tremer diante da própria sombra. Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas qualquer justo está confiado como o filho do leão (Pv 28.1).

   HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry

   Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE

2. A função dos diáconos em Atos 6.

Se antes os seus deveres circunscreviam-se à congregação, suas obrigações, agora, vão mais além. Manter-se-á ele atento, desde já às necessidades de seu pastor, às exigências do ministério e aos reclamos do credo e dos estatutos de sua igreja e denominação.

A- RESPONSABILIDADES DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO SEU PASTOR

É o diácono o auxiliar mais direto de que dispõe o pastor. Ou pelo menos deveria sê-lo. Na Igreja Primitiva, foram os diáconos constituídos justamente para que os apóstolos se mantivessem afeitos aos ofícios de seu ministério: a oração e a palavra. Disso ciente, estará o diácono sempre vigilante quanto aos reclamos de seu pastor. Jamais permitirá venha este a negligenciar o espiritual a fim de envolver-se com o material. Pois quem deve lidar com o material é o diácono; pelo espiritual consumir-se-á o pastor. Como seria lamentável se viesse o pastor a deixar de lado o sermão de domingo por causa da bancada do templo que não foi alinhada, ou porque os elementos de Santa Ceia não foram ainda preparados!

 Que os diáconos se encarreguem dessas providências. E, que no momento da adoração, esteja o santuário devidamente arrumado. Infelizmente, estão os diáconos tão absolvidos em pregar, acham-se tão entretidos em disputar os primeiros lugares, que acabam por se esquecer de seu pastor. Não estou insinuando deva o diácono privar-se do púlpito. Se houver oportunidade, aproveite-a. Eu também fui diácono, e jamais deixei de ocupar a sagrada tribuna. Pregava e ministrava estudos bíblicos. Escola Bíblica Dominical. Todavia, não me lembro de haver descurado uma vez sequer de minhas responsabilidades. Felipe e Estevão eram doutores a serviço dos santos. Diácono seja cuidadoso com o seu pastor. Propicie-lhe as necessárias condições a fim de que possa ele dedicar-se às lides: orar pelo rebanho e alimentar os santos com a Palavra de DEUS. Por que abandoná-lo às preocupações materiais do redil? Você foi separado para auxiliá-lo a conduzir o rebanho de DEUS através dos campos sempre verdejantes. Pode haver trabalho mais glorioso?

B- RESPONSABILIDADE DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO MINISTÉRIO

Você já pertence ao ministério eclesiástico. Esteja, pois, em perfeita sintonia com os integrantes deste. Veja-os como companheiros de luta. Jamais intente uma carreira solo.

 Os obreiros de DEUS somos vistos sempre em equipe. São os setenta que saem de dois em dois; os doze que se afainam e repousam ao lado do Senhor; os cento e vinte que, em perseverante oração, aguardam, no cenáculo, o pentecostes. E o que dizer de Paulo?

Embora o maior missionário, jamais deixou de ter os seus assistentes. Lendo-lhe as cartas, deparamo-nos de contínuo com os integrantes de sua operosa equipe. Os que se isolam, diz Salomão, estão a rebuscar os próprios interesses. Participe das reuniões de ministério. Inteire-se dos assuntos tratados. Com humildade e sempre reconhecendo o seu lugar, opine, sugira, ofereça subsídios. Seja amigo de todos; de cada um em particular, um cooperador sempre querido. Não se ausente. Cultive aquele companheirismo tão próprio dos cristãos primitivos. Esteja atento às orientações de seu pastor. Agindo assim, você se surpreenderá com êxitos de seu ministério. Isolado, ninguém poderá crescer; em equipe, todo avanço é possível.

        Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

DIACONOS ORIGINAIS

Alguns têm suposto que tal número foi regulado pela circunstância de que a cidade de Jerusalém, naquela época, estava dividida em sete distritos. Porém, acerca disso não há qualquer evidência comprobatória.

Talvez esse número tenha sido escolhido por ser considerado um número sagrado segundo o pensamento dos hebreus.

    CHAMPLIN, Russell Norman,

    Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 

3. A função dos diáconos hoje.

A ÉTICA DIACONAL

  Olinto era um velho diácono de minha primeira igreja. Homem alto, forte, barrigudo. De minha quase segunda infância, cuidava eu tratar-se de um gigante. O velho Olinto não falava; trovejava.

Sua voz parecia percorrer não somente o templo, como os campos todos de São Bernardo, aquela outrora pacata e graciosa cidade paulista. Não preciso dizer que os meus amigos e eu não gostávamos dele. Pois estava constantemente a surpreender-nos em peralvilhices. Ele chegava ao absurdo de não permitir que ficássemos correndo pelo templo, nem que fossemos à rua . Onde já viu tal coisa? Quantos ralhos não levei do velho Olinto! E a carranca daquele italiano? E o seu sotaque carregado? Aquelas palavras que não entendíamos.

Aquelas frases – meio toscanas, meio portuguesas – soavam como se fossem broncas, ecoavam corretivas e disciplinadoras. Francamente, as crianças não gostávamos do velho Olinto. Mas ali, na lateral esquerda daquele templo querido e sempre benfazejo, onde presenciei, ainda em minha peraltice, tantas manifestações da glória de DEUS, achava-se um diácono ético e santo. Um homem que gozava da inteira confiança de seu pastor. Um dia o Senhor JESUS achou por bem recolher o velho Olinto. Ele foi-se embora! Mas a sua imagem, guardo-a no coração. Hoje, fosse escrever-lhe o epitáfio, escolheria esta inscrição: “Aqui jaz um diácono que soube ser ético”. O velho Olinto sabia que, além das qualificações que a Palavra de DEUS demanda de cada candidato ao diaconato, todos precisam observar um código de ética. Sem ética, nenhum ministério cristão é possível.

I. O QUE É A ÉTICA DIACONAL

Antes de entrarmos a ver o que é a ética diaconal, é necessário que busquemos uma definição de ética.

1. O que é ética

Numa primeira instancia, podemos dizer que a ética é o: “Estudo sistemático dos deveres e obrigações do individuo, da sociedade e do governo. Seu objetivo: estabelecer o que é certo e o que é errado. Ela tem como fonte a consciência, o direito natural, a tradição e as legislações escritas; mas, acima de tudo, o que DEUS estabeleceu em Sua Palavra – a Ética das éticas. A essência da ética acha-se registrada nos Dez Mandamentos – a única legislação capaz de substituir a todas as legislações humanas”. Dicionário Teológico, Edições CPAD.

2. O que é a ética diaconal

Ética diaconal, por conseguinte, é a norma de conduta que o diácono deve observar no desempenho de seu ministério. Através desse código de procedimento, terá ele condições de discernir entre o que é certo e o que é errado. Para que jamais venha a ferir as normas de conduta de seu ministério, é imprescindível tenha ele sempre consigo as fontes da ética diaconal.

II. FONTES DA ÉTICA DIACONAL

Do que já vimos até ao presente instante, não nos é difícil inferir quais as fontes da ética diaconal. São estas a Bíblia, os regulamentos da igreja local e a consciência do próprio diácono.

1. A Bíblia

Os evangélicos temos a Bíblia como a infalível e inspirada Palavra de DEUS. É a nossa inapelável regra de norma e conduta. Quaisquer estatutos ou regulamento eclesiásticos têm de emanar da Bíblia, e não pode, sob hipótese alguma, contrariar a esta.

O diácono, portanto, orientar-se-á espiritual e eticamente através da Bíblia. Quanto ao seu cargo especifico, terá em conta as seguintes passagens: Atos 6.1-6; 1 Timóteo 3.8-13. Leia sempre esses textos; tenha-os em mente; inscreva-os na tábua do seu coração. Agindo assim, jamais tropeçará.

2. Regulamento da igreja local

Além das Sagradas Escrituras, estará o diácono atento aos regulamentos, estatutos e convenções da igreja local. É claro que, conforme já dissemos, têm de estar estes em perfeita consonância com a Palavra de DEUS. Esteja atento, pois, às particulares culturais e estatutárias de sua igreja. Aja de conformidade com estas; não as despreze nem as fira. Se não contrariam a Palavra de DEUS, por que não observá-las? Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar. Tenha a necessária sabedoria para não ferir as convenções locais. Quem no-lo recomenda é a lei do amor.

3. A consciência do próprio diácono

É a consciência aquela voz secreta que temos na alma que, de conformidade com os nossos atos, aprova-nos ou reprova-nos.

O apóstolo Paulo dá como válido o testemunho da consciência: “Pois não são justos diante de DEUS os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmo são lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os)” (Rm 2.13-15). Por conseguinte, mantenha sempre a consciência em absoluta consonância com a Palavra De DEUS. Não a deixe cauterizar-se. Permita que o ESPÍRITO SANTO domine-a por completo. E, todas as vezes que, quer em sua vida particular, quer no exercício do ministério, sentir que ela o acusa, dobre os joelhos, e ore como o rei Davi: “Sonda-me, ó DEUS, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23,24). O Senhor, então, mostrar-lhe-á como agir e corrigir-se se for necessário. Lembre-se: a sua consciência, posto que necessária, não é autoridade última de sua vida. Ela somente será valida se estiver em conformidade com os reclamos e demandas da Palavra de DEUS.

III. SÍNTESE DA CONDUTA ÉTICA DO DIÁCONO

Por conduta ética do diácono, entendemos o seu irrepreensível proceder de conformidade com a Palavra de DEUS, conforme os regulamentos, estatutos e visão cultural da igreja em que ele estiver lotado, e segundo o testemunho de sua consciência que, em hipótese alguma, pode contrariar as Sagradas Escrituras. Em linhas gerais, estes são os procedimentos éticos que deve o diácono observar no exercício de seu ministério.

1. Quanto ao seu oficio

Conscientize-se de que foi separado para servir a mesa de CRISTO, a mesa da igreja de CRISTO e a mesa do anjo da igreja de CRISTO. Portanto, exerça o seu ministério de acordo com a ordenança que lhe confiou o Senhor JESUS. O seu principal mister é servir e não pregar. Ainda que você pregue melhor que seu pastor, não se prevaleça disso. Dê-lhe todo o suporte a fim de que ele se dedique à oração e a exposição da Palavra.

Caso tenha você outra chamada especifica, não se exaspere; no devido tempo ela acontecerá. Até lá, cumpra rigorosamente o seu diaconato. Se houver oportunidade para pregar, pregue. Mas não se esqueça, por enquanto, sua obrigação é servir à mesa. Não se ausente para pregar; esteja presente para servir.

2. Quanto à sua lealdade

Lembre-se: é você, como diácono, o melhor amigo de seu pastor. Portanto, não se junte aos revoltosos nem faça oposição ao anjo da igreja. Antes, ore por ele, sirva-o amorosa e sacrificialmente.

Se o seu pastor equivocar-se em alguma coisa, converse com ele, mostrando-lhe, humildemente, porque acha você estar ele errado. Não se esqueça de que ele pode estar certo. Por isso, saiba como falar-lhe. E que ninguém mais saiba do teor dessa conversa.

3. Quanto às críticas

Não critique o seu pastor nem os membros de seu ministério. Quando alguém o fizer, desestimule-o. Mostre aos críticos acérrimos e pertinazes que, ao invés das críticas, ocupem-se em orar pelo anjo da igreja e pela expansão do Reino de DEUS.

4. Quanto à ministração particular da Ceia

Se designado a levar a Ceia para alguém do sexo feminino, no domicilio deste, faça-se acompanhar de sua esposa ou de outra pessoa. Jamais entre na casa de um membro da igreja a menos que lá esteja o pai de família. Seja prudente e vigilante. Fuja sempre da aparência do mal. Não brinque com o pecado.

5. Quanto ao dinheiro

O ideal é que todos os dízimos e ofertas sejam entregues na casa do tesouro. Se alguém quiser entregar-lhe o dízimo, ou a oferta, peça-lhe gentilmente que o faça na tesouraria da igreja. Se for imprescindível que receba a oferta e o dízimo, leve-os imediatamente a igreja. Não os esqueça consigo nem tome-os emprestados. O dinheiro não é seu; pertence a JESUS.

6. Quanto à discrição

A discrição é uma das qualidades essenciais para o exercício do diaconato. É a qualidade de quem é prudente, sensato e que sabe guardar segredo. O homem discreto é alguém em quem se pode confiar. No exercício do diaconato, você certamente presenciará muitos casos graves e comprometedores. Se você não for prudente, poderá arruinar preciosas vidas e reputações que vêm sendo construídas há décadas. Portanto, saiba controlar a própria língua.

Em casos graves, procure diretamente o seu pastor. Não vá sair por aí segredando, pois o segredo quando compartilhado com pessoas erradas deixa de ser segredo para tornar-se notícia. Leia o Livro de Provérbios diariamente, e certifique-se de quão valiosa é a discrição.

7. Quanto às arbitrariedades

Exerça o seu ministério no poder do ESPÍRITO SANTO. Deixe de lado as ameaças e arbitrariedades. Você não precisa lembrar a ninguém de que é diácono, mas todos precisam saber que você é, de fato, um homem de DEUS.

8. Quanto à pontualidade

Chegue no horário do culto; não se apresse a sair. O seu pastor está sempre a precisar de sua ajuda.

 9. Quanto à obediência

Não discuta as ordens do seu pastor. Se não estiver de acordo com elas, indague sobre as razões destas. Se não puder cumpri-las, justifique-se. Mas não saia resmungando nem murmurando.

Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar.  

10. Quanto ao amor

Se você exercer o seu ministério com amor, estará cumprindo a Lei, os Profetas e todo o Novo Testamento. E será, em todas as coisas, bíblica e eticamente correto. Portanto, não se esqueça da Palavra de DEUS. Tem-na bem junto de si!

Conclusão

Você deve exercer um diaconato irrepreensível. Aja, portanto, de acordo com a Palavra de DEUS. Observe as normas de sua igreja, e jamais desdenhe da visão cultural desta. Prime pela ética. Não deixe que nada venha a macular o seu ministério. Não basta ser eficiente; é necessário que ajamos de conformidade com a Palavra de DEUS.

       Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono. 

O Cargo de Diácono (The Office of Deacon)

 Concluindo, deixe-me mencionar algo a respeito dos diáconos. O cargo de diácono é o único outro cargo na igreja local e não faz parte dos cinco dons ministeriais. Diferente dos anciãos, os diáconos não têm autoridade administrativa na igreja. A palavra grega traduzida como diácono é diakonos, que literalmente significa “servo”. Os sete homens escolhidos para a tarefa diária de alimentar as viúvas da igreja de Jerusalém são considerados os primeiros diáconos (veja At. 6:1-6). Eles foram escolhidos pela congregação e comissionados pelos apóstolos. Mais tarde, pelo menos dois deles, Filipe e Estevão, foram promovidos por Deus para serem poderosos evangelistas. Diáconos também são mencionados em 1 Timóteo 3:8-13 e Filipenses 1:1. Aparentemente, esse cargo pode ser preenchido tanto por homens quanto por mulheres (veja 1 Tm. 3:11).

       Capítulo Dezoito (Chapter Eighteen)

    Os Dons Ministeriais (The Ministry Gifts)



As qualificações e responsabilidades

 bíblicas dos diáconos

Quem deveria ser um diácono? O que a Bíblia diz que os diáconos devem fazer?

Os Dois Ofícios Bíblicos: Presbíteros e Diáconos

Comparar o ofício de diácono ao de presbítero nos ajudará a responder essas questões. Os líderes espirituais primários de uma congregação são os presbíteros, os quais são também chamados bispos ou pastores no Novo Testamento. Presbíteros ensinam ou pregam a Palavra e pastoreiam as almas daqueles que estão sob seus cuidados (Efésios 4.11; 1 Timóteo 3.2; 5.17; Tito 1.9; Hebreus 13.17). Os diáconos também possuem uma função crucial na vida e saúde da igreja local, mas a sua função é diferente daquela dos presbíteros. O papel bíblico dos diáconos é cuidar das necessidades físicas e logísticas da igreja, de modo que os presbíteros possam se concentrar no seu chamado primário.

Essa distinção é baseada no padrão encontrado em Atos 6.1 – 6. Os apóstolos eram devotados “à oração e ao ministério da palavra” (v. 4). Uma vez que esse era o seu chamado primário, sete homens foram escolhidos para lidar com assuntos mais práticos, de modo a dar aos apóstolos a liberdade para continuarem a sua obra.

Essa divisão de trabalho é semelhante à que vemos com os ofícios de presbítero e diácono. Como os apóstolos, a função primária dos presbíteros é pregar a Palavra de Deus. Como os sete, os diáconos servem a congregação em todas as necessidades práticas que possam surgir.

As Qualificações dos Diáconos

A única passagem que menciona as qualificações para os diáconos é 1 Timóteo 3.8-13. Nessa passagem, Paulo apresenta uma lista oficial, porém não exaustiva, dos requerimentos para os diáconos.

As similaridades entre as qualificações para diáconos e presbíteros/bispos em 1 Timóteo 3 são notáveis. Assim como as qualificações para os presbíteros, um diácono não pode ser dado ao vinho (v.3), avarento (v.3), irrepreensível (v.2; Tito 1.6), marido de uma só mulher (v.2), e um hábil governante de seus filhos e de sua casa (vv. 4 – 5). Além disso, o foco das qualificações é o caráter moral da pessoa que há de preencher o ofício: um diácono deve ser maduro e acima de reprovação. A principal diferença entre um presbítero e um diácono é uma diferença de dons e chamado, não de caráter.

Paulo identifica nove qualificações para os diáconos em 1Timóteo 3.8-12:

1. Respeitáveis (v. 8): Esse termo normalmente se refere a algo que é honorável, digno, estimado, nobre, e está diretamente relacionado a “irrepreensível”, que é dado como uma qualificação para os presbíteros (1 Timóteo 3.2).

2. De uma só palavra (v.8): Aqueles que têm a língua dobre dizem uma coisa a certas pessoas, mas depois dizem algo diferente a outras, ou dizem uma coisa, mas querem dizer outra. Eles têm duas faces e são insinceros. As suas palavras não podem ser confiadas então eles carecem de credibilidade.

3. Não inclinados a muito vinho (v.8): Um homem é desqualificado para o ofício de diácono se for viciado em vinho ou outra bebida forte. Tal pessoa carece de domínio próprio e é indisciplinada.

4. Não cobiçosos de sórdida ganância (v.8): Se uma pessoa ama o dinheiro, não está qualificado para ser um diácono, especialmente porque os diáconos com frequência lidam com questões financeiras da igreja.

5. Sólidos na fé e na vida (v.9): Paulo também indica que um diácono deve “conservar o mistério da fé com a consciência limpa”. A expressão “o mistério da fé” é simplesmente um modo de Paulo falar do evangelho (cf. 1 Timóteo 3.16). Consequentemente, essa afirmação se refere à necessidade de os diáconos manterem-se firmes no verdadeiro evangelho, e não oscilantes. Contudo, essa qualificação não envolve apenas as crenças de alguém, pois o diácono também deve manter essas crenças “com a consciência limpa”. Isto é, o comportamento de um diácono deve ser consistente com suas crenças.

6. Irrepreensíveis (v.10): Paulo escreve que os diáconos devem ser “primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato” (v.10). “Irrepreensíveis” é um termo genérico, que se refere ao caráter geral de uma pessoa. Embora Paulo não especifique que tipo de teste deve ser feito, no mínimo, deve-se examinar a vida pessoal, a reputação e as posições teológicas do candidato. Mais do que isso, a congregação não deveria examinar apenas a maturidade moral, espiritual e doutrinária do diácono em potencial, mas deveria também considerar o histórico de serviço da pessoa na igreja.

7. Esposa piedosa (v.11): É discutível se o versículo 11 se refere à esposa do diácono ou a uma diaconisa. No que interessa a esta discussão, vamos assumir que o versículo esteja falando das qualificações da esposa de um diácono. De acordo com Paulo, as esposas dos diáconos devem ser “respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo” (v.11). Como o seu marido, a esposa deve ser respeitável ou honorável. Em segundo lugar, ela não deve ser maldizente, uma pessoa que espalha fofocas. A esposa de um diácono deve também ser temperante ou sóbria. Isso é, ela deve ser apta a fazer bons julgamentos e não deve estar envolvidas em coisas que possam embaraçar tal julgamento. Por fim, ela deve ser “fiel em todas as coisas” (cf. 1 Timóteo 5.10). Esse é um requerimento genérico que funciona semelhantemente ao requerimento para que os presbíteros e diáconos sejam “irrepreensíveis” (1 Timóteo 3.2; Tito 1.6; 1 Timóteo 3.10).

8. Marido de uma só mulher (v.12): A melhor interpretação dessa passagem difícil consiste em entendê-la como a fidelidade do marido para com sua esposa. Ele deve ser “um homem de uma única mulher”. Isso é, não deve haver qualquer outra mulher em sua vida com a qual ele se relacione em intimidade, seja emocionalmente, seja fisicamente.

9. Governe bem seus filhos e a própria casa (v.12): Um diácono deve ser o líder espiritual de sua esposa e filhos.

De modo geral, se uma qualificação moral é listada para presbíteros, mas não para diáconos, aquela qualificação ainda se aplica a estes. O mesmo ocorre para aquelas qualificações listadas para diáconos, mas não para presbíteros. Por exemplo, um diácono deve ser um homem de “uma só palavra” (v.8). Paulo não afirma explicitamente o mesmo acerca dos presbíteros, mas não há dúvida de que tal se aplica a eles, uma vez que Paulo disse que os presbíteros devem ser “irrepreensíveis”, o que incluiria essa injunção.

Ainda assim, nós deveríamos observar as diferenças nas qualificações, uma vez que ou elas significam um traço peculiarmente adequado ao oficial para que cumpra seus deveres, ou são algo que era problemático no lugar para onde Paulo escreveu (no caso, Éfeso). Isso deve ficar mais claro à medida que passemos a considerar as responsabilidades de um diácono.

As Responsabilidades dos Diáconos

Se o ofício de presbítero é frequentemente ignorado na igreja moderna, o ofício de diácono é frequentemente mal-entendido. Conforme o Novo Testamento, a função do diácono é, principalmente, ser um servo. A igreja precisa de diáconos para proverem suporte logístico e material, de modo que os presbíteros possam focar na Palavra de Deus e na oração.

O Novo Testamento não nos dá muita informação acerca do papel dos diáconos. Os requerimentos dados em 1 Timóteo 3.8 – 12 focam no caráter e na vida familiar do diácono. Existem, contudo, algumas dicas quanto à função dos diáconos quando os requerimentos são comparados àqueles dos presbíteros. Embora muitas das qualificações sejam as mesmas ou muito similares, há algumas notáveis diferenças.

Talvez a distinção mais perceptível entre presbíteros e diáconos seja que os diáconos não precisam ser “aptos a ensinar” (1 Timóteo 3.2). Diáconos são chamados a “conservar” a fé com uma consciência limpa, mas não são chamados a “ensinar” aquela fé (1 Timóteo 3.9). Isso sugere que os diáconos não têm um papel de ensino oficial na igreja.

Como os presbíteros, os diáconos devem governar bem sua casa e seus filhos (1 Timóteo 3.4, 12). Porém, ao referir-se aos diáconos, Paulo omite a seção na qual compara governar a própria casa a cuidar da igreja de Deus (1 Timóteo 3.5). O motivo dessa omissão é, mais provavelmente, devido ao fato de que aos diáconos não é dada uma posição de liderança ou governo na igreja – essa função pertence aos presbíteros.

Embora Paulo indique que um indivíduo deva ser testado antes de poder exercer o ofício de diácono (1 Timóteo 3.10), o requerimento de que ele não seja um neófito não está incluso. Paulo observa que, se um diácono for um recém convertido, pode ocorrer que ele “se ensorbebeça e incorra na condenação do diabo” (1 Timóteo 3.6). Uma implicação dessa diferença poderia ser que aqueles que exercem o ofício de presbítero são mais suscetíveis ao orgulho porque possuem liderança sobre a igreja. Ao contrário, não é tão provável que um diácono, o qual se acha mais em um papel de servo, caia no mesmo pecado. Finalmente, o título de “bispo” (1 Timóteo 3.2) implica a supervisão geral do bem-estar espiritual da congregação, ao passo que o título “diácono” implica alguém que possui um ministério orientado para o serviço.

Além do que podemos vislumbrar dessas diferenças nas qualificações, a Bíblia não indica claramente a função dos diáconos. Contudo, baseado no padrão estabelecido em Atos 6, com os apóstolos e os Sete, parece melhor enxergar os diáconos como servos que fazem o que for necessário para permitir que os presbíteros cumpram o seu chamado divino de pastorear e ensinar a igreja. Assim como os apóstolos delegaram responsabilidades administrativas aos Sete, também os presbíteros devem delegar certas responsabilidades aos diáconos, de modo que os presbíteros possam focar os seus esforços em outras atividades. Como resultado, cada igreja local é livre para definir as tarefas dos diáconos conforme as suas necessidades particulares.

Quais são alguns deveres pelos quais os diáconos devem ser responsáveis hoje? Eles poderiam ser responsáveis por qualquer coisa que não seja relacionada ao ensino e ao pastoreio da igreja. Tais deveres poderiam incluir: 

  • Instalações: Os diáconos poderiam ser responsáveis por administrar a propriedade da igreja. Isso incluiria assegurar que o lugar de culto esteja preparado para a reunião de adoração, limpá-lo, ou administrar o sistema de som.
  • Benevolência: Semelhante ao que ocorreu em Atos 6.1-6 com a distribuição diária em favor das viúvas, os diáconos podem estar envolvidos em administrar fundos ou outras formas de assistência aos necessitados.
  • Finanças: Enquanto os presbíteros deveriam, provavelmente, supervisionar as questões financeiras da igreja (Atos 11.30), pode-se deixar apropriadamente que os diáconos lidem com as questões cotidianas. Isso incluiria coletar e contar as ofertas, manter registros, e assim por diante.
  • Introduções: Os diáconos poderiam ser responsáveis por distribuir boletins, acomodar a congregação nos assentos ou preparar os elementos para a comunhão.
  • Logística: Os diáconos deveriam estar prontos a ajudar em uma variedade de modos, de forma que os presbíteros  possam se concentrar no ensino e no pastoreio da igreja.

CONCLUSÃO

Ao passo que a Bíblia encarrega os presbíteros das tarefas de ensinar e liderar a igreja, o papel dos diáconos é mais orientado ao serviço. Isso é, eles devem cuidar das preocupações físicas ou temporais da igreja. Ao lidarem com tais questões, os diáconos liberam os presbíteros para que foquem no pastoreio das necessidades espirituais da congregação.

Contudo, embora os diáconos não sejam os líderes espirituais da congregação, o seu caráter é da maior importância, motivo pelo qual deveriam ser examinados e apresentar as qualificações bíblicas arroladas em 1 Timóteo 3.

Autor: Benjamin L. Merkle

FonteMinistério Fiel





✔️ Qual a diferença entre presbítero e presbitério? ✔️ Presbítero é um dom ou eu posso me tornar um quando eu bem entender? ✔️ Porque Deus pede pra que os presbíteros unjam os enfermos, e não os pastores?

           
Pr. Fabio Segantin




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