sábado, 5 de junho de 2021

Lição 11: Os dramas humanos e a graça divina

 

               Lição 11: Os dramas humanos e a graça divina

 Central Gospel Família Cristã – Proteção, Parceria e Amor

Texto Áureo:

Ana, por que choras?

 E por que não comes?

 E por que está mal o teu coração?

1 Samuel 1.8b

Texto Bíblico Básico:

1 Sm 1.9-11,17,18,20,22,26-28

9 Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor.

10 Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.

11 E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.

17 Então respondeu Eli: Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.

18 E disse ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher foi o seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste.

20 E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.

22 Porém Ana não subiu; mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para sempre.

26 E disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR

27 Por este menino orava eu; e o Senhor atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito.
28 Por isso também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias

 que viver, pois ao Senhor foi pedido. E adorou ali ao Senhor.

PALAVRA INTRODUTÓRIA

- Professor(a), nesta lição se concentre na comunicação dentro do lar, pois os cônjuges devem aprender a compartilhar seus problemas e entenderem entre eles seus sentimentos.

- “quando a desventura bate à porta de nossa casa”, se refere as adversidades que vez por outra ocorrem em nossa vida e nossa família.

- “a graça divina pode manifestar-se”,

significa que o Senhor às vezes usa as adversidades da família para fazer coisas maravilhosas em nossa parentela.

Temática da lição: Como lidar com a dor e a frustração gerada pela família.

                     Introdução

     Deus fez o homem e viu que ele precisava de um ser semelhante, que o auxiliasse. Não se tratava apenas de auxílio em tarefas, mas de corresponder com as expectativas. A palavra adjuntora (Gn 2.18) vem do hebraico nãghadh, que pode ser representada pelo sentido de “compartilhar com alguém”, assim entendemos porque está em nosso cerne a necessidade
dividir experiências com nossos semelhantes. O próprio Deus plantou isso em nós, de maneira que nos sentimos fortes e protegidos no meio de um grupo ou com alguém da nossa confiança, mas vulneráveis e perdidos quando estamos sozinhos, principalmente em situações de estresse.

     A Dra Ilma Cunha diz:
O ser humano não é regido pelo instinto, como os animais, mas pela razão, e necessita da formação familiar para a construção do seu plano de conduta, dos elementos que nortearão as suas atitudes, seus comportamentos e suas decisões ao longo da vida.

      A família foi criada por Deus para ser um lugar de segurança e alegria. Foi a primeira célula social gerada, contudo, o diabo tem investido ferozmente para mudar a configuração familiar e transformá-la em um lugar árido e sem legitimidade. Se a família não cumpre sua função e está distanciada do padrão divino, toda a sociedade apresentará desvios em sua conduta, e se apresentará igualmente fria e doente em seus relacionamentos.

           Contexto Histórico

     Na Bíblia judaica os livros de Samuel se apresentam logo após o livro de Juízes, e este declara a situação de Israel naquele momento: Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos. Jz 21.25

     O contexto era de depravação moral e religiosa. Samuel nasce do desejo de Ana, mas se apresenta como o fiel sacerdote/profeta/juiz que substitui Eli e sua casa corrupta no santuário de Siló e conduz a comunidade israelita à fé e adoração a Deus. Elcana morava na região montanhosa de Ramatain-Zofim (Ramá), terra dedicada aos levitas, dentro do território da tribo Efraim. Ele pertencia à família de Coate, descendente de Levi, portanto, tanto ele como sua prole estavam aptos para o serviço sacerdotal (1 Cr 6.22-28, 66-67).

      A família de Elcana era composta por ele, Ana e Penina com seus filhos. Não era um casamento monogâmico, o que frequentemente gerava problemas no seio familiar da época. Embora no Antigo Testamento não se encontre incentivo para um casamento com várias esposas, não era uma situação incomum. Não podemos afirmar que Penina tenha sido tomada por esposa de Elcana devido a infertilidade de Ana, mas é uma possibilidade. O fato é que a relação familiar era conflituosa: Penina humilhava Ana pelo fato de não ter filhos, Ana sofria e Elcana tentava compensar. Uma situação desgastante, podemos imaginar.

    A situação de Ana era de fato bastante complicada, por dois aspectos:

- Divino: o fato de ser estéril levantava a questão sobre as bênçãos de Deus (Dt 7.13; 28.1- 13; 30.9-10).

- Social e econômico: os filhos homens eram a base da sociedade, pautada pelo modelo patriarcal. Eles eram responsáveis pelo sustendo familiar, bem como os guerreiros e líderes do clã. Uma mulher sem filhos ficava desprotegida e dependia de que um resgatador a acolhesse (Dt 25.5-10; Rt 2.20). Elcana era um homem temente a Deus, e todos os anos cumpria o ritual de adoração e sacrifício a Deus em Siló, o centro religioso instituído desde os dias de Josué, onde estava também a arca da aliança. (Js 18.1). Nesse período os filhos de Eli, Hofni e Fineias, já eram os sacerdotes, contudo, desprezavam o Senhor (1 Sm 2.12-17), um retrato da condição geral da nação.

       As lições que a situação de Ana nos ensina: 

      1. Nem sempre seremos compreendidos dentro de casa . Ana sofria em silêncio uma dor que não podia ser medida. Talvez sua maior angústia não fosse a esterilidade, mas a humilhação imposta por Penina. Essa é uma situação bastante frequente em alguns lares, e quanto mais rejeição e confronto, mais as pessoas se endurecem e afastam. O fato é que a postura de Ana impressiona, pois não a vemos brigar com as pessoas ou se rebelar contra Deus, mas clamar em silêncio!
     Muitas vezes queremos superar as humilhações e a dor com uma postura desafiadora, pela nossa própria força e argumento, contudo, na maioria das vezes, somente o Senhor pode nos socorrer. Ele não só compreende nossa aflição, como atende o clamor:  Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor.
Defendes o órfão e o oprimido, a fim de que o homem, que é pó, já não cause terror. Sl 10.17,18.

       2. Nunca despreze a dor do outro: ela é real e merece atenção
    O ser humano tem a tendência de medir o outro por ele mesmo, assim, muitas vezes não é capaz de compreender a dor alheia, pois faz pouco caso dela. O fato é que cada um possui uma história de vida e uma capacidade emocional para lidar com a dor, e tentar medir esse valor gera mais dor. Içami Tiba diz que em pele ferida até analgésico pode doer, desse modo,
em vez de nos apressarmos em colocar um curativo em cima de qualquer queixa ou dor, como fez Elcana, devemos primeiramente exercitar a escuta e proporcionar ao outro revelar a profundidade da sua dor.

      3. Reconheça sua dor. Nomeie seus sentimentos . Esse tópico está diretamente relacionado ao anterior. Muitas pessoas passam a vida sem
revelar a sua dor, e isso somatiza no corpo, gerando doenças. Denominamos as doenças mas ignoramos o que as gerou sob o aspecto psicológico, então acabamos tratando os sintomas e não a fonte deles. Em geral as pessoas discutem, gritam umas com as outras, mas nem por
isso conseguem se fazer entender, isso porque é preciso tempo para que uma pessoa tenha a compreensão da sua dor e possa dar nome a ela. É necessário que haja uma escuta interna de si mesmo, para se autoconhecer, contudo, gasta-se muito tempo num cabo de força, na tentativa de provar quem tem razão, e os sentimentos mais profundos se perdem no esforço.
       Ana entendeu que a sua alma estava em angústia pois se sentia frustrada por não ter filhos e humilhada pelas provocações de Penina. Ter o reconhecimento da sua condição permitiu falar para Deus do que necessitava.

      4. Posicione-se diante de Deus . Ana fez um voto com Deus, daria seu filho como nazireu. Esse voto podia ser temporário ou permanente e implicava nas seguintes condições, conforme descrito em Números 6.2-21:

- Não podia participar do fruto da vinha (comer ou beber qualquer parte da uva)
- Não podia cortar o cabelo
- Não podia tocar em defunto
Ana ofereceu seu filho num voto permanente, que implicava na sua total devoção e reconhecimento a Deus. Será que estaríamos dispostas a reproduzir a sua dedicação e palavra? Muitas vezes, no desespero, prometemos coisas a Deus, mas assim que recebemos o favor, declinamos na promessa, o que demonstra a nossa falta de compromisso com a
verdade e falta de fé. Não devemos nos comprometer com Deus naquilo que não temos certeza de manter (Dt 23.21-23; Ec 5.4-6).

     Outro aspecto importante da postura de Ana é que ela não se eximiu da responsabilidade da bênção, antes, se posicionou como parte fundamental para o cumprimento dela. Não podemos esperar apenas que Deus se mova em nosso favor, pois Ele já derramou sobre nós a sua graça redentora, e ganhamos tudo! Precisamos nos posicionar com atitudes, em obras,
para que a fé seja justificada (Tg 2.17-26).

       5. Leve seus problemas a quem pode resolver. Ana não tinha com quem compartilhar sua dor além de Deus. Seu marido já fazia tudo o que podia para confortá-la, e certamente ela reconhecia isso, mas não podia realizar o milagre de fazê-la gerar um filho. Também não resolveria a situação discutindo sobre a maneira de agir de Penina, essa discussão provavelmente só amplificaria a sua limitação e aumentaria a sua dor. Talvez Ana também não pensasse em compartilhar com Eli, devido à degradação moral do sacerdócio, quem sabe...

      O fato é que ela só tinha uma alternativa viável, e foi até ela: Deus. Será que levamos nossos problemas a quem pode de fato resolvê-los? Isso se aplica também ao plano humano. A sunamita não compartilhou seu problema com Geazi, servo de Eliseu, mas só derramou seu coração diante do profeta, pois reconhecia nele a autoridade no assunto (1 Re 4.8-37). Muitas pessoas expõem seus conflitos familiares a todos, mas não
procura aconselhamento pastoral ou terapêutico, e acaba vivendo num ciclo de pranto, sem tratar o problema. O Senhor quer que vivamos em plenitude de vida! (Ef 3.17-21)

       6. Relacione-se e compartilhe seus sonhos com quem pode impulsionar a sua fé.  Quando o sacerdote Eli viu Ana balbuciando seu lamento, prontamente criticou sua atitude, acreditando que ela estava embriagada. Não podemos ver isso como um absurdo em nossa
sociedade, pois frequentemente estamos prontos para julgar e apontar as falhas dos outros, sem o real conhecimento dos fatos. Isso pode gerar desânimo nas pessoas, e nem nos darmos conta do estrago. Mas Ana compartilhou sua dor com o sacerdote e recebeu uma palavra de vida, com efeito tão curativo que ela logo se animou e voltou a se alimentar e sorrir. Aquela palavra colocou a sua fé em ação, e o milagre aconteceu.

       Elcana também compartilhou da fé e do sonho de Ana, ao reafirmar o voto dela de entregar o filho como nazireu (1 Sm 1.21). Esse voto poderia facilmente ser desfeito, já que a mulher tinha que ter o aval do marido (Nm 30.6-15), mas em vez de duvidar ou criticar, Elcana reafirmou o propósito da sua esposa. Devemos estar na companhia de quem pode nos aproximar de Deus, e nos motivar a
permanecer em Sua presença. Devemos buscar a companhia de quem pode edificar a nossa fé, e fugir daqueles que, mesmo com palavras “de Deus,” nos impedem de ver as grandes obras do Senhor, como os amigos de Jó.

                                  CONCLUSÃO

     As relações familiares enfraquecidas podem levar as pessoas ao desânimo espiritual e  desespero emocional, mas em Deus está a motivação necessária e suficiente para gerar sonhos. Assim, ficam as perguntas: Estamos dispostos a gerar filhos/sonhos/projetos e entrega-los aos cuidados de Deus? Temos confiança de Ele tem poder para fazer abundantemente mais em nossa vida se dedicarmos tudo a Ele?

    ( Profa. Renata Santana)

          Fonte: ESCOLA BEREANA – EBD ADVEC

 


        Quebrando o egoísmo

 Quebrando o egoísmo Somos extremamente egoístas – a ponto de pensarmos em dar a alguém só para recebermos mais em troca. Porém, o sistema segundo o qual Deus trabalha conosco na Lei do Dar e Receber é justamente uma forma de se quebrar o egoísmo. Ele nos ensina a darmos porque Ele não quer que estejamos presos a nada. E, quando nos desprendemos, Ele sabe que estamos demonstrando maturidade para recebermos mais.

  Para muitos crentes hoje, o fato de serem abençoados financeiramente não significaria uma bênção tão grande assim, pois, devido ao seu egoísmo e imaturidade, prejuízos poderiam ocorrer até mesmo com a entrada de recursos financeiros.

  O Filho Pródigo que o diga! Ele não tinha maturidade alguma para receber o que recebeu. Assim sendo, dissipou tudo! Através do nosso dar, da nossa liberação sincera e despretensiosa, acionamos um princípio pelo qual podemos receber de Deus. Mas a dádiva egocêntrica não se enquadra no todo das leis divinas quanto ao dar e receber.

  Vemos pessoas na Bíblia que deram sem ser abençoadas, como Ananias e Safira, por exemplo. O ato de dar não pode ser visto isoladamente. Assim como falamos da semente que precisa morrer para germinar e frutificar, assim também, na Lei do Dar e Receber, o dar tem que ser uma entrega que quebre o egoísmo.

   Não negamos que o próprio Deus instituiu a Lei do Dar e Receber, mas isto não quer dizer que barganhar com Ele seja forma de se receber algo. Dar é melhor do que receber porque é uma ajuda no processo de se quebrar o egoismo e nos prepara para recebermos com uma atitude melhor.

  EXEMPLOS BÍBLICOS

  Há uma diversidade de exemplos bíblicos que demonstram o funcionamento da Lei do Dar e Receber.

  Muitas vezes concluímos erroneamente que os relatos bíblicos são uma mera descrição histórica. Mas, por trás de cada episódio, há uma lição a ser aprendida:

 “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” Romanos 15.4

  O EXEMPLO DE ANA

  Um belo exemplo bíblico da Lei do Dar e Receber pode ser visto na vida de Ana, a mãe do profeta Samuel.

  As Escrituras Sagradas afirmam que ela não podia gerar filhos, pois ela era estéril (1 Sm 1.5,6), mas, ainda assim, ela ofereceu ao Senhor Deus o filho que ela teria, caso viesse a experimentar um milagre:

  “E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” 1 Samuel 1.11

  Depois que Samuel nasceu e ela o desmamou, Ana cumpriu o voto dela, e, para dedicá-lo a Deus, ela o levou ao Templo, onde o deixou aos cuidados de Eli, o sacerdote que antes a teve por embriagada (1 Sm 1.24-28).

  E o que aconteceu com Ana?

  A lei do receber funcionou para aquela que deu:

  “Eli abençoava a Elcana e a sua mulher e dizia: O Senhor te dê filhos desta mulher, em lugar do filho que devolveu ao Senhor. E voltavam para a sua casa. Abençoou, pois, o Senhor a Ana, e ela concebeu e teve três filhos e duas filhas; e o jovem Samuel crescia diante do Senhor” 1 Samuel 2.20,21

  Ana ainda não tinha nenhum filho, mas, ao dá-lo a Deus, recebeu outros cinco. E o interessante é que ela deu antes de ter para dar. Podemos dizer que foi uma dádiva de fé.

  Já fiz isto algumas vezes. Já orei ao Senhor, consagrando a Ele recursos que eu ainda não tinha! Em minhas orações eu Lhe disse o que eu gostaria de ofertar, mas que antes eu precisaria receber d’Ele, para então poder devolver-lhe. Fiz isto mesmo não tendo nada para dar nestas ocasiões, e, quando as respostas das orações vieram, cumpri a promessa e entreguei imediatamente o que eu havia me comprometido ofertar ao Senhor.

  A Lei do Dar e Receber é tão forte que até o que votamos ao Senhor, mesmo antes de termos, já gera resultados.

   Texto extraído do livro “Uma Questão de Honra”

   Luciano Subirá

 


        Ana mãe de Samuel e suas virtudes

   Ana a mãe de Samuel é um grande exemplo de alguém que enfrentou o impossível e venceu. Ela é uma mulher fantástica! A sua impossibilidade para gerar filhos não foi suficiente para fazê-la desistir de acreditar no Senhor Deus.

  Comportamento diante do impossível

  A história de Ana é o retrato de uma mulher cheia de fé. Com um relacionamento vivo e sincero com Deus, que não abre mão dos bons planos dele para sua vida. Ana era uma das esposas de Elcana, a que ele mais amava. A outra era Penina a que gerava filhos (I Samuel 1.1,2). No costume da época era permitido ao marido ter uma segunda esposa caso a primeira fosse estéril. O objetivo era garantir a descendência dele.

  Era costume de Elcana, todos os anos com toda sua família, sair de Ramataim[1]Zofim para oferecer sacrifícios ao Senhor, na capital nacional da adoração Siló (1 Samuel 1:4,5).

  Elcana procurava agradar a Ana de todas as maneiras, por dois motivos: porque a amava e porque percebia o semblante triste dela, como se lhe faltasse alguma coisa.

  Claramente, ele não entendia a dor de sua esposa (1 Samuel 1:8). Acreditava que o bom tratamento, as regalias e presentes eram suficientes para satisfazê-la.

   A insensibilidade espiritual dele não lhe permitia perceber o que realmente importava. Para ajudá-la, ele deveria se ajoelhar ao lado dela e orar junto, pedindo um filho.

  Por outro lado, ela não se conformava. Ela queria ver o bom plano de Deus para sua vida, sendo cumpridos. Ela era uma mulher que não procurava paliativos para sua dor.

  O grito da esperança

  Como mulher de Deus, ela não desistiu de buscar ao Senhor mesmo diante de algo impossível. Não podemos deixar de enxergar que a situação a fazia sofrer, visto que “com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (1 Samuel 1:10). No entanto, ela não se permitia ser sufocada pela aflição.

  É importante percebermos na vida que situações extremas exigem atitudes extremas. Então, Ana fez um voto, e ele é bem específico: “se à tua serva deres um filho homem”. (1 Samuel 1:11)

  Ela sabia exatamente o que queria do seu Deus. E deixou bastante claro para

 Ele que a resposta a esse pedido era para a glória do seu nome. Era algo consagrado a ele.

  Tenha em mente que a sua oração vai exigir tudo de você!

  Energia, perseverança, vontade. Ana perseverou em orar perante o Senhor pelo tempo que foi preciso (1 Samuel 1:11). O sacerdote Eli a observava enquanto fazia isso. Você está sendo observado enquanto busca o seu milagre (Hebreus 12:1).

  As pessoas querem saber se sua devoção, fé e piedade realmente funcionam. Assim como a mãe de Samuel, por muitas vezes você terá de lidar com a incompreensão (1 Samuel 1:13-14)

   Muitos servos de Deus não compreenderão a sua dor. Muitas pessoas farão a leitura errada do seu problema.

 • Os amigos de Jó acharam que ele havia pecado;

 • Os discípulos queriam saber quem havia pecado para que o cego de nascença fosse cego;

 • Os irmãos de Davi achavam que ele era presunçoso. Isso deve aumentar a sua carga de oração e comunhão com Deus.

  Isso te coloca em uma posição que somente o Senhor entende.

  Uma clara visão do seu problema

  Ana conhece a si mesma. Você precisa ter um conhecimento claro daquilo que te incomoda para apresentar ao Senhor, e para poder se defender.

 Ela é uma mulher profundamente consagrada ao Senhor. Ao ouvir a suspeita do sacerdote Eli, ela não xinga, não fica irritada, nem zomba do homem de Deus. Simplesmente responde de forma humilde e respeitosa (1 Samuel 1:15,16). Ela possui uma vida de oração ativae isso aguça os seus sentidos espirituais (Efésios 6:12,13).

  Ela confia, ama e se relaciona com Deus, daí a facilidade de falar sobre todos as suas preocupações a Ele.

  Nunca rejeite a bênção do homem de Deus! Eli era um sacerdote do Senhor, muito embora fosse reprovado por causa da conduta de seus filhos. Ele representava Deus e as palavras que saíssem de sua boca teriam poder de abençoar e amaldiçoar (Provérbios 18:20,21).

  Ao ouvir as justificativas da serva de Deus, sobre sua oração, Eli liberou palavras de bênção sobre a vida da mãe de Samuel (1 Samuel 1:17)

  Ao ouvir as palavras de bênção que saíram da boca do sacerdote a atitude de Ana mudou. Seguiu viagem, se alimentou e em seu rosto havia alegria (1 Samuel 1:18).

  Nunca despreze as palavras de bênção que saem da boca do seu mentor espiritual.

  Transformando fé em atitude

  Ana creu! A partir de agora suas atitudes são baseadas na sua fé. Eles levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor. Ao chegar em casa, Elcana e amou sua esposa. Ela engravidou e o menino se chamou Samuel (1 Samuel 1:19,20)

  A mãe de Samuel obedeceu exatamente ao seguinte processo: Ela orou, esteve alerta e após receber as palavras de bênção ela agradeceu. Ana e Elcana acordaram de madrugada para oferecer um culto de gratidão a Deus, após isso viajaram.

  A importância da gratidão

  O Senhor concedeu o desejo de sua serva. Alegrou o coração da sua serva. Após isso, em mais uma atitude de gratidão ela põe o nome do menino Samuel (1 Samuel 1:19,20).

  Sobre isso, há três verdades:

 • Aprenda a demonstrar gratidão;

 • Deus ama a gratidão;

 • A gratidão antecede o milagre, muitas vezes. O desejo de Deus é alegrar o seu coração!

  O Cumprimento do voto

  Um ano após o nascimento de Samuel, quando o menino já tinha desmamado e podia viajar, Ana leva ao Templo uma oferta de gratidão ao Senhor (I Samuel 1.24).Sua liberalidade não estava condicionada a sua necessidade. Ela é liberal antes e depois do milagre.

  Cultive a semente da liberalidade em sua vida e você terá acesso a grandes colheitas de bênçãos preparadas pelo Senhor (2 Coríntios 9:6).

  A sua colheita é proporcional a sua semeadura

  Ana volta para agradecer e conta ao Homem de Deus quem ela é e como ocorreu o milagre (1 Samuel 1:26,27). Com isso, ela nos ensina três coisas:

 • O seu testemunho deve ser contado;

 • Compartilhe os pedidos de oração e os milagres;

 • Conte ao servo de Deus que ministra sobre sua vida sobre o milagre. Isso fortalecerá seu coração.

  A entrega de Samuel a Deus

  Ana não se demorou a cumprir sua promessa. Assim como disse fez (I Samuel 1.28). Após contar seu testemunho ela entrega Samuel ao sacerdote e adora ao Senhor. Ela não caiu na tentação de fazer o voto e descumpri-lo (Deuteronômio 23:21).

  Não faça aliança com Deus se não estiver disposto a cumprir sua parte no acordo. Deus é fiel. A parte dele sempre é garantida, e a sua?

  Ana se alegra em Deus

  O fato de ter sua oração respondida mostra, que sua fé não é vazia, sem propósito, inútil. Há um grande Deus no céu que a ouve.

  Ela é poderosa em Deus. Após humilhações, desprezo e vergonha, pode cantar e adorar. Ela proclama em alto e bom som o que o Senhor fez (I Samuel 2.1). Ana declara palavras de vitória sobre seus inimigos (1 Samuel 2:2-4).

  Sua confiança em Deus é levada para outro nível. Ela confia completamente no julgamento do Senhor. Sabe que não há força humana que resista ao poder de Deus (1 Samuel 2:5-8).

  Agora a mãe de Samuel, contempla a situação por um ângulo totalmente diferente. Quem estava por cima, zombando do sofrimento dos filhos de Deus, agora está enfraquecido.

  Ela reconhece a soberania do Senhor em tudo. Reconhece que não há causa perdida para ele. A visão espiritual de Ana é alargada a medida que ela se entrega a oração, então declara que Deus é poderoso para mudar completamente o nosso futuro (1 Samuel 2:9,10).

  Ana declara que o Senhor tem compromisso com quem lhe serve. Reconhece mais uma vez que o esforço humano não é suficiente para alcançar o favor do Senhor e que não há força humana, suficiente para contender com Ele.

  A colheita de Ana

  O pedido de Ana alcançou o coração de Deus e ela deu à luz a um milagre. Samuel não era apenas um filho, ele se tornou profeta, juiz e sacerdote de Israel. Samuel era a única pessoa com quem Deus falava em um tempo em que as visões eram raras e que o Senhor não falava com ninguém (I Samuel 3.1)

   Nisto se cumpre totalmente o que diz o apóstolo Paulo em Efésios 3:20, sobre o fato de servirmos a um Deus que pode fazer muito mais do pedimos ou imaginamos, segundo o seu poder.

  O Senhor não quer te dar migalhas. Ele quer te dar coisas infinitamente maiores do que as que você pede. A sua fé, oração, culto e liberalidade são determinantes nesse processo.

  Ana cuidava de Samuel, o seu milagre!

  Cultive bem as boas coisas que o Senhor tem te dado. Se você for fiel sobre o pouco ele te colocará sobre o muito (Lucas 16.10). Mesmo após ser abençoada Ana permanece liberal.

  Ela permaneceu indo ao Templo uma vez ao ano, para oferecer sacrifício como era o seu costume. Não era um “interesseira espiritual”, o que ela fazia antes de receber a bênção ela continua fazendo após (1 Samuel 2:20,21).

  Após o milagre, Elcana e Ana continuaram recebendo as palavras de bênção do Servo de Deus. Ou seja, a corrente de bênção continuaria fluindo. Isso fez com que ela pedisse um filho e recebesse seis!

  Glória a Deus!

  Muitas pessoas após receberam a bênção acabam se afastando do Servo de Deus, do Templo. Cortando o fluxo da corrente de bênçãos.

  Não cometa este erro, permaneça perto da corrente de bênçãos. O Senhor tem um manancial inesgotável e como já vimos Ele deseja te dar muito mais além do que você tem pedido.

  Conclusão

  A vida de Ana a mãe de Samuel é inspiradora e possui lições preciosas para nossa própria vida

 • Não devemos desistir dos sonhos que glorificam a Deus;

 • Não devemos dar ouvidos aos opositores;

 • Devemos esperar sempre a providência do Senhor;

       Ana mãe de Samuel e suas virtudes.

       Diego Nascimento

FONTE: 


 


Para ilustrar o texto

 Há mistério nas tribulações e nos sofrimentos.

 Memórias: A stranger in the house of God [Um desconhecido na casa de Deus], de John Koessler. Nessas memórias (2007), o professor e autor Koessler escreve:

 Minhas orações pareciam os pedidos que, às vezes, eu fazia a meus pais. Quanto maior o pedido, mais ambígua era a resposta.

 — Mãe, quero uma bicicleta nova!

 — Hum, vamos ver. Essa resposta ocupava aquela misteriosa terra de ninguém entre o desejo e sua realização, que as crianças conhecem tão bem.

 Essa é uma região em que a atmosfera é um misto de esperança e decepção: o mínimo necessário de esperança, para manter nossos sonhos mais fantásticos como possibilidade remota, e um nível de decepção que não chega a ponto de matar inteiramente esses sonhos.9

 As orações dos perseguidos são eficazes. Relato verídico: The story of Ruby Bridges [A história de Ruby Bridges], de Robert Coles.

 Ruby era de uma família muito trabalhadora e que se apegava firmemente a sua fé. Quando um juiz ordenou o fim da segregação racial nas escolas de Nova Orleans, Ruby foi uma das primeiras crianças negras a serem escolhidas para participar desse processo. Multidões iradas se ajuntaram no primeiro dia de aula e em muitos outros dias. Durante meses, Ruby foi e voltou da escola escoltada por policiais. Certo dia, Ruby orou diante da multidão, pedindo que Deus perdoasse aqueles que a haviam maltratado, pois “eles não sabem o que fazem”, da mesma forma como outros tinham dito coisas terríveis a respeito de Jesus “muito tempo atrás”.10

 A justiça de Deus se identifica com o seu povo oprimido e o vindica. Poesia:

 William Cullen Bryant.

 Este poema de Bryant (1794-1878) foi encontrado entre as folhas do começo do capítulo 40 do manuscrito de Uncle Tom’s cabin, de Harriet Beecher Stowe.11

 Não considere o justo esquecido pelo céu!

 Embora a vida lhe negue suas dádivas comuns,

 embora, com o coração oprimido

 e sangrando,

 e desprezado pelos homens, ele caminha para a morte!

 Pois, de cada dia de tristeza, Deus tomou nota,

 cada lágrima de amargor ele contou,

 e os anos incontáveis de êxtase celestial retribuirão,

 por tudo que seus filhos padecem aqui.

    Introdução a 1 e 2Samuel

    Esterilidade, adeus!


          

Nesta lição, com base na história de Ana (1 Sm 1.4-28), entenderemos que, quando a desventura bate à porta de nossa casa, quando vivemos dramas complexos, a graça divina pode manifestar-se misericordiosamente dentro dela, se nos dispusermos a recebê-la. A partir dessa narrativa, entenderemos que: (1) Nem sempre nossas necessidades serão compreendidas dentro de casa; (2) O coração tem suas próprias demandas; (3) Precisamos assumir nossas dores e dar nome a elas; (4) Nossa fé antecipa a vitória em forma de voto; (5) Às vezes, precisamos orar em silêncio; (6) Precisamos de pessoas que nos ajudem a concretizar os propósitos de Deus em nossa vida. Boa aula!

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