Lição
11: Os dramas humanos e a graça divina
Central Gospel Família Cristã – Proteção, Parceria e Amor
Texto
Áureo:
Ana, por que
choras?
E por que não comes?
E por que está mal o teu coração?
1 Samuel 1.8b
Texto Bíblico Básico:
1 Sm 1.9-11,17,18,20,22,26-28
9 Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor.
10 Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.
11 E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
17 Então respondeu Eli: Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.
18 E disse ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher foi o seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste.
20 E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.
22 Porém Ana não subiu; mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para sempre.
26 E disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR
27 Por este menino orava eu; e o Senhor atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito.
28 Por isso também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias
que viver, pois ao Senhor foi pedido. E adorou ali ao Senhor.
PALAVRA
INTRODUTÓRIA
-
Professor(a), nesta lição se concentre na comunicação dentro do lar, pois os
cônjuges devem aprender a compartilhar seus problemas e entenderem entre eles
seus sentimentos.
-
“quando a desventura bate à porta de nossa casa”, se refere as adversidades que
vez por outra ocorrem em nossa vida e nossa família.
-
“a graça divina pode manifestar-se”,
significa
que o Senhor às vezes usa as adversidades da família para fazer coisas
maravilhosas em nossa parentela.
Temática
da lição: Como lidar com a dor e a frustração gerada pela família.
Introdução
Deus fez o homem e viu que ele precisava de um ser semelhante, que o
auxiliasse. Não se tratava apenas de auxílio em tarefas, mas de corresponder
com as expectativas. A palavra adjuntora (Gn 2.18) vem do hebraico nãghadh, que
pode ser representada pelo sentido de “compartilhar com alguém”, assim
entendemos porque está em nosso cerne a necessidade
dividir experiências com nossos semelhantes. O próprio Deus plantou isso em
nós, de maneira que nos sentimos fortes e protegidos no meio de um grupo ou com
alguém da nossa confiança, mas vulneráveis e perdidos quando estamos sozinhos,
principalmente em situações de estresse.
A Dra Ilma Cunha diz:
O ser humano não é regido pelo instinto, como os animais, mas pela razão, e
necessita da formação familiar para a construção do seu plano de conduta, dos
elementos que nortearão as suas atitudes, seus comportamentos e suas decisões
ao longo da vida.
A família foi criada por Deus para ser um lugar de segurança e alegria. Foi a
primeira célula social gerada, contudo, o diabo tem investido ferozmente para
mudar a configuração familiar e transformá-la em um lugar árido e sem
legitimidade. Se a família não cumpre sua função e está distanciada do padrão
divino, toda a sociedade apresentará desvios em sua conduta, e se apresentará
igualmente fria e doente em seus relacionamentos.
Contexto Histórico
Na Bíblia judaica os livros de Samuel se apresentam logo após o livro de
Juízes, e este declara a situação de Israel naquele momento: Naqueles dias não
havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos. Jz
21.25
O contexto era de depravação moral e religiosa. Samuel nasce do desejo de Ana,
mas se apresenta como o fiel sacerdote/profeta/juiz que substitui Eli e sua
casa corrupta no santuário de Siló e conduz a comunidade israelita à fé e
adoração a Deus. Elcana morava na região montanhosa de Ramatain-Zofim (Ramá),
terra dedicada aos levitas, dentro do território da tribo Efraim. Ele pertencia
à família de Coate, descendente de Levi, portanto, tanto ele como sua prole
estavam aptos para o serviço sacerdotal (1 Cr 6.22-28, 66-67).
A família de Elcana era composta por ele, Ana e Penina com seus filhos. Não era
um casamento monogâmico, o que frequentemente gerava problemas no seio familiar
da época. Embora no Antigo Testamento não se encontre incentivo para um
casamento com várias esposas, não era uma situação incomum. Não podemos afirmar
que Penina tenha sido tomada por esposa de Elcana devido a infertilidade de
Ana, mas é uma possibilidade. O fato é que a relação familiar era conflituosa:
Penina humilhava Ana pelo fato de não ter filhos, Ana sofria e Elcana tentava
compensar. Uma situação desgastante, podemos imaginar.
A situação de Ana era de fato bastante complicada, por dois aspectos:
-
Divino: o fato de ser estéril levantava a questão sobre as bênçãos de Deus (Dt
7.13; 28.1- 13; 30.9-10).
-
Social e econômico: os filhos homens eram a base da sociedade, pautada pelo
modelo patriarcal. Eles eram responsáveis pelo sustendo familiar, bem como os
guerreiros e líderes do clã. Uma mulher sem filhos ficava desprotegida e
dependia de que um resgatador a acolhesse (Dt 25.5-10; Rt 2.20). Elcana era um
homem temente a Deus, e todos os anos cumpria o ritual de adoração e sacrifício
a Deus em Siló, o centro religioso instituído desde os dias de Josué, onde
estava também a arca da aliança. (Js 18.1). Nesse período os filhos de Eli,
Hofni e Fineias, já eram os sacerdotes, contudo, desprezavam o Senhor (1 Sm
2.12-17), um retrato da condição geral da nação.
As lições que a situação de Ana nos ensina:
1.
Nem sempre seremos compreendidos dentro de casa . Ana sofria em
silêncio uma dor que não podia ser medida. Talvez sua maior angústia não fosse
a esterilidade, mas a humilhação imposta por Penina. Essa é uma situação
bastante frequente em alguns lares, e quanto mais rejeição e confronto, mais as
pessoas se endurecem e afastam. O fato é que a postura de Ana impressiona, pois
não a vemos brigar com as pessoas ou se rebelar contra Deus, mas clamar em
silêncio!
Muitas vezes queremos superar as humilhações e a dor
com uma postura desafiadora, pela nossa própria força e argumento, contudo, na
maioria das vezes, somente o Senhor pode nos socorrer. Ele não só compreende
nossa aflição, como atende o clamor: Tu, Senhor, ouves a súplica dos
necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor.
Defendes o órfão e o oprimido, a fim de que o homem, que é pó, já não cause
terror. Sl 10.17,18.
2. Nunca despreze a dor do outro: ela é real e merece atenção
O ser humano tem a tendência de medir o outro por ele mesmo,
assim, muitas vezes não é capaz de compreender a dor alheia, pois faz pouco
caso dela. O fato é que cada um possui uma história de vida e uma capacidade
emocional para lidar com a dor, e tentar medir esse valor gera mais dor. Içami
Tiba diz que em pele ferida até analgésico pode doer, desse modo,
em vez de nos apressarmos em colocar um curativo em cima de qualquer queixa ou
dor, como fez Elcana, devemos primeiramente exercitar a escuta e proporcionar
ao outro revelar a profundidade da sua dor.
3. Reconheça sua dor.
Nomeie seus sentimentos . Esse tópico está diretamente relacionado ao anterior.
Muitas pessoas passam a vida sem
revelar a sua dor, e isso somatiza no corpo, gerando doenças. Denominamos as
doenças mas ignoramos o que as gerou sob o aspecto psicológico, então acabamos
tratando os sintomas e não a fonte deles. Em geral as pessoas discutem, gritam
umas com as outras, mas nem por
isso conseguem se fazer entender, isso porque é preciso tempo para que uma
pessoa tenha a compreensão da sua dor e possa dar nome a ela. É necessário que
haja uma escuta interna de si mesmo, para se autoconhecer, contudo, gasta-se
muito tempo num cabo de força, na tentativa de provar quem tem razão, e os
sentimentos mais profundos se perdem no esforço.
Ana entendeu que a sua alma estava em
angústia pois se sentia frustrada por não ter filhos e humilhada pelas
provocações de Penina. Ter o reconhecimento da sua condição permitiu falar para
Deus do que necessitava.
4. Posicione-se diante de Deus . Ana fez um voto com Deus, daria seu
filho como nazireu. Esse voto podia ser temporário ou permanente e implicava
nas seguintes condições, conforme descrito em Números 6.2-21:
-
Não podia participar do fruto da vinha (comer ou beber qualquer parte da uva)
- Não podia cortar o cabelo
- Não podia tocar em defunto
Ana ofereceu seu filho num voto permanente, que implicava na sua total devoção
e reconhecimento a Deus. Será que estaríamos dispostas a reproduzir a sua
dedicação e palavra? Muitas vezes, no desespero, prometemos coisas a Deus, mas
assim que recebemos o favor, declinamos na promessa, o que demonstra a nossa
falta de compromisso com a
verdade e falta de fé. Não devemos nos comprometer com Deus naquilo que não
temos certeza de manter (Dt 23.21-23; Ec 5.4-6).
Outro aspecto importante da postura de Ana é que ela não se eximiu da
responsabilidade da bênção, antes, se posicionou como parte fundamental para o
cumprimento dela. Não podemos esperar apenas que Deus se mova em nosso favor,
pois Ele já derramou sobre nós a sua graça redentora, e ganhamos tudo!
Precisamos nos posicionar com atitudes, em obras,
para que a fé seja justificada (Tg 2.17-26).
5.
Leve seus problemas a quem pode resolver. Ana não tinha com quem
compartilhar sua dor além de Deus. Seu marido já fazia tudo o que podia para
confortá-la, e certamente ela reconhecia isso, mas não podia realizar o milagre
de fazê-la gerar um filho. Também não resolveria a situação discutindo sobre a
maneira de agir de Penina, essa discussão provavelmente só amplificaria a sua
limitação e aumentaria a sua dor. Talvez Ana também não pensasse em
compartilhar com Eli, devido à degradação moral do sacerdócio, quem sabe...
O fato é que ela só tinha uma alternativa viável, e foi até ela: Deus. Será que
levamos nossos problemas a quem pode de fato resolvê-los? Isso se aplica também
ao plano humano. A sunamita não compartilhou seu problema com Geazi, servo de
Eliseu, mas só derramou seu coração diante do profeta, pois reconhecia nele a
autoridade no assunto (1 Re 4.8-37). Muitas pessoas expõem seus conflitos
familiares a todos, mas não
procura aconselhamento pastoral ou terapêutico, e acaba vivendo num ciclo de
pranto, sem tratar o problema. O Senhor quer que vivamos em plenitude de vida!
(Ef 3.17-21)
6. Relacione-se e compartilhe seus sonhos com quem pode impulsionar a sua fé. Quando
o sacerdote Eli viu Ana balbuciando seu lamento, prontamente criticou sua
atitude, acreditando que ela estava embriagada. Não podemos ver isso como um
absurdo em nossa
sociedade, pois frequentemente estamos prontos para julgar e apontar as falhas
dos outros, sem o real conhecimento dos fatos. Isso pode gerar desânimo nas
pessoas, e nem nos darmos conta do estrago. Mas Ana compartilhou sua dor com o
sacerdote e recebeu uma palavra de vida, com efeito tão curativo que ela logo
se animou e voltou a se alimentar e sorrir. Aquela palavra colocou a sua fé em
ação, e o milagre aconteceu.
Elcana também compartilhou da fé e do sonho de Ana, ao reafirmar o voto dela de
entregar o filho como nazireu (1 Sm 1.21). Esse voto poderia facilmente ser
desfeito, já que a mulher tinha que ter o aval do marido (Nm 30.6-15), mas em
vez de duvidar ou criticar, Elcana reafirmou o propósito da sua esposa. Devemos
estar na companhia de quem pode nos aproximar de Deus, e nos motivar a
permanecer em Sua presença. Devemos buscar a companhia de quem pode edificar a
nossa fé, e fugir daqueles que, mesmo com palavras “de Deus,” nos impedem de
ver as grandes obras do Senhor, como os amigos de Jó.
CONCLUSÃO
As relações familiares enfraquecidas podem levar as pessoas ao desânimo
espiritual e desespero emocional, mas em Deus está a motivação necessária
e suficiente para gerar sonhos. Assim, ficam as perguntas: Estamos dispostos a
gerar filhos/sonhos/projetos e entrega-los aos cuidados de Deus? Temos
confiança de Ele tem poder para fazer abundantemente mais em nossa vida se
dedicarmos tudo a Ele?
(
Profa. Renata Santana)
Fonte: ESCOLA BEREANA – EBD ADVEC
Quebrando o egoísmo
Quebrando o egoísmo Somos extremamente
egoístas – a ponto de pensarmos em dar a alguém só para recebermos mais em
troca. Porém, o sistema segundo o qual Deus trabalha conosco na Lei do Dar e
Receber é justamente uma forma de se quebrar o egoísmo. Ele nos ensina a darmos
porque Ele não quer que estejamos presos a nada. E, quando nos desprendemos,
Ele sabe que estamos demonstrando maturidade para recebermos mais.
Para
muitos crentes hoje, o fato de serem abençoados financeiramente não
significaria uma bênção tão grande assim, pois, devido ao seu egoísmo e
imaturidade, prejuízos poderiam ocorrer até mesmo com a entrada de recursos
financeiros.
O Filho
Pródigo que o diga! Ele não tinha maturidade alguma para receber o que recebeu.
Assim sendo, dissipou tudo! Através do nosso dar, da nossa liberação sincera e
despretensiosa, acionamos um princípio pelo qual podemos receber de Deus. Mas a
dádiva egocêntrica não se enquadra no todo das leis divinas quanto ao dar e
receber.
Vemos
pessoas na Bíblia que deram sem ser abençoadas, como Ananias e Safira, por
exemplo. O ato de dar não pode ser visto isoladamente. Assim como falamos da
semente que precisa morrer para germinar e frutificar, assim também, na Lei do
Dar e Receber, o dar tem que ser uma entrega que quebre o egoísmo.
Não negamos que o próprio Deus instituiu a
Lei do Dar e Receber, mas isto não quer dizer que barganhar com Ele seja forma
de se receber algo. Dar é melhor do que receber porque é uma ajuda no processo
de se quebrar o egoismo e nos prepara para recebermos com uma atitude melhor.
EXEMPLOS BÍBLICOS
Há uma
diversidade de exemplos bíblicos que demonstram o funcionamento da Lei do Dar e
Receber.
Muitas
vezes concluímos erroneamente que os relatos bíblicos são uma mera descrição
histórica. Mas, por trás de cada episódio, há uma lição a ser aprendida:
“Pois
tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de
que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”
Romanos 15.4
O
EXEMPLO DE ANA
Um belo
exemplo bíblico da Lei do Dar e Receber pode ser visto na vida de Ana, a mãe do
profeta Samuel.
As
Escrituras Sagradas afirmam que ela não podia gerar filhos, pois ela era
estéril (1 Sm 1.5,6), mas, ainda assim, ela ofereceu ao Senhor Deus o filho que
ela teria, caso viesse a experimentar um milagre:
“E fez um voto, dizendo: Senhor dos
Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te
lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao
Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará
navalha.” 1 Samuel 1.11
Depois
que Samuel nasceu e ela o desmamou, Ana cumpriu o voto dela, e, para dedicá-lo
a Deus, ela o levou ao Templo, onde o deixou aos cuidados de Eli, o sacerdote
que antes a teve por embriagada (1 Sm 1.24-28).
E o que
aconteceu com Ana?
A lei do receber funcionou para aquela que
deu:
“Eli
abençoava a Elcana e a sua mulher e dizia: O Senhor te dê filhos desta mulher,
em lugar do filho que devolveu ao Senhor. E voltavam para a sua casa. Abençoou,
pois, o Senhor a Ana, e ela concebeu e teve três filhos e duas filhas; e o
jovem Samuel crescia diante do Senhor” 1 Samuel 2.20,21
Ana
ainda não tinha nenhum filho, mas, ao dá-lo a Deus, recebeu outros cinco. E o
interessante é que ela deu antes de ter para dar. Podemos dizer que foi uma
dádiva de fé.
Já fiz
isto algumas vezes. Já orei ao Senhor, consagrando a Ele recursos que eu ainda
não tinha! Em minhas orações eu Lhe disse o que eu gostaria de ofertar, mas que
antes eu precisaria receber d’Ele, para então poder devolver-lhe. Fiz isto
mesmo não tendo nada para dar nestas ocasiões, e, quando as respostas das
orações vieram, cumpri a promessa e entreguei imediatamente o que eu havia me
comprometido ofertar ao Senhor.
A Lei
do Dar e Receber é tão forte que até o que votamos ao Senhor, mesmo antes de
termos, já gera resultados.
Texto extraído do livro “Uma Questão de
Honra”
Luciano
Subirá
Ana
mãe de Samuel e suas virtudes
Ana a
mãe de Samuel é um grande exemplo de alguém que enfrentou o impossível e
venceu. Ela é uma mulher fantástica! A sua impossibilidade para gerar filhos
não foi suficiente para fazê-la desistir de acreditar no Senhor Deus.
Comportamento diante do impossível
A
história de Ana é o retrato de uma mulher cheia de fé. Com um relacionamento
vivo e sincero com Deus, que não abre mão dos bons planos dele para sua vida.
Ana era uma das esposas de Elcana, a que ele mais amava. A outra era Penina a
que gerava filhos (I Samuel 1.1,2). No costume da época era permitido ao marido
ter uma segunda esposa caso a primeira fosse estéril. O objetivo era garantir a
descendência dele.
Era
costume de Elcana, todos os anos com toda sua família, sair de Ramataim[1]Zofim
para oferecer sacrifícios ao Senhor, na capital nacional da adoração Siló (1
Samuel 1:4,5).
Elcana
procurava agradar a Ana de todas as maneiras, por dois motivos: porque a amava
e porque percebia o semblante triste dela, como se lhe faltasse alguma coisa.
Claramente, ele não entendia a dor de sua
esposa (1 Samuel 1:8). Acreditava que o bom tratamento, as regalias e presentes
eram suficientes para satisfazê-la.
A insensibilidade espiritual dele não lhe
permitia perceber o que realmente importava. Para ajudá-la, ele deveria se
ajoelhar ao lado dela e orar junto, pedindo um filho.
Por
outro lado, ela não se conformava. Ela queria ver o bom plano de Deus para sua
vida, sendo cumpridos. Ela era uma mulher que não procurava paliativos para sua
dor.
O grito
da esperança
Como
mulher de Deus, ela não desistiu de buscar ao Senhor mesmo diante de algo
impossível. Não podemos deixar de enxergar que a situação a fazia sofrer, visto
que “com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (1 Samuel
1:10). No entanto, ela não se permitia ser sufocada pela aflição.
É importante percebermos na vida que
situações extremas exigem atitudes extremas. Então, Ana fez um voto, e ele é
bem específico: “se à tua serva deres um filho homem”. (1 Samuel 1:11)
Ela
sabia exatamente o que queria do seu Deus. E deixou bastante claro para
Ele que a resposta a esse pedido era para a
glória do seu nome. Era algo consagrado a ele.
Tenha
em mente que a sua oração vai exigir tudo de você!
Energia,
perseverança, vontade. Ana perseverou em orar perante o Senhor pelo tempo que
foi preciso (1 Samuel 1:11). O sacerdote Eli a observava enquanto fazia isso.
Você está sendo observado enquanto busca o seu milagre (Hebreus 12:1).
As
pessoas querem saber se sua devoção, fé e piedade realmente funcionam. Assim
como a mãe de Samuel, por muitas vezes você terá de lidar com a incompreensão
(1 Samuel 1:13-14)
Muitos servos de Deus não compreenderão a
sua dor. Muitas pessoas farão a leitura errada do seu problema.
• Os amigos de Jó acharam que ele havia
pecado;
• Os discípulos queriam saber quem havia
pecado para que o cego de nascença fosse cego;
• Os irmãos de Davi achavam que ele era
presunçoso. Isso deve aumentar a sua carga de oração e comunhão com Deus.
Isso te
coloca em uma posição que somente o Senhor entende.
Uma clara visão do seu problema
Ana conhece a si mesma. Você precisa ter um
conhecimento claro daquilo que te incomoda para apresentar ao Senhor, e para
poder se defender.
Ela é uma mulher profundamente consagrada ao
Senhor. Ao ouvir a suspeita do sacerdote Eli, ela não xinga, não fica irritada,
nem zomba do homem de Deus. Simplesmente responde de forma humilde e respeitosa
(1 Samuel 1:15,16). Ela possui uma vida de oração ativae isso aguça os seus
sentidos espirituais (Efésios 6:12,13).
Ela
confia, ama e se relaciona com Deus, daí a facilidade de falar sobre todos as
suas preocupações a Ele.
Nunca
rejeite a bênção do homem de Deus! Eli era um sacerdote do Senhor, muito embora
fosse reprovado por causa da conduta de seus filhos. Ele representava Deus e as
palavras que saíssem de sua boca teriam poder de abençoar e amaldiçoar
(Provérbios 18:20,21).
Ao
ouvir as justificativas da serva de Deus, sobre sua oração, Eli liberou
palavras de bênção sobre a vida da mãe de Samuel (1 Samuel 1:17)
Ao ouvir as palavras de bênção que saíram da
boca do sacerdote a atitude de Ana mudou. Seguiu viagem, se alimentou e em seu
rosto havia alegria (1 Samuel 1:18).
Nunca
despreze as palavras de bênção que saem da boca do seu mentor espiritual.
Transformando fé em atitude
Ana
creu! A partir de agora suas atitudes são baseadas na sua fé. Eles
levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor. Ao chegar em casa,
Elcana e amou sua esposa. Ela engravidou e o menino se chamou Samuel (1 Samuel
1:19,20)
A mãe de
Samuel obedeceu exatamente ao seguinte processo: Ela orou, esteve alerta e após
receber as palavras de bênção ela agradeceu. Ana e Elcana acordaram de
madrugada para oferecer um culto de gratidão a Deus, após isso viajaram.
A importância da gratidão
O Senhor
concedeu o desejo de sua serva. Alegrou o coração da sua serva. Após isso, em
mais uma atitude de gratidão ela põe o nome do menino Samuel (1 Samuel
1:19,20).
Sobre
isso, há três verdades:
• Aprenda a demonstrar gratidão;
• Deus ama a gratidão;
• A gratidão antecede o milagre, muitas vezes.
O desejo de Deus é alegrar o seu coração!
O Cumprimento do voto
Um ano
após o nascimento de Samuel, quando o menino já tinha desmamado e podia viajar,
Ana leva ao Templo uma oferta de gratidão ao Senhor (I Samuel 1.24).Sua
liberalidade não estava condicionada a sua necessidade. Ela é liberal antes e
depois do milagre.
Cultive
a semente da liberalidade em sua vida e você terá acesso a grandes colheitas de
bênçãos preparadas pelo Senhor (2 Coríntios 9:6).
A sua
colheita é proporcional a sua semeadura
Ana
volta para agradecer e conta ao Homem de Deus quem ela é e como ocorreu o
milagre (1 Samuel 1:26,27). Com isso, ela nos ensina três coisas:
• O seu testemunho deve ser contado;
• Compartilhe os pedidos de oração e os
milagres;
• Conte ao servo de Deus que ministra sobre
sua vida sobre o milagre. Isso fortalecerá seu coração.
A
entrega de Samuel a Deus
Ana não
se demorou a cumprir sua promessa. Assim como disse fez (I Samuel 1.28). Após
contar seu testemunho ela entrega Samuel ao sacerdote e adora ao Senhor. Ela
não caiu na tentação de fazer o voto e descumpri-lo (Deuteronômio 23:21).
Não
faça aliança com Deus se não estiver disposto a cumprir sua parte no acordo.
Deus é fiel. A parte dele sempre é garantida, e a sua?
Ana se alegra em Deus
O fato
de ter sua oração respondida mostra, que sua fé não é vazia, sem propósito,
inútil. Há um grande Deus no céu que a ouve.
Ela é
poderosa em Deus. Após humilhações, desprezo e vergonha, pode cantar e adorar.
Ela proclama em alto e bom som o que o Senhor fez (I Samuel 2.1). Ana declara
palavras de vitória sobre seus inimigos (1 Samuel 2:2-4).
Sua confiança
em Deus é levada para outro nível. Ela confia completamente no julgamento do
Senhor. Sabe que não há força humana que resista ao poder de Deus (1 Samuel
2:5-8).
Agora a mãe de Samuel, contempla a situação
por um ângulo totalmente diferente. Quem estava por cima, zombando do
sofrimento dos filhos de Deus, agora está enfraquecido.
Ela
reconhece a soberania do Senhor em tudo. Reconhece que não há causa perdida
para ele. A visão espiritual de Ana é alargada a medida que ela se entrega a
oração, então declara que Deus é poderoso para mudar completamente o nosso
futuro (1 Samuel 2:9,10).
Ana
declara que o Senhor tem compromisso com quem lhe serve. Reconhece mais uma vez
que o esforço humano não é suficiente para alcançar o favor do Senhor e que não
há força humana, suficiente para contender com Ele.
A
colheita de Ana
O
pedido de Ana alcançou o coração de Deus e ela deu à luz a um milagre. Samuel
não era apenas um filho, ele se tornou profeta, juiz e sacerdote de Israel.
Samuel era a única pessoa com quem Deus falava em um tempo em que as visões
eram raras e que o Senhor não falava com ninguém (I Samuel 3.1)
Nisto se cumpre totalmente o que diz o
apóstolo Paulo em Efésios 3:20, sobre o fato de servirmos a um Deus que pode
fazer muito mais do pedimos ou imaginamos, segundo o seu poder.
O
Senhor não quer te dar migalhas. Ele quer te dar coisas infinitamente maiores
do que as que você pede. A sua fé, oração, culto e liberalidade são
determinantes nesse processo.
Ana cuidava de Samuel, o seu milagre!
Cultive
bem as boas coisas que o Senhor tem te dado. Se você for fiel sobre o pouco ele
te colocará sobre o muito (Lucas 16.10). Mesmo após ser abençoada Ana permanece
liberal.
Ela
permaneceu indo ao Templo uma vez ao ano, para oferecer sacrifício como era o
seu costume. Não era um “interesseira espiritual”, o que ela fazia antes de
receber a bênção ela continua fazendo após (1 Samuel 2:20,21).
Após o
milagre, Elcana e Ana continuaram recebendo as palavras de bênção do Servo de
Deus. Ou seja, a corrente de bênção continuaria fluindo. Isso fez com que ela
pedisse um filho e recebesse seis!
Glória
a Deus!
Muitas
pessoas após receberam a bênção acabam se afastando do Servo de Deus, do
Templo. Cortando o fluxo da corrente de bênçãos.
Não
cometa este erro, permaneça perto da corrente de bênçãos. O Senhor tem um
manancial inesgotável e como já vimos Ele deseja te dar muito mais além do que
você tem pedido.
Conclusão
A vida
de Ana a mãe de Samuel é inspiradora e possui lições preciosas para nossa
própria vida
• Não devemos desistir dos sonhos que
glorificam a Deus;
• Não devemos dar ouvidos aos opositores;
• Devemos esperar sempre a providência do
Senhor;
Ana mãe de Samuel e suas virtudes.
Diego Nascimento
FONTE:
Para ilustrar o texto
Há mistério nas tribulações e nos sofrimentos.
Memórias:
A stranger in the house of God [Um desconhecido na casa de Deus], de John
Koessler. Nessas memórias (2007), o professor e autor Koessler escreve:
Minhas orações pareciam os pedidos que, às
vezes, eu fazia a meus pais. Quanto maior o pedido, mais ambígua era a
resposta.
— Mãe, quero uma bicicleta nova!
— Hum, vamos ver. Essa resposta ocupava aquela
misteriosa terra de ninguém entre o desejo e sua realização, que as crianças
conhecem tão bem.
Essa é uma região em que a atmosfera é um
misto de esperança e decepção: o mínimo necessário de esperança, para manter
nossos sonhos mais fantásticos como possibilidade remota, e um nível de
decepção que não chega a ponto de matar inteiramente esses sonhos.9
As
orações dos perseguidos são eficazes. Relato verídico: The story of Ruby
Bridges [A história de Ruby Bridges], de Robert Coles.
Ruby era de uma família muito trabalhadora e
que se apegava firmemente a sua fé. Quando um juiz ordenou o fim da segregação
racial nas escolas de Nova Orleans, Ruby foi uma das primeiras crianças negras
a serem escolhidas para participar desse processo. Multidões iradas se
ajuntaram no primeiro dia de aula e em muitos outros dias. Durante meses, Ruby
foi e voltou da escola escoltada por policiais. Certo dia, Ruby orou diante da
multidão, pedindo que Deus perdoasse aqueles que a haviam maltratado, pois
“eles não sabem o que fazem”, da mesma forma como outros tinham dito coisas
terríveis a respeito de Jesus “muito tempo atrás”.10
A justiça de Deus se identifica com o seu povo
oprimido e o vindica. Poesia:
William
Cullen Bryant.
Este poema de Bryant (1794-1878) foi
encontrado entre as folhas do começo do capítulo 40 do manuscrito de Uncle
Tom’s cabin, de Harriet Beecher Stowe.11
Não considere o justo esquecido pelo céu!
Embora a vida lhe negue suas dádivas comuns,
embora, com o coração oprimido
e sangrando,
e desprezado pelos homens, ele caminha para a
morte!
Pois, de cada dia de tristeza, Deus tomou
nota,
cada lágrima de amargor ele contou,
e os anos incontáveis de êxtase celestial
retribuirão,
por tudo que seus filhos padecem aqui.
Introdução a 1 e 2Samuel
Esterilidade, adeus!
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