Restaurem
a Mesa da Família
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO
Lucas 22.36-46
36 -
Disse-lhes, pois: Mas, agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o
alforje; e o que não tem espada, venda a sua veste e compre-a;
37 -
porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E
com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá
cumprimento.
38 - E
eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta.
39 - E,
saindo, foi, como costumava, para o monte das Oliveiras; e também os seus discípulos
o seguiram. 40 - E, quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não
entreis em tentação.
41 - E
apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
42 - dizendo: Pai, se queres, passa de mim
este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua.
43 - E
apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava.
44 - E,
posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes
gotas de sangue que corriam até ao chão.
45 - E,
levantando-se da oração, foi ter com os seus discípulos e achou-os dormindo de
tristeza.
46 - E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai para que não entreis em tentação
TEXTO ÁUREO
Porque satisfiz a alma cansada,
e toda a alma entristecida saciei.
Jeremias 31.25
OBJETIVOS
Ao
término do estudo bíblico, o aluno devérá ser capaz de:
• conhecer as condições tópicas que
são inerentes à nature-za essencial do casamento;
• saber que, desde os tempos
antigos, a mesa (dentro de uma casa) tem sido reportada como o símbolo da vida
em família;
• conhecer os cálices que precisam ser
quebrados na mesa das famílias.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Toda pessoa leva para o casamento uma série de expectativas, e quando estas não
são correspondidas, cálices cheios de peçonha mortal são postos sobre as mesas
das famílias. Nesta lição, inicialmente, falaremos a respeito das condições
tópicas, inerentes à naturgia essencial de todo e qualquer casamento, a saber: convivência;
intimidade; cumplicidade e interatividade. Em seguida, discorreremos sobre a
função que a mesa cumpre no seio familiar, considerando alguns aspectos
históricos e sociológicos desta realidade. Por fim, apresentaremos uma reflexão
devocional a respeito dos cálices que precisam ser quebrados nas mesas das
famílias, a fim de edificarmos lares comprometidos com o Reino de Deus.
Lembre-se, professor, apesar de o texto bíblico ter sido redigido há milênios,
ele contém segredos, diretrizes e testemunhos úteis para a vida dos cristãos
que habitam o século 21.
Boa aula!
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
O casamento, em
termos metafóricos, pode ser comparado a uma longa viagem. E, por esse motivo,
pressupõe condições tópicas, inerentes à sua natureza essencial, como as
destacadas a seguir:
• Convivência
— A convivência impõe ao casamento uma dinâmica de múltiplos matizes: riscos,
arranhões, dores e sabores. Não é possf•el conviver profundamente com alguém,
sem que os envolvidos na relação sejam afetados de algum modo. Apenas nos
relacionamentos superficiais o impacto psíquico é nulo. Todos os casais, sem
exceção, já estão afetados por seu cônjuge.
• Intimidade
— Como diz o adágio popular: Quer conhecer uma pessoa? Viaje com ela. E no
percurso e no convívio cotidiano que, inconsciente e involuntariamente,
revela-mo-nos ao outro. E no terreno privado e íntimo que afloram, dentre
outros traços de personalidade, tanto a solidariedade quanto o egoísmo, tanto a
pacificação quanto a disposição para a contenda. • Cumplicidade — O compartilhar
de segredos, idiossincrasias e peculiaridades torna-se possível pela
cumplicidade que se constrói durante a longa e profunda viagem chamada
casamento.
• Interatividade — Toda viagem pressupõe relacionamentos interativos: falar e ser ouvido; chorar e oferecer consolo; dar e receber. Além de condições tópicas, o casamento possui insígnias que o identificam como tal. Nesta lição, discorreremos sobre um dos mais expressivos símbolos do casamento (senão o mais expressivo), a saber: a mesa da família.
LIÇÕES DA PALAVRA DE DEUS – No 50 – JOVENS E ADULTOS
TÍTULO:
Família Cristã – Proteção, Parceria e Amor
AUTOR:
Pr. Estevam Fernandes
A MESA COMO UTENSÍLIO (MOBÍLIA)
Foi criado muito posterior à família, sabemos que Adão e Eva não tinham móveis,
que muitas famílias nômades, ainda hoje, não possuem mesa, mas desde os
primórdios observamos que o ato de se alimentar (fazer as refeições) era algo
feito em conjunto dentro dos ambientes familiares. Logo restaurar a “mesa da
família” vai além da mobília usada como lugar para saciar a nossa fome,
refere-se ao momento de união, comunhão, confraternização, aprendizado...
No ocidente a figura da mesa é muito própria
para exemplificar as relações familiares e os resultados que temos quando em
nosso cotidiano a incluímos ou excluímos. Ao estudar sobre a importância da
“mesa” dentro do lar é fácil verificar a importância deste utensílio para a
estabilidade da família. As conclusões resultantes de estudos sobre o tema são
que as famílias que sentam a mesa para a(s) refeição(ões): Fortalecem a relação
familiar;
Os filhos que fazem pelo menos três vezes por
semana refeições com os pais correm menos risco de desenvolver hábitos como
fumar, consumir álcool ou drogas (Journal of Nutrition and Behavior);
Melhora
o bem-estar físico e emocional dos membros da família (Estudos da Escola de
Pedagogia de Harvard, nos Estados Unidos);
A melhor terapia familiar é a comunicação à
mesa. (Socióloga alemã Ângela Keppler).
Focando
nas famílias cristãs, notamos alguns costumes importantes que devem fazer parte
de nossa mesa cotidiana:
1 - A mesa como lugar de comunhão
(relacionamento).
O simples ato de estarmos juntos à mesa
repartindo o pão (alimento) já nos remete a pensar nos demais que estão à mesa
conosco. O melhor pedaço do frango deve ser meu? Vou comer até me saciar sem me
importar se tem para todos? É um bom exercício para quebrar o cálice do
individualismo e da indiferença.
É na comunhão que ensinamos e/ou aprendemos
sobre o propósito da família. Quando Deus criou Eva (“...auxiliadora que lhe
correspondesse” Gn 2.18 - NVI), não a criou para que competissem, mas para
JUNTOS guardarem e protegerem o jardim do Éden, também para multiplicar a
espécie humana, tarefa impossível de ser realizada sem a aceitação mútua (Gn 2.
23-24). Para estas tarefas os cálices da rejeição e intolerância se partem,
pois é necessário o respeito e admiração mútua.
2 - Renovação (física e psíquica).
Quando estamos reunidos para a refeição nosso
corpo relaxa, ficamos animados e toda a labuta do dia fica para trás. Neste
momento recarregamos nossas fontes energéticas. É a hora de cuidar do corpo
(1Co 3.16, 17).
3 - Celebração (a bondade de Deus
manifestada na provisão - gratidão).
É a mesa que saboreamos e agradecemos pelo
alimento que representa o resultado do nosso trabalho e acima de tudo o cuidado
de Deus para conosco (Gn 1.29). Deus criou o homem com a necessidade de comer e
ainda que o homem tenha que trabalhar para tal (Gn 3.19) é Ele quem garante a
nossa provisão (Mt 5.45).
O cálice que ao pode deixar de ser bebido é o
cálice do propósito da família dentro do Reino de Deus, pois se perdermos a
noção de propósito falaremos de Deus e em nome de DEUS, mas sempre estaremos
perdendo o alvo. Jesus nunca desviou do seu propósito (Mc 1.38; Jo 12.27).
Fonte: ESCOLA
BEREANA – ADVEC
“À RODA DA TUA MESA”:
INVISTA PARA QUE SUA FAMÍLIA SEJA ALEGRE
“teus
filhos como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa” (Salmo 128.3b)
Deus planejou o lar como uma parte central de
nossa vida. O plano de Deus é que o lar inspire proteção e desenvolva
relacionamentos saudáveis. Que a nossa convivência diária, nos leve a crescer
juntos e construir um senso de identidade e comunidade para formar uma
sociedade melhor. Que o lar de cada um de nós, não seja apenas uma casa, um
apartamento, um canto onde moramos. Que nossos lares tenham dignidade, ordem,
participação, aceitação, diversidade, espiritualidade, perdão, amor,
generosidade, bondade, honestidade e lealdade.
Num
mundo tão competitivo e acelerado, os momentos da refeição familiar estão cada
vez mais escassos, nem sempre são diários, mas eles devem ser planejados e
devem ser aproveitados para criar memórias inesquecíveis e preciosas com e para
toda a família.
É necessário transformar os momentos de
preparação de suas refeições e também de comunhão à mesa, momentos de gratidão
e adoração pelo muito que o Senhor tem derramado em sua vida e família. Neste
sentido, pais sábios e principalmente a mulher sábia tem um papel fundamental.
Faça
tudo como um gesto de adoração e reconhecimento dos dons e privilégios que Ele
mesmo nos presenteou.
Toda família pode e deve desenvolver o bom
hábito de saborear as refeições conversando uns com os outros à roda da mesa. Conversa boa, bem humorada, alegre,
iluminadora.
Essa
prática com certeza vai melhorar de modo intenso a qualidade de vida diária, a
autoimagem, o bom ânimo dos filhos e da família, as chances de sucesso nos
relacionamentos afetivos e profissionais, e de melhorar a saúde integral da família
e nossos valores no dia a dia. Famílias que desenvolvem esse hábito melhoram em
todas as áreas.
A família que cultiva a presença de Jesus à
roda da mesa, tem ganhos incomparáveis.
A mesa deve ser sempre um lugar de restaurar
relacionamentos familiares
Um Lugar para restaurar a confiança e o valor
pessoal. Mefibosete II Samuel 9:1-13. Um Lugar de elogiar e demonstrar apreço
uns pelos outros.
Um lugar de honrar o marido, a esposa, o pai,
a mãe, os filhos, os convidados e os hóspedes.Um lugar de desfrutar a presença
do Senhor. Celebrarmos o Pão da vida. Um lugar de oração, de encorajamento.
Um lugar de gratidão pela provisão, lembrando
sempre da fidelidade do Senhor.
Um lugar de ensinar e firmar valores, de
reduzir conflitos familiares. Aprender a ouvir, falar e servir uns aos outros
com bondade.
Um lugar de formar um bom caráter em cada
membro da família.
Um lugar de testemunhar do favor, da bondade,
e da graça de Cristo.
Um lugar para reunir e unir a família.
Um lugar de perdoar e ser perdoado. Um lugar
de respeito e aceitação mútua.
Lugar de celebrar o amor de Deus revelado em
Cristo, nosso Senhor.
Cultive a presença de Cristo em seu lar e à
roda da sua mesa. A presença de Cristo é restauradora. A Sua presença não
depende do número de pessoas, da qualidade da comida, da apresentação dos
pratos ou do arranjo da mesa.
Cultive
a hospitalidade e o bom ambiente e aquela atmosfera de amor, alegria e paz à
roda da sua mesa.
Cultive a oração e a alegria à roda da sua
mesa. Invista em sua família. Fará muita diferença, as boas influências que
podem marcar a vida dos nossos filhos e gerações futuras.
Cláudia Maria
Pereira | claudiamtapereira@hotmail.com
Presidente da
AWISO (Ação Social Reverendo Wilson de Souza)
O poder da mesa
Como driblar a escassez do tempo e investir em
um hábito antigo, porém eficiente: o partilhar do pão em família
A mesa.Para alguns,
apenas uma peça do mobiliário doméstico que serve para compor um ambiente da
casa e deixá-lo mais bonito. Para outros, um local cômodo e rápido para
depositar tudo o que se traz da rua e se empilham diversas coisas.
Mas um fato é certo. Quando o indivíduo
utiliza a mesa para a comunhão por meio do alimento, ele desenvolve uma mente
mais inteligente, espírito mais forte, corpo mais saudável e torna-se uma pessoa
mais feliz. A autora Devi Titus traz à tona esse assunto no livro “A
Experiência da Mesa”. Com o intuito de levar o leitor a descobrir
relacionamentos mais profundos e significativos, Devi defende que a mesa tem um
impacto significativo sobre a alma. Ela trata os instantes à mesa como um
tesouro que, ao ser aplicado na hora certa, pode resultar em novos níveis de
satisfação nos relacionamentos.
A vida moderna, o excesso de compromissos, o
tempo escasso e também a negligência têm sido os grandes responsáveis pela
perda desse momento, que pode ser considerado sagrado. O ritmo acelerado da
sociedade contemporânea ocasiona a perda de uma comunicação de qualidade e o
enfraquecimento das relações interpessoais. Assim, a família, a comunidade e
até a nação acabam sofrendo as consequências da desagregação.
Através do princípio da mesa, a autora, que é
uma das mais reconhecidas conferencistas e escritoras cristãs da América do
Norte, destaca que o simples fato de abandonar um hábito como o de sentar-se à
mesa e compartilhar a refeição faz com que o indivíduo acabe por se esquecer de
valores considerados fundamentais na vida familiar. “Não existe experiência de
vida que substitua a conexão e o significado criados ao comermos juntos à
mesa”, resume ela. O importante é a troca de afeto. E isso é o que constrói uma
família.
Incrementar esse momento diante da mesa
potencializa a comunicação entre os membros da família, pois quando todos têm a
oportunidade de se posicionar face a face, a compreensão da escuta e da fala se
iguala, promovendo comunhão e momentos inesquecíveis que, com certeza, irão
trazer crescimento e serão lembrados para sempre.
Na Escritura Sagrada, há relatos que se
referem à mesa desde o Velho Testamento. A primeira vez que a palavra é usada
na Bíblia é em Êxodo 25. Nesse capítulo, Deus entregou a Moisés instruções
muito detalhadas sobre o mobiliário a ser colocado no Tabernáculo, o primeiro
lugar oficial de reunião para o Seu povo. Há registros de ocasiões importantes
em que o encontro à mesa resultava não apenas no partilhar do pão, mas também
na transmissão de doutrinas, valores, ideais e posturas, fato também comprovado
pela ciência. Estudos realizados por universidades da Alemanha, Estados Unidos
e Grã-Bretanha afirmam que esse momento ajuda na organização social, na imposição
de limites, no enriquecimento das relações interpessoais e do vocabulário.
SANTA
MESA
Pensando na realidade bíblica, vale a pena
observar a experiência de Jesus com os discípulos. Um dos elementos pedagógicos
usados por Cristo para ensinar e transformar a vida de 12 homens com histórias
e vivências diferentes foi a reunião em torno da mesa. Nesse lugar especial,
Jesus teve seus pés ungidos por uma mulher e ensinou que quem sabe o quanto foi
perdoado consegue expressar um coração mais grato e adorador (Lucas 7:37).
Em outra ocasião ao redor da mesa, Jesus
celebrou a ceia com os discípulos, e mesmo sabendo que Judas O trairia, não o
privou daquele momento, aproveitando o ensejo para ensinar que ali é um lugar
de acolhimento. O Filho de Deus estava sempre cercado por um grupo, fosse
grande ou pequeno, e utilizava elementos comuns à mesa daquele tempo para
ilustrar ensinamentos simples e profundos.
O livro de Atos, capítulo 24, relata que, ao
ressuscitar, Jesus aparece no caminho de Emaús para os discípulos, que só
percebem que quem estava com eles era Cristo quando param para jantar. E lá
estava novamente a mesa. Também ressurreto, Jesus aparece aos discípulos em um
jantar na praia e, nesse encontro, Ele restaura Pedro. A mesa foi um lugar
especial na vida diária do Salvador. Dessa forma, ela também pode e precisa ser
um lugar especial para a edificação familiar hoje.
O psicólogo e pastor da Igreja Presbiteriana
Filadélfia, Iranildo Ferreira, é casado há 12 anos com Tárcia. Com a chegada do
pequeno Gustavo há pouco mais de um ano, o casal passou a observar que um
momento interessante de ensinar valores ao filho era durante as refeições. Por
isso, considerou o quão necessário era estabelecer na rotina da família o
hábito de ter esse momento de comunhão à mesa.
Além de o casal ter que cumprir suas
atividades profissionais, Gustavo passou a frequentar a creche e, com isso, a
família ficou privada da presença um do outro pela maior parte do tempo.
“Seguindo os princípios bíblicos, identificamos o poder da celebração ao redor
da mesa, justamente quando nos demos conta de que estávamos reféns de nossos
compromissos externos e insensíveis aos compromissos dentro de casa”, verificou
Iranildo.
Uma vez constatado isso, a celebração em
família passou a fazer do encontro um momento em que simultaneamente pais e
filho dispõem ali de um alimento para a vida e para o reforço dos laços
amorosos. A vivência partilhada torna o ser humano mais próximo, resultando na
conquista de uma intimidade semelhante à do encontro pessoal que Adão e Eva
tinham com Deus diariamente no Jardim do Éden.
A mesa é também um sinal de alegria e
comunhão (Ap 3:20). Na parábola do filho pródigo, vê-se que ele não sentia
saudade das viagens, das faculdades pagas pelo pai, mas que recordava com
alegria os momentos em torno da mesa e da presença familiar (Lucas 15:17). Além
disso, é bom ressaltar que o ápice da reunião cristã é a ceia, ou seja, mais
uma vez a mesa está representada.
Nos momentos em que Jesus não estava presente
em forma humana, Ele ensinou que o pão seria a figura que O representaria,
permaneceria como peça central da mesa e como forma de enfatizar a presença
sobrenatural e redentora de Sua existência. “Não é apenas comer à mesa que faz
a diferença. Comer à mesa com a presença da graça é o que importa”, ensina
Devi, destacando que ali é um lugar para edificar e não para destruir.
CIÊNCIA
A FAVOR DA RELIGIÃO
A hora da refeição é considerada por
psicólogos, psicopedagogos e pediatras muito importante para a educação, não só
alimentar, mas psicológico-existencial das crianças. A socióloga alemã Ângela
Keppler conduziu uma pesquisa com 300 famílias alemãs, onde se demonstrou que
famílias que optam pelo velho hábito de conversar durante as refeições, em vez
de assistir à televisão, obtêm maior harmonia e fluidez em suas relações. A
socióloga chegou à conclusão de que uma das melhores terapias familiares é a
comunicação à mesa.
As comprovações científicas não param por aí.
Estudos da Escola de Pedagogia de Harvard, nos Estados Unidos, revelam que quem
compartilha regularmente as refeições com a família, além de comer melhor, tem
maior bem-estar físico e emocional. No Centro Nacional de Dependência e Abuso
de Drogas da Universidade de Columbia (EUA), foi descoberto que quanto mais
refeições são feitas junto com os pais, mais os filhos se dão bem na escola e
atrasam a iniciação sexual; além de ter menos probabilidade de beber, fumar,
usar drogas, ficarem deprimidos, brigarem ou desenvolverem distúrbios
alimentares.
Um levantamento realizado em 2007 com 20 mil
alunos ingleses de 16 anos demonstrou
uma forte relação entre refeições regulares à noite com a família e o bom
desempenho no exame escolar feito por todos os secundaristas da Grã-Bretanha.
Ainda na Grã-Bretanha, segundo os dados da pesquisa, que foram recentemente
publicados pelo departamento de “Crianças, Escolas e Famílias” do governo
britânico, constatou-se que os melhores resultados estavam entre os filhos de
famílias que se reuniam para jantar.
Outra pesquisa realizada pela Universidade de
Harvard, dos Estados Unidos, mostrou que a criança que se senta à mesa com os
pais alimenta-se melhor em comparação aos coleguinhas que comem sozinhos. Ainda
em outra análise, com 16 mil crianças de nove a 14 anos, as frutas e vegetais
aparecem quase duas vezes mais no prato daquelas que fazem as refeições com a
família ao redor da mesa.
Esse fato foi comprovado pela família
Pelição. Membros da Missão Evangélica Praia da Costa, os pais, João Batista e
Vanuza, passaram a se incomodar ao ver suas crianças almoçarem vendo televisão.
“Há cinco anos sentamos todos à mesa. Isso ocorre no café da manhã, almoço e
jantar. As crianças passaram a comer alimentos que antes não comiam.
Incentivamos também a autonomia, a partir do momento em que permitimos que se
sirvam sozinhas, além de fazermos a oração e lembrarmos que o alimento é dado
por Deus”, explica Vanuza.
De acordo com a mãe, as crianças não comiam
determinadas preparações e, quando começaram a ver o exemplo dos pais,
animaram-se a experimentar e aceitar determinados alimentos. “Comer juntos à
mesa é um ato de decisão, é necessário pulso firme e persistência”, resume.
Para atrair ainda mais a família e vencer a batalha contra a televisão, Vanuza
conta que varia a forma em que a mesa fica disposta e que, inclusive, fazem piqueniques
em outros cômodos da residência, proporcionando um momento diferente, alegre e
descontraído, colocando em prática o que Devi Titus orienta: “sua mesa deve
sempre ser vista como um lugar feliz, de interação, calor humano e aceitação.”
REFEIÇÃO
INOVADORA
Buscar meios alternativos, semelhantes e tão
eficientes quanto a forma tradicional de se assentar a uma mesa faz parte do
bom hábito neste processo. Fabio Hertel, membro da Missão Evangélica Praia da
Costa e diretor de Comunicação e Novos Negócios da Hortifruti, porém mais
conhecido como “the table man”- já que fala tanto sobre o assunto -, ressalta
que esta é uma semeadura com colheita perene, mas não instantânea.
The table man (o homem mesa) arrisca a dizer
que, talvez por isso, essa sociedade imediatista não veja tantas vantagens de
estar em família à mesa. É uma relação como outra qualquer, e como tal, tem que
ser aprofundada, conquistada. Sentar-se à mesa é um salto que precisa ser
experimentado por toda a família. Com os adultos, é preciso informar,
conscientizar e decidir: só faremos refeições à mesa. Com as crianças,
necessita-se de um pouco de paciência e muita criatividade.
Fabio
inova e diz que a mesa tem que ser uma atividade legal, lúdica e abençoadora.
“Criei um jogo da família, com 20 prendas para serem pagas após as refeições;
brincamos de jogo da velha, forca, telefone sem fio e outros passatempos. Tudo
para que aquele momento seja bem divertido. Temos várias toalhas quadriculadas
e fazemos piquenique dentro do apartamento. Nossa mesa tem que ser alegre”,
aponta.
Os líderes de casais da Igreja Evangélica
Assembleia de Deus Ministério do Aribiri, Robson e Fabiane Borges, contam que
herdaram esse hábito de sentar-se à mesa com os familiares e já o aplicam no
dia a dia com a sua filha, Julya, de 8 anos. Mesmo morando em uma casa pequena
e tendo uma mesa de apenas quatro lugares, a família Borges faz questão de
providenciar condições para que quando extrapolar o número de ocupantes, as
visitas partilhem juntas desse momento sagrado que é a refeição. “Se não
tivermos tempo para a esposa podemos nos distanciar e esquecer que nos amamos.
Se não tivermos tempo para nossos filhos, o traficante tem. Por isso o mundo
que está cada vez mais perdido e todo tipo de prevenção é válida”, constata
Robson.
Com relação à hora mais apropriada para se
organizar esses encontros, a dica de Fábio é que os pais sejam flexíveis,
coerentes, mas resolutos. Quanto mais, melhor. E qualquer momento, ou qualquer
refeição, é uma oportunidade para se divertir à mesa. “Estar com a família é
sempre bom, mas a mesa é um altar que precisa ser restaurado dentro de nossas
casas. Sob este aspecto, nada pode substituí-la. Aconselho que se comece aos
poucos e se vá avançando na prática de se reunir à mesa”.
É como uma disciplina devocional. Não deve
ser encarada como um castigo, mas como uma bênção de Deus. É um tempo mágico,
de encontro com quem se ama. A mesa é muito democrática, adultos e crianças
ficam mais ou menos da mesma altura. The table man relembra que as cinco
maiores religiões do mundo – judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo, e
cristianismo – recomendam as refeições familiares.
“Creio também que é uma vereda antiga, um
princípio de Deus que foi se perdendo”, reconhece. Um dos piores momentos da
vida de Israel foi quando cada um fazia o que queria de forma isolada. Cada um
fazia o que achava mais reto (Juízes 21:25b). O texto não fala que o povo fazia
coisas erradas, mas o que achava bem aos seus próprios olhos, sem vínculo ou
comunhão. “Quando a família não se
encontra à mesa, o povo não se encontra como nação”, resume Fabio.
Para encerrar, a autora Devi Titus faz uma
convocação aos leitores: “Se quisermos preservar e proteger nosso lar,
casamento e nossa família, desfrutar do potencial escondido que estamos
perdendo e restaurar um princípio fundamental que o próprio Senhor estabeleceu
há milhares de anos, então, é hora de arrumarmos a mesa!”.
FONTE: https://comunhao.com.br/o-poder-da-mesa/
ASSISTA
A lição 8 trata sobre um dos mais expressivos símbolos do casamento: a mesa.
É ao redor desse elemento unificador que valores éticos e morais são apreendidos pelo indivíduo; é ao redor da mesa que se aprende a conviver de modo sadio, a desenvolver intimidade, a ser cúmplice, leal e a interagir afetuosamente com aqueles que nos são queridos. Dentro dessa dinâmica, veremos quais cálices precisam ser quebrados na mesa de nossa família:
- o cálice da indiferença;
- o cálice da rejeição;
- o cálice da intolerância;
- o cálice da competição;
- o cálice do individualismo exacerbado;
- o cálice da ingratidão.
Boa aula!
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