domingo, 9 de maio de 2021

Lição 7: O Ministério de Profeta

 

Lição 7: O Ministério de Profeta

TEXTO ÁUREO

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”

 (1Co 12.28).

VERDADE PRÁTICA

O ministério de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.

1 Coríntios 12

27 – Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.

28 – E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

29 – Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?

Efésios 4

11 – E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

12 – querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,

13 – até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. 

OBJETIVO GERAL 

Expor o desenvolvimento do ministério de profeta.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos. 

1 Descrever a função do profeta no Antigo Testamento; O 

2 Explicar o ofício do profeta no Novo Testamento; © 

3 Esclarecer o verdadeiro do falso profeta.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR 

0 ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. 0 profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita. No Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina. Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, junta mente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua mensagem ao seu povo.  

INTRODUÇÃO

A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar.

  ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, para introduzir o terceiro tópico da lição reproduza na lousa a seguinte afirmação: “De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas (Gilbert Kirby) [por outro lado] a palavra de Deus ensina que a nossa razão é parte da imagem divina na qual Deus nos criou” (Cristianismo Equilibrado, CPAD, pp.12,22). Após a leitura, discuta com os alunos sobre o texto ora lido. Em seguida, à luz de Mateus 7.15-20, argumente sobre a necessidade de identificarmos a figura do falso profeta e não deixarmos nos enganar por ele.

  SUBSÍDIO TEOLÓGICO 

“Os profetas pertenciam à Igreja apostólica, e tinham um ministério específico de declarações inspiradas. Enquanto os apóstolos e evangelistas levavam o Evangelho ao mundo não- -regenerado, os profetas tinham como missão consolar, edificar e exortar as várias igrejas: ‘Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras’ (At 15.32). Sua mensagem, porém, não deveria ser tomada como infalível, mas julgada e avaliada por outros profetas da igreja local” (HORTON, Stanley M.; MENZIES, William W. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. Rio de Janeiro: CPAD, p.149). 

 CONHEÇA MAIS “

A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia […]. Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito.” Para ler mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, pp.1814,15.

  SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 “Os verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23). O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. 0 caráter é essencial. 0 evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. João Batista fala que a impenitência dos fariseus e saduceus é como árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em Mateus 12.33,35 Jesus une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o Espírito Santo. […] Em algumas comunidades a prova para as profecias lidava com a negação protognóstica da carne de Jesus Cristo (l Jo 4.1-3) ou com o espírito de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o fruto do erro é o antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a iniquidade’ (Mt 7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina e o estilo de vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.61-62). 

 CONCLUSÃO

Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!

  VOCABULÁRIO

Performance: Atuação, desempenho, representação.

Protognóstica: Relativo à época de origem do gnosticismo. Possivelmente, entre o século I e II d.C.

Antinomismo: Relativo ao que é contra a lei; oposição a lei. No sentido de não aceitar que exista de fato uma norma geral.

 


                                      O PROFETA

 “E

 a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lu­gar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28).

   Neste capítulo, discorremos sobre o dom ministerial de profeta, na igreja cristã . É um assunto que envolve dificuldades de interpretação, tendo em vista alguns aspectos que parecem não estar bem claros, no texto neotestamentário. Quando se estuda a missão dos profetas, no Antigo Testamento, normalmente, não há grandes questionamentos. Mas, no âmbito do Novo Testamento, per­sistem algumas indagações. Há dúvidas acerca da correlação entre o dom de “profeta” e o dom espiritual de “profecia” .

  O profeta, na igreja atual é um dom ou é um ofício? E um cargo ministerial, como alguém utiliza, acima dos demais? Já existem igrejas em que seu titular já foi pastor, bispo, apóstolo e, atualmente, é chamado de “o profeta”!

  A Igreja Primitiva é o modelo ideal a ser seguido pelas igrejas cris­tãs ao longo da História. Mesmo considerando algumas especificidades ministeriais, face ao contexto histórico e cultural de sua época, o que foi ensinado por Jesus e por seus apóstolos, ao longo do desenvolvimento das igrejas locais, tem valor essencial para quaisquer igrejas, em todos os tempos e lugares, no mundo em que vivemos. Desse modo, consta­tamos que tanto o dom de profecia como o ofício ou o dom ministerial de profeta eram naturalmente reconhecidos pelos cristãos primitivos.

   Em momentos cruciais, quando as adversidades ameaçavam a co­munidade cristã, homens de Deus eram levantados para transmitir a mensagem de orientação, necessária para sua estabilidade. Os profe­tas do Novo Testamento não eram pessoas procuradas por irmãos ou grupos de irmãos, com a finalidade de buscarem orientações pessoais. Eles eram usados, em momentos especiais, quando havia uma necessi­dade de uma palavra especial da parte de Deus. E o faziam de modo espontâneo, sem qualquer ideia de premeditação ou direcionamento da parte do profeta, como ocorre, infelizmente, em alguns lugares, nos dias presentes. Também não tinham o ofício de profeta, idêntico ao dos profetas do Antigo Testamento.

  O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbên­cia de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes (1 Sm 16.1; 1 Rs 19.16).

  No Novo Testamento, o profeta tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas, de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação, exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de profetas. Considerando que, antes da Vinda de Jesus, está prevista terrível manifestação da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da manifestação do Espírito Santo, tanto através do dom de profecia, como a palavra sábia e edificante dos profetas de Deus.

  O profeta de hoje não tem a missão de ungir reis ou profetas em seu lugar, mas tem a grave responsabilidade de transmitir a mensagem de Deus, nos momentos necessários, no tempo certo, para pessoas ou para a comunidade cristã. Essas mensagens são de grande valia, para denunciar as ameaças ou existência de pecados que comprometem a integridade espiritual do Corpo de Cristo.

  Nas igrejas, é comum surgirem irmãos que têm o dom de profecia ou o dom ministerial de profeta, e, com o passar do tempo, tornarem-se soberbos, achando que são superiores aos demais, e até aos líderes. Ê o começo da queda. A Bíblia diz que depois do orgulho vem a queda (Pv 16.18). Quem tem um dom de Deus deve ter consciência de que é apenas um servo e não um senhor dos outros. 

   I - O Profeta do Antigo Testamento

  No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos.

  1. A IMPORTÂNCIA DOS PROFETAS

  O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam par­te da tríplice divisão da Bíblia hebraica.

1) Profetas no Pentateuco.

  Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7); quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o povo do Egito, Deus lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1); os 70 homens, levantados por Deus para ajudar Moisés profetizaram só uma vez; dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram na tenda, também profetizaram, provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em Números, Deus diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em Deuteronômio, vemos Deus ensinando ao povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5).

  Aqueles ho­mens não tinham um ministério profético. Foram usados por Deus em mensagens ou missões de caráter profético. Seus nomes não fazem parte dos “Profetas”, na divisão da Bíblia hebraica, porque a profecia não era a sua missão principal.

  2 ) Profetas em diversos livros do Antigo Testamento.

  Nos livros históricos, o papel dos profetas foi muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo último dos juízes e o primeiro dos profetas, realmente dedicados à missão de falar ao povo mensagens da parte de Deus de modo marcante e consequente (1 Sm 8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm 10.24; 16.13). Nos 84 livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã, que ungiu Salomão (1 Rs 1.39); o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel (1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vati­ cinou o nascimento de Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi usado por Deus (1 Rs 13.1-3; 11-26).

  Quando Deus quer, usa a quem Ele quer. Dentre os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta Elias, que de­ nunciou os pecados do rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usa­ do com grande poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37). Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por Deus para exortar o povo em sua desobediência (2 Rs 22.14-20). Esdras, líder da reconstrução do Templo em Jerusalém, após o ca­tiveiro babilónico, foi ajudado por profetas (Ed 5.2). N a reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas conluiaram-se contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).

  2. OS PROFETAS MAIORES

  Integram uma lista de 5 livros, de Isaías a Daniel. São chamados de “maiores” não por importância pessoal dos profetas, mas pelo volu­me ou tamanho de seus livros bem como a abrangência das profecias. Aqueles mensageiros de Deus foram usados para transmitir mensagens do Senhor ao povo de Israel, no seu tempo, e também foram usados de maneira profética para vaticinar acontecimentos futuros, escatológicos.  

  3. OS PROFETAS MENORES

  São 12 livros, de Oseias a Malaquias. De igual modo, seus autores são chamados de “menores”, não por serem inferiores aos outros, mas pelo menor volume de seus livros e menor extensão de suas profecias. Os profetas do Novo Testamento apenas foram citados, no texto bí­blico, em referência a sua participação na história da Igreja, mas não tiveram a condição de serem incluídos no cânon bíblico.

  Os profetas do Antigo Testamento tinham um ministério voltado para toda a nação. 85

   II – O profeta no Novo testamento

Em o Novo Testamento, só há um livro profético — O Apocalipse. Nenhum personagem neotestamentário, além de João, o Evangelista, escreveu outro livro com esse caráter. Mas, ao longo de seus livros, en­contramos referências a profetas, que tiveram papel relevante.

  Vamos refletir um pouco sobre eles.

1.  UM DOM MINISTERIAL

 Em sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo fala da importância do corpo de Cristo, enfatizando que os crentes são “seus membros em particular” (1 Co 12.27). E o faz, depois de demonstrar a necessidade da unidade do corpo de Cristo, fazendo uma analogia com o corpo humano, mostrando que nenhum membro do corpo pode dispensar a função do outro.

  “Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde es­taria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo” (1 Co 12.18-20). Daí, porque nenhum dom ministerial é maior que o outro. A ordem dos dons, no texto, é questão de prioridade. Com essa visão, da unidade do corpo de Cristo, que é a Igreja, o apóstolo apresenta uma lista de dupla referência. Primeiro, fala de ho­mens a quem Ele põe na igreja, ao que tudo indica, numa ordem de prioridade. São “homens-dons”, por assim dizer. Nessa lista, os “profe­tas” aparecem em segundo lugar. Sem dúvida, não é por acaso, mas se­gundo o entendimento do Espírito Santo. Os profetas eram os homens usados por Deus para transmitir mensagens divinas para a comunidade dos que eram ganhos para Cristo. Eram mensagens sobrenaturais. Os doutores eram os que cuidavam do ensino ou do discipulado, estu­dando, interpretando e ensinando os fundamentos da fé cristã com profundidade.

  Na segunda parte do texto, vemos Paulo apresentar uma lista de mi­nistérios, indispensáveis à unidade, a edificação, ao fortalecimento e à própria administração da igreja local: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28 b), e faz indagações que enfatizam o valor do uso dos dons de modo integrado e não fragmentado (1 Co 12.29-31). Se um dom fosse maior que o outro, não promoveria a unidade indispensável do corpo de Cristo.

   Escrevendo aos efésios, Paulo é mais didático ou explícito, em rela­ ção aos dons ministeriais. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e dou­ tores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo ” (E f 4.11-13 — grifos nossos). Observe que, à semelhança do texto de 1 Coríntios 12.28, os profetas vêm em segundo lugar.

III - O Dom de Profeta , e o Dom de Profecia

No capítulo 5, quando discorremos sobre os Dons de Elocução, tecemos comentário sobre o dom espiritual de profecia (1 Co 12.10). Neste capítulo, o foco do estudo é o dom ministerial de profeta (E f 4.11). De início, parece não haver diferença entre um e outro, mas há alguns aspectos a considerar. 

 1. O DOM DE PROFETA NÁO É PARA TODOS

 Examinando o contexto do capítulo 12 de 1 Coríntios, podemos verificar e concluir que os dons ministeriais não são para todos os cren­tes, na igreja local. Diz o texto: “E a uns pôs Deus na igreja, primeira­ mente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.18). Note-se que o texto diz que “a uns pôs Deus na igreja”. Isso mostra que Deus não pôs todos, mas “uns”. N a lista de Paulo aos efésios, vemos escrito: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (E f 4.11,12). Quando o escritor diz “uns” e “outros” fica bem claro que tais dons não estão à disposição de todos os crentes. Diz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Com o dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns cren­ tes, os quais servem na igreja como ministros profetas’ (grifo nosso).1 1 CPAD. Bíblia de Estudo Pentecostal. Estudo sobre os dons ministeriais. 87
 1) O aperfeiçoamento dos santos.

  A finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15), ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de Deus, “para a obra do ministério”. Há o ministério ordenado, regular, integrado pelos pas­tores, evangelistas, presbíteros, diáconos ou cooperadores, ordenados, consagrados ou separados para atender às necessidades da comunidade cristã. E há ministérios diversos, que não são realizados pelos ministros ou obreiros do corpo ministerial. Na música, no louvor, no ensino, nos serviços gerais, na segurança, na operação de equipamentos e outros, que, quando executados por pessoas que são chamadas por Deus, e assumem tais atividades, conscientes de que estão prestando um serviço à igreja, são verdadeiros ministérios.

  2) Para a “obra do ministério”.

  O ministério se constitui dos di­ versos cargos e funções, necessárias ao desenvolvimento da vida eclesi­ástica; são os diversos serviços e atividades eclesiásticas e administrativas que norteiam a administração espiritual, humana e organizacional da igreja local. Essa obra requer orientação segura da parte de Deus.
 3) A edificação do Corpo de Cristo.

  Os dons ministeriais também atendem à necessidade da “edificação do Corpo de Cristo”, que é a Igreja (invisível), que se torna visível, no conjunto de salvos, na igreja local.

  Os crentes salvos são considerados “edifício de Deus” (1 Co 3.9). A metáfora é bem adequada. Os salvos são considerados “pedras vivas”, na construção desse edifício espiritual. Diz o apóstolo Pedro: “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5). Nessa edificação, o papel dos que têm o dom ministerial de profeta é de grande valia.

  2. O DOM DE PROFECIA E SUAS ESPECIFICIDADES

  Enquanto o “dom de profeta” só é concedido a “uns”, o dom de profecia, está à disposição dos que o buscarem. “Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18)”.2 A Palavra de Deus faculta aos crentes buscarem os dons espirituais, “mas principalmente o de profetizar” (1 C o 14.1).

   O que transmite mensagem, através do dom de profecia pode ser avaliado, ou julgado pelos demais (1 Co 14.29, 32; 1 Ts 5.20,21). O detentor do dom de profecia não deve ser um oráculo, a ser procurado pelos crentes para guiar suas vidas. Tanto na igreja do Novo Testamento, como em todos os tempos, o “dom de profecia” ou “dom de profetizar” tem finalidade tríplice: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação\ O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. (1 Co 14.3,4). É necessário que haja um cuidado especial, em relação ao dom de profecia. O profeta do Novo Testamento, na igreja local, não deve arro­ gar-se o direito de querer dirigir o pastor, ou o líder da igreja.

  IV - Como Conhecer o Profeta

1. CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PROFETA

  Deus vale-se de homens ou mulheres, para usá-los em mensagens proféticas. N o Antigo ou em o Novo Testamento, através de profetas ministros, ou do dom de profecia, a mensagem de Deus é transmitida para sua igreja, com fins proveitosos.
1) Ele só diz o que ouve da parte de Deus.

  O verdadeiro profeta fala a verdade de Deus, na mensagem que transmite. O profeta verda­deiro não transmite mensagem de sua mente, para agradar ou desagra­dar, propositadamente. Ele fala a Palavra de Deus “com verdade”.

  O rei de Israel, mais prudente, procurou saber se não haveria ali um profeta do Senhor. “Disse, porém, Josafá: Não há aqui ainda algum profeta do SENHOR , ao qual possamos consultar?” (1 Rs 22.7).

  Cer­tamente, o rei de Israel percebeu que aqueles profetas não mereciam confiança. O rei de Judá respondeu que havia um profeta, Micaías, mas o aborrecia, pois suas profecias sempre o desagradavam. Por sugestão do rei de Israel, o rei de Judá mandou chamar o profeta Micaías. Os mensageiros lhe advertiram que todos os profetas já haviam dado uma mensagem unânime em favor do rei, e que ele deveria fazer o mesmo. A resposta de Micaías define a postura de um verdadeiro profeta de Deus:

   “Porém Micaías disse: Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser isso falarei” (1 Rs 22.14 — grifo nosso). E, contrariando todos os profetas do rei de Judá, Micaías predisse que Israel seria derrotado. Foi malvisto, preso, mas Deus cumpriu a palavra do profeta. O rei de Judá foi morto, e o exército sofreu pesada derrota.
  2) Há evidências da confirmação de Deus.

  O verdadeiro profe­ta é confirmado por Deus. Sua mensagem é autenticada pelo Espírito Santo, e merece credibilidade.

 “E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por profeta do Senhor” (1 Sm 3.20). Samuel era um jovem profeta, no tempo de Eli. E foi confirma­do por Deus perante toda a nação de Israel.

 3) Tem revelação e discernimento de Deus.

 O rei Jeroboão estava em pecado, e mandou sua mulher disfarçar-se e consultar o profeta Aias, diante da grave doença de um filho seu. A mulher disfarçou-se e foi ao profeta. Antes que chegasse à sua casa, Deus falou ao profeta, alertando-o pela chegada da mulher do rei. Quando ela pôs os pés na porta da casa, o homem de Deus a surpreendeu:

 “E sucedeu que, ouvindo Aias o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão! Por que te disfarças assim? Pois eu sou enviado a ti com duras novas” (1 Rs 14.6). E falou do mal que viria sobre o reinado do seu esposo, e da morte da criança, o que de fato aconteceu (1 Rs 14.17).

  O verdadeiro profeta de Deus não se deixa levar pelas aparências e muito menos pela bajulação de quem quer que seja.

  4) O profeta não é insubstituível.

  O profeta Elias, fugindo de Jezabel, a ímpia mulher do rei Acabe, refugiou-se no deserto de Berseba. Re­cebeu ordem de Deus para levantar-se, pois ainda tinha muito a fazer. Quando pensava que só havia ele para ser usado, Deus lhe disse: “Também eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou” (1 Rs 19.18; Rm 11.4).

  Sete mil é a “média” que Deus tem de homens para substituir quem quer que seja. No tempo de Deus, Elias passou o cajado para Eliseu, após cumprir sua missão (2 Rs 2.9-14). 90

2.  CARACTERÍSTICA DO FALSO PROFETA

  1) Ele não tem mensagem de Deus.

   No Antigo Testamento, o falso profeta era aquele que entregava mensagem do seu coração, para agradar a alguém, ou para fazer oposição. No primeiro caso, temos os profetas do rei Acabe. Todos profetizaram o que o rei gostaria de ouvir, que iria à guerra e seria vitorioso.

  Contrariando um profeta de Deus, o rei foi à guerra, foi derrotado e morreu (2 Cr 18.4,5; 27-34); no segundo caso, há o exemplo da falsa profetisa Noadias e outros profetas, que foram subornados para atemorizar Neemias, na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.13,14).

  2) Ele desvia o povo dos caminhos do Senhor.

  O falso profeta desenvolve capacidade carnal ou diabólica para enganar os servos de Deus. Consegue até fazer sinais e prodígios, para impressionar a mente dos incautos. Deus condenou tais mensageiros do Diabo e disse para seu povo não os ouvir, pois seriam condenados à morte (Dt 13.1-5). O falso profeta procura reunir simpatizantes e partidários, que lhe seguem as orientações muitas vezes carnais e interesseiras. Julga-se na condição de manipular a vida das pessoas e até da igreja local.

  3 ) O falso profeta é soberbo.

  Sua palavra, “em nome do Senhor”, não se cumpre. (Dt 18.21, 22). A experiência mostra, ao longo do tempo, quantos profetas e profetisas orgulhosos se levantam, no meio da igreja local. Eles desprezam o pastor ou o dirigente, e costumam ter seus discípulos, que formam “grupinhos” de oração em torno dele (ou dela). Isso é pernicioso e não tem aprovação na Palavra de Deus. Deus não dá respaldo para isso. Pelo contrário, manda que os crentes honrem e respeitem seus pastores (1 Ts 5.13; H b 13.17).
 4) Os falsos profetas são como “lobos devoradores Jesus

  Cristo, no Sermão do Monte, fez um alerta de grande significado para sua Igreja. Ele advertiu seus seguidores contra os falsos profetas.

 “Acautelaivos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhece­ reis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus” (Ver M t 7.15-19).

   5) Os falsos profetas vivem na iniquidade.

  Em seu Sermão, Jesus disse que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). É preciso ter cuidado com pregadores, que dizem eu “sou profeta de Deus”. Por isso, Jesus disse: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?” (Mt 7.22). E alegarão que expul­saram demônios e fizeram “muitas maravilhas”.

  Mas ouvirão de Jesus: “E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).

3.  O CASTIGO DOS FALSOS PROFETAS

 A responsabilidade do profeta, no Antigo Testamento, era primor­ dial e de grande valor para o direcionamento da vida espiritual, social e moral do povo. Assim, um profeta era um homem de grande res­ponsabilidade diante de Deus e do povo.

  Quando, aproveitando-se de sua condição de profeta, manipulava o povo, induzindo-o ao desvio dos caminhos do Senhor, recebia a condenação veemente da parte de Deus. Na Igreja cristã, a responsabilidade do profeta não é menor, seja ele pastor, evangelista, ou obreiro de outra ordem. Deus não muda em relação ao pecado e aos desvios de conduta de quem quer que seja.

 1) Advertência contra o falso profeta.

  Diz o livro sagrado: “Quan­do profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te hou­ver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma. Após o Senhor, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis (Dt 13.1-4).

  2 ) Pena capital ao falso profeta.

  Era assim, no Antigo Testamento: “E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti (Dt 13.5)”.

  A responsabilidade e o prestígio de um profeta, no Antigo Testamento, era muito grande. O povo o respeitava como sendo um verdadeiro arauto, que falava em nome de Deus. Sua palavra profética era considerada Palavra de Deus. No Novo Testamento, não é diferente. Daí, porque o castigo era severo contra os falsos profetas.

   Conclusão

  Na Igreja cristã, no âmbito local, há espaço para o dom ministe­rial de profeta. Esse dom não é disponível para quem o busque, mas para quem é chamado por Deus, com a missão de desenvolver um ministério ou serviço, na casa do Senhor. Seu ministério não tem o mesmo caráter do profeta do Antigo Testamento. Este falava à nação.

  O profeta do Novo Testamento fala para a igreja local, com vistas ao aperfeiçoamento dos crentes para a obra do ministério, e para edifi­cação da igreja. Deve haver discernimento de espírito, por parte da liderança, e no meio da igreja local, para que “lobos devoradores”, travestidos de “profeta” não causem estragos no meio do rebanho do Senhor Jesus Cristo.

     Dons Espirituais e Ministeriais

   - Elinaldo Renovato de Lima

 


        O PROFETA

  Introdução:

  Em fevereiro de 1959, o Senhor Jesus apareceu a mim e falou comigo durante uma hora e meia a respeito do ministério de profeta. Aquela visão é contada em detalhes no livro Eu Creio em Visões. Muitas das informações contidas neste estudo foram-me reveladas naquela época. O Senhor também apareceu para mim em 1987 e falou comigo sobre os dons ministeriais, particularmente os ofícios de apóstolo e de profeta.

 I CORÍNTIOS 12.28

 28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em SEGUNDO LUGAR PROFETAS...

 EFÉSIOS 4.11

  II E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para PROFETAS....

 A. Há profetas nos dias de hoje?

 1. Alguns afirmam que o ofício de profeta foi abolido. Que houve profetas no período do Velho Testamento e no período da igreja primitiva, mas que não há mais profetas hoje.

 a. Esta afirmação não é bíblica.

 2. A Palavra de Deus nos diz que ele concedeu alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres (Ef 4.11).

 a. Alguns dizem que os únicos ministros que temos hoje são evangelistas, pastores e mestres.

 b. A Palavra de Deus não faz distinção. Ou todos ainda permanecem ou nenhum ainda permanece.

 c. Para qual propósito foram dados? Para o aperfeiçoamento dos santos, para o trabalho do ministério, para a edificação do corpo de Cristo. Os santos já foram todos aperfeiçoados? Há desempenho de serviços (ministérios) hoje? O Corpo de Cristo precisa de edificação? Sim, com bastante ênfase! Então todos estes dons do ministério devem estar em operação.

 d. Estes dons do ministério são necessários até que Jesus volte para sua Igreja.

 B. O que constitui o ministério de profeta?

 1. Comentando o que o Novo Testamento diz a respeito do profeta, um estudioso do grego disse: "Ele fala pelo impulso da inspiração súbita no momento.à luz de uma repentina revelação. A idéia de falar por uma revelação súbita parece ser fundamental no relacionamento com os eventos futuros ou da mente do Espírito em geral." Um profeta fala por inspiração divina direta, uma revelação imediata — não algo que ele pensa, mas algo dado subitamente por inspiração repentina. 2. Para permanecer no ofício de profeta, deve ser primeiramente um ministro do Evangelho, separado e chamado para o ministério com o chamado de Deus para sua vida. O profeta é um dom do ministério.

 a. Um profeta é acima de tudo um pregador ou um mestre da Palavra.

 b. Não há profetas entre o que chamamos de leigos — porque um profeta é aquele que é chamado para o ministério de tempo integral.

 c. Um leigo pode profetizar, mas você não é um profeta só porque profetiza.

 1) Paulo encorajou toda a igreja de Corinto a buscar o dom de profecia (1 Co 14.1). Então ele dá a definição do que é o simples dom de profecia: Mas o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando (v.3).

  Ainda a resposta à pergunta "São todos profetas?" é obviamente "Não" (1 Co 12.29).

  2) Diferenciar entre o profetizar — embora um profeta possa profetizar — e o ministério de profeta.

  ATOS 21.8-11

 8 No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com eles.

  9 Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.

  10 Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo;

 11 E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele seu próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o entregarão nas mãos dos gentios.

  As quatro filhas de Filipe profetizavam. Isto significa que elas operavam no simples dom de profecia, "falando aos homens para edificação, exortação e consolo" (1 Co 14.3).

  Agabo era um profeta. E embora um profeta possa profetizar o que é revelado, Ágabo não está profetizando neste trecho. Ele somente está relatando o que o Espírito Santo lhe revelou anteriormente.

  3. Para permanecer no ofício de profeta, o dom do ministério necessita como condição necessária já terem operação, em seu ministério, uma manifestação consistente de pelo menos dois dos três dons de revelação (palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, discernimento de espíritos), além do dom de profecia.

 a. Os três dons de revelação são:

 1) Palavra de sabedoria: Revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus concernente ao propósito da mente e vontade de Deus. Sempre se refere ao futuro.

 2) Palavra de conhecimento: Revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus de fatos na mente de Deus concernentes às pessoas, lugares ou coisas. Sempre se refere ao presente ou passado.

 3) Discernimento de espíritos: Discernimento sobrenatural para dentro da dimensão espiritual. Enxergar e ouvir na dimensão espiritual.

 b. Qualquer crente cheio do Espírito pode ter manifestações ocasionais destes dons conforme a vontade do Espírito e conforme a necessidade. Mas um profeta também permaneceria no ofício de pregador ou mestre e teria manifestação muito mais consistente desses dons. A diferença é que um profeta tem um ministério nessa linha. Ele torna-se um dom do ministério num nível mais elevado.

 c. Um profeta tem visões e revelações.

 d. Há três tipos de revelações e três tipos de visões. O tipo mais elevado de revelação e a categoria menos elevada de visão são similares e às vezes o indivíduo não consegue diferenciar um caso do outro.

 1) Visão espiritual. Uma pessoa tem a visão no seu espírito, ou vê em seu espírito. É o primeiro tipo de visão e a de categoria menos elevada.

  Exemplo: Saulo na estrada para Damasco (Atos 9.1-8). A Bíblia diz sobre Saulo que ... quando os seus olhos estavam ABERTOS, ele não via nenhum homem... Os olhos de Saulo estavam fechados quando ele teve esta visão e viu Jesus. Paulo não via o Senhor com os seus olhos físicos. Ele enxergava no reino espiritual com os seus olhos fechados.

  Na realidade, a Bíblia diz que Saulo ficou cego durante um tempo, portanto ele não pôde ver a Jesus com seus olhos físicos. Mais tarde Ananias orou por Paulo para que ele pudesse receber sua visão (Atos 9.17).

  2) Êxtase. Jesus assinalou para mim que o segundo tipo mais elevado de visão é quando entramos em êxtase.

  Quando uma pessoa entra em êxtase, seus sentidos físicos são desaguçados. A sensibilidade de onde se está, ou a respeito das coisas do mundo físico, desaparece. Ele não fica inconsciente; ele torna-se mais consciente das coisas espirituais do que das coisas físicas.

  Exemplos: Paulo. Quando Paulo foi a Jerusalém pela primeira vez após a sua conversão, ele disse: Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, sobreveio-me um êxtase, e vi aquele que falava comigo (Jesus): Apressa-te e sai logo de Jerusalém porque não receberão o teu testemunho a meu respeito (At 22.17,18).

  Pedro. O capítulo 10 de Atos relata a visão de Pedro em que o Senhor disse-lhe para levar o Evangelho aos gentios. Pedro subiu ao eirado para orar e então sobreveio-lhe um êxtase (v.10).

  Quando Pedro entrou em êxtase,... viu o céu aberto... (v.ll). Ele estava vendo na dimensão espiritual. Observamos, então, da Bíblia, que tanto Pedro quanto Paulo entraram em êxtase e enxergaram na dimensão espiritual.

  3) Visão aberta. É a visão da categoria mais elevada. Quando ocorre os sentidos físicos não ficam suspensos. Seus olhos físicos estão abertos. O indivíduo permanece com toda sensibilidade física, e ainda vê e ouve na dimensão espiritual.

  João. No capítulo 1 do livro de Apocalipse, parece que João viu ao Senhor numa visão aberta.

  Experiência pessoal: Tive esse tipo de visão quando Jesus apareceu-me em 1959 e ensinou-me a respeito do ministério de profeta. Vi Jesus entrar no meu quarto. Ouvi Seus passos. Vi-O sentar-se ao lado da minha cama. Ouvi Sua voz do mesmo modo que ouço a voz de qualquer pessoa.

  e. Os profetas do Velho Testamento eram chamados videntes. Eles viam e sabiam algumas coisas de maneira sobrenatural.

  l)Durante aquela visão, o Senhor lembrou-me do tempo em que Saul era um jovem e procurava as jumentas de seu pai que tinham-se extraviado (1 Sm 9). Quando Saul inquiria a respeito delas, alguém lhe sugeriu que fosse ao profeta e lhe perguntasse onde encontrar as jumentas, pois ele saberia onde elas estavam. Saul foi ao profeta Samuel, que lhe disse que as jumentas tinham sido encontradas há três dias e que agora as pessoas procuravam por Saul.

  Samuel sabia disso sobrenaturalmente. Samuel também pediu para que Saul esperasse, pois tinha uma palavra de sabedoria para ele, concernente ao plano de Deus. Saul foi então ungido para ser o primeiro rei de Israel. Certamente Samuel não sabia a respeito do paradeiro de qualquer jumenta perdida em Israel. Possivelmente havia muitas jumentas perdidas naqueles dias. Deus tinha um propósito em revelar um caso particular, pois era concernente ao futuro rei de Israel.

  Experiência pessoal: Certa vez fui visitar um ministro no lugar onde ele estava construindo um templo novo. Após mostrar-me o lugar, entramos em nossos carros para irmos embora. Enquanto isto acontecia, a Palavra do Senhor veio até mim dizendo que eu devia falar àquele ministro que ele não viveria muito tempo a menos que julgasse a si mesmo em três coisas: sua dieta, suas questões envolvendo dinheiro, e sua falta de amor pelos irmãos.

  Eu saí do meu carro para falar com ele, mas, enquanto isso acontecia, alguém foi até seu carro e começou a conversar com ele. Eu sabia que provavelmente ele não aceitaria as minhas palavras. Ele certamente não andava em amor para com os irmãos, e, provavelmente, teria me esbofeteado. Enquanto pensava nessas coisas, ele foi embora sem que eu lhe contasse o que Deus tinha me mostrado. Aquela foi a última vez em que o vi, pois, embora fosse jovem, veio a falecer três anos mais tarde.

  f. A palavra "revelação" é usada em conexão com o ministério de profeta.

  1 CORÍNTIOS 14.29,30

  29 Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. 30 Se, porém, vier REVELAÇÃO a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro.

  1) As revelações podem vir pelo profeta pela operação do dom de profecia. Isto está numa categoria superior à da simples profecia.

  2) As revelações também entram em operação quando o profeta simplesmente relata o que o Espírito Santo está dizendo.

 3) As revelações devem ser julgadas.

  Comentário: É bíblico que os outros julguem as profecias (1 Cr 14.29). As pessoas que não querem que suas revelações — ou profecias — sejam julgadas estão erradas. E elas podem estar com orgulho espiritual. Alguém poderia dizer: "O Senhor Jesus não comete erros."

 Correto. Mas estes dons espirituais estão sendo manifestados através de seres humanos, que são imperfeitos.

  É semelhante ao fluir da água por um cano. A água pode ser contaminada pela ferrugem do cano.

  Outras pessoas têm o Espírito de Deus, especialmente aquelas que são utilizadas nesta área, então é por isto que a Palavra diz:... deixe que os outros julguem.

  g. Às vezes o profeta opera como prognosticador. Este é o dom da palavra de sabedoria operando através do profeta.

  1) Ágabo. Ele previu uma seca (At 11.28) Ele previu o que aconteceria com Paulo em Jerusalém (At 21.10,11). h. Alguns não crêem que a profecia pessoal seja bíblica. Eles não crêem que um profeta possa trazer uma mensagem para um indivíduo.

  1) Ágabo operou nela (At 21.10,11).

  Ele não disse a Paulo que ele não deveria ir a Jerusalém.

  Ele simplesmente disse-lhe o que ocorreria lá, e isto se cumpriu.

  2) Muitas vezes Deus mostrou coisas nessa linha que abençoaram e ajudaram as pessoas. Necessitamos dessa espécie de manifestação nos dias de hoje.

  3) Conforme a vontade de Deus, Ele nos mostra coisas para nos preparar e nos deixar prontos para o futuro. Mas você não liga e desliga a operação do ministério de profeta conforme sua vontade. Ele entra em operação conforme a vontade do Espírito.

 4) Às vezes Deus usa um indivíduo para levar uma palavra de Deus para outra pessoa. Então este indivíduo poderia pensar que pode trazer uma palavra de Deus a todos. Não! Aqueles que andam trazendo "mensagens de Deus" e profecias para todo mundo a toda hora estão no engano, no fanatismo e com problemas horríveis..

  O diabo pode enganá-los. E ele o fará.

  Há uma semelhança entre o ministério de profeta do Antigo Testamento e o do Novo Testamento. Contudo, o profeta do Novo Testamento não tem o mesmo status (posição) do profeta do Antigo Testamento.

  1)0 povo da época da Antiga Aliança ia ao profeta buscar direção. Somente o rei, o sacerdote e o profeta eram ungidos pelo Espírito de Deus para ocuparem os seus respectivos ofícios.

 Os demais não tinham nenhuma Presença de Deus tangível em suas vidas. A Presença de Deus estava encerrada no Santo dos Santos. Eles não tinham o Espírito de Deus nem sobre eles, nem dentro deles. A menos que Deus decidisse mover-Se e demonstrar a Si mesmo no reino natural, como no caso de Gideão, as pessoas teriam que recorrer ao profeta para orientação.

  C. Na Nova Aliança não é bíblico buscar direção através do ministério do profeta.

 1. Jesus disse isso quando Ele me apareceu em 1959.

 2. Estamos numa aliança superior (Hb 8.6).

 3. Temos a mesma Presença de Deus dentro de nós que estava encerrada no Santo dos Santos. Ele vive em nós. Na Nova Aliança, nossos corpos são templos de Deus (1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16).

 4. Ele está dentro de nós para nos guiar. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos (maduros) de Deus (Rm 8.14).

 5. Todo crente necessita aprender a se orientar pelo testemunho interior do Espírito Santo. Ele não teria de ir a mais ninguém para buscar orientação.

 6. Há pessoas que procuram controlar a vida das outras através de profecias (pessoais). Não sei porque gostam de fazer isto, porque não é bíblico.

  Durante anos tenho visto isto acontecer em ciclos. Muitas coisas acontecem nesta época e as pessoas pensam que têm uma "nova revelação." Porém eu vi a mesma coisa há 35 anos. O que houve desapareceu então, e irá desaparecer agora, porque não está baseado na Palavra.

  Pensam que têm algo novo, e realmente é um espírito de engano. Não é o Espírito Santo de maneira alguma. Durante anos tenho visto estes "profetas" dizerem a outros com quem eles devem ou não se casar. Nunca vi em nenhum caso isto funcionar. E, ah, a tragédia que vi ocorrer com as pessoas.

  7. Saiba em seu próprio espírito como Deus o está guiando. Se algo que alguém diz confirma o que você tem em seu espírito, tudo bem! — se não, esqueça!

  8. O profeta Ágabo tomou o cinto de Paulo e ligou com ele os seus próprios pés e mãos e declarou:

  ATOS 21.11-14

  11 E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele seus próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o entregarão nas mãos dos gentios.

  12 Quando ouvimos estas palavras tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém.

  13 Então ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus.

  14 Como, porém, não o persuadimos, conformados, dissemos: Faça-se a vontade do Senhor.

  Observe algo. Ágabo previu o que aconteceria. Mas ele não disse nada a respeito de qual seria a vontade de Deus sobre o assunto. Ele não disse a Paulo se ele devia ir ou não ir a Jerusalém. Ele não deu a Paulo nenhuma direção a respeito do assunto. Ele simplesmente disse o que lhe foi revelado. Paulo teria que decidir por ele mesmo se Deus estava conduzindo-o ou não a Jerusalém.

  Algumas pessoas pensam que Paulo saiu do propósito de Deus — que o Espírito de Deus estava dizendo-lhe que não deveria ir.

  Este não é o caso, pois quando Paulo foi preso, Jesus apareceu-lhe à noite.

  ATOS 23.11

  11 Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma.

  Se ele estivesse fora da vontade de Deus, o Senhor teria-lhe dito.

  D. Ponha a Palavra de Deus em primeiro lugar. Mesmo se houver manifestações sobrenaturais em sua vida, não construa seu ministério sobre manifestações sobrenaturais. Continue com elas, mas construa (edifique) o seu ministério sobre a Palavra de Deus. Mesmo se você é um profeta, construa o seu ministério sobre a Palavra.

  1. Durante o avivamento de cura divina entre 1947 e 1958, Deus enviou-me para conversar com alguns ministros. Ele disse-me para dizer-lhes: "Você não pode edificar um ministério sobre dons espirituais. Desenvolva o seu ministério da Palavra. Siga adiante e opere nos dons espirituais, mas desenvolva o seu ministério da Palavra (pregação e/ou ensino). Caso contrário, você caminhará para encerrá-lo na ruína espiritual." E com o tempo, acabaram por se arruinar exatamente como Ele disse que iriam.

  Estávamos no ano de 1954 quando disse-lhes: "Quando vocês estiverem fora do ministério, ainda estarei nele." Olharam para mim, surpreendidos. Mas hoje praticamente todos já não estão mais nele.

  Deus inspirou-me a dizer-lhes estas coisas, tentando fazê-los voltarem-se para a Palavra, mais do que somente para os dons do Espírito. Eu disse: "Vejam, estou edificando sobre a Palavra, e não sobre dons espirituais, e a Palavra permanece para sempre. Ela nunca falha." E.

  É perigoso sentir-se na obrigação de que o ofício deva sempre entrar em operação.

1.  Algumas pessoas chamadas por Deus, ungidas e equipadas por Ele para permanecerem num certo ofício, pensam: "Sou obrigado a funcionar nele para sempre."

 Então, quando o Espírito Santo não está em manifestação, tentam funcionar (operar) por si mesmas. É PERIGOSO ENTRAR NESSA ÁREA.

  Se está em operação, tudo bem.

  Se não — não tente produzi-la por si mesmo.

2.  Deus enviou-me para falar com um ministro em duas ocasiões. O Senhor disse-me para dizer-lhe: "Se a manifestação está lá, tudo bem. Se não, esqueça-a, vá em frente e pregue."

 O Senhor me disse para dizer-lhe: "Se não, acabará por se arruinar neste lixo espiritual." Sinto por dizer que ele se arruinou. Ele não queria prestar atenção. Ele me disse: "Sinto como se fosse obrigado a realizar." Eu disse: "Bem, se você está realizando, já perdeu em primeiro lugar."

  Estava com 36 anos nesta época. Saí de lá para Scranton, Pennsylvania, e então para New Jersey, para uma campanha de 2 semanas com o irmão A. A. Swift, um grande homem de Deus, então com 72 anos.

  Disse ao irmão Swift o que o Senhor disse-me que devia falar àquele ministro. O irmão Swift disse: "Ele tem a Palavra de conhecimento operando nele. Eu reconheço-a. Mas passei bastante tempo na China e tornei-me conhecedor do que são os poderes ocultos." Ele disse: "O que alguns irmãos não percebem é que se o Espírito de Deus não está em manifestação e você move-se para esta área e tenta fazer algo na carne, você está abrindo uma porta para o engano de poderes ocultos. Isto ocorre porque você deixou a Palavra."

  Discirna a diferença entre o Espírito de Deus e os espíritos familiares.

  1. Não adianta ficar temeroso por causa dos maus espíritos — na verdade, são os espíritos familiares que estão em ação. Estes espíritos estão familiarizados com as pessoas, e comunicam-se com aquelas pessoas através das quais operam.

  2. Quando Deus tirou a Israel do Egito, lembre-se que Arão atirou sua vara e ela tornou-se em serpente. Os magos fizeram o mesmo — largaram suas varas no chão e elas transformaram-se em serpentes. Contudo a serpente de Moisés e Arão tragou as serpentes dos magos (Êx 7.12).

  3. O diabo sabe algumas coisas. Ele não é onisciente como Deus. Mas a Bíblia fala a respeito de espíritos familiares. Eles ficam familiarizados com você — mesmo que você seja salvo e cheio do Espírito Santo. E se alguém os contata, eles dirão algumas coisas a respeito de você.

  A jovem de quem Paulo expulsou um demônio tinha um espírito de adivinhação (At 16.16-19). Isto significa que ela fazia previsões — mas é o tipo errado de espírito.

  O diabo sabe coisas que acontecerão às pessoas se continuarem caminhando exatamente como estão. Se são filhos dele, ele sabe exatamente o que lhes acontecerá.

3.  Conheço uma certa pessoa através da qual a palavra de conhecimento supostamente operava. Ele sabia coisas a respeito das pessoas. Ele costumava dizer rapidamente a revelação que recebera sobre as pessoas.

 Certa vez, quando ele veio a uma das minhas reuniões, o pastor pediu-lhe para compartilhar algo com a congregação. Enquanto ele falava, ouvi o Espírito Santo dizer em alto e bom som: "espíritos familiares." Eu sabia que o Senhor estava me dizendo que o que ele possuía eram espíritos familiares.

 Algum tempo depois, em outra parte do país, um velho amigo meu perguntou-me: "Você conhece fulano?" citando o nome do "ministro". "Sim", disse, "sei quem ele é, mas não tenho parte com ele". "Bem", ele disse, "Pensei que ele fosse de fato um homem de Deus porque coisas sobrenaturais operam através dele. E fui levado por isso. Eu possuía uma jóia de grande valor, que herdei, a qual mantinha guardada em certo lugar da minha casa. Aquele sujeito descreveu exatamente como era o diamante, disse-me onde estava, e disse-me que o Senhor queria que desse o diamante para ele. Pensei que fosse Deus", ele disse, "porque era sobrenatural. Então fui e dei-lhe o diamante."

  "Mas, dois dias mais tarde, ele operou na mesma condição, perdeu sua calma, e amaldiçoou um homem. Então antes de sair da cidade — isto não foi boato, sei que aconteceu — envolveu-se com outro sujeito em homossexualismo e enganou alguns garotos colocando-os em problemas." Então compartilhei com ele o que Deus tinha-me mostrado. Disse: "Não, ele possui espíritos familiares. Não é o Espírito de Deus em operação."

  5. Como você pode saber a diferença ?

  a. Por 1 Coríntios 12.1-3.

  1 CORÍNTIOS 12.1-3

  12 A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.

  13 Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixaveis conduzir-vos aos ídolos mudos; segundo éreis guiados.

  14 Por isso vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema Jesus! por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo.

  Interprete esses versículos no contexto. Paulo está escrevendo a respeito de manifestações espirituais e coisas concernentes ao Espírito Santo. De fato, alguém poderia dizer "Jesus é Senhor" pela sua cabeça. Um pecador poderia dizê-lo. Mas o que a Escritura está realmente dizendo é que quando o Espírito Santo está em operação, ele sempre faz de Jesus o Senhor. Quando é o Espírito Santo que se manifesta, Ele diz que Jesus é o Senhor. Ele glorifica a Jesus. Ele não atrai atenção para o homem e o faz senhor.

  b. A manifestação glorifica a Jesus? Abençoa as pessoas? Aproxima-as de Deus?

  c. Ou exalta ao homem? Atrai atenção para o homem?

  6. Não adianta ficar temeroso por causa dos maus espíritos. DEUS PODE SOBREPUJAR QUALQUER COISA QUE O DIABO POSSA FAZER. As manifestações do Espírito Santo são verdadeiras. Vamos ter as manifestações verdadeiras que irão abençoar as pessoas.

  7. Esteja aberto a Deus e convide o Espírito de Deus a Se manifestar em nosso meio nos vários e diversificados ministérios que Ele estabeleceu na Igreja.

  G. Conceitos errados que as pessoas têm a respeito do ministério de profeta.

  1. Conceito errado: Muitos supõem que o profeta não faz nada a não ser profetizar. Mas o principal ministério do profeta é pregar ou ensinar a Palavra.

  a. Um profeta faz muito mais do que profetizar. De fato, muito freqüentemente ele está falando a revelação do momento e não está profetizando — ele simplesmente está dizendo o que lhe foi revelado. Por exemplo, Ágabo dava a entender, pelo Espírito, que haveria fome na terra (At 11.28).

  b. Um profeta faz muito mais do que ter revelações. As pessoas enganam-se em pensar: Sou chamado para ser um profeta (e pode até ser), de modo que sempre estão tentando ter uma revelação, sempre estão tentando profetizar.

  c. Antes de tudo, um profeta é um pregador ou mestre na Palavra. Jesus disse que João Batista era um grande profeta, embora não haja nenhum registro de que João previu alguma coisa. Ou melhor, Ele predisse ou pregou a mensagem do Reino de Deus sob a inspiração do Espírito Santo.

  d. A imposição de mãos acompanha o ministério de profeta.

  e. Um ministério de cura acompanha o ofício de profeta E quando o profeta opera nos dons de curar (ou qualquer função de ministério), é o ministério de profeta em operação.

  1) Eliseu.

  Jesus disse: LUCAS 4.27 27 Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro. Eliseu tinha um ministério de cura. E as pessoas sabiam disso. Naamã foi a Eliseu, por causa de uma judia, capturada na guerra da Síria contra Israel, que era escrava na casa de Naamã. Quando ela soube que Naamã era leproso, disse-lhe: Oxalá o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra (2 Reis 5.3).

  2) Jesus.

  Jesus operou no ofício de profeta. Seu ministério de cura exemplifica todas as diversas manifestações que não veríamos num único ministério.

  3) O ministério de cura de um profeta pode operar através da imposição de mãos.

  4) O ministério de cura de um profeta também pode operar de outras formas.

  a) Eliseu não impôs as mãos em Naamã. Ele nem mesmo saiu para vê-lo. Ele tinha uma palavra de Deus. Ele enviou-lhe um mensageiro para dizer-lhe: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, eficarás limpo (2 Re 5.10).

  b) Jesus ministrou cura através de outros meios além da imposição de mãos. Mas sem tocar os dez leprosos, disse-lhes: vão e apresentem-se aos sacerdotes. E foram curados no caminho (Lc 17.11-19).

  Ele cuspiu na terra e, havendo feito lodo com a saliva, aplicou nos olhos de um homem cego, e disse-lhe: Vá lavar-se no tanque de Siloé (Jo 9.6,7). Por que Ele agiu assim? Porque o Espírito de Deus disse-Lhe para fazê-lo. Ele operava no ofício de profeta. Os dons de curar estavam em operação através dEle.

  Jesus foi ungido com o poder de cura de Deus (At 10.38). E, em outras ocasiões, Jesus ministrou a cura pela transferência de poder. Em outras palavras, as pessoas eram curadas também quando a unção de cura fluía de Jesus para elas. A mulher hemorrágica é um exemplo disso (Mc 5.25-34). Veja também Mt 14.34-36; Mc 6.56; Lc 6.19.

  5) Jesus disse, a respeito da cura de Naamã através do ministério de profeta de Eliseu: Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro (Lc 4.27).

  Por que Eliseu não fez isso com todos os leprosos de Israel?

  Naamã era um idolatra; nem israelita ele era. Não participava da aliança com Deus. Ele adorava ao ídolo Dagon. Porque Eliseu não disse aos leprosos de Israel, incluindo aqueles que participavam da aliança com Deus: "Vão e mergulhem no rio Jordão sete vezes e sua carne se tornará novamente limpa tal como a de uma criança"?

  Porque Deus não disse para falar-lhes isso! Você não pode ir além da Palavra de Deus.

  A Palavra de Deus, sem dúvida, veio a Eliseu para dizer-lhe o que fazer no caso de Naamã.

  Experiência pessoal: As pessoas ainda são curadas dessa maneira hoje. No meu ministério muitos foram curados assim, pela Palavra do Senhor, em uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo — ainda que não pudesse fazer com que tal manifestação operasse para outros. O Senhor disse-me exatamente o que fazer. Às vezes o Senhor me dizia o que deveria falar para as pessoas fazerem. Às vezes tinha uma visão e agia na reunião conforme a visão. E pessoas levantavam-se de suas cadeiras de rodas.

  Ainda assim, outros entravam em cadeiras de rodas e saíam em cadeiras de rodas.

  Algumas pessoas mostram a sua ignorância da Palavra de Deus ao dizerem: "Não pode ter sido Deus. Se Ele curou um, deveria ter curado todos também."

  Em primeiro lugar, não era eu que estava curando. Em segundo lugar, não tinha uma palavra de Deus para os outros. Os outros poderiam ter sido curados se tivessem crido em Deus e contatado-0 por si próprios, mas, de uma maneira ou de outra, não o fizeram.

  2 Conceito errado: Muitos pensam que um profeta sempre deve saber tudo sobre todos, e tudo o que está acontecendo ao seu redor.

  a. Não é assim. Se assim fosse, Geazi, o servo de Eliseu, saberia que não teria a mínima chance de conseguir sair impune com o que fez (2 Rs 5.20-27).

  Naamã ofereceu presentes ao profeta, logo depois de ser curado. Eliseu não os aceitou. Então Naamã retornou à Síria. Mas Geazi foi atrás dele e lhe mentiu. Ele disse: Meu senhor me enviou. Após você ter ido embora vieram dois jovens profetas. E embora meu senhor não levasse nada para ele mesmo, ele disse que seria bom dar um talento de prata e duas vestes festivais para eles (2 Rs 5.22).

  Naamã, emocionado por ter sido curado de tal condição terrível, deu a Geazi mais do que ele pediu. Ele tomou o dinheiro e o escondeu.

  Mas quando Geazi voltou para Eliseu, ele lhe perguntou o que tinha acontecido. Ele respondeu: Seu servo não foi a lugar nenhum (2 Rs 5.25). E Eliseu lhe respondeu: Não fui ter contigo em espírito,... ? (v. 26) Contudo, se Eliseu sempre soubesse tudo sobre todos e tudo que fosse acontecer ao seu redor, Geazi, que estava com ele continuamente, saberia disso, e nunca teria tentado fazer o que fez.

  b. O Senhor somente diz a um profeta o que Ele quer que ele saiba. Ele não diz a um profeta todas as coisas.

  Outras Escrituras também indicam que o profeta não sabe tudo. O Profeta Elias disse, quando a sunamita foi até ele e prostrou-se aos seus pés após a morte de seus filhos:... Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo manifestou (2 Re 4.27).

  3. Conceito errado: Alguns pensam que, se alguém é um profeta, podem perguntar todo o tempo: "Você tem alguma palavra para mim?"

  a) Você não pode ativar estas coisas conforme a sua vontade.

  b) Deus pode lhe dar ou não uma Palavra. E na maior parte das vezes Ele não lhe dá.

  Comentários pessoais: A palavra de conhecimento, a palavra de sabedoria, o discernimento de espíritos e o dom de profecia operam no ofício de profeta. Como eles são dons espirituais, também operam na vida de um cristão cheio do Espírito conforme a necessidade ou conforme a vontade de Deus. Mas a operação desses dons em sua vida não faz de você um profeta.

  Pouco tempo depois de ter sido cheio do Espírito e falar em línguas, a palavra de conhecimento começou a operar na minha vida. Eu podia ver e saber de coisas sobrenaturalmente. Mas isto não me fazia um profeta.

  Eu tinha 20 anos e era pastor de uma igreja no interior quando, duas semanas depois do meu batismo com o Espírito Santo, tive uma rápida visão espiritual — eu a chamo de "minivisão". Vi uma pessoa na congregação e também vi como ela foi levada ao pecado duas noites atrás. Embora fosse levada a isso, esta jovem estava pensando: "Eu pequei e Deus não me ama mais." Sua amiga insistiu para que ela fosse à igreja naquela noite, mas ela já tinha decidido não voltar de novo. Quando comecei o culto e fechei os meus olhos, vi tudo isso: com quem ela estava, o que tinha feito, e como aconteceu. Eu lhe tornei conhecido o que Deus tinha-me dito, sem que a congregação pudesse saber; eu usei de sabedoria. Se você tem uma revelação, busque sabedoria de Deus para lidar com ela. Não saia falando-a impulsivamente e sem sabedoria.

  Se você agir erradamente pode arruinar as vidas das pessoas e causar muita confusão, de modo que Deus poderá não lhe dar outras revelações. Você pode ofender o Espírito de Deus, de modo que Ele não lhe mostrará outras coisas porque não pode confiar em você.

  A jovem, ciente do amor e perdão de Deus por ela, veio ao altar em lágrimas. Deus revelou-me aquelas coisas para salvá-la.

  Algum tempo depois, enquanto ainda era solteiro e pastoreava uma igreja do Evangelho Pleno, havia uma linda jovem na igreja que estava bastante interessada em mim e eu estava um pouco interessado nela.

  Tínhamos reuniões sábado à noite e domingo pela manhã e à noite. Como ela era a cantora mais talentosa, freqüentemente cantava um cântico especial. Mas ela não estava lá para cantar num sábado à noite.

  Na manhã seguinte estava no púlpito pregando quando olhei pela janela e vi um carro parar. Vi-a sair do carro e dirigir-se para a igreja. O carro saiu rapidamente.

  Subitamente, não estava mais no culto. Eu ouvia o som da minha voz enquanto falava, mas não sabia o que estava dizendo. É como se meu espírito estivesse em algum outro lugar.

  Eu sei o que Eliseu queria dizer quando falou "meu espírito foi com você".

  Estava numa rua de uma cidade a 15 milhas do lugar em que pregava naquela manhã de domingo. Era sábado à noite (Isto ocorreu na década de trinta.) As ruas se enchiam no sábado à noite, pois as pessoas do campo iam para a cidade.

  Eu permanecia em frente a um armazém na rua principal. Vi a jovem andando pela rua. Vi o mesmo carro parar ao seu lado. Vi-a entrar naquele carro.

  Então, ao invés de continuar em frente ao armazém, estava agora sentado no assento traseiro do carro. Ele saiu para fora, para o campo, e eles cometeram adultério. Deus mostrou-me estas coisas para me guardar. Ele mostrou-me muitas vezes outras coisas para ajudar os outros. Mas aquelas revelações não me faziam um profeta.

  Eu já tinha pregado quase 20 anos quando Jesus apareceu para mim, em uma visão em 1952, e disse: "De agora em diante o que é conhecido em Minha Palavra como discernimento de espíritos irá operar em sua vida e ministério quando você estiver no espírito." Quando o discernimento de espíritos começou a operar em minha vida, pude ver e ouvir no reino do espírito. Então dois dons de revelação — discernimento de espíritos e a palavra de sabedoria — operaram na minha vida de forma consistente, além da profecia. Foi quando ingressei no ofício profético. Porém, até mesmo então, não ocupei o ofício de profeta publicamente até 1953.

  Se Deus o chamou para um dado ofício, você não entrará nele imediatamente, Você estragaria tudo se entrasse na plenitude dele imediatamente. Mas Deus acrescentará um pouco aqui e um pouco ali. Se Ele tem em mente estabelecê-lo num dado ofício, se você for fiel, então, quando Ele puder confiar em você, Ele o estabelecerá. Deus não violará os princípios estabelecidos em Sua Palavra. O Espírito de Deus disse através de Paulo para que nenhum neófito seja estabelecido como presbítero, e então se ensoberbeça e caia na condenação do diabo (1 Tm 3.6).

  O mesmo é válido em outros ofícios. Se um neófito é colocado no mesmo, Satanás o tentará e ele será ensoberbecido e destruído. Penso que alguns foram destruídos porque sentiam nos seus espíritos o chamado, mas ao invés de esperar que Deus os estabelecesse, eles tentaram estabelecer a si mesmos.

  Posso ver a sabedoria de Deus cm meu próprio ministério. Como um jovem e imaturo mental e espiritualmente, se estivesse cm alguns ofícios e lugares que ocupo hoje, nunca teria ido adiante. Teria ido para o lugar errado. Quando Deus me usasse, minha cabeça teria ficado tão grande que eu não conseguiria passar pela porta.

  Estou satisfeito porque Deus pode nos usar. Mas eu não fico ensoberbecido de nenhum modo. Sinto-me humilhado sob a mão de Deus por Ele usar-me. Não tenho o mínimo de orgulho.

  Não fico nem mesmo emocionado quando ele me usa. Além do mais lemos no Antigo Testamento que Deus usou um burro para falar cm hebraico. Aquilo não fez do burro nada de especial. Então, se Deus o usar, louvado seja o Senhor, dê-lhe toda a glória.

  Não fique fascinado com nomes e títulos.

  Não saia e diga: "sou um profeta". Você pode se tornar ou não um algum dia. Mas deixe Deus estabelecê-lo; não tente estabelecer a si mesmo num dado ofício.

  Nem mesmo necessariamente diga: "Sou um mestre", Pode ser que Deus queira fazêlo um evangelista. Espere c descubra o que Deus quer que você faça.

    kenneth e Hagin

   - os dons do ministério

 


CAPÍTULO III - A OPERAÇÃO DA PALAVRA DE CONHECIMENTO NAS ESCRITURAS

 A Palavra de Conhecimento é uma revelação dada pelo Espírito Santo de parte dos fatos que estão na mente de Deus. Deus sabe tudo, mas Ele não revela tudo o que Ele sabe. Ele apenas dá a uma pessoa a palavra de conhecimento. Uma palavra é uma parte fragmentada de uma sentença. Ele apenas dá ao homem o que Ele quer que ele saiba naquela hora. Uma parte do conhecimento que Ele tem. Muitas vezes este dom é confundido com conhecimento natural, mas é conhecimento sobrenatural verdadeiramente. É algo que é revelado ou dado pelo Espírito Santo.

  Quando João estava na ilha de Patmos, ele estava no Espírito no Dia do Senhor, como nós lemos no livro de apocalipse. O Senhor deu a ele a palavra de conhecimento sobre sete igrejas diferentes. Aquelas igrejas existiam de fato. Elas podem ter uma aplicação profética para nós, mas elas eram sete igrejas literalmente, que existiram na Ásia Menor naquele tempo.

  Enquanto João estava na ilha de Patmos, teria sido impossível no natural para ele saber a condição daquelas igrejas. Isto foi revelado a ele pelo Espírito. Ele tinha conhecimento dado a ele em forma de visão, pelo Espírito Santo, da condição espiritual destas igrejas.

  No nono capítulo de Atos, nós temos um exemplo onde o dom da palavra de conhecimento estava em operação na vida de um leigo da igreja. ―Havia um certo discípulo... Ele era um discípulo, ou o que nós chamaríamos de leigo, um seguidor do Senhor. ―Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que lhe respondeu: Eis-me aqui, Senhor! Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas procura por Saulo, apelidado de Tarso, pois ele está orando.

 Embora Ananias não fosse um ministro ou profeta, não fosse um pastor ou evangelista, a palavra de conhecimento estava sendo concedida a ele, contando-lhe que Saulo estava orando e onde, e que Saulo tinha tido uma visão de si mesmo. ―Ele viu em uma visão um homem chamado Ananias que vinha e impunha sua mão sobre ele... Essa foi uma manifestação deste dom espiritual da palavra de conhecimento.

  Muitas vezes a palavra de conhecimento é confundida com o profundo conhecimento da Bíblia. Mas nós ganhamos um profundo conhecimento bíblico estudando a palavra de Deus. Isso não é um dom. Se conhecimento da escritura veio através do dom da palavra de conhecimento, não seria necessário estudar. Apenas viria para uma pessoa. Paulo recebeu sua revelação por este método, mas é passado para nós através de seus escritos enquanto nós estudamos a palavra de Deus. ―O evangelho ao qual foi pregado por mim não vem de homem, porque eu tão pouco o recebi de homem, nem me foi ensinado, mas por revelação de Jesus Cristo.

  Então outra vez, esta palavra de conhecimento está associada erroneamente com o real conhecimento de Deus que vem por andar com Ele. Assim como no natural nós conhecemos uma pessoa melhor enquanto andamos com essa pessoa e vivemos com ela, então pela andar com Deus nós aprendemos mais sobre Ele. Mas esse tempo de conhecimento vem através da experiência. Este dom é uma revelação sobrenatural que vem no momento. Olhando para as referências das escrituras, nós veremos a diferença.

  Quando Samuel, enquanto menino pequeno, estava vivendo com Eli e servindo no templo, Deus falou com ele (1 Sm 3). Mas devido a sua inexperiência com as coisas espirituais, ele não reconheceu a voz do Senhor. Apesar da palavra de conhecimento que veio para a jovem criança, Samuel não tinha tido ainda o resultado do andar junto com Deus por muitos anos. Isto foi uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo que pode vir para crianças tão bem quanto para pessoas mais velhas.

  Enquanto Pedro estava em Jope orando em um eirado, o Senhor deu-lhe uma visão, revelando seu plano e propósito para os gentios (Atos 10). Depois que a visão desapareceu e Pedro estava espantado como que tudo significava, o Senhor lhe deu uma palavra de conhecimento. ―Estão aí dois homens que te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei. (versículos 19-20). Deus sabia que aqueles homens estavam lá para ver Pedro, e revelou isto a ele sobrenaturalmente.

  Em 2 Reis 6.9-12 nós lemos onde a palavra de conhecimento foi usada para advertir um rei do pleno do inimigo para destruição. Todo o tempo que o inimigo enviava seus homens para armar emboscadas ao rei de Israel, o profeta de Deus contava ao rei onde a emboscada estava, e os soldados do rei armavam outra emboscada.

  O inimigo do rei pensou que eles deviam ter um traidor entre eles, alguém que estava passando seus segredos. Mas quem? Então alguém falou alto e disse: ―Ninguém, ó rei, meu senhor, mas o profeta Elizeu, que está em Israel, faz saber ao Rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de dormir.

  Uma outra ocasião a palavra de conhecimento foi usada para iluminar e encorajar um servo desencorajado: Elias (2 Reis 6.17)

  Quando Elias ficou deprimido a ponto de querer morrer quando a rainha Jezabel ameaçou tirar sua cabeça dentro de 24 horas, a palavra de conhecimento veio para ele dizendo: ―também conservei em Israel sete mil homens, cujos joelhos não se dobraram a Baal e cujos lábios não o beijaram. (1 Reis 19.18). Elias não podia saber disso naturalmente. Isto foi uma revelação sobrenatural. Deus deu a ele uma palavra de conhecimento que o fortaleceu e encorajou.

  A palavra de conhecimento é também usada para expor um hipócrita, como no caso do servo de Eliseu, Geazi, mencionado no capítulo anterior.

  Um outro exemplo onde a palavra de conhecimento expôs a hipocrisia e corrupção na igreja foi o caso de Ananias e Safira. Nós lemos o quinto capítulo de Atos, onde este casal conspirou junto para declarar que venderam sua propriedade por tanto e deram aquele dinheiro para a igreja, retiveram parte do dinheiro para eles mesmos. Quando Ananias veio e pôs o dinheiro aos pés dos apóstolos, Pedro disse: ―Ananias, por que encheu satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? (versículo 3).

  A pior coisa não foi reter parte do dinheiro para si mesmos, mas mentir sobre isso. Pedro disse que eles mentiram para o ―Espírito Santo. Se eles tem dito, ―Nós decidimos que daremos 75% do dinheiro e guardaremos 25% para nós mesmos, isso teria sido um assunto diferente. Mas eles mentiram.

  A conspiração deles foi revelada a Pedro através da palavra de conhecimento. Ananias não seguiu em frente com isto, mas caiu morto imediatamente, e os homens jovens carregaram-no para enterrá-lo. Quando Safira veio três horas depois, sem saber do que acontecera a seu marido, ela confirmou que a terra tinha sido vendida por apenas aquela quantia que ela e seu marido tinham concordado que contariam. Então Pedro contou a ela que os homens que tinham enterrado seu marido, estavam na porta para carregá-la para fora, e ela caiu morta.

  A palavra de conhecimento pode ajudar poderosamente no momento da oração, ou para os servos de Deus ou para aqueles em necessidade de ajuda espiritual. Vez após outra o Senhor tem revelado para mim pessoas em necessidade. Essa foi uma palavra de conhecimento que ele me deu sobre meus problemas.

  Vários anos atrás um ministro e sua esposa levaram para sua casa um menino de 17 anos. Eles tinham apenas uma filha, e ela estava crescendo em um trabalho missionário. Entretanto, eles acolheram este menino como seu próprio filho.

 O rapaz tinha sido salvo embaixo do ministério deles. Ele nunca tinha tido uma mãe ou um lar . Este casal teve um bocado de dificuldades em conservá-lo na direção correta, mas eles tiveram um grande interesse pela vida dele e oraram muito por ele.

  Um dia ele saiu para procurar um emprego. Quando ele saiu a mãe estava lavando os pratos. Repentinamente ela sentiu uma incumbência de orar, então ela deixou seus pratos e foi orar. Enquanto ela estava orando, Deus deu a ela a palavra de conhecimento. Em uma visão ela viu este jovem no centro da cidade. Ao invés de ir procurar um emprego, ele parou na entrada de um bar. Ela gritou em oração, ―Querido Deus, detenha-o. Não o deixe voltar para seu velho modo de vida e velhos hábitos de pecado. Na visão ela o viu dar três passos para dentro do bar e parar. Então ela o viu endireitar-se, voltar e sair fora daquele lugar. Ele andou rua abaixo a procura de emprego e conseguiu um.

  Um pouco mais tarde ele veio para casa e disse a sua mãe que tinha encontrado um emprego.

  Então ele disse, ―Sabe, eu verdadeiramente tive uma vitória hoje. Ela disse: ―Sim, eu sei, e eu direi a você o que foi. Você começou a ir para um bar, parou na porta e depois foi embora.

  ―Como você soube? ele perguntou atônito.

  Então ela contou a ele que o Senhor tinha lhe dado uma incumbência de orar e então tinha lhe dado uma visão do grande esforço que ele tinha feito.

  Pais e mães precisam desta manifestação do Espírito Santo hoje. Deus quer nos dar socorro sobrenatural na criação dos nossos filhos. Muitas vezes nós resistimos desnecessariamente aos problemas e julgamentos. Nós temos o Espírito Santo em nós todo o tempo.

  Vamos ficar abertos a Ele para que Ele possa se manifestar para nós. Pela manifestação da palavra de conhecimento a igreja pode ser purificada, o aflito confortado, o santo alegrado, bens perdidos ou pessoas encontradas, o inimigo derrotado e o Senhor Jesus glorificado em tudo.

      O ministério de um profeta

  Kenneth E. Hagin

 



           

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