quarta-feira, 19 de maio de 2021

Lição 8: O Ministério de Evangelista

 


Lição 8: O Ministério de Evangelista 

TEXTO ÁUREO

“Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério”

 (2Tm 4.5).

                                                               

VERDADE PRÁTICA

O evangelista proclama o pleno Evangelho de Cristo com ousadia; é um arauto de Deus no mundo.

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 8.26-35; Efésios 4.11.

Atos 8

26 – E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.

27 – E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,

28 – regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.

29 – E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

30 – E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta lsaías e disse: Entendes tu o que lês?

31 – E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

32 – E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.

33 – Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.

34 – E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro?

35 – Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.

Efésios 4

11 – E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.

 OBJETIVO GERAL 

Mostrar a singularidade do ministério do Evangelista na vida da Igreja.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos

1 Abordar a respeito do envio dos setenta;

2 Refletir sobre a tarefa inacabada da Grande Comissão;

3 Indicar o papel do evangelista no Novo Testamento.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A grande tarefa da Igreja no mundo é pregar o Evangelho de Jesus de Nazaré. O ministério de evangelista foi concedido por Deus para que, com graça e paixão, as pessoas fossem tocadas pela mensagem do Evangelho. É um carisma de ordem ministerial que o nosso Pai do Céu dispensou ao seu povo. É urgente que a igreja no Brasil proclame o Evangelho simples aos quatro cantos deste país, apontando para temas acerca da salvação, do perdão do pecado em Jesus e do amor ao próximo. É bem possível haver frequentadores de uma igreja evangélica que nunca ouviram falar desses temas.

INTRODUÇÃO

O ministério de evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso, o estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como esse dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem como sua destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, para concluir a aula desta semana, reproduza o esquema abaixo. Utilize-o para falar um pouco a respeito da vida de John Wesley, Jonathan Edwards e David Wilkerson. Naturalmente, houve muitos outros homens e mulheres de Deus que igualmente impactaram a própria nação e o mundo com a proclamação do Evangelho e o testemunho de amor ao próximo. Mas queremos neste pequeno espaço refletir um pouco sobre como Deus usou pessoas de forma poderosa para executar o chamado da Grande Comissão. Conclua enfatizando que Deus conta conosco também para dar continuidade a esta tão nobre tarefa.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 “A palavra [evangelista] é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.1lss). Filipe foi chamado de ‘o evangelista’ (At 21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali, foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesareia, onde tinha sua casa (At 8.40; 21.8)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.725,26).

CONCLUSÃO

O dom ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara!

Título: Dos Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

 


                                      

                                        8

                                EVANGELISTA

 “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evange­ lista, cumpre o teu ministério” (2 Tm 4.5).

 Neste capítulo, analisaremos a missão do evangelista, um dom ministerial ao lado de outros da maior importância, como o de pastor, apóstolo, profeta ou doutor. A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se compulsamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; E f 4.11; 2 Tm 4.5).

  Nem por isso, o papel do evangelista pode ser considerado de somenos importância, no contexto dos ofícios ministeriais, que devem contribuir para o crescimento e para a edificação da Igreja do Senhor Jesus Cristo. A tradição do governo da igreja tem levado a entender que o evan­gelista é um cargo ou uma função hierárquica, inferior à de pastor, ou de apóstolo ou doutor, e superior à de presbítero. Porém, à luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos, podemos constatar que não é bem assim.

  Há homens, dentre os que se colocam à dispo­sição da obra do Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pre­gação do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. Por isso, o evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de Deus”, concedidos por Cristo aos homens, após sua retumbante vitó­ria sobre a morte (cf. E f 4.8-11).

  I - Jesus Envia os Setenta (L c 10. 1 - 24)

  Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros se­ tenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de Jesus sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico” . Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados de evangelistas.

  1. OS OBREIROS SÃO POUCOS

   Ao enviar os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, Jesus exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).

   2. CORDEIROS NO MEIO DE LOBOS

  No tempo de Jesus, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrenta­ riam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perse­guidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer.

  Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de Cristo. Daí, porque a maior parte dos missioná­rios está radicada onde já existem muitos obreiros.

 E poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores.

 E compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o evangelho a toda criatura.

 E a tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levan­tado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno” , através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados.

  3. AUTORIDADE PARA OPERAR SINAIS E MARAVILHAS

  Os setenta evangelistas foram autorizados a curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9). Receberam o mesmo poder que os Doze receberam da parte do Senhor (Mt 10.8). Nos tempos apostólicos, a operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial. Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de Jesus, de dois em dois (Lc 10.17).

  4. O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS

   Na palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que vi­ram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemo­ninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial? Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso seme­lhante, Jesus proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância com aquilo que prega.

  No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma Jesus quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que um servo de Deus pode ter.

    II - A Grande Comissão (M t 28. 19 ,20; Mc 16.15-20)

  Nas suas palavras finais aos seus “onze” discípulos, após a ressurreição, Jesus lhes deu a mais importante missão que poderia ser confiada a homens. A ordem de irem “por todo o mundo” e pregarem “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Aquele mandato seria extensivo a todos os demais discípulos, que o seguiam, e a todos os que haveriam de segui-lo ao longo dos tempos, e até à sua vinda em glória. Foi o que se convencionou chamar de “A Grande Comissão” .

  Eles foram comissionados para continuar a obra que o Mestre iniciou, em seu ministério terreno. Começou com 12, mas só onze estavam ali para receber aquela tão honrosa, difícil e gloriosa missão. Após a ascensão de Jesus, Matias foi escolhido para substituir Judas (At 1.23-26).

  1. O ALCANCE DA GRANDE COMISSÃO

 

 1) Tem alcance mundial. Os seguidores de Jesus deveriam ir “por todo o mundo” para levar as Boas-Novas de salvação. Antes de qualquer outra incumbência, eles teriam que realizar o papel de evangelistas, evangelizadores ou missionários, para buscarem as almas perdidas para Cristo. Outras funções ministeriais, de pastor, presbítero, diácono e as demais são consequência dos resultados da evangelização. E a tarefa não se restringia aos arredores de Jerusalém. A missão de propagar o evangelho de Cristo teria que ser local, regional, nacional e transcultural, “por todo o mundo”.

 

 2 ) D estina-se a todos os povos. Enquanto os judeus entendiam que a salvação seria exclusiva para eles, que esperavam o Messias, Jesus ultrapassou aquela visão limitada, e deu ordem a seus seguidores para que levasse a mensagem do evangelho “a toda criatura” . A Igreja de Jesus é “inclusiva” para os que o aceitam e abandonam o pecado. E é “exclusiva” para quem quer ficar ao lado de Cristo (M t 12.30).

 

 3) O mundo seria dividido entre dois grupos. Os crentes e os incrédulos. Os salvos e os perdidos. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Em sua visão divina, Jesus não vê nacionalidade, condição social, a cor da pele, raça, sexo, condição financeira ou econômica (G1 3.28). Ele só vê dois tipos de pessoas. Os salvos pela fé e os perdidos por causa da descrença nEle e em seu evangelho. Os homens não têm alternativa. Ou creem para serem salvos ou permanecem na incredulidade para serem perdidos. Os discípulos entenderam que a Grande Comissão é questão de vida ou de morte.

  A escolha é de cada um. A responsabilidade é individual. Mas a missão de pregar o evangelho é coletiva. E da Igreja. Os evangelistas têm um papel de vanguarda. Mas a ninguém é dado o direito de escusar-se de ser testemunha de Jesus.

 

 4) Os sinais ao s que crerem. Ante a preocupação dos discípulos com a grave incumbência de serem os responsáveis pelo início da evangelização do mundo, Jesus lhes tranquilizou, mostrando-lhes que a eles e aos que haviam de crer no evangelho, seriam concedidos recursos espirituais jamais entregues a outras pessoas, para que pudessem alcançar a missão que lhes era confiada naquele momento especial. Ante os olhares ansiosos e tensos, Jesus lhes asseverou: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17, 18).

  Eles já tinham visto muitos sinais, operados por Cristo. Eles próprios tiveram experiências com sinais, operados por Cristo. Mas, na sua despedida, Jesus lhes assegurou que aqueles sinais não seriam apenas para eles e sim para os “que crerem”. Nos primórdios da Igreja, no período apostólico, todos esses sinais foram realizados, exceto o de “beberem alguma coisa mortífera” (ou veneno) sem sofrer qualquer dano.

  Os críticos dos evangelhos dizem que essa parte do evangelho de Marcos não consta dos originais. Foi inserida pelos escribas para que a despedida de Jesus não deixasse um “clima” de desconforto ou de frustração. E introduziram uma seção triunfalista, incluindo a possibilidade de um crente tomar veneno e não morrer. E evidente que nenhum cristão deve experimentar tomar veneno para provar que Deus o guarda de morrer. Mas, se um crente em Jesus ingerir uma “coisa mortífera”, acidentalmente, ou por impo­ sição do Diabo, se Deus quiser, e estiver em seus propósitos, pode per­ feitamente evitar qualquer dano a seu servo, “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).

   5 ) O revestimento de Poder. A Grande Comissão exigiria um revestimento de poder sobrenatural para sua eficácia. Antes de subir aos céus, Jesus disse aos seus discípulos: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lc 24.49 — grifo nosso).

  O revestimento de poder a que Jesus se referia era a descida do batismo com o Espírito Santo. Não era a salvação, como creem alguns evangélicos de algumas denominações. Os discípulos já eram salvos. Já tinham recebido o Espírito Santo, no sopro de Jesus sobre eles (Jo 20.22). Mas, para evangelizar, cumprindo a Grande Comissão, teria necessidade de um revestimento de poder sobrenatural, que lhes daria graças, poder e unção para saírem pelo mundo afora, enfrentando os mais difíceis obstáculos, e as mais cruéis perseguições humana, de reis, imperadores e até de muitos que se dizem cristãos.

  Os discípulos estavam preparados para a Missão, pois aprenderam aos pés de Jesus, ao longo de uma convivência de cerca de três anos. Porém os desafios seriam inimagináveis para eles. De fato sofreram, foram perseguidos, amarrados e mortos. Lucas registra, em Atos dos Apóstolos, algumas palavras de Jesus, antes da ascensão, Jesus prometeu o poder aos seus seguidores, a fim de que, diante das lutas e provações, não desistissem de cumprir a sagrada comissão (At 1.8).

  A virtude do Espírito Santo era o que estava faltando aos apóstolos ou evangelistas. Eles já eram salvos, mas teriam que aguardar “a virtude do Espírito Santo”, para serem testemunhas corajosas, enviadas ao meio de “lobos devoradores” (Mt 7.15). E o revestimento veio sobre os discípulos, no Dia de Pentecostes, quando receberam o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-13).

  6) O começo da Grande Comissão. O livro de Atos dos Apóstolos registra o início do mandato da Grande Comissão. Foi o início da obra missionária da Igreja de Cristo. Após a descida do espírito Santo, aqueles discípulos que estavam amedrontados, após a morte de Jesus, tornaram-se intrépidos evangelistas e saíram levando o evangelho aonde puderam chegar, mesmo por causa da perseguição religiosa.

  O apóstolo Pedro, que negara Jesus três vezes, antes de ser revestido pelo Espírito Santo, em sua primeira pregação, com altivez e coragem, viu quase três mil almas aceitarem a Cristo como Salvador. Suas palavras foram simples e objetivas:

  “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38-41).

  A Grande Comissão continua até à volta e Jesus. E “tarefa inacabada” . Segundo estatísticas de organizações evangélicas, o mundo tem 33% de cristãos, incluindo católicos evangélicos, espíritas, Testemunhas de Jeová, e outros. Os evangélicos só alcançam 1 1% do total da população mundial. Há muito o que se fazer ainda, antes da vinda de Jesus. H á muito trabalho para as igrejas, em busca das almas perdidas. Nesse contexto, o papel dos evangelistas, dos pregadores e missionários é de grande valia e necessidade. Que Deus desperte mais obreiros genuínos para fazer a sua obra evangelizadora no mundo. Que os verdadeiros evangelistas e missionários se disponham a ganhar almas para Cristo.

III - O Dom Ministerial

1. a de evangelista

capacitação do evangelista

 

  É um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. Enquanto o pastor tem a missão de cuidar do ensino e do discipulado, diretamente on auxiliado por pessoas que amam cuidar dos novos decididos, o evangelista esmera-se em buscar de Deus mensagens inspiradas e cheias de unção para tocarem os corações dos pecadores. O evangelista é por excelência o pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista viu o trabalho dos evangelistas, em mensagem profética:

 “O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11).

  Nos dias presentes, há muitos evangelistas, espa­lhados pelo Brasil e pelo mundo afora, difundindo a pregação do evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus corações ardem de amor pelas almas perdidas, e elaboram mensagens, com oração, jejum e estudo da Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de Deus para alcançar a mente e o coração dos que precisam de Cristo.

   2. HOMENS CAPACITADOS PARA PREGAR

  Filipe era um dos sete diáconos, escolhidos para cuidarem da assistência social aos primeiros crentes, na igreja nascente, nos primórdios do cristianismo (At 6.1-3). Tinha qualidades espirituais que o credenciavam a ser mais que um diácono, encarregado de ações sociais em favor dos pobres. A igreja viu nele um diácono. Deus o viu como evangelista. Era homem que tinha intimidade com Deus.

  O Espírito Santo lhe mandou para uma estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza. Obedecendo à voz de Deus, Filipe descobriu que um alto funcionário do reino da Etiópia viajava em seu carro (carruagem), e foi compelido a aproximar-se do via­ jante. Ao ouvir o texto que o homem lia, Filipe percebeu que Deus lhe dera grande mensagem para transmitir ao sedento viajante. (At 8.27-29).

  3. O PAPEL DO EVANGELISTA

   O papel do evangelista é entendido de maneira bastante restrita nas igrejas. No entanto, quando Paulo escreve sua segunda carta ao jovem obreiro Timóteo, mostra que além de ser um arauto da pregação do evangelho, tem o dever, também, de ampliar sua visão e ministério, dependendo da ocasião, e na unção de Deus, proferir mensagem de re­ preensão e de exortação. Mas é preciso ter muito cuidado neste aspecto. Se o evangelista usar o púlpito de uma igreja para simplesmente repreender e exortar os crentes de forma gratuita e para demonstrar autoridade, poderá ser visto como presunçoso e autossuficiente (2 Tm 4.1, 2).

  Há exemplos de pregadores, que, no meio de uma pregação, são usa­ dos por Deus para entregar uma mensagem de exortação às vezes severa. Quando isso acontece, os efeitos sobre o auditório e sobre a liderança são de aprovação e quebrantamento. No entanto, quando o evangelista resolve exortar a igreja porque não está ouvindo brados de aprovação à sua prédica; quando resolve dar indiretas para o pastor ou para a igreja, os resultados são sempre constrangedores. Já ouvimos alguns pregadores dizer:

  “Eu vou dizer o que sinto, doa em quem doer. Ainda que seja a última vez que venha aqui, que nunca mais seja convidado, vou dar a mensagem...”.

  E passa a vociferar mensagens humanas e carnais contra a igreja. E sinal de falta de maturidade, de respeito e de humildade. O papel do evangelista envolve a demonstração do poder de Deus na mensagem. O evangelista Filipe foi a Samaria e fez um trabalho dig­ no de ter seu registro no Novo Testamento (At 8.5-8). 102

  4. O RESULTADO DO TRABALHO DO EVANGELISTA

  A mensagem do evangelista foi tão impactante, que o homem con­ verteu-se e desejou ser um seguidor de Cristo. Após a bem-sucedida evangelização, ao lado do alto dignitário etíope, Filipe deve ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em águas. Sem perda de tempo, o novo convertido a Jesus quis logo ser batizado em águas. Diz o texto (At 8.36, 37).

  Ali, na estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza, três coisas importantes ocorreram, na vida do evangelista Filipe. Ele pregou o evangelho, na unção do Espírito Santo; o atento ou­ vinte aceitou a Cristo como Salvador; o discipulado foi tão eficaz, que o novo decidido quis logo batizar-se em águas; e Filipe mostrou qual é a condição para um novo crente ser batizado:

  “E lícito, se crês de todo o coração ’. Essa é a razão porque não se deve batizar crianças, quando não sabem discernir a fé em Cristo. E necessário que o novo crente creia de todo o coração. E, para isso, é indispensável o ensino ou o discipulado consciente e fundamentado na Palavra de Deus. “E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38).

  Aquele foi um caso especial, em que o novo convertido foi batizado no mesmo dia em que ouviu a mensagem evangelística. N os dias presentes, é aconselhável só batizar quem tem consciência do que é ser um cristão verdadeiro, e não apenas congregado ou membro de uma denominação. Quando não há esse cuidado, de um discipulado eficaz, cumpre-se o que dizia um velho pastor, em relação ao batismo em águas de pessoas que náo têm certeza nem testemunho da conversão:

  “mergulha-se um pecador enxuto e sai das águas um pecador molhado”.

  5. A PERSEGUIÇÃO FEZ SURGIREM EVANGELISTAS

  Após a morte de Estêvão, desencadeou-se uma grande perseguição aos seguidores de Jesus. Saulo de Tarso, o fariseu zeloso e culto, resolveu exercer o papel de defensor do judaísmo, contra os que considerava adeptos da nova “seita do nazareno” (At 24.5).

  A maioria dos cristãos foi dispersa, restando aos apóstolos ficarem em Jerusalém, cuidando da obra do Senhor, nos seus primórdios, enfrentando o desafio de contrapor-se ao império romano e aos judeus fanáticos e cegos quanto ao evangelho (At 8.1). A perseguição inicial aos cristãos tinha como um grande líder aquele que haveria de ser um dos maiores apóstolos de Jesus.

  6. EVANGELISTAS-ESCRITORES

  Não seria justo esquecer a contribuição dos quatro evangelistas, que tiveram a incumbência de registrar os fatos marcantes do ministério de Jesus. Mateus, Marcos, Lucas e João foram homens dotados de capa­ cidade para relatar os eventos que demonstraram que Jesus Cristo era ao mesmo tempo “O Rei dos Reis”, o “Servo de Deus”, “O Filho do Homem” e “O Filho de Deus”. Lucas, “o médico amado” foi o único que não fez parte do ciclo de discípulos mais próximos do Mestre. Mas, na condição intelectual mais acurada, e por sua profissão, anotou detalhes e minúcias que os outros evangelistas não perceberam ou não valorizaram. João, o evangelista, ex pescador da Galileia, além de escrever o evangelho que tem o seu nome, escreveu três epístolas e o livro profético do Apocalipse. Deus usa seus servos como quer, conforme os propósitos de sua soberana vontade.

 

  Conclusão

   O dom ministerial de evangelista é concedido a algumas pessoas, conforme o propósito do Espírito Santo para a edificação e o fortalecimento das igrejas locais. Mas o envio dos setenta discípulos, de dois em dois, indica que Deus quer ampliar os quadros dos mensageiros da propagação do evangelho de Cristo.

  Em sua despedida, Jesus mandou que seus seguidores pregassem o evangelho, por todo o mundo, a toda a criatura. E assegurou que seriam concedidos sinais que haveriam de seguir “aos que crerem”, indicando que todos os crentes, que se dis­ puserem a testemunhar de Cristo, receberão poder sobrenatural para cumprir a tarefa de evangelizar.

 DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

ELINALDO RENOVATO DE LIMA

 


       COMENTÁRIOS DIVERSOS - INTRODUÇÃO

A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se compulsamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). À luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos, podemos constatar que há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. Por isso, o evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de DEUS”, concedidos por CRISTO aos homens, após sua retumbante vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11). Ninguém é superior a ninguém, no Reino de DEUS (Rm 12.5).

Nas últimas décadas, os evangelistas têm sido muito solicitados para participarem de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns são excelentes pregadores, que transmitem mensagens na unção de DEUS, demonstrando verdades bíblicas com profundidade, atraindo os pecadores para CRISTO. Normalmente, os evangelistas têm ministério itinerante. Vão buscar as almas, para que elas sejam acolhidas nas igrejas locais, aos cuidados dos pastores, auxiliados pelos discipuladores. A evangelização intensa só pode ter êxito se houver um discipulado intensivo junto aos que se convertem por meio das pregações dos evangelistas. Evangelizar sem discipular é semear sem cuidar das almas que se convertem.

 Os evangelistas são aqueles que dizem aos pecadores: “Venham para CRISTO”, e os pastores, que cuidam do rebanho, são os que dizem: “Sejam transformados pelo poder DEUS, e se integrem ao Corpo de CRISTO, que é a Igreja”. Os ministérios se complementam. São importantes os Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Nessa complementaridade de ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).

Assim, vamos estudar o papel e a missão do evangelista, com base nos textos bíblicos que nos permitem avaliar esse importante dom ministerial, tão necessário à igreja como os demais que constam das listas de ministérios necessários ao bom funcionamento do Corpo de CRISTO, que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.

 

I - JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)

Os setenta podem ser vistos como apóstolos ou como evangelistas. Apóstolos porque foram enviados por JESUS e evangelistas porque foram transmitir as boas novas de salvação e os sinais os seguiram.

1. São poucos os que anunciam.

Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, JESUS resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de JESUS sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados de evangelistas.

  OS OBREIROS SÃO POUCOS

Ao enviar os setenta, JESUS asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, JESUS exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.

  Designou o Senhor ainda outros setenta (1). Lucas não quer dizer que CRISTO tinha enviado setenta anteriormente, mas que os setenta eram adicionais aos doze que haviam sido enviados. Lucas é o único autor de Evangelho que registra este episódio, mas ele é, também, o único a tratar (em detalhes) o ministério na Peréia, do qual é parte.

  O simples fato de que JESUS tinha estes muitos discípulos dignos de confiança é significativo. Muitas vezes nos esquecemos de que Ele tinha muitos seguidores leais.

Mandou-os... de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades. Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros aspectos, a visita de JESUS. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias visitadas por JESUS em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas fossem muito breves.

  Do versículo 2 até o 16, JESUS dá instruções e admoestações aos setenta. Muitas destas são instruções iguais ou semelhantes às instruções dadas em várias ocasiões aos doze apóstolos. É mais razoável que JESUS tenha dado as mesmas admoestações por duas vezes, se as exigências das situações fossem as mesmas. Qualquer líder da igreja admoestando grupos de obreiros inevitavelmente repetiria vários pontos, pois todos eles precisariam basicamente das mesmas instruções.

  Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos (2).   A metáfora da seara parece ter sido uma das favoritas de JESUS. A seara das almas humanas sempre foi grande e os obreiros sempre foram, tragicamente, poucos. É a fatal falta de interesse do homem pelos seus companheiros que mantém este número tão pequeno.

Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Levar a seara ao celeiro é nossa responsabilidade. E conseguir os obreiros necessários é, em parte, nossa responsabilidade. Devemos enxergar as necessidades e rogar que o Senhor envie obreiros adicionais.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 409-410.


 Estes setenta, embora não o servissem de forma tão próxima e tão constantemente quanto os doze, eram, no entanto, os ouvintes constantes de sua doutrina, as testemunhas dos seus milagres, e criam nele. Estes setenta são aqueles de quem Pedro fala como “os varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós,” e faziam parte dos cento e vinte ali mencionados, Atos 1.15,21. Podemos supor que muitos destes que foram os companheiros dos apóstolos, de quem lemos em Atos e nas Epístolas, faziam parte destes setenta discípulos.

  Havia trabalho para tantos ministros, e ouvintes para tantos pregadores; assim o grão da semente de mostarda começou a crescer, e o sabor do fermento a se espalhar pela refeição, para a fermentação do todo.

 Devemos supor, embora não esteja registrado, que CRISTO logo em seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou, embora Ele pudesse ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles foram ordenados a fazer, o mesmo que CRISTO fez onde quer que tenha ido: 1. Eles deviam curar os enfermos (v. 9), curá-los em nome de JESUS, o que faria com que as pessoas desejassem ver este JESUS, e estivessem prontas a receber aquele cujo Nome era tão poderoso. 2. Eles deviam anunciar a chegada do Reino de DEUS, a sua chegada até eles: “Dizei-lhes:   É chegado a vós o Reino de DEUS, e agora sereis admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia da vossa visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas vantagens e oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de DEUS chega até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 596-597.


10.1 Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a JESUS. De acordo com 1 Coríntios 15.6, JESUS tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui JESUS designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita posterior.

  O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta.

JESUS estava mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de Lucas.

  No serviço cristão, não há desemprego. DEUS tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.

2. Enviados para o meio de lobos.

  No tempo de JESUS, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte.  Nos dias atuais, os que são enviados por CRISTO, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de CRISTO. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas JESUS mandou pregar o evangelho a toda criatura.

  E a tendência da perseguição aos servos de JESUS é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou JESUS, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando JESUS intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.


 Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos (3). Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas DEUS tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de CRISTO. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois CRISTO está conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.

  Cabe notar que os discípulos não são enviados “aos lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente penoso do envio dos mensageiros de JESUS. Essa palavra anuncia aos mensageiros a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que “não acolher” ou “não ouvir” a pregação.

  O envio das ovelhas para o meio de lobos era proverbial em Israel. Se a penetração dos lobos em um rebanho de ovelhas já representa um grande perigo, quanto mais perigoso será enviar e remeter, contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas para dentro de uma alcateia de lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e permanecer entre lobos, e até mesmo superá-los. Isto é inimaginável e inconcebível! Contudo, DEUS assim o determinou! Que não esqueçamos isso especialmente quando os lobos se tornarem cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos finais! Foi o Senhor que o disse!

  A segurança para um envio tão perigoso, o equipamento para uma incumbência tão avessa à sensatez na luta entre ovelhas e lobos não está em levar qualquer tipo de armamento, mas nas palavras: “Eu vos envio”. E isso basta.

  Assim como, pois, os setenta discípulos não devem estar munidos de armas de defesa diante dos perigos no meio de lobos, assim eles também não devem equipar-se com a bagagem usual de viagem. A instrução de que nem sequer levem consigo algo além da roupa necessária para a caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e exclusivamente atentos ao cumprimento de seu envio.

  Interpreta-se de diferentes maneiras o adendo de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho. Essa instrução de comportamento tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo com uma das interpretações, a palavra de não saudar representa uma ordem referente à urgência. A saudação oriental é muito demorada. Em um encontro desses, todos os votos costumeiros de bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e discursos podem causar uma parada que consome tempo, e que é indesejável para quem tem pressa. Esta proibição de forma alguma veta a simples e singela saudação: “Paz seja contigo!”

Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.

3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.

 Os setenta evangelistas foram autorizados a curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9). A operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial. Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de JESUS, de dois em dois (Lc 10.17).

   O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS

 Na palavra aos setenta, JESUS os surpreendeu com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial? Porém JESUS lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, JESUS proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância com aquilo que prega.

  No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma JESUS quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que um servo de DEUS pode ter.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97.

 Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo (19). Esta escritura tem, de fato, uma implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado seja espiritual. Note como JESUS faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de JESUS CRISTO.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411.

COMENTÁRIOS DIVERSOS - INTRODUÇÃO

  A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se compulsamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). À luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos, podemos constatar que há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. Por isso, o evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de DEUS”, concedidos por CRISTO aos homens, após sua retumbante vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11). Ninguém é superior a ninguém, no Reino de DEUS (Rm 12.5).

  Nas últimas décadas, os evangelistas têm sido muito solicitados para participarem de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns são excelentes pregadores, que transmitem mensagens na unção de DEUS, demonstrando verdades bíblicas com profundidade, atraindo os pecadores para CRISTO. Normalmente, os evangelistas têm ministério itinerante. Vão buscar as almas, para que elas sejam acolhidas nas igrejas locais, aos cuidados dos pastores, auxiliados pelos discipuladores. A evangelização intensa só pode ter êxito se houver um discipulado intensivo junto aos que se convertem por meio das pregações dos evangelistas. Evangelizar sem discipular é semear sem cuidar das almas que se convertem.

  Os evangelistas são aqueles que dizem aos pecadores: “Venham para CRISTO”, e os pastores, que cuidam do rebanho, são os que dizem: “Sejam transformados pelo poder DEUS, e se integrem ao Corpo de CRISTO, que é a Igreja”. Os ministérios se complementam. São importantes os Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Nessa complementaridade de ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).

  Assim, vamos estudar o papel e a missão do evangelista, com base nos textos bíblicos que nos permitem avaliar esse importante dom ministerial, tão necessário à igreja como os demais que constam das listas de ministérios necessários ao bom funcionamento do Corpo de CRISTO, que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.

I - JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)

Os setenta podem ser vistos como apóstolos ou como evangelistas. Apóstolos porque foram enviados por JESUS e evangelistas porque foram transmitir as boas novas de salvação e os sinais os seguiram.

1. São poucos os que anunciam.

Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, JESUS resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de JESUS sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados de evangelistas.

   OS OBREIROS SÃO POUCOS

 Ao enviar os setenta, JESUS asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, JESUS exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.

Designou o Senhor ainda outros setenta (1). Lucas não quer dizer que CRISTO tinha enviado setenta anteriormente, mas que os setenta eram adicionais aos doze que haviam sido enviados. Lucas é o único autor de Evangelho que registra este episódio, mas ele é, também, o único a tratar (em detalhes) o ministério na Peréia, do qual é parte.

O simples fato de que JESUS tinha estes muitos discípulos dignos de confiança é significativo. Muitas vezes nos esquecemos de que  Ele tinha muitos seguidores leais.

Mandou-os... de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades. Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros aspectos, a visita de JESUS. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias visitadas por JESUS em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas fossem muito breves.

  Do versículo 2 até o 16, JESUS dá instruções e admoestações aos setenta. Muitas destas são instruções iguais ou semelhantes às instruções dadas em várias ocasiões aos doze apóstolos. É mais razoável que JESUS tenha dado as mesmas admoestações por duas vezes, se as exigências das situações fossem as mesmas. Qualquer líder da igreja admoestando grupos de obreiros inevitavelmente repetiria vários pontos, pois todos eles precisariam basicamente das mesmas instruções.

  Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos (2). A metáfora da seara parece ter sido uma das favoritas de JESUS. A seara das almas humanas sempre foi grande e os obreiros sempre foram, tragicamente, poucos. É a fatal falta de interesse do homem pelos seus companheiros que mantém este número tão pequeno.

 Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Levar a seara ao celeiro é nossa responsabilidade. E conseguir os obreiros necessários é, em parte, nossa responsabilidade. Devemos enxergar as necessidades e rogar que o Senhor envie obreiros adicionais.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 409-410.

  Estes setenta, embora não o servissem de forma tão próxima e tão constantemente quanto os doze, eram, no entanto, os ouvintes constantes de sua doutrina, as testemunhas dos seus milagres, e criam nele. Estes setenta são aqueles de quem Pedro fala como “os varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós,” e faziam parte dos cento e vinte ali mencionados, Atos 1.15,21. Podemos supor que muitos destes que foram os companheiros dos apóstolos, de quem lemos em Atos e nas Epístolas, faziam parte destes setenta discípulos.

  Havia trabalho para tantos ministros, e ouvintes para tantos pregadores; assim o grão da semente de mostarda começou a crescer, e o sabor do fermento a se espalhar pela refeição, para a fermentação do todo.

 Devemos supor, embora não esteja registrado, que CRISTO logo em seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou, embora Ele pudesse ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles foram ordenados a fazer, o mesmo que CRISTO fez onde quer que tenha ido: 1. Eles deviam curar os enfermos (v. 9), curá-los em nome de JESUS, o que faria com que as pessoas desejassem ver este JESUS, e estivessem prontas a receber aquele cujo Nome era tão poderoso. 2. Eles deviam anunciar a chegada do Reino de DEUS, a sua chegada até eles: “Dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de DEUS, e agora sereis admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia da vossa visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas vantagens e oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de DEUS chega até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 596-597.

  10.1 Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a JESUS. De acordo com 1 Coríntios 15.6, JESUS tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui JESUS designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita posterior.

  O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta.

 JESUS estava mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de Lucas.

No serviço cristão, não há desemprego. DEUS tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.

2. Enviados para o meio de lobos.

No tempo de JESUS, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte.  Nos dias atuais, os que são enviados por CRISTO, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de CRISTO. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas JESUS mandou pregar o evangelho a toda criatura.

  E a tendência da perseguição aos servos de JESUS é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou  JESUS, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando JESUS intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.

  Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos (3). Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas DEUS tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de CRISTO. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois CRISTO está conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.

  Cabe notar que os discípulos não são enviados “aos lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente penoso do envio dos mensageiros de JESUS. Essa palavra anuncia aos mensageiros a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que “não acolher” ou “não ouvir” a pregação.

 O envio das ovelhas para o meio de lobos era proverbial em Israel. Se a penetração dos lobos em um rebanho de ovelhas já representa um grande perigo, quanto mais perigoso será enviar e remeter, contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas para dentro de uma alcateia de lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e permanecer entre lobos, e até mesmo superá-los. Isto é inimaginável e inconcebível! Contudo, DEUS assim o determinou! Que não esqueçamos isso especialmente quando os lobos se tornarem cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos finais! Foi o Senhor que o disse!

  A segurança para um envio tão perigoso, o equipamento para uma incumbência tão avessa à sensatez na luta entre ovelhas e lobos não está em levar qualquer tipo de armamento, mas nas palavras: “Eu vos envio”. E isso basta.

 Assim como, pois, os setenta discípulos não devem estar munidos de armas de defesa diante dos perigos no meio de lobos, assim eles também não devem equipar-se com a bagagem usual de viagem. A instrução de que nem sequer levem consigo algo além da roupa necessária para a caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e exclusivamente atentos ao cumprimento de seu envio.

 Interpreta-se de diferentes maneiras o adendo de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho. Essa instrução de comportamento tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo com uma das interpretações, a palavra de não saudar representa uma ordem referente à urgência. A saudação oriental é muito demorada. Em um encontro desses, todos os votos costumeiros de bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e discursos podem causar uma parada que consome tempo, e que é indesejável para quem tem pressa. Esta proibição de forma alguma veta a simples e singela saudação: “Paz seja contigo!”

Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.

3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.

 Os setenta evangelistas foram autorizados a curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9). A operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial. Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de JESUS, de dois em dois (Lc 10.17).

   O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS

Na palavra aos setenta, JESUS os surpreendeu com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial? Porém JESUS lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, JESUS proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância com aquilo que prega.

  No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma JESUS quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que um servo de DEUS pode ter.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97.

   Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo (19). Esta escritura tem, de fato, uma implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado seja espiritual. Note como JESUS faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de JESUS CRISTO.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411.

FONTE: APAZDOSENHOR.ORG

         

Neste 3º trimestre estudaremos: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos Homens com Poder Extraordinário. Comentário das lições será feito pelo Pastor: Elinaldo Renovato. Elinaldo Renovato de Lima - Ministro do Evangelho, Professor universitário e Bacharel em Ciências Econômicas, é o comentarista da Revista de Lições Bíblicas Adultos da CPAD.

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