Lição 8: O Ministério de Evangelista
TEXTO ÁUREO
“Mas tu sê
sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu
ministério”
(2Tm 4.5).
VERDADE PRÁTICA
O
evangelista proclama o pleno Evangelho de Cristo com ousadia; é um arauto de
Deus no mundo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Atos
8.26-35; Efésios 4.11.
Atos
8
26 – E o anjo
do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao
caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.
27 – E
levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace,
rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e
tinha ido a Jerusalém para adoração,
28 –
regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.
29 – E disse o
Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.
30 – E,
correndo Filipe, ouviu que lia o profeta lsaías e disse: Entendes tu o que lês?
31 – E ele
disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que
subisse e com ele se assentasse.
32 – E o lugar
da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e,
como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.
33 – Na sua
humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a
sua vida é tirada da terra.
34 – E,
respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De
si mesmo ou de algum outro?
35 – Então,
Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.
Efésios
4
11 – E ele
mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores.
OBJETIVO
GERAL
Mostrar
a singularidade do ministério do Evangelista na vida da Igreja.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos
1 Abordar a
respeito do envio dos setenta;
2 Refletir sobre a tarefa
inacabada da Grande Comissão;
3 Indicar o papel do
evangelista no Novo Testamento.
•
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A grande tarefa da Igreja no mundo é pregar o Evangelho de Jesus de Nazaré. O ministério de evangelista foi concedido por Deus para que, com graça e paixão, as pessoas fossem tocadas pela mensagem do Evangelho. É um carisma de ordem ministerial que o nosso Pai do Céu dispensou ao seu povo. É urgente que a igreja no Brasil proclame o Evangelho simples aos quatro cantos deste país, apontando para temas acerca da salvação, do perdão do pecado em Jesus e do amor ao próximo. É bem possível haver frequentadores de uma igreja evangélica que nunca ouviram falar desses temas.
INTRODUÇÃO
O
ministério de evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso,
o estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como
esse dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem
como sua destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para
pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o
poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado
professor, para concluir a aula desta semana, reproduza o esquema abaixo.
Utilize-o para falar um pouco a respeito da vida de John Wesley, Jonathan
Edwards e David Wilkerson. Naturalmente, houve muitos outros homens e mulheres
de Deus que igualmente impactaram a própria nação e o mundo com a proclamação
do Evangelho e o testemunho de amor ao próximo. Mas queremos neste pequeno
espaço refletir um pouco sobre como Deus usou pessoas de forma poderosa para
executar o chamado da Grande Comissão. Conclua enfatizando que Deus conta
conosco também para dar continuidade a esta tão nobre tarefa.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“A palavra [evangelista] é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.1lss). Filipe foi chamado de ‘o evangelista’ (At 21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali, foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesareia, onde tinha sua casa (At 8.40; 21.8)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.725,26).
CONCLUSÃO
O dom ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara!
Título: Dos
Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
8
EVANGELISTA
“Mas tu
sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evange lista, cumpre o
teu ministério” (2 Tm 4.5).
Neste capítulo, analisaremos a missão
do evangelista, um dom ministerial ao lado de outros da maior importância, como
o de pastor, apóstolo, profeta ou doutor. A Bíblia fala muito pouco sobre esse
dom. Se compulsamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a
esse termo (At 21.8; E f 4.11; 2 Tm 4.5).
Nem por
isso, o papel do evangelista pode ser considerado de somenos importância, no
contexto dos ofícios ministeriais, que devem contribuir para o crescimento e
para a edificação da Igreja do Senhor Jesus Cristo. A tradição do governo da
igreja tem levado a entender que o evangelista é um cargo ou uma função
hierárquica, inferior à de pastor, ou de apóstolo ou doutor, e superior à de
presbítero. Porém, à luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos,
podemos constatar que não é bem assim.
Há
homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor, que têm uma vocação
prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de
salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. Por isso, o
evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de Deus”,
concedidos por Cristo aos homens, após sua retumbante vitória sobre a morte
(cf. E f 4.8-11).
I - Jesus Envia os Setenta (L c 10. 1 - 24)
Após a
eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus
resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como
evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em
equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas,
referente ao envio dos “outros se tenta” é o mais substancial em informações
quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de
Jesus sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados
participantes do “colégio apostólico” . Para distingui-los dos 12, nesta
análise, são chamados de evangelistas.
1. OS
OBREIROS SÃO POUCOS
Ao
enviar os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os
obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, Jesus exorta a que
devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara”
(Lc 10.2b).
2. CORDEIROS
NO MEIO DE LOBOS
No
tempo de Jesus, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrenta riam situações comparáveis
a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir
de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados,
aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que
são enviados por Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões
do mundo, vivem em constante risco de morrer.
Desde o século passado, e no presente, de
cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos
foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de
Cristo. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já
existem muitos obreiros.
E poucos são os que se destinam a lugares
inóspitos e ameaçadores.
E compreensível, até certo ponto, mas Jesus
mandou pregar o evangelho a toda criatura.
E a tendência da perseguição aos servos de
Jesus é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo
tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos
legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que
dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas
do inferno” , através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão,
como profetizou Jesus, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da
Igreja. Mas será por um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos”
serão aniquilados.
3.
AUTORIDADE PARA OPERAR SINAIS E MARAVILHAS
Os
setenta evangelistas foram autorizados a curar os enfermos que encontrassem nas
cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9). Receberam o mesmo poder que os
Doze receberam da parte do Senhor (Mt 10.8). Nos tempos apostólicos, a operação
de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização com milagres,
sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial. Receberam
“poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a
enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta evangelistas
também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem da
missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera, quando
saíram, em cumprimento ao mandado de Jesus, de dois em dois (Lc 10.17).
4. O
MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS
Na palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu
com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos
milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de
endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial?
Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter
o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, Jesus
proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da
operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em
consonância com aquilo que prega.
No Sermão
do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma Jesus quis decepcionar ou minimizar o
valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o
nome nos céus é o maior privilégio que um servo de Deus pode ter.
II - A Grande Comissão (M t 28. 19 ,20; Mc
16.15-20)
Nas
suas palavras finais aos seus “onze” discípulos, após a ressurreição, Jesus
lhes deu a mais importante missão que poderia ser confiada a homens. A ordem de
irem “por todo o mundo” e pregarem “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15).
Aquele mandato seria extensivo a todos os demais discípulos, que o seguiam, e a
todos os que haveriam de segui-lo ao longo dos tempos, e até à sua vinda em
glória. Foi o que se convencionou chamar de “A Grande Comissão” .
Eles
foram comissionados para continuar a obra que o Mestre iniciou, em seu
ministério terreno. Começou com 12, mas só onze estavam ali para receber aquela
tão honrosa, difícil e gloriosa missão. Após a ascensão de Jesus, Matias foi
escolhido para substituir Judas (At 1.23-26).
1. O
ALCANCE DA GRANDE COMISSÃO
1) Tem alcance mundial. Os seguidores de
Jesus deveriam ir “por todo o mundo” para levar as Boas-Novas de salvação.
Antes de qualquer outra incumbência, eles teriam que realizar o papel de
evangelistas, evangelizadores ou missionários, para buscarem as almas perdidas
para Cristo. Outras funções ministeriais, de pastor, presbítero, diácono e as
demais são consequência dos resultados da evangelização. E a tarefa não se
restringia aos arredores de Jerusalém. A missão de propagar o evangelho de
Cristo teria que ser local, regional, nacional e transcultural, “por todo o
mundo”.
2 ) D estina-se a todos os povos.
Enquanto os judeus entendiam que a salvação seria exclusiva para eles, que esperavam
o Messias, Jesus ultrapassou aquela visão limitada, e deu ordem a seus
seguidores para que levasse a mensagem do evangelho “a toda criatura” . A
Igreja de Jesus é “inclusiva” para os que o aceitam e abandonam o pecado. E é
“exclusiva” para quem quer ficar ao lado de Cristo (M t 12.30).
3) O mundo seria dividido entre dois
grupos. Os crentes e os incrédulos. Os salvos e os perdidos. “Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Em sua visão
divina, Jesus não vê nacionalidade, condição social, a cor da pele, raça, sexo,
condição financeira ou econômica (G1 3.28). Ele só vê dois tipos de pessoas. Os
salvos pela fé e os perdidos por causa da descrença nEle e em seu evangelho. Os
homens não têm alternativa. Ou creem para serem salvos ou permanecem na
incredulidade para serem perdidos. Os discípulos entenderam que a Grande
Comissão é questão de vida ou de morte.
A
escolha é de cada um. A responsabilidade é individual. Mas a missão de pregar o
evangelho é coletiva. E da Igreja. Os evangelistas têm um papel de vanguarda.
Mas a ninguém é dado o direito de escusar-se de ser testemunha de Jesus.
4)
Os sinais ao s que crerem. Ante a preocupação dos discípulos com a grave
incumbência de serem os responsáveis pelo início da evangelização do mundo,
Jesus lhes tranquilizou, mostrando-lhes que a eles e aos que haviam de crer no
evangelho, seriam concedidos recursos espirituais jamais entregues a outras
pessoas, para que pudessem alcançar a missão que lhes era confiada naquele
momento especial. Ante os olhares ansiosos e tensos, Jesus lhes asseverou: “E
estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão
novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não
lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc
16.17, 18).
Eles já
tinham visto muitos sinais, operados por Cristo. Eles próprios tiveram
experiências com sinais, operados por Cristo. Mas, na sua despedida, Jesus lhes
assegurou que aqueles sinais não seriam apenas para eles e sim para os “que
crerem”. Nos primórdios da Igreja, no período apostólico, todos esses sinais
foram realizados, exceto o de “beberem alguma coisa mortífera” (ou veneno) sem
sofrer qualquer dano.
Os
críticos dos evangelhos dizem que essa parte do evangelho de Marcos não consta
dos originais. Foi inserida pelos escribas para que a despedida de Jesus não
deixasse um “clima” de desconforto ou de frustração. E introduziram uma seção
triunfalista, incluindo a possibilidade de um crente tomar veneno e não morrer.
E evidente que nenhum cristão deve experimentar tomar veneno para provar que
Deus o guarda de morrer. Mas, se um crente em Jesus ingerir uma “coisa
mortífera”, acidentalmente, ou por impo sição do Diabo, se Deus quiser, e
estiver em seus propósitos, pode per feitamente evitar qualquer dano a seu
servo, “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).
5 )
O revestimento de Poder. A Grande Comissão exigiria um revestimento de poder
sobrenatural para sua eficácia. Antes de subir aos céus, Jesus disse aos seus
discípulos: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais
revestidos de poder. (Lc 24.49 — grifo nosso).
O
revestimento de poder a que Jesus se referia era a descida do batismo com o
Espírito Santo. Não era a salvação, como creem alguns evangélicos de algumas
denominações. Os discípulos já eram salvos. Já tinham recebido o Espírito
Santo, no sopro de Jesus sobre eles (Jo 20.22). Mas, para evangelizar,
cumprindo a Grande Comissão, teria necessidade de um revestimento de poder
sobrenatural, que lhes daria graças, poder e unção para saírem pelo mundo
afora, enfrentando os mais difíceis obstáculos, e as mais cruéis perseguições
humana, de reis, imperadores e até de muitos que se dizem cristãos.
Os discípulos
estavam preparados para a Missão, pois aprenderam aos pés de Jesus, ao longo de
uma convivência de cerca de três anos. Porém os desafios seriam inimagináveis
para eles. De fato sofreram, foram perseguidos, amarrados e mortos. Lucas
registra, em Atos dos Apóstolos, algumas palavras de Jesus, antes da ascensão,
Jesus prometeu o poder aos seus seguidores, a fim de que, diante das lutas e
provações, não desistissem de cumprir a sagrada comissão (At 1.8).
A
virtude do Espírito Santo era o que estava faltando aos apóstolos ou
evangelistas. Eles já eram salvos, mas teriam que aguardar “a virtude do
Espírito Santo”, para serem testemunhas corajosas, enviadas ao meio de “lobos
devoradores” (Mt 7.15). E o revestimento veio sobre os discípulos, no Dia de
Pentecostes, quando receberam o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-13).
6) O começo da Grande Comissão. O livro
de Atos dos Apóstolos registra o início do mandato da Grande Comissão. Foi o
início da obra missionária da Igreja de Cristo. Após a descida do espírito
Santo, aqueles discípulos que estavam amedrontados, após a morte de Jesus, tornaram-se
intrépidos evangelistas e saíram levando o evangelho aonde puderam chegar,
mesmo por causa da perseguição religiosa.
O
apóstolo Pedro, que negara Jesus três vezes, antes de ser revestido pelo
Espírito Santo, em sua primeira pregação, com altivez e coragem, viu quase três
mil almas aceitarem a Cristo como Salvador. Suas palavras foram simples e
objetivas:
“E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que
estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38-41).
A Grande Comissão continua até à volta e
Jesus. E “tarefa inacabada” . Segundo estatísticas de organizações evangélicas,
o mundo tem 33% de cristãos, incluindo católicos evangélicos, espíritas,
Testemunhas de Jeová, e outros. Os evangélicos só alcançam 1 1% do total da
população mundial. Há muito o que se fazer ainda, antes da vinda de Jesus. H á
muito trabalho para as igrejas, em busca das almas perdidas. Nesse contexto, o
papel dos evangelistas, dos pregadores e missionários é de grande valia e
necessidade. Que Deus desperte mais obreiros genuínos para fazer a sua obra
evangelizadora no mundo. Que os verdadeiros evangelistas e missionários se
disponham a ganhar almas para Cristo.
III - O Dom
Ministerial
1. a de
evangelista
capacitação do
evangelista
É um dom de Deus, concedido através da
capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a
todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a
chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. Enquanto o
pastor tem a missão de cuidar do ensino e do discipulado, diretamente on
auxiliado por pessoas que amam cuidar dos novos decididos, o evangelista
esmera-se em buscar de Deus mensagens inspiradas e cheias de unção para tocarem
os corações dos pecadores. O evangelista é por excelência o pregador das
Boas-Novas de salvação. O salmista viu o trabalho dos evangelistas, em mensagem
profética:
“O Senhor deu a palavra; grande era o exército
dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11).
Nos
dias presentes, há muitos evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo
afora, difundindo a pregação do evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus
corações ardem de amor pelas almas perdidas, e elaboram mensagens, com oração,
jejum e estudo da Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas
mãos de Deus para alcançar a mente e o coração dos que precisam de Cristo.
2. HOMENS CAPACITADOS PARA PREGAR
Filipe
era um dos sete diáconos, escolhidos para cuidarem da assistência social aos
primeiros crentes, na igreja nascente, nos primórdios do cristianismo (At
6.1-3). Tinha qualidades espirituais que o credenciavam a ser mais que um
diácono, encarregado de ações sociais em favor dos pobres. A igreja viu nele um
diácono. Deus o viu como evangelista. Era homem que tinha intimidade com Deus.
O
Espírito Santo lhe mandou para uma estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza.
Obedecendo à voz de Deus, Filipe descobriu que um alto funcionário do reino da
Etiópia viajava em seu carro (carruagem), e foi compelido a aproximar-se do
via jante. Ao ouvir o texto que o homem lia, Filipe percebeu que Deus lhe dera
grande mensagem para transmitir ao sedento viajante. (At 8.27-29).
3. O
PAPEL DO EVANGELISTA
O
papel do evangelista é entendido de maneira bastante restrita nas igrejas. No
entanto, quando Paulo escreve sua segunda carta ao jovem obreiro Timóteo,
mostra que além de ser um arauto da pregação do evangelho, tem o dever, também,
de ampliar sua visão e ministério, dependendo da ocasião, e na unção de Deus,
proferir mensagem de re preensão e de exortação. Mas é preciso ter muito
cuidado neste aspecto. Se o evangelista usar o púlpito de uma igreja para
simplesmente repreender e exortar os crentes de forma gratuita e para
demonstrar autoridade, poderá ser visto como presunçoso e autossuficiente (2 Tm
4.1, 2).
Há exemplos de pregadores, que, no meio de
uma pregação, são usa dos por Deus para entregar uma mensagem de exortação às
vezes severa. Quando isso acontece, os efeitos sobre o auditório e sobre a
liderança são de aprovação e quebrantamento. No entanto, quando o evangelista
resolve exortar a igreja porque não está ouvindo brados de aprovação à sua
prédica; quando resolve dar indiretas para o pastor ou para a igreja, os
resultados são sempre constrangedores. Já ouvimos alguns pregadores dizer:
“Eu vou
dizer o que sinto, doa em quem doer. Ainda que seja a última vez que venha
aqui, que nunca mais seja convidado, vou dar a mensagem...”.
E passa
a vociferar mensagens humanas e carnais contra a igreja. E sinal de falta de
maturidade, de respeito e de humildade. O papel do evangelista envolve a
demonstração do poder de Deus na mensagem. O evangelista Filipe foi a Samaria e
fez um trabalho dig no de ter seu registro no Novo Testamento (At 8.5-8). 102
4. O RESULTADO DO TRABALHO DO EVANGELISTA
A mensagem do evangelista foi tão impactante,
que o homem con verteu-se e desejou ser um seguidor de Cristo. Após a
bem-sucedida evangelização, ao lado do alto dignitário etíope, Filipe deve
ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em águas. Sem perda de tempo, o
novo convertido a Jesus quis logo ser batizado em águas. Diz o texto (At 8.36, 37).
Ali, na
estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza, três coisas importantes ocorreram, na
vida do evangelista Filipe. Ele pregou o evangelho, na unção do Espírito Santo;
o atento ou vinte aceitou a Cristo como Salvador; o discipulado foi tão
eficaz, que o novo decidido quis logo batizar-se em águas; e Filipe mostrou
qual é a condição para um novo crente ser batizado:
“E
lícito, se crês de todo o coração ’. Essa é a razão porque não se deve batizar
crianças, quando não sabem discernir a fé em Cristo. E necessário que o novo
crente creia de todo o coração. E, para isso, é indispensável o ensino ou o
discipulado consciente e fundamentado na Palavra de Deus. “E mandou parar o
carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At
8.38).
Aquele
foi um caso especial, em que o novo convertido foi batizado no mesmo dia em que
ouviu a mensagem evangelística. N os dias presentes, é aconselhável só batizar
quem tem consciência do que é ser um cristão verdadeiro, e não apenas congregado
ou membro de uma denominação. Quando não há esse cuidado, de um discipulado
eficaz, cumpre-se o que dizia um velho pastor, em relação ao batismo em águas
de pessoas que náo têm certeza nem testemunho da conversão:
“mergulha-se um pecador enxuto e sai das águas
um pecador molhado”.
5. A
PERSEGUIÇÃO FEZ SURGIREM EVANGELISTAS
Após a
morte de Estêvão, desencadeou-se uma grande perseguição aos seguidores de
Jesus. Saulo de Tarso, o fariseu zeloso e culto, resolveu exercer o papel de
defensor do judaísmo, contra os que considerava adeptos da nova “seita do
nazareno” (At 24.5).
A
maioria dos cristãos foi dispersa, restando aos apóstolos ficarem em Jerusalém,
cuidando da obra do Senhor, nos seus primórdios, enfrentando o desafio de
contrapor-se ao império romano e aos judeus fanáticos e cegos quanto ao
evangelho (At 8.1). A perseguição inicial aos cristãos tinha como um grande
líder aquele que haveria de ser um dos maiores apóstolos de Jesus.
6.
EVANGELISTAS-ESCRITORES
Não
seria justo esquecer a contribuição dos quatro evangelistas, que tiveram a
incumbência de registrar os fatos marcantes do ministério de Jesus. Mateus,
Marcos, Lucas e João foram homens dotados de capa cidade para relatar os
eventos que demonstraram que Jesus Cristo era ao mesmo tempo “O Rei dos Reis”,
o “Servo de Deus”, “O Filho do Homem” e “O Filho de Deus”. Lucas, “o médico
amado” foi o único que não fez parte do ciclo de discípulos mais próximos do
Mestre. Mas, na condição intelectual mais acurada, e por sua profissão, anotou
detalhes e minúcias que os outros evangelistas não perceberam ou não valorizaram.
João, o evangelista, ex pescador da Galileia, além de escrever o evangelho que
tem o seu nome, escreveu três epístolas e o livro profético do Apocalipse. Deus
usa seus servos como quer, conforme os propósitos de sua soberana vontade.
Conclusão
O dom
ministerial de evangelista é concedido a algumas pessoas, conforme o propósito
do Espírito Santo para a edificação e o fortalecimento das igrejas locais. Mas
o envio dos setenta discípulos, de dois em dois, indica que Deus quer ampliar
os quadros dos mensageiros da propagação do evangelho de Cristo.
Em sua
despedida, Jesus mandou que seus seguidores pregassem o evangelho, por todo o
mundo, a toda a criatura. E assegurou que seriam concedidos sinais que haveriam
de seguir “aos que crerem”, indicando que todos os crentes, que se dis puserem
a testemunhar de Cristo, receberão poder sobrenatural para cumprir a tarefa de
evangelizar.
ELINALDO
RENOVATO DE LIMA
COMENTÁRIOS DIVERSOS - INTRODUÇÃO
A
Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se compulsamos uma concordância
bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm
4.5). À luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos, podemos
constatar que há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do
Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a
proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais
bíblica ou teológica. Por isso, o evangelista consta da lista dos
“dons-ministeriais”, que são “dons de DEUS”, concedidos por CRISTO aos homens,
após sua retumbante vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11). Ninguém é superior a
ninguém, no Reino de DEUS (Rm 12.5).
Nas
últimas décadas, os evangelistas têm sido muito solicitados para participarem
de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns são excelentes pregadores, que
transmitem mensagens na unção de DEUS, demonstrando verdades bíblicas com
profundidade, atraindo os pecadores para CRISTO. Normalmente, os evangelistas
têm ministério itinerante. Vão buscar as almas, para que elas sejam acolhidas
nas igrejas locais, aos cuidados dos pastores, auxiliados pelos discipuladores.
A evangelização intensa só pode ter êxito se houver um discipulado intensivo
junto aos que se convertem por meio das pregações dos evangelistas. Evangelizar
sem discipular é semear sem cuidar das almas que se convertem.
Os evangelistas são aqueles que dizem aos
pecadores: “Venham para CRISTO”, e os pastores, que cuidam do rebanho, são os
que dizem: “Sejam transformados pelo poder DEUS, e se integrem ao Corpo de CRISTO,
que é a Igreja”. Os ministérios se complementam. São importantes os Apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e doutores. Nessa complementaridade de
ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e ao
seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).
Assim,
vamos estudar o papel e a missão do evangelista, com base nos textos bíblicos
que nos permitem avaliar esse importante dom ministerial, tão necessário à
igreja como os demais que constam das listas de ministérios necessários ao bom
funcionamento do Corpo de CRISTO, que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS
e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.
I
- JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)
Os
setenta podem ser vistos como apóstolos ou como evangelistas. Apóstolos porque
foram enviados por JESUS e evangelistas porque foram transmitir as boas novas
de salvação e os sinais os seguiram.
1.
São poucos os que anunciam.
Após
a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois,
JESUS resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los
como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em
equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas,
referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações
quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de
JESUS sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados
participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta
análise, são chamados de evangelistas.
OS OBREIROS SÃO POUCOS
Ao
enviar os setenta, JESUS asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros
são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, JESUS exorta a que devemos
rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc
10.2b).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.
Designou o Senhor ainda outros setenta (1).
Lucas não quer dizer que CRISTO tinha enviado setenta anteriormente, mas que os
setenta eram adicionais aos doze que haviam sido enviados. Lucas é o único
autor de Evangelho que registra este episódio, mas ele é, também, o único a
tratar (em detalhes) o ministério na Peréia, do qual é parte.
O simples fato de que JESUS tinha estes
muitos discípulos dignos de confiança é significativo. Muitas vezes nos
esquecemos de que Ele tinha muitos seguidores leais.
Mandou-os...
de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares
aonde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades.
Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da
sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas
uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros
aspectos, a visita de JESUS. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias
visitadas por JESUS em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria
muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas
fossem muito breves.
Do versículo 2 até o 16, JESUS dá instruções
e admoestações aos setenta. Muitas destas são instruções iguais ou semelhantes
às instruções dadas em várias ocasiões aos doze apóstolos. É mais razoável que
JESUS tenha dado as mesmas admoestações por duas vezes, se as exigências das
situações fossem as mesmas. Qualquer líder da igreja admoestando grupos de
obreiros inevitavelmente repetiria vários pontos, pois todos eles precisariam
basicamente das mesmas instruções.
Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros
são poucos (2). A metáfora da seara
parece ter sido uma das favoritas de JESUS. A seara das almas humanas sempre
foi grande e os obreiros sempre foram, tragicamente, poucos. É a fatal falta de
interesse do homem pelos seus companheiros que mantém este número tão pequeno.
Rogai,
pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Levar a seara ao
celeiro é nossa responsabilidade. E conseguir os obreiros necessários é, em
parte, nossa responsabilidade. Devemos enxergar as necessidades e rogar que o
Senhor envie obreiros adicionais.
Charles
L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag.
409-410.
Estes setenta, embora não o servissem de forma
tão próxima e tão constantemente quanto os doze, eram, no entanto, os ouvintes
constantes de sua doutrina, as testemunhas dos seus milagres, e criam nele.
Estes setenta são aqueles de quem Pedro fala como “os varões que conviveram
conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós,” e faziam
parte dos cento e vinte ali mencionados, Atos 1.15,21. Podemos supor que muitos
destes que foram os companheiros dos apóstolos, de quem lemos em Atos e nas
Epístolas, faziam parte destes setenta discípulos.
Havia trabalho para tantos ministros, e
ouvintes para tantos pregadores; assim o grão da semente de mostarda começou a
crescer, e o sabor do fermento a se espalhar pela refeição, para a fermentação
do todo.
Devemos supor, embora não esteja registrado,
que CRISTO logo em seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou,
embora Ele pudesse ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles
foram ordenados a fazer, o mesmo que CRISTO fez onde quer que tenha ido: 1.
Eles deviam curar os enfermos (v. 9), curá-los em nome de JESUS, o que faria
com que as pessoas desejassem ver este JESUS, e estivessem prontas a receber
aquele cujo Nome era tão poderoso. 2. Eles deviam anunciar a chegada do Reino
de DEUS, a sua chegada até eles: “Dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de DEUS, e agora
sereis admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia da
vossa visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas
vantagens e oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de
DEUS chega até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa. Editora CPAD. pag. 596-597.
10.1
Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a JESUS. De acordo com 1 Coríntios
15.6, JESUS tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu
ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à
igreja ali (At 1.15). Aqui JESUS designa um grupo de setenta para preparar
algumas cidades para sua visita posterior.
O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos
gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número
de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta.
JESUS
estava mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a
mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de
Lucas.
No serviço cristão, não há desemprego. DEUS
tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os
outros trabalhando, porque a seara é grande.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.
2.
Enviados para o meio de lobos.
No tempo de JESUS, os evangelizadores, ou
evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos
(Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da
advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos,
até com ameaça de morte. Nos dias
atuais, os que são enviados por CRISTO, para levarem a mensagem do evangelho a
certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século
passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé,
uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a
história de Igreja de CRISTO. Daí, porque a maior parte dos missionários está
radicada onde já existem muitos obreiros. Poucos são os que se destinam a
lugares inóspitos e ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas JESUS
mandou pregar o evangelho a toda criatura.
E a tendência da perseguição aos servos de
JESUS é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o
Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos
legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que
dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas
do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como
profetizou JESUS, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da
Igreja. Mas será por um tempo. Quando JESUS intervier, na sua Vinda, os “lobos”
serão aniquilados.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS
e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.
Eis que vos mando como cordeiros ao meio de
lobos (3). Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui
está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas
DEUS tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a
morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de CRISTO.
Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram
utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido
assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos
que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a
batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois CRISTO está conosco.
Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos
imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos
caminhando em direção à derrota.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.
Cabe notar que os discípulos não são enviados
“aos lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente
penoso do envio dos mensageiros de JESUS. Essa palavra anuncia aos mensageiros
a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que
“não acolher” ou “não ouvir” a pregação.
O envio das ovelhas para o meio de lobos era
proverbial em Israel. Se a penetração dos lobos em um rebanho de ovelhas já
representa um grande perigo, quanto mais perigoso será enviar e remeter,
contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas para dentro de uma alcateia de
lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e permanecer entre lobos, e até
mesmo superá-los. Isto é inimaginável e inconcebível! Contudo, DEUS assim o
determinou! Que não esqueçamos isso especialmente quando os lobos se tornarem
cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos finais! Foi o Senhor que o disse!
A segurança para um envio tão perigoso, o
equipamento para uma incumbência tão avessa à sensatez na luta entre ovelhas e
lobos não está em levar qualquer tipo de armamento, mas nas palavras: “Eu vos
envio”. E isso basta.
Assim como, pois, os setenta discípulos não
devem estar munidos de armas de defesa diante dos perigos no meio de lobos,
assim eles também não devem equipar-se com a bagagem usual de viagem. A
instrução de que nem sequer levem consigo algo além da roupa necessária para a
caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e exclusivamente atentos ao
cumprimento de seu envio.
Interpreta-se de diferentes maneiras o adendo
de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho. Essa instrução de comportamento
tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo com uma das interpretações, a
palavra de não saudar representa uma ordem referente à urgência. A saudação
oriental é muito demorada. Em um encontro desses, todos os votos costumeiros de
bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e discursos podem causar uma
parada que consome tempo, e que é indesejável para quem tem pressa. Esta
proibição de forma alguma veta a simples e singela saudação: “Paz seja
contigo!”
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
3.
Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.
Os setenta evangelistas foram autorizados a
curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc
10.9). A operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização
com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial.
Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem
toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta
evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem
da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera,
quando saíram, em cumprimento ao mandado de JESUS, de dois em dois (Lc 10.17).
O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS
Na palavra aos setenta, JESUS os surpreendeu
com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos
milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de
endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial?
Porém JESUS lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter
o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, JESUS
proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da
operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância
com aquilo que prega.
No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma
alguma JESUS quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos
evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior
privilégio que um servo de DEUS pode ter.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97.
Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo (19). Esta escritura tem, de fato, uma
implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado
seja espiritual. Note como JESUS faz uma analogia entre serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os
posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos
implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do
inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o
próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar
triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de
JESUS CRISTO.
Charles
L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag.
411.
COMENTÁRIOS
DIVERSOS - INTRODUÇÃO
A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se
compulsamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse
termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). À luz da boa hermenêutica ou interpretação
dos textos bíblicos, podemos constatar que há homens, dentre os que se colocam
à disposição da obra do Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pregação
do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma,
numa linguagem mais bíblica ou teológica. Por isso, o evangelista consta da
lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de DEUS”, concedidos por CRISTO
aos homens, após sua retumbante vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11). Ninguém
é superior a ninguém, no Reino de DEUS (Rm 12.5).
Nas últimas décadas, os evangelistas têm sido
muito solicitados para participarem de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns
são excelentes pregadores, que transmitem mensagens na unção de DEUS,
demonstrando verdades bíblicas com profundidade, atraindo os pecadores para
CRISTO. Normalmente, os evangelistas têm ministério itinerante. Vão buscar as
almas, para que elas sejam acolhidas nas igrejas locais, aos cuidados dos
pastores, auxiliados pelos discipuladores. A evangelização intensa só pode ter
êxito se houver um discipulado intensivo junto aos que se convertem por meio das
pregações dos evangelistas. Evangelizar sem discipular é semear sem cuidar das
almas que se convertem.
Os evangelistas são aqueles que dizem aos
pecadores: “Venham para CRISTO”, e os pastores, que cuidam do rebanho, são os
que dizem: “Sejam transformados pelo poder DEUS, e se integrem ao Corpo de
CRISTO, que é a Igreja”. Os ministérios se complementam. São importantes os
Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Nessa complementaridade
de ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e
ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).
Assim, vamos estudar o papel e a missão do
evangelista, com base nos textos bíblicos que nos permitem avaliar esse
importante dom ministerial, tão necessário à igreja como os demais que constam
das listas de ministérios necessários ao bom funcionamento do Corpo de CRISTO,
que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.
I
- JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)
Os
setenta podem ser vistos como apóstolos ou como evangelistas. Apóstolos porque
foram enviados por JESUS e evangelistas porque foram transmitir as boas novas
de salvação e os sinais os seguiram.
1.
São poucos os que anunciam.
Após
a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois,
JESUS resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los
como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em
equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas,
referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações
quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de
JESUS sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados
participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta
análise, são chamados de evangelistas.
OS OBREIROS SÃO POUCOS
Ao enviar os setenta, JESUS asseverou que
“Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante
dessa realidade, JESUS exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que
envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.
Designou
o Senhor ainda outros setenta (1). Lucas não quer dizer que CRISTO tinha
enviado setenta anteriormente, mas que os setenta eram adicionais aos doze que
haviam sido enviados. Lucas é o único autor de Evangelho que registra este
episódio, mas ele é, também, o único a tratar (em detalhes) o ministério na
Peréia, do qual é parte.
O
simples fato de que JESUS tinha estes muitos discípulos dignos de confiança é
significativo. Muitas vezes nos esquecemos de que Ele tinha muitos seguidores leais.
Mandou-os...
de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares
aonde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades.
Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da
sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas
uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros
aspectos, a visita de JESUS. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias
visitadas por JESUS em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria
muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas
fossem muito breves.
Do versículo 2 até o 16, JESUS dá instruções
e admoestações aos setenta. Muitas destas são instruções iguais ou semelhantes
às instruções dadas em várias ocasiões aos doze apóstolos. É mais razoável que
JESUS tenha dado as mesmas admoestações por duas vezes, se as exigências das
situações fossem as mesmas. Qualquer líder da igreja admoestando grupos de
obreiros inevitavelmente repetiria vários pontos, pois todos eles precisariam
basicamente das mesmas instruções.
Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros
são poucos (2). A metáfora da seara parece ter sido uma das favoritas de JESUS.
A seara das almas humanas sempre foi grande e os obreiros sempre foram,
tragicamente, poucos. É a fatal falta de interesse do homem pelos seus
companheiros que mantém este número tão pequeno.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie
obreiros para a sua seara. Levar a seara ao celeiro é nossa responsabilidade. E
conseguir os obreiros necessários é, em parte, nossa responsabilidade. Devemos
enxergar as necessidades e rogar que o Senhor envie obreiros adicionais.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 409-410.
Estes setenta, embora não o servissem de
forma tão próxima e tão constantemente quanto os doze, eram, no entanto, os
ouvintes constantes de sua doutrina, as testemunhas dos seus milagres, e criam
nele. Estes setenta são aqueles de quem Pedro fala como “os varões que
conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre
nós,” e faziam parte dos cento e vinte ali mencionados, Atos 1.15,21. Podemos
supor que muitos destes que foram os companheiros dos apóstolos, de quem lemos
em Atos e nas Epístolas, faziam parte destes setenta discípulos.
Havia
trabalho para tantos ministros, e ouvintes para tantos pregadores; assim o grão
da semente de mostarda começou a crescer, e o sabor do fermento a se espalhar
pela refeição, para a fermentação do todo.
Devemos supor, embora não esteja registrado,
que CRISTO logo em seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou,
embora Ele pudesse ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles
foram ordenados a fazer, o mesmo que CRISTO fez onde quer que tenha ido: 1.
Eles deviam curar os enfermos (v. 9), curá-los em nome de JESUS, o que faria
com que as pessoas desejassem ver este JESUS, e estivessem prontas a receber
aquele cujo Nome era tão poderoso. 2. Eles deviam anunciar a chegada do Reino
de DEUS, a sua chegada até eles: “Dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de DEUS,
e agora sereis admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia
da vossa visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas
vantagens e oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de
DEUS chega até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 596-597.
10.1 Muito mais que doze pessoas vinham
seguindo a JESUS. De acordo com 1 Coríntios 15.6, JESUS tinha pelo menos
quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120
destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui
JESUS designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita
posterior.
O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos
gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número
de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta.
JESUS estava mostrando simbolicamente que
todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios
um ponto importante para o público de Lucas.
No
serviço cristão, não há desemprego. DEUS tem trabalho suficiente para todos.
Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara
é grande.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.
2.
Enviados para o meio de lobos.
No
tempo de JESUS, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações
comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta
puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido
rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por
CRISTO, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem
em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada
três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram
mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de CRISTO. Daí,
porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos
obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E
compreensível, até certo ponto, mas JESUS mandou pregar o evangelho a toda
criatura.
E a tendência da perseguição aos servos de
JESUS é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o
Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos
legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que
dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas
do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como
profetizou JESUS, mas perturbarão e
causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando
JESUS intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.
Eis que vos mando como cordeiros ao meio de
lobos (3). Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui
está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas
DEUS tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a
morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de CRISTO.
Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram
utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido
assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos
que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a
batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois CRISTO está conosco.
Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos
imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos
caminhando em direção à derrota.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.
Cabe notar que os discípulos não são enviados
“aos lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente
penoso do envio dos mensageiros de JESUS. Essa palavra anuncia aos mensageiros
a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que
“não acolher” ou “não ouvir” a pregação.
O envio das ovelhas para o meio de lobos era
proverbial em Israel. Se a penetração dos lobos em um rebanho de ovelhas já
representa um grande perigo, quanto mais perigoso será enviar e remeter,
contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas para dentro de uma alcateia de
lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e permanecer entre lobos, e até
mesmo superá-los. Isto é inimaginável e inconcebível! Contudo, DEUS assim o
determinou! Que não esqueçamos isso especialmente quando os lobos se tornarem
cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos finais! Foi o Senhor que o disse!
A segurança para um envio tão perigoso, o
equipamento para uma incumbência tão avessa à sensatez na luta entre ovelhas e
lobos não está em levar qualquer tipo de armamento, mas nas palavras: “Eu vos
envio”. E isso basta.
Assim como, pois, os setenta discípulos não
devem estar munidos de armas de defesa diante dos perigos no meio de lobos,
assim eles também não devem equipar-se com a bagagem usual de viagem. A
instrução de que nem sequer levem consigo algo além da roupa necessária para a
caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e exclusivamente atentos ao
cumprimento de seu envio.
Interpreta-se de diferentes maneiras o adendo
de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho. Essa instrução de comportamento
tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo com uma das interpretações, a
palavra de não saudar representa uma ordem referente à urgência. A saudação
oriental é muito demorada. Em um encontro desses, todos os votos costumeiros de
bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e discursos podem causar uma
parada que consome tempo, e que é indesejável para quem tem pressa. Esta
proibição de forma alguma veta a simples e singela saudação: “Paz seja
contigo!”
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
3.
Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.
Os setenta evangelistas foram autorizados a
curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc
10.9). A operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização
com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial.
Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem
toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta
evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao
retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes
acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de JESUS, de dois em dois
(Lc 10.17).
O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS
Na
palavra aos setenta, JESUS os surpreendeu com uma declaração desconcertante,
ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu
intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o
auge do sucesso ministerial? Porém JESUS lhes fez saber que maior privilégio do
que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20).
Discurso semelhante, JESUS proferiu, em determinada ocasião, quando advertia
seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do
pregador esteja em consonância com aquilo que prega.
No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma
alguma JESUS quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos
evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior
privilégio que um servo de DEUS pode ter.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97.
Eis que vos dou poder para pisar serpentes,
e escorpiões, e toda a força do Inimigo (19). Esta escritura tem, de fato, uma
implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado
seja espiritual. Note como JESUS faz uma analogia entre serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os
posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos
implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do
inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o
próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar
triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de
JESUS CRISTO.
Charles
L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag.
411.
FONTE: APAZDOSENHOR.ORG
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