TEXTO
ÁUREO
“Eu sou
o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.
João
10:11
VERDADE
PRÁTICA
Por
meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus
Cristo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Reconhecer o papel fundamental de Jesus como o sumo pastor.
Classificar as características de um verdadeiro pastor.
Conscientizar-se da missão do ministério pastoral.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
João
10.11,14; Tito 1.7-11; 1 Pedro 5.2-4.
João
10
11 – Eu sou o
bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
14 – Eu sou o
bom Pastor; e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
Tito
1
7 – Porque
convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não
soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe
ganância;
8 – mas dado à
hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,
9 – retendo
firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto
para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes.
10 – Porque há
muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
11 – aos quais
convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não
convém, por torpe ganância.
1
Pedro 5
2 – apascentai
o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 – nem como
tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 – E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
Caro professor, para o terceiro tópico da
lição, e após o subtópico que conceitua a missão do pastor, use o esquema
abaixo. Fale a respeito do aspecto múltiplo da missão pastoral. Na igreja
local, o pastor é um guia espiritual do povo de Deus. Dele se espera
maturidade, idoneidade e amor no trato com as coisas de Deus e ao rebanho. Por
isso, conclua a lição desta semana afirmando a complexidade da função pastoral
e como Deus leva a sério o pastor que cumpre o seu ministério. Em seguida,
reúna os seus alunos para orarem pelo pastor local e pelos pastores de todo o
mundo.
INTRODUÇÃO
Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua.
Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o
cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões
relacionadas à administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à
oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus.
O dia a
dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar.
Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande
responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é
imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje
abordará esse importante ministério.
Lição 9– O Ministério de Pastor
Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
Comentarista:
Elinaldo Renovato de Lima
O
Pastor
D |
“Eu
sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).
e todos os dons ministeriais, certamente o dom de pastor é o mais difícil de
ser exercitado. Ao mesmo tempo, é o mais desejado por aqueles que almejam
exercer o ministério, na Igreja do Senhor Jesus. Em todos os tempos, a função
pastoral foi complexa e alvo das forças contrárias ao rebanho espiritual,
constituído dos salvos por Cristo. Sem dúvida alguma, nos dias presentes, em
pleno século XXI, ser pastor não é missão fácil, não obstante os recursos
existentes, em termos humanos, técnicos e financeiros.
Os primeiros
pastores, no Novo Testamento, em geral, pagaram com a vida pelo fato de
representarem a Igreja de Jesus. As forças infernais, usando os sistemas
religiosos, políticos, econômicos e sociais, investiram pesadamente contra os
que foram levantados como líderes, nos primórdios da Igreja. Tiago, “irmão de
João”, foi morto por Herodes, para satisfazer a sede de sangue dos judeus
fanáticos, que não entenderam a missão de Cristo e de seus seguidores.
Pedro
foi preso com o mesmo destino, para ser morto, num espetáculo macabro, que
agradaria aos inimigos do evangelho de Cristo. Mas foi poderosamente liberto do
cárcere, por intervenção direta de Deus, que enviou seu anjo para salvá-lo da
morte programada e continuar sua missão (At 12.11).
Eles eram pastores, apóstolos, evangelistas e
líderes da Igreja, em seus primeiros dias, após a Ascensão de Jesus.
Pedro e João foram presos por terem sido
instrumentos de Deus para a cura de um coxo de nascença, posto à porta do
templo. E foram libertos para proclamarem o evangelho de Jesus (At 3.1-6;
4.1-21). De modo geral, segundo a tradição e a história da Igreja, somente João
Evangelista teve morte natural, alcançando extrema velhice, após passar por
sofrimentos atrozes. Os demais apóstolos de Jesus tiveram morte trágica, nas
mãos dos sanguinários inimigos da fé. Nos primeiros séculos, a perseguição aos
servos de Deus foi cruel.
“As
perseguições só cessaram, quando Constantino (272-337d.C.), imperador de Roma,
tornou-se cristão. Seguiu-se uma era de crescimento numérico do Cristianismo,
embora, nem sempre, acompanhado de autenticidade e genuíno testemunho cristão.
A mistura entre a Igreja e o Estado trouxe enormes prejuízos à ortodoxia
neotestamentária” .
Os
regimes ditatoriais do nazismo, do fascismo e do comunismo, sempre procuraram
destruir os pastores das igrejas cristãs. Cientes de que, mortos os líderes, os
fiéis sempre se dispersariam e abandonariam sua fé. Mas cometeram grave engano.
Quanto mais os cristãos foram mortos, mais seu sangue serviu para regar a
sementeira do evangelho. Jesus disse que “as portas do inferno” não
prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18). Pastores foram presos, torturados
e mortos. Mas a Igreja de Jesus segue sua marcha triunfal, em direção ao seu
destino, que é chegar aos céus, na vinda de Jesus, e reinar com Ele sobre as
tribos de Israel (Mt 19.28) e sobre as nações (Ap 20.6).
Nos
dias atuais, ser pastor não é absolutamente tarefa fácil, para quem deseja
exercer o ministério com fidelidade e sacrifício. As oposições externas e
internas, muitas vezes, perturbam as atividades do pastor. Dessa forma, o dom
ministerial de pastor precisa muito da graça e da unção de Deus para que seus
detentores não fracassem espiritual, emocional ou fisicamente. Necessitam muito
das orações, da compreensão, do apoio e do amor dos crentes em Jesus. Vamos refletir
sobre a função pastoral, com base no que a Palavra de Deus nos revela sobre
essa importante missão.
I - O Sumo pastor
1. JESUS É O PASTOR SUPREMO
O
Pastor dos pastores.
O
escritor aos Hebreus denomina Jesus Cristo de “o grande Pastor das ovelhas” (Hb
13.20). Só ele merece a qualificação de “grande”. N o seu nascimento, marcado
pela humildade e despojamento de sua glória, Jesus foi chamado de “grande”, na
mensagem do anjo a Maria (Lc 1.32). Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve
aceitar o título de “grande” , pois só Jesus o merece. Ele é grande em todos os
aspectos que se possam considerar em relação à sua pessoa. Podemos refletir
sobre o porquê Ele é chamado “grande”.
Primeiramente, porque Ele é Deus! Todos os
fundadores de religiões pereceram e seus restos mortais jazem sob a tumba
fria. Em seus túmulos consta a inscrição “aqui jaz” fulano ou sicrano. No
túmulo de Jesus, há uma inscrição diferente e gloriosa: “Ele não está aqui
porque ressuscitou” (Mt 28.6; Mc 16.6). Se Jesus houvesse sido um homem comum,
mortal, jazeria no túmulo como Buda, Maomé, Alan Kardec e outros fundadores de
religiões ou de seitas. Mas Jesus é Deus. Como tal, venceu todos os poderes
cósmicos, espirituais, humanos e físicos. E, por fim, vitorioso, venceu a morte!
2. ELE
É A PORTA DAS OVELHAS
Em
segundo lugar, Jesus é o grande pastor das ovelhas, porque ele é “a porta das
ovelhas” (Jo 10.7). Em termos espirituais, as ovelhas ou os salvos em Cristo só
podem chegar ao céu, na presença de Deus, através de Cristo, de seus ensinos,
de seu exemplo marcante, que deixou para todos os pastores e crentes de todas
as idades. Ele disse que era “o Bom Pastor”, que dá a vida por suas ovelhas e
as conhece pelo nome (Jo 10.11, 14). Para entrar no seu redil, o pecador tem que
arrepender-se, crer em sua Palavra, e segui-lo (Jo 10.9). Não pode entrar,
saltando os muros.
O
Adversário é “ladrão e salteador”, porque não entra pela porta das ovelhas.
Ele, e somente Ele, dá acesso ao homem à presença de Deus. Jesus é ao mesmo
tempo, “a porta”, “o caminho e a verdade e a vida” .
E
declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
3. JESUS CONHECE SUAS OVELHAS
Ele
disse: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou
conhecido” (Jo 10.14). Jesus cuida de seus servos, como um bom pastor cuida de
suas ovelhas. Ele não vê apenas o “rebanho”, ou a Igreja, que é predestinada, coletivamente,
para a salvação (1 Jo 1.5,11). Ele vê cada um dos seus servos, sabe o nome de
cada um, ainda que sejam milhões e milhões, em todo o mundo, ao longo da
História. Ele sabe o que cada um pensa ou diz (SI 139.1-4).
As
ovelhas de Jesus o conhecem. No relacionamento espiritual entre os crentes e o
Senhor Jesus, através da comunhão constante, o servo de Deus não se engana com
a voz do seu Pastor.
4. O
PASTOR QUE DEU A VIDA PELAS OVELHAS
Na vida pastoril, nos campos, os pastores
cuidam das ovelhas para obterem delas o sustento para suas vidas. Eles não
morrem pelas ovelhas. Mas Jesus, o Sumo Pastor, deu a sua vida pelos que nEle
creem (Jo 10.1, 15).
Na sua
morte, aparentemente, o seu rebanho estaria destinado a ficar sem pastor. Mas,
contrariando a lógica humana, Ele ressuscitou ao terceiro dia, vitorioso sobre
a morte, sobre o inferno, sobre o Diabo e sobre todos os poderes do universo.
Ele proclamou aos discípulos a sua onipotência: “É-me dado todo o poder no céu
e na terra” (M t 28.18).
5. O
PASTOR QUE CUIDA DAS OVELHAS
O
salmista Davi escreveu certamente o mais belo texto sobre a figura de Deus como
nosso Pastor, o “Jeová Raá”, que, ao mesmo tempo, é o “Jeová-Jirê\ o Senhor que
provê todas as coisas necessárias a seu povo. Ele se referia ao Deus Pai. E
falava da ovelha que confia no seu Pastor. Porém todas as características do pastor
do Salmo 23 aplicam-se a Jesus Cristo, “o bom Pastor” (Jo 10.11,14).
1) Não nos deixa faltar nada.
No seu
cuidado, Jesus não nos deixa faltar nada que seja essencial ou indispensável à
nossa vida. O crente fiel sabe contentar-se com o que Deus lhe concede por sua
infinita bondade (Fp 4.11-13). O que lhe falta, o Senhor lhe dá graciosamente,
por sua bondade e por seu amor.
2 ) Os “verdes pastos” (SI 23. 2), São
a figura do alimento espiritual que Jesus propicia à sua Igreja, através da ministração
sadia da sua palavra.
Os
pastores verdadeiros alimentam a Igreja com a sã doutrina. As “águas
tranquilas” falam da paz interior, que o Senhor concede aos que nele confiam. E
a paz que Ele deixou para seus servos (Sl 23.2b; Jo 14.27); é a paz “que excede
todo o entendimento” (l;p 4.7).
3 )O refrigério da alma. Lembra o
conforto que a presença de Deus nos concede, através do Espírito Santo, nosso
“Consolador” (Sl 23.3; Jo 14.16, 17). Nas horas mais difíceis, quando não liá
solução humana, o Bom Pastor nos conforta com sua graça e seu poder.
4) As
“veredas da justiça ”. São o caminhar reto e hei do crente salvo em Jesus
(Sl 23.3b; Rm 5.19; 1 Pe 3.12), Quando o crente anda, seguindo o pastor Fiel,
não comete injustiças.
5 ) A segurança da ovelha. Mesmo passando
pelo “vaie da sombra da morte” (Sl 23.4), a presença do pastor dá segurança:
“porque tu estás comigo” (Sl 23.4b). Jesus assegurou que estaria com seus
servos, ainda que sejam “dois ou três” (Mt 18.20).
6) A mesa perante os inimigos. A
mesa preparada para a ovelha, perante os inimigos e a unção com óleo (Sl 23.5),
nos remetem à unção do Espírito Santo na vida do crente fiel (1 Jo 2.20, 27;
Ef 5.18), concedendo-nos vitória sobre os inimigos que se levantam contra a nossa
fé.
7) Bondade e misericórdia todos os dias.
O Pastor do Salmo 23 concede “bondade e misericórdia” para que o crente fiel
habite na casa do Senhor “todos os dias” da sua vida (Sl 23.6). Cristo nos faz
ser “templo do Espírito Santo” (1 Co 6.19,20). Por todos esses paralelos de
Cristo em relação a nós e o descrito no Salmo 23, podemos concluir que Jesus é
o nosso Pastor por excelência.
II - As Características Pastor do Verdadeiro
Neste tópico, enfatizamos as características
do verdadeiro pastor, no sentido humano, daquele que tem o chamado de Deus para
ser um guia de parte do rebanho do Sumo Pastor. E o que tem o dom ministerial
de pastor. Não é qualquer pessoa que tem condições de receber esse dom, ainda
que seja o mais procurado pelos aspirantes ao ministério eclesiástico. Paulo
ensina que é Deus quem dá pastores às igrejas (E f 4.1):
“Os
pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas
necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; T t 1.5)
e “bispos” ou supervisores (lTm 3.1; T t 1.7)” .
O
pastor de uma igreja deve espelhar-se nas características do “Sumo Pastor” (1
Pe 5.4). E deve possuir qualificações que o credenciem para tão importante
missão. O pastor verdadeiro é dado por Deus à igreja. Ele não dá a igreja ao
pastor (E f 4.11); a igreja, mesmo no sentido local, não pertence ao pastor. O
pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou proprietário.
A seguir, algumas dessas qualificações, conforme 1 Timóteo 3.1-7 eT ito 1.7,
relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor:
1)
Irrepreensibilidade moral. Refere-se a uma vida de integridade, de que
não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo.
2 ) Vida conjugal ajustada (“marido de um a
mulher” ). Note-se que é prioridade o cuidado com a vida conjugal; no
Novo Testamento, não é prevista a tolerância com a bigamia ou a poligamia; a
regra é a monogamia, como plano original de Deus para o matrimônio; e o pastor
como esposo deve ser exemplo para os demais esposos, na igreja, amando sua
esposa e cuidando dela (E f 5.25).
3 ) Vigilante.
O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se passa ao
seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e ministerial (1 Tm 4.16).
Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos devoradores”; Ser
vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso, precavido” quanto aos
perigos que o rodeiam. Para assumir a função de liderança, na igreja local, o
obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua vida espiritual, moral, social,
familiar e em todos os aspec tos. Isso porque o Diabo “anda rugindo como leão,
buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7). O presbítero, bispo ou pastor deve
obedecer o que Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Ele
precisa ser “exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12; 1 Pe 5.3).
4)
Sóbrio (simples, moderado). O pastor ou bispo deve zelar pela
simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a exibição de
riqueza não convém a um homem de Deus; Jesus disse: “sede símplices como as
pombas” (Mt 10.16).
5 )
Honesto.
Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro; decoroso, decente,
puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se numa expressão: ser
“santo em toda a maneira de ver” (1 Pe 1.15).
O homem
de Deus não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo.
Mas, cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito
bem visto pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim,
sim; não, não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou
bispo deve ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que
vive o que prega ou ensina (Tg 2.12).
6) Hospitaleiro. Esta palavra
vem de hospital, na sua origem. Não havia casas de saúde como hoje. Uma
hospedaria era um hospital, um lugar onde os viandantes podiam pousar, e também
os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc 10. 34,45). Mas o pastor não tem
obrigação de transformar sua casa em hospedaria. No sentido do texto,
hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas, sem fazer
acepção de ninguém; é pecado (Dt 16.19; Ml 2.9; 1 Tm 2 .1 1 ;T g 2 .9 ).
7) Apto a ensinar. Como o
pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o pastor deve saber fazer uso
da Palavra de Deus, ministrando mensagens, estudos e reflexões que edifiquem o
rebanho sob seus cui dados. Se não tiver essa aptidão, deve estar no lugar
errado (2 Tm 2.15).
8)
Não dado ao vinho”. Nos tempos de Paulo, o vinho era já um a bebida
alcoólica que podia causar dependência química ou psicológica. Seria uma
tristeza um pastor ficar embriagado pelo uso constante do vinho. Se tosse
escrito hoje, o texto talvez dissesse: “não dado à cerveja, à champanhe, ao
licor ou a outra bebida alcoólica”. O pastor ou bispo deve dar exemplo de
abstinência desse tipo de bebida para o seu bem, de sua família e do rebanho
sob seus cuidados.
9 ) Ordeiro
(“não espancador” ) . Por que Paulo fez referência a esse tipo de comportamento?
Sem dúvida, porque observou que algum obreiro tinha o costume de “espancar” as
pessoas a seu redor. Sempre houve pastores grosseiros, prepotentes, alguns que
cometeram “assédio m oral” contra pessoas a seu redor. Isso é reprovável sob
todos os aspec tos. O pastor deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com
todos, não cobiçoso nem ganancioso. Ordeiro quer dizer que mantém a ordem, na
casa de Deus.
10) Moderado, É sinônimo de
suave, brando, comedido, prudente, contido. É qualidade sem a qual o pastor
pode sofrer sérios revezes em sua vida, no relacionamento com outras pessoas,
em seus hábitos, costumes, etc. Ele não pode ser um desequilibrado mental, sem
controle de suas emoções. Para ser moderado, precisa ter o fruto da temperança
e da longanimidade (cf. G1 5.22).
11) Não contencioso. O pastor ou
bispo não deve viver em conten da, nem com a família, nem com os crentes, nem.
com os de fora. Contenda é o mesmo que porfia, dissensão, peleja, que são
“obras da carne” (G1 5.2,1). Diz um ditado: a melhor maneira de ganhar um a
contenda é evitá-la. C ora oração e vigilância é possível viver em paz. 12) Não
avarento. Quer dizer que o pastor ou bispo não deve ser sovino, mesquinho, e
não deve ter amor ao dinheiro (avareza), que é “a raiz de toda espécie de
males” (1 Tm 6,10). O pastor não deve viver em função de dinheiro ou de bens
materiais. Sua missão é elevadíssima, e deve focar-se no amor às almas ganhas
para Cristo, que ficarão aos seus cuidados ministeriais.
13) Que governe bem a sua casa. Esta
é um a qualificação de grande importância, pois a.s pessoas ouvem as mensagens
dos pastores, mas olham para ele e como se relaciona com a família, notadamente
com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da esposa e do lar (Ef 5.22). Ao lado da
esposa, que também governa a casa (1 Tm 5.14), deve criar seus filhos “com
sujeição” (1 Tm 3.4). Porque, diz Paulo: “se alguém não sabe governar a sua.
própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? (1 Tm 3.5). 14) Experiente ( “não
neófito”).
Nem
todo presbítero {ancião) é pastor. Mas todo pastor deve ser presbítero. Pedro,
um dos pastores lí deres da Igreja Primitiva, exortou aos colegas de
ministério, sobre como liderar a igreja local, dizendo: “Aos presbíteros que estão
entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com e/es, e testemunha das
aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar...” (1 Pe
5.1). Aqui, temos base para dizer que presbítero é termo equivalente a pastor
ou bispo.
Assim,
o pastor não deve ser um obreiro muito novo (neófito), pois, a missão de pastor
exige capacidade para aconselhar em situações que só a experiência m ostra as
lições a serem indicadas.
15) De
bom testemunho perante os descrentes (“ bom testemunho dos que estão de
fora” ). O pastor deve ser um proclamador do evangelho transformador de
Cristo. Seu testemunho deve ser um a pregação viva de que Jesus converte e
transforma o pecador. Esse testemunho deve ser demonstrado, primeiramente, em
sua vida pessoal; depois, em sua casa, na igreja e, por fim, perante todas as
pessoas que o conhecerem.
1. O SIGNIFICADO DE PASTOR
A
palavra pastor vem do latim, pastor, com o significado de “aquele que guarda as
ovelhas” , “o que cuida das ovelhas” .
Na
língua original do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é
“ ... aquele que cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é
usado metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (E f 4 .1 1)”.3
Em
termos ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é
encarregado de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a Cristo e ficam sob
seus cuidados, numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado,
de zelo, de ternura, para com as ovelhas de Jesus.
2. A MISSÁO
DO PASTOR
A
principal missão do pastor é cuidar das ovelhas de Cristo, que lhe são
confiadas. A ele cabe apascentar (gr. poimanô) as ovelhas, dando-lhes o ali
mento espiritual, através do ensino fundamentado (doutrina) da Palavra de Deus.
No Salmo 23, Davi mostra o cuidado do pastor.
Ele leva as ovelhas a deitar-se “em verdes pastos”. O pastor fiel leva as
ovelhas de Jesus a alimentar-se do “pasto verde”, que nutre a alma e o
espírito, fortalecendo-as, para que cresçam na graça e conhecimento do Senhor
Jesus Cristo (2 Pe 3.18). Sua missão é múltipla ou polivalente. Um pastor de
verdade tem que agir como ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador,
missionário, profeta, juiz de causas complexas, fazer as vezes de psicólogo,
conciliador, administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos
humanos sob seus cuidados, na igreja local; é administrador de bens materiais
ou patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local,
além de outras tarefas como pai, esposo, e dono de casa, como pastor de sua
família.
A
atividade pastoral genuína é tão importante, que o profeta Isaías, falando ao
povo de Israel, acerca do livramento que lhe seria dado, usa a figura do
pastor, aplicando-a ao próprio Deus (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida bem
das ovelhas: recolhe os cordeirinhos (os mais fracos, mais novos) entre os
braços; leva-os no regaço; aos novos convertidos, os “amamenta”, como a “bebês
espirituais” e os guia mansamente.
3. O
PASTOR — UM CONTRADITADO
Muitos
obreiros, principalmente os mais jovens, aspiram ao pastorado. Não é errado ter
essa aspiração. Paulo escreveu ao jovem obreiro Timóteo: “Esta é uma palavra
fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1 Tm 3.1). Mas os
candidatos ao episcopado (pastorado) devem ter consciência de que um pastor é
alvo de grandes contradições e oposições, a despeito de sua honrosa missão. A
lista de contradições sobre o que as pessoas pensam do pastor, é ampla e
variada. Alguém já escreveu diversas listas sobre isso. A seguir, resumimos uma
delas:
Se o
pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pastor é exigente,
é intolerante; se não exige, é displicente; se fica com os jovens, é imaturo;
se fica com os adultos, é antiquado; se procura atualizar-se, é mundano; se
não se atualiza, é de mente fechada, retrógrado, ultrapassado; se prega muito,
é prolixo, cansativo; se prega pouco, é que não tem mensagem; se veste-se bem,
é vaidoso; se veste-se mal, é relaxado; se o pastor sorri, é irreverente; se
não sorri, é cara dura. O que o pastor fizer, alguém pensa que faria melhor.
Pode parecer algo hilário ou grotesco, mas reflete um pouco a visão que muitas
pessoas têm do pastor de uma igreja local .
Aliás,
alguém já escreveu, dizendo que “pastor é uma espécie em extinção”. Mas tais
contradições não devem ser motivo para desânimo ou desinteresse pelo
ministério pastoral.
O Sumo
Pastor, Jesus Cristo, foi alvo de piores referências a seu respeito, mesmo
demonstrando que era um ser especial, humano e divino, que só fazia o bem. Seus
opositores o acusaram de ser “comilão e bebedor” (Mt 11.19); de ter demônio (Jo
8. 52); de ser endemoninhado e expulsar demônio pelo príncipe dos demônios (Mc
3-22); e de tramar contra o governo da época, justificando sua condenação (Lc
23.2; Jo 19.12). Mas Jesus não desistiu. Foi até ao fim, entregando sua vida em
lugar dos pecadores. E cumpriu a sua missão (Jo 19.30).
4.
CUIDADOS COM OS FALSOS PASTORES Lamentavelmente, existem falsos
pastores. Deus mandou o profeta Ezequiel repreender os pastores infiéis de
Israel. Em suas qualificações negativas, podemos entender o que faz um falso pastor,
nos dias atuais.
1) Eles não cuidam do rebanho. Mas
aproveitam-se do pastorado para “apascentarem a si mesmos” (Ez 34.2 c). São
oportunistas. Aproveitam-se das ovelhas para angariarem glórias para si.
2 ) Eles
enriquecem às custas das ovelhas. Diz o texto: “ Com eis a gordura, e
vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” (Êx
34.3). Há casos de pastores que se tornam milionários, com fazendas, aviões, e
muito dinheiro, aproveitando-se das necessidades e carências dos crentes.
3 ) Eles não têm amor às ovelhas.
Pouco lhes importa a situação espiritual dos crentes. Só pensam em se
aproveitar do pastorado (Ex 34.4). N as igrejas dos falsos pastores, não há
ensino, doutrina e cuidado com os novos convertidos; nem com os desviados e os
crentes fracos.
4) Eles dispersam as ovelhas. Por
não terem cuidado das fracas, das doentes, das quebradas e das desgarradas,
elas se dispersam e são vítimas das “feras do campo” , que são inimigos do
rebanho.
“Assim , se espalharam, por não haver pastor,
e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. As
minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto
outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem
haver quem as procure, nem quem as busque” (Ez 34.5,6).
5 ) Deus é contra tais pastores. Em
Ezequiel 34.8-10, diante de tão grande calam idade espiritual, perpetrada por
falsos pastores, O Senhor m andou dizer pelo profeta que Ele próprio cuidaria
de suas ovelhas (Ez 43.11, 12). Que Deus nos guarde desses pastores, reprovados
pelo Sumo Pastor.
5. O
GALARDÃO DO PASTOR
Jesus ensinou que quem dá ao menos “um copo
de água fria” a um dos seus discípulos não ficará sem seu galardão (Mt 10.42).
O pastor de um a igreja local cuida dos discípulos de Jesus, dando-lhe não só
um copo de água fria, mas, muito mais, alimentando-os com a Palavra de Deus (H
b 13.13); guiando-os pelo caminho da justiça; velando por suas almas (H b
13.17).
O
apóstolo Pedro, ensinando aos presbíteros, como pastor (e presbítero), lhes
assegurou que teriam o seu galardão, quando Jesus voltar para buscar a sua Igreja:
“E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de g ló
ria " (1 Pe 5 .4 ) . É certamente um galardão diferenciado do que os
crentes em geral irão receber. A “coroa da vida” será dada a todos os que forem
fiéis (Ap 2 .10); mas a “incorruptível coroa de glória” está reservada aos
pastores que cuidam das ovelhas de Jesus.
Conclusão
O dom
ministerial de pastor só c concedido àqueles a quem Deus escolhe para liderarem
parte do seu grande rebanho, que é a Igreja de Jesus. Em todos os lugares,
estão espalhadas igrejas locais e congregações, que reúnem os crentes, que
aceitam a Cristo. Ali, estão sob os cuidados de pastores ou líderes, que lhes
alimentam espiritualmente com a Palavra de Deus, ensinando-lhes a servir a Deus,
crescendo na graça e no conhecimento do Senhor Jesus (2 Pe 3.18).
É gloriosa a missão do pastor, e muito
espinhosa. Na igreja, ele é o mais visado pelos adversários. M as, com a graça
de Deus e o apoio dos crentes, pode cumprir sua missão, da qual um dia prestará
contas ao Suprem o Pastor.
Dons
Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
Elinaldo
Renovato de Lima
9 lições
para
pastores ao enfrentarem conflitos de liderança
No segundo ano de nossa plantação de igreja,
enfrentamos nossa primeira grande crise. Dois presbíteros deixaram a igreja,
mas não antes de levantarem algumas acusações sérias contra mim como pastor. De
repente, nossa jovem igreja tinha entrado em águas sombrias, escuras e cheias
de conflito de liderança. Como era de se esperar, a renúncia desses dois
presbíteros causou uma série de reuniões de membros muito difíceis.
Mas
Deus estava conosco. Houve muitos exemplos de sua bondade, mas uma em
particular se destaca. Na manhã de domingo do que seria a reunião dos membros
mais difícil para mim, Deus enviou Rod e sua esposa Joy, que estavam de férias
na região, para visitarem a nossa igreja.
Rod era
um pastor e, exatamente no ano anterior, havia percorrido um período de
conflito espantosamente semelhante em sua igreja. Dois presbíteros saindo.
Acusações. Conflito. Os incentivos e a sabedoria de Rod durante a semana
seguinte foram graça para mim, um jovem pastor apenas lutando para manter a sua
cabeça acima das águas de um mar turbulento. Joy serviu à minha esposa ferida.
Recentemente,
tive a oportunidade de aconselhar um pastor enfrentando um conflito de
liderança em sua igreja, e lembrei-me de quão frequentemente as igrejas são
afligidas.
O conflito de liderança na igreja é difícil.
É assustador, desorientador, confuso e prejudicial. E toda igreja experimenta
tal conflito. Jesus falou sobre falsos profetas que estariam entre os
discípulos (Mateus 7.15-20). Da mesma forma, Paulo advertiu aos presbíteros de
Éfeso que os lobos se levantariam dentre eles e não poupariam o rebanho (Atos
20.29-30). Enfrentar tais ameaças necessariamente envolve conflitos.
Depois, há os desentendimentos menos
terríveis, mas ainda frequentemente destrutivos, de Paulo e Barnabé. Satanás os
usa para prejudicar as igrejas. Os pastores precisam estar vigilantes para
fazer tudo o que puderem para evitar o conflito de liderança, mas também
precisam responder sabiamente ao conflito de liderança quando surgir.
Olhando
para trás, aqui estão nove lições que extraí da experiência de conflito em
nossa igreja.
1.
Pregue a Palavra de Deus fielmente.
Como pastores, nossa responsabilidade mais
básica é pregar a Palavra (2 Timóteo 4.2). Mas em meio à controvérsia
podemos facilmente nos desviar e colocar a preparação do sermão em segundo plano.
Uma das primeiras perguntas que um pastor mais velho me perguntou quando soube
que eu estava enfrentando conflitos na igreja foi: “Como estão os seus
sermões?” Ele queria que eu evitasse a armadilha, na qual muitos pastores
caíram, de pensar que tinham uma desculpa para não se prepararem.
Irmãos,
a batalha afetará as nossas emoções e isso, às vezes, tornará a preparação do
sermão difícil. Mas nosso povo ainda precisa ouvir a Palavra de Deus. Nosso
povo também precisa ouvir a voz de um fiel sub-pastor, especialmente se outras
vozes estão chamando a atenção deles.
Finalmente, os próprios pastores precisam
passar tempo com Deus por meio de sua Palavra. Davi se fortaleceu no Senhor
quando os seus próprios homens falaram sobre apedrejá-lo depois que as suas
esposas e filhos haviam sido levados cativos pelos amalequitas (1 Samuel
30.6). A cada semana, nossa preparação para o sermão nos dá a oportunidade de
fazer o mesmo.
2.
Ore fervorosamente.
No conflito de liderança, a luta é quase
sempre pessoal. Os pastores são forçados a enfrentar oponentes humanos quando a
saúde da igreja está em jogo.
Mas,
em última análise, precisamos lembrar que Satanás está trabalhando em todos os
casos de conflito na igreja. Ele pretende que o conflito cause divisão na
igreja. Ele pretende que os membros da igreja sejam feridos e enganados. Se
possível, ele pretende desonrar o nome de Cristo na comunidade.
E aqui está o ponto principal. Satanás é
muito mais esperto e mais forte do que nós. Quando ele pediu ao Senhor que
peneirasse Pedro (Lucas 22.31), Satanás não tinha dúvidas se ele seria
bem-sucedido ou não. Só precisava de permissão. Diante de tal inimigo, nossa
responsabilidade como pastores é nos humilhar em oração e pedir a Jesus, o
grande Pastor das ovelhas (Hebreus 13.20), que lute pelo seu povo.
3.
Ame o seu povo.
No conflito, insinuações sutis, acusações
vagas e até mentiras flagrantes se combinam para apresentar aos membros da
igreja uma imagem distorcida de seu pastor.
Como
eles podem separar o verdadeiro do falso? Pastores, é nossa responsabilidade
amarmos nosso povo tão bem que eles realmente nos conheçam. Se, como um padrão
de ministério, nos escondermos em nossos estudos e nos recusarmos a interagir
com outros membros da igreja, eles não nos conhecerão e, portanto, não estarão
preparados para reconhecer a calúnia quando o conflito acontecer.
Como devemos amar o nosso povo? De cem modos.
Mas um modo de amar é essencial: hospitalidade. Os presbíteros devem ser
hospitaleiros (1 Timóteo 3.2). A hospitalidade é um meio maravilhoso de
discipulado, mas também prepara o nosso povo para o conflito. Ao amarmos o
nosso povo e convidá-lo para as nossas casas para que possa realmente nos
conhecer, nós o capacitamos para que reconheça as imagens distorcidas pelo que
elas são.
4.
Medite sobre Mateus 5 e Romanos 12.
Durante o conflito em nossa igreja, fui ajudado
imensamente ao meditar em Mateus 5 e Romanos 12. Esses dois capítulos contêm
ordens “absurdas” como “amem os seus inimigos” e “nunca se vingem”. Em resumo,
eles contêm a sabedoria de Deus sobre como devemos nos relacionar com os
outros, mesmo com aqueles que se opõem a nós.
Satanás usa o conflito de liderança para
provocar divisões na igreja. Pastores muitas vezes caem na armadilha de se
defenderem verbalmente e até mesmo lançarem contra-ataques contra a oposição.
Eles reúnem as pessoas em favor de sua causa e exigem os seus direitos. Embora
isso pareça justificável, o resultado final é quase sempre mais conflito e mais
confusão.
As
pessoas são forçadas a escolher entre o pastor e a oposição — uma escolha
difícil quando ambos os lados estão ativamente pecando.
Mas
se abraçarmos a sabedoria de Deus, amando os nossos inimigos, suportando o
sofrimento com paciência e nunca nos vingando, nosso povo terá uma escolha
clara entre aqueles que estão seguindo a Palavra de Deus, mesmo quando ela é
pessoalmente custosa, e aqueles que não estão.
5.
Lembre-se: você é uma pessoa má.
Muitas vezes no conflito de liderança, a
oposição faz acusações vagas contra um pastor. Faltando uma arma fatal como
adultério ou corrupção, focalizam em questões como orgulho, impaciência, ou
ira, alegando que o pastor é inadequado para o ministério.
Enquanto isso, a mensagem fundamental que os
pastores ouvem é: “Você é uma pessoa muito má”. Essas acusações públicas ferem
profundamente; elas ferem nossas esposas e famílias também.
Embora devamos reconhecer que lutamos contra
o orgulho, a ira e a impaciência — algum pastor não luta contra tais pecados? —
ainda nos sentimos julgados injustamente. Na carne, nossa tentação é responder
de modo semelhante. Queremos nos vingar
e fazer as nossas próprias críticas. Mas o evangelho nos liberta para virar a
outra face (Mateus 5.39).
Irmãos
pastores, nossa mensagem fundamental é que somos tão maus que o Filho de Deus
teve que vir à terra e morrer em uma cruz por causa do nosso pecado. Em nós
mesmos, somos pessoas más que precisam desesperadamente da graça de Deus.
O
conflito de liderança e as acusações que muitas vezes o acompanham nos dão a
oportunidade de reconhecer humildemente nossas falhas e pedir as orações do
nosso povo.
Isso
não quer dizer que nunca precisaremos nos defender contra mentiras e acusações
escandalosas; afinal, Satanás é o acusador dos irmãos (Apocalipse 12.10). Eu
também não acho que somos sábios se confessarmos pecados que realmente não
cometemos. Simplesmente quero destacar o quão difícil é convencer uma
congregação de que o pastor está inchado de orgulho quando ele humildemente
reconhece as suas falhas e deficiências. A humildade honesta desarma muitos
ataques pessoais enquanto também dá ao nosso povo um exemplo digno de ser
seguido.
6.
Abrace o sofrimento.
Paulo encorajou Timóteo: “Participa dos meus
sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus” (2 Timóteo 2.3). Esse é um
bom conselho, porque há muito sofrimento no ministério pastoral. O conflito de
liderança, em particular, é doloroso. É difícil participar da reunião dos
membros e ouvir relatos distorcidos ou desonestos do seu caráter.
Nesses momentos, pode ser tentador
lamentar-se e queixar-se. Mas precisamos lembrar que esse é o nosso trabalho.
Ao nos chamar para sermos seus sub-pastores, Deus nos chamou para o sofrimento.
Parte do nosso trabalho como sub-pastores é sermos mordidos por lobos para que
as ovelhas não o sejam. Pela graça de Deus, nossa disposição para sermos
“mordidos” pela oposição incessante sem responder pecaminosamente pode ser o
meio que Deus use para preservar a igreja da divisão e talvez até mesmo da
destruição.
7.
Não jogue fora o manual de instruções.
Em seu livro Redeeming Church
Conflicts [Redimindo Conflitos na Igreja], Kara Barthel e David Edling
advertem: “Um dos maiores erros que as pessoas cometem em meio ao conflito na
igreja é não confiar nas Escrituras”.
O conflito muitas vezes causa uma agitação na
igreja. À medida que certos membros se apavoram, outros líderes fortes na
congregação se levantam e buscam assumir o controle. Eles fazem reuniões com
ambas as partes e determinam por si mesmos quem é o culpado. O resultado é mais
desordem e divisão.
O que
aconteceu? Eles esqueceram o “manual”. Eles esqueceram as instruções de Deus
para lidar com o conflito na igreja. Deus nos deu a disciplina eclesiástica
para nos guiar através das águas sombrias do conflito na igreja. É
especialmente importante para a igreja seguir a disciplina eclesiástica quando
o conflito envolve um presbítero.
Não há espaço nesse artigo para entrar no
ensino da Bíblia sobre a disciplina eclesiástica. Mas é vital que tanto nós
como nossas igrejas estejamos comprometidos com a prática da disciplina
bíblica. Novamente, o diabo é mais esperto do que nós. Se abandonarmos a
orientação de Deus para a resolução de conflitos na igreja, nos encontraremos
inconscientemente seguindo a Satanás.
8.
Seja rápido em conceder perdão.
É verdade que Satanás está buscando
prejudicar toda a igreja. Mas pastor, Satanás está especialmente armado em sua
direção. Ele sabe que você está sofrendo e ele sabe a facilidade com que a
amargura enraíza no coração humano. Pode ser muito tentador reviver as
conversas dolorosas com os adversários e mentalmente menosprezá-los, dizendo
coisas que você gostaria de ter dito. Satanás fica satisfeito em nos
sobrecarregar com tais imaginações.
Mas enquanto os pensamentos vingativos têm um
gosto doce em nossas bocas, eles rapidamente se tornam amargos em nossos estômagos.
Se ficamos amargurados, pecamos e tentamos a Deus para remover a sua mão de
bênção de nosso ministério. O que devemos fazer? Devemos perdoar — livre e
plenamente — assim como Deus nos perdoou (Efésios 4.32).
Mesmo que nossos oponentes nunca reconheçam
os seus erros e mesmo que eles se recusem a se arrepender ou se reconciliar,
ainda podemos perdoar. Deus nos perdoou por muito mais do que jamais
precisaremos perdoar alguém. Podemos confiar os nossos inimigos a Deus,
corrigi-los com bondade e orar pelo seu arrependimento (2 Timóteo 2.25).
Mesmo se nós finalmente tivermos que conduzir
a congregação a usar a sua autoridade para remover oponentes não arrependidos
da membresia da igreja, podemos fazê-lo sem animosidade. A disciplina
eclesiástica deve sempre ser feita com amor e com lágrimas. Em suma, a amargura
escraviza, mas o perdão do evangelho liberta. E quando perdoamos, descobrimos
como Corrie Ten Boom, que perdoar é libertar um prisioneiro e descobrir que o prisioneiro
era você.
9.
Seja agradecido.
Não
é natural nos sentirmos agradecidos enquanto enfrentamos o conflito. Mas isso é
assim porque tendemos a nos concentrar no sofrimento momentâneo, em vez de no
privilégio de servir como sub-pastores do Rei Jesus.
Irmãos, não merecemos ministérios fáceis. Nós
merecemos o inferno.
Mas
em amor maravilhoso, Deus nos alcançou com graça por meio do evangelho. Fomos
redimidos — e, além disso, recebemos o privilégio de servir ao Senhor como
pastores.
Em
2 Coríntios, Paulo repetidamente narra o sofrimento que sofreu ao servir
como ministro do evangelho. Dedique algum tempo para ler 2 Coríntios
4.7-12; 6.1-10 e 11.16-33. Sofrimentos incríveis.
E, no entanto, ouça a perspectiva do
apóstolo em 2 Coríntios 4.1: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a
misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”.
Irmãos,
não somos pastores porque somos dignos. Somos pastores porque Deus é
misericordioso. Em Cristo, tudo que recebemos de Deus é misericórdia. Mesmo as
temporadas desorientadoras, deprimentes e sombrias do ministério são
misericórdia. As leves e momentâneas tribulações estão produzindo em nós
“eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4.17), e
temos todos os motivos para sermos gratos.
Conclusão
Não
há dúvida de que o conflito de liderança na igreja é difícil. Mas como
pastores, podemos nos alegrar com a realidade de que a graça e a sabedoria de
Deus são suficientes para nos sustentar. Podemos suportar porque sabemos que no
devido tempo nós ceifaremos, se não desfalecermos (Gálatas 6.9).
Minha
própria igreja experimentou a graça de Deus ao longo do último ano e meio. Eu
não posso dizer que estamos completamente recuperados, mas posso dizer que Deus
tem sido bondoso conosco. Ele nos guiou até o fim. Ele deu à nossa igreja novos
presbíteros que estão pastoreando fielmente o rebanho. Ele continua a sustentar
e prover a nossa jovem igreja e continua a nos ensinar que, em todos os
momentos, ele é suficiente.
Por: Peter
Hess .
LIÇÃO IX
O PASTOR
EFÉSIOS 4.11
11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para PASTORES...
A.
A palavra "pastor" é usada somente uma vez na tradução King James do
Novo
Testamento.
E ela está aqui em Efésios 4.11.
Isto parece estranho quando entendemos que o
ofício de pastor é provavelmente o ofício de mais amplo reconhecimento no
ministério cristão hoje.
Contudo, tenho certeza de que há muitas
referências a este ofício "pastoral".
B.
A palavra grega traduzida como "pastor" significa literalmente
"pastor de ovelhas".
C. O ofício é
aplicado ao Senhor Jesus Cristo, nosso grande exemplo de um verdadeiro pastor.
JOÃO 10.11
11 Eu sou o BOM PASTOR. O BOM PASTOR dá
a vida pelas ovelhas.
HEBREUS 13.20
20 Ora, o Deus da paz, que tornou a
trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, O GRANDE PASTOR das ovelhas...
1 PEDRO 2.25
25 Porque estáveis desgarrados como
ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao
PASTOR E BISPO
das vossas almas.
1 PEDRO 5.4
4 Ora, logo que o SUPREMO PASTOR se
manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.
D. Jesus é o Grande Pastor, o Pastor Supremo,
de todas as ovelhas de Deus.
E. Jesus tem pastores auxiliares. Um pastor é
um pastor auxiliar. Jesus é o Pastor
Supremo.
F. Jesus chama e equipa homens para
pastorearem um rebanho.
G. Os pastores são necessários para o
amadurecimento e preparação dos santos.
1. Nos dias do Novo Testamento, quando os
crentes começaram a se reunir numa igreja local, ou grupo, ou assembléia, nos
dias da igreja primitiva, eles precisavam de pessoas para exercer a função de
supervisão e cuidado do rebanho. Esta é a posição de pastor.
2. Jesus teve compaixão das pessoas
"porque estavam dispersas como ovelhas sem pastor".
a. Ovelhas sem pastor ficam dispersas e
desviam-se.
b. Vemos isso em grupos onde não há pastores.
H. Este é o ofício que mais se identifica com
a localidade.
1. Uma pessoa chamada para ser um pastor
estaria mais ou menos estabelecida na localidade do rebanho.
I. O pastor tem a supervisão do rebanho.
1. Jesus é o Grande Pastor. Ele é o Cabeça, o
Supervisor de toda a igreja - o Corpo de Cristo. O pastor é um pastor auxiliar.
Ele é o cabeça, o supervisor de um rebanho local.
O corpo local é encabeçado pelo pastor. O
cabeça governa. A habilidade de governo da igreja é encabeçada pelo ofício
pastoral.
2. O ofício de pastor não é mencionado em 1 Co
12.28. Mas "governos" é listado. Eu creio que trata-se do ofício de
pastor nesta lista de dons do ministério que Deus estabeleceu na igreja.
3. É bíblico o corpo de anciãos governar a
igreja?
a. Nos dias da igreja primitiva — quando a
igreja estava no estágio de primeira infância — as congregações foram colocadas
sob um corpo de anciãos até que os dons do ministério fossem formados (pudessem
se desenvolver).
A palavra grega traduzida por
"ancião" significa simplesmente uma pessoa mais velha. Estes anciãos
eram pessoas mais velhas, colocadas num lugar de posição e responsabilidade.
Os
únicos ministros que a igreja tinha inicialmente eram os doze apóstolos. Um
neófito não podia ser estabelecido como pastor de um rebanho. Então, até que
alguns daqueles neófitos fossem chamados e aperfeiçoados para o ministério de
pastor — isso leva tempo — eles tiveram que tomar algumas pessoas mais velhas,
porque em geral pessoas mais velhas são mais maduras mentalmente, e colocá-las
como encarregadas do rebanho.
Não
temos essa situação hoje em dia. A Igreja não está mais em um estágio infantil
de desenvolvimento. Os dons ministeriais já têm sido desenvolvidos na Igreja.
E isto
tem criado problemas quando pessoas têm dito: "Queremos uma igreja como a
primitiva. Voltemos a Atos dos Apóstolos." E então apontam anciãos para
governar a igreja.
(Sim, voltemos a Atos dos Apóstolos na
doutrina e na demonstração do Espírito Santo.
Em
outras palavras, as mesmas experiências do Espírito Santo que estavam
disponíveis a eles, também estão disponíveis a nós. Mas se fizermos como a
igreja primitiva fez no seu governo, estaremos na primeira infância do
cristianismo.
O Novo
Testamento revela claramente o plano de Deus para a igreja: que ela cresça!)
Alguns anciãos apontados por homens hoje não
têm o chamado de Deus. Eles não sabem nada a respeito do ofício pastoral,
porque não são chamados por Deus; não têm a unção para pastorear. Não é bíblico
apontar anciãos para supervisionar um rebanho e governar uma igreja quando há
um pastor para supervisioná-la.
Isto é
regredir para o estágio infantil de desenvolvimento com a Igreja Primitiva e
reconhecer: "Nós nunca crescemos além disso. Somos todos bebês
espirituais."
Comentários pessoais:
Tenho
estado no ministério por mais de meio século e tenho observado isso. Nunca vi
uma igreja que tivesse o poder de Deus em operação e fizesse o que Deus a
chamou para fazer a menos que os pastores realmente tivessem a supervisão do
rebanho. Quando um conselho de diáconos, ou conselho de anciãos, tinha a
supervisão e governo do rebanho, as coisas nunca funcionavam corretamente e o
poder de Deus era dissipado. Você pode ir lá e tentar pregar, mas algo está
errado. É como se você tentasse lavar seu pés com as meias dentro. Deus as
abençoa o tanto quanto pode, porque Ele as ama.
Mas Ele
não pode derramar a plenitude de suas bênçãos, porque não pode colocar sua
aprovação em idéias de homens.
Supervisores. Originalmente na igreja
primitiva, o termo "ancião" referia-se à idade, à pessoa e à posição.
Então
conforme os dons ministeriais se desenvolveram na Igreja Primitiva mais se
usavam títulos oficiais de "supervisor ou bispo", que se referiam
àqueles que eram chamados e ungidos por Deus para permanecer no ofício
pastoral. A palavra bispo e a palavra supervisor são as traduções da palavra
grega "episkopos". Ela comunica um significado de liderança definida
e posição oficial.
a.
A
palavra grega episkopos é traduzida como "supervisor" na admoestação
de Paulo aos anciãos da Igreja em Efeso:
ATOS 20.28 28 Atendei por
vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos,
para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue. Para alimentar a Igreja de Deus com a Palavra, estas pessoas deviam ter
sido mestres, que eram espiritualmente equipadas para alimentar o rebanho. Elas
não podiam ter sido só pessoas mais velhas que vistoriavam o que acontecia e
que não tinham nenhum ministério. Alguns dos anciãos colocados no rebanho
cresceram e mais tarde Deus os chamou para serem ministros.
b. A
palavra episkopos é traduzida por bispo aqui:
1 TIMÓTEO 3.1 1 Fiel é a palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra
almeja. Lembre-se, episkopos é traduzido por "supervisor" em
outros lugares. Isto fala do dom pastoral. O pastor naturalmente teria a
supervisão do rebanho.
1) A
figura da Palavra refere-se a um pastor e a um rebanho. O pastor é o líder do
rebanho. O pastor não levanta de manhã e diz: "Seria melhor que
reuníssemos algumas das ovelhas hoje e ouvíssemos a opinião delas a respeito de
onde devemos pastar hoje." Não, pois o pastor tem a supervisão. Ele é o
supervisor do rebanho. Ele vai à frente, e o rebanho o acompanha.
2)
Observe que 1 Timóteo 3.1 chama de "ofício de um bispo" (ou
supervisor), que está se referindo ao ofício pastoral. Se este ofício não é o
ofício pastoral, então não é um ofício que Jesus estabeleceu na Igreja porque
todos os dons de ministério estão relacionados em Efésios 4.11.
Não
existem outros. Este ofício de bispo deve necessariamente ser o ofício pastoral
porque é o dom ministerial que tem a supervisão do rebanho.
1 TIMÓTEO 3.2,3
2 É
necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher,
temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3 Não
dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento.
3) É o dever do rebanho sustentar
financeiramente o pastor. Mas o pastor não deve servir com motivação de lucro.
Sua motivação deve ser servir a Deus e ao povo.
1 TIMÓTEO 33-5 3 É necessário que o bispo
seja... não avarento. 4 E que governe bem a sua própria casa, criando os filhos
sob disciplina, com todo respeito 5 (pois se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?). 4) Este é sem dúvida o ofício de pastor
1
TIMÓTEO 3.6
6 Não seja neófito, para não suceder que se
ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo.
5) Não
neófito. Você pode ver que eles não poderiam ter tido o ofício pastoral para
começar porque inicialmente a Igreja Primitiva estava em sua infância e os
crentes eram neófitos, exceto pelos apóstolos do Cordeiro. Eles não começaram
neste ofício. Leva tempo para Deus desenvolver esses ministérios, incluindo o
ministério pastoral. Vemos o ofício de supervisor aqui novamente, que encabeça
o ofício de pastor.
1
TIMÓTEO 5.17 17
Devem
ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.
1) A
igreja agora está saindo da primeira infância. Alguns anciãos que foram
apontados para supervisionar o rebanho cresceram espiritualmente e foram
chamados por Deus para serem ministros.
2)
Aqueles que "se afadigam na Palavra e no ensino" são pregadores e
mestres. Alguns anciãos e outros cresceram e passaram a ocupar o ofício
pastoral e a lidar com a Palavra e o ensino,
3) Eles
foram levados a um lugar em Deus onde os outros anciãos — aqueles que não se
tornaram um dom do ministério — não eram mais necessários naquela posição.
5. É
importante perceber que a igreja primitiva começou como um bebê. Leva tempo para
um bebê sair de sua primeira infância.
a. No
princípio do movimento pentecostal neste século, eles tiveram que retornar,
quase por necessidade, ao estágio de governo de primeira infância de Atos dos
Apóstolos.
Os pioneiros mais velhos iam em áreas onde não
havia igreja do Evangelho Pleno por um raio de muitas milhas. Um homem disse-me
como ele pregou todo o verão num lugar e ganhou 285 almas, das quais 90 foram
batizadas com o Espírito Santo. Ele era um evangelista — não um pastor. Mas
ficou lá com eles por um período de três meses, conduzindo reuniões todas as
noites, e iniciou uma igreja. Quando ele foi embora não havia pastor
disponível, então ele apontou alguns dos homens mais velhos para
supervisionarem o rebanho até que um pastor fosse amadurecido e estabelecido
por Deus na igreja. Algumas vezes passam de dois a três anos antes que um
desses rebanhos novos tenham pastores.
J. O pastor é um dos ofícios mais importantes.
1. Sem
o dom do ministério de pastor em operação no Corpo de Cristo, todos os outros
ministérios são praticamente em vão. Não importa o quão grande seja o
evangelista e quantas almas ele ganha, se não houver ninguém para pastorear as
ovelhas, elas estão prontas para desviarem-se. Não importa quantos bebês nasçam
num hospital, se ninguém cuidar deles, eles morrerão.
2. Em
nenhum outro ofício são dadas tantas instruções no Novo Testamento. Nenhuma
instrução é dada ao apóstolo. Nenhuma instrução é dada ao evangelista. Pouca
instrução é dada aos outros ofícios. A maior parte das instruções diretas são
dadas a este ofício (considerando que os termos anciãos que presidem, e bispo
referem-se ao ofício pastoral) e não a qualquer outro ofício.
3. Não
há ofício mais necessário, preeminente e respeitado a que Deus poderia chamá-lo
do que o ofício de pastor. É uma causa nobre. Comentários pessoais: Você deve
funcionar onde Deus o chama. Mas, para ser honesto, se pudesse expressar o meu
desejo, gostaria de ocupar este ofício mais do que qualquer outro. Este é o
único ofício que busquei. E se fosse um jovem eu aspiraria a este ofício.
Deixemos Deus fazer o que Ele quer, mas eu falaria com Ele sobre este assunto.
E eu o fiz.
E Ele
disse não por causa de meu chamado particular.
K. E o
Espírito Santo que faz de homens pastores, não os homens.
L. Deus
tem provido equipamento sobrenatural para o pastor. O pastor deve ser equipado
com equipamento sobrenatural.
1. Os
dons do Espírito (1 Co 12) podem ser manifestados nas vidas dos membros
individuais do corpo de Cristo. Mas estou convencido também que estes dons
sobrenaturais são equipamento sobrenatural para aqueles que ocupam os ofícios
do ministério.
2.
Estou convencido de que o pastor deve ser equipado com a palavra de sabedoria,
a palavra de conhecimento e até mesmo línguas e interpretação. Também estou convencido
de que, se ele não o for, ele pedirá por esse equipamento espiritual, e obterá.
Eu o obtive.
a. As
vezes estes dons não são tão espetaculares na manifestação através do pastor
quanto o são através do profeta, embora estejam em operação.
b.
Pastoreamento sobrenatural.
1) Um
jovem com pouca educação formal foi salvo durante um reavivamento que conduzi.
Mas tarde ele foi batizado com o Espírito Santo. Então foi chamado para pregar.
Enquanto ainda trabalhava em uma serraria, ele pregava nos fins de semana. Ele
não teve nenhuma espécie de treinamento a não ser em sua própria igreja. Eu
ensinei em muitos seminários lá. Logo ele tinha tantos chamados para ministrar
que deixou seu emprego e passou a pregar em tempo integral. Passou 18 meses
como evangelista. Sua igreja local estava sem pastor, e então eles o convidaram
para ficar como pastor auxiliar durante três meses. No fim de três meses ele
foi estabelecido como pastor. E então a igreja cresceu tanto quanto nunca havia
crescido. Voltei para pregar lá e fiquei maravilhado com a capacitação que
estava sobre aquele indivíduo — um homem com pouca educação formal e nenhum
treinamento.
Eles
puseram uma divisória simples numa sala para criar seu escritório e uma pequena
sala contígua. Eu orava naquela pequena sala antes das reuniões. Durante o dia
usava a pequena sala para estudar a Palavra. Através da divisória, não poderia
deixar de ouvi-lo aconselhando as pessoas.
Naquela
época estava no ministério por 25 anos — tinha pastoreado por 12 anos e viajado
no ministério de campo por aproximadamente 13 anos. Ele estava no ministério
por quatro anos. Quando as pessoas vinham com certas necessidades e fazendo
certas perguntas, eu pensava comigo mesmo: "Como alguém no mundo pode
responder a uma pergunta como esta? Eu jamais saberia como respondê-la!"
Então
as palavras que fluíam da boca daquele homem me maravilhavam. Eu sabia que o
Espírito de Deus estava operando através dele. Fiquei maravilhado. Sentei-me
com os olhos arregalados, e a boca aberta, e pensei: "É um milagre de
Deus." Depois de muitos anos ele mudou-se para uma igreja maior.
Ele
convidou-me para ir lá. Nesta época ele tinha 10 anos de ministério. Ainda
fiquei pasmado com as palavras de sabedoria e as respostas que fluíam de sua
boca. Eu sabia que o Espírito de Deus tinha dado esta capacidade a ele.
2) O
irmão O. B. Braune pastoreou uma igreja, a antiga Rosen Heights Assembly, em
Fort Worth por mais de 40 anos antes de se aposentar. Ouvi alguém perguntar-lhe
durante uma sessão de perguntas numa reunião: "Como você consegue
pastorear uma mesma igreja por tanto tempo?
Qual é
o segredo do seu sucesso?" Ele respondeu: "Na minha opinião, o maior
segredo do ofício pastoral é ter a resposta certa para as pessoas quando elas
precisam ou vêm buscar socorro." Para fazer isso você terá que depender do
Espírito de Deus, para que o mesmo lhe dê a resposta certa.
3) Eu
preguei para o irmão e irmã J. R. Goodwin em muitas igrejas que eles
pastorearam. Eles pastorearam mais sobrenaturalmente do que qualquer outro
pastor que já conheci. Quando alguém da igreja deles precisava de ajuda, eles o
sabiam imediatamente, por meio do Espírito de Deus.
4) Eu
pastoreei desta forma. Nunca tinha um programa de visitas. Sempre sabia no meu
íntimo quando alguém precisava de ajuda. Um dos fatos mais notáveis nesta área
ocorreu na última igreja que pastoreei.
Um
empreendedor de obras de construção civil fora salvo nas duas semanas
anteriores. Estava me barbeando numa manhã quando o Espírito de Deus falou
comigo e disse:
"Quero que você vá restaurar o Sam. Ele
ficou zangado no serviço ontem, e falou coisas que não devia. Hoje ele está em
casa doente na cama. Ele pensa que Deus não o ama mais porque ele falhou. Quero
que você vá restaurá-lo."
Saí do
banheiro com um dos lados do meu rosto ainda por barbear e disse a minha
esposa: "Querida, preciso ir na casa do Sam." E contei-lhe o que o
Senhor me dissera. Depois de me barbear fui para o quarto terminar de me
vestir. Estava colocando o meu paletó quando um carro parou lá fora. A mulher
de Sam entrou em nossa sala chorando.
Ela
disse: "Oh, irmão Hagin, não diga a Sam que estive aqui, mas ele está em
casa doente hoje."
Ela
explicou como uma dor antiga nas costas que sofria voltou novamente, e não mais
podia levantar-se da cama. Então ela disse: "Ele disse que não irá à
igreja de novo.
Ele
perdeu a calma no serviço ontem e alguns dos homens disseram que ele praguejou.
Ele não se lembra se o fez. Mas ele disse que Deus não o ama mais porque ele
falhou. Você poderia ir lá em casa?"
Disse-lhe: "Você pode perguntar a minha
mulher, pois eu lhe disse que iria a sua casa (Este foi o motivo pelo qual o
Senhor me dissera para falar com minha esposa sobre este assunto).
O
Senhor já tinha me falado sobre isso. Não preciso dizer a Sam o que você me
falou.
Direi o
que o Senhor me falou." Quando cheguei a sua casa, bati na porta do quarto
em que estava. Ele disse: "Entre."
Quando
ele me viu ficou tão envergonhado que cobriu sua cabeça. E lá estava um homem
de 43 anos, escondendo sua cabeça e soluçando em seu coração. Ajoelhei-me ao
lado da cama e o peguei, com as cobertas e tudo, em meus braços e comecei a
chorar com ele. Finalmente, tirei as cobertas dele e lhe disse:
"O Senhor me disse o que aconteceu ontem
no trabalho." Graças a Deus, Ele disse. Pois é, quando Deus se move de uma
forma sobrenatural, as pessoas se convencem do Seu amor e de Sua misericórdia
para elas.
Eu disse: "Irmão Sam, não deixaremos o
diabo ter você." Ele soluçou e disse:
"Irmão Hagin, sempre fui um homem calmo.
Mas perdi a calma no serviço ontem e falei coisas que não devia. E eles sabiam
que fora salvo há duas semanas atrás. Para dizer a verdadade, fiquei tão
zangado, que não sei o que fiz. Não vou mais voltar à igreja. O Senhor não me
ama mais." Eu disse:
"O
Senhor não ama o fato que aconteceu. Mas Ele ainda o ama. E nós não iremos
deixar o diabo ter você." Então ele disse:
"Minhas costas doem tanto que nem pude
levantar da cama nesta manhã."
Ele era
somente um bebê de duas semanas. Ele ainda não tinha aprendido a andar. Os
bebês não podem andar. Coloquei minhas mãos nas suas costas e disse:
"Querido Senhor, sei que o Senhor o ama.
Somente prove o Seu amor por ele agora." Sam levantou-se num pulo.
"A dor se foi! A dor se foi! O Senhor me
ama!"
c. Devemos buscar a Deus para recebermos o
equipamento sobrenatural para o nosso ministério. Ele o proveu.
1)
Paulo escreveu uma carta para a igreja de Corinto e disse: ... procurai, com
zelo, os melhores dons (1 Co 12.31). Ele também disse: ...procurai com zelo os
dons espirituais... (1 Co 14.1). Ele não escreveu para João da Silva da igreja
de Corinto, dizendo: "João da Silva, quero que você busque os melhores
dons." 2) Ele disse para toda a igreja: "Procurai com zelo os dons
espirituais."
A Bíblia Amplificada diz: procurai com desejo
profundo os dons espirituais (1 Co 14.1). Se um grupo de pessoas buscar a
demonstração sobrenatural de Deus, então, conforme o Espírito desejar, Ele irá
manifestar a Si mesmo por meio de diferentes indivíduos, e particularmente
neste ofício pastoral. d. Alguns seminários ensinam psicologia.
A psicologia é o estudo da mente e do
comportamento do homem. Mas o homem é mais do que apenas mente (2 Ts 5.23). E
em um momento como em um relâmpago, vi o Espírito de Deus lidar com questões e
assuntos pelos dons de Espírito, numa fração de segundo, que a psicologia e a
psiquiatria não conseguiriam resolver nem mesmo em meses ou anos.
e. O
Espírito Santo tem equipado a igreja do Novo Testamento com habilidade
sobrenatural, poder sobrenatural, dons sobrenaturais. Ele tem chamado homens e
mulheres para o ministério, e Ele os equipa para permanecerem nestes ofícios
sobrenaturalmente. f. Espere que Deus o ajude. Treine o seu espírito para ser
sensível ao Espírito Santo.
Espere
que o Espírito Santo Se manifeste por meio de você e lhe use para Sua glória.
Preste atenção a Ele. Renda-se a Ele.
M. Uma
das características mais notáveis de um pastor é um coração de pastor.
1. O
coração de pastor é um dom de Deus ao corpo local.
a.
Graças a Deus por aqueles que o têm — que amam as pessoas. Eles são leais ao rebanho,
e às vezes até mesmo ao custo de se privarem de muitas coisas por causa do
rebanho.
b. É
necessário um coração de pastor para cuidar dos bebês em Cristo — para amá-los,
para nutri-los com a Palavra, para sustentá-los enquanto ainda estão tentando
andar.
c. Em
35 anos de ministério de campo, como o meu coração gemia pelas pessoas! Percebi
a grande necessidade de pastores com um verdadeiro coração de pastor.
Preguei
em mais de uma igreja onde pensei:
"Querido Senhor, este homem não é um
pastor. Como estas pessoas precisam de um pastor!"
Como
elas precisavam de alguém que realmente ministrasse para elas e as amasse! Meu
coração doía por elas. Eu dizia: "Senhor, desejaria que o Senhor me
deixasse pastoreá-las. Somente me deixe pôr os meus braços ao redor delas e
amá-las."
d. As
pessoas entendem o amor. Até um velho cão vira-lata entende o amor. As pessoas
podem não entender as línguas, mas elas entendem o amor.
E você
tem que provar às pessoas que as ama. Os pastores devem amar as pessoas. O
maior exemplo de pastor é o próprio Senhor Jesus Cristo. Lembre-se de que Ele
disse:
Eu sou o bom pastor.
O bom
pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11).
O bom
pastor dá a vida pelas ovelhas.
Kenneth E. Hagin.
Dicas para uma boa aula de Escola Dominical da Lição 09 - O Ministério de Pastor. Neste 3º trimestre estudaremos: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos Homens com Poder Extraordinário. Comentário das lições será feito pelo Pastor: Elinaldo Renovato.
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