segunda-feira, 24 de maio de 2021

Lição 9– O Ministério de Pastor

 

TEXTO ÁUREO

 “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.

João 10:11


VERDADE PRÁTICA

Por meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus Cristo.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Reconhecer o papel fundamental de Jesus como o sumo pastor.

Classificar as características de um verdadeiro pastor.

Conscientizar-se da missão do ministério pastoral. 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 10.11,14; Tito 1.7-11; 1 Pedro 5.2-4.

João 10

11 – Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

14 – Eu sou o bom Pastor; e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.

Tito 1

7 – Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;

8 – mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,

9 – retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes.

10 – Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,

11 – aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância.

1 Pedro 5

2 – apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;

3 – nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.

4 – E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.

  Caro professor, para o terceiro tópico da lição, e após o subtópico que conceitua a missão do pastor, use o esquema abaixo. Fale a respeito do aspecto múltiplo da missão pastoral. Na igreja local, o pastor é um guia espiritual do povo de Deus. Dele se espera maturidade, idoneidade e amor no trato com as coisas de Deus e ao rebanho. Por isso, conclua a lição desta semana afirmando a complexidade da função pastoral e como Deus leva a sério o pastor que cumpre o seu ministério. Em seguida, reúna os seus alunos para orarem pelo pastor local e pelos pastores de todo o mundo.

INTRODUÇÃO

   Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas à administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus.

  O dia a dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse importante ministério.

 Lição 9– O Ministério de Pastor

Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 



     O Pastor

D

   “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).

e todos os dons ministeriais, certamente o dom de pastor é o mais difícil de ser exercitado. Ao mesmo tempo, é o mais de­sejado por aqueles que almejam exercer o ministério, na Igreja do Senhor Jesus. Em todos os tempos, a função pastoral foi complexa e alvo das forças contrárias ao rebanho espiritual, constituído dos salvos por Cristo. Sem dúvida alguma, nos dias presentes, em pleno século XXI, ser pastor não é missão fácil, não obstante os recursos existentes, em termos humanos, técnicos e financeiros.

  Os primeiros pastores, no Novo Testamento, em geral, pagaram com a vida pelo fato de representarem a Igreja de Jesus. As forças infernais, usando os sistemas religiosos, políticos, econômicos e sociais, investiram pesadamente contra os que foram levantados como líderes, nos primór­dios da Igreja. Tiago, “irmão de João”, foi morto por Herodes, para satisfazer a sede de sangue dos judeus fanáticos, que não entenderam a missão de Cristo e de seus seguidores.

  Pedro foi preso com o mesmo destino, para ser morto, num espetáculo macabro, que agradaria aos inimigos do evangelho de Cristo. Mas foi poderosamente liberto do cár­cere, por intervenção direta de Deus, que enviou seu anjo para salvá-lo da morte programada e continuar sua missão (At 12.11).

  Eles eram pastores, apóstolos, evangelistas e líderes da Igreja, em seus primeiros dias, após a Ascensão de Jesus.

 Pedro e João foram pre­sos por terem sido instrumentos de Deus para a cura de um coxo de nascença, posto à porta do templo. E foram libertos para proclamarem o evangelho de Jesus (At 3.1-6; 4.1-21). De modo geral, segundo a tradição e a história da Igreja, somente João Evangelista teve morte natural, alcançando extrema velhice, após passar por sofrimentos atro­zes. Os demais apóstolos de Jesus tiveram morte trágica, nas mãos dos sanguinários inimigos da fé. Nos primeiros séculos, a perseguição aos servos de Deus foi cruel.

  “As perseguições só cessaram, quando Constantino (272-337d.C.), im­perador de Roma, tornou-se cristão. Seguiu-se uma era de crescimento numérico do Cristianismo, embora, nem sempre, acompanhado de au­tenticidade e genuíno testemunho cristão. A mistura entre a Igreja e o Estado trouxe enormes prejuízos à ortodoxia neotestamentária” .

  Os regimes ditatoriais do nazismo, do fascismo e do comunismo, sempre procuraram destruir os pastores das igrejas cristãs. Cientes de que, mortos os líderes, os fiéis sempre se dispersariam e abandonariam sua fé. Mas cometeram grave engano. Quanto mais os cristãos foram mortos, mais seu sangue serviu para regar a sementeira do evangelho. Jesus disse que “as portas do inferno” não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18). Pastores foram presos, torturados e mortos. Mas a Igreja de Jesus segue sua marcha triunfal, em direção ao seu destino, que é chegar aos céus, na vinda de Jesus, e reinar com Ele sobre as tribos de Israel (Mt 19.28) e sobre as nações (Ap 20.6).

  Nos dias atuais, ser pastor não é absolutamente tarefa fácil, para quem deseja exercer o ministério com fidelidade e sacrifício. As oposições externas e internas, muitas vezes, perturbam as atividades do pas­tor. Dessa forma, o dom ministerial de pastor precisa muito da graça e da unção de Deus para que seus detentores não fracassem espiritual, emocional ou fisicamente. Necessitam muito das orações, da compre­ensão, do apoio e do amor dos crentes em Jesus. Vamos refletir sobre a função pastoral, com base no que a Palavra de Deus nos revela sobre essa importante missão.

                I - O Sumo pastor

1. JESUS É O PASTOR SUPREMO

  O Pastor dos pastores.

  O escritor aos Hebreus denomina Jesus Cristo de “o grande Pastor das ovelhas” (Hb 13.20). Só ele merece a qualifica­ção de “grande”. N o seu nascimento, marcado pela humildade e despojamento de sua glória, Jesus foi chamado de “grande”, na mensagem do anjo a Maria (Lc 1.32). Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve aceitar o título de “grande” , pois só Jesus o merece. Ele é grande em todos os aspectos que se possam considerar em relação à sua pessoa. Podemos refletir sobre o porquê Ele é chamado “grande”.

 Primeiramente, porque Ele é Deus! Todos os fundadores de religi­ões pereceram e seus restos mortais jazem sob a tumba fria. Em seus túmulos consta a inscrição “aqui jaz” fulano ou sicrano. No túmulo de Jesus, há uma inscrição diferente e gloriosa: “Ele não está aqui porque ressuscitou” (Mt 28.6; Mc 16.6). Se Jesus houvesse sido um homem comum, mortal, jazeria no túmulo como Buda, Maomé, Alan Kardec e outros fundadores de religiões ou de seitas. Mas Jesus é Deus. Como tal, venceu todos os poderes cósmicos, espirituais, humanos e físicos. E, por fim, vitorioso, venceu a morte!

  2. ELE É A PORTA DAS OVELHAS

  Em segundo lugar, Jesus é o grande pastor das ovelhas, porque ele é “a porta das ovelhas” (Jo 10.7). Em termos espirituais, as ovelhas ou os salvos em Cristo só podem chegar ao céu, na presença de Deus, através de Cristo, de seus ensinos, de seu exemplo marcante, que deixou para todos os pastores e crentes de todas as idades. Ele disse que era “o Bom Pastor”, que dá a vida por suas ovelhas e as conhece pelo nome (Jo 10.11, 14). Para entrar no seu redil, o pecador tem que arrepender-se, crer em sua Palavra, e segui-lo (Jo 10.9). Não pode entrar, saltando os muros.

  O Adversário é “ladrão e salteador”, porque não entra pela porta das ovelhas. Ele, e somente Ele, dá acesso ao homem à presença de Deus. Jesus é ao mesmo tempo, “a porta”, “o caminho e a verdade e a vida” .

  E declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).

  3. JESUS CONHECE SUAS OVELHAS

  Ele disse: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14). Jesus cuida de seus servos, como um bom pastor cuida de suas ovelhas. Ele não vê apenas o “rebanho”, ou a Igreja, que é predestinada, coletivamente, para a sal­vação (1 Jo 1.5,11). Ele vê cada um dos seus servos, sabe o nome de cada um, ainda que sejam milhões e milhões, em todo o mundo, ao longo da História. Ele sabe o que cada um pensa ou diz (SI 139.1-4).

  As ovelhas de Jesus o conhecem. No relacionamento espiritual en­tre os crentes e o Senhor Jesus, através da comunhão constante, o servo de Deus não se engana com a voz do seu Pastor.

  4. O PASTOR QUE DEU A VIDA PELAS OVELHAS

  Na vida pastoril, nos campos, os pastores cuidam das ovelhas para obterem delas o sustento para suas vidas. Eles não morrem pelas ove­lhas. Mas Jesus, o Sumo Pastor, deu a sua vida pelos que nEle creem (Jo 10.1, 15).

  Na sua morte, aparentemente, o seu rebanho estaria destinado a ficar sem pastor. Mas, contrariando a lógica humana, Ele ressuscitou ao terceiro dia, vitorioso sobre a morte, sobre o inferno, sobre o Diabo e sobre todos os poderes do universo. Ele proclamou aos discípulos a sua onipotência: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (M t 28.18).

  5. O PASTOR QUE CUIDA DAS OVELHAS

  O salmista Davi escreveu certamente o mais belo texto sobre a figura de Deus como nosso Pastor, o “Jeová Raá”, que, ao mesmo tempo, é o “Jeová-Jirê\ o Senhor que provê todas as coisas necessárias a seu povo. Ele se referia ao Deus Pai. E falava da ovelha que confia no seu Pastor. Porém todas as características do pastor do Salmo 23 aplicam-se a Jesus Cristo, “o bom Pastor” (Jo 10.11,14).
 1) Não nos deixa faltar nada.

  No seu cuidado, Jesus não nos deixa faltar nada que seja essencial ou indispensável à nossa vida. O crente fiel sabe contentar-se com o que Deus lhe concede por sua infinita bondade (Fp 4.11-13). O que lhe falta, o Senhor lhe dá graciosamente, por sua bondade e por seu amor.

  2 ) Os “verdes pastos” (SI 23. 2), São a figura do alimento espiri­tual que Jesus propicia à sua Igreja, através da ministração sadia da sua palavra.

  Os pastores verdadeiros alimentam a Igreja com a sã doutrina. As “águas tranquilas” falam da paz interior, que o Senhor concede aos que nele confiam. E a paz que Ele deixou para seus servos (Sl 23.2b; Jo 14.27); é a paz “que excede todo o entendimento” (l;p 4.7).

 3 )O refrigério da alma. Lembra o conforto que a presença de Deus nos concede, através do Espírito Santo, nosso “Consolador” (Sl 23.3; Jo 14.16, 17). Nas horas mais difíceis, quando não liá solução humana, o Bom Pastor nos conforta com sua graça e seu poder.

  4) As “veredas da justiça ”. São o caminhar reto e hei do crente salvo em Jesus (Sl 23.3b; Rm 5.19; 1 Pe 3.12), Quando o crente anda, seguindo o pastor Fiel, não comete injustiças.

 5 ) A segurança da ovelha. Mesmo passando pelo “vaie da sombra da morte” (Sl 23.4), a presença do pastor dá segurança: “porque tu estás comigo” (Sl 23.4b). Jesus assegurou que estaria com seus servos, ainda que sejam “dois ou três” (Mt 18.20).

 6) A mesa perante os inimigos. A mesa preparada para a ovelha, perante os inimigos e a unção com óleo (Sl 23.5), nos remetem à un­ção do Espírito Santo na vida do crente fiel (1 Jo 2.20, 27; Ef 5.18), concedendo-nos vitória sobre os inimigos que se levantam contra a nossa fé.

 7) Bondade e misericórdia todos os dias. O Pastor do Salmo 23 concede “bondade e misericórdia” para que o crente fiel habite na casa do Senhor “todos os dias” da sua vida (Sl 23.6). Cristo nos faz ser “templo do Espírito Santo” (1 Co 6.19,20). Por todos esses paralelos de Cristo em relação a nós e o descrito no Salmo 23, podemos concluir que Jesus é o nosso Pastor por excelência.

  II - As Características Pastor do Verdadeiro
  Neste tópico, enfatizamos as características do verdadeiro pastor, no sentido humano, daquele que tem o chamado de Deus para ser um guia de parte do rebanho do Sumo Pastor. E o que tem o dom ministerial de pastor. Não é qualquer pessoa que tem condições de receber esse dom, ainda que seja o mais procurado pelos aspirantes ao ministério eclesi­ástico. Paulo ensina que é Deus quem dá pastores às igrejas (E f 4.1):

  “Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; T t 1.5) e “bispos” ou supervisores (lTm 3.1; T t 1.7)” .

  O pastor de uma igreja deve espelhar-se nas características do “Sumo Pastor” (1 Pe 5.4). E deve possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão. O pastor verdadeiro é dado por Deus à igreja. Ele não dá a igreja ao pastor (E f 4.11); a igreja, mesmo no sentido local, não pertence ao pastor. O pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou proprietário. A seguir, algumas dessas qualifi­cações, conforme 1 Timóteo 3.1-7 eT ito 1.7, relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor:
1) Irrepreensibilidade moral. Refere-se a uma vida de integridade, de que não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo.

 2 ) Vida conjugal ajustada (“marido de um a mulher” ). Note-se que é prioridade o cuidado com a vida conjugal; no Novo Testamento, não é prevista a tolerância com a bigamia ou a poligamia; a regra é a monogamia, como plano original de Deus para o matrimônio; e o pastor como esposo deve ser exemplo para os demais esposos, na igreja, amando sua esposa e cuidando dela (E f 5.25).

  3 ) Vigilante. O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se passa ao seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e mi­nisterial (1 Tm 4.16). Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos devoradores”; Ser vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso, precavido” quanto aos perigos que o rodeiam. Para assumir a função de liderança, na igreja local, o obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua vida espiritual, moral, social, familiar e em todos os aspec­ tos. Isso porque o Diabo “anda rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7). O presbítero, bispo ou pastor deve obedecer o que Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Ele precisa ser “exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12; 1 Pe 5.3).

4) Sóbrio (simples, moderado). O pastor ou bispo deve zelar pela simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a exibição de riqueza não convém a um homem de Deus; Jesus disse: “sede símplices como as pombas” (Mt 10.16).

  5 ) Honesto. Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro; decoroso, decente, puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se numa expressão: ser “santo em toda a maneira de ver” (1 Pe 1.15).

  O homem de Deus não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo. Mas, cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito bem visto pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim, sim; não, não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou bispo deve ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que vive o que prega ou ensina (Tg 2.12).

  6) Hospitaleiro. Esta palavra vem de hospital, na sua origem. Não havia casas de saúde como hoje. Uma hospedaria era um hospital, um lugar onde os viandantes podiam pousar, e também os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc 10. 34,45). Mas o pastor não tem obrigação de transformar sua casa em hospedaria. No sentido do texto, hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas, sem fazer acep­ção de ninguém; é pecado (Dt 16.19; Ml 2.9; 1 Tm 2 .1 1 ;T g 2 .9 ).

  7) Apto a ensinar. Como o pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o pastor deve saber fazer uso da Palavra de Deus, ministrando mensagens, estudos e reflexões que edifiquem o rebanho sob seus cui­ dados. Se não tiver essa aptidão, deve estar no lugar errado (2 Tm 2.15).
8) Não dado ao vinho”. Nos tempos de Paulo, o vinho era já um a bebida alcoólica que podia causar dependência química ou psicológica. Seria uma tristeza um pastor ficar embriagado pelo uso constante do vinho. Se tosse escrito hoje, o texto talvez dissesse: “não dado à cerveja, à champanhe, ao licor ou a outra bebida alcoólica”. O pastor ou bispo deve dar exemplo de abstinência desse tipo de bebida para o seu bem, de sua família e do rebanho sob seus cuidados.

  9 ) Ordeiro (“não espancador” ) . Por que Paulo fez referência a esse tipo de comportamento? Sem dúvida, porque observou que algum obreiro tinha o costume de “espancar” as pessoas a seu redor. Sempre houve pastores grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio m oral” contra pessoas a seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspec­ tos. O pastor deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com todos, não cobiçoso nem ganancioso. Ordeiro quer dizer que mantém a or­dem, na casa de Deus.

 10) Moderado, É sinônimo de suave, brando, comedido, prudente, contido. É qualidade sem a qual o pastor pode sofrer sérios revezes em sua vida, no relacionamento com outras pessoas, em seus hábitos, cos­tumes, etc. Ele não pode ser um desequilibrado mental, sem controle de suas emoções. Para ser moderado, precisa ter o fruto da temperança e da longanimidade (cf. G1 5.22).

 11) Não contencioso. O pastor ou bispo não deve viver em conten­ da, nem com a família, nem com os crentes, nem. com os de fora. Contenda é o mesmo que porfia, dissensão, peleja, que são “obras da carne” (G1 5.2,1). Diz um ditado: a melhor maneira de ganhar um a contenda é evitá-la. C ora oração e vigilância é possível viver em paz. 12) Não avarento. Quer dizer que o pastor ou bispo não deve ser sovino, mesquinho, e não deve ter amor ao dinheiro (avareza), que é “a raiz de toda espécie de males” (1 Tm 6,10). O pastor não deve viver em função de dinheiro ou de bens materiais. Sua missão é elevadíssima, e deve focar-se no amor às almas ganhas para Cristo, que ficarão aos seus cuidados ministeriais.
   13) Que governe bem a sua casa. Esta é um a qualificação de gran­de importância, pois a.s pessoas ouvem as mensagens dos pastores, mas olham para ele e como se relaciona com a família, notadamente com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da esposa e do lar (Ef 5.22). Ao lado da esposa, que também governa a casa (1 Tm 5.14), deve criar seus filhos “com sujeição” (1 Tm 3.4). Porque, diz Paulo: “se alguém não sabe go­vernar a sua. própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? (1 Tm 3.5). 14) Experiente ( “não neófito”).

  Nem todo presbítero {ancião) é pastor. Mas todo pastor deve ser presbítero. Pedro, um dos pastores lí­ deres da Igreja Primitiva, exortou aos colegas de ministério, sobre como liderar a igreja local, dizendo: “Aos presbíteros que estão entre vós, ad­moesto eu, que sou também presbítero com e/es, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar...” (1 Pe 5.1). Aqui, temos base para dizer que presbítero é termo equivalente a pastor ou bispo.

  Assim, o pastor não deve ser um obreiro muito novo (neófito), pois, a missão de pastor exige capacidade para aconselhar em situações que só a experiência m ostra as lições a serem indicadas.

  15) De bom testemunho perante os descrentes (“ bom testemunho dos que estão de fora” ). O pastor deve ser um proclamador do evange­lho transformador de Cristo. Seu testemunho deve ser um a pregação viva de que Jesus converte e transforma o pecador. Esse testemunho deve ser demonstrado, primeiramente, em sua vida pessoal; depois, em sua casa, na igreja e, por fim, perante todas as pessoas que o conhecerem.

   1. O SIGNIFICADO DE PASTOR

  A palavra pastor vem do latim, pastor, com o significado de “aquele que guarda as ovelhas” , “o que cuida das ovelhas” .

  Na língua original do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é “ ... aquele que cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é usado metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (E f 4 .1 1)”.3

  Em termos ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é encarregado de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a Cristo e ficam sob seus cuidados, numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado, de zelo, de ternura, para com as ovelhas de Jesus.

  2. A MISSÁO DO PASTOR

  A principal missão do pastor é cuidar das ovelhas de Cristo, que lhe são confiadas. A ele cabe apascentar (gr. poimanô) as ovelhas, dando-lhes o ali­ mento espiritual, através do ensino fundamentado (doutrina) da Palavra de Deus.

  No Salmo 23, Davi mostra o cuidado do pastor. Ele leva as ovelhas a deitar-se “em verdes pastos”. O pastor fiel leva as ovelhas de Jesus a alimen­tar-se do “pasto verde”, que nutre a alma e o espírito, fortalecendo-as, para que cresçam na graça e conhecimento do Senhor Jesus Cristo (2 Pe 3.18). Sua missão é múltipla ou polivalente. Um pastor de verdade tem que agir como ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador, missionário, profeta, juiz de causas complexas, fazer as vezes de psicólogo, conciliador, administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na igreja local; é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local, além de outras tarefas como pai, esposo, e dono de casa, como pastor de sua família.

   A atividade pastoral genuína é tão importante, que o profeta Isaías, falando ao povo de Israel, acerca do livramento que lhe seria dado, usa a figura do pastor, aplicando-a ao próprio Deus (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida bem das ovelhas: recolhe os cordeirinhos (os mais fracos, mais novos) entre os braços; leva-os no regaço; aos novos convertidos, os “amamenta”, como a “bebês espirituais” e os guia mansamente.

  3. O PASTOR — UM CONTRADITADO

  Muitos obreiros, principalmente os mais jovens, aspiram ao pastorado. Não é errado ter essa aspiração. Paulo escreveu ao jovem obreiro Timóteo: “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1 Tm 3.1). Mas os candidatos ao episcopado (pastorado) devem ter consciência de que um pastor é alvo de grandes contradições e oposições, a despeito de sua honrosa missão. A lista de contradições sobre o que as pessoas pensam do pastor, é ampla e variada. Alguém já escreveu diversas listas sobre isso. A seguir, resumimos uma delas:

  Se o pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pas­tor é exigente, é intolerante; se não exige, é displicente; se fica com os jovens, é imaturo; se fica com os adultos, é antiquado; se procura atua­lizar-se, é mundano; se não se atualiza, é de mente fechada, retrógrado, ultrapassado; se prega muito, é prolixo, cansativo; se prega pouco, é que não tem mensagem; se veste-se bem, é vaidoso; se veste-se mal, é relaxado; se o pastor sorri, é irreverente; se não sorri, é cara dura. O que o pastor fizer, alguém pensa que faria melhor. Pode parecer algo hilário ou grotesco, mas reflete um pouco a visão que muitas pessoas têm do pastor de uma igreja local .

  Aliás, alguém já escreveu, dizendo que “pastor é uma espécie em extinção”. Mas tais contradições não devem ser motivo para desânimo ou de­sinteresse pelo ministério pastoral.

  O Sumo Pastor, Jesus Cristo, foi alvo de piores referências a seu respeito, mesmo demonstrando que era um ser especial, humano e divino, que só fazia o bem. Seus opositores o acusaram de ser “comilão e bebedor” (Mt 11.19); de ter demônio (Jo 8. 52); de ser endemoninhado e expulsar demônio pelo príncipe dos demônios (Mc 3-22); e de tramar contra o governo da época, justifi­cando sua condenação (Lc 23.2; Jo 19.12). Mas Jesus não desistiu. Foi até ao fim, entregando sua vida em lugar dos pecadores. E cumpriu a sua missão (Jo 19.30).

  4. CUIDADOS COM OS FALSOS PASTORES Lamentavelmente, existem falsos pastores. Deus mandou o profeta Ezequiel repreender os pastores infiéis de Israel. Em suas qualificações negativas, podemos entender o que faz um falso pastor, nos dias atuais.
  1) Eles não cuidam do rebanho. Mas aproveitam-se do pastorado para “apascentarem a si mesmos” (Ez 34.2 c). São oportunistas. Apro­veitam-se das ovelhas para angariarem glórias para si.

  2 ) Eles enriquecem às custas das ovelhas. Diz o texto: “ Com eis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” (Êx 34.3). Há casos de pastores que se tornam milionários, com fazendas, aviões, e muito dinheiro, aproveitando-se das necessida­des e carências dos crentes.
 3 ) Eles não têm amor às ovelhas. Pouco lhes importa a situação espiritual dos crentes. Só pensam em se aproveitar do pastorado (Ex 34.4). N as igrejas dos falsos pastores, não há ensino, doutrina e cuidado com os novos convertidos; nem com os desviados e os crentes fracos.
 4) Eles dispersam as ovelhas. Por não terem cuidado das fracas, das doentes, das quebradas e das desgarradas, elas se dispersam e são vítimas das “feras do campo” , que são inimigos do rebanho.

 “Assim , se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. As minhas ovelhas andam des­garradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque” (Ez 34.5,6).
 5 ) Deus é contra tais pastores. Em Ezequiel 34.8-10, diante de tão grande calam idade espiritual, perpetrada por falsos pastores, O Senhor m andou dizer pelo profeta que Ele próprio cuidaria de suas ovelhas (Ez 43.11, 12). Que Deus nos guarde desses pastores, reprovados pelo Sumo Pastor.

  5. O GALARDÃO DO PASTOR

  Jesus ensinou que quem dá ao menos “um copo de água fria” a um dos seus discípulos não ficará sem seu galardão (Mt 10.42). O pastor de um a igreja local cuida dos discípulos de Jesus, dando-lhe não só um copo de água fria, mas, muito mais, alimentando-os com a Palavra de Deus (H b 13.13); guiando-os pelo caminho da justiça; velando por suas almas (H b 13.17).

  O apóstolo Pedro, ensinando aos presbíteros, como pastor (e presbítero), lhes assegurou que teriam o seu galardão, quando Jesus voltar para buscar a sua Igreja: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de g ló ria " (1 Pe 5 .4 ) . É certamente um galardão diferenciado do que os crentes em geral irão receber. A “coroa da vida” será dada a todos os que forem fiéis (Ap 2 .10); mas a “incorruptível coroa de glória” está reservada aos pastores que cuidam das ovelhas de Jesus.

   Conclusão

   O dom ministerial de pastor só c concedido àqueles a quem Deus escolhe para liderarem parte do seu grande rebanho, que é a Igreja de Jesus. Em todos os lugares, estão espalhadas igrejas locais e congrega­ções, que reúnem os crentes, que aceitam a Cristo. Ali, estão sob os cui­dados de pastores ou líderes, que lhes alimentam espiritualmente com a Palavra de Deus, ensinando-lhes a servir a Deus, crescendo na graça e no conhecimento do Senhor Jesus (2 Pe 3.18).

  É gloriosa a missão do pastor, e muito espinhosa. Na igreja, ele é o mais visado pelos adversá­rios. M as, com a graça de Deus e o apoio dos crentes, pode cumprir sua missão, da qual um dia prestará contas ao Suprem o Pastor.

     Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Elinaldo Renovato de Lima

 


9 lições

 para pastores ao enfrentarem conflitos de liderança

  No segundo ano de nossa plantação de igreja, enfrentamos nossa primeira grande crise. Dois presbíteros deixaram a igreja, mas não antes de levantarem algumas acusações sérias contra mim como pastor. De repente, nossa jovem igreja tinha entrado em águas sombrias, escuras e cheias de conflito de liderança. Como era de se esperar, a renúncia desses dois presbíteros causou uma série de reuniões de membros muito difíceis.

Mas Deus estava conosco. Houve muitos exemplos de sua bondade, mas uma em particular se destaca. Na manhã de domingo do que seria a reunião dos membros mais difícil para mim, Deus enviou Rod e sua esposa Joy, que estavam de férias na região, para visitarem a nossa igreja.

  Rod era um pastor e, exatamente no ano anterior, havia percorrido um período de conflito espantosamente semelhante em sua igreja. Dois presbíteros saindo. Acusações. Conflito. Os incentivos e a sabedoria de Rod durante a semana seguinte foram graça para mim, um jovem pastor apenas lutando para manter a sua cabeça acima das águas de um mar turbulento. Joy serviu à minha esposa ferida.

Recentemente, tive a oportunidade de aconselhar um pastor enfrentando um conflito de liderança em sua igreja, e lembrei-me de quão frequentemente as igrejas são afligidas.

  O conflito de liderança na igreja é difícil. É assustador, desorientador, confuso e prejudicial. E toda igreja experimenta tal conflito. Jesus falou sobre falsos profetas que estariam entre os discípulos (Mateus 7.15-20). Da mesma forma, Paulo advertiu aos presbíteros de Éfeso que os lobos se levantariam dentre eles e não poupariam o rebanho (Atos 20.29-30). Enfrentar tais ameaças necessariamente envolve conflitos.

  Depois, há os desentendimentos menos terríveis, mas ainda frequentemente destrutivos, de Paulo e Barnabé. Satanás os usa para prejudicar as igrejas. Os pastores precisam estar vigilantes para fazer tudo o que puderem para evitar o conflito de liderança, mas também precisam responder sabiamente ao conflito de liderança quando surgir.

Olhando para trás, aqui estão nove lições que extraí da experiência de conflito em nossa igreja.

1. Pregue a Palavra de Deus fielmente.

   Como pastores, nossa responsabilidade mais básica é pregar a Palavra (2 Timóteo 4.2). Mas em meio à controvérsia podemos facilmente nos desviar e colocar a preparação do sermão em segundo plano. Uma das primeiras perguntas que um pastor mais velho me perguntou quando soube que eu estava enfrentando conflitos na igreja foi: “Como estão os seus sermões?” Ele queria que eu evitasse a armadilha, na qual muitos pastores caíram, de pensar que tinham uma desculpa para não se prepararem.

Irmãos, a batalha afetará as nossas emoções e isso, às vezes, tornará a preparação do sermão difícil. Mas nosso povo ainda precisa ouvir a Palavra de Deus. Nosso povo também precisa ouvir a voz de um fiel sub-pastor, especialmente se outras vozes estão chamando a atenção deles.

   Finalmente, os próprios pastores precisam passar tempo com Deus por meio de sua Palavra. Davi se fortaleceu no Senhor quando os seus próprios homens falaram sobre apedrejá-lo depois que as suas esposas e filhos haviam sido levados cativos pelos amalequitas (1 Samuel 30.6). A cada semana, nossa preparação para o sermão nos dá a oportunidade de fazer o mesmo.

2. Ore fervorosamente.

  No conflito de liderança, a luta é quase sempre pessoal. Os pastores são forçados a enfrentar oponentes humanos quando a saúde da igreja está em jogo.

Mas, em última análise, precisamos lembrar que Satanás está trabalhando em todos os casos de conflito na igreja. Ele pretende que o conflito cause divisão na igreja. Ele pretende que os membros da igreja sejam feridos e enganados. Se possível, ele pretende desonrar o nome de Cristo na comunidade.

   E aqui está o ponto principal. Satanás é muito mais esperto e mais forte do que nós. Quando ele pediu ao Senhor que peneirasse Pedro (Lucas 22.31), Satanás não tinha dúvidas se ele seria bem-sucedido ou não. Só precisava de permissão. Diante de tal inimigo, nossa responsabilidade como pastores é nos humilhar em oração e pedir a Jesus, o grande Pastor das ovelhas (Hebreus 13.20), que lute pelo seu povo.

3. Ame o seu povo.

   No conflito, insinuações sutis, acusações vagas e até mentiras flagrantes se combinam para apresentar aos membros da igreja uma imagem distorcida de seu pastor.

Como eles podem separar o verdadeiro do falso? Pastores, é nossa responsabilidade amarmos nosso povo tão bem que eles realmente nos conheçam. Se, como um padrão de ministério, nos escondermos em nossos estudos e nos recusarmos a interagir com outros membros da igreja, eles não nos conhecerão e, portanto, não estarão preparados para reconhecer a calúnia quando o conflito acontecer.

  Como devemos amar o nosso povo? De cem modos. Mas um modo de amar é essencial: hospitalidade. Os presbíteros devem ser hospitaleiros (1 Timóteo 3.2). A hospitalidade é um meio maravilhoso de discipulado, mas também prepara o nosso povo para o conflito. Ao amarmos o nosso povo e convidá-lo para as nossas casas para que possa realmente nos conhecer, nós o capacitamos para que reconheça as imagens distorcidas pelo que elas são.

4. Medite sobre Mateus 5 e Romanos 12.

  Durante o conflito em nossa igreja, fui ajudado imensamente ao meditar em Mateus 5 e Romanos 12. Esses dois capítulos contêm ordens “absurdas” como “amem os seus inimigos” e “nunca se vingem”. Em resumo, eles contêm a sabedoria de Deus sobre como devemos nos relacionar com os outros, mesmo com aqueles que se opõem a nós.

  Satanás usa o conflito de liderança para provocar divisões na igreja. Pastores muitas vezes caem na armadilha de se defenderem verbalmente e até mesmo lançarem contra-ataques contra a oposição. Eles reúnem as pessoas em favor de sua causa e exigem os seus direitos. Embora isso pareça justificável, o resultado final é quase sempre mais conflito e mais confusão.

    As pessoas são forçadas a escolher entre o pastor e a oposição — uma escolha difícil quando ambos os lados estão ativamente pecando.

Mas se abraçarmos a sabedoria de Deus, amando os nossos inimigos, suportando o sofrimento com paciência e nunca nos vingando, nosso povo terá uma escolha clara entre aqueles que estão seguindo a Palavra de Deus, mesmo quando ela é pessoalmente custosa, e aqueles que não estão.

5. Lembre-se: você é uma pessoa má.

  Muitas vezes no conflito de liderança, a oposição faz acusações vagas contra um pastor. Faltando uma arma fatal como adultério ou corrupção, focalizam em questões como orgulho, impaciência, ou ira, alegando que o pastor é inadequado para o ministério.

  Enquanto isso, a mensagem fundamental que os pastores ouvem é: “Você é uma pessoa muito má”. Essas acusações públicas ferem profundamente; elas ferem nossas esposas e famílias também.

  Embora devamos reconhecer que lutamos contra o orgulho, a ira e a impaciência — algum pastor não luta contra tais pecados? — ainda nos sentimos julgados injustamente. Na carne, nossa tentação é responder de modo semelhante.   Queremos nos vingar e fazer as nossas próprias críticas. Mas o evangelho nos liberta para virar a outra face (Mateus 5.39).

Irmãos pastores, nossa mensagem fundamental é que somos tão maus que o Filho de Deus teve que vir à terra e morrer em uma cruz por causa do nosso pecado. Em nós mesmos, somos pessoas más que precisam desesperadamente da graça de Deus.

   O conflito de liderança e as acusações que muitas vezes o acompanham nos dão a oportunidade de reconhecer humildemente nossas falhas e pedir as orações do nosso povo.

Isso não quer dizer que nunca precisaremos nos defender contra mentiras e acusações escandalosas; afinal, Satanás é o acusador dos irmãos (Apocalipse 12.10). Eu também não acho que somos sábios se confessarmos pecados que realmente não cometemos. Simplesmente quero destacar o quão difícil é convencer uma congregação de que o pastor está inchado de orgulho quando ele humildemente reconhece as suas falhas e deficiências. A humildade honesta desarma muitos ataques pessoais enquanto também dá ao nosso povo um exemplo digno de ser seguido.

6. Abrace o sofrimento.

  Paulo encorajou Timóteo: “Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus” (2 Timóteo 2.3). Esse é um bom conselho, porque há muito sofrimento no ministério pastoral. O conflito de liderança, em particular, é doloroso. É difícil participar da reunião dos membros e ouvir relatos distorcidos ou desonestos do seu caráter.

  Nesses momentos, pode ser tentador lamentar-se e queixar-se. Mas precisamos lembrar que esse é o nosso trabalho. Ao nos chamar para sermos seus sub-pastores, Deus nos chamou para o sofrimento. Parte do nosso trabalho como sub-pastores é sermos mordidos por lobos para que as ovelhas não o sejam. Pela graça de Deus, nossa disposição para sermos “mordidos” pela oposição incessante sem responder pecaminosamente pode ser o meio que Deus use para preservar a igreja da divisão e talvez até mesmo da destruição.

7. Não jogue fora o manual de instruções.

  Em seu livro Redeeming Church Conflicts [Redimindo Conflitos na Igreja], Kara Barthel e David Edling advertem: “Um dos maiores erros que as pessoas cometem em meio ao conflito na igreja é não confiar nas Escrituras”.

  O conflito muitas vezes causa uma agitação na igreja. À medida que certos membros se apavoram, outros líderes fortes na congregação se levantam e buscam assumir o controle. Eles fazem reuniões com ambas as partes e determinam por si mesmos quem é o culpado. O resultado é mais desordem e divisão.

   O que aconteceu? Eles esqueceram o “manual”. Eles esqueceram as instruções de Deus para lidar com o conflito na igreja. Deus nos deu a disciplina eclesiástica para nos guiar através das águas sombrias do conflito na igreja. É especialmente importante para a igreja seguir a disciplina eclesiástica quando o conflito envolve um presbítero.

  Não há espaço nesse artigo para entrar no ensino da Bíblia sobre a disciplina eclesiástica. Mas é vital que tanto nós como nossas igrejas estejamos comprometidos com a prática da disciplina bíblica. Novamente, o diabo é mais esperto do que nós. Se abandonarmos a orientação de Deus para a resolução de conflitos na igreja, nos encontraremos inconscientemente seguindo a Satanás.

8. Seja rápido em conceder perdão.

  É verdade que Satanás está buscando prejudicar toda a igreja. Mas pastor, Satanás está especialmente armado em sua direção. Ele sabe que você está sofrendo e ele sabe a facilidade com que a amargura enraíza no coração humano. Pode ser muito tentador reviver as conversas dolorosas com os adversários e mentalmente menosprezá-los, dizendo coisas que você gostaria de ter dito. Satanás fica satisfeito em nos sobrecarregar com tais imaginações.

  Mas enquanto os pensamentos vingativos têm um gosto doce em nossas bocas, eles rapidamente se tornam amargos em nossos estômagos. Se ficamos amargurados, pecamos e tentamos a Deus para remover a sua mão de bênção de nosso ministério. O que devemos fazer? Devemos perdoar — livre e plenamente — assim como Deus nos perdoou (Efésios 4.32).

  Mesmo que nossos oponentes nunca reconheçam os seus erros e mesmo que eles se recusem a se arrepender ou se reconciliar, ainda podemos perdoar. Deus nos perdoou por muito mais do que jamais precisaremos perdoar alguém. Podemos confiar os nossos inimigos a Deus, corrigi-los com bondade e orar pelo seu arrependimento (2 Timóteo 2.25).

  Mesmo se nós finalmente tivermos que conduzir a congregação a usar a sua autoridade para remover oponentes não arrependidos da membresia da igreja, podemos fazê-lo sem animosidade. A disciplina eclesiástica deve sempre ser feita com amor e com lágrimas. Em suma, a amargura escraviza, mas o perdão do evangelho liberta. E quando perdoamos, descobrimos como Corrie Ten Boom, que perdoar é libertar um prisioneiro e descobrir que o prisioneiro era você.

9. Seja agradecido.

Não é natural nos sentirmos agradecidos enquanto enfrentamos o conflito. Mas isso é assim porque tendemos a nos concentrar no sofrimento momentâneo, em vez de no privilégio de servir como sub-pastores do Rei Jesus.

  Irmãos, não merecemos ministérios fáceis. Nós merecemos o inferno.

Mas em amor maravilhoso, Deus nos alcançou com graça por meio do evangelho. Fomos redimidos — e, além disso, recebemos o privilégio de servir ao Senhor como pastores.

Em 2 Coríntios, Paulo repetidamente narra o sofrimento que sofreu ao servir como ministro do evangelho. Dedique algum tempo para ler 2 Coríntios 4.7-12; 6.1-10 e 11.16-33. Sofrimentos incríveis.

   E, no entanto, ouça a perspectiva do apóstolo em 2 Coríntios 4.1: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”.

Irmãos, não somos pastores porque somos dignos. Somos pastores porque Deus é misericordioso. Em Cristo, tudo que recebemos de Deus é misericórdia. Mesmo as temporadas desorientadoras, deprimentes e sombrias do ministério são misericórdia. As leves e momentâneas tribulações estão produzindo em nós “eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4.17), e temos todos os motivos para sermos gratos.

Conclusão

Não há dúvida de que o conflito de liderança na igreja é difícil. Mas como pastores, podemos nos alegrar com a realidade de que a graça e a sabedoria de Deus são suficientes para nos sustentar. Podemos suportar porque sabemos que no devido tempo nós ceifaremos, se não desfalecermos (Gálatas 6.9).

Minha própria igreja experimentou a graça de Deus ao longo do último ano e meio. Eu não posso dizer que estamos completamente recuperados, mas posso dizer que Deus tem sido bondoso conosco. Ele nos guiou até o fim. Ele deu à nossa igreja novos presbíteros que estão pastoreando fielmente o rebanho. Ele continua a sustentar e prover a nossa jovem igreja e continua a nos ensinar que, em todos os momentos, ele é suficiente.

Por: Peter Hess .

 

                               LIÇÃO IX

                               O PASTOR

 EFÉSIOS 4.11

 11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para PASTORES...

 A. A palavra "pastor" é usada somente uma vez na tradução King James do Novo

Testamento. E ela está aqui em Efésios 4.11.

 Isto parece estranho quando entendemos que o ofício de pastor é provavelmente o ofício de mais amplo reconhecimento no ministério cristão hoje.

 Contudo, tenho certeza de que há muitas referências a este ofício "pastoral".

 B. A palavra grega traduzida como "pastor" significa literalmente "pastor de ovelhas".

C. O ofício é aplicado ao Senhor Jesus Cristo, nosso grande exemplo de um verdadeiro pastor.

JOÃO 10.11

 11 Eu sou o BOM PASTOR. O BOM PASTOR dá a vida pelas ovelhas.

HEBREUS 13.20

 20 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, O GRANDE PASTOR das ovelhas...

1 PEDRO 2.25

 25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao

PASTOR E BISPO das vossas almas.

1 PEDRO 5.4

 4 Ora, logo que o SUPREMO PASTOR se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.

 D. Jesus é o Grande Pastor, o Pastor Supremo, de todas as ovelhas de Deus.

 E. Jesus tem pastores auxiliares. Um pastor é um pastor auxiliar. Jesus é o Pastor

Supremo.

 F. Jesus chama e equipa homens para pastorearem um rebanho.

 G. Os pastores são necessários para o amadurecimento e preparação dos santos.

 1. Nos dias do Novo Testamento, quando os crentes começaram a se reunir numa igreja local, ou grupo, ou assembléia, nos dias da igreja primitiva, eles precisavam de pessoas para exercer a função de supervisão e cuidado do rebanho. Esta é a posição de  pastor.

 2. Jesus teve compaixão das pessoas "porque estavam dispersas como ovelhas sem pastor".

 a. Ovelhas sem pastor ficam dispersas e desviam-se.

 b. Vemos isso em grupos onde não há pastores.

 H. Este é o ofício que mais se identifica com a localidade.

 1. Uma pessoa chamada para ser um pastor estaria mais ou menos estabelecida na localidade do rebanho.

 I. O pastor tem a supervisão do rebanho.

 1. Jesus é o Grande Pastor. Ele é o Cabeça, o Supervisor de toda a igreja - o Corpo de Cristo. O pastor é um pastor auxiliar. Ele é o cabeça, o supervisor de um rebanho local.

 O corpo local é encabeçado pelo pastor. O cabeça governa. A habilidade de governo da igreja é encabeçada pelo ofício pastoral.

 2. O ofício de pastor não é mencionado em 1 Co 12.28. Mas "governos" é listado. Eu creio que trata-se do ofício de pastor nesta lista de dons do ministério que Deus estabeleceu na igreja.

 3. É bíblico o corpo de anciãos governar a igreja?

 a. Nos dias da igreja primitiva — quando a igreja estava no estágio de primeira infância — as congregações foram colocadas sob um corpo de anciãos até que os dons do ministério fossem formados (pudessem se desenvolver).

  A palavra grega traduzida por "ancião" significa simplesmente uma pessoa mais velha. Estes anciãos eram pessoas mais velhas, colocadas num lugar de posição e responsabilidade.

  Os únicos ministros que a igreja tinha inicialmente eram os doze apóstolos. Um neófito não podia ser estabelecido como pastor de um rebanho. Então, até que alguns daqueles neófitos fossem chamados e aperfeiçoados para o ministério de pastor — isso leva tempo — eles tiveram que tomar algumas pessoas mais velhas, porque em geral pessoas mais velhas são mais maduras mentalmente, e colocá-las como encarregadas do rebanho.

  Não temos essa situação hoje em dia. A Igreja não está mais em um estágio infantil de desenvolvimento. Os dons ministeriais já têm sido desenvolvidos na Igreja.

  E isto tem criado problemas quando pessoas têm dito: "Queremos uma igreja como a primitiva. Voltemos a Atos dos Apóstolos." E então apontam anciãos para governar a igreja.

  (Sim, voltemos a Atos dos Apóstolos na doutrina e na demonstração do Espírito Santo.

  Em outras palavras, as mesmas experiências do Espírito Santo que estavam disponíveis a eles, também estão disponíveis a nós. Mas se fizermos como a igreja primitiva fez no seu governo, estaremos na primeira infância do cristianismo.

  O Novo Testamento revela claramente o plano de Deus para a igreja: que ela cresça!)

  Alguns anciãos apontados por homens hoje não têm o chamado de Deus. Eles não sabem nada a respeito do ofício pastoral, porque não são chamados por Deus; não têm a unção para pastorear. Não é bíblico apontar anciãos para supervisionar um rebanho e governar uma igreja quando há um pastor para supervisioná-la.

  Isto é regredir para o estágio infantil de desenvolvimento com a Igreja Primitiva e reconhecer: "Nós nunca crescemos além disso. Somos todos bebês espirituais."

  Comentários pessoais:

  Tenho estado no ministério por mais de meio século e tenho observado isso. Nunca vi uma igreja que tivesse o poder de Deus em operação e fizesse o que Deus a chamou para fazer a menos que os pastores realmente tivessem a supervisão do rebanho. Quando um conselho de diáconos, ou conselho de anciãos, tinha a supervisão e governo do rebanho, as coisas nunca funcionavam corretamente e o poder de Deus era dissipado. Você pode ir lá e tentar pregar, mas algo está errado. É como se você tentasse lavar seu pés com as meias dentro. Deus as abençoa o tanto quanto pode, porque Ele as ama.

  Mas Ele não pode derramar a plenitude de suas bênçãos, porque não pode colocar sua aprovação em idéias de homens.

 Supervisores. Originalmente na igreja primitiva, o termo "ancião" referia-se à idade, à pessoa e à posição.

  Então conforme os dons ministeriais se desenvolveram na Igreja Primitiva mais se usavam títulos oficiais de "supervisor ou bispo", que se referiam àqueles que eram chamados e ungidos por Deus para permanecer no ofício pastoral. A palavra bispo e a palavra supervisor são as traduções da palavra grega "episkopos". Ela comunica um significado de liderança definida e posição oficial.

a.   A palavra grega episkopos é traduzida como "supervisor" na admoestação de Paulo aos anciãos da Igreja em Efeso:

 ATOS 20.28 28 Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Para alimentar a Igreja de Deus com a Palavra, estas pessoas deviam ter sido mestres, que eram espiritualmente equipadas para alimentar o rebanho. Elas não podiam ter sido só pessoas mais velhas que vistoriavam o que acontecia e que não tinham nenhum ministério. Alguns dos anciãos colocados no rebanho cresceram e mais tarde Deus os chamou para serem ministros.

  b. A palavra episkopos é traduzida por bispo aqui:

 1 TIMÓTEO 3.1 1 Fiel é a palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. Lembre-se, episkopos é traduzido por "supervisor" em outros lugares. Isto fala do dom pastoral. O pastor naturalmente teria a supervisão do rebanho.

  1) A figura da Palavra refere-se a um pastor e a um rebanho. O pastor é o líder do rebanho. O pastor não levanta de manhã e diz: "Seria melhor que reuníssemos algumas das ovelhas hoje e ouvíssemos a opinião delas a respeito de onde devemos pastar hoje." Não, pois o pastor tem a supervisão. Ele é o supervisor do rebanho. Ele vai à frente, e o rebanho o acompanha.

  2) Observe que 1 Timóteo 3.1 chama de "ofício de um bispo" (ou supervisor), que está se referindo ao ofício pastoral. Se este ofício não é o ofício pastoral, então não é um ofício que Jesus estabeleceu na Igreja porque todos os dons de ministério estão relacionados em Efésios 4.11.

  Não existem outros. Este ofício de bispo deve necessariamente ser o ofício pastoral porque é o dom ministerial que tem a supervisão do rebanho.

  1 TIMÓTEO 3.2,3

  2 É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;

  3 Não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento.

 3) É o dever do rebanho sustentar financeiramente o pastor. Mas o pastor não deve servir com motivação de lucro. Sua motivação deve ser servir a Deus e ao povo.

  1 TIMÓTEO 33-5 3 É necessário que o bispo seja... não avarento. 4 E que governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito 5 (pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?). 4) Este é sem dúvida o ofício de pastor

  1 TIMÓTEO 3.6

  6 Não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo.

  5) Não neófito. Você pode ver que eles não poderiam ter tido o ofício pastoral para começar porque inicialmente a Igreja Primitiva estava em sua infância e os crentes eram neófitos, exceto pelos apóstolos do Cordeiro. Eles não começaram neste ofício. Leva tempo para Deus desenvolver esses ministérios, incluindo o ministério pastoral. Vemos o ofício de supervisor aqui novamente, que encabeça o ofício de pastor.

  1 TIMÓTEO 5.17 17

  Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.

  1) A igreja agora está saindo da primeira infância. Alguns anciãos que foram apontados para supervisionar o rebanho cresceram espiritualmente e foram chamados por Deus para serem ministros.

  2) Aqueles que "se afadigam na Palavra e no ensino" são pregadores e mestres. Alguns anciãos e outros cresceram e passaram a ocupar o ofício pastoral e a lidar com a Palavra e o ensino,

  3) Eles foram levados a um lugar em Deus onde os outros anciãos — aqueles que não se tornaram um dom do ministério — não eram mais necessários naquela posição.

  5. É importante perceber que a igreja primitiva começou como um bebê. Leva tempo para um bebê sair de sua primeira infância.

  a. No princípio do movimento pentecostal neste século, eles tiveram que retornar, quase por necessidade, ao estágio de governo de primeira infância de Atos dos Apóstolos.

 Os pioneiros mais velhos iam em áreas onde não havia igreja do Evangelho Pleno por um raio de muitas milhas. Um homem disse-me como ele pregou todo o verão num lugar e ganhou 285 almas, das quais 90 foram batizadas com o Espírito Santo. Ele era um evangelista — não um pastor. Mas ficou lá com eles por um período de três meses, conduzindo reuniões todas as noites, e iniciou uma igreja. Quando ele foi embora não havia pastor disponível, então ele apontou alguns dos homens mais velhos para supervisionarem o rebanho até que um pastor fosse amadurecido e estabelecido por Deus na igreja. Algumas vezes passam de dois a três anos antes que um desses rebanhos novos tenham pastores.

 J. O pastor é um dos ofícios mais importantes.

  1. Sem o dom do ministério de pastor em operação no Corpo de Cristo, todos os outros ministérios são praticamente em vão. Não importa o quão grande seja o evangelista e quantas almas ele ganha, se não houver ninguém para pastorear as ovelhas, elas estão prontas para desviarem-se. Não importa quantos bebês nasçam num hospital, se ninguém cuidar deles, eles morrerão.

  2. Em nenhum outro ofício são dadas tantas instruções no Novo Testamento. Nenhuma instrução é dada ao apóstolo. Nenhuma instrução é dada ao evangelista. Pouca instrução é dada aos outros ofícios. A maior parte das instruções diretas são dadas a este ofício (considerando que os termos anciãos que presidem, e bispo referem-se ao ofício pastoral) e não a qualquer outro ofício.

  3. Não há ofício mais necessário, preeminente e respeitado a que Deus poderia chamá-lo do que o ofício de pastor. É uma causa nobre. Comentários pessoais: Você deve funcionar onde Deus o chama. Mas, para ser honesto, se pudesse expressar o meu desejo, gostaria de ocupar este ofício mais do que qualquer outro. Este é o único ofício que busquei. E se fosse um jovem eu aspiraria a este ofício. Deixemos Deus fazer o que Ele quer, mas eu falaria com Ele sobre este assunto. E eu o fiz.

  E Ele disse não por causa de meu chamado particular.

  K. E o Espírito Santo que faz de homens pastores, não os homens.

  L. Deus tem provido equipamento sobrenatural para o pastor. O pastor deve ser equipado com equipamento sobrenatural.

  1. Os dons do Espírito (1 Co 12) podem ser manifestados nas vidas dos membros individuais do corpo de Cristo. Mas estou convencido também que estes dons sobrenaturais são equipamento sobrenatural para aqueles que ocupam os ofícios do ministério.

  2. Estou convencido de que o pastor deve ser equipado com a palavra de sabedoria, a palavra de conhecimento e até mesmo línguas e interpretação. Também estou convencido de que, se ele não o for, ele pedirá por esse equipamento espiritual, e obterá. Eu o obtive.

  a. As vezes estes dons não são tão espetaculares na manifestação através do pastor quanto o são através do profeta, embora estejam em operação.

  b. Pastoreamento sobrenatural.

  1) Um jovem com pouca educação formal foi salvo durante um reavivamento que conduzi. Mas tarde ele foi batizado com o Espírito Santo. Então foi chamado para pregar. Enquanto ainda trabalhava em uma serraria, ele pregava nos fins de semana. Ele não teve nenhuma espécie de treinamento a não ser em sua própria igreja. Eu ensinei em muitos seminários lá. Logo ele tinha tantos chamados para ministrar que deixou seu emprego e passou a pregar em tempo integral. Passou 18 meses como evangelista. Sua igreja local estava sem pastor, e então eles o convidaram para ficar como pastor auxiliar durante três meses. No fim de três meses ele foi estabelecido como pastor. E então a igreja cresceu tanto quanto nunca havia crescido. Voltei para pregar lá e fiquei maravilhado com a capacitação que estava sobre aquele indivíduo — um homem com pouca educação formal e nenhum treinamento.

  Eles puseram uma divisória simples numa sala para criar seu escritório e uma pequena sala contígua. Eu orava naquela pequena sala antes das reuniões. Durante o dia usava a pequena sala para estudar a Palavra. Através da divisória, não poderia deixar de ouvi-lo aconselhando as pessoas.

  Naquela época estava no ministério por 25 anos — tinha pastoreado por 12 anos e viajado no ministério de campo por aproximadamente 13 anos. Ele estava no ministério por quatro anos. Quando as pessoas vinham com certas necessidades e fazendo certas perguntas, eu pensava comigo mesmo: "Como alguém no mundo pode responder a uma pergunta como esta? Eu jamais saberia como respondê-la!"

  Então as palavras que fluíam da boca daquele homem me maravilhavam. Eu sabia que o Espírito de Deus estava operando através dele. Fiquei maravilhado. Sentei-me com os olhos arregalados, e a boca aberta, e pensei: "É um milagre de Deus." Depois de muitos anos ele mudou-se para uma igreja maior.

  Ele convidou-me para ir lá. Nesta época ele tinha 10 anos de ministério. Ainda fiquei pasmado com as palavras de sabedoria e as respostas que fluíam de sua boca. Eu sabia que o Espírito de Deus tinha dado esta capacidade a ele.

  2) O irmão O. B. Braune pastoreou uma igreja, a antiga Rosen Heights Assembly, em Fort Worth por mais de 40 anos antes de se aposentar. Ouvi alguém perguntar-lhe durante uma sessão de perguntas numa reunião: "Como você consegue pastorear uma mesma igreja por tanto tempo?

  Qual é o segredo do seu sucesso?" Ele respondeu: "Na minha opinião, o maior segredo do ofício pastoral é ter a resposta certa para as pessoas quando elas precisam ou vêm buscar socorro." Para fazer isso você terá que depender do Espírito de Deus, para que o mesmo lhe dê a resposta certa.

  3) Eu preguei para o irmão e irmã J. R. Goodwin em muitas igrejas que eles pastorearam. Eles pastorearam mais sobrenaturalmente do que qualquer outro pastor que já conheci. Quando alguém da igreja deles precisava de ajuda, eles o sabiam imediatamente, por meio do Espírito de Deus.

  4) Eu pastoreei desta forma. Nunca tinha um programa de visitas. Sempre sabia no meu íntimo quando alguém precisava de ajuda. Um dos fatos mais notáveis nesta área ocorreu na última igreja que pastoreei.

  Um empreendedor de obras de construção civil fora salvo nas duas semanas anteriores. Estava me barbeando numa manhã quando o Espírito de Deus falou comigo e disse:

  "Quero que você vá restaurar o Sam. Ele ficou zangado no serviço ontem, e falou coisas que não devia. Hoje ele está em casa doente na cama. Ele pensa que Deus não o ama mais porque ele falhou. Quero que você vá restaurá-lo."

  Saí do banheiro com um dos lados do meu rosto ainda por barbear e disse a minha esposa: "Querida, preciso ir na casa do Sam." E contei-lhe o que o Senhor me dissera. Depois de me barbear fui para o quarto terminar de me vestir. Estava colocando o meu paletó quando um carro parou lá fora. A mulher de Sam entrou em nossa sala chorando.

  Ela disse: "Oh, irmão Hagin, não diga a Sam que estive aqui, mas ele está em casa doente hoje."

  Ela explicou como uma dor antiga nas costas que sofria voltou novamente, e não mais podia levantar-se da cama. Então ela disse: "Ele disse que não irá à igreja de novo.

  Ele perdeu a calma no serviço ontem e alguns dos homens disseram que ele praguejou. Ele não se lembra se o fez. Mas ele disse que Deus não o ama mais porque ele falhou. Você poderia ir lá em casa?"

  Disse-lhe: "Você pode perguntar a minha mulher, pois eu lhe disse que iria a sua casa (Este foi o motivo pelo qual o Senhor me dissera para falar com minha esposa sobre este assunto).

  O Senhor já tinha me falado sobre isso. Não preciso dizer a Sam o que você me falou.

  Direi o que o Senhor me falou." Quando cheguei a sua casa, bati na porta do quarto em que estava. Ele disse: "Entre."

  Quando ele me viu ficou tão envergonhado que cobriu sua cabeça. E lá estava um homem de 43 anos, escondendo sua cabeça e soluçando em seu coração. Ajoelhei-me ao lado da cama e o peguei, com as cobertas e tudo, em meus braços e comecei a chorar com ele. Finalmente, tirei as cobertas dele e lhe disse:

 "O Senhor me disse o que aconteceu ontem no trabalho." Graças a Deus, Ele disse. Pois é, quando Deus se move de uma forma sobrenatural, as pessoas se convencem do Seu amor e de Sua misericórdia para elas.

 Eu disse: "Irmão Sam, não deixaremos o diabo ter você." Ele soluçou e disse:

 "Irmão Hagin, sempre fui um homem calmo. Mas perdi a calma no serviço ontem e falei coisas que não devia. E eles sabiam que fora salvo há duas semanas atrás. Para dizer a verdadade, fiquei tão zangado, que não sei o que fiz. Não vou mais voltar à igreja. O Senhor não me ama mais." Eu disse:

  "O Senhor não ama o fato que aconteceu. Mas Ele ainda o ama. E nós não iremos deixar o diabo ter você." Então ele disse:

 "Minhas costas doem tanto que nem pude levantar da cama nesta manhã."

  Ele era somente um bebê de duas semanas. Ele ainda não tinha aprendido a andar. Os bebês não podem andar. Coloquei minhas mãos nas suas costas e disse:

  "Querido Senhor, sei que o Senhor o ama. Somente prove o Seu amor por ele agora." Sam levantou-se num pulo.

 "A dor se foi! A dor se foi! O Senhor me ama!"

  c. Devemos buscar a Deus para recebermos o equipamento sobrenatural para o nosso ministério. Ele o proveu.

  1) Paulo escreveu uma carta para a igreja de Corinto e disse: ... procurai, com zelo, os melhores dons (1 Co 12.31). Ele também disse: ...procurai com zelo os dons espirituais... (1 Co 14.1). Ele não escreveu para João da Silva da igreja de Corinto, dizendo: "João da Silva, quero que você busque os melhores dons." 2) Ele disse para toda a igreja: "Procurai com zelo os dons espirituais."

  A Bíblia Amplificada diz: procurai com desejo profundo os dons espirituais (1 Co 14.1). Se um grupo de pessoas buscar a demonstração sobrenatural de Deus, então, conforme o Espírito desejar, Ele irá manifestar a Si mesmo por meio de diferentes indivíduos, e particularmente neste ofício pastoral. d. Alguns seminários ensinam psicologia.

 A psicologia é o estudo da mente e do comportamento do homem. Mas o homem é mais do que apenas mente (2 Ts 5.23). E em um momento como em um relâmpago, vi o Espírito de Deus lidar com questões e assuntos pelos dons de Espírito, numa fração de segundo, que a psicologia e a psiquiatria não conseguiriam resolver nem mesmo em meses ou anos.

  e. O Espírito Santo tem equipado a igreja do Novo Testamento com habilidade sobrenatural, poder sobrenatural, dons sobrenaturais. Ele tem chamado homens e mulheres para o ministério, e Ele os equipa para permanecerem nestes ofícios sobrenaturalmente. f. Espere que Deus o ajude. Treine o seu espírito para ser sensível ao Espírito Santo.

  Espere que o Espírito Santo Se manifeste por meio de você e lhe use para Sua glória. Preste atenção a Ele. Renda-se a Ele.

  M. Uma das características mais notáveis de um pastor é um coração de pastor.

  1. O coração de pastor é um dom de Deus ao corpo local.

  a. Graças a Deus por aqueles que o têm — que amam as pessoas. Eles são leais ao rebanho, e às vezes até mesmo ao custo de se privarem de muitas coisas por causa do rebanho.

  b. É necessário um coração de pastor para cuidar dos bebês em Cristo — para amá-los, para nutri-los com a Palavra, para sustentá-los enquanto ainda estão tentando andar.

  c. Em 35 anos de ministério de campo, como o meu coração gemia pelas pessoas! Percebi a grande necessidade de pastores com um verdadeiro coração de pastor.

  Preguei em mais de uma igreja onde pensei:

  "Querido Senhor, este homem não é um pastor. Como estas pessoas precisam de um pastor!"

  Como elas precisavam de alguém que realmente ministrasse para elas e as amasse! Meu coração doía por elas. Eu dizia: "Senhor, desejaria que o Senhor me deixasse pastoreá-las. Somente me deixe pôr os meus braços ao redor delas e amá-las."

 d. As pessoas entendem o amor. Até um velho cão vira-lata entende o amor. As pessoas podem não entender as línguas, mas elas entendem o amor.

  E você tem que provar às pessoas que as ama. Os pastores devem amar as pessoas. O maior exemplo de pastor é o próprio Senhor Jesus Cristo. Lembre-se de que Ele disse:

 Eu sou o bom pastor.

  O bom pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11).

  O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.

              Kenneth E. Hagin.

 

Dicas para uma boa aula de Escola Dominical da Lição 09 - O Ministério de Pastor. Neste 3º trimestre estudaremos: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos Homens com Poder Extraordinário. Comentário das lições será feito pelo Pastor: Elinaldo Renovato.

           

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