sábado, 10 de abril de 2021

Lição 03 – Uma família como a sua, um Deus como nenhum outro

 


TEXTO ÁUREO 

Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia.

Gênesis 28.16b 

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 Gênesis 28.10-15,20-22

 10 - Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã.

 11 - E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar.

12 - E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.

 13 - E eis que o Senhor estava em cima dela e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente.

 14 - E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra.

15 - E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.

 20 - E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir,

 21 - e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus;

 22 - e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.

OBJETIVOS

CONHECER algumas lições que os desertos nos trazem, a partir do episódio em que Jacó foge da ira de Esaú;

SABER que é impossível encontrar-se com o Eterno, sem ser por Ele impactado;

CONHECER as virtudes que Deus faz suscitar no homem a quem Ele pessoalmente se revela.

INTRODUÇÃO

   Problemas diversos são enfrentados por todas as famílias em todos os tempos, o fato da família ser cristã não a isenta de fatos negativos ocorrerem. Nesta lição, veremos que a pessoa que tem a Deus, a quem Deus se revelou e se revela, tem virtudes que o ajudarão na solução de todos estes problemas. Se Deus tem se revelado a você e você tem feito a vontade Dele, fica mais fácil passar pelo deserto e sair dele, cantando o hino da vitória, infelizmente o que tem acontecido é que as famílias tem rejeitado a orientação do altíssimo e depois que os problemas assolam, ai querem culpar alguém ou ao próprio Deus. 

Deus abençoe

sua vida!

LPD CENTRAL GOSPEL - 2º TRIMESTRE/2017

FAMÍLIA CRISTÃ - PROTEÇÃO, PARCERIA E AMOR

COMENTARISTA: Pr. Estevam Fernandes



Lição 03 – Uma família como a sua, um Deus como nenhum outro

 (Pr. Luiz Cláudio Cruz) 

Texto Bíblico: Gn 28:10-15, 20-22

Introdução:

 Nesta lição tentaremos abordar de forma bem sucinta pontos do cenário geral dessa história familiar, os quais são:

  1) Jacó Engana seu Pai (Cap. 27):

 Agora pela primeira vez, Rebeca aparece menos amável. Ensinar um filho a mentir é

uma conduta péssima. Notemos os pecados de Jacó:

a) Era um pecado contra um pai cego e idoso.

b) Foi praticamente num momento solene, quando o pai ia dar a sua última bênção.

c) Referia-se a um assunto sagrado, (a bênção de Deus se obtém mediante engano e fraude?).

d) Foi tudo planejado deliberadamente: não foi uma tentação repentina, aceita sem reflexão.

e) Começou com uma mentira positiva: "Eu sou Esaú teu primogênito".

f) Chegou a ser uma blasfêmia: " O Senhor teu Deus a mandou a meu encontro".

g) A mentira foi repetida solenemente (Gn 27:24).

h) Foi confirmada por um beijo (vv.26,27); o mesmo que Judas fez com o Mestre.

i) Era um cruel roubo do seu irmão (vv.24).

Obs: De Esaú notamos que era uma pessoa profana (Hb 12:16,17), que fizera pouco caso da primogenitura (25:32).

2) Visão e Voto de Jacó (Cap 28):

  Em consequência das discórdias na família, Jacó é agora fugitivo, em busca de um patrão e uma esposa. No caminho tem o sonho da escada entre a Terra e o Céu, e Deus fazendo promessas. Ele aprende que:

a) Que Deus está mais próximo do que ele pensava (v.16).

b) Que a presença de Deus torna o lugar terrível (v.17) ou melhor, temível. Na presença de Deus algo pode acontecer: ser consolado o aflito, preservar o tentado, animar o desalentado, ensinar o ignorante, acalmar o agitado. Quanto essa presença tem influência sobre nós?

c) Que o Céu está mais perto do que parece.

d) Que existe um caminho - Jacó percebeu uma escada entre o Céu e a Terra. Cristo faz este contato levando o homem até o Trono da Graça de Deus (Jo 3:13).

e) Que os anjos ministram entre o Céu e a Terra (Mt 18:10).

f) Que o Deus de seus antepassados havia de ser seu recurso, guardando-o mais tarde (depois de 20 anos), iria trazê-lo à terra donde saíra.

3) Jacó e Labão (Cap's 29,30 e 31):

   Nestes três capítulos vemos as manobras de dois homens astuciosos, cada um disposto a enganar o outro, mas Labão começou primeiro e Jacó competiu com ele. Ambos demonstram os reflexos das consequências da pecaminosidade latente.

  Podemos assim resumir a vida de Jacó em quatro períodos, em que ele é Usurpador, Servo, Santo e Vidente. Com estes caracteres ele morou em Berseba, Harã, Hebrom e Egito e os capítulos que o apresentam são 25-28; 29-31; 32-

45; 46-50).

4) Jacó e Os Anjos (Cap. 32):

   Vemos que Jacó, apesar de ser um homem de pouca espiritualidade, nunca foi abandonado por Deus, mas várias vezes na sua história teve experiências da intervenção divina. Notemos que no início do cap. os anjos de Deus o encontram e no v.24 ele luta com um anjo que ele o chama de varão. Cabe ressaltar que Jacó estava lutando com Deus e ele foi submetido às verdades de rendição total a seu serviço. E, agora seu nome é trocado devido sua entrega à vontade de Deus. Seu nome passa a ser Israel (v.28), Príncipe de Deus.

5) Esaú e Jacó (Caps 33 e 34):

   Podemos aprender deste incidente as seguintes lições:

a) Que gozar de notáveis experiências espirituais nem sempre aprimora o caráter da pessoa. Para isso é preciso julgar em si as más disposições, confessá-las diante de Deus, e procurar com Ele graça para se corrigir.

b) Que um pecado de há vinte anos pode ainda ter consequências hoje.

c) Que o melhor remédio para o medo é uma consciência tranquila e serena.

d) Que o descrente, às vezes, apresenta um procedimento bastante amável. O crente deve sempre apreciar isto, e dar-lhe o devido valor. Alguns descrentes devem ser caridosos, abnegados e altruístas.

e) Que embora Jacó chame Esaú cinco vezes de "meu senhor" isso é linguagem de lisonja.

f) Que uma reconciliação mal feita pode não aguentar a prova do tempo. Pode ser mais prudente uma separação.

ADVEC | TAQUARA

LPD n.o 50 – Família Cristã: Proteção, Parceria e Amor

2.o Trimestre de 2017

 


                    Jacó e Raquel

     Problemas conjugais provocados pelas trapaças do sogro, do marido, da mulher e dos filhos Parece que a Mesopotâmia nunca saiu por completo da cabeça de Abraão e sua família. Afinal ali haviam ficado os parentes comuns do patriarca e de sua mulher. Não havia melhor lugar para arranjar esposa para Isaque e esposa para Jacó. Além de bonitas, as mulheres do clã de Terá, pai de Abraão e descendente distante de Noé, provavelmente conheciam o projeto de Deus para aquele ramo da família que abandonara a região em busca de outras paragens. No caso de Isaque, foi o servo mais velho da casa que viajou até a Mesopotâmia em busca de uma esposa para o filho de seu patrão. No caso de Jacó, ele mesmo foi para a terra de seus avós maternos e de seus bisavós paternos.

     Rumo à Mesopotâmia

   Porque saiu de casa fugido de seu irmão, depois de ter enganado vergonhosamente o pai e Esaú, e porque ia para uma terra dis tante sem ter a menor previsão de quando voltaria, Jacó estava muito emotivo. Ainda bem que recebeu uma injeção da graça de Deus no primeiro pernoite, quando o Senhor lhe prometeu uma grande descendência e a sua companhia.

   Ao chegar à Mesopotâmia, viu pela primeira vez sua prima Raquel, que era pastora de ovelhas. Ele mesmo removeu a pedra da boca do poço e deu de beber às ovelhas do tio Labão, num gesto de gentileza com a jovem. Depois beijou Raquel, começou a chorar alto e contou-lhe que ele era filho de Rebeca, a irmã do pai dela. Pouco depois, Jacó já tinha onde morar e emprego certo, graças a Labão, que o abraçou e beijou.

   Em menos de um mês, Jacó já havia se apaixonado por Raquel, que era bonita de rosto e de porte. O dote seria pago com serviço. Depois de 7 anos de trabalho, Jacó sentiu-se no direito de receber a mão de Raquel e deitar-se com ela. Mas o sogro o enganou, dando-lhe a filha mais velha, Lia, que tinha olhos meigos. Porque a noiva era guardada velada até a noite de núpcias, Jacó teve relações com Lia na certeza de que estava na cama com Raquel. Só pela manhã, descobriu a astúcia do sogro e foi tomar satisfações com ele. Passada a semana de festas nupciais, Labão deu-lhe também Raquel, sob a condição de trabalhar mais 7 anos em sua fazenda (Gn 29 1-30).

     Uma vida infeliz

  Poucos casamentos começam tão mal quanto o de Jacó. Deve ser o cumprimento da lei da semeadora e ceifa: “O que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6.7). Pouco antes de ser duramente enganado pelo sogro e por aquela que deveria ser apenas sua prima e cunhada, mas agora era também sua esposa, Jacó enganara vergonhosamente o pai e o irmão. Essa forte propensão para a mentira e o embuste estava no sangue da família de Jacó, pelo lado da mãe, e não poupou nem Rebeca nem Labão nem Jacó nem Lia nem os filhos de Jacó.

   Ao que tudo indica, o casamento começou, continuou e terminou mal. Talvez tenha sido esta uma das razões pelas quais Jacó foi obrigado a confessar ao faraó: “Os anos de minha vida foram poucos e infelizes” (Gn 47.9, EP).

   Amando uma mas vivendo a contragosto com duas irmãs com problemas de relacionamento entre elas nunca resolvidos (como os que haviam entre ele e seu irmão gêmeo Esaú), Jacó se viu em papos-de-aranha a vida inteira. Por não ser estéril como a irmã, Lia engravidou quatro vezes seguidas, sempre com a esperança de conquistar o amor do marido, o que se pode ver pelo nome que ela dava aos meninos (Gn 29.31-35). Por exemplo, quando nasceu Rúben, ela disse: “Agora, certamente, meu marido me amará”. Ao nascer o quarto filho, Lia ainda insistiu: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos”. Raquel passou a ter inveja da irmã, entrou em desespero e desafiou o marido: “Dê-me filhos ou morrerei!” Irritado, Jacó devolveu: “Por acaso estou no lugar de Deus, que a impediu de ter filhos?” Aí, Raquel deve ter se lembrado da “feliz” idéia de sua tia-avó e “generosamente” ofereceu sua criada particular para ser a terceira esposa do marido. Bila logo engravidou e deu um filho a Jacó. Raquel assumiu a maternidade do recém-nascido e tomou o nome de Deus em vão (tal qual o marido, quando este disse ao pai que o cabrito era a caça que Deus havia colocado no seu caminho), ao exclamar: “Deus me fez justiça, ouviu o meu clamor e deu-me um filho” (Gn 30.6).

      Lia e Zilpa versus Raquel e Bila

  A essa altura, Lia não conseguia engravidar e, porque não queria perder a guerra, fez o mesmo que a irmã e a tia-avó: deu a Jacó a sua criada particular para ser a quarta esposa dele. Zilpa gerou dois filhos seguidos para Jacó, que foram assumidos por Lia.

    A guerra familiar não acabou aí; ficou ainda mais suja quando Raquel desejou as mandrágoras (plantas tidas como capazes de favorecer a fertilidade feminina) que eram da irmã e lhe propôs: “Vamos fazer uma troca: você me dá as mandrágoras, e eu deixo que você durma com Jacó esta noite” (Gn 30.15, NTLH). Ao chegar do campo, Lia explicou ao marido que a vez era dela à vista do negócio feito com a irmã. Nessa noite, a filha mais velha de Labão engravidou pela quinta vez. Pouco tempo depois teve mais uma criança, cujo nome revela seu desejo incontido e inútil de ser amada por Jacó: “Agora dominarei meu marido, pois lhe dei seis filhos” (Gn 30.20, EP).

   Só depois do nascimento de dez meninos (seis de Lia, dois de Bila e dois de Zilpa) e de pelo menos uma menina é que Raquel, por obra e graça de Deus, engravidou e deu à luz a José, que seria o mais virtuoso e o mais bem-sucedido dos filhos de Jacó. Alguns anos mais tarde, Raquel deu mais um filho ao marido, cuja alegria foi misturada com uma tristeza muito grande, pois a querida ex- -pastora de ovelhas morreu do parto a caminho de Belém, onde Jesus nasceria quase dois milênios depois (Gn 35.16-19).

     Filhos sem o temor do Senhor

   Os filhos, nascidos e criados com muita fartura mas com o mínimo de exemplo da parte do pai e das quatro mães, deram muito trabalho e tristeza a Jacó. Um deles, Rúben, o primogênito, teve a ousadia de deitar-se com Bila, a terceira esposa do pai e mãe de dois de seus irmãos (Dã e Naftali), uma mulher muito mais velha que ele (Gn 35.22). Diná, filha de Lia, foi agarrada e violentada por um homem chamado Siquém, filho do chefe de uma das terras de Canaã. Esse crime provocou outro crime: dois irmãos de Diná, por parte de mãe, Simeão e Levi, mataram à traição Siquém, o pai dele e todos os homens daquela região. Além do aspecto moral, essa matança criou uma situação muito perigosa para Jacó, pois atraiu contra ele o ódio dos cananeus (Gn 34.1-21). Judá, o quarto filho, era um sem-caráter. Depois de viúvo, deitou-se, como o pai, com uma mulher que tinha o rosto encoberto, na certeza de que era uma prostituta cultual e a engravidou. Três meses depois, soube que a nora Tamar, também viúva, estava grávida. Sem ainda saber que Tamar era a tal mulher que se fez de prostituta para se engravidar dele, Judá mandou queimar a nora e os gêmeos que estavam no ventre dela. Uma vez exposto ao escândalo, Judá voltou atrás e a mulher foi poupada (Gn 38.1-30).

    Uma das maiores tristezas de Jacó foi o desaparecimento de José, o primeiro dos dois únicos filhos da única esposa que ele amou. Era seu filho predileto, o filho de sua velhice (Gn 37.3). O rapaz tinha 17 anos quando foi vendido por seus próprios irmãos para uma caravana de ismaelitas (descendentes de Ismael, filho do bisavô deles por parte de Agar). Seguindo a tradição da família, os autores desse crime mataram um bode, mergulharam no sangue a túnica de José e a mandaram para o pai para que ele mesmo concluísse que o filho fora devorado por um animal selvagem (Gn 37.12-36).

   Naturalmente há uma explicação para o fato de que os piores filhos de Jacó foram todos os quatro primeiros filhos de Lia (Rúben, Simeão, Levi e Judá). Eles nasceram de um casamento provocado por uma emboscada, sem amor e carregado de ressentimento. Cresceram em um ambiente de competição, de guerra, sem aproveitar as lições do passado, as experiências dolorosas de seus pais, avós (Isaque e Rebeca) e bisavós (Abraão e Sara).

       Da Mesopotâmia ao Egito via Canaã

   Os 20 anos passados na Mesopotâmia foram muito sofridos para Jacó (é ele quem o diz). Solteiro, nos 7 primeiros anos, e casado, nos últimos 13. Trabalhando para o sogro mais de dois terços do tempo (14 anos) e para ele mesmo apenas 6 anos. A metade do tempo a serviço do sogro foi para pagar o dote de um casamento que ele não pediu nem desejou. A cada 17 meses, o sogro mudava a bel prazer o seu salário. No campo, muito calor de dia e muito frio à noite; em casa, insônia e atrito com as mulheres (Gn 31.28-42). Economicamente valeu a pena, pois Jacó ajuntou um rebanho de bois e jumentos, de ovelhas e cabras tão grande que poderia aplacar a ira de seu irmão gêmeo, oferecendo-lhe 550 cabeças de gado e mais algumas crias de camelas de leite (Gn 32.13-15).

   Provavelmente o melhor período da vida de Jacó foram os 17 anos de velhice que ele passou no Egito sob a proteção de José e do faraó. Apesar de todos os problemas, a família do patriarca permaneceu unida. O farrancho todo — Jacó, suas mulheres secundárias (Raquel e Lia já haviam morrido), seus filhos e noras e seus netos (33 de Lia, 16 de Zilpa, 14 de Raquel e 7 de Bila) foram residir na região de Ramassés, a melhor do Egito. Ali, ele se reencontrou com José, o filho de seu grande amor, aquele que estava desaparecido havia 13 anos, do qual se dizia que fora morto por um animal selvagem. Aquele que nunca lhe deu trabalho nem dores. Aquele que nunca matou ninguém (ao contrário de Simeão e Levi), aquele que nunca se deitou com Bila nem com Zilpa (ao contrário de Rúben) nem com a nora (ao contrário de Judá), nem sequer com a mulher de Potifar, que se entregou várias vezes a ele (Gn 39.7-15). Aquele que suportou a injustiça alheia (dos irmãos, de Potifar e do chefe dos copeiros do faraó), dos 17 aos 30 anos de idade.

    Uma família unida, apesar dos pesares

    Na velhice, Jacó não perdeu por completo a memória. Mesmo doente e no leito de morte, ele reuniu todos os filhos, do mais velho (de uns 60 anos) ao mais novo (de uns 50 anos), e os abençoou um por um, misturando história com profecia. Lembrou-se dos predicados, dos defeitos, dos escândalos de cada um deles e fez um resumo maravilhoso da vida de José, a “árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro” (Gn 49.1-33). E então morreu e “foi reunido aos seus antepassados”. Teve o enterro mais longo, mais concorrido e mais sofisticado da história do povo de Deus. Além de todos os familiares (exceto as crianças menores), todos os conselheiros do faraó, as autoridades da sua corte e todas as autoridades do Egito, em carruagens e a cavalo, foram ao sepultamento de Jacó em Canaã (o mesmo trajeto que seria feito muitos anos depois por todos os descendentes de Jacó, por ocasião do êxodo). O corpo embalsamado de Jacó, de 147 anos, foi colocado na caverna de Macpela, no cemitério arborizado comprado por Abraão, onde já estavam seus avós (Abraão e Sara), seus pais (Isaque e Rebeca) e sua segunda esposa (Raquel). (Gn 50 7-14.)

    Apesar da guerra familiar, da diversidade das mulheres (esposas e concubinas, mulheres de “primeira classe” e mulheres “secundárias”), da diversidade dos rebentos (filhos “legítimos” e filhos “ilegítimos”) e dos dois crimes sexuais cometidos em família — a família de Jacó foi impressionantemente unida, o que não aconteceu com a família de Isaque e de Abraão!

     Casamento e Família – Encantamento e Obrigações


                 O propósito de Deus para a família

 "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela" (Salmo 127:1).

   Deus nos criou e designou o casamento e a família como a mais fundamental das relações humanas. Em nosso mundo de hoje em dia, vemos famílias atormentadas pelo conflito e arrasadas pela negligência e o abuso. O divórcio tornou-se uma palavra comum, significando miséria e dureza para os múltiplos milhões de suas vítimas. Muitos homens jamais aprenderam a ser esposos e pais devotados. Muitas mulheres estão fugindo de seus papéis dados por Deus. Pais que não têm nenhuma ideia de como preparar seus filhos estão assim perturbados pelo conflito com seus rebentos rebeldes. Outros simplesmente abandonam seu dever, deixando filhos sem qualquer preparação ou provisão.

  Para muitas pessoas, hoje em dia, a frase familiar e confortadora "Lar, Doce Lar" não é mais do que uma ilusão vazia. Não há nada doce ou seguro num lar onde há o abuso, a traição e o abandono.

  Haverá uma solução? Poderemos evitar tais tragédias em nossas famílias? Poderão os casais jovens manter o brilho do amor e do otimismo décadas depois de fazerem os votos no casamento? Haverá esperança de recuperação dos terríveis erros do passado?

    A resposta para todas estas perguntas é SIM! As soluções raramente são fáceis. A construção de lares sólidos não acontece por pura sorte. Somente pelo retorno ao padrão de Deus para nossas famílias poderemos começar a entender as grandes bênçãos que ele preparou para nós em lares construídos sobre a rocha sólida da sua palavra. Consideremos brevemente alguns princípios básicos ensinados na Bíblia sobre a família.

       O Propósito Básico de Deus para a Família

  Quando temos dificuldade com a geladeira, entendemos que o fabricante, que escreveu o manual do usuário, sabe mais sobre o aparelho do que nós. Lemos o manual para resolver o problema. Quando vemos tantos problemas nas famílias de hoje, só faz sentido que nosso Criador, que escreveu o "manual do usuário", sabe mais a respeito da família do que nós. Precisamos ler o manual para achar como construir e manter bons lares. Encontramos estas instruções na Bíblia. Ela nos guia em cada aspecto do serviço a ele, incluindo a realização de nossos papéis na família.

       Casamento

   A família começa com o casamento. Quando Deus criou Adão e Eva, ele revelou seu plano básico para o casamento: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24). Este plano é claro. Um homem ligado a uma mulher. Milhares de anos mais tarde, Jesus afirmou que este ainda é o plano de Deus. Ele citou este versículo e acrescentou: "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6). Este casamento é uma relação para toda a vida. Somente a morte deve cortar este laço (Romanos 7:1-3).

   Deus aprovou as relações sexuais somente dentro do casamento. Não há nada de mal ou impuro sobre as relações sexuais dentro de um casamento aprovado por Deus (Hebreus 13:4). Esposos e esposas têm a responsabilidade de satisfazer os desejos sexuais (dados por Deus) aos seus companheiros (1 Coríntios 7:1-5).

   Todas as outras relações sexuais são sempre e absolutamente erradas. Relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são absolutamente proibidas por Deus (Romanos 1:24-27; 1 Coríntios 6:9-11). Deus não criou Adão e João. Ele fez uma mulher, Eva, como uma parceira apropriada para Adão. As relações sexuais antes do casamento, mesmo entre pessoas que pretendem se casar, são condenadas por Deus (1 Coríntios 7:1-2, 8-9; Gálatas 5:19). As relações sexuais extraconjugais são também claramente proibidas (Hebreus 13:4).

      Filhos

   Casais assim unidos diante de Deus pelo casamento gozam o privilégio de terem filhos. Deus ordenou a Adão e Eva e aos filhos de Noé que tivessem filhos (Gênesis 1:28; 9:1). Ainda que nem todas as pessoas tenham que se casar, e que nem todas terão filhos, é ainda o plano básico de Deus que os filhos nasçam dentro de famílias, completas com pai e mãe (1 Timóteo 5:14). Em lugar nenhum da Bíblia encontramos autorização para uma mulher ter relações sexuais para conceber um filho, antes ou sem casamento. A paternidade solteira, que está se tornando moda em nossa sociedade moderna é um afastamento do plano de Deus que terá sérias consequências para as gerações vindouras.

         Papéis dados por Deus dentro da família

   Dentro desta estrutura do propósito Divino, consideremos os papéis que Deus atribuiu aos homens, mulheres e filhos. Homens:

         Esposos e Pais

   A responsabilidade dos esposos é bem resumida em Efésios 5:25: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela". O esposo tem que colocar as necessidades de sua esposa acima das suas próprias, mostrando devoção desprendida aos melhores interesses da "parte mais frágil" que necessita da sua proteção. Ele tem que trabalhar honestamente para prover as necessidades da família (2 Tessalonicenses 3:10-11; 1 Timóteo 5:8).

   Os pais são especialmente instruídos por Deus para preparar seus filhos na instrução e na disciplina do Senhor (Efésios 6:4). Este é um trabalho sério e, às vezes, difícil, mas com resultados eternos! Os espíritos de seus filhos existirão eternamente, ou na presença de Deus ou separados dele. A maior meta de um pai para seus filhos deveria sempre ser a salvação eterna deles.

       Mulheres: Esposas e Mães

   Uma esposa tem um papel muito desafiador no plano de Deus. Ela tem que complementar seu esposo como uma auxiliar submissa, que partilha com ele as experiências da vida. As pressões da sociedade moderna para rejeitar a autoridade masculina não obstante, a mulher devota aceita seu papel como aquela que é cuidadosamente submissa ao seu esposo (Efésios 5:22-24; 1 Pedro 3:1-2). As mulheres de hoje em dia que rejeitam este papel dado por Deus estão na realidade difamando a palavra dele (Tito 2:5).

   Deus instrui as mulheres para mostrarem terna afeição aos seus esposos e filhos, e a serem honestas e fiéis donas de casa (Tito 2:4-5). Apesar dos esforços de algumas pessoas para desvalorizar o papel das mulheres que são dedicadas a suas famílias, Deus tem em alta estima a mulher que é uma boa dona de casa e uma amorosa esposa e mãe. Tais mulheres devotas são também dignas de respeito e apreciação de seus esposos e filhos (Provérbios 31:11- 12,28).

         Filhos: Seguidores Obedientes

   Deus também definiu o papel dos filhos. Paulo revelou em Efésios 6:1-2 que os filhos deverão:

   1. Obedecer a seus pais. Deus colocou os pais nesta posição de autoridade e os filhos têm que respeitá-los. Muitas pessoas consideram a rebeldia de uma criança como uma parte comum e esperada do "crescimento", mas Deus coloca-a na lista com outros terríveis pecados contra ele (2 Timóteo 3:2-5).

  2. Honrar seus pais. Os pais que sustentam, instruem e preparam seus filhos devem ser honrados. Jesus mostrou que esta honra inclui prover as necessidades dos pais idosos (Mateus 15:3-6).

           Lares piedosos nestes dias?

   É, frequentemente, muito difícil corrigir anos ou mesmo gerações de erros. Mas está claro que o único modo pelo qual podemos esperar ter boas famílias construídas nos princípios divinos é voltar ao plano que Deus tem revelado. Temos que estudar a Bíblia, aprender estes princípios, aplicá-los em nossas vidas, e ensiná-los aos nossos filhos e aos outros. Lembre-se, os benefícios serão eternos!

   Você está construindo seu lar sobre a fundação da palavra de Deus?

   Referências Allan, Dennis. O propósito de Deus para a família.



                        Desconfortos necessários

   Uma nova geração mima seus filhos e trata-os como sanguessugas, que vivem para sugar a família, e não para colaborar com ela. Embora toda generalização nos faça falhar com alguns, hoje em dia, o senso comum sobre criação de filhos é esse.

   Distanciam-se – e muito – de nós aqueles dias em que os filhos levantavam cedo para tirar o leite da vaca, alimentar os animais e ajudar os pais a manter ativa a provisão do lar. Sei que os tempos mudaram e não prego um retorno à roça ou ao estilo de vida de antigamente. O que pretendo mostrar é que, mesmo em um mundo urbano e altamente tecnológico como o que vivemos, a necessidade de transmitir aos filhos responsabilidades como parte da educação não deveria ter mudado.2

    Não importa se a família é abastada o suficiente para ter inúmeros empregados em casa, todo filho e filha deveriam ser submetidos às tarefas domésticas! Quando Paulo declarou que o filho, enquanto menor, em nada difere de um escravo (Gl 4.1,2), não se referia apenas à posição de não poder acessar a herança. Os filhos também eram incumbidos de responsabilidades e, assim como os servos, trabalhavam para seus pais. Na parábola do filho pródigo, mesmo tendo muitos servos, vemos que aquele pai delegava trabalho aos seus filhos (Lc 15.29)

    Aliás, esse exemplo não é incomum nas Escrituras. O próprio Jesus cita em outra de Suas parábolas:

   “E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegandose ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus” (Mateus 21.28-31).

   O trabalho engrandece, aperfeiçoa, ajuda a desenvolver não apenas habilidades, como também maturidade. Entretanto, pais que poupam seus filhos do desconforto de tarefas domésticas, ou mesmo de trabalharem cedo, estão, na verdade, eximindoos de crescer. Que tipo de esposa será uma filha que cresceu sem nunca ter lavado a louça ou cozinhado alguma coisa? A mulher virtuosa de Provérbios 31 não vai “possuí-la” no dia do casamento! Requer treinamento, ensino dos pais, exercício durante a vida de solteira.

    Da mesma forma, como um garoto que nunca colocou a mão na massa e cresceu só jogando videogame se tornará um trabalhador dedicado, da noite para o dia? Ele se transformará em passe de mágica, simplesmente porque casou? Claro que não! Esse tipo de habilidade se desenvolve e para isso, demanda tempo e treinamento.

   Todo crescimento, avanço e progresso proporcionarão o que quero denominar de desconfortos necessários. Mesmo na vida espiritual. Muitas vezes, dores e tristeza precedem e pavimentam a chegada de alegria e da realização. Observe esta declaração de Jesus:

    “Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar” (João 16.20-22).

   O Mestre falava de Sua partida, da dor e da tristeza que os discípulos teriam de enfrentar. Contudo, encorajava-os a atentar para aquilo que estava adiante, por vir. Como exemplo, cita a mulher quando entra em trabalho de parto e passa por um desconforto necessário para que o novo estágio de conquista e realização se concretize. Tal declaração não se limita somente àqueles discípulos, mas também aos nossos dias. Ela se encaixa em muitos aspectos e distintos momentos de nossa própria vida – e sempre se relacionará ao nosso aperfeiçoamento

     Correção

   Consideremos a questão da correção. É inegável que, inicialmente, ela não produz alegria ou bem-estar. Também é incontestável que, posteriormente, alegria e bem estar surgirão como resultados da aplicação dela, por meio da permissão desse desconforto necessário ao crescimento dos filhos. Repare na instrução bíblica: “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça” (Hebreus 12.11).

  Observe que o propósito da correção, que é um ato de amor dos pais, é o aperfeiçoamento dos filhos. Vamos voltar alguns versículos para analisar o contexto:

   “E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade” (Hebreus 12.5-10)

    De que correção a Bíblia está falando? O texto apresenta um paralelo entre a correção dos pais terrenos e a do Pai celestial. Há dois níveis de correção: natural e espiritual; entretanto, a base de entendimento da correção espiritual é a natural. Assim como o pai terreno ama seus filhos a ponto de importar-se em corrigi-los para que cresçam, semelhantemente o Pai celestial ama Seus filhos a ponto de corrigi-los para que sejam participantes de Sua santidade.

   Contudo, o que acontece quando os pais resolvem poupar seus filhos da disciplina? A Palavra de Deus revela as consequências naturais da negligência: filhos sem limites envergonharão seus pais e não crescerão em sabedoria ou maturidade.

   “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe. Quando os perversos se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a ruína deles. Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma” (Provérbios 29.15-17)

    “A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela” (Provérbios 22.15 NVI).

   Além de sequelas e impactos na vida natural, ainda há consequências espirituais, fato que muitos pais ignoram. O questionamento a ser feito é “Se a pessoa não cresceu com disciplina e correção dos pais terrenos, como entenderá e aceitará a correção do Pai celestial?”

   Quando os pais poupam seus filhos do desconforto – mais que necessário – da correção, estão impedindo que eles cresçam natural e espiritualmente. Há toda uma geração de crentes mimados que não consegue entender ou mesmo aproveitar a correção de Deus. Detalhe: não é porque os pais terrenos foram omissos que o Pai celestial também o será. De modo algum!

   Observe como Paulo aborda o desconforto da correção: “Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a carta, não me arrependo; embora já me tenha arrependido (vejo que aquela carta vos contristou por breve tempo), agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. Porque quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor que saudades, que zelo, que vindita! Em tudo destes prova de estardes inocentes neste assunto” (2 Coríntios 7.8-11).

   Este será sempre o efeito imediato da correção: tristeza. Nunca vi meus filhos festejarem porque foram corrigidos. Contudo, o efeito posterior da correção não pode ser ignorado – vi, em meus próprios filhos, o crescimento gerado pela repreensão. Assim também tenho visto, com o tempo, a gratidão deles pelo que aprenderam e pelo quanto cresceram, isso porque seus pais se importaram o suficiente a ponto de corrigi-los.

*Texto extraído do livro “Maturidade

 – O Acesso À Herança Plena”.

 



                 A família cristã e a igreja

  Introdução

   Os cristãos estão vivendo dias incertos na terra, a instituição familiar está passando na atualidade por grandes mudanças em sua estrutura, no mundo todo há uma onda de desconstrução de conceitos tradicionais da família, porém a única instituição em que o cristão e sua família podem contar é a igreja que tem como base os ensinos da palavra de Deus. Neste estudo pretendemos mostrar a importância da participação da família na igreja para que todos possam alcançar uma vida saudável e equilibrada no seu crescimento, no desenvolvimento eficaz e condizente com os ensinos da Palavra de Deus na expansão do seu reino na terra.

  1. Porque a igreja é o melhor lugar de convivência da família? Estamos vivendo um tempo de muita incerteza neste mundo, o ser humano esta cada vez mais só. A violência, o medo, insegurança das famílias. Sendo que a família é o alvo da destruição do inimigo, mas enquanto existir igreja de Cristo na terra, as famílias cristãs serão preservadas neste mundo, firmados na promessa de Cristo: “[...] eis que estarei convosco até a consumação dos séculos” (Mt. 16. 18, Mt. 28.20)

  a) A Igreja é uma união de famílias. É pela família que Deus faz a Sua obra de salvação, em primeiro lugar, usando a família de Abraão para trazer o Salvador a este mundo e abençoar todas as famílias da terra (Gn 12.3; 18.18,19) e, nesta dispensação da graça, para formar a sua igreja.

  Em Jerusalém começou o grande projeto da constituição da igreja cristã, em todo novo testamento observamos muitos relatos referente ao nascimento do cristianismo, por exemplo: é notável em Atos como as primeiras igrejas começaram pela conversão de famílias inteiras e lemos das casas de Cloé, Estéfanas e Crispo no começo da obra da igreja em Corinto, e das casas de Lídia e do Carcereiro no início da obra da igreja em Filipos. Até hoje, onde há duas ou três famílias salvas e de bom testemunho, não deve demorar a formação de uma igreja local, mas onde não há famílias salvas é quase impossível ver uma igreja estabelecida.

  b) A igreja é um lugar de conquista da família. O pecado tirou o direito de comunhão do homem com Deus, não há família, todos nós nascemos debaixo da maldição do pecado e carecemos de Deus (Rm 3.23). Por consequências do pecado sofremos com a solidão, medo e desânimo, doenças que aflige a todos. Vivemos num mundo pós-moderno tão evoluído e ao mesmo tempo tão contaminado pela poluição do pecado. A igreja verdadeira precisa fazer sobressair sua importância e apresentar-se como um bálsamo que alivia as dores do ser humano, tão necessitado da verdade espiritual. A igreja deve ser o principal componente a contribuir para que a célula básica, que é a família, mantendo o equilíbrio social e em particular espiritual. Quando passamos a pertencer à igreja de Cristo, somos “membros uns dos outros”. Aprendemos a viver com a humildade, mansidão, suportamos uns aos outros com amor, buscamos o vínculo da paz, vivendo em uma só esperança em nossa vocação (Ef 4:2-)4.

   c) Desenvolvendo o amor entre os membros da família. Uma forma de crescer o amor é na adoração, ela providencia a oportunidade de a pessoa focalizar sua atenção no grandioso Deus, sendo Ele o nosso Pai. Quando adoramos em família encorajamos o sentimento íntimo de relacionamento mútuo dos membros.

  O amor nos faz sentir a necessidade de uma boa comunicação que se faz muito importante no relacionamento entre as pessoas. Quando temos uma comunicação correta, real e verdadeira, parte de nossa responsabilidade como membros uns dos outros são compartilhados, e o que somos e o que estamos experimentando no momento, exprimem nossos sentimentos, pensamentos e ideais, proporcionando o crescimento na igreja Cristã (Ef 5.19).

   2. Os vínculos de pertencimento As necessidades básicas do ser humano se resumem em três: Pertencimento, sentido e transcendências, segundo Jonh Stott. De fato, fomos criados à imagem de um Deus que é amor, e por isso desejamos amar e ser amados. Quando o bebê nasce chora porque está reclamando a presença, amparo de alguém que o coloque no colo, logo a figura materna entra em ação. Ter alguém que se importa conosco é fundamental para alimentar o desejo de viver. Deus nos garante seu cuidado e amor incondicional (Isaías 49. 15), em que a família precisa sentir-se segura dentro da igreja que escolhe para congregar.

   a) Pertencemos à igreja de Cristo na terra. A igreja é um lugar onde a família desfruta de bênçãos da comunhão com Deus e com os irmãos. Às vezes, nos sentimos frustrados e carentes, e tendemos a transferir para igreja nossas expectativas de um amor absoluto. A igreja passa a ser nossa última esperança de nos sentir aceitos e integrados. É bom saber que a igreja contribui, sim, para formação de uma família cristã abençoada, mas é bom saber também que a qualidade do meu amor pelos outros depende da qualidade da minha relação com Deus, permitindo construir uma comunidade verdadeiramente cristã. Ou seja, uma comunidade inclusiva e não um clube social de troca e barganha (At.2.44-47).

   b) Pertencemos a Deus de forma irrevogável. A mais importante afirmação das escrituras relativa a nossa identidade está no texto de Isaías 44.10. Mas agora, assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. As razões por que pertencemos a Deus, primeiro Ele nos criou: segundo, porque Ele nos remiu, isto é, nos comprou com seu sangue. Pertencer significa que temos vínculo com alguém, que temos um nome que alguém nos deu, que somos cuidados, que alguém zela por nós. Viver no anonimato é o contrário; é viver sem nome, sem vinculo, sem que ninguém se importe conosco.

   c) Nossos relacionamentos como família cristã. Quanto nossos relacionamentos como famílias cristãs, precisamos saber viver esta realidade, pois, é a experiência maior na ventura humana. Pertencer a Deus, o vínculo vertical e invisível, conscientizar-se e se realizar no pertencer um a outro, nos relacionamentos horizontais e visíveis.

   Assim, construímos os vínculos com nossa família espiritual de origem, com nossos amigos e na constituição de nossa família nuclear. O importante disso tudo é saber que alguém se importa conosco, alguém com quem podemos nos dividir nossas alegrias e tristezas.

   Por outro lado, o pertencimento nos revela ainda o outro lado da liberdade; quando abrimos mão de nossos direitos para uma vida de serviço. Servir é ser livre, isto é, ser tão amado, tão amado que não precisa provar mais nada, não precisa de outra compensação. O exemplo de Jesus Cristo que se sentiu de te tal forma, pertencer ao Pai que foi capaz de doar-se completamente (Fp 2.5-9).

  3. Desenvolvendo o amor mútuo entre os membros da família e da igreja A família é um projeto de Deus, lugar onde seus membros, mesmo com temperamento, gosto, digitais diferentes, se desenvolve o amor mútuo entre si. O primeiro ajustamento dos membros da família acontece no lar, e, a partir daí, capacita o indivíduo para conviver de forma harmoniosa na Igreja.

   a) A aceitação é primordial na convivência entre os membros. No conceito de membro uns dos outros, o primeiro processo deve ser a aceitação, em que este é um elemento essencial no amor tão somente cristão (Jo 15.12). O amor de Deus conosco é incondicional e imerecido, Jesus nos desafia a agirmos do mesmo modo. A necessidade de aceitação natural é plantada por Deus no coração de todo o ser humano. É o desejo de apreciação e valorização. Quando somos aceitos, sentimo-nos revigorados, nascendo uma confiança e um bem-estar que nos dão forças para enfrentar as dificuldades e provações da vida.

   b) A Comunhão é o exemplo da igreja Cristã. A palavra “Koinonia”, que significa “Comunhão”, é uma palavra que vem do vocabulário grego, que se refere ao conceito de compartilhar com alguém algo que temos em comum. Sua dinâmica centraliza na comunhão com Jesus e uns com os outros. Seu cerne ressalta a ideia de participação (Ef 4.16).

   Para a família “se sentir bem na igreja” é necessária uma participação mútua. É esperado que se invista tempo no crescimento dos talentos, relacionamentos e cultivo espiritual de cada membro da família. Deve haver um esforço consciente por parte de cada pessoa para contribuir no que for necessário e estar pronto para receber as bênçãos que lhe cabe como membro da família e também como corpo de Cristo

   c) Levar as cargas uns dos outros é dever cristão (Gl 6.1-5). Levar as cargas uns dos outros é compartilhar o sofrimento uns dos outros. Uma forma de crescimento da vida espiritual está na forma como nos comportamos diante do sofrimento de outra pessoa. Este não é o momento para mostrar superioridade, ou que somos melhores, mas, sim, agir com amor e brandura, visando a restauração e a edificação do corpo de Cristo. A oração intercessora é um meio de ajudar uns aos outros, pois ela remove montanhas, modificam corações, famílias, vizinhanças, cidades, nações. Enfim a oração é a fonte absoluta de poder, porque, na realidade, viabiliza, liberta e reflete o poder de Deus (TG 5.16).

         Conclusão

  A conscientização do nosso lugar, função e valor no corpo de Cristo, bem como a obediência aos ensinos do mestre Jesus para contribuição do crescimento da igreja e expansão do reino, devem ser aplicadas com todo amor, empenho e dedicação entre os membros da igreja e no lar, pois só assim poderemos conhecer o resultado da família na igreja.

   Referências Magalhães, Eliud.

  A família cristã e a igreja.

 


              A família e a igreja

A igreja local é um espaço de acolhimento, ou de mero cadastramento de famílias?

   Com o crescimento numérico de algumas igrejas, e com a falta de um programa organizado de discipulado e acolhimento, muitas famílias estão literalmente esquecidas. Ao chegar uma nova família na igreja local com carta de mudança (ou sem ela), há um interesse em regularizar a situação administrativa da mesma, cadastrando seus membros na secretaria. No caso da conversão de famílias, há igrejas que possuem uma equipe para anotar nomes, endereço, contatos, etc., e para informar aos novos convertidos os dias de cultos e outros trabalhos. A questão que levanto aqui é se estamos de fato acolhendo famílias, ou simplesmente cadastrando famílias na igreja local. Na condição de Igreja, devemos cuidar de famílias, e não apenas introduzi-las nos programas semanais. Qual o estado das famílias da igreja onde você congrega ou pastoreia? Elas estão acolhidas ou apenas cadastradas?

    A igreja local é um espaço de comunhão e adoração, ou de mera reunião de famílias?

   Reunir as famílias em um ou dois cultos semanais não é tudo, é preciso promover a comunhão entre as famílias. Na próxima reunião (culto) da igreja onde você congrega, observe quem está sentado ao seu lado, e veja se você sabe o nome daquela pessoa, ou a qual família pertence. Em algumas igrejas os seus frequentadores são ilustres famílias desconhecidas uma das outras. Aliás, em alguns casos a comunhão não existe, pois o interesse da igreja local (e sua liderança) é por clientes, e não por crentes. O que vale nesses casos é participar dos “desafios” e “campanhas”, deixando sempre uma boa e gorda oferta (ou dízimo). A comunhão foi trocada pela barganha com Deus. O que interessa é ir “buscar a bênção”, “lutar com o anjo”, “colocar Deus na parede”, “plantar para semear”, “determinar a vitória” e coisas semelhantes a estas. O culto de adoração e pregação foi trocado pelo “culto da vitória”, “noite do milagre”, “tarde da restituição”, “manhã da conquista”. Deus deixou de ser adorado, e as suas “bênçãos” tornaram-se o objeto de culto. A glória de Deus deixou de se buscada, e as nossas necessidades ganharam prioridade no culto. A família está clamando pela verdadeira comunhão e adoração na igreja.

   A igreja local é espaço para serviço, ou mera propriedade de algumas famílias?

   Aqui temos uma patologia eclesial invertida. Há famílias que se acham donas da igreja local. Por serem fundadoras, influentes ou ricas, querem ditar as normas e pastorear o pastor da igreja. Tais famílias chegam ao ponto de mobilizar a igreja contra o pastor. Estas famílias estão na igreja, mas não querem servir, querem “mandar”, desejam privilégios, anseiam cargos. A igreja de Jesus não tem donos, Ele é o seu único Senhor: “[...] edificarei a minha igreja [...]” (Mt 16.18). Há muitos pastores que estão gemendo por causa destas famílias. Temos também as famílias que se acham donas de conjuntos, corais e órgão musicais, as donas da escola dominical, as donas do departamento infantil, de adolescentes e jovens, as donas do departamento de senhoras, etc.

   É a vontade de Deus que as famílias estejam na igreja cuidando e sendo cuidadas, acolhendo e sendo acolhidas, amando e sendo amadas, edificando e sendo edificadas. É a vontade de Deus que as famílias estejam na igreja vivendo conforme a sua Palavra, e em tudo buscando a sua glória!

    Referências Silva, Altair Germano.

    A família e a igreja.

 


   Não há família que não enfrente problemas — uns maiores, outros menores, mas todas precisam encará-los, em algum momento de sua existência. Também é certo que toda família tem sua história, e, nesse histórico, há fatos que marcam — positiva e negativamente — seus integrantes. Há feridas, sangramentos, dores e lembranças que perduram por muitas gerações.

Nesta lição, a partir do episódio em que Jacó foge da ira de Esaú, compreenderemos algumas lições que os desertos nos trazem e as virtudes que Deus faz suscitar no homem a quem Ele pessoalmente se revela.

Boa aula!

            

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