segunda-feira, 22 de março de 2021

Lição 13 – Voltados os olhos para a Bendita Esperança

 


TEXTO ÁUREO

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.”  (Tt 2.13)

VERDADE PRÁTICA

A nossa esperança é algo vívido e real, não se baseia em utopia e nem em imaginação humana, mas em fatos revelados na Palavra de Deus e confirmados pela História.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – (Atos 1.6-11)

6 – Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?

7 – E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.

8 – Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

9 – E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.

10 – E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco,

11 – os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

OBJETIVO GERAL

Voltar os olhos para a Bendita Esperança.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Afirmar que breve Jesus virá;

Destacar a necessidade da vigilância;

Estimular a viver com fidelidade.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A expectativa dos pentecostais acerca da vinda de Jesus não é fator secundário, mas essencial. Não se trata de uma doutrina que pode ser negociada, mas que deve ser afirmada com muita seriedade. A convicção de que o nosso Senhor pode voltar a qualquer momento tem impacto em nossa prática de evangelização, de santidade e de fidelidade com o Senhor a respeito dos dons espirituais que Ele dispensou para nós.

A nossa maior expectativa se encontra na certeza de que um dia estaremos com o nosso Senhor no céu de glória. Essa bendita esperança é cantada em nossos hinários e pregada de maneira entusiasmada por aqueles que levam a sério o ministério do ensino e da pregação em nossa igreja.

INTRODUÇÃO

A expressão “bendita esperança” se refere à segunda vinda de Cristo, que é a esperança da igreja desde que Jesus retornou ao céu. Essa expectativa vem aumentando à medida que o tempo vai passando. A presente lição pretende esclarecer quão breve será esse evento para que cada um mantenha a vigilância e a fidelidade.

PONTO CENTRAL:

 A esperança da Igreja é vívida e real.

CONCLUSÃO

Viver com fidelidade é ser fiel e leal a Deus durante toda a vida (2 Tm 4.7,8). A fidelidade ao Senhor Jesus é uma das condições para herdar o Reino dos Céus. O Senhor Jesus falou reiteradas vezes sobre a sua vinda. Ao ascender ao céu, dois anjos reafirmaram essa promessa: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (v.11). A volta de Jesus para nos levar ao céu é a esperança da Igreja.

EBD | 1° Trimestre De 2021 | CPAD – Adultos

 – Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo | Lição 13 – Voltados os olhos para a Bendita Esperança

 


Escatologia

 — a Doutrina das Últimas Coisa

          Principais Eventos Escatológicos

 Em que ordem as últimas coisas devem acontecer? Apresentamos abaixo uma seqüência geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenhamos em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo.

  O Arrebatamento da Igreja. Nos ares; antes da Grande Tribulação (I Ts 4.16,17; I.IO).

  Esse rapto dos salvos desencadeará uma série de eventos.

  O Tribunal de Cristo. Ainda nos ares (Ap 22.12; I Pe 5.4).

  A Grande Tribulação. Na Terra, por sete anos (Dn 9.25-27); e as Bodas do Cordeiro, no Céu (Ap 19.1-9).

  A Vinda de Jesus à Terra. Em poder e glória, para a batalha do Armagedom (Zc 14.1-4; ]13 .2; A p 16 .13 -16 ; 17 .14 ). O Fim do Império do Antkristo (Ap 19.19-21).

  O Julgamento das Nações (J1 3.12-14; M t 25.31-46).

  O Milênio. Após a prisão de Satanás (Ap 20.1-6).

  A Revolta do Diabo e seu Julgamento. Após o Milênio, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele — em última instância — e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).

   O Juízo Final (Ap 20.11-I5).

   Novos Céus e Nova Terra (Ap 21— 22; 2 Pe 3.7).

       A Segunda Vinda de Cristo

  Qual o cristão fiel e sincero que não espera com ansiedade a Segunda Vinda? Quem ama a Palavra de Deus tem a certeza de que Cristo “aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (H b 9.28). Há inúmeras profecias sobre esse acontecimento nas Escrituras, inclusive no Antigo Testamento, conquanto, naquele tempo, os israelitas não entendessem que seria necessário o Messias vir ao mundo duas vezes.

  De acordo com o pastor Antonio Gilberto, “O povo de Israel conheceu apenas os rudimentos da revelação divina (H b 6.1); isto é, conheceu apenas a cartilha de Deus. Nós, a Igreja de Deus, conhecemos O Livro Completo; isto é, a revelação divina completa. Que desculpa temos diante de Deus, agora?”4 Hoje, podemos compreender verdades que nenhum dos profetas antigos conseguiu assimilar.

  Cristo, em sua primeira vinda, resgatou-nos do domínio do pecado (Rm 6.14), ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.25), fundou a sua Igreja (M t 16.18) e ascendeu ao Céu (At I.7 -I1 ). Sabemos — porque temos a Bíblia completa — que Ele voltará para arrebatar os salvos, nas nuvens (I Ts 4.16,17); e que, sete anos depois, virá à Terra para instaurar o Milênio (Ap 19.11,15; 20.1-6). Os israelitas não conseguiam vislumbrar, então, todo esse desdobramento.

  Ao lermos Isaías 61.1,2, temos a impressão de um único advento messiânico:

  O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque 0 Senhor nu ungiu, para pregar boas-novas aos mansos, enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; a apregoar 0 ano aceitável do Senhor e 0 dia da vingança do nosso Deus...

   No entanto, depois de ler essa passagem até ao ponto que menciona “o ano aceitável do Senhor”, Jesus fechou o livro e concluiu: “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.17-21). Por que Ele não continuou a leitura? Porque o dia da vingança refere-se à Segunda Vinda do Messias.

  Em Zacarias 9.9,10, este profeta também fala das duas fases da vinda do Messias como se fossem uma:

  Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que 0 teu Rei virá a ti justo e Salvador; pobre e montado em jumento sobre um asninho, filho de jumenta(v. 9). Έ destruirei os carros de Efrain e os cavalos de Jerusalém, e 0 arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às nações; e 0 seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde 0 rio até às extremidades da terra(v. 10).

  O versículo 9 cumpriu-se quando Jesus Cristo andou na Terra (M t 2 I .I - I I), mas o 10 faz parte do seu Segundo Advento.

  Por que João Batista — homem cheio do Espírito Santo desde o ventre m aterno (Lc I . I 5) e que testificara do Senhor Jesus com tanta convicção (Jo 1.19-31; 3.38) — mandou perguntar-lhe se Ele era verdadeiramente o Cristo (M t 11.1,2)? Para ele, o último representante dos profetas do Antigo Testamento (M t I I . 13), a vinda de Cristo à Terra era um único acontecimento. Daí a sua expectativa de que o Messias estabelecesse já naqueles dias o seu Reino.

  Portanto, a nossa compreensão hoje é bem mais abrangente do que a dos crentes do período veterotestamentário. È preciso distinguir os dois momentos da vida de Jesus: o Arrebatamento (nos ares), para a Noiva (2 Co II.2 ), e a Vinda em Glória (à Terra), com a Esposa (Ap 19.7).

   Sinais indicadores do Arrebatamento

  Muitos enganadores e muitos enganados.

  Ao ser questionado pelos seus discípulos sobre o que aconteceria antes da sua vinda e do fim do mundo (M t 24.3), Jesus respondeu: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (vv. 4,5). O vocábulo “muitos” merece atenção especial, uma vez que costumamos empregá-lo genericamente, para qualquer grupo de pessoas ou coisas. N a passagem em apreço, significa muitos, mesmo!

  A cada dia, fica mais difícil contestar ensinamentos falsos porque uma grande parte das pessoas já os aceita como verdadeiros. Esse duplo sinal — aumento de enganadores (Mc 13.22; 2 Pe 2.1,2) e proliferação de seguidores do erro, inclusive entre os crentes (“amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”, 2 Tm 4.3) — Indica que o Senhor Jesus virá em breve buscar a sua Igreja.

  Depois do Arrebatamento, entrarão em cena o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 13). Mas, nesses últimos dias, já há precursores desses líderes do mal: “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora”. João falou de muitos anticristos e muitos falsos profetas (I Jo 4.1); e Pedro, ao alertar sobre estes, disse: “E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2 Pe 2.2).'

  Em Mateus 24.11 está escrito: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” — “muitos e muitos”, outra vez. De fato, não serão poucos os enganadores nos dias que antecederão ao Arrebatamento. A cada dia, aumenta o número dos falsos profetas, verdadeiros lobos (At 20.29), que, com a sua aparência de piedade (2 Tm 3.5; I Rs 13.15-18) e dizendo que estão a serviço de Deus (Ap 2.2,20), se passam por ovelhas (M t 7.15) e enganam aos desavisados (E f 4.14).

  Guerras e rumores de guerras. As guerras e os constantes rumores de novos conflitos também apontam para o retorno de Cristo (M t 24.6,7). Temos presenciado em nossos dias o surgimento de revoluções (Lc 21.9, ARA), com motivações cada vez mais banais. Flá algum tempo, a publicação de caricaturas do profeta do Islã, em jornais europeus, foi o suficiente para promover uma onda de atentados contra embaixadas e consulados. No Irã, como resposta, a imprensa lançou uma competição de ofensas a judeus.6

  Israelenses (como os israelitas são chamados desde 1948) e palestinos continuam sendo o assunto principal das páginas internacionais dos jornais do mundo. No ano de lançamento da primeira edição desta obra, os Estados Unidos — nação aliada de Israel — continuam no Iraque, apesar de todos os protestos, sobretudo dos muçulmanos. O Irã parece não temer nada e afronta Israel, afirmando, através de seu líder, que o Holocausto é um mito. Tem-se a impressão de que todos os conflitos têm algum relacionamento com Israel.

  A perseguição aos judeus continuará até ao fim da Grande Tribulação, quando os exércitos do Anticristo, na tentativa de aniquilar os judeus, serão vencidos pelo Senhor Jesus Cristo (Ap 16.13-16; 19.11-21). A Palavra de Deus diz que “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24).

  E claro que, logo após o Arrebatamento, haverá uma trégua. O Anticristo firmará um pacto de três anos e meio com os judeus, propiciando ao mundo uma aparente paz mundial, que sumirá da Terra em pouco tempo. Vemos isso em Apocalipse 6.1-4: o cavalo branco — uma alusão à paz ilusória e temporária que começará na Terra, ainda antes do Arrebatamento (I Ts 5.3), e terá seu apogeu quando o Anticristo assumir o controle político do mundo — será seguido do cavalo vermelho, cujo cavaleiro terá a missão de tirar a paz do mundo. A tão esperada paz só será viável no Milênio (Ap 20.1-6).

  Fomes e epidemias. O aumento do contingente de miseráveis em todo o mundo é um smal claro de que Jesus em breve virá buscar o seu povo (M t 24.7). Calcula-se que, a cada ano, no mundo, morram cerca de vinte milhões de pessoas por causa da fome. No Brasil, estima-se que quase dez milhões de famílias estejam passando fome. As grandes vítimas são as crianças; a alimentação inadequada retarda seu desenvolvimento físico e mental, além de reduzir a sua resistência às doenças. E sabe-se que a destruição protéico-calórica é verificável em milhões de crianças latino-americanas.

  Jesus mencionou, ao lado da fome, as epidemias ou pestilências (Lc 21.11), enfermidades mortalmente infecciosas que continuarão fazendo vítimas, a despeito dos avanços da medicina. Quando surgiu a penicilina, ainda na primeira metade do século passado, pensava-se que as infecções seriam vencidas. No entanto, de lá para cá, novos vírus surgiram, sobrepujando a capacidade inventiva do homem. O mundo tem sido desafiado por epidemias novas ou pelo recrudescimento de antigas, como aids, malária, cólera, tuberculose, dengue, etc.

  Infelizmente, quando os cientistas, após anos de pesquisa em laboratório, descobrem uma vacina contra algum vírus, inúmeras pessoas já morreram por doenças novas. A ciência tem comemorado grandes vitórias no âmbito das pesquisas genéticas. Haja vista as recentes experiências com células-tronco, visando ao tratamento de doenças degenerativas, como o câncer. Mas nem esses significativos avanços impedirão que ocorram epidemias em vários lugares como sinal da iminente volta do Senhor Jesus.

  Terremotos e coisas espantosas. Outro sinal escatológico são os terremotos. Jesus vaticinou que eles ocorreriam em vários lugares (M t 24.7) e que seriam grandes (Lc 2 1.11). Quem estuda um pouco de geologia sabe que existem áreas de maior incidência sísmica. Contudo, nota-se que os abalos têm acontecido até mesmo em lugares distantes das regiões onde ocorrem os deslocamentos das placas tectônicas. Até no Brasil vem ocorrendo pequenos sismos, o que, há algum tempo, estava fora de cogitação.

  Em Lucas 21.25, Jesus disse: “E haverá... angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas”. Essa passagem alude ao fim Grande Tribulação, quando Jesus aparecerá com poder e grande glória (v.27). Nesse caso, o terremoto no fundo do mar, ocorrido em 26 de dezembro de 2004, na Indonésia, foi mais do que um sinal da Segunda Vinda. Sem dúvidas, aquele tsunami foi uma amostra do que acontecerá na Terra quando Deus julgar a Besta e seus adoradores (Ap 6.12; 8.5; I I . 13.19; 16.18 :.

  Juntamente com terremotos, fomes e pestilências, Jesus vaticinou que haverá, nesses últimos dias, coisas espantosas (Lc 21.11(. O Senhor, aqui, parece ter usado o mesmo recurso empregado em relação às obras da carne. Como a lista era longa, o apóstolo Paulo abreviou-a, dizendo: “e coisas semelhantes a estas” (G1 5.21). Ao mencionar coisas espantosas sem especificá-las, Jesus pode ter feito uma referência a quedas de meteoros, furacões, tufões, tornados, erupções vulcânicas e acontecimentos terríveis semelhantes a estes.

  Perseguições. Muitos crentes não se conformam em ser rejeitados pelo mundo; querem ser bem tratados. E claro que, como cidadãos, temos direitos e deveres. E devemos, sim, reivindicar aquilo que a lei nos garante. Não obstante, Jesus disse: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome” (M t 24.9).

  O Senhor deixou claro que o ódio contra os seus servos se daria por causa do seu nome. Em outras palavras, os crentes perseguidos não são os que estão acomodados, buscando prosperidade material. Tal acossamento está relacionado aos crentes praticantes, que vivem e pregam o evangelho, e não com os nominais (Mc 13.10,11). Não podemos ignorar o que está escrito em Mateus 5.11,12: “bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus. Porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”.

  Não é normal sermos bem tratados neste mundo, a menos que nos conformemos com ele (Rm 12.1,2), abraçando o pensamento ecumênico.8

  Essa perseguição pode ocorrer também entre os familiares: “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós” (Lc 21.16). Quando alguém se converte de verdade, as potestades do mal se enfurecem. O Inimigo sabe que um crente de vida ativa é uma ameaça para o domínio das trevas e se vale de todos os meios para tentar levá-lo ao fracasso. Por isso, muitos não estão dispostos a ter uma vida cristã atuante (cf. M t 10.32-39).

  Escândalo, traição e ódio. Jesus disse: “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros” (M t 24.10, ARA). A expressão “nesse tem po” foi empregada depois de Ele ter mencionado falsos cristos, guerras e rumores de guerras, fomes, pestes, terremotos e perseguições (vv.5-9). Isso mostra que muitos — “muitos”, outra vez! — , nesses últimos tempos, mesmo diante de tão claros sinais da parte do Senhor, continuarão seguindo ao engano.

   A palavra “escândalo” significa “fato ou acontecimento que contraria e ofende sentimentos, crenças ou convenções morais, sociais ou religiosas estabelecidas; indignação, perplexidade ou sentimento de revolta provocados por ato que viola convenções morais e regras de decoro”.9

  Mas, ao lado do escândalo, está a traição generalizada: “trair-se-ão uns aos outros”. Isso denota que a traição se torna, a cada dia, um sentimento presente no casamento, na sociedade, entre os que se dizem amigos, etc. O pensamento de que é preciso “puxar o tapete” de alguém visando projeção e crescimento costuma ser comum nas empresas. A Palavra de Deus diz: “os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2 T m 3.13), enfatizando que o sinal em apreço continuará se intensificando até ao Arrebatamento.

  Jesus também falou de ódio generalizado: “uns aos outros se aborrecerão”. E o sentido de odiar ou aborrecer aqui é alimentar sentimentos maldosos e injustificáveis para com o próximo. Faz-se necessário observar a advertência da Palavra de Deus, em I João 3.15, a fim de que tal sentimento não encontre lugar em nós: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna”.

  Iniqüidade e esfriamento do amor. Em Mateus 24.12, Jesus mencionou mais dois alarmantes sinais, um decorrente do outro: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará”. E o que assusta, neste duplo sinal, é mais uma vez a palavra “muitos”, cujo significado é “quase todos”.10 N ão foi por acaso que Jesus ensinou: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (M t 7.13). A cada dia, a aceitação da verdade da Palavra de Deus torna-se mais difícil. Doutrinas que outrora, ao serem ensinadas, geravam temor, têm levado muitos crentes a fazerem questionamentos.

   Vemos que os mensageiros conservadores — mas conservadores do ponto de vista bíblico (2 Tm 1.13,14) — são vistos por muitos como extremistas, descontextualizados ou politicamente incorretos. Isso, com certeza, é reflexo do dúplice sinal em questão. O amor ao mundo faz-nos perder o amor a Deus (Tg 4.4; I Jo 2.15-17). E muitos líderes, à semelhança de Demas (2 T m 4.10), perderão a visão espiritual, nesses últimos dias.

  Os cultos, que deveriam ter como objetivos o louvor a Deus e a exposição da Palavra (I Co 14.27), se transformarão — como já vem ocorrendo — em programas de auditório, shows, com muito entretenimento e pouco ou nenhum quebrantamento de espírito na presença do Senhor. Esse sinal indica que, nos últimos dias, o mundo se tomará tão religioso, e a igreja — quer dizer, uma boa parte dela — tão mundana, que não se saberá onde começa um e termina o outro.

   Sabendo que tudo isso aconteceria, Jesus alertou: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar...” (Lc 21.36, ARA) E, como escapar? O caminho é dar ouvidos à Palavra de Deus e se arrepender, a fim de que o nosso amor não se esfrie (Ap 2.4,5).

  Dias de Noé. Outro sinal da vinda de Jesus é a similaridade dos últimos dias com os de Noé, caracterizados por, pelo menos, três coisas: materialismo, indiferença e violência. Não é o que vemos hoje, em grande escala? Os homens estão cada vez mais materialistas. Como vivem fazendo planos para aumentar o seu patrimônio (Lc 12.16-20), não conseguem pensar nas “coisas de cima” (Cl 3.1,2), relativas ao Reino de Deus (Lc 12.31). A Palavra do Senhor assevera que devemos nos guardar da idolátnca avareza (E f 5.5; I Tm 6.10).

  O materialismo torna as pessoas indiferentes ao Criador. Os antediluvianos só pensavam em seu bem-estar; sentiam-se seguros. E é assim que muitos, em nossos dias, estão se comportando. Mas a indiferença e a aparente segurança nada representaram diante do juízo divino: “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem ” (Mt 24.38,39).

  Além de indiferentes e materialistas, os antediluvianos eram violentos (Gn 6 .I I- I3 ) . O mundo nunca esteve tão cheio de violência como hoje! Países europeus que se gabavam de sua “superioridade” em relação aos países subdesenvolvidos em matéria de segurança e respeito ao ser humano enfrentam agora grandes dificuldades. Nos Estados Unidos, crimes bárbaros têm sido cometidos por jovens de famílias aparentemente bem estruturadas.

  A violência, no Brasil, está banalizada; os aparecimentos de baleias encalhadas em praias do Rio de Janeiro ou de um pingüins trazidos pelas ondas do mar chamam mais atenção que assassinatos. O que é isso? Como diz a Palavra de Deus: “Perto está o Senhor” (Fp 4.5).11

   Dias de Ló. Antigamente, o comportamento libertino era uma exceção; a cada dia, torna-se uma regra. Muitas mulheres, em busca da “libertação”, resolveram se entregar aos seus próprios desejos carnais (Rm 1.26). Relacionam-se com pessoas que estão vendo pela primeira vez! Os homens, além dos pecados morais tidos como comuns, “se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (v.27).

  Esse deprimente quadro se constitui em mais um sinal indicador do Arrebatamento, pois Jesus disse: “Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos” (Lc 17.28,29). As pessoas, naquele tempo, além de materialistas e indiferentes, eram imorais e amantes do prazer ilícito, antinatural (Gn 19.1-9). E, por isso, Deus destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra (vv.24,25).

  Falta de fé. Em Lucas 18.8 está escrito: “Quando, porém, vier o Filho do Fiomem, porventura, achará fé na terra?” Alguém poderá concluir: “Bem, a julgar pelo grande movimento da fé de nossos dias, o Arrebatamento ainda demorará a acontecer”. Entretanto, a fé da qual falou o Senhor não é aquela usada em benefício próprio. Antes, implica confiança, fidedignidade, fidelidade e lealdade, nesses tempos que antecedem o Arrebatamento.12

  Nos últimos dias, haverá muitos falsos mestres (2 T m 4.3), e inúmeras pessoas se desviarão da fé genuína, cujo objetivo não se restringe ao recebimento de bênçãos para esta vida. Ter fé implica possuir fidelidade e confiança inabaláveis em Deus, haja o que houver (H b I I.I; Fp 4.10-13). Esta virtude faz-nos ter a certeza de que pertencemos ao Senhor, ainda que venhamos a sofrer e a morrer (Rm 8.38,39; At 14.22).

  Ananias, Misael e Azarias demonstraram ter essa confiança ante a ameaça de Nabucodonosor: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (D n 3.17,18). Eles estavam convictos de que Deus poderia livrá-los, e ao mesmo tempo preparados para morrer, se fosse necessário; porém jamais, em hipótese alguma, adorariam falsos deuses, mesmo que Deus não os livrasse da morte.

  Infelizmente, no tempo do fim, proliferará a falsa fé, egocêntrica — a fé na fé. Muitos agirão como se Deus tivesse de responder “sim” a todos os seus pedidos. A Palavra de Deus ensina-nos a ter uma confiança inabalável (M q 7.1-7; Jó 42.2), para que, até à nossa reunião com Ele, não nos movamos facilmente de nosso entendimento, combatendo o bom combate até ao fim (2T s 2.1,2; 2 T m 4.7,8). E este tipo de fé será uma raridade quando o Senhor voltar.

  Grandes sinais do céu. Jesus profetizou que haveria grandes sinais do céu, isto é, provenientes do céu (Lc 21. II). Não se trata de eclipses ou passagens de cometas (conquanto esses sejam eventos raros), mas de “grandes sinais”. Alguns teólogos encontram nessa passagem respostas para fenômenos que transcendem à compreensão da ciência, como o aparecimento no espaço de objetos voadores não-identificados.

  Muitos dos supostos discos voadores não passam de aviões, balões meteorológicos de grande altitude, planetas; fenômenos estratosféricos causados por inversões de temperatura, etc. H á sim alguns objetos voadores para os quais a ciência não tem explicação. Talvez sejam parte dos “sinais do céu” preditos por Jesus, em Lucas 21.I I . Mas não devemos especular sobre coisas incertas, tampouco nos atemorizarmos por causa delas (Jr 10.2).

  Multiplicação da ciência. Em Daniel 12.4, o termo “muitos”, referente a sinais precursores da vmda de Jesus, ocorre de novo: “muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”. Há, nessa última hora, uma corrida desesperada em busca de respostas cientificas. Não obstante, mesmo com toda a evolução da ciência e da tecnologia, só a Palavra de Deus tem a resposta para as principais indagações da humanidade (I Co 2.14,15; I Tm 6.20).

  Na tentativa de encontrar respostas para os mistérios que só podem ser desvendados pelo estudo das Escrituras, mediante a revelação do Espírito, os homens têm investido quantias exorbitantes! E até hoje os pesquisadores não conseguiram responder cientificamente a perguntas como: “Quem somos:”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?” Não chegam às respostas, porém fazem descobertas impressionantes, que comprovam a veracidade da profecia de Daniel.

  O governo norte-americano investe milhões de dólares em pesquisas espaciais. Com quais propósitos? Entender a complexidade do Universo e tentar descobrir a existência de seres mais evoluídos em outros planetas. Não tem havido êxito concreto nessa busca exobiológica,13 mas os investimentos “astronômicos” têm contribuído sobremaneira para o desenvolvimento da tecnologia14, beneficiando, assim, o único planeta habitado, a Terra.13

  Nesses dias que antecedem ao Arrebatamento, os homens continuarão correndo de um lado para o outro, em busca de novas descobertas, e a ciência continuará a se multiplicar, para espanto de muitos. Não devemos ficar preocupados com avanços e descobertas nos campos da astronomia, da paleontologia, da biologia — como a clonagem, as pesquisas com células-tronco, etc. Tudo isso é um claro sinal de que perto está o Senhor.

  Apostasia. A apostasia também está associada aos últimos dias (2 Ts 2.3; I Tm 4.1). E, da forma como é mencionada, só pode ocorrer entre os crentes em Jesus, pois as pessoas do mundo não têm de que apostatar. Este verbo denota abandono consciente da verdade, para seguir à mentira.

  A Palavra de Deus, em 2 Timóteo 4.3,4, de modo profético, mostra como esse pecado ocorre nesse tempo do fim: Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade; voltando às fábulas.

      Não podemos confundir apostasia com desvios doutrinários ou comportamentais isolados, pois o apóstata dá as costas convicta e conscientemente à fé e à verdade de Deus. Depois de resgatado do poder do pecado, o apóstata nega o Redentor, trazendo sobre si mesmo repentina perdição (2 Pe 2.1). Ele deixa-se envolver de novo pelas corrupções do mundo, permitindo que seu último estado se torne pior que o primeiro (v.20).

  O apóstolo Pedro assim resume o estado de quem apóstata: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo, sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama” (2 Pe 2.21,22). Portanto, o pecado do apóstata é maior que do incrédulo. O que ele outrora praticava, nos tempos da ignorância (At 17.30), por andar segundo o curso deste mundo (E f 2.2), agora fá-lo conscientemente.

  Escarnecedores. Sempre houve escarnecedores (Sl I.I; Is 28.14; Sf 2.8), inclusive no tempo em que Jesus andou na Terra (M t 20.19; 27.29,41). Mas a proliferação deles é um claro sinal da iminência do Arrebatamento: “nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pe 3.3,4).

  Em Judas w. 18,19 são mencionadas três características desses escarnecedores:

  1) Andam segundo as suas ímpias concupiscências.

 2) Causam divisões.

 3) Não têm o Espírito Santo.

   A Palavra de Senhor afirma que “nos últimos dias” haveria homens biasfemos (2T m 3.1,2). E blasfemar significa adotar uma linguagem difamatória, zombeteira, escarnecedora e maligna acerca da Majestade Divina. Como Deus não se deixa escarnecer (G1 6.7), julgará com eqüidade os que “pisam ” o Filho de Deus e têm por profano o sangue do testamento, fazendo agravo ao Espírito da graça (H b 10.29; M t 12.31,32).

   Tempos perigosos (2 T m 3.1, gr.). Os dias que antecedem a Segunda Vinda são realmente trabalhosos, difíceis, perigosos; o espírito do Anticristo já está no mundo (I Jo 4.3). N a Palavra de Deus, em 2Tim óteo 3.1-5, ARA, há uma longa lista com dezoito características anticristãs dos homens maus desses últimos tempos, as quais apresentamos abaixo, em três grupos de seis.

  Primeiro grupo — os que desprezam a Deus e a família:

1) Blasfemadores; zombam de Deus, de sua Palavra, da obra expiatória de Cristo e de tudo o que é sagrado.

2) Irreverentes; profanos; sem respeito pelas coisas sagradas.

3) Sem domínio de si; incontinentes, desequilibrados; insaciáveis quanto ao

4) Atrevidos; obstinados; insistem em pecar, mesmo depois de serem advertidos.

5) Mais amigos dos prazeres que amigos de Deus; dizem-se amigos de Deus, mas é só “aparência de piedade”; são, na verdade, inimigos do Senhor

(Tg 4.4). P P

6) Desobedientes aos pais; desonram e amaldiçoam pai e mãe (E f 6.1-3;

Pv 20.20).

Segundo grupo — os que amam a si mesmos:

1) Egoístas; idolatram-se; só pensam em seus próprios interesses.

2) Avarentos; fazem o que for preciso para ter dinheiro; também são idólatras (E f 5.5).

3) Jactanciosos; presunçosos, orgulhosos; gostam de se vangloriar.

4) Arrogantes; pensam que não precisam de ninguém.

5) Enfatuados; cheios de si; egocêntricos.

6) Ingratos; incapazes de dizer um simples “obrigado”.

Terceiro grupo — os que odeiam o próximo:

1) Cruéis; matam, seqüestram, estupram, torturam, roubam, por puro prazer.

2) Inimigos do bem; pessoas sem amor para com os bons; não conseguem amar nem aqueles que só lhes fazem o bem.

3) Traidores; fingem-se de amigos, contudo agem como uma serpente ou um cão que se volta contra o dono.

4) Desafeiçoados; sem afeto natural; não têm sequer aquela afeição inata, que todo ser humano deveria possuir, naturalmente.

5) Implacáveis; irreconciliáveis; incapazes de perdoar; sedentos por vingança.

6) Caluniadores; inventam males para prejudicar o próximo.

   O povo de Israel. A existência do povo israelita é um grande sinal indicador da Segunda Vinda de Cristo. Séculos vêm e vão, povos florescem, alcançam seu apogeu, envelhecem e desaparecem. Mas Israel, ao longo desses quase seis mil anos, não foi atingido pela lei da mortalidade e desaparecimento dos povos.

  A partir do ano 70, quando Jerusalém foi destruída pelos romanos, os judeus ficaram privados de seu território, vindo a sofrer terríveis perseguições. Na Idade Média, foram queimados aos milhares em praça pública pela Igreja Romana, sob o domínio do inquisidor Torquemada. E, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), mais de seis milhões foram brutalmente assassinados.

  Depois de ter sido espalhado entre as nações, por desobediência (D t 4.23-28,63,64; Lc 21.24), Israel foi estabelecido como Estado, em 14 de maio de 1948. O mesmo Deus que dispensou os israelitas havia feito uma promessa de ajuntá-los em sua terra (D t 4.30; 30.1-6; Ez 11.17-36; 37.21); e isso vem se cumprindo desde o fim da primeira metade do século XX.

  Apenas 24 horas após a proclamação do Estado de Israel, os exércitos de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, dando início à Guerra da Independência. Recém-formadas e pobremente equipadas, as Forças de Defesa de Israel (FDI) conquistaram uma expressiva vitória depois de quinze meses de combate.

  Terminada essa primeira guerra, os israelenses concentraram seus esforços na construção do Estado. David Ben Gurion foi eleito primeiro-ministro, e Chaim Weizmann, presidente. Ainda em 1949, Israel se tornou membro das Nações Unidas, aumentando a fúria de seus inimigos, que não reconheciam o Estado de Israel.

  Em 1956, sofrendo ameaças de Egito, Síria e Jordânia, Israel tomou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai. Neste mesmo ano, de comum acordo com a ONU, Israel começou a devolver as terras conquistadas. Esta atitude lhe proporcionou algumas vantagens, como: a liberdade para navegar no Golfo de Eilat e a permissão para importar petróleo do Golfo Pérsico.

  Quando a paz parecia consolidada, irrompeu, em 1967, a Guerra dos Seis Dias. O Egito novamente, deslocando um grande número de tropas para o deserto do Sinai, ordenou que as forças de manutenção de paz da ONU se retirassem da área. Entretanto, mesmo com a ajuda militar de Jordânia e Síria, os egípcios sofreram outra humilhante derrota.

  Invocando o seu direito de defesa, Israel desencadeou um ataque preventivo contra o Egito, no sul, seguido por um contra-ataque à Jordânia, no leste. Ex­pulsou, ainda, as forças sírias entrincheiradas no PJanaJto de GoJan, ao norte. E, em apenas 6 dias, Israel conquistou a Judéia, a Samaria, Gaza, a Península do Sinai e o Planalto de Golan. Em 1973, depois de anos de relativa calma, ocorreu a Guerra de Yom K1- pur (Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico' . Egito e Síria atacaram Israel, dessa vez de surpresa. O exército egípcio atravessou o Canal de Suez, e as tropas sírias invadiram o Planalto de Golan.

  Em três semanas, Israel repeliu os ataques de forma milagrosa. Havia, nas Colinas de Golan, 180 tanques israelenses para enfrentar 1.400 tanques sírios! No Canal de Suez, havia quinhentos israelenses para enfrentar 80.000 egípcios! Mesmo assim, em dois dias, Israel mobilizou seus reservistas e conseguiu fazer retroceder seus adversários, penetrando no território inimigo. Não fosse a intervenção da ONU, o Egito teria uma derrota arrasadora.

  Depois dessa guerra, a economia israelense cresceu expressivamente. Os investimentos estrangeiros aumentaram, e, em 1975, Israel se tornou membro associado do Mercado Comum Europeu. Ademais, o turismo se tornou uma das principais fontes de renda do país.

  Hoje, há ainda uma permanente ameaça: os palestinos (povos árabes que formavam a população nativa da Palestina antes de 1948). Estes, depois de serem expulsos da Jordânia, em 1970, perpetraram repetidas ações terroristas contra as cidades e colônias agrícolas israelenses, causando danos físicos e materiais. Atualmente, Israel e ANP (Autoridade Nacional Palestina) vêm tentando um acordo de paz.

  A verdade é que Deus no princípio estendeu sua mão providente e protetora sobre o povo de Israel. Ao chamar Abraão, pai do povo israelita, Deus lhe disse: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).

  Mas Israel não foi fiel ao Senhor e trouxe sobre si duras conseqüências (Rm II). Neste capítulo, a Palavra de Deus afirma que “o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (v.25). O tempo da plenitude gentílica está chegando. A figueira (Israel) começou a florescer, e este é um dos principais sinais da Segunda Vinda de Cristo: “Olhai para a figueira (...) Quando já têm rebentado, vós sabeis (...) que perto está o verão” (Lc 21.29,30).16

   Diante de tantos sinais escatológicos, reflitamos acerca do que Jesus disse, em Mateus 24.33-35:

  ... quando virdes estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

                   Teologia Sistemática Pentecostal

 


     NASB (REVISADA) TEXTO 1:6-11

 6 Então quando eles se reuniram, eles estavam perguntando a Ele, dizendo “Senhor, será neste tempo que restaurarás o reino a Israel?” 7 Ele lhes disse: “Não é para vocês conhecerem o tempo ou as épocas que o Pai estabeleceu por Sua própria autoridade; 8 mas vocês receberão poder quando o Espírito Santo vier sobre vocês; e vocês serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém, e em toda a Judéia e Samaria, e até as partes mais remotas da terra”. 9 E depois que havia dito essas coisas, ele foi elevado enquanto eles ficaram olhando, e uma nuvem o recebeu diante de seus olhos. 10 E enquanto eles estavam olhando fixamente para o céu, eis que, dois homens vestidos de branco se colocaram no meio deles. 11 Eles disseram então, “Homens da Galiléia, por que estão parados olhando para os céus? Este Jesus, que foi tomado de vocês para os céus, voltará da mesma maneira em que vocês o viram ir para os céus.”

 1:6 “Eles estavam perguntando a Ele” Este TEMPO IMPERFEITO significa uma ação repetida no tempo passado ou a iniciação de um ato. Aparentemente esses discípulos tinham perguntado muitas vezes.

 · “Senhor” O termo Grego “Senhor”(Kurios) pode ser usado em sentido geral ou em sentido desenvolvido teologicamente. Pode significar “senhor”, “mestre”, “proprietário”, “marido” ou o “Deus-homem pleno” cf. Jo 9:36 e 38). O uso no VT (adon, no Hebraico) desse termo veio da relutância dos Judeus em pronunciar o nome do concerto para Deus, YHWH, que estava numa forma CAUSATIVA do verbo Hebraico “ser” (cf. Ex. 3:14). Eles temiam quebrar o mandamento que dizia “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (cf. êxodo 20:7; Deut 5:11). Portanto, eles pensavam que se não pronunciassem esse nome, eles não o tomariam em vão. Então, eles o substituíram a palavra hebraica adon, que tinha um significado similar pela palavra Grega kurios (Senhor). Os autores do NT usavam este termo para descrever a plena deidade de Cristo. A frase “Jesus é Senhor”era a pública confissão de fé e fórmula batismal da igreja primitiva (cf. Rm. 10:9-13; I Cor 12:3; Fil. 2:11).

 · “ é neste tempo que restaurarás o reino a Israel” Eles ainda tinham uma perspectiva totalmente Judaica do nacionalismo (cf. Salmo 14:7; Jer. 33:7, Os. 6:11; Lucas 19:11; 24:21). Eles possivelmente estavam perguntando sobre suas posições administrativas. Esta questão teológica ainda causa muita controvérsia. Quero incluir aqui uma parte do meu comentário sobre o Apocalipse, que discute esse assunto.

  “Os profetas do VT predisseram a restauração do reino Judaico na Palestina centrado em Jerusalém onde todas as nações da terra se reuniriam para adorar e servir a governante Davídico, mas os Apóstolos do NT nunca focaram essa agenda. O VT não era inspirado (cf. Mt 5:17-19)? Os autores do NT teriam omitido eventos cruciais do fim dos tempos? Existem muitas fontes de informação sobre o fim do mundo:

  1. Profetas do VT;

  2. Escritores apocalípticos do VT (cf. Ez 37-39; Daniel 7-12);

  3. Escritores apocalípticos Judeus não canônicos do período intertestamental (como I Enoque);

  4. O próprio Jesus (cf. Mt. 24; Mc 13; Lucas 21);

  5. Os escritos de Paulo (cf. I Cor 15; II Cor. 5; I Tess. 4, II Tess. 2);

  6. Os escritos de João (o livro de Apocalipse). Todas essas coisas claramente ensinam uma agenda do fim dos tempos (eventos, cronologia, pessoas)? Se não, por quê? Não são todas inspiradas (exceto os escritos Judeus do período intertestamental)?

  O Espírito revelava verdades aos escritores do VT em termos e categorias que eles podiam entender. Contudo, através da revelação progressiva o Espírito expandiu esses conceitos escatológicos do VT para um escopo universal (cf. Ef. 2:11-3:13). Aqui estão alguns exemplos relevantes:

  1. A cidade de Jerusalém é usada como uma metáfora do povo de Deus (Sião) e é projetada no NT como um termo que expressa a aceitação de Deus para todos aqueles que se arrependerem e crerem (a nova Jerusalém de Apocalipse 20-22). A expansão teológica de uma cidade física, literalmente, para o povo de Deus é fundamentada na promessa de Deus de redimir a humanidade caída em Gn. 3:15, antes ainda que existisse nenhum judeu ou nenhuma cidade como capital Judaica. Até mesmo o chamado de Abraão (cf. Gn. 12:3) envolveu os Gentios.

  2. No VT os inimigos são as nações vizinhas do antigo Oriente Próximo, mas no NT eles se expandiram para todos os anti-cristãos, anti-Deus, pessoas inspiradas satanicamente. A batalha deixou de ser geográfica ou um conflito regional para ser um conflito cósmico.

  3. A promessa de uma terra que é tão literal no VT (a promessa Patriarcal) agora se tornou toda a Terra. A nova Jerusalém se torna a terra recriada, não apenas o Oriente próximo ou exclusivamente (cf. Apocalipse 20-22).

  4. Alguns outros exemplos dos conceitos proféticos do VT sendo expandidos são (1) a semente de Abraão é agora espiritualmente circuncidada (cf. Rm. 2:28-29); (2) o povo do acordo agora inclui os Gentios (cf. Os. 1:9; 2:23; Rm 9:24-26; também Lev. 26:12; Ex. 29:45; II Cor6:16-18 e Ex. 19:5; Deut. 14:2; Tito 2:14); (3) o templo é agora a igreja local (cf. I Cor 6:19); e (4) até mesmo Israel e todas as frases descritivas características se referem a todo o povo de Deus (cf. Gal. 6:16; I Pe 2:5 e 9-10; Ap. 1:6).

  O modelo profético estava cumprido, expandido, e agora ainda mais inclusivo. Jesus e os escritores apostólicos não apresentam o fim dos tempos da mesma forma que os escritores do VT (cf. Martin Wyngaarden em The future of the Kingdom in Profecy and Fulfillment). Intérpretes modernos que tentam fazer do VT o modelo literal e normativo convertem o Apocalipse em um livro muito Judeus e forçam o significado para uma atomização com frases ambíguas de Jesus e Paulo. Os escritores do NT não negam os profetas do VT, mas mostram sua implicação universal última.

  1.7

NASB “Não é para que vocês saibam os tempos ou as épocas, que o Pai estabeleceu por sua própria autoridade”

NKJV “Não é para vocês saberem os tempos ou as estações”

NRSV “Não é para voc6es saberem os tempos ou os períodos”

TEV “Os tempos e as ocasiões”

BJ “Não é para vocês saberem os tempos ou datas”

  O termo “tempos”(chronos) significa “eras” ou “idades”(isto é, a passagem do tempo), enquanto o termo “épocas” (kairos) significa um “tempo específico de evento ou estações” (cf. Tito 1:2-3. Louw e Nida, em seu livro Léxico Grego-Inglês, dizem que eles são sinônimos simplesmente denotando duração do tempo (cf. I Tess. 5:1) É óbvio que os crentes não devem ficar tentando adivinhar datas específicas; mesmo Jesus não sabia o tempo do Seu retorno (cf. Mt 24:36; Mc 13:32). Os crentes podem saber as estações gerais, mas devem permanecer prontos e ativos para o maior evento de todos os tempos (cf. Mt 24:32-33). A dupla ênfase do NT sobre a Segunda Vinda são para estar ativo e pronto. O resto é com Deus.

 “mas vocês receberão o poder” Tome nota de que a vinda do Espírito Santo é relacionada a poder e testemunho. Atos é sobre “testemunho” (i.e. martus). Este tema domina o livro (cf. 1:8 e 22; 2:32; 3:15; 5:32; 10:39 e 41; 13:31; 22:15 e 20; 26:16). À igreja foi dada um compromisso – testemunhar do evangelho de Cristo! Os Apóstolos foram testemunhas da vida e dos ensinos de Jesus, agora eles são testemunhas sobre sua vida e ensinos. Um testemunho eficaz somente acontece por meio do poder do Espírito.

  · “Jerusalém... Judéia... Samaria... as partes remotas da terra” Este é o esboço geográfico de Atos. Jerusalém, capítulos 1-7; Judéia e Samaria, capítulos 8-12; fins da terra (i.e Roma), capítulos 13-28. Este esboço pode denotar a estrutura literária e o propósito do autor. O Cristianismo não é uma seita do Judaísmo, mas um movimento que se estende por todo o mundo, do único Deus verdadeiro, cumprindo Suas promessas do VT de restaurar a humanidade rebelde para a comunhão consigo mesmo (cf. Gn 12:3; Ex. 19:5; Is. 2:2-4; 5:6-7; Lucas 19:46).

  Os primeiros líderes Judeus, conhecendo a Septuaginta as muitas promessas proféticas de YHWH restaurando Jerusalém, exaltando Jerusalém, trazendo o mundo a Jerusalém, esperavam que elas fossem literalmente cumpridas. Eles permaneceram em Jerusalém (cf. 8:1). Mas o evangelho revolucionou e estendeu os conceitos do VT. O mandato por todo o mundo (cf. Mt 28:18-20; Atos 1:8) falou aos crentes para que fossem por todo o mundo, não esperassem que o mundo fosse até eles. A Jerusalém do NT é uma metáfora dos céus (cf. Ap. 21:2), não uma cidade na Palestina.

  · “uma nuvem” Nuvens eram um significativo sinal escatológico. Nuvens foram usadas em três maneiras distintas no VT: (1) para mostrar a presença física de Deus, a Shekinah nuvem de Glória (cf. Ex. 13:21; 16:10; Num. 11:250; (2) para cobrir sua santidade de modo que o homem não visse Deus e morresse (cf. Ex. 33:20; Salmo 18:9; Is. 6:5); e (3) para transportar a Divindade (cf. Salmo 104:3; Is. 19:1). Em Daniel 7:13 nuvens foram usadas para transportar o Messias Divino. A profecia em Daniel é mencionada mais de 30 vezes no NT. Esta mesma conexão entre o Messias com as nuvens do céu pode ser vista em Mt 26:64; Mc 13:26; 14:62; Atos 1:9 e 11 e I Tess. 4:17.

  · “eles estavam olhando intensamente” Este é um IMPERFEITO PERIFRASTICO. Eles continuavam olhando para verem Jesus tanto quanto fosse possível. Mesmo depois dele já não estar mais ao alcance da visão, eles continuavam olhando. Esse termo é característico nos escritos de Lucas (cf. Lucas 4:20; 22:56; Atos 1:10; 3:4 e 12; 6:15; 7:55; 10:4; 11:6; 13:9; 14:9 23:1 e somente é encontrado fora de Lucas e Atos em II Cor. 3). Isto implica em “olhar atentamente”, “permanecer fixo em” ou “fixar os olhos sobre alguém”.

  · “para os céus” Os antigos acreditavam que o céu era lá em cima, mas em nossos dias, isso é relativo. Em Lucas 24:31, Jesus desapareceu. Esse pode ser um modelo melhor para a nossa cultura. O céu não é lá em cima ou lá fora, mas possivelmente uma outra dimensão de tempo e espaço. Céu não é uma direção, mas uma pessoa!

  · “dois homens vestidos de branco” O NT geralmente identifica anjos por suas roupas brancas e brilhantes, (cf. Lucas 24:4; João 20:12). Anjos apareceram em seu nascimento, sua tentação no Gestsêmane, no sepulcro e estavam lá em sua ascensão.

  1:11 “Homens da Galiléia” Diversas vezes em Atos, Lucas recorda a origem galiléia dos discípulos. Todos os Doze, exceto Judas Iscariotes, eram da Galiléia. Esta região era olhada com menosprezo pelos residentes da Judéia por que lá havia uma larga parcela da população que era Gentia que não era “kosher” (i.e. estritos na observância da lei judaica) em sua observância da Tradição Oral (Talmude).

  · “Jesus... virá” Alguns teólogos tentam fazer distinção entre Jesus e o Cristo. Estes anjos afirmam que o Jesus a quem eles viram ir, eles sabiam que iria retornar. O Cristo glorificado que ascendeu ainda é o Jesus de Nazaré. Ele permanece o Deus/homem.

  Jesus virá outra vez assim como partiu, sobre as nuvens do céu (cf. Mt 10:23; 16:27; 24: 3,27, 37 e 39; 26:24; Mc 8:38-39; 13:26; Lucas 21:27; Jo 21:22; I Cor. 15:23; I Tess. 1:10 e 4:16; II Tess. 1:7 e 10; 2:1 e 8; Tiago 5:7-8; II Pe 1:16; 3:4 e 12; I Jo 2:28; Ap. 1:7). A Segunda Vinda de Jesus é um tema recorrente do NT. Uma das razões para que os evangelhos levassem tanto tempo para serem colocados na forma escrita era que a igreja primitiva tinha uma expectativa muito grande de que Cristo retornasse em breve. Esse surpreendente atraso, a morte dos apóstolos, o surgimento de heresias, tudo isto fez com que finalmente a igreja registrasse a vida e os ensinos de Jesus na forma escrita.

                                Lucas o Historiador: Atos

 


             Novo comentário bíblico - atos

   Seja como for, havia algo bem apropriado em o dom do Pai ser concedido naquele mesmo lugar onde, bem pouco tempo atrás, um povo rebelde e desobediente havia sentenciado Jesus à pena de morte (cp. 7:51; Neemias 9:26). E aqui, evidentemente, um maior número de pessoas haveria de receber o testemunho inicial dos apóstolos a respeito de Cristo.

1:5 /

 Jesus lhes havia prometido o poder para testemunhar tão logo fossem batizados com o Espírito Santo (cp. v. 8). Esta expressão também havia sido usada por João Batista (veja Mateus 3:11, etc), e deriva do batismo com água. Sendo metáfora do dom do Espírito, essa expressão nãocomunica tudo que o dom representa e contém, mas infunde a consciência exigida para uma experiência arrebatadora. A promessa haveria de ser cumprida não muito depois destes dias (veja disc. sobre 2:4; cp. 2:17;11:15).

1:6 /

 Lucas considerou tão importante o ensino desses poucos dias anteriores à ascensão, que nos deixou três relatos diferentes a seu respeito: um no evangelho (Lucas 24:44-49), outro no prefácio de Atos, e um terceiro nos versículos 6 a 8 desta seção. Embora o texto possa basear-se na memória de uma ocasião particular, talvez o último encontro de Jesus com seus discípulos seja considerado típico das instruções que o Senhor lhes deu durante todo o período pós-ressurreição. Os demais versículos desta seção(9-11) relatam o acontecimento que encerrou esse período. Constituem o relato mais completo, talvez o único em todo o Novo Testamento, sobre a ascensão, visto que os textos de Marcos 16:19 e Lucas 24:51 talvez nãosejam originais. Dada a singularidade dessa passagem, seu valor histórico tem sido questionado, e Lucas acusado de trasladar um evento puramente espiritual para o mundo material. Todavia, ainda que tal acontecimento nãoseja descrito noutras passagens, certamente a ascensão fica subentendida nas freqüentes referências a Cristo à mão direita de Deus (p.e., 2:33s.; 3:21;João 6:62; Efésios 4:8-10; 1 Tessalonicenses 1:10; Hebreus 4:14; 9:24;Apocalipse 5:6) sendo claramente afirmada duas vezes, uma vez por Pedro(1 Pedro 3:21s.), e outra por Paulo (1 Timóteo 3:16), que talvez estivesse citando um hino cristão primitivo.

  É bem difícil imaginar que Lucas escreveria uma história fictícia desse teor, e ainda assim ficasse impune, estando vivos os apóstolos (mencionados como testemunhas oculares dos fatos) e seus sucessores. É certo que o Novo Testamento não oferece nenhuma explicação para o súbito fim nas aparições pós-ressurreição de Cristo. No entanto, visto que Lucas está descrevendo um evento que transcende este mundo, tendo que usar termos deste mundo, nãose pode dar-lhe uma interpretação literal. Não devemos, todavia, perder de vista o fato de que algo sobrenatural aconteceu

 — um fato que convenceu os apóstolos de que Jesus havia sido "recebido em cima no céu"; teria sido um evento inefável (podemos supor) cuja melhor descrição humana seria vazada nesses termos.

 A pergunta feita neste versículo pelos apóstolos poderia ter sido formulada em qualquer época, durante aqueles quarenta dias em que Jesus esteve com eles, visto ter-lhes o Senhor falado várias vezes a respeito do reino de Deus (cp. v. 3). De fato, o verbo no tempo imperfeito sugere que a pergunta fora formulada mais de uma vez. Contudo, se tal pergunta foi levantada na última reunião com Jesus, prevalece a mágoa dolorosa da incapacidade de os discípulos (até o fim) entenderem que seu reino não é deste mundo (cp. João 18:36) mas do âmbito do Espírito, um reino em que se entra mediante o arrependimento e a fé. Seria injusto afirmar que os discípulos nada aprenderam com Jesus. Em alguns aspectos, haviam caminhado uma longa jornada (veja a disc. sobre o v. 2; cp. Lucas 24:45).

  Mas fica bem claro que esses apóstolos ainda estavam acorrentados à noção popular de um reino de Deus eminentemente político, que sua vinda traria a reunião de todas as tribos (veja a disc. sobre 3:21 e as notas sobre a disc. de 26:7), a restauração da independência de Israel e o seu triunfo sobre todos os inimigos. Neste campo eles não haviam feito muito progresso, e ainda se prendiam à esperança primitiva de vir a ocupar lugares de proeminência num reino material (Marcos 10:35ss.; Lucas 22:24ss.).Todavia, em vista de suas esperanças, e considerando o contexto geral da ressurreição de Jesus e as declarações dele concernentes ao Espírito, a pergunta dos apóstolos, conquanto errada, era bastante natural. No pensamento judaico, a ressurreição e a vinda do Espírito pertenciam ao novo reino. Na verdade, a profecia de Joel, que Jesus com toda probabilidade os fez lembrar, poderia ter sido a causa da pergunta que agora os apóstolos apresentam a Jesus, visto que o profeta falara do derramamento do Espírito de Deus (Joel 2:28ss.), e de Deus restaurando o reino de Israel (Joel 2:18ss.;3: lss.). A tensão da expectativa expressa-se no tempo presente do verbo grego. Não temos ali "restaurares tu neste tempo", mas "Senhor, neste tempo tu restauras o reino de Israel? "

1:7-8

/ Não foi esta a primeira vez que os discípulos perguntaram a Jesus o que estava por vir e, como das outras vezes, o Senhor não lhes deu resposta. Em vez disso, Jesus lhes focalizou a atenção nas obrigações atuais(cp. João 21:21s.). O futuro está nas mãos de Deus, e não lhes competia saber o que o futuro lhes traria, pelo menos não em minúcias (cp. Marcos13:32). A obrigação dos discípulos era a de serem

Testemunhas (v. 8). Tal comissão obviamente representou uma referência especial aos apóstolos que autenticariam de modo singular os fatos principais do evangelho —  a vida, a morte, a ressurreição e a ascensão de Jesus. Neste sentido eles eram os alicerces e pilares da igreja (cp. Mateus 16:18; Gálatas 2:9). Mas a igreja edificada sobre tais alicerces se tornaria em si mesma "a coluna e esteio da verdade" (1 Timóteo 3:15). É aqui que se aplica a referência secundária das palavras de Jesus. Nem todos são apóstolos, mas todos estão comissionados para testemunhar a verdade que estabeleceram. A todos, pois, é feita a promessa: recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo (v. 8).

As declarações deste versículo devem ser entendidas como causa e efeito.Só pode haver testemunho eficaz onde estiver o Espírito e, onde estiver oEspírito, seguir-se-á testemunho eficaz em palavras, em obras (milagres), ena qualidade de vida daqueles que o receberam (veja a disc. acerca de 2:4).

  A ordem do Senhor tem um escopo universal. Partindo de Jerusalém,os discípulos deveriam sair até os confins da terra (v. 8). Estas palavras contêm o corretivo para a pergunta individualista dos apóstolos no v. 6,embora se possa duvidar que eles tenham entendido dessa maneira na época. No máximo talvez entendessem que Jesus lhes estaria ordenando que testemunhassem aos judeus da diáspora (veja as notas sobre 2:9ss.) e apenas nesse sentido é que pregariam "o arrependimento e a remissão de pecados, a todas as nações" (Lucas 24:47; veja a disc. acerca de Atos 10:10ss.). A ideia de incluir os gentios jamais lhes passaria pela cabeça, e só foi aceita mais tarde com grande dificuldade. O nacionalismo judaico da igreja primitiva de morou muito a morrer. Todavia, à época em que Lucas estava escrevendo, esse nacionalismo extremado em grande parte já era coisa do passado, e a frase "até os confins da terra" havia assumido sentido maisamplo. Abrangia agora o império romano, representado pela própria Roma e,nessa base, Lucas adotou o programa resumido nesse versículo como estrutura de sua narrativa.

1:9

 / Terminados os quarenta dias de instrução, Jesus

foi recebido em cima no céu.

O grupo havia tomado o caminho familiar através do ribeiro do Cedrom, indo ao monte das Oliveiras (cp. v. 12), e em algum ponto nessa área a vida terrena de Jesus chegou ao fim. Visto que os judeus pensavam no céu como estando "lá em cima" e a terra como sendo "aqui em baixo", o desaparecimento de Jesus a caminho do céu, partindo do mundovisível para o invisível, expressa-se num "subir". É linguagem que pode não parecer muito apropriada para nós, mas era bastante coerente para os judeus, e encontra-se noutras passagens do Novo Testamento, em conexão com a exaltação de Jesus (cp., p.e., Efésios 1:20; Filipenses 2:9; Hebreus1:3; 2:9). Esse pensamento exprime-se nas palavras: uma nuvem o recebeu,ocultando-o a seus olhos, visto que na linguagem bíblica a nuvem com freqüência é símbolo de glória divina (cp. p.e., Êxodo 16:10; Salmo 104:3).Trata-se de linguagem pitoresca, o evento deve ser retratado mediante imagens; no entanto, Lucas tem certeza de que ocorreu um fato objetivo.Observe a ênfase do autor na visão: Jesus foi tomado de diante dos olhos dos apóstolos: vendo-o eles... ocultando-o a seus olhos; "e estando eles com osolhos fitos no céu enquanto ele subia" (v. 10). Aqui estava um fato importante, porque aqueles homens deveriam testemunhar a ascensão de Cristo, bem como sua vida, morte e ressurreição.

 

10-11

/ A longo prazo a apreciação dos apóstolos acerca da ascensão de Jesus deve ter vindo de uma combinação de visão natural e visão sobrenatural (inspirada), esta última decorrente do ensino primitivo de Jesus.Todavia, deve ter havido concessão suficiente a seus sentidos físicos, demodo que ficassem convencidos de que aquela despedida de Jesus fora final —  do Jesus que haviam conhecido corporalmente. Lucas expressa a experiência dos apóstolos em termos dramáticos. Ele se refere a dois homensvestidos de branco

Que de repente junto deles apareceram (v. 10; cp.10:30; 12:7; Lucas 2:9; 24:4). Eles são apresentados com uma exclamação:"olhai" (que não aparece em ECA, mas tem a intenção de transmitir uma idéia de surpresa diante de um fato providencial (cp. esp. 7:56; 8:27, 36;10:30; 16:1), visto que Lucas deseja que entendamos que os "dois homens "eram anjos (cp. Mateus 28:2s; João 20:12). Não ficou claro o que Lucas entende por "anjos". É possível que tudo que ele queria transmitir fosse um estarrecedor senso da presença de Deus em tudo que estava acontecendo(veja disc. acerca de 5:19s.; 12:6ss.; cp. 7:30; 8:26; 10:3; 12:23; 27:23, de tal modo que os apóstolos se convenceram de que Jesus haveria de voltar da mesma forma como havia partido —  visivelmente

 — e manifestando a glória de Deus (tudo isso, é evidente, havia sido objeto do ensino de Jesus,cp., p.e., Marcos 13:26; 14:62). Entretanto, algum tempo haveria de decorrer antes de seu retorno. Daí a pergunta: por que estais olhando para o céu? (v.11). Que acatassem as instruções recebidas. No presente, deveriam permanecer em Jerusalém (v. 4), a seguir deveriam sair como testemunhas (v.8). A ênfase aqui, como em geral por todo o Novo Testamento, está nos deveres atuais dos crentes em vez de nas especulações a respeito da volta de Cristo. Todavia, sabendo que ele haveria de voltar, os apóstolos se empenharam em sua tarefa do momento "com grande júbilo" (Lucas24:52s.). Esta passagem é uma das poucas referências em Atos à Parousia (cp.3:20s.; 10:42; 17:31; 23:6; 24:25; veja também as notas sobre 2:17ss. e disc. acerca de 7:55s.).

            Novo comentário bíblico - atos - David j. William


 Neste 1º trimestre de 2021 estudaremos: O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo

Comentário: Pastor Esequias Soares

            

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