sábado, 20 de março de 2021

Lição 13 - Tiago, o Justo

 

    TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mt 13.54-56;

E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?
Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?

 At 15.13-20

E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:
Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome.
E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
Depois disto voltarei,e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo.
Para que o restante dos homens busque ao Senhor,e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado,diz o Senhor, que faz todas estas coisas,
Conhecidas sào a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.
Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.
Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue.

TEXTO ÁUREO

Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.

Gálatas 1.18,19

OBJETIVOS

Saber que Tiago, o justo, meio-irmão de Jesus, não reconhecia a messianidade de Cristo no início de Seu ministério;

Conhecer as principais contribuições daquele que se tornou o bispo de Jerusalém;

Entender que tradições antigas apontam o irmão do Senhor como autor da Epístola de Tiago.

Deus abençoe

sua vida!

Lição 13 - Tiago, o Justo

 


9

TIAGO

O menor

   O apóstolo com três nomes Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago. Lucas 6:15-16

  O último grupo de quatro apóstolos é aquele sobre o qual temos menos conhecimento, exceto por Judas Iscariotes, que conseguiu ficar famoso ao vender Cristo, para que o Senhor fosse crucificado. Ao que parece, esse era o grupo menos íntimo de Cristo quando comparado com os outros oito discípulos. Praticamente não dizem nada nas narrações dos Evangelhos. Sabe-se pouco sobre qualquer um deles, além do fato de terem sido escolhidos para serem apóstolos. Falaremos desses três num único capítulo e deixaremos Judas Iscariotes, o traidor, para o último capítulo.

  Deve ficar bem claro que os apóstolos foram homens que deixaram tudo para seguir Cristo. Pedro falou por todos eles quando disse: “Eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos” (Lucas 18:28). Haviam deixado casa, trabalho, família e amigos para seguirem Cristo. O sacrifício deles foi heroico. Com exceção de Judas Iscariotes, todos eles tornaram-se testemunhas valentes e intrépidas.

  Na realidade, não vemos muito desse heroísmo nos registros dos Evangelhos, pois seus escritores — dois deles apóstolos (Mateus e João), e os outros dois (Marcos e Lucas), amigos íntimos de apóstolos — retrataram com honestidade tanto seus pontos fracos como os fortes. Os apóstolos não nos são apresentados como figuras míticas, mas como pessoas reais. Não são retratados como celebridades proeminentes, mas como homens comuns. Por esse motivo, no que se refere aos relatos dos evangelhos, os apóstolos dão cor e vigor às descrições da vida de Jesus, mas raramente encontram-se no primeiro plano. Em momento algum são as personagens principais.

  Quando assumem o primeiro plano, com frequência é para manifestar dúvida, incredulidade ou confusão. Em certas ocasiões, nós os vemos considerando-se maiores do que deveriam. Às vezes, falam quando deveriam permanecer calados e parecem não ter a mínima ideia das coisas que deveriam ter compreendido. Em alguns momentos, demonstram mais confiança em suas próprias aptidões e força do que devem. Assim, seus defeitos e fraquezas aparecem com mais frequência do que suas virtudes. Nesse sentido, a honestidade total dos relatos dos Evangelhos é impressionante.

  Entretanto, há pouquíssimas manifestações de qualquer grande ato dos apóstolos. Diz-se que eles receberam o poder de curar, ressuscitar os mortos e expulsar demônios, mas até isso é narrado de modo a ressaltar as imperfeições dos apóstolos (veja Marcos 9:14-29). A única passagem, em todos os evangelhos, na qual um apóstolo faz algo verdadeiramente extraordinário é quando Pedro começa a andar sobre as águas — mas não demora a ver-se afundando.

  Os Evangelhos simplesmente não retratam esses homens como heróis. Seu heroísmo apareceu depois que Jesus voltou para o céu, enviou o Espírito Santo e deu-lhes poder. De repente, começamos a vê-los agindo de modo diferente. São fortes e corajosos. Realizam grandes milagres. Pregam com uma ousadia recém-descoberta. Mas, mesmo assim, os registros bíblicos são escassos.

  Em primeiro lugar, tudo o que vemos é Pedro, Tiago e João e, mais tarde, o apóstolo Paulo (que foi acrescentado a eles como “nascido fora de tempo”; 1Coríntios 15:8). O restante deles acabou na obscuridade.

  O legado de sua verdadeira grandeza é a igreja, um organismo vivo que ajudaram a fundar e do qual tornaram-se as pedras fundamentais (“sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”; Efésios 2:20). A igreja, agora com seus mais de dois mil anos, existe nos dias de hoje por causa desses homens que puseram em movimento a expansão do evangelho de Jesus Cristo até os confins da terra. Seu heroísmo será recompensado e lembrado por toda a eternidade na Nova Jerusalém, onde o nome deles estará para sempre gravado nos alicerces daquela cidade.

  Os Evangelhos são o registro de como Jesus os treinou. As Escrituras relatam deliberadamente mais sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos do que sobre e a vida desses homens. Tudo isso serve para nos lembrar de que o Senhor gosta de usar pessoas fracas e comuns. Não desanime se as falhas de caráter dos apóstolos e seus erros parecem espelhar os nossos. O Senhor deleita-se em usar pessoas assim.

  A única coisa que diferenciou esses homens de outros nos Evangelhos foi a durabilidade de sua fé. Em nenhuma passagem isso fica mais claro do que em João 6, logo depois das cinco mil pessoas terem sido alimentadas, quando multidões começaram a reunir-se em volta de Jesus, esperando receber mais comida. Nesse exato momento, Jesus começou a pregar uma mensagem que muitos consideraram chocante e ofensiva. Ele descreveu-se como o verdadeiro maná do céu (versículo 32). Isso foi tão chocante, pois ao descrever-se como tendo vindo do céu (versículo 41), ele estava afirmando ser Deus. Os líderes judeus e o povo entenderam corretamente essa afirmação como uma declaração de divindade (versículo 42). Jesus respondeu dizendo mais uma vez que ele era o verdadeiro pão da vida (versículo 48). Acrescentou então que daria sua carne como vida para o mundo e disse: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele” (versículos 54-56). É óbvio que ele não estava falando literalmente de canibalismo; estava usando uma alegoria vívida para falar do compromisso absoluto que ele requeria de seus seguidores.

  Nas palavras de João, “Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (versículo 60). Nesse versículo, a palavra “discípulos” refere-se ao grupo mais amplo de seguidores de Jesus e não especificamente aos doze apóstolos. João prossegue dizendo: “À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (versículo 66). Naquele mesmo dia, dezenas de discípulos que haviam se sentado para ouvir os ensinamentos de Jesus e testemunhar os seus milagres deixaram de segui-lo. Suas palavras haviam sido muito duras, e suas exigências, muito rigorosas. Os doze, porém, permaneceram resolutamente com Jesus.

  Enquanto a multidão dissipava-se em choque, Jesus olhou para os doze ao seu redor e perguntou: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” (versículo 67). Aquela era a oportunidade de partir, caso desejassem fazê-lo.

  Pedro falou pelo grupo quando respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (versículo 68). Ficariam com ele independentemente do que acontecesse. Com exceção de Judas Iscariotes, eram homens de verdadeira fé.

 Jesus sabia desde o começo que alguns de seus discípulos não eram crentes sinceros e sabia que Judas o trairia. Disse-lhes: “Contudo, há descrentes entre vós. Pois, Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (versículo 64). No versículo 70, ele responde a Pedro: “Não vos escolhi em número de doze? Contudo, um de vós é diabo”. Ele conhecia o coração deles. Exceto por Judas, eles haviam rompido permanentemente com seu passado. Haviam deixado tudo para seguir a Jesus.

  Esse é o fato mais heroico de todos revelado a respeito dos apóstolos nos Evangelhos. A realidade de Judas não assumir esse compromisso, enquanto fingia tê-lo feito, era o que o tornava tão desprezível.

  Ao estudarmos este último grupo de apóstolos, descobrimos que, apesar das Escrituras não falarem muito sobre eles, ainda assim, tinham suas próprias distinções.

  TIAGO, FILHO DE ALFEU

  O nome que ocupa o nono lugar na lista de apóstolos apresentada por Lucas (Lucas 16:14-16) é “Tiago, filho de Alfeu” (versículo 15). A única coisa que as Escrituras nos dizem sobre esse homem é o seu nome. Se, porventura, ele escreveu alguma coisa, ela perdeu-se na história. Se, porventura, ele alguma vez perguntou algo a Jesus ou fez alguma coisa que o destacasse do grupo, não há registro disso nas Escrituras. Em momento algum ele chegou a ter qualquer fama ou notoriedade. Não era o tipo de pessoa que chamava a atenção. Era absolutamente obscuro. Até mesmo seu nome era comum.

  Há vários homens com o nome de Tiago no Novo Testamento. Já falamos sobre Tiago, filho de Zebedeu. Havia outro Tiago, que era filho de Maria e José e, portanto, meio-irmão de Cristo (Gálatas 1:19). Ao que parece, o Tiago que era meio-irmão de Cristo, tornou-se um líder da igreja de Jerusalém. Ele foi o porta-voz que transmitiu a decisão do Concílio de Jerusalém, em Atos 15:13-21. Acredita-se que ele também foi o Tiago que escreveu a epístola com seu nome. Não se trata, porém, do mesmo Tiago citado no terceiro grupo de quatro apóstolos.

  Praticamente tudo o que sabemos sobre o Tiago em questão aqui, é que ele era filho de Alfeu (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:15; Atos 1:13). Marcos 15:40 nos informa que a mãe de Tiago se chamava Maria. Esse versículo, juntamente com Mateus 27:56 e Marcos 15:47, citam o nome de José, outro filho de Maria. José deve ter sido um seguidor bastante conhecido do Senhor (porém não um apóstolo), pois seu nome é mencionado repetidamente. Fica evidente que sua mãe, Maria, também era uma seguidora devota de Cristo. Ela presenciou a crucificação. Além disso, era uma das mulheres que foram preparar o corpo de Jesus para o sepultamento (Marcos 16:1).

  Exceto por esses poucos detalhes sobre sua família, esse Tiago é completamente desconhecido. Sua falta de proeminência reflete-se até em seu apelido. Em Marcos 15:40, ele é chamado de “Tiago, o menor”. A palavra grega que foi traduzida como “menor” é mikros. Significa, literalmente, “pequeno”. Seu principal significado é “de pequena estatura”, de modo que poderia tratar-se de uma referência às suas características físicas. Talvez ele fosse um homem baixo ou franzino.

  Essa palavra também pode referir-se a alguém mais jovem. É possível que ele fosse mais jovem que Tiago, filho de Zebedeu, de modo que o título o distinguia como o mais jovem dos dois. Na verdade, mesmo que não fosse essa a principal alusão de seu apelido, é provável que ele fosse mais jovem do que o outro Tiago; de outro modo, teria sido chamado de “Tiago, o mais velho”.

  No entanto, o mais provável é que o nome se refira à sua influência. Como vimos anteriormente, Tiago, filho de Zebedeu, era um homem proeminente. Sua família era conhecida do sumo sacerdote (João 18:15-16). Ele fazia parte do círculo mais íntimo de amigos do Senhor. Dos dois Tiagos, ele era o mais conhecido. Portanto, Tiago, filho de Alfeu, era chamado de “Tiago, o menor”. Mikros. Tiaguinho.

  É bem possível que todas essas coisas correspondessem a Tiago, de modo que ele era uma pessoa franzina, jovem e quieta que, na maior parte do tempo, ficava nos bastidores. Tudo isso é coerente com o perfil pouco saliente no meio dos doze. Podemos dizer que sua marca de distinção era a obscuridade.

  Esse fato em si é importante. Ao que parece, ele não buscava qualquer reconhecimento. Não demonstrava uma grande aptidão para liderança. Não fazia perguntas críticas. Não apresentava nenhum ponto de vista surpreendente. A única coisa que ficou foi seu nome, enquanto toda obra de sua vida encontra-se envolta em mistério.

  Contudo, ele era um dos doze. Por algum motivo, o Senhor o escolheu, treinou, deu poder, como fez aos outros, e o enviou para testemunhar. Ele me faz lembrar das pessoas de Hebreus 11:33-38, cujo nome não é mencionado:

  Os quais por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam bocas de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra.

  A eternidade revelará o nome e o testemunho dessas pessoas, bem como de Tiago, o menor, do qual o mundo mal se lembra e sobre o qual nada sabe.

  Grande parte da história da igreja primitiva também não diz nada sobre esse homem chamado Tiago. Algumas das lendas mais antigas sobre ele confundem-se com aquelas sobre Tiago, o irmão do Senhor. Há indícios de que Tiago, o menor, levou o evangelho à Síria e à Pérsia. Os relatos de sua morte diferem entre si. Alguns dizem que ele foi apedrejado; outros, que ele foi espancado até a morte; ainda outros dizem que ele foi crucificado como seu Senhor.

  De qualquer modo, podemos ter certeza de que ele se tornou um poderoso pregador, como os outros. Ele, certamente, apresentou “as credenciais do apostolado [...] por sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Coríntios 12:12). Seu nome será gravado em um dos portões da cidade celestial.

  Eis uma ideia interessante sobre Tiago, filho de Alfeu: talvez você lembre que, de acordo com Marcos 2:14, Levi (Mateus) também era filho de um homem chamado Alfeu. É possível que esse Tiago fosse irmão de Mateus. Afinal, Pedro e André eram irmãos, como também o eram Tiago e João. Por que não esses dois? As Escrituras não procuram de forma alguma fazer uma distinção entre os dois Alfeus. Por outro lado, Mateus e Tiago não são identificados em parte alguma como irmãos. Simplesmente não temos como saber se esse era o caso ou não.

  Outra pergunta interessante sobre a linhagem de Tiago surge quando comparamos Marcos 15:40 com João 19:25. Ambos os versículos mencionam outras duas Marias que estavam perto da cruz de Cristo, junto com Maria, mãe de Jesus. Marcos 15:40 menciona “Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José”. João 19:25 cita “a mãe de Jesus, a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena”. É possível, talvez até mesmo provável, que a irmã da mãe de Jesus (“Maria, mulher de Clopas”) e “Maria a mãe de Tiago, o menor” sejam a mesma pessoa. (“Clopas” podia ser outro nome para Alfeu, ou talvez a mãe de Tiago tivesse se casado novamente depois que o pai dele faleceu). Isso faria de Tiago, o menor, primo de Jesus.

  Tiago era primo de nosso Senhor? Era irmão de Mateus? Não sabemos. As Escrituras não nos falam expressamente. A importância dos discípulos não vinha de sua ascendência. Se isso fosse importante, as Escrituras teriam registrado para nós tais informações. O que tornava esses homens importantes era o Senhor ao qual serviam e a mensagem que proclamavam. Não faz mal se nos faltam detalhes sobre os homens em si. O céu revelará a mais completa verdade sobre quem e como eles eram. Enquanto isso, basta sabermos que foram escolhidos pelo Senhor, receberam poder do Espírito e foram usados por Deus para levar o evangelho a todo o mundo de sua época.

  Todos os homens em si, em maior ou menor grau, acabam desaparecendo das narrações bíblicas depois de Pentecostes. Em nenhum caso as Escrituras nos dão uma biografia completa. Isso porque as Escrituras sempre mantêm toda a atenção voltada para o poder de Cristo e o poder da Palavra. Isso é tudo que precisamos, de fato, saber. O importante não é o instrumento, mas sim o Mestre.

  Ninguém resume essa verdade melhor do que Tiago, o menor, filho de Alfeu. Talvez ele pudesse dizer que era irmão de Mateus ou primo de Jesus, mas atravessou toda a narração do Novo Testamento silencioso e despercebido. O mundo não se lembra de quase nada sobre ele. Na eternidade, porém, ele será plenamente recompensado (Marcos 10:29-31).

                  12 homens extraordinariamente comuns



         TIAGO

  Autor Dos vários homens no Novo Testamento chamado Tiago, apenas dois eram importantes o suficiente para ter escrito uma carta tão autoritária: Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, e meio-irmão Tiago do Senhor. Mas Tiago, filho de martírio precoce de Zebedeu (Atos 12: 2) elimina-lo como um candidato, deixando Tiago o meio-irmão do Senhor, como o autor. Tiago, junto com o resto dos irmãos de Jesus, inicialmente rejeitou Ele (cf. Jo 7: 5). Mais tarde, porém, ele passou a acreditar em Jesus como Messias de Israel. Tal era a sua piedade e zelo que ele logo se tornou o chefe reconhecido da Igreja de Jerusalém (cf. Atos 0:17; Gal. 2: 9). Tiago ocupou esse cargo até o seu martírio sobre AD 62. (Para mais informações biográficas sobre Tiago, ver cap. 1 deste volume.)

  Outra evidência de que Tiago escreveu a epístola vem das fortes paralelos verbais entre o livro de Tiago e Tiago fala e carta registrada em Atos 15. O grego infinitivo verbo chairein ("cumprimentos") aparece no Novo Testamento apenas em Tiago 1: 1 e Atos 15:23 (exceto para a sua utilização pelo romano, Cláudio Lísias, em Atos 23:26). Outros paralelos incluem "amado" (Tiago 1:16, 19; 2: 5; Atos 15:25), "as vossas almas" (Tiago 1:21, Atos 15:24), "visitar" (Tiago 1:27; o mesmo verbo grego é traduzido "em causa mesmo sobre" em Atos 15:14), e "virar" no sentido de abandonar o pecado a Deus (Tiago 5: 19- 20; Atos 15:19).

  Caráter judaico distintamente da epístola está de acordo com a imagem de Tiago dada em Atos 15 e 21. O livro de Tiago contém quatro citações diretas do Antigo Testamento e mais de quarenta alusões do Antigo Testamento. Além disso, Tiago se expressa em termos distintamente do Antigo Testamento, começando no primeiro verso com a referência aos "doze tribos que se encontram dispersas no exterior." Tiago descreve o evangelho como a "lei da liberdade" (2:12). Ele descreve ponto de encontro de seus leitores usando o termo grego transliterado "sinagoga" (2: 2). Em 4: 4, ele usa a figura comum Antigo Testamento de adultério para descrever deserção espiritual. Abusos judaica contemporânea a respeito juramento tomada são condenados em 05:12. A figura proeminente Antigo Testamento Elias aparece como um exemplo do poder da oração justo (5: 17-18). Esses nomes importantes do Antigo Testamento como Abraão (2:21), Raabe (2:25), e Jó (05:11) também aparecem na epístola. Tiago também é o único escritor do Novo Testamento para empregar o título Testamento distintamente Old para Deus, "Senhor dos Exércitos [Hosts]." (Paulo se refere a esse título apenas em uma citação de Isaías em Romanos 9:29.)

  Apesar da identificação específica de Tiago inspirado em 1: 1 e as evidências convincentes de que o meio-irmão Tiago do Senhor escreveu esta carta, pseudoscholars incrédulos o rejeitei como autor. Eles citam várias linhas não convincentes de provas para apoiar essa conclusão duvidosa. Normalmente, eles nem sequer seria útil considerar, mas eles não fornecem um pano de fundo contra o qual a demonstrar ainda mais características da epístola relacionado ao seu autor.

  Um camponês galileu simples como Tiago, eles argumentam, seria incapaz de escrever essa excelente grego. A pesquisa mostrou, no entanto, que muitos judeus do primeiro século palestinos provavelmente falava grego, além de hebraico e aramaico. Isso teria sido especialmente verdadeiro em predominantemente Gentil Galiléia (cf. Mat. 4:15), particularmente em Nazaré, que ficava em uma rota de comércio ocupado. Assim, é altamente provável que Tiago sabia grego desde a infância. E, como cabeça da igreja de Jerusalém, ele teria sido em contato diário com os helenístico (grego) de língua crentes judeus, que tinham sido parte da igreja de Jerusalém desde o seu início (Atos 6: 1). Esse contato teria dado Tiago ampla oportunidade de polir seu grego.

  Outros citam a falta de ênfase na posição exaltada de Tiago como o irmão do Senhor e chefe da igreja de Jerusalém como prova de que ele não escreveu a carta. Mas Tiago, como Paulo, reconheceu que conhecer Jesus "segundo a carne" já não era de qualquer valor (2 Cor 5:16; cf. Mt 12:. 47- 50.). Ironicamente, muitos desses mesmos estudiosos afirmam 2 Pedro para ser pseudepigraphic (ou seja, uma "falsificação piedosa") justamente porque não contêm referências autobiográficas para Pedro. Esse dilema solicitado RVG Tasker a observação de que

 [Se] os critérios de pseudepigrafia são tão incerto, parece que estamos em terreno mais seguro se assumirmos que, mesmo no caso de livros que foram recebidos no cânon do Novo Testamento relativamente tarde, houve concordância geral de que eles realmente eram as obras do autor cujos nomes urso. ( A Epístola Universal de Tiago, O Tyndale Novo Testamento Comentários [Grand Rapids: Eerdmans, 1975], 20)

  Na verdade, que o escritor Tiago não enfatiza a sua autoridade pessoal argumenta convincentemente que ele era tão bem conhecido e respeitado que tais afirmações eram desnecessárias.

  Outros ainda apontam para a falta de ênfase sobre os grandes temas doutrinais da fé cristã, em particular as relativas à vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo da epístola, como prova de que Tiago não foi o seu autor. Irmão Tiago do Senhor, que estava bem familiarizado com esses acontecimentos importantes, certamente teria mencionado-los, eles argumentam. Mas tal afirmação tem vista para o propósito de Tiago, por escrito, sua epístola que, como mencionado acima, era prático, não doutrinária. E a ausência de conteúdo doutrinário torna difícil discernir qualquer motivo para um falsificador.

  Finalmente, alguns argumentam que as referências da Epístola aos perseguição (1: 2ff .; 2: 6-7; 5: 1-6) apontam para uma data de escrita após a morte de Tiago. "Mas não há nenhuma evidência de que as aflições sofrido por estes cristãos judeus foram devido a perseguições governamentais. Eram sim o resultado das imposições dos ricos sobre os pobres, as injustiças dos empregadores em relação a seus empregados" (D. Edmond Hiebert , Uma Introdução à não-Epístolas Paulinas [Chicago: Moody, 1962], 42).

  Nenhum destes argumentos é suficiente para derrubar a visão tradicional de que Tiago, o meio-irmão de Jesus e líder da igreja de Jerusalém, escreveu a epístola que leva seu nome.

  Data e local da escrita

  A ausência de qualquer referência ao Concílio de Jerusalém registrado em Atos 15 (c. AD 49) pontos para a data de escrever para Tiago antes que o conselho se reuniu. É pouco provável que, numa carta dirigida aos crentes judeus dispersos, Tiago teria deixado de mencionar o Concílio de Jerusalém se ele já tinha ocorrido. Essa data precoce é apoiada pela falta de qualquer referência aos gentios, igrejas dos gentios, ou questões relacionadas com a Gentil (por exemplo, a circuncisão, ou a ingestão de carnes sacrificadas aos ídolos). O período mais provável para a escrita de Tiago é AD 44-49, tornando-se o primeiro dos livros do Novo Testamento a ser escrito.

  A epístola de Tiago foi, sem dúvida, escrito a partir de Jerusalém, a cidade onde o seu autor viveu e ministrou. Para obter informações sobre os destinatários da Epístola de Tiago, ver o capítulo 1.

  Como será observado ao longo deste comentário, Tiago escreveu sua epístola para desafiar seus leitores a examinar sua fé para ver se era uma genuína fé salvadora. Por conseguinte, o contorno é estruturada em torno de que a série de ensaios.

      Esboço

I. Introdução (1: 1)

II. O Teste da Perseverance no sofrimento (1: 2-12)

III. O Teste de culpa em Tentação (1: 13-18)

IV. O Teste de resposta à Palavra (1: 19-27)

V. O Teste de Imparcial Amor (2: 1-13)

VI. O Teste de obras de justiça (2: 14-26)

VII. O Teste da Língua (3: 1-12)

VIII. O Teste da Sabedoria Humilde (3: 13-18)

IX. O Teste de Mundano Indulgence (4: 1-12)

X. O Teste de Dependência (4: 13-17)

XI. O teste de resistência do paciente (5: 1-11)

XII. O Teste de Honestidade (5:12)

XIII. O Teste de devoção (5: 13-18)

XIV. O Teste de Verdadeiro Fé (5: 19-20)

   Sua biografia

  O primeiro verso desta carta apresenta-nos o autor humano, um servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Como explicado na introdução, o Tiago que escreveu esta carta foi o meio-irmão do Senhor. Ao contrário do dogma católico romano, José e Maria teve outros filhos depois de Jesus nasceu. Essa verdade está implícita na declaração de Mateus que José Maria manteve virgem até o nascimento de Jesus ( Matt 1:25. ) e está explícito na descrição de Lucas de Jesus como de Maria primogênito filho ( Lucas 2: 7 , grifo do autor). Aquelas crianças eram Seus meio-irmãos e meias-irmãs (cf. Mt 12: 46- 47. ; Marcos 3: 31-35 ; Lucas 8: 19-21 ; João 2:12 ). Mateus 13:55 e Marcos 6: 3 lista meio-irmãos de Jesus como Tiago, José (José), Simão e Judas. Paulo chama explicitamente "o irmão do Senhor" Tiago ( Gal. 1:19 ). Marcos também se refere ao meio-irmãs de Jesus, embora não pelo nome. Essa lista Mateus e Marcos Tiago primeira implica que ele era o mais velho de meio-irmãos de Jesus.

  Surpreendentemente, embora cresceu com ele e observou em primeira mão seu pecado, a vida perfeita, irmãos de Jesus não à primeira nEle crêem. João registra sua incredulidade exibiu desafiando Jesus para revelar-se abertamente:

  Agora, a festa dos judeus, a Festa dos Tabernáculos, estava próximo. Portanto Seus irmãos disseram-lhe: "Saia daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que você está fazendo. Porque ninguém faz coisa alguma em oculto, quando ele mesmo procura ser conhecido publicamente. Se você fizer essas coisas , mostra-te ao mundo. " Para nem mesmo seus irmãos criam nele. ( João 7: 2-5 )

  Sua incredulidade prestou testemunho triste para a veracidade da declaração de Jesus de que "não há profeta sem honra senão na sua cidade natal e entre os seus parentes e em sua própria casa" ( Marcos 6: 4 ). Tão forte era a incredulidade de seus irmãos que eles até pensaram que Jesus tinha tomado a licença de seus sentidos ( Marcos 3:21 ). (Vale a pena notar que os seus irmãos 'incredulidade refuta as contas apócrifos de Jesus supostos milagres-infância como faz a declaração direta de João 2:11 que mudar a água em vinho em Caná foi o " início de seus sinais ", ênfase acrescentada .) Sua incredulidade aparentemente durou por toda a vida e ministério de Jesus na Terra.

  Mas pelo tempo que aqueles que creram nele se reuniram em Jerusalém após a sua ressurreição, algo notável tinha acontecido. Atos 1:13 observa que os apóstolos estavam lá, e versículo 14 acrescenta: "Estes todos [os apóstolos] com uma mente foram dedicando continuamente -se à oração, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele "(grifo nosso). O que aconteceu para mudar seus céticos, irmãos descrentes em seguidores dedicados? Paulo dá a resposta em 1 Coríntios 15: 7 , observando que após a ressurreição de Jesus, "Ele apareceu a Tiago." Sem dúvida, como resultado do que a aparência pessoal, pós-ressurreição, Tiago veio para salvar a fé no Senhor Jesus Cristo.

  A igreja nasceu no Dia de Pentecostes e Tiago, embora não seja um apóstolo, logo se tornou um dos seus principais líderes. Quando Paulo visitou Jerusalém, ele descobriu que Tiago, assim como Pedro e João, foram pilares da igreja lá ( Gal. 2: 9-12 ). Porque os apóstolos eram frequentemente longe pregação do evangelho, Tiago se tornou o líder mais proeminente da Igreja de Jerusalém. Para usar um termo contemporâneo, ele foi seu pastor sênior. Após a sua libertação milagrosa da prisão de Herodes, Pedro ordenou que os crentes espantado ao "relatar estas coisas a Tiago e aos irmãos" ( Atos 12:17 ), indicando claramente que Tiago havia se tornado o único a quem notícia importante era para ser relatada pela primeira vez.

  Tiago presidiu a pivotal Concílio de Jerusalém ( Atos 15 ), que tinha sido convocada para decidir a questão momentosa de saber se a salvação necessária obediência à Lei de Moisés ou era somente pela graça de trabalho por meio da fé. Depois de muito debate, Pedro, Paulo, Barnabé e relatou a salvação graciosa de Deus dos gentios através de seus ministérios ( vv. 6-12 ). Tiago então reforçado ponto de Pedro, proferida a decisão do Conselho ( vv. 12-21 ), e muito provavelmente compôs a letra resultante para os crentes gentios ( vv. 23-29 ). Muitos anos depois, quando Paulo voltou a Jerusalém, no final de sua terceira viagem missionária, Tiago aparece novamente no papel que preside. Lucas relata que "depois de termos chegado a Jerusalém, os irmãos nos receberam com alegria E no dia seguinte, Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos estavam presentes." ( Atos 21: 17-18 ). A pluralidade de anciãos não nega papel de liderança primária de Tiago, como igualdade de ofício apostólico não negava liderança de Pedro dos Doze.

 Também conhecido como Tiago, o Justo por causa de sua vida justa, ele foi martirizado sobre AD 62, de acordo com Josephus.

  Seu caráter

   um servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, ( 1: 1 b)

  Apesar de sua importância, o que se destaca no primeiro verso de sua epístola é a humildade de Tiago. Ele não descreve a si mesmo como o filho de Maria e irmão do Senhor, referem-se a sua posição como chefe da igreja de Jerusalém, ou mencionar que o Cristo ressuscitado apareceu pessoalmente a ele. Em vez disso, ele se descreve apenas como um servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Doulos ( servo ) representa um escravo, uma pessoa privada de toda a liberdade pessoal e totalmente sob o controle de seu mestre. Absoluta obediência e lealdade ao seu mestre (que lhe forneceu alimentação, vestuário e habitação) foi exigido de cada doulos . Em contraste com a andrapodon , que foi feito um escravo, o doulos nasceu escravo. Tiago tinha se tornado um doulos por seu novo nascimento pela fé em Jesus Cristo.

  Para ser um doulos de Deus foi considerado uma grande honra na cultura judaica. Luminares do Antigo Testamento como Abraão ( Gn 26:24 ), Isaque ( Gen. 24:14 ), Jacó ( Ez 28:25. , Job () Jó 1: 8 ), Moisés ( Ex. 14:31 ), Josué ( Josh 24:29. ), Caleb ( Nm 14:24. ), Davi ( 2 Sam 03:18. ), Isaías ( Is. 20: 3 ) e Daniel ( Dan. 6:20 ) são descritos como servos de Deus . No Novo Testamento, Epafras ( Col. 4:12 ), Timoteo ( Phil. 1: 1 ) (, Paulo . Rom 1: 1 ), Pedro ( 2 Pe. 1: 1 ), Jude ( Judas 1 ), João ( Rev. 1: 1 ), e nosso Senhor ( Atos 03:13 ), todos tinham o título de doulos . Ao tomar esse título, Tiago numerada-se com os homenageados não para quem eles eram, mas quem serviamo Deus vivo.

  Seu Ministério

  às doze tribos que se encontram na Dispersão, saúde. ( 1: 1 c) Além de seu papel de liderança vital na igreja de Jerusalém, Tiago também teve um ministério mais amplo. O termo doze tribos era um título comumente usada no Novo Testamento para se referir à nação de Israel (cf. 19:28 Matt. ; Atos 26: 7 ; Rev. 21:12 ). Embora as doze tribos dividido em duas nações (Israel, o reino do norte, e de Judá, o reino do sul), o povo escolhido de Deus sempre constou dos judeus de todas as doze tribos, que um dia Deus vai reunir soberanamente ( Ez. 37: 15- 22 ). Quando o reino dividido após o reinado de Salomão, dez tribos formavam o reino do norte de Israel, e Benjamin e Judá formaram o reino do sul de Judá. Após a queda e deportação de Israel para a Assíria (722 AC ), uma parte do remanescente das dez tribos mudou para o sul, preservando assim as doze tribos na terra de Judá. Embora a identidade tribal não foi possível estabelecer com certeza depois de Judá foi conquistada, de Jerusalém e do templo registros foram destruídos pela Babilônia (586 AC ), Deus vai restaurar a nação e delinear a identidade tribal de cada pessoa no futuro ( Is 11: 12-13. ; Jer 03:18. ;50:19 ; Ez 37. ; Apocalipse 7: 5-8 ).

 Tiago foi, portanto, abordar todos os judeus que [foram] dispersos no exterior, independentemente das suas origens tribais. Neste contexto, no exterior refere-se a qualquer lugar do mundo fora da Palestina. Ao longo dos últimos várias centenas de anos, vários conquistadores (incluindo os romanos em 63 AC ) tinha deportados judeus de sua terra natal e espalhá-los por todo o mundo conhecido. Além disso, muitos outros judeus haviam voluntariamente mudou-se para outros países para negócios ou outros motivos (cf. Atos 2: 5-11 ). Na época do Novo Testamento, muitos judeus viviam no exterior. A palavra grega diáspora ("espalhamento") tornou-se um termo técnico para identificar judeus que viviam fora da Palestina (cf. 1 Ped. 1: 1 ).

  A partir da mensagem da carta em si, bem como a partir de Tiago freqüente endereçamento de seus leitores como irmãos, é claro que ele está escrevendo aos cristãos judeus. É provável que a maioria desses crentes foram convertidos em ou perto de Jerusalém e pode ter sido uma vez sob o cuidado pastoral de Tiago em algum grau. Público primário de Tiago foram os judeus que haviam fugido por causa da perseguição e ainda estavam sofrendo provações por causa de sua fé ( 1: 2 ). Para darlhes confiança, esperança e força para resistir às provações, Tiago deu-lhes uma série de testes (veja a Introdução), através da qual eles poderiam determinar a autenticidade de sua fé.

   Sua saudação

 Saudações. ( 1: 1 d)

  Chairein ( saudações ) significa "regozijar-se", ou "ser feliz", e era uma saudação secular comum. Mas, para Tiago a palavra não era mera formalidade; ele esperava que ele escreveu para alegrar os corações de seus leitores, dando-lhes meios para verificar a autenticidade de sua salvação. Isso, Tiago sabia, iria proporcionar grande conforto a eles em seus ensaios, que Satanás persistentemente usa para tentar fazer com que os cristãos duvido que eles são de fato filhos de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo.

John-Macarthur

-novo testamento-completo1

 


                 TIAGO, O JUSTO

1 – Dados pessoais de Tiago:

Nome: Vem de Iacobus, latinização do nome de Jacó (aquele que está em seu calcanhar)

Pais: Maria e José, os pais terrenos de Jesus.

Maria – Nascida provavelmente em Jerusalém, da linhagem de Davi, filha de Joaquim e Ana, conforme diz a tradição eclesiástica.

José – Natural de Nazaré, também da linhagem de Davi(nascido em Belém) (Lc 2.4), carpinteiro de profissão (Mt 13.55), homem justo e íntegro (Mt 1.19). Provavelmente faleceu cedo, pois Jesus na cruz põe Maria sob a responsabilidade de João (Jo 19.26-27).

Seus irmãos: José, Simão e Judas (Mt 13.55) e irmãs (Mc 6.3).

De origem simples, filho de um carpinteiro e de uma dona de casa.

2 – Tiago como apóstolo de Jesus:

Era um judeu ortodoxo, talvez por isso chamado de Tiago, o justo.

Não era convertido no início (Jo 7.3-5), mas após a ressurreição do Senhor (ICo 15.3-7) se tornou um dos principais líderes da Igreja em Jerusalém. Em At 15.13-22 faz um importante discurso conciliatório a respeito do rito mosaico para os gentios e finaliza com apenas as seguintes observações da Lei para os gentios: abster-se de alimentos sacrificados a ídolos, do sangue, de animais sufocados e dos pecados sexuais, ficando desobrigados da circuncisão e dos detalhes da Lei.

   Chegou a ser chamado pelos estudiosos de “Bispo de Jerusalém” por sua notável liderança (Gl 2.9; At 12.17; 21.18).

Eusébio, considerado o pai da história da Igreja, chama Tiago de Bispo dos apóstolos, o que demonstra a elevada

posição que o irmão de Jesus chegou a ocupar na igreja primitiva, derrubando a ideia de que Pedro teria sido o primeiro Papa.

   Não era um dos doze discípulos, mas é chamado por Paulo de apóstolo (Gl 1.19). Apóstolo significa “enviado”, o que caracteriza a posição destacada de Tiago.

   De acordo com algumas tradições, Tiago teria sido martirizado entre os anos 60 e 70 da era cristã por não aceitar negar a Cristo, tendo sido atirado do alto do pináculo do templo pelos seus principais sacerdotes.

3 - A epístola que leva o seu nome

Não se tem certeza que o autor é mesmo Tiago irmão de Jesus, porém existem semelhanças notáveis no conteúdo, dando a entender que seria mesmo o irmão do Mestre o autor.

Esta carta tem cunho universal, ou seja, não foi escrita a uma Igreja específica, mas a todos os cristãos de todos os tempos.

    O foco central da epístola é a questão de que a verdadeira fé se manifesta nas obras. Sem ações cristãs, não existe

fé cristã (Tg 1.22-27). A fé sem obras é morta (Tg 2.14-26).

4 - Conselhos práticos desta carta:

1 – Sejamos felizes quando passarmos por aflições. Tg 1.2-4(NTLH) “Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança. Que esta perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada”.;

2 – “... todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. (Tg 1.19);

3 – “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado”. (Tg 2.9a);

4 – “De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isso se faça assim”. (Tg 3.10);

5 – “Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tg 3.17);

6 – Como vencer as tentações? “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Tg 4.7;

7 – Os projetos humanos são falhos: “Agora escutem, vocês que dizem: “hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!”

  Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: “Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”. Tg 4.13-15 (NTLH);

8 – A condenação dos ricos opressores: Tg 5.1-6 (Negar ou diminuir salário ao trabalhador, condenar o justo);

 9 – Termos paciência com tudo: Tg 5.7-11;

10 – Não jurar falsamente – Tg 5.12;

11 – O poder da oração – Tg 5.13-18

12 – Aquele que converter um pecador, salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados – Tg 5.20.

                       SUBSÍDIOS: IADJ- sede Taquara

 

Pastor Leonardo Loza dos Santos ADVEC Filial Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro

 Título:

 Tiago, como transformar provações em triunfo (Tiago 1.1-4)

   Começar o estudo de um livro da Bíblia é como fazer uma viagem. Você deve decidir antes para onde vai e o que espera ver.

  A carta de Tiago é um livro prático. Esse livro é considerado o livro de Provérbios do Novo Testamento. Tiago é mais pregador que escritor. E como se ele nos agarrasse pela lapela, fitasse-nos olhos e falasse conosco algo urgente. Um dos grandes problemas que a igreja estava enfrentando era colocar em prática aquilo que eles professavam. A vida estava divorciada da teologia. Esse também é o problema da igreja contemporânea. Daí, a necessidade de estudarmos Tiago.

  O tema central de Tiago é: o nascimento (1.13-19a), o crescimento (1.19b-25) e a maturidade (1.26 - 5.6). Através das provas, pela paciência, recebemos a coroa. A primeira ênfase de Tiago é sobre o novo nascimento (1.13-19a). Embora a velha natureza permaneça ativa (1.13-16), o Pai nos trouxe ao novo nascimento pela Sua Palavra (1.17-19a). A segunda ênfase é sobre o crescimento espiritual (1.19b-25). Nós crescemos pelo ouvir (1.19), receber (1.21) e obedecer (1.22-25) a Palavra, A terceira ênfase é sobre a maturidade espiritual (1,26 — 5.6).

  Há três notáveis desenvolvimentos que são característicos da verdadeira maturidade cristã:

 1) O controle da língua (1.26);

 2) O cuidado dos necessitados (1.27a); 3) A pureza pessoal (1.27b). Por que Tiago escreveu esta carta? Para resolver alguns problemas: 1) Eles estavam passando por duras provações;

 2) Eles estavam sendo tentados a pecar;

 3) Alguns crentes estavam sendo humilhados pelos ricos, enquanto outros estavam sendo roubados pelos ricos;

 4) Alguns membros da igreja estavam buscando posições de liderança;

5) Alguns crentes estavam falhando em viver o que pregavam;

 6) Outros crentes estavam vivendo de forma mandaria;

 7) Outros não conseguiam dominar a língua;

 8) Outros estavam se afastando do Senhor;

 9) Havia crentes que estavam vivendo em guerra uns contra os outros.

  Esses são os mesmos problemas que enfrentamos hoje.

  Para Tiago, a raiz de todos esses problemas era a imaturidade cristã. Tiago fala-nos sobre algumas transformações que Deus opera em nós:2 Transformados de incrédulos em servos de Cristo (Tg 1.1)

  Quem é esse Tiago, autor dessa carta? O autor identifica-se como Tiago (1.1). Havia três deles: Tiago, apóstolo, filho de Zebedeu, irmão de João; Tiago, apóstolo, filho de Alfeu; e, Tiago, irmão de Jesus, filho de Maria e José (Mt 13.5§).

  Essa carta não poderia ser do apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, porque ele foi morto antes de a carta ser escrita (At 12.2).

  Tiago, filho de Alfeu, não exerceu nenhuma influência notória na igreja cristã.

  Essa carta, portanto, foi escrita por Tiago, irmão de Jesus. No começo, ele não cria em Jesus (Jo 7.2-5). Mais tarde, ele tornou-se um proeminente líder na vida da igreja. Tiago foi uma das seletas pessoas para quem Cristo apareceu depois da ressurreição (lCo 15.7). Ele estava no cenáculo, com os apóstolos no Pentecostes (At 1.14). Paulo o chamou de pilar da igreja de Jerusalém (GI 2.9). Paulo viu Tiago quando foi a Jerusalém depois de sua conversão (Gl 1.19), bem como em sua última viagem a Jerusalém (At 21.18). Quando Pedro saiu da prisão, falou para seus amigos contarem a Tiago (At 12.17).

  Tiago foi o líder do importante concílio de Jerusalém (At 15.13). Judas identificou-se simplesmente como o irmão de Tiago (Jd 1). Tiago foi apedrejado em 62 d.C., pelo sinédrio. Embora amado pelo povo, Tiago era odiado pela aristocracia sacerdotal que governava a cidade. O sumo sacerdote Ananos levou Tiago ao sinédrio, sendo ele condenado e apedrejado, sobretudo pelas posições severas que tomara contra a aristocracia abastada que explorava os pobres, e a qual Ananos pertencia (Tg 5.1-6).

  De incrédulo a crente, de crente a líder, de líder a servo de Cristo. Ele não se apresenta como irmão do Senhor, mas como seu servo. Ele e um homem humilde. Essa e a transformação que o evangelho produz! E impossível alguém ser um verdadeiro cristão sem primeiro ser humilde de espírito. Charles Spurgeon diz que Deus não deseja nada de nós, exceto nossas próprias necessidades. Não é o que temos, mas o que não temos que é o primeiro ponto de contato entre nossa alma e Deus.

  Elizabeth George, citando um especialista da língua grega diz,

 “A palavra grega doulos (escravo, servo) refere-se a uma posição de obediência completa, humildade absoluta e lealdade inabalável. A obediência era a tarefa, a humildade, a posição, e a lealdade, o relacionamento que um senhor esperava de um escravo... Não há maior atributo para o crente, que ser conhecido coma servo de Jesus, obediente, humilde e leal”.

  Transformados em um povo especial, mas não em um povo isento de aflições (Tg 1.1)

  As doze tribos referem-se aqui aos judeus cristãos (2.1; 5.7,8) que possivelmente se converteram no Pentecostes e foram dispersos depois do martírio de Estêvão (At 8.1; 11.19). Por força ou por escolha, os judeus estavam vivendo por toda parte do Império Romano. Eles são crentes, mas são perseguidos. Eles são cidadãos dos céus, mas vivem dispersos na terra. Eles são crentes, mas tiveram seus bens saqueados. Eles são crentes, mas são pobres e, muitos deles, estão sendo oprimidos pelos ricos (5.1-6). Eles são crentes, mas ficam enfermos (5.14). Eles são crentes, mas sofrem (5.13).

  Vida cristã não é uma redoma de vidro, uma estufa espiritual, uma col6nia de férias, antes, e um campo de batalha. Não somos poupados dos problemas, mas nos problemas. Hoje fazemos as mesmas perguntas: por que um crente fiel fica desempregado? Por que um crente fiel sofre com câncer? Por que um crente fiel enfrenta o luto e passa por duras e amargas provações?3

  Transformando tribulações em triunfo (Tg 1.2-4}

  Tiago, falando sobre as provações da vida cristã, ensina-nos quatro verdades fundamentais:

  Em primeiro lugar, as provações são compatíveis com a fé cristã (Tg 1.2). Por que os crentes sofrem? Por que um crente passa privações? Por que sofre prejuízos? Por que fica doente em cima de uma cama? Por que são injustiçados? Deus nos adverte a esperar as provações. A vida cristã não é um mar de rosas. Jesus advertiu: "No mundo tereis tribulações..." (Jo 16.33). O apóstolo Paulo disse: "... por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus" (At 14.22). Ainda, Paulo disse: "... todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições" (2Tm 3.12). O grande patriarca Jó disse: "... o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam para cima" (J6 5.7). James Montgomery Boyce, interpretando Jó, disse: "É simplesmente a sorte de homens e de mulheres nascer em dor, causar dor, sofrer dor e morrer em dor''.

  Somos um povo na dispersão, enfrentamos muitas provações. Somos peregrinos neste mundo. Nossa Pátria permanente não é aqui. Nosso lar permanente não é aqui. Nossa Pátria está no céu. As provações que enfrentamos aqui, rumo a cidade cujo arquiteto e fundador é Deus, porém, visam a nossa maturidade espiritual.

  As provações procedem: primeiro, de nossa humanidade. Pertencemos a raça humana sofremos doenças, acidentes, desapontamentos. Segundo, as provações procedem da nossa pecaminosidade. Criamos problemas com nossa língua, com nossas atitudes. Uma pessoa que morre de câncer, depois de ter fumado dezenas de anos, não pode culpar a ninguém por sua morte. Muitas vezes, nosso sofrimento é resultado de nossas escolhas erradas. Terceiro, as provações procedem de nossa vida cristã. Muitas tribulações, nós as enfrentamos exatamente por sermos cristãos, pois Satanás, o mundo e a própria carne lutam contra nós. Quarto, as provações visam trazer glória ao nome de Deus. João registra a cura de um homem cego de nascença. Ele nasceu cego para que nele fosse manifestada a glória de Deus (Jo 9.3).

  Em segundo lugar, as provações são variadas (1.2). A palavra vdrias vem do grego poikilos. Esta palavra significa de diversas cores, multicolorido. As provações são policromáticas. Existem provações rosa claro, como esmalte de noiva; provações rosa choque; provações cinza; provações tenebrosas. Deus tece todas essas provações e faz um lindo mosaico. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Para cada cor de provação, existe a graça suficiente de Deus para sustentar-nos. A graça de Deus é multiforme (poikilos). (IPe 4.10). Há provas fáceis e provas difíceis. Há provas que são maiores que nossas forças. Há provas que enfrentamos sozinhos, como Jesus no Getsêmani. Deus sabe o que está fazendo em nossa vida. Ele é como um escultor. Ele está esculpindo em nós a beleza de Jesus (Rm 8.29; 2Co 3.18).

  Em terceiro lugar, as provações são passageiras (1.2). As provações não duram a vida inteira. Ninguém aguenta uma vida inteira de provas. Ninguém aguenta uma viagem inteira de turbulência. Depois da noite, vem a manhã. Depois do choro, vem a alegria. Depois da tempestade, vem a bonança. Não vamos ficar estacionados na arena das provações. Estamos passando por elas: alguns passam de avião supersônico, outros de trem bala, outros de automóvel, outros de bicicleta, outros a pé, outros engatinhando, mas todos passam.

  Em quarto lugar, as provações são pedagógicas(1.3,4).

  Nas provações da vida, nossa fé é testada para mostrar a sua genuinidade. Quando Deus chamou a Abraão para viver pela fé, ele o testou com o fim de aumentar a sua fé. Deus sempre nos prova para produzir o melhor em 4 nós; Satanás nos tenta para fazer o pior em nós. As provas da fé provam que, de fato, nascemos de novo.

  As provações de nossa fé trabalham por nós, e não contra nós, visto que produzem perseverança. Deus está no controle de nossa vida. Tudo tem um propósito. Diz o apóstolo Paulo: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus..." (Rm 8.28). Paulo diz ainda que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória (2Co 4.17). Em Efésios 2.8-10, Paulo diz que Deus trabalha por nós, em nós e através de nós. Ele trabalhou em Abraão, José, Moisés antes de trabalhar através deles. É assim que Deus faz com você ainda hoje.

  A perseverança visa nos levar a maturidade. Paulo diz em Romanos 5.3-5 que as tribulações são pedagógicas, levam-nos a maturidade. A palavra hupomone significa paciência com as circunstâncias, ou seja, coragem e perseverança em face do sofrimento e das dificuldades. Os crentes imaturos são sempre impacientes. A impaciência pode acarretar graves consequências: Abraão coabitou com Agar, Moises matou o egípcio, Sansão contou seu segredo para Dalila e Pedro quase matou Mako. Maturidade não se alcança apenas lendo um livro, e preciso passar pelas provas! As provações visam a glória de Deus. Jesus disse que o cego de nascença nasceu cego para que nele se manifestas- se a glória de Deus. De Lázaro, Jesus disse: "Esta enfermidade não é para morte, e sim para a gl6ria de Deus..." (Jo 11.4). Depois de provado por Deus e restaurado por Ele, Jó disse: "Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te veem os meus olhos" (J6 42.5).

  Qual deve ser a atitude com que vamos enfrentar as provações da vida? Tiago responde: "... tende por motivo de grande gozo...". Em vez de murmurar, de redamar, de ficar amargo, devemos nos alegrar intensamente. Essa alegria e confiança segura na soberania de Deus, de que Ele está no controle, de que Ele sabe o que está fazendo e sabe para onde está nos levando.

Texto extraído do livro “TIAGO Transformando provas em triunfo”. Comentários Expositivos Hagnos, Pr. Hernandes Dias Lopes

                              

      Título: Tiago e a verdadeira fé cristã

Introdução

 Esta foi a primeira epístola apostólica escrita e talvez o primeiro livro do Novo Testamento escrito. Esta epístola é datada de antes do primeiro Concílio da Igreja, o Concílio de Jerusalém, realizado no ano 50 da Era Cristã, o que pode ser constatado, por exemplo, no fato de que Tiago se dirige nesta epístola “às doze tribos que andam dispersas” (1.1), numa referência aos cristãos judeus dispersos durante a grande perseguição iniciada após a morte do diácono Estevão. Essa perseguição, que teve Saulo como um de seus líderes, é mencionada por Lucas em Atos 8.1-4 e Atos 11.19. Essa perseguição levou os cristãos judeus a Samaria (onde vemos o diácono Felipe em ação), a toda a Judéia, a Fenícia, a Chipre e a Antioquia, fundando novas igrejas, formadas inicialmente só por judeus convertidos a Cristo.

  Justamente por ter sido escrita nessa época, isto é, antes do Concílio de Jerusalém, não encontramos nesta epístola nenhuma referência às discussões referentes à relação entre os gentios convertidos e a Lei de Moisés, que foi justamente a discussão que culminou no Concílio de Jerusalém (At 15) e que, caso já tivesse ocorrido quando da confecção desta epístola, inevitavelmente apareceria nela. Esse ponto é importante ser frisado porque mata, no nascedouro, todas as discussões sobre se Tiago 2.14-26 é uma resposta de Tiago a Romanos 4 e Gálatas, epístolas escritas por Paulo (como chegou a ventilar até mesmo gente boa como Lutero inicialmente). Ora, nessa época, nem Romanos nem Gálatas haviam sido escritos; só o foram depois do Concílio de Jerusalém.

  Outro ponto importante para entendermos esse capítulo, e o livro de Tiago como um todo, bem como sua linguagem, é o perfil de Tiago. Este Tiago não é o filho de Zebedeu e irmão de João, falecido no ano 42dC, conforme Atos 12, nem é o Tiago, primo de Jesus, filho de Alfeu e Maria, mas o Tiago irmão – ou meio-irmão – de Cristo. Há comentaristas que minoritariamente defendem a tese de que este Tiago é o filho de Alfeu, e a expressão “irmão do Senhor” em Gálatas 1 seria uma referência a “primo”, porque, segundo a tradição, o filho de Alfeu era primo de Jesus. Porém, é muito pouco provável, porque Paulo apresenta Tiago, líder da Igreja de Jerusalém, separadamente dos apóstolos em 1 Coríntios 15.7, quando narra o encontro de Cristo ressuscitado com Tiago, quando provavelmente ocorreu a conversão deste ao Evangelho.

  Portanto, o Tiago líder da Igreja de Jerusalém e escritor desta epístola em apreço é o meio-irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3), que inicialmente não cria nEle (Jo 7.5), mas depois de converteu (1Co 15.7; At 1.14). Não sabemos quantas conversas especiais ele teve com Jesus antes deste começar Seu ministério e também depois, mas sabemos que houve uma conversa especial entre eles após a ressurreição de Cristo (1Co 15.7). Tiago também demonstra que assistiu a boa parte dos ensinos de Jesus, já que menciona 15 vezes princípios do Sermão da Montanha em sua epístola.

  Este Tiago desde cedo ascendeu como líder (Pedro em Atos 12 – “Anunciai a Tiago e aos irmãos”; Paulo após a 3ª viagem – At 21.18 – vai ter com “Tiago e os presbíteros de Jerusalém”).

  I – Por que Tiago logo tornou-se líder?

  a) Bom senso prático e sensibilidade para evitar precipitações (Atos 15 – Tiago afirma “julgo eu”, uma manifestação de liderança; destaca-se ainda o equilíbrio após a fala de Pedro naquela ocasião; ver ainda Atos 21, no conselho a Paulo). Era santo, correto, não 3 hipócrita, não um moralista hipócrita (Tg 2.12), e era homem de oração. Era conhecido pelos crentes e não crentes de Jerusalém como “Tiago, o Justo”).

  b) Descrição de Eusébio de Cesareia sobre Tiago, conforme relato de Hegésipo: “Tiago, o irmão do Senhor, que, por haver muitos com o mesmo nome, recebeu sobrenome de Justo por parte de todos, desde os dias do Senhor até agora e a quem foi dado o governo da Igreja juntamente com os apóstolos. Ele não bebia vinho nem bebida forte e abstinha-se de alimento de origem animal. Sua cabeça jamais foi tocada por navalha; nunca se ungia com óleo e nunca se banhou [referência a banho com óleo]. Não usava roupa de lã, mas apenas de linho fino. Tinha o hábito de entrar sozinho no Templo, sendo quase sempre encontrado de joelhos, orando pelo povo, de modo que seus joelhos tornaram-se duros como os de um camelo em consequência de suas súplicas habituais e de ajoelhar-se diante de Deus. De fato, por causa de sua grande justiça foi chamado Justo, e também Oblias, que em grego é ‘defensor do povo’, como declaram com respeito a ele”. Há exageros nessa descrição, algo de lendário, mas é lógico que a base dessa descrição de Hegésipo é verdadeira.

  c) Josefo diz que Tiago foi morto em Jerusalém por apedrejamento por ordem do sumo sacerdote Ananias. Há uma lenda cristã, de Hegésipo, que diz que foi jogado do alto pelos escribas e fariseus e depois espancado e apedrejado no chão até a morte. Morreu em 62dC. Era tão respeitado como um santo homem de Deus que alguns acreditavam que a destruição de Jerusalém oito anos depois (70dC) estava ligada também à sua morte.

  d) Destaque para a responsabilidade pastoral peculiar de Tiago em relação às ovelhas dispersas. Sua epístola é destinada às suas ovelhas dispersas.

  II – Prova da verdadeira fé

  A Epístola de Tiago tem como tema central as provas da verdadeira fé. São elas:

a)   Suportar a tentação – capítulo 1

b)   Bondade imparcial – capítulo 2

c)    Controle da língua – capítulo 3

d)   Santidade em tudo – capítulos 4 e 5

 III – Os cristãos judeus se reuniam em sinagogas

a)   v2 – “sinagoge” em grego. Em suas reuniões eram visitados por judeus não cristãos.

b)   Após perseguição empreendida nos anos 60 da Era Cristã por Nero, passaram a reunir-se mais em casas e outros lugares clandestinos do que em sinagogas próprias.

 IV – Não ao favoritismo

 a) Nunca devemos tratar uma pessoa conforme a aparência (Deus vê o coração – 1 Sm 16.7).

 b) Não há estratificação econômica e social no Corpo de Cristo; não há conflito de classes no Corpo de Cristo.

 c) Ao frisar que “Deus escolheu os pobres deste mundo”, Tiago não está dizendo, como os teólogos defensores da Teologia da Libertação, de que “Deus tem preferência pelos pobres”, mas que os pobres que v~em a Cristo também são escolhidos por Deus para manifestar a riqueza do Reino de Deus a este mundo. Deus não tem filhos preferidos.

 V – Não à hipocrisia (2.12)

 a) Esta era uma das marcas de Tiago.

 b) Alguns fãs de Tiago eram hipócritas (Gl 1), mas Tiago não. VI – A fé cristã deve expressar-se em bondade prática, se não é morta.

 a) Em que sentido as obras também justificam o homem? No sentido de que as obras justificam a fé, corroboram a fé.

b) A fé justifica o homem e as obras justificam a fé (corroborando, assim, a justificação do homem).

                   Nome do autor: Equipe CPADNews

                                         

COMO COMPREENDER O PODER DA PACIÊNCIA

INTRODUÇÃO

 1. Tiago começa a sua carta com uma chamada à perseverança sob as provações (1:2-4) e termina a carta exortando os crentes a serem pacientes até à vinda do Senhor (5:7-8). As provas e não experiências místicas são o caminho da santificação e do aperfeiçoamento (1:4).

 2. Em (1:12) a recompensa é a coroa da vida e (5:7-8) a recompensa é a vinda de Cristo (5:7-8). No começo o caminho da perfeição é a oração (1:5) e no final da carta, ele volta ao mesmo tópico (5:13-18). No começo oramos por nós, no fim oramos pelos outros.

  3. Tiago fala da segunda de Cristo sob dois aspectos:

 1) Como uma alegre esperança (5:7-8 e 10-11);

 2) Como uma temível expectativa (5:9,12). Para os salvos o Senhor vem trazendo compaixão e misericórdia (5:11). Para os ímpios o Juiz vem (5:9), trazendo julgamento (5:12).

  Ao mesmo tempo que a vinda do Senhor será o dia glorioso para o seu povo, será o terrível dia do Senhor para os ímpios. Ilustração:

  O fazendeiro que zombava dos crentes trabalhando em frente à igreja no domingo. Colheu mais que os crentes e mandou uma carta para o jornal explicando sua posição: Enquanto os crentes iam para a igreja eu trabalhei. Colhi mais que eles. Deus não me castigou. O que vocês pensam disso? O jornalista publicou a carta e colocou uma nota de rodapé: Deus não ajusta suas contas na colheita. Veja o Salmo 73.

 4. A vinda do Senhor é um sinal de alerta sobre o perigo do mal uso da língua. Devemos ter cuidado para não queixarmos uns dos outros (5:9). Também devemos ter cuidado para não fazer juramentos impróprios (5:12). É mais fácil fazer um voto do que cumpri-lo. Mas fazer um voto, devemos cumpri-lo, porque Deus não gosta de tolos (Ec 5:4). É mais importante ser real do que dramático. Nosso sim deve significar sim e o nosso não deve significar não. Devemos ser íntegros em nossa palavra. Não podemos ser pessoas divididas internamente. Devemos ser livres de uma mente dupla. Devemos íntegros com Deus e com os homens. Praticamos uma devoção à verdade com os nossos lábios porque a verdade habita em nós.

  5. A vinda do Senhor está próxima (5:8), está às portas (5:9).

  6. Enquanto Jesus não volta não esperamos vida fácil neste mundo (Jo 16:33). Paulo nos lembra que é em meio a muita tribulação que entramos no Reino (At 14:22). Devemos ser pacientes até Jesus voltar.

  7. Mas como podemos experimentar esse tipo de paciência até Jesus voltar. Tiago dá três exemplos de paciência para encorajar os crentes:

 I. A PACIÊNCIA DO LAVRADOR – V. 7-9

  1. Se uma pessoa é impaciente, ela nunca deve ser um agricultor. O agricultor planta a semente certa, no campo certo, no tempo certo, sob as condições certas. A semente não nasce, cresce, floresce e frutifica da noite para o dia. Apenas a erva daninha cresce sem cuidado. O agricultor não tem nenhum controle sobre o tempo. Muita chuva pode danificar a lavoura. Falta de chuva pode pôr toda a colheita a perder.

  2. O agricultor na Palestina dependia totalmente das primeiras chuvas vinham em outubro (para o plantio) e das últimas chuvas que vinham em março (para a colheita). O tempo está fora do seu controle. Ele tem que confiar e esperar. É Deus quem faz a semente brotar, germinar, crescer e frutificar. Ele não pode fazer nada nesse processo (Mc 4:26-29).

  3. Por que o agricultor espera? Porque o fruto é precioso (5:7). “E não cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6:9). Tiago descreve o crente como um agricultor espiritual que procura uma colheita espiritual. “Se vós também pacientes e fortaleceu o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (5:8).

  4. O nosso coração é o solo. A semente é a Palavra de Deus. Há estações para a vida espiritual como há estações para o solo. Muitas vezes nosso coração se torna seco e cheio de espinhos (Jr 4:3). Então Deus manda a chuva da sua bondade e alimenta a semente plantada, mas devemos ser pacientes para esperar a colheita.

  5. Deus está procurando frutos em nossa vida (Lc 13:6-9). Devemos produzir o fruto do Espírito (Gl 5:22-23). E o único meio de darmos frutos doces é sermos provados (1:2-4). Em vez de ficarmos impacientes, devemos saber que Deus está trabalhando em nós.

  6. Você só pode se alegrar nessa colheita espiritual, se o seu coração estiver fortalecido (5:8). Um coração instável não produz fruto. Um agricultor está sempre trabalhando em sua lavoura. Deus está trabalhando em nós para tirar de nós uma colheita abundante. Um lavrador não vive brigando com os seus vizinhos. Ele está cuidando da sua própria lavoura. Não devemos perder o foco e viver falando mal uns dos outros (5:9).

  II. A PACIÊNCIA DOS PROFETAS – V. 10

  1. Os profetas foram homem que andaram com Deus, ouviram a voz de Deus, falaram em nome de Deus, mas passaram também por grandes aflições. Eles trilharam o caminho estreito das provas e foram pacientes. Privilégio e provas caminharam juntos na vida dos profetas. Privilégio e sofrimento, sofrimento e ministério caminham lado a lado na vida dos profetas.

  2. Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Ele foi cerrado ao meio. Jeremias foi preso, jogado num poço e maltratado por pregar a verdade. Ele viu o cerco de Jerusalém e chorou ao ver o seu povo sendo destruído. Daniel foi banido da sua terra e sofreu pressões quando jovem. Sofreu ameaça e perseguição por causa da sua fidelidade a Deus, a ponto de ser jogado na cova dos leões. Ezequiel também foi duramente perseguido.

  3. Estêvão denunciou o sinédrio: “Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos” (At 7:52).

  4. Jesus disse: “Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas antes de vós” (Mt 5:11-12).

  5. Quado você tiver enfrentando sofrimento, não coloque em dúvida o amor de Deus, gente que andou mais com Deus do que você, também passou pelas aflições. Seja paciente.

  6. Paulo diz: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3:12). Nem sempre obediência produz vida fácil! “Se a igreja for mais perseguida, será mais fiel? Não. Se ela for mais fiel será mais perseguida”. Isso significa que Deus não nos poupa das aflições, mas ele nos assiste nas aflições. Exemplo: Elias anunciou ao ímpio rei Acabe que a seca viria sobre Israel. Ele também sofreu as consequências da seca, mas Deus cuidou dele e lhe deu vitória sobre os ímpios.

 7. A vontade de Deus jamais levará você, onde a graça de Deus não possa lhe sustentar. A nossa paciência em tempos de prova é um poderoso testemunho do evangelho àqueles que vivem ao nosso redor.

  8. Rm 15:4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. Quanto mais conhecemos a Bíblia, mais Deus pode nos consolar em nossas tribulações.

  9. Como um agricultor, devemos continuar trabalhando e como os profetas, devemos continuar testemunhando.

  III. A PACIÊNCIA DE JÓ – V. 11-12

 1. “Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes…” (5:11). Mas você não pode perseverar a não ser que haja provas em suas vidas. Não há vitória sem luta. Não picos sem vales. Se você deseja a bênção, você tem que estar preparado para carregar o fardo e entrar nessa guerra.

  2. Certa feita ouvi um cristão orar: “Oh Deus ensina-me as profundezas da tua Palavra. Eu desejo ser arrebatado até o terceiro céu e ver e ouvir as coisas maravilhosas que tu tens lá”. Embora a oração tenha sido sincera, ela partiu de um crente imaturo. Paulo foi arrebatado até o terceiro e viu e ouviu coisas gloriosas demais para contar. E como resultado Deus colocou um espinho em sua carne para mantê-lo humilde (2 Co 12:1-10). Tem que existir um equilíbrio entre privilégios e responsabilidades, bênçãos com fardos.

  3. O livro de Jó pode ser dividido assim: (1-3) – As perdas de Jó; (4-31) – As acusações contra Jó e sua defesa contra os ataques de seus amigos; (38-42) – a restauração de Jó. As circunstâncias estavam contra Jó; os homens estavam contra Jó; a sua esposa estava contra Jó; seus amigos estavam contra Jó. Ele pensou que Deus estava contra ele. Satanás estava contra ele. Mesmo assim, ele perseverou! Ele provou que um homem pode amar a Deus acima dos bens, da família e da própria vida. Jó derrubou as duas teses de Satanás.

  4. Jó era um homem piedoso, justo, próspero, bom pai, sacerdote da família, preocupado com a glória de Deus. Deus dá testemunho a seu respeito. Deus o constitui seu advogado na terra. Satanás prova Jó com a permissão de Deus.

  a) Jó perdeu todos os seus bens

  b) Jó perdeu todos os seus filhos

  c) Jó perdeu a sua saúde – (1:22) e (2:10) – mostram que Jó não pecou.

  d) Jó perdeu o apoio da sua mulher

  e) Jó perdeu o apoio dos seus amigos

  f) Jó faz 16 vezes a pergunta: Por quê?

  g) Jó expressa sua queixa 34 vezes.

  h) Deus faz 70 perguntas para Jó.

  i) Deus restaura a sorte de Jó, dando-lhe o dobro dos bens. Por que não deu o dobro dos filhos? Porque quando os animais foram embora, eles realmente foram. Eles não tinham almas imperecíveis. Mas quando os filhos foram fisicamente, eles na verdade não foram. Eles estavam com Deus no céu. Assim, agora, Jó tem dez filhos no céu e dez filhos na terra.

  j) Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus o honrou. Ele não explicou nada para Jó, mas quando Jó não conhecer os porquês de Deus, Jó pode conhecer o caráter de Deus (Jó 42:5). A maior bênção que Jó recebeu não foi saúde e 7 riqueza, mas um conhecimento mais profundo de Deus. Isso é a própria essência da vida eterna (Jo 17:3).

  k) O livro de Jó nos prova que Deus tem propósitos mais elevados no sofrimento do que apenas punir o pecado. O propósito de Deus no livro de Jó é revelar-se como o Deus cheio de bondade e misericórdia (5:11). Jó passou a conhecer o Senhor de uma forma nova e mais profunda e também bênçãos maiores. O propósito de Satanás era fazer de Jó um homem impaciente com Deus. Isto porque um homem impaciente com Deus é arma nas mãos do maligno (Abraão, Moisés, Pedro).

  l) Cuidado para não fazer tolos no sofrimento (5:12).

    CONCLUSÃO

  Tiago deseja encorajar-nos a ser pacientes em tempos de provas. Como um agricultor devemos esperar por uma colheita espiritual, por frutos que glorifiquem a Deus. Como os profetas, devemos procurar oportunidades para testemunhar mesmo no meio do sofrimento. Como Jó devemos esperar para que o Senhor complete seu amoroso propósito em nós em nosso sofrimento, com o firme propósito de conhecer a Deus mais profundamente.

 Referência: Extraído do Livro “Transformando Provas em Triunfo”, do Rev. Hernandes Dias Lopes e publicado pela Editora Hagnos


   COMO SABER SE MINHA RELIGIÃO É  VERDADEIRA

INTRODUÇÃO

  1. A ênfase neste parágrafo é sobre o auto-engano (1:22,26). Se um crente é enganado porque o diabo o engana é uma coisa, mas se ele peca porque engana-se a si mesmo, é uma coisa muito mais séria.

  2. Muitas pessoas estão pensando que estão salvas e ainda não estão (Mt 7:22- 23).

 3. Muitas pessoas pensam que são espirituais e não são (Ap 3:17).

 4. A verdadeira religião está centrada na Palavra de Deus. Quais são as evidências de um crente verdadeiro?

  I. O CRENTE VERDADEIRO TEM SUA VIDA CENTRADA NA PALAVRA DE DEUS – V. 18,21,22-25

  1. Ele nasce da Palavra de Deus – v. 18

 A Palavra de Deus é a divina semente. Quando ela é aplicada em nosso coração pelo Espírito Santo, acontece o milagre do novo nascimento. Nascemos, então, de cima, de Deus, do Espírito. Recebemos, então, uma nova natureza, uma nova vida.

  2. Ele acolhe a Palavra – v. 21

  a) Preparação própria para receber a Palavra – “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade…”. A Palavra de Deus é comparada a uma semente e o coração do homem a um solo. Jesus falou de quatro tipos de solo: o solo endurecido, o superficial, o congestionado e o frutífero. Antes de acolhermos a Palavra, precisamos remover a erva daninha da impureza e da maldade.

  b) Requerida atitude para receber a Palavra – “Acolhei com mansidão a Palavra em vós implantada…”. A mansidão é o oposto da ira (1:19). Precisa adubar o terreno para que a semente frutifique. A Palavra deve ter raízes profundas em nossa vida em contraste com a superficialidade. Aceitamos de bom grado a transformação que Deus opera em nós através da Palavra.

  c) O resultado da recepção da Palavra – “… a qual é poderosa para salvar a vossa alma”. Quando nascemos da Palavra, ouvimos a Palavra, recebemos a Palavra e praticamos a Palavra podemos ter garantia da salvação.

  3. Ele pratica a Palavra – v. 22-25

  a) Quem pratica a Palavra conhece a si mesmo – v. 23-24 – A Palavra aqui é comparada não como SEMENTE, mas como ESPELHO. O principal propósito do espelho é auto-exame. Quando você olha para dentro da Palavra e compreende o que ela diz, você conhece a você mesmo: seus pecados, suas necessidades, seus deveres e suas recompensas. Ninguém olha no espelho e logo vai embora sem fazer nada. Você olha no espelho para saber se já penteou o cabelo, se já lavou o rosto ou se a roupa está bem passada. Você olha no espelho para ver as coisas como elas são. Quando você olha no espelho você descobre que tipo de pessoa você é e como você está.

 Perigos quanto ao espelho:

  a) Olhar apenas de relance no espelho – Muitas pessoas não estudam a si mesmas quando leem a Bíblia. Muitas pessoas leem a Bíblia todo dia, mas não a observam. Muitos leem por um desencargo de consciência, mas não se afligem por não colocar em prática;

  b) Esquecer o que se vê no espelho – Muitas vezes lemos a Bíblia tão desatentamente que nem conseguimos ver quem nós somos, como está a nossa aparência. Não temos convicção de pecado. Não sentimos sede de Deus. Não falamos como Isaías: “Ai de mim!”. Não falamos como Pedro: “Senhor, aparta-te de mim, porque eu sou um pecador”. Não falamos como Jó: “Eu me abomino no pó e na cinza”;

  c) Fracassar em fazer o que o espelho mostra – Não basta ler a Bíblia, é preciso praticá-la. Não basta falar, é preciso praticar. Reunimo-nos muito para conhecer e pouco para praticar. Gastamos os assentos dos bancos e pouco as solas dos sapatos.

  b) Quem pratica a Palavra torna-se verdadeiramente livre – v. 25 – Por que Tiago chama a lei de Deus de “lei perfeita, lei da liberdade?” É porque quando a obedecemos, Deus nos liberta. Aquele que comete pecado é escravo do pecado (Jo 8:34). Disse Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:31-32). Deus não deu a sua lei como meio de salvação, mas a deu como um estilo de vida para os salvos, aqueles que haviam sido redimidos (Ex 20:2).

  c) Quem pratica a Palavra torna-se bem aventurado no que realizar – v. 15 – Ouvir a palavra sem praticá-la é enganar-se a si mesmo. É como olhar no espelho e ver a roupa suja e não fazer nada. Ouvir a Palavra e não praticar é ter uma falsa religião. O fim é engano, é tragédia. Mas, quem obedece a Palavra é bem sucedido em tudo quanto faz (Js 1:6-8).

   II. O CRENTE VERDADEIRO TEM RELACIONAMENTOS GOVERNADOS PELA PALAVRA – V. 19-20

  1. Ele é pronto para ouvir – v. 19 Está pronto para ouvir a Palavra de Deus. Está pronto para ouvir as pessoas. “Pronto” é taxis, que significa rápido. Temos dois ouvidos e apenas uma boca amuralhada de dentes. Esta é a regra de ouro na comunicação interpessoal.

  2. Ele é tardio para falar – v. 19 Precisamos estar atentos no que falamos, como falamos, quando falamos, com quem falamos e por que falamos? Tardio é bradis, que significa retardado mental, lerdo de raciocínio. A vida e a morte estão no poder da língua. As três peneiras de Sócrates. A recomendação de Paulo em Efésios 4:25,29

  3. Ele é tardio para irar-se – v. 19 Há dois perigos com respeito à ira:

  1) A explosão da ira – temperamento indisciplinado;

  2) A implosão da ira – temperamento encavernado. Há mágoas dentro da igreja que adoecem o corpo. Onde as pessoas se ferem em vez de se amarem e se perdoarem, Satanás leva vantagem sobre a igreja (2 Co 2:11).

   III. O CRENTE VERDADEIRO TEM SUA AÇÕES RELIGIOSAS DIRIGIDAS PELA PALAVRA – V. 26-27

  A religião pura e verdadeira vai muito além de doutrinas e ritos. Envolve prática, ação. Hoje há um divórcio entre o que professamos e o que vivemos. Aqui Tiago menciona dois aspectos negativos e um positivo.

  1. Ele tem controle da sua língua – v. 26 Tiago alerta para o perigo de um temperamento doente e explosivo e de uma língua solta (1:19,26). Jesus disse que a pessoa que nutre raiva que desemboca em ofensa ao próximo é passível do fogo do inferno (Mt 5:22). Jesus disse: “Digo[1]vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12:26,37).

  Tiago compara a língua como um cavalo fogoso sem freios, um navio sem leme que pode espatifar-se nas rochas, uma fagulha que incendeia uma floresta, uma fonte contaminada, uma árvore que produz frutos venenosos, um mundo de iniquidade e uma fera indomável.

 Jesus disse que é a língua que revela o coração (Mt 12:34-35). Uma língua controlada significa um corpo controlado (3:1). A maledicência é o pecado que Deus mais abomina (Pv 6:19).

  2. Ele tem retidão pessoal – v. 27b Nós vivemos num mundo de imundície moral (1:21, 27). O mundo é esse sistema corrompido que se opõe a Deus. Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus (4:4). A marca de um crente verdadeiro é se ele se afasta desse sistema mundano O salvo tem uma vida nova, uma vida diferente: namoro, casamento, sexo, trabalho, lazer, roupas, festas, diversões, dinheiro. O mundo é a sociedade sem Deus. Estamos fisicamente no mundo, mas não espiritualmente no mundo (Jo 17:11-16). Não podemos ser amigos do mundo, nem amar o mundo, nem nos conformarmos com o mundo, para não sermos condenados com o mundo. Exemplo: Ló, Demas.

 3. Ele tem compaixão dos necessitados – v. 27 Tiago não está falando enfocando a questão doutrinária, mas um assunto de prática cristã. O conteúdo da fé é a morte expiatória de Cristo e sua ressurreição gloriosa. O cuidado dos necessitados não são o conteúdo do Cristianismo, mas a sua expressão. A preocupação prática da religião de uma pessoa é o cuidado pelos outros. A religião é a prática da fé. É a fé em ação. Seremos julgados com base nesse aspecto prático da religião (Mt 25:34-46). Quando nós olhamos no espelho da Palavra, nós vemos a Deus, a nós mesmos, e o nosso próximo (Is 6:3-8). Palavras não substituem obras (2:14-18; 1 Jo 3:11- 18).

    CONCLUSÃO

  Aquele que professa a verdadeira religião possui três benefícios gloriosos:

  1. Aceitação de Deus – v. 27 – Somos aceitos por Deus em Cristo para a salvação. Mas quando exercemos a nossa fé em obediência a palavra, o nosso serviço é aceito por Deus como aroma suave (Fp 4:18). Quando Tiago diz que há uma religião pura e sem mácula aceitável diante de Deus, significa dizer que há uma religião que não é aceitável por Deus. Qual é ela? É aquela apenas de palavras, de uma fé que não tem obras.

  2. Bênção pessoal – v. 25 – “… esse será bem-aventurado no que realizar”. Você quer que Deus o abençoe? Então, leia a Palavra, descubra o que ela diz e viva de acordo com a Palavra.

 3. Bênção para outras pessoas – v. 27 – Tornamo-nos instrumentos de Deus para aliviar o sofrimento das pessoas necessitadas. Seremos, então, o sal da terra e a luz do mundo.

Referência: Extraído do Livro “Transformando Provas em Triunfo”, do Rev. Hernandes Dias Lopes e publicado pela Editora Hagnos


QUAL É A SUA SABEDORIA: TERRENA OU CELESTIAL

  INTRODUÇÃO

  1. Tiago falou nos versos 1 a 12 sobre o poder da língua: ela tem o poder de dirigir (freio e leme), o poder de destruir (fagulha, fogo e veneno) e o poder de deleitar (fonte e fruto). Agora, Tiago fala sobre a sabedoria para lidar com as circunstâncias e com as pessoas. O rei Salomão pediu sabedoria para Deus. Tiago diz que podemos pedir sabedoria para Deus.

  2. O que é sabedoria? Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola. Hoje se dá mais valor à inteligência emocional do que a inteligência intelectual. Uma pessoa pode ter muito conhecimento e não saber se relacionar com as pessoas. Ela pode saber muito e não saber viver com ela e com os outros.

  3. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus – A pergunta do sábio é: em meus passos, o que faria Jesus? Como ele falaria, como agiria, como reagiria? Cristo não foi um mestre da escola clássica. Ele ensinou os seus discípulos na escola da vida. Ensinar a sabedoria é mais importante do que ensinar fórmulas de matemática.

  4. Tiago está contrastando dois diferentes tipos de sabedoria: e da terra e do céu. Qual sabedoria governa a sua vida? Por qual caminho estamos trilhando? Que tipo de vida estamos vivendo? Que frutos esse estilo de vida está produzindo? A nossa fonte é doce ou salgada (3:12)?2

 5. Relacionamentos – (v.13-14) – Sábio é aquele que é santo em caráter, profundo em discernimento e útil nos conselhos. Inteligente (esta palavra só aparece aqui em todo o NT). Ela pontua conhecimento profissional (Tasker), expert (Ropes), uma pessoa bem informada (Alford). Uma pessoa que tem um útil e necessário conhecimento. Você conhece o sábio e o inteligente é pela mansidão da sua sabedoria e pelas suas obras, ou seja, imitando a Jesus que foi manso (Mt 11:29).

  I. O CONTRASTE SOBRE A ORIGEM – V. 15, 17ª

  Há uma sabedoria que vem do alto e outra que vem da terra. Há uma sabedoria que vem de Deus e outra engendrada pelo próprio homem. A Bíblia traz alguns exemplos da tolice da sabedoria do homem:

  1) A torre de Babel parecia ser um projeto sábio, mas terminou em fracasso e confusão;

  2) Pareceu sábio a Abraão descer ao Egito em tempo de fome em Canaã, mas os resultados provaram o contrário (Gn 12:10-20);

  3) O rei Saul pensou que estava sendo sábio que colocou a sua armadura em Davi;

  4) Os discípulos pensaram que estavam sendo sábios quando despediram a multidão no deserto, mas o plano de Cristo era alimentá-la por meios deles;

  5) Os experts em viagens marítimas pensaram que era sábio viajar para Roma e por isso não ouvir os conselhos de Paulo e fracassaram.

  1. A sabedoria da terra –

 Ela tem três características na sua origem: terrena, animal (não espiritual) e demoníaca.

  b) A sabedoria terrena – É a sabedoria deste mundo (1 Co 1:20-21). A sabedoria de Deus é tolice para o mundo e a sabedoria do mundo é tolice para Deus. A sabedoria do homem vem da razão, enquanto a sabedoria de Deus vem da revelação. A sabedoria do homem desemboca no fracasso, a sabedoria de Deus dura para sempre. Exemplo: A sabedoria do homem revelada pelo Iluminismo querendo implantar um paraíso na terra pelas mãos do homem (Hume + Nietzche + Tomas More + Augusto Comte + Darwin + Freud + Marx = duas guerras mundiais).

  c) A sabedoria animal ou não espiritual – A palavra grega é psykikos. Essa palavra é traduzida por natural (1 Co 2:14; 15:44,46) como oposto de espiritual. Em Judas 19 essa palavra é traduzida como sensual. Essa sabedoria está em oposição à nova natureza que temos em Cristo. É uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de Deus. Essa sabedoria escarnece das coisas espirituais: não dá valor. Exemplo: O mundo está cada vez mais secularizado. As coisas de Deus não importam. A Palavra de Deus não governa sua vida familiar, econômica, profissional, sentimental. Empurramos Deus para dentro dos templos.

  d) A sabedoria demoníaca – Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para crer nas mentiras do diabo. As pessoas hoje continuam crendo nas mentiras do diabo (Rm 1:18-25). O diabo se transfigura em anjo de luz para enganar as pessoas. Pedro revelou essa sabedoria quando tentou induzir Cristo a fugir da cruz (Mc 8:32-33).

  2. A sabedoria do alto –

 A verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela é fruto de oração (1:5), ela é dom de Deus (1:17). Essa sabedoria está em Cristo: Cristo é a nossa sabedoria (1 Co 1:30). Em Jesus nós temos todos os tesouros da sabedoria escondido (Cl 2:3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2 Tm 3:15). Ela nos é dada como resposta de oração (Ef 1:17; Tg 1:5).

  II. CONTRASTE SOBRE AS CARACTERÍSTICAS – V. 13-14,17

  Desde que as duas sabedorias procedem de origens radicalmente opostas, elas também operam em caminho diferentes.

  1. Qual é a evidência da falsa sabedoria?

  a) Inveja amargurada (v. 14,16) – Essa ambição está ligada ao (3:1), onde Tiago alertou para o perigo de se cobiçar ofícios espirituais na igreja. A sabedoria do mundo diz: promova a você mesmo. Você é melhor do que os outros. Os discípulos de Cristo discutiam quem era o maior dentre eles. Os fariseus usavam suas atividades religiosas para se promoverem diante dos homens (Mt 6:1-18). A sabedoria do mundo exalta o homem e rouba a Deus da sua glória (1 Co 1:27- 31). O invejoso não se alegra com o triunfo do outro e alegra-se com o fracasso do outro. O invejo é alguém que tem uma super preocupação com sua posição, dignidade e direitos.

  b) Sentimento faccioso (v. 14b, 16b) – Há grandes feridas nos relacionamentos dentro das famílias e das igrejas (Exemplo: A igreja Central de Campo Grande _ MS). A falta de perdão (Matarazo). A palavra significa espírito de partidarismo. Era a palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas são a seu favor ou então contra você. Paulo alertou em Filipenses 2:3 sobre o perigo de estarmos envolvidos na obra com motivações erradas: vangloria e partidarismo. O outro vem antes do eu. Exemplo: Filipenses 2 mostra o exemplo de Cristo, Paulo, Timóteo e Epafrodito.

  c) Mentira (v. 14c) – A inveja produz sentimento faccioso. Este promove a vaidade e a vaidade se alimenta da mentira (1 Co 4:5).

 2. Qual é a evidência da verdadeira sabedoria?

  a) Mansidão (v. 13) – Mansidão não é fraqueza, mas poder sob controle. A palavra era usada para um cavalo domesticado, que tinha o seu poder sob controle. Uma pessoa que não controle pessoal, não tem domínio próprio não é sábia. Mansidão é o uso correto do poder, assim como sabedoria é o uso correto do conhecimento.

  b) Pureza (v. 17) – “Primeiramente pura” mostra a importância da santidade. Deus é santo, portanto, portanto a sabedoria que vem de Deus é pura. Ela é livre de impureza, mácula, dolo. A sabedoria de Deus nos conduz à pureza de vida. A sabedoria do homem conduz à amizade com o mundo.

 c) Paz (v. 17) – A sabedoria do homem leva à competição, rivalidade e guerra (Tg 4:1-2), mas a sabedoria de Deus conduz à paz. Essa é a paz produzida pela santidade e não pela complacência ao erro. Não se trata da paz que encobre o pecado, mas do fruto da confissão do pecado.

  d) Indulgência (v. 17) – Essa característica da sabedoria do alto trata da atitude de não criar conflitos nem comprometer a verdade para manter a paz. É ser gentil sem ser fraco.

  e) Tratável (v. 17) – É ser uma pessoa comunicável, de fácil acesso. Jesus era assim: as crianças, os enjeitados, os leprosos, os doentes, as mulheres, os publicanos, as prostitutas, os doutores tinham livre acesso a ele. A Bíblia, entretanto, fala de Nabal, um homem duro no trato com que ninguém podia ser comunicar.

  f) Plena de Misericórdia (v. 17) – Essa sabedoria é controlada pela misericórdia. A parábola do bom samaritano nos exemplifica esse tipo de sabedoria: Para um samaritano cuidar de um judeu era um ato de misericórdia. g) Bons frutos (v. 17) – As pessoas que são fiéis são frutíferas. Quem não produz frutos, produz galhos. A sabedoria de Deus é prática. Ela muda a vida e produz bons frutos para a glória de Deus.

  h) Imparcial (v. 17) – Uma pessoa que não tem duas mentes, duas almas (1:6). Quando você tem a sabedoria de Deus você julga conforme a verdade e não conforme a pressão ou conveniência.6

  i) Sem fingimento (v. 17) – A palavra é sinceridade, sem hipocrisia. O hipócrita é um ator que representa um papel diferente da sua vida real. Ele fala a verdade em amor. Não existe jogo de interesse, política de bastidor.

  III. CONTRASTE SOBRE OS RESULTADOS – V. 16,18

  A origem determina resultados. A sabedoria do mundo produz resultados mundanos; a sabedoria espiritual, resultados espirituais.

  1. A sabedoria do mundo produz problemas – v.

 16b Inveja, confusão, e todo tipo de coisas ruins são o resultado da sabedoria do mundo. Muitas vezes, esses sintomas da sabedoria do mundo estão dentro da própria igreja (3:12; 4:1-3; 2 Co 12:20). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma das causas do porquê deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm rejeitado a sabedoria de Deus. A palavra “confusão” significa desordem que vem da instabilidade. Essas pessoas são instáveis como a onda (1:8) e indomáveis como a língua (3:8). Essa palavra é usada por Cristo para revelar a confusão dos últimos dias (Lc 21:9). A sabedoria do mundo só produz coisa ruins.

  2. A sabedoria de Deus produz bênçãos –

  v. 18 Vida reta (v. 13) – Uma pessoa sábia é conhecida pela sua vida irrepreensível, conduta santa. Obras dignas de Deus (v. 13) – Uma pessoa sábia não apenas fala, mas faz. Fruto de justiça (v. 18) – A vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós 7 semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas no meio da família de Deus. Ló seguiu a sabedoria do mundo e trouxe problema para a sua família.

    CONCLUSÃO

  1. Como poderemos conhecer uma pessoa sábia? Uma pessoa sábia é sempre uma pessoa humilde. Aquele que proclama as suas próprias virtudes carece de sabedoria.

  2. Como poderemos identificar uma pessoa que não tem sabedoria? Suas palavras e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão, guerras.

  Referência: Extraído do Livro “Transformando Provas em Triunfo”, do Rev. Hernandes Dias Lopes e publicado pela Editora Hagnos

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