sexta-feira, 26 de março de 2021

Lição 01: E Deu Dons aos Homens

 



    TEXTO ÁUREO

“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”

 (Ef 4.8).

VERDADE PRÁTICA

Os dons são dádivas divinas para a Igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha buscá-la.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 12.3-8; 1 Coríntios 12.4-7.

Romanos 12

3 – Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.

4 – Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,

5 – assim nós que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.

6 – De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;

7 – se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar; haja dedicação ao ensino;

8 – ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

1 Coríntios 12

4 – Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

5 – E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.

6 – E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

7 – Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.

INTERAÇÃO

Prezado professor, neste trimestre estudaremos um tema extremamente relevante para os nossos dias: os dons espirituais, ministeriais e de serviço. Todas estas dádivas são concedidas pelo Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja do Senhor. Esse tema é tão relevante para a igreja que Paulo dedica dois capítulos inteiros na Epístola aos Coríntios para tratar do assunto. Ele não queria que os irmãos fossem ignorantes a respeito dos dons (1Co 12.1). Então, estude com afinco cada lição e busque, com zelo, os melhores dons. O comentarista das lições é o pastor Elinaldo Renovato, autor de diversos livros publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, e professor universitário.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conscientizar-se de que os dons espirituais são atuais e bíblicos.
Analisar os dons de serviço, espirituais e ministeriais.
Saber que a igreja de Corinto era problemática na administração dos dons.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a primeira lição, reproduza o esquema abaixo. Divida a classe em três grupos e peça que, em grupo, os alunos leiam e relacionem os dons apresentados em cada uma das listas elaboradas pelo apóstolo Paulo. Peça que os alunos também digam o total de dons relacionados em cada lista.

• 1ª lista – 1 Coríntios 12.8-10. (Um total de nove dons)

• 2ª lista – 1 Coríntios 12.28. (Um total de oito dons)

• 3ª lista – 1 Coríntios 12.29,30. (Um total de sete dons)

Reúna os alunos formando um único grupo. Ouça os grupos e conclua enfatizando que todos estes dons estão disponíveis para a igreja atual. Os dons não cessaram. Que venhamos a buscá-los com fé para a edificação do Corpo de Cristo.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Dom: Dádiva, presente oferecido pelo Espírito Santo aos crentes.

A Bíblia de Estudo Pentecostal define “dons” como “manifestações sobrenaturais concedidas da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum”.

Neste trimestre analisaremos os dons de Deus dispensados à Igreja para que, com graça e poder, ela proclame o Evangelho de Jesus a toda criatura. Além de auxiliar o Corpo de Cristo no exercício da Grande Comissão, os dons divinos subsidiam os santos para que cheguem à unidade da fé (Ef 4.12,13).

PONTO CENTRAL: 

Dom: Dádiva, presente oferecido pelo Espírito Santo aos crentes. 

CONCLUSÃO

O estudo dos dons de Deus aos homens é amplo e nos apresenta recursos pelos quais podemos servir ao Senhor e à sua Igreja. Esses dons são para os nossos dias, pois não há na Bíblia nenhum versículo que diga que os dons espirituais deixaram de existir com a morte do último apóstolo. Portanto, busquemos os dons do Espírito Santo, pois estão à nossa disposição. Eles são um exemplo da multiforme
graça de Deus em dispensar instrumentos espirituais para a
Igreja na história.

2° Trimestre De 2021 | CPAD – Adultos – Tema: Dons Espirituais e Ministeriais – Servindo à Deus e aos Homens com Poder Extraordinário | Lição 01: E deu dons aos homens



  E Deu Dons aos homens “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens" (E f 4.8).

   Deus, o Criador de todas as coisas, do universo, dos seres vivos e do homem, compraz-se em ser um doador de bênçãos. Faz parte de sua natureza divina, do seu caráter e de sua essência, conceder dá­ divas ou dons ao ser criado à sua imagem, conforme a sua semelhança. Ao criar o ser humano, homem e mulher, deu-lhes o sopro divino, o primeiro dom, o dom da vida. Não apenas a vida biológica, mas a vida espiritual, a vida eterna, com a qual o homem poderia desfrutar para sempre da gloriosa presença do Criador, sem sofrer os males decorrentes do pecado.

   A Queda foi a tragédia de dimensão espiritual, humana e cósmica. O homem não soube aproveitar a grande dádiva da existência e da vida, propiciada pelo Ser Supremo. E desperdiçou a grande oportunidade de viver com Deus, no paraíso, que se estenderia por todo o planeta, num ambiente plenamente adequado para uma vida especial. Perdeu a vida eterna, restando-lhe o dom da vida na dimensão biológica, sujeito às fraquezas e desordens naturais.

   Mas Deus provou que tem um plano especial para o homem, na face da Terra. E propiciou a redenção da humanidade, com a promessa da “semente da mulher” (Gn 3.15), que haveria de ferir a cabeça da serpente, o Diabo e seus seguidores. Jesus, a maior dádiva de Deus à humanidade, nasceria de uma mulher (cf. Is 7.14), para ser morto, em sacrifício pelo homem perdido, e tornar-se o vencedor do pecado, da morte e do Diabo. A salvação foi o maior dom de Deus ao mundo (Jo 3.16). O dom da vida eterna, em Cristo Jesus.

  No plano de Deus para o planeta Terra, Ele previu a formação de um povo especial, que deveria representar os interesses do seu Reino. Foi o povo de Israel (Ex 19.3-6).

   O Senhor deu a Israel todas as condições para ser um “reino sacer­dotal e povo santo”. Mas Israel não entendeu os sublimes propósitos de Deus para sua história. Ao longo de séculos, alternou-se em servir a Deus e a desobedecer a sua vontade. Bênçãos e castigos fazem parte de sua história. Culminando em sua rejeição por um tempo, para que Deus escolhesse outro povo para servir aos interesses dos céus no uni­ verso. Esse povo é a Igreja de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Cumprindo a promessa feita no Éden, de redenção da humanidade, Jesus veio ao mundo, no tempo de Deus (kairós), “na plenitude dos tempos” (G1 4.4), para congregar a sua igreja, como “... um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14).

   Na Antiga Aliança, Deus concedeu a Israel líderes extraordinários para guiá-los como povo eleito. Alguns tinham dons especiais, como Moisés, Arão, Miriã, Josué; outros eram profetas ou mensageiros, que tinham dons especiais, concedidos por Deus para a operação de sinais e maravilhas. Mas aqueles dons não estavam à disposição de toda a comunidade. Moisés fazia sinais ante Faraó, e o povo apenas tomava conhecimento e era beneficiário dos milagres de Deus. Eliseu fazia sinais, multiplicando o azeite da viúva; ou tornando doces as águas estéreis (2 Rs 3.20-22), e o povo era apenas espectador, ou nem tomava conhecimento de tais maravilhas.

  Entretanto, na Nova Aliança (Novo Testamento), como parte do plano de Deus, em Cristo Jesus, Ele resolveu dar “dons aos homens” (Ef 4.8), após sua vitória sobre a morte e sobre todos os poderes do mal. Indo além dos “dons naturais”, Jesus resolveu capacitar seus servos, in­tegrantes de sua Igreja, dando-lhes dons {carismas), que são postos à disposição de todos os salvos, no seio da comunidade cristã.

  Os dons são “ferramentas”, por assim dizer, à disposição da igreja, para que essa exerça sua missão profética, de proclamadora do evangelho de Cristo, de modo eficaz, contra “...os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12), usando a “armadura do salvo”, na guerra espiritual sem tréguas a que todo salvo é submetido. Neste estudo, veremos o que são os dons, seu propósito e sua classificação, e como são postos à disposição dos salvos em Cristo Jesus.

   Nunca foi tão necessária a manifestação dos dons do Espírito Santo, como nos dias atuais visto que estamos vivendo numa sociedade cor­ rompida pelo pecado e enganada por falsos milagres e ensinamentos que contradizem o verdadeiro evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

   Existe em toda a Bíblia Sagrada pelo menos quatorze palavras para referir-se a dons, cinco delas em hebraico e nove em grego. Porém o após­ tolo Paulo emprega a palavra charisma, para indicar os dons do Espírito Santo, as suas graças, gratuitamente conferidas para a obra do ministério (1 C o 12.4,9,28,30,31). A Palavra Charisma é usada por dezessete vezes no Novo Testamento, com certas variedades de aplicação.

   As habilidades dadas a cada pessoa pelo Espírito Santo são chamadas de dons espirituais. E capacita a quem os recebe para ministrar às neces­sidades principalmente do Corpo de Cristo que é a Igreja. Nesta análise, de natureza introdutória, chamamos de “dons de Deus” a todos os caris­ mas concedidos por Deus, de diversas formas, como recursos de origem divina, que têm o propósito de capacitar os salvos em Cristo Jesus, como membros da Igreja, para que esta alcance sua Missão e seus objetivos, definidos pelo seu Senhor, Cabeça e Mestre.

I - Os dons na Bíblia

1.  NO ANTIGO TESTAMENTO

   A palavra “dom” tem vários significados no texto bíblico. No Antigo Testamento, escrito em hebraico, há várias palavras que traduzem o sentido de “dom”. Dentre elas, destacamos os termos mattan, com o sentido de alguma coisa oferecida gratuitamente, ou “um presente”, como em Provérbios 19.6; 21.14; ou como dote, dádiva (Gn 34.12). H á o termo maseth, que também significa “presente”, “dádiva” (Et 2.18; Jr 40.5); a mais usada, no entanto, é minchach, que ocorre duzentas e nove vezes, com o significado de “oferta”, “presente” (SI 45.12; 72.10). Em todas as ocorrências, o sentido é sempre o de algo que é dado ou oferecido gratuitamente. No Antigo Testamento, os dons eram concedidos a pessoas específicas, chamadas por Deus para cumprir determinadas missões. Os dons não estavam à disposição de todo o povo de Deus.

2.  NO NOVO TESTAMENTO

 No Novo Testamento, escrito em grego, a palavra “dom” assume de igual modo significados diversos. O termo “doma” indica a oferta de um “presente”, “boa coisa” (Mt 7.11); o “pão nosso” é uma dádiva de Deus (Lc 11.13); “dons”, concedidos por Deus aos homens (E f 4.8), com base no Salmo 68.19. A palavra cháris indica “dom gratuito”, ou “graça” (2 Co 8.4). O termo charisma é muito utilizado em estudos bíblicos, pois tem o significado de “dons do Espírito”, concedidos pela graça de Deus, com propósitos muito elevados; é relacionado ao termo ta charismata, utilizado em 1 Coríntios 12.4,9,28,30,31, que tem o sentido de “dons da graça” . H á o termo grego ta pneumática, usado por Paulo, em 1 Coríntios 12.1; 14.1, que se refere a “dons espirituais” . Em o Novo Testamento, os dons de Deus estão à disposição de todos os que creem, com a finalidade de promover graça, poder e unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo seja glorificado.

3.  DONS NATURAIS

 O objetivo deste capítulo é enfatizar os dons no sentido espiritual. N o entanto, incluímos rápida referência aos “dons naturais”, visto que eles são também dádivas ou concessões de Deus a todos os homens. Eles podem ser dados através de dois meios, e não devem ser confundi­ dos com dons espirituais.

  1) A través da natureza

  Em sua infinita bondade, Deus “...é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25). Além da vida humana, in­ fundida no ato da criação, e na geração de cada novo ser vivo, Deus concede, através da natureza, o ar, a água, o sol, a chuva, a germina­ção das plantas, os frutos, os alimentos e tudo o que é necessário à sobrevivência no planeta. São “dons” ou dádivas naturais. E fruto da graça de Deus. 12

   Para o naturalista, tudo isso é resultado de um processo ecológico, fruto do acaso cego. E a suprema ignorância sobre a verdadeira origem da Terra e do universo em geral. Mas os cristãos verdadeiros, que co­nhecem a Palavra de Deus, como revelação divina, sabem que todo o funcionamento dos ecossistemas são fruto da criação de Deus e de sua bondade para com o homem, face o seu plano glorioso para o planeta Terra, que é propriedade de Deus (SI 24.1).

  2 ) A través das aptidões humanas

   De modo geral, cada pessoa tem algum tipo de habilidade para realizar determinadas coisas. A psicometria, que usa o Quociente de Inteligência (QI) como parâmetro, indica que há pessoas com nível de inteligência maior ou menor que outra. N um a outra linha de en­ tendimento, o psicólogo Howard Gardner (1980) entende que exis­ tem 7 tipos de inteligência:1

  Inteligência linguística. As pessoas que possuem este tipo de inteli­gência tem grande facilidade de se expressar tanto oralmente quanto na forma escrita. Elas além de terem uma grande expressividade, também têm um alto grau de atenção e uma alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma inteligência fortemente relacionada ao lado esquerdo do cérebro é uma das inteligências mais comuns.

   Inteligência lógica: Pessoas com esse perfil de inteligência têm uma alta capacidade de memória e um grande talento para lidar com mate­mática e lógica em geral. Elas têm facilidade para encontrar solução de problemas complexos, tendo a capacidade de dividir estes problemas em problemas menores e ir resolvendo até chegar à resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas. E uma inteligência fortemente re­lacionada ao lado direito do cérebro.

   Inteligência Motora: Talento para os esportes e para a dança. Pessoas com este tipo de inteligência possuem um grande talento em expressão corporal e tem uma noção espantosa de espaço, distância e profundidade. Tem um controle sobre o corpo maior que o normal, sendo capazes de realizar movimentos complexos, graciosos ou então fortes com enorme precisão e facilidade. E uma inteligência relaciona­ da ao cerebelo que é a porção do cérebro que controla os movimentos voluntários do corpo. Presente em esportistas olímpicos e de alta per­formance. E um dos tipos de inteligência diretamente relacionado à coordenação e à capacidade motora.

  Inteligência Espacial. Pessoas com este perfil de inteligência têm uma enorme facilidade para criar, imaginar e desenhar imagens 2D e 3D. Elas tem uma grande capacidade de criação em geral, mas principalmente tem um enorme talento para a arte gráfica. Pessoas com este perfil de inteligência têm como principais características a criatividade e a sensibilidade, sendo capazes de imaginar, criar e enxergar coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido, em geral, não consegue dominar esses assuntos.

  Inteligência Musical: É um dos tipos raros de inteligência. Pesso­as com este perfil têm uma grande facilidade para escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas musicais. Eles conseguem ouvir e processar sons além do que a maioria das pessoas consegue, sendo capazes também de criar novas músicas e harmonias inéditas. Pessoas com este perfil é como se conseguissem “enxergar” através dos sons. Algumas pessoas têm esta inteligência tão evoluída que são capazes de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Assim como a inteligência espacial, este é um dos tipos de inteligência fortemente relacionados à criatividade.

   Inteligência Interpessoal: E um tipo de inteligência ligada à capacidade natural de liderança. Pessoas com este perfil de inteligência são extrema­ mente ativas e em geral causam uma grande admiração nas outras pesso­as. São os líderes práticos, aqueles que chamam a responsabilidade para si. Eles são calmos, diretos e tem uma enorme capacidade para convencer as pessoas a fazer tudo o que ele achar conveniente. São capazes também de identificar as qualidades das pessoas e extrair o melhor delas organi­zando equipes e coordenando trabalho em conjunto.

   Inteligência Intrapessoal: Liderança indireta para influenciar as pes­soas. E um tipo raro de inteligência, também relacionado à liderança. 14
   Quem desenvolve a inteligência intrapessoal tem uma enorme facilidade em entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Ao contrário dos líderes interpessoais que são ativos, os líderes intrapessoais são mais reservados, exercendo a liderança de um modo mais indireto, através do carisma e influenciando as pessoas através de ideias e não de ações. Entre os tipos de inteligência, este é considerado o mais raro.

   Numa análise teológica, podemos dizer que esse ou aquele tipo de inteligência ou habilidade humana é dom natural de Deus, manifesta­ do através de talentos, virtudes, capacidades inatas, ou vocações para determinadas tarefas.
   Inteligência Espiritual. O apóstolo Paulo, em sua visão ampla acerca da vida espiritual, incluiu, em seus ensinos o conceito de “Inteligência Espiritual” (Cl 1.9). Sem dúvida alguma, é a inteligência concedida por Deus para os crentes compreenderem, discernirem e praticarem a vontade de Deus, em todas as áreas e situações de sua vida. A inteligên­cia espiritual transcende os dons naturais e situa-se na esfera da ação do Espírito Santo na vida do crente. Certamente, podemos dizer que também é um dom de Deus.

    II - DONS ESPIRITUAIS (1 CO 12.1-11)

   Como consta do item I, tanto no Antigo como no Novo Testa­ mento, a palavra “dons” sempre se refere à dádiva, ofertas ou presentes, concedidos graciosamente. Os dons espirituais ou carismáticos são ma­nifestações espirituais ou poderes, concedidos pelo Espírito Santo com o propósito maior de glorificar a Cristo. O Novo Testamento faz uso da expressão pneumática (gr. derivada de pneuma, “espírito”), indicando que a expressão “dons espirituais” refere-se às manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum (w. 1,7; 14.1). A expressão pneumatikon, usada por Paulo (1 Co 12.1), refere-se a “coisas espirituais” , entendidas como os dons espirituais.

   Após a ressurreição de Cristo, Ele se credenciou, diante de Deus, dos anjós e dos poderes do mal, para dar “dons aos homens” (Ef 4.8). Indo além dos “dons naturais”, Jesus resolveu capacitar seus servos, integrantes de sua Igreja, dando-lhes dons (carismas), que são postos à disposição de todos os salvos, no seio da comunidade crista. Esses dons não são privilégio ou exclusividade dos líderes, dos pastores, evangelistas, presbíteros, ou dos ensinadores da igreja. Eles estão à disposição dos santos, para que, por eles, o Senhor realize seus propósitos especiais. Ele os reparte “particularmente a cada um como ele quer” (1 Co 12.11).

  A Igreja de Jesus é “ ...a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para” anunciar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). Esse povo é “o seu Corpo”, do qual Ele é a cabeça (Cl 1.18). A Igreja é a “...univer­sal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). E não pode ser confundida com “igrejas e igrejas”, que existem, cuja origem não é divina, mas humana e criadas com propósitos hu­ manos. Os dons espirituais contribuem para estabelecer e demonstrar a diferença entre “igrejas” e a Igreja de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

1.  O CONHECIMENTO DOS DONS ESPIRITUAIS

 Os salvos em Cristo Jesus não podem ser ignorantes acerca dos dons espirituais (1 C o 12.1-3). É interessante, ainda que no aspecto negati­vo, como há falta de ensino, em muitas igrejas, acerca do batismo com o Espírito Santo e mais ainda sobre os dons espirituais. Essa omissão contribui para a ignorância acerca dos dons, e dá lugar a comportamen­tos estranhos, de origem carnal e emocional, como expressões falsas de espiritualidade. E o caso do “cair no espírito”, quando certos pasto­ res ou pregadores, sem base bíblica, dão palavras de ordem a pessoas incautas e carentes de ensino, e elas caem desmaiadas. E isso é visto como “elevado sinal de espiritualidade”. Quanto mais pessoas o prega­ dor “derrubar” , é visto como muito espiritual. Se não derrubar crentes não é espiritual!

2.  A NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS

  A Igreja, como “Corpo de Cristo” , precisa de poder, de unção e de manifestações espirituais, que se expressam genuinamente através dos dons espirituais. Esses dons são indispensáveis à unidade e à ação da Igreja, por diversas razões. 16

   1) Na espera pela vinda de Jesus. Em toda a sua história, des­ de sua fundação por Jesus Cristo, a Igreja tem sido a instituição mais atacada pelas forças do mal. Ela nasceu debaixo da perseguição. Impé­rios humanos tentaram destruí-la, apagando seu nome da face da terra. Filosofias humanistas e materialistas tentaram sufocá-la, abafando sua mensagem; sistemas políticos totalitários e ateístas, a serviço do Diabo, tentaram eliminar sua influência no mundo.

   Os ataques contra a integridade espiritual da Igreja continuam, ao longo dos séculos. Como Noiva do Cordeiro, Ela precisa de poder para vencer às mais diferentes investidas malignas, na longa espera pelo Noivo. Ainda que, no século XXI, haja, no meio das igrejas locais, re­ cursos que os primeiros cristãos não possuíam, em termos teológicos, educacionais ou tecnológicos, o único recurso que lhe dá condições de suplantar o império do mal é o Poder do Espírito Santo. E este poder se manifesta na operação sobrenatural dos dons espirituais.

   2 ) Os dons espirituais fazem a diferença. Na parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13), Jesus demonstrou a seus discípulos que a chegada do Noivo poderia demorar. As cinco virgens loucas representam a parte da Igreja que não estará preparada para esperar a Volta de Jesus. As virgens prudentes representam os crentes salvos, que, além de terem o “azeite” nas lâmpadas, ou em suas vidas e testemunho, têm “azeite” nas vasilhas de reserva.

   O “azeite” representa a presença e o poder do Espírito Santo na vida dos crentes que vão subir ao encontro do Senhor Jesus Cristo (cf. 1 Ts 4.16,17). Os dons espirituais é que fazem a diferença, atuando no meio da igreja, nesses “tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1), em que a pecaminosidade e a rebeldia contra Deus estão aumentando. Há milhares e milhares de “igrejas”, mas só vão subir ao encontro do Noivo os crentes salvos, santos e irrepreensíveis para a vinda de Jesus (1 Ts 5.23).

   3 ) Os dons podem ser abundantes.A igreja de Corinto é um exem­plo eloquente de que uma igreja cristã pode experimentar a ocorrência de uma variedade enorme de dons espirituais. Na introdução à sua pri­meira Carta aos Coríntios, Paulo tece considerações elogiosas àqueles crentes, acentuando que nenhum dom (espiritual) lhes faltava, “espe­rando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7), que os haveria de confirmar até o fim para serem” irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.8). 17

    4)Os dons são indispensáveis à evangelização. A missão da Igreja, levada a efeito através das igrejas locais, é de proclamar o evangelho. Nos tempos pós-modernos, a incredulidade, a frieza e a indiferença pelo evangelho de Cristo é tão grande e tão latente, que, sem a mani­ festação espiritual de forma evidente, as pessoas não vão saber discernir entre os falsos evangelhos e o verdadeiro evangelho de Jesus. Sempre houve essa necessidade.

   Nos primórdios da evangelização, através de Jesus Cristo, as pessoas criam nEle, a ponto de multidões segui-lo, não só pela sua mensagem que tinha autoridade, e fazia diferença (Jo 7.46), mas, principalmente, por causa dos sinais e prodígios que Ele fazia.

   III - A GENUIDADE DOS D O N S ESPIRITUAIS

   Os dons espirituais devem ser utilizados na igreja, respeitados os re­ quisitos e condições estabelecidos na palavra de Deus. Fora disso, há o risco de haver manifestações espúrias ou falsas em relação ao verdadeiro caráter dos dons.

  1. OS DONS DEVEM SER EXERCIDOS COM AMOR

  A divisão da Bíblia em capítulos só ocorreu em 1227 e, em versícu­los, em 1551.2 Quando se lê o capítulo 12 de 1 Coríntios, sobre os dons espirituais e se passa para o capítulo seguinte, sobre o amor cristão, tem-se a impressão de que são temas distintos. Na verdade, original­ mente, antes da divisão da Bíblia em capítulos, o texto dos capítulos 12 a 14 trata do mesmo tema dos dons.

   Paulo termina o capítulo 12, com sua belíssima dissertação sobre os dons espirituais, com uma exortação por demais relevante, dizen­ do: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda m ais excelente” (1 Co 12.31 — grifo nosso). Que “caminho ainda mais excelente” é esse? A resposta vem de imediato, na ligação entre o último versículo do capítulo 12 e o primeiro versí­culo do capítulo 13, quando o apóstolo dá sequência ao seu precioso ensino sobre os dons espirituais. E afirma de modo peremptório: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ain­ da que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que trans­ portasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria” (1 Co 13.1,2).

   Fica bem claro que, se os crentes tiverem dons espirituais em abundância, mas não tiverem amor, o exercício desses carismas de nada adianta diante de Deus. Nesses dois versículos Paulo mostra a síntese da inutilidade dos dons, quando usados sem amor.

  2. OS DONS DEVEM SER USADOS DE ACORDO COM A PALAVRA

   A Palavra de Deus deve ser a referência número um para qualquer atividade ou manifestação na igreja? “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (SI 119.105). E o Espírito Santo quem inspira a Palavra de Deus e a seus escritores. Logo, não há nenhuma justificativa para que um dom seja exercido em desacordo com os preceitos da Palavra de Deus.

   3. OS DONS NÁO DÁO ORIGEM A DOUTRINAS

   A fonte primordial e única de qualquer doutrina, na igreja cristã, é a Palavra de Deus. É altamente danoso para a integridade espiritual de qualquer igreja, quando um líder, ou um outro membro da igreja, apresenta como doutrina aquilo que não tem fundamento na Bíblia. Determinado obreiro ensinou que os crentes que possuem internet estão em pecado. Para se dizer que algo é pecado é necessário fun­damentar na Palavra de Deus. N a realidade, tal ensino é fruto de opinião pessoal do líder. Do contrário, é imposição autoritária, que só traz prejuízo à obra do Senhor. Ensinar que quem usa a internet de maneira ilícita, para visualizar coisas que não agradam a Deus, está pecando, é correto, mas afirmar que possuir internet é pecado é abuso de autoridade ministerial.

  Não há necessidade de outra fonte de doutrina além da Palavra de Deus (G1 1.8,9). 19
  4. QUEM TEM UM DOM DEVE SER MAIS HUMILDE

   Os dons espirituais são parte das riquezas sobrenaturais, concedidas pelo Espírito Santo aos servos do Senhor, com o objetivo de servir à igreja. Jamais o portador de um dom deve orgulhar-se e portar-se de modo arrogante ou autoritário. Deve agir, sabendo que “Temos, po­rém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7). Nunca devemos esquecer de que o Espírito Santo glorifica a Cristo e não ao homem (Jo 16.14). Se o que tem o dom não tiver essa consciência de humildade, poderá perder a graça para usá-lo. Deus não admite que o seu louvor seja transferido para ninguém.

  IV - Dons Ministeriais (Ef 4 .11)

   Ministérios são serviços ou funções exercidos na igreja local, como parte do Corpo de Cristo, que é a sua Igreja. No âmbito cristão, mi­nistérios são serviços que devem ser exercidos por pessoas que tenham a mentalidade de servas de Cristo. Quem não pode ser servo não pode ser ministro na Igreja de Cristo. Ele disse que não veio para ser servi­ do, mas para ser servo (Mt 20.28).

  1. O LADO ESPIRITUAL DA IGREJA

   Igreja de Jesus Cristo é espiritual e humana. No lado espiritual, precisa de poder espiritual, de sabedoria espiritual, de capacitação espiritual. D aí, a necessidade dos dons espirituais, como foi visto no item anterior. O lado espiritual reflete a natureza da Igreja como organismo, ou o Corpo de Cristo, Paulo discerniu bem o aspecto espiritual da Igreja, como organismo espiritual ao dizer: “Antes, se­ guindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (E f 4.15,16).
   2. O LADO HUMANO DA IGREJA

   N o lado humano, a Igreja precisa de liderança. E esta não pode ser exercida apenas pela capacidade humana, intelectual, teológica, por mais que tais capacitações sejam importantes. A liderança eclesiástica deve ser espiritual, ministerial e administrativa. Os ministérios ou servi­ços (gr. diakonion), indispensáveis ao ordenamento e o funcionamento da igreja dependem da graça de Deus. Os dons ministeriais fortalecem a unidade da Igreja, atuando de modo equilibrado ao lado dos espiri­tuais.

   Os líderes cristãos podem ter formação secular ou teológica, mas não podem prescindir da legitimação através dos dons que os capaci­tam para liderar o Corpo de Cristo na Terra. Antes de tudo, precisam ter convicção da chamada de Deus para serem servos-líderes.

   Jesus, o Dono e Senhor da Igreja, só dá dons a homens que têm esse perfil de homens-servos. Os dons espirituais estão à disposição de todos os crentes, de todos os salvos. Mas os dons ministeriais são específicos para homens que têm a chamada de Deus para o ministério de servir à Igreja.

   Conclusão

   A Igreja de Cristo Jesus, nestes tempos que antecedem à sua Vinda, precisa mais do que nunca do exercício e da experiência concreta dos dons espirituais e ministeriais. Espiritualidade sem organização minis­terial pode levar a práticas fanáticas de falsos exemplos de espiritualida­de. O exercício dos ministérios, sem a demonstração do poder de Deus, atuando pelos dons espirituais, seguramente leva à frieza institucional, transformando igrejas em meras instituições religiosas.

1 Os 7 tipos de Inteligência. Disponível em http://www.rius.com.br.

Dons Espirituais e Ministeriais (Livro de Apoio Adulto)

Elinaldo Renovato de Lima

                                                 

III - CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1 Co 12.1-11)

1. Os dons são importantes.

OBJETIVOS DOS DONS

Glorificação de JESUS Jo. 16: 14 Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.

Expansão do Evangelho Rom. 15:19 Por força de sinais e prodígios, pelo poder do ESPÍRITO SANTO; de maneira que desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de CRISTO.

Edificação da Igreja I Cor. 14: 12 Assim também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da Igreja.

Confirmação da Palavra Mc. 16: 20 E eles, tendo partido, pregaram a em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.

FATBI. Faculdade Teológica Bereana Internacional Módulo De Teologia Sistemática Curso Bacharelado Em Teologia.

2. Diversidade dos dons.

Dons de manifestação do ESPÍRITO

Vamos agora classificar ou agrupar os dons com o objetivo de entender melhor o assunto. A primeira classificação é a dos dons de manifestação do ESPÍRITO em número de nove, conforme I Coríntios 12.8-10. Esses dons são formas de capacitação sobrenatural de pessoas, para a “edificação do corpo de CRISTO” como um todo, e também para a bem-aventurança de seus membros, individualmente (vv.3-5,12,17,26).

Os capítulos 12 a 14 de I Coríntios têm a ver com esses maravilhosos dons. Eles são de atuação eventual, inesperada e imprevista (quanto ao portador do dom), tudo dependendo da soberania de DEUS na sua operação. Esses dons manifestam o saber de DEUS, o poder de DEUS e a mensagem de DEUS.

Agora o apóstolo mostra como se manifestavam os vários dons do ESPÍRITO, nos quais a congregação era tão rica, e qual o propósito que eles deviam guardar em mente: Mas a cada um (cristão) está sendo dada a manifestação do ESPÍRITO visando o proveito comum. Ele fala de  modo muito geral, afirmando que cada cristão possui algum dom da graça, um dom que não foi meramente derramado sobre ele em certa ocasião no vago e distante passado, mas que lhe é concedido dia após dia. Por isso, seu alvo e objetivo não é servir ao engrandecimento e gozo pessoal, mas ser colocado à disposição e ao ministério do proveito espiritual da congregação inteira e da igreja. Cada cristão devia revelar-se um bom despenseiro da multiforme graça de DEUS, 1.Pe. 4.10; Mt. 25.14-30.

Paulo mostra por meio de certo número de exemplos como exatamente os talentos espirituais dos cristãos individuais deviam servir para o benefício da congregação toda:

A um foi dada pelo ESPÍRITO, por meio do Seu poder,

1- A palavra de sabedoria.

Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom tem a ver com a sabedoria de DEUS a respeito do futuro - Onipresença de DEUS -  Exemplo: Profeta ágabo prevendo seca no mundo - At 11.28 - e prevendo que Paulo seria preso em Jerusalém At 21.11;  - No AT vemos Elizeu prevendo que o general da Síria mataria o rei e governaria em seu lugar matando muitos dos judeus 2 Rs 8.11.

2- Mas a outro foi dada a palavra de conhecimento.

Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom tem a ver com o conhecimento de DEUS a respeito do presente - Onipresença de DEUS -  Exemplo: JESUS viu Natanael debaixo da Figueira estando ele muito distante dali - Jo 1.48. No AT vemos Elizeu dizendo para o rei em Israel o que o rei da Síria dizia a seus generais muito distante dali, preparando armadilhas para Israel.

3- A outro o discernimento de espíritos

Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom dá a visão do oculto, o que está por detrás de uma mensagem ou de uma ação do inimigo. Dá poder para ministrar libertação a possessos de demônios. Exemplo - Paulo e a pitonisa de Filipos - At 16.18. Davi tocava sua harpa e Demônio saia de Saul - 1 Sm 16.23.

4- Na segunda série de dons, a um outro é dada fé, no mesmo ESPÍRITO, unicamente no Seu poder e outorga. Não é aquela fé que aceita a salvação em CRISTO, ou seja, não a fé que justifica, mas uma confiança forte e inabalável no DEUS onipotente ou no poder de CRISTO, como algo capaz de se revelar em feitos extraordinários e realizar o que aos homens parece impossível.18).

Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom acontece muito hoje na ressusrreição de mortos, principalmente na África - Exemplo - Paulo ressuscita Êutico At 20.10, Pedro ressuscita Dorcas - At 9.40 - No AT Elizeu ora e menino revive - 2 Rs 4.34.

5- A um outro foram dados na concessão do mesmo ESPÍRITO os dons das curas.

Observação minha - Ev. Luiz Henrique - São manifestações de DEUS curando vários tipos de doenças e enfermidades. Geralmente funciona em grupos de doenças. Exemplo - Algumas pessoas são usadas para determinadas curas como: dores de cabeça, enxaqueca, dores lombares. Sendo que para outros tipos de doenças não. Exemplo: Paulo orava e muitas doenças e enfermidades eram saradas, mas deixou seu companheiro Trófimo doente em Mileto. At 28.8,9; 2 Tm 4.20.

6- A operação de milagres ou de maravilhas - É o agir de DEUS na natureza, ou nas coisas que naturalmente não seriam mudadas. Um aleijado de nascença andar não é uma cura, é um milagre - um cego de nascença ver não é uma cura, é um  milagre. Exemplo: Paulo orou por um coxo desde o ventre e ele andou - At 14.8 - o paralitico da porta do templo, chamada Formosa At 3.2 - No AT Sol ou a Terra parou para Josué vencer a Guerra Js 10.13, Mar se abriu - Êx 14.21, etc...

7- Paulo menciona no terceiro grupo de dons, que a outro cristão é dada a profecia

Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom tem como funções básicas a edificação, a exortação e a consolação - Pode ocorrer advinda de três fontes possíveis - Do homem, do Diabo ou de DEUS - Por isso deve ser julgada. São mensagens sobrenaturais que revelam uma comunicação intima do ser humano com DEUS. Não tem elemento prditivo ou sobre o passado. Exemplo: JESUS viu a fé dos condutores do palaítico - Mc 2.5 - JESUS fala sobre a tristeza dos discípulos e os consola - Jo 16.22.

8- Línguas - 4 tipos de línguas: Não proibais falar em línguas; é ordem de DEUS (1 Co 14.39).

1. Língua para oração: Quem fala em línguas fala diretamente com DEUS - I Co 14:2 - O que fala em língua edifica-se a si mesmo - I Co 14:4 -quem ora em línguas ora bem - I Co 14:14.

2. Língua para interpretação: Essa linguagem pode ser interpretada pelo que fala ou por outrem.

3. Língua como sinal para incrédulo: "De modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos..."(I Co 14:22); estrangeiros ouvem em sua própria língua, ex: "Ouvindo-se, pois, aquele ruído, ajuntou-se a multidão; e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua."(At 2:6). Pode alguém ser usado para falar, por exemplo em alemão em algum lugar e uma pessoa presente alí, que fala alemão entenderá tudo o que DEUS quer falar-lhe.

4. Gemidos inexprimíveis: Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis."(Rm 8:26) -oração intercessora.

9- Interpretação de Línguas:

"Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado (ore tão baixinho que ninguém o note) na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus."(I Co 14:26-28); "Por isso, o que fala em língua, ore para que a possa interpretar."(I Co 14:13).

  Dons de ministérios práticos São administrações de serviços práticos, individuais e em grupo (Rm 12.6-8; I Co 12.28-30). Nestas passagens, eles aparecem juntamente com os demais dons espirituais, e sob o mesmo título original charismata — “dons da graça”. São dons de ministração residentes no portador, pela natureza de sua finalidade junto às pessoas ou grupos: assistência, serviço, socorro, auxílio, amparo, provisão. São dons residentes nos seus portadores, pela natureza e objetivos de sua ação.

  Estes dons têm sido pouco estudados na igreja. Daí os equívocos e dúvidas existentes. São da mesma natureza espiritual e sobrenatural dos demais dons da graça de DEUS. A Bíblia os coloca em conjunto com os demais dons (I Co 12.28). Ela usa para esses dons o mesmo termo original empregado para os dons de I Coríntios 12.4-10: charismata (Rm 12.6-8).

Ministério (Rm 12.7). Ministração, servir, prestar serviço material e espiritual, sem primeiramente esperar recompensa, reconhecimento, retribuição, remuneração, com motivação e capacitação mediante este dom. É servir capacitado sobrenaturalmente pelo ESPÍRITO.

  Ensinar (Rm 12.7). Ensinar no sentido didático, como deixa claro o original. E o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer; ensinar a entender; treinar outros. Educar no sentido técnico desta palavra. Não confundir com o ministério do ensino, que tem a ver com ministros do evangelho, segundo Efésios 4. II e Atos 13.1 (“profetas e mestres”).

   Exortar (Rm 12.8). Exortar, aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas desunidas, que não se falam; admoestar.

   Repartir (Rm 12.8). O sentido no original é dar generosamente, doar, oferecer, distribuir aos necessitados em primeiramente esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo ESPÍRITO SANTO. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.

Presidir (Rm 12.8). É conduzir, dirigir, organizar, liderar, governar, orientar com segurança, conhecimento, sabedoria e discernimento espiritual. Isso em se tratando de igreja, congregação, instituição, etc. Para alguém presidir desta maneira, só mesmo tendo de DEUS este dom! A tendência natural de quem lidera e preside é ser duro, dominar somente pela autoridade, ser insensível.

  Exercitar misericórdia (Rm 12.8). Este dom refere-se a assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos, enfermos, presos, visitação, compaixão.

  Socorros (I Co 12.28). Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc. È um dom de ação plural.

  Governos (I Co 12.28). E um dom plural no seu exercício. Ê dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e responsabilidade.

  Dons na área do ministério

Esses dons são enumerados em Efésios 4.11 e I Coríntios 12.28, 29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores ou mestres.

Alvos e resultados dos dons espirituais. De acordo com I Coríntios 12.7, “a manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para o que for útil”. Vejamos quais são os alvos e resultados dos dons espirituais:

1) A glorificação do Senhor JESUS em escala muito além da natural e humana (Jo 16.14).

2) A confirmação da Palavra de DEUS anunciada, pregada e ensinada (Mc 16.17-20; Hb 2.3,4).

3) O crescimento constante e real, em quantidade e qualidade, da obra de DEUS na igreja, na evangelização e nas missões (At 6.7; 19.20; 9.31; Rm 15.19\

4) A “edificação” espiritual da igreja de DEUS como um corpo e como membros individualmente (I Co 12.12-27). JESUS afirmou: “Eu edificarei a minha igreja” (Mc 16.18), mas na ocasião Ele não disse como ia edificar. Mas em Atos e nas Epístolas vemos que é em parte através desses dons divinos de que estamos a tratar.

5) O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12). Isso jamais é possível por parte do homem, ou das coisas desta vida, mas é possível para DEUS (c£ Lc 18.27).

  O exercício dos dons do ESPÍRITO. Toda energia e poder sem controle é desastroso. Estudando I Coríntios 14.26,32,33 e 40, vemos que DEUS nos concede dons, mas não é responsável pelo mau uso deles, por desobediência do portador à doutrina bíblica, ou por ignorância desta. A eletricidade quando domada nas subestações, torna-se apropriada ao consumo doméstico, mas nas linhas de alta tensão é letal e destruidora. Também não adianta ter um bom freio no carro sem o seu potente motor, como muitos fazem nas igrejas mornas, frias e secas. Elas têm freio e direção no “carro”, porém falta-lhes o ativo e poderoso motor.

   O uso dos dons na igreja deve ser regulado e equilibrado pela Palavra de DEUS, corretamente entendida, interpretada e aplicada. A Palavra e o ESPÍRITO interpenetram-se e combinam-se em sua operação conjunta na igreja. A Palavra é a espada do ESPÍRITO, e o ESPÍRITO interpreta e emprega a Palavra.

  Na igreja, a predominância da doutrina do Senhor corrige erros, evita confusão e repara estragos. Ela, quando ensinada e aplicada, neutraliza o fanatismo, que é zelo religioso sem entendimento — são exageros, práticas antibíblicas, emocionalismo, gritaria e outros desmandos. Por sua vez, quando o ESPÍRITO predomina, neutraliza o formalismo, que é excesso de regras, regulamentos, legalismo, rotina religiosa, formalidades secas e enjoativas, mornidão, fórmulas, ritos e coisas assim.

   Quem recebe dons de DEUS, a primeira coisa a fazer é procurar conhecer o que a Palavra ensina sobre o exercício deles. Em Corinto havia abuso dos dons, enquanto em Tessalônica havia carência deles, por tanto refreio.

  No exercício dos dons e de outras manifestações do ESPÍRITO SANTO, ninguém que aja desordenadamente e cause confusão, dentro da congregação e fora dela, venha a dizer que está agindo assim por direção do ESPÍRITO SANTO. Ele não é o autor de tais coisas!

  Responsabilidade quanto aos dons. É preciso haver responsabilidade quanto aos dons, a fim de que não haja mau uso deles.

1) Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (I Co 12.1).

2) Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (I Co 12.31).

3) Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dons espirituais” (I Co I4.I).

4) Ser abundante nos dons. “Procurai progredir neles, para a edificação da igreja” (I Co 14.12, ARA).

5) Ter autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (I Co 14.32).

6) Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Co 14.40).

Portanto, poder, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, tudo deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, e segundo a decência e ordem que a Palavra de DEUS preceitua (I Co 14.26-40).

  Antônio Gilberto. Teologia Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. pag.196-202.

      Os dons de DEUS

  Notemos o que Paulo diz: “E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera tudo em todos” (1 Coríntios 12.6).

A palavra “operações” refere-se ao método usado para pregar o evangelho. Para ser mais específico, refere-se à estratégia usada para que o evangelho alcance o mundo todo. Meios eficientes e programas para testemunhar o evangelho incluem a abertura de novas igrejas, reavivamento, estabelecimento e manutenção de escolas e hospitais. Essas ações pertencem às diversas operações que DEUS usa para o avanço do evangelho.

Os dons de JESUS

Paulo também diz: “E também há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (I Coríntios 12.5). Isso quer dizer que JESUS CRISTO tem dado o dom de ministrar a alguns cristãos, para que possam ocupar posição de liderança e realizar trabalhos dentro da igreja. Assim como toda organização na terra requer liderança responsável, a igreja, o corpo de CRISTO, também o exige.

   O ministério é explicado em diversos lugares na Bíblia. Como exemplo, em I Coríntios 12.27-28 lemos:

“Ora, vós sois corpo de CRISTO e, individualmente, membros desse corpo. A uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”.

Com respeito a esses ministérios, Paulo escreveu em Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Esse versículo nos mostra que, como cristãos, não podemos escolher o tipo de ministério que gostaríamos de ter dentro da igreja. Sem dúvida, cada um de nós deve descobrir o dom de JESUS que nos foi dado e, então, servir a DEUS fielmente naquele tipo de serviço para o qual fomos escolhidos.

 Os dons do ESPÍRITO

Concluímos, então, que os dons são dados pelo ESPÍRITO SANTO: “Há diversidade de dons, mas o ESPÍRITO é o mesmo” (I Coríntios 12.4).

 Dons do ESPÍRITO SANTO são os instrumentos de poder que levam adiante, com sucesso, a realização e administração do trabalho de DEUS em sua igreja.

Quando se planeja construir uma casa e o arquiteto, construtor e especialistas são escolhidos, todas as ferramentas e materiais necessários para a construção são trazidos e usados, para que o projeto obtenha sucesso e seja efetuado o mais rápido possível.

Quando há um grande trabalho a ser realizado para DEUS, os dons do ESPÍRITO SANTO são distribuídos a diferentes cristãos dentro da igreja, o corpo de CRISTO. Esses dons capacitam os cristãos a completar o trabalho de DEUS com responsabilidade e eficiência; e o trabalho desenvolve-se graças ao ESPÍRITO SANTO.

   Existem nove dons do ESPÍRITO SANTO, e podem ser divididos em três grupos como segue:

1. Os dons de revelação

a. O dom da palavra da sabedoria

b. O dom da palavra da ciência

c. O dom de discernimento de espíritos

2. Os dons de poder

a. O dom de fé

b. O dom de cura

c. O dom de operar milagres

3. Os dons vocais

a. O dom de línguas

b. O dom de interpretação de línguas

c. O dom de profecia

  Os dons de revelação referem-se à comunicação sobrenatural, revelada pelo ESPÍRITO SANTO ao coração daquele que recebe esse dom. O conhecimento de experiências e situações de outras pessoas, que é revelado mediante esses dons, só se tornará público quando a pessoa que recebe um ou todos esses dons decide falar.

  Os dons de poder são dons grandiosos pelos quais o poder de DEUS se manifesta, a fim de transmitir uma resposta miraculosa mediante uma intervenção divina, sobrenatural. Por meio desses dons as pessoas e seu ambiente são transformados.

  Os dons vocais tratam da comunicação sobrenatural que o ESPÍRITO SANTO de DEUS revela, usando a voz humana. Não somente a pessoa que usa os dons, mas outras ao seu redor podem ouvir a comunicação, pois esses dons são recebidos pelos sentidos.

Todos os tipos de dons são distribuídos às pessoas pelo ESPÍRITO SANTO, de acordo com sua própria vontade, para o benefício e crescimento da igreja, o corpo de CRISTO.

DAVID YONGGI CHO. O ESPÍRITO SANTO, Meu Companheiro. Editora Vida. pag. 116-119.

3. Autossuficiência e humildade.

Utilizando Os Dons Espirituais

1. Não são meios pelos quais nos autoglorifiquemos. Tal atitude seria contrária ao inteiro espírito do evangelho. Mas que tal atitude havia na igreja de Corinto é algo que fica transparente no décimo quarto capítulo de I Coríntios.

2. Os dons espirituais visam a edificação, e devem servir de meios para conduzir os homens na direção da perfeição, em CRISTO (ver Efé. 4:11 e ss.).

3. Precisam ser exercidos no ambiente do amor (ver I Cor. 13), pois o amor é maior que qualquer dom espiritual. A nossa preocupação deveria ser: «Mediante o uso deste dom, como posso ajudar os homens a serem transformados mais profundamente segundo a imagem de CRISTO?» Ou então: «Como poderei servir a outros, material e espiritualmente, pelo meu ministério caracterizado por dons espirituais?»

4. Cada membro do corpo de CRISTO deveria possuir algum dom espiritual, e cada dom é uma função do corpo. Paulo emprega uma metáfora baseada na fisiologia, em I Cor. 12:12-31, a qual é mui instrutiva.

«...a graça que nos foi dada...» Todos os dons espirituais começam e têm por base a graça de DEUS, tal como o apóstolo dos gentios já havia demonstrado, em seu próprio caso, porque, ao ser chamado para o apostolado, foi chamado através da dispensação da graça de DEUS. (Ver o terceiro versículo deste mesmo capítulo). Todas as demais funções espirituais são igualmente alicerçadas nesse propósito divino, atuadas nos homens mediante o ESPÍRITO SANTO.

  Neste ponto, a medida da fé e. a. «graça que nos foi dada» significam essencialmente a mesma coisa. Ambas as passagens referem-se à «graça» do ESPÍRITO, como fundamento de toda a outorga dos dons espirituais. Aquilo que fala da fé enfatiza a base em que a graça se desenvolve e floresce. Diz Brown (in loc.)

referindo-se ao terceiro versículo deste capítulo: «A fé é aqui vista como a entrada e como o canteiro de todas as outras graças, sendo assim a faculdade receptiva da semente renovada». A própria fé, cujo início tem lugar quando da regeneração, e que frutifica na vida cristã diária, por ser o princípio transmissor de vida, em si mesma é uma graça de DEUS, porque é conferida aos homens, embora sempre em cooperação com a vontade humana.

  Neste versículo, «...dons...» é tradução do termo grego «charismata»,. O vocábulo grego técnico para todos os chamados «dons espirituais». Todos esses dons são proporcionados e inspirados pelo ESPÍRITO SANTO, não 'se tratando meramente das manifestações miraculosas. Paulo não entra aqui em longa descrição sobre os dons do ESPÍRITO, e nem mesmo chega a mencionar os dons especialmente «miraculosos», segundo faz no paralelo do décimo segundo capítulo da primeira epístola aos Coríntios. Portanto, suas explicações são muito menos extensas neste décimo segundo capítulo da epístola aos Romanos, simplesmente porque o apóstolo dos gentios não foi obrigado a tentar corrigir abusos sérios, conforme se deu no caso de sua epístola aos Coríntios.

O Uso E O Abuso Dos Dons Espirituais

1. Quando a epístola aos Romanos foi escrita, os dons espirituais estavam em plena atividade. Não podemos usar o trecho de I Cor. 13:10, como texto de prova do ensino que supostamente os dons espirituais desapareceriam dentro da era cristã, pois o que é «perfeito»—que finalmente eliminará a necessidade de certos dons espirituais—é a «parousia» (ou segunda vinda de CRISTO), e não o término do cânon neotestamentário.

2. Entre os dons espirituais, alguns são perturbadores por haverem sido imitados e abusados, a saber, alguns dons miraculosos como as línguas, a interpretação de línguas e os milagres de curas.

3. Em cada século, os dons espirituais são desesperadoramente necessários para o bem da igreja, em seu desenvolvimento (ver o que diz Efé. 4:11 e ss.); mas esses dons podem ser exercidos segundo moldes diferentes dos do primeiro século cristão, ou em moldes superiores àqueles de eras passadas. Estamos vivendo (minha alternativa) exatamente esta última.

4. Foram dadas notas completas sobre o «batismo do ESPÍRITO e os dons espirituais», incluindo o dom das línguas, em Atos 2:4.

Quanto aos abusos, consideremos as notas abaixo;

Os Dons, Que Fiquem Para Sempre! Mas Cuidado Com Os Abusos

1. Paulo nos ensina a buscar os dons (ver I Cor. 12:31).

2. Abundam, entretanto, os abusos e as imitações.

a. A mera alma humana.

b! Existem poderes estranhos, demoníacos e outros, que podem influenciar um homem, imitando os dons espirituais.

c. Mas também existe a presença do ESPÍRITO SANTO, e sua função é doar os dons espirituais, embora estes possam funcionar em moldes diferentes dos do primeiro século, como também possam manifestar-se de maneiras mais avançadas, do que aquelas que até agora têm sido reconhecidas entre nós.    Como poderia suceder que não estamos envolvidos no avanço espiritual? Esse avanço nos conduzirá até à perfeição em CRISTO, conforme formos sendo transformados em sua imagem (ver Rom. 8:29). Isso irá sendo realizado pelo poder do ESPÍRITO (ver II Cor. 3:18), e nesse processo terminaremos maiores do que jamais foi Paulo, dotados finalmente de poderes muito superiores aos dele. Portanto, talvez até seja errado, ficarmos contemplando de volta ao primeiro século, desejando a restauração nos moldes da igreja primitiva. A verdadeira fé e uma elevada espiritualidade quiçá prefiram olhar para o futuro avanço, para uma forma que nos faça subir acima de abusos e imitações. Que ainda não possuímos esse tipo de fé é evidente.

  Contrariamente à ideia que diz que os dons espirituais «não são para nós», mas estavam reservados às primeiras gerações cristãs tão somente, diz Newell (in loc.), em excelente comentário: «Essa é uma tríplice suposição:

1. Procura desculpar nosso próprio estado espiritual inferior;

2. pior ainda, é que lança a culpa sobre DEUS, no que tange ao fracasso da igreja quanto a essa particularidade; e

3. eleva o presente estado dos crentes como suficiente e superior ao estado de coisas que prevalecia nos tempos em que o ESPÍRITO SANTO era conhecido em seu poder».

«...profecia...» (Ver Atos 13:1 e Efé. 4:1, onde são distinguidos os «profetas» dos «mestres» cristãos - «profetas do N.T.», ver Atos 11:27). Nas Sagradas Escrituras, os «profetas» são as seguintes pessoas:

1. Algumas vezes são aqueles que, em sentido muito especial, foram escolhidos para algum ministério de revelação das verdades, através de revelações ou oráculos, conforme se verificava no caso dos profetas do A.T. Esses profetas do A.T., quanto à sua posição e autoridade, eram um tanto semelhantes aos apóstolos do N.T. O oficio espiritual deles era especial. Não há razão alguma para a suposição de que isso não pode continuar ocorrendo hoje em dia. Talvez indivíduos como Lutero, João Wesley e tantos outros, na história da igreja, incluindo até mesmo outros de menor envergadura, embora tenham sido elevados acima dos mestres e ministros comuns do evangelho, possam ser chamados «profetas». São pessoas encarregadas de alguma missão elevada, que falam com uma unção incomum do ESPÍRITO SANTO. No sentido secundário da palavra, tais indivíduos também podem ser chamados «apóstolos», conforme esclarecemos em Atos 14:4. Esses «apóstolos» seriam os mais elevados dentre esses «profetas».

2. Os profetas da igreja cristã primitiva evidentemente eram homens de considerável habilidade psíquica, capazes de proferirem declarações inspiradas, não sendo confundidos com os pregadores ordinários. No exercício dos dons espirituais, ocupavam posição secundária somente em relação aos apóstolos, conforme depreendemos de passagens neotestamentárias como I Cor. 12:28; Efé. 2:20; 3:5; 4:11 e Apo. 22:9. (Ver igualmente Atos 13:1; 15:32 e 21:9,10). Esses profetas do N.T. exerciam seu ofício em virtude do recebimento de dons carismáticos, e não por sanção ou nomeação oficial por parte das igrejas locais, porquanto não há o menor laivo de evidência que a posição deles fosse alcançada através da consagração a esse ofício. O trecho de I Cor. 14:29-39 mostra-nos que algumas vezes esses profetas se deixavam arrastar em seu entusiasmo ao ponto de produzirem a desordem nos cultos, o que Paulo censurou severamente.

   Evidentemente surgiram dúvidas, até mesmo naqueles dias primitivos, acerca da autenticidade dos dons espirituais de alguns desses «profetas», ao ponto de suspeitar-se que seus poderes procediam de fontes malignas. (Ver I João 4:1 e I Tes. 5:20,21). Os poderes sobrenaturais, manifestamente superiores àquilo que se poderia esperar da parte das capacidades humanas normais, são sempre difíceis de julgar quanto à sua origem exata; o máximo que podemos fazer é aplicar as palavras do Senhor JESUS, que disse: «...pelos seus frutos os conhecereis» (Mat. 7:20). Infelizmente, o critério moderno de julgar tais pessoas tem degenerado ao teste que declara: «Por suas denominações os conhecereis». Esse critério é fruto do sectarismo.

Judas e Silas, nas páginas do N.T., são chamados «profetas» (ver Atos 14:4 e 15:32). Esses possuíam uma inspiração superior à daqueles que falavam em línguas (ver I Cor. 14:3).

3. Os profetas, não obstante, não profetizaram sempre e necessariamente o futuro, embora tal função evidentemente não fosse incomum entre eles. (Ver Atos 21:4,9-11). Nessa oportunidade, a profecia neotestamentária incluiu o conhecimento prévio, embora isso não faça parte necessária da profecia. Entretanto, é fenômeno comum, entre aqueles que possuem dons psíquicos, possuírem algum discernimento quanto a alguns acontecimentos futuros. Contudo, a profecia consiste muito mais de uma «afirmação inspirada» do que da predição do futuro. Todavia, é muito difícil fazer a separação dessas duas funções, no mesmo indivíduo.

  FONTE: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-dem-2tr14-e-deu-dons-aos-homens.htm

                  


       ENCONTRO TEOLÓGICO 5

DONS MINISTERIAIS E ESPIRITUAIS

Pr Cary Antunes Filho.

Assembléia de Deus em Jardim América

Departamento Cultural

Rio de Janeiro, Julho de 2014

  4) Os Dons do Espírito Santo ou Espirituais : Dons espirituais ou Charismata, no grego, é um substantivo formado pela junção da palavra Charizestai ( mostrar favor, dar gratuitamente ) e Charis ( graça ). A forma plural é encontrada em 1Co 12.6, é tecnicamente traduzido como “Dons espirituais”, são operações extraordinárias do Espírito Santo para edificação da Igreja inteira ( 1Co 12.4-7; 14.12 ) e evangelização dos incrédulos ( 1Co 14.21-25; At 2. 12 ). As principais listas estão em 1Co 12. 4-11, 28-30; Rm 12. 6-8 ). O saudoso mestre dos dons espirituais Irmão Donald Gee, baseado em At 19.11, dizia que a presença dos Dons Espirituais nos cultos da Igreja primitiva, conferiam a estes um caráter milagroso que dinamizava as mensagens evangelísticas trazendo como resultado a conversão, genuína, em massa ( não as conversões emocionais da atualidade cheias de interesses humanos ), e ainda que tais manifestações eram milagres “extraordinários”; muito além dos ordinários : “São ( os Dons ) como gotas da onisciência, onipresença e onipotência de Deus na alma humana, é como o se homem, em uma “fanerosis” ( gregoà manifestação ou brilho ), fosse Deus por alguns instantes”.

  4.1) Algumas Finalidades : A Primeira é retirar do homem qualquer glória na participação destas manifestações ( 1Co 1. 27-29; 2.1-  5 ). Deus não despreza as habilidades e talentos naturais dos homens, mesmo porque foi Ele mesmo que nos criou, mas é o homem que não sabe discernir tais verdades e se acha criador e autor de alguma coisa. Todo conhecimento deve ser trazido cativo a Cristo. Donald Gee dispara “ O ministério, baseado sobre dons do homem natural, quase nunca produz impressão. Geralmente atrai a atenção à rara competência do individuo e glorifica ao homem. Mas o ministério verdadeiro, baseado sobre os dons espirituais, não glorifica ao homem mas a Deus. Era assim no verdadeiro ministério apostólico ( vede 1Co 2 )”. A segunda finalidade, é manifestar o poder de Deus combatendo as vãs filosofias que ameaçavam e ameaçam implodir a fé cristã na sua doutrina. Os dons da palavra de sabedoria e de ciência jogam por terra tal tentativa. Os dons de curar e operar maravilhas enfrentavam o paganismo e as falsas manifestações de pseudos encantadores endemoninhados. Uma terceira finalidade é a de não permitir que nos esqueçamos o de que a fé em Cristo é sobrenatural, totalmente dependente da direção e presença do Espírito Santo, invisível mais real veja 1Co 14. 25. A Quarta, e a última, finalidade eu reputo como a mais importante, é equipar os ofícios ou ministérios de Efésios 4. 11, configurando as chamadas operações de Deus ( será melhor detalhado no item 5 ).

  4.2) A duração do Dons Espirituais : Não há informação nenhuma nas escrituras que determinem o tempo para duração da funcionalidade dos dons espirituais ou mesmo dos dons de ministério, existem sim desculpas de lideres “medrosos” que querem justificar a não ou rara manifestação do Espírito Santo nos cultos. Mesmo porque o objetivo maior das operações dos dons ainda não foi alcançada ( Ef 4. 13 ). Vejamos algumas desculpas sem fundamento : A primeira afirma que os dons eram para o inicio da Igreja ou era Apostólica. Claro que os fundamentos da doutrina foram lançados e consagrados nesta época ( Ef 2. 20. ). Contudo o poder sobrenatural acompanha a presença do Espírito Santo na Igreja, sendo necessária até hoje quando continuam nascendo novas pessoas tão carentes de salvação e edificação quanto no passado Apostólico. 6 Graças a Deus que o capitulo 2 de Efésios não termina apenas no verso 20, mas aponta para a necessidade de cumprimento dos versos 21 e 22 também. Um segundo pretexto diz que a história prova a NÃO necessidade do uso dos dons para edificação da Igreja. Será necessário então calar o testemunho de vários cristão notáveis, ao longo da história, que afirmaram a existência dos dons espirituais durante suas vidas e ministérios, tais como : Ireneu Tertuliano, Crisóstomo, Valdenses, Quakers, Profetas Franceses, Metodistas Primitivos, Irving, Seymour, etc. Uma terceira desculpa é a de que os dons não são necessários porque o mundo está convencido da verdade do cristianismo. Donald Gee objeta perguntando ironicamente : “ A Igreja atual pode depender tão somente de convites intelectuais e eloqüentes para alcançar a vitória do Evangelho ? “. Óbvio que a resposta é um sonoro NÃO. Muitos somente irão ser sensibilizados da necessidade de salvação e de relacionamento com Deus através da operação de maravilhas ( mortos ressuscitados ) e de curas milagrosas, Existem milhões “que estão suspirando pela salvação ante os olhares de uma Igreja sem poder. ” Alguns assassinos do Espírito Santo até concordam, hipocritamente, que os missionários numa realidade inóspita tem a permissão de serem usados nestes dons, ora se admitem tal licença porque não admitir a atualidade dos dons. A quarta, e ultima, desculpa é o medo de ser enganado pelo sobrenatural. Ora o diabo é astuto e conhece os dons e os mecanismos que os colocam em movimento muito melhor que todos nós juntos, porém os dons, também, foram dados a Igreja para identificar e anular as operações de demônios e do próprio Diabo. Caso venhamos a abrir mão do recurso mais poderoso e do filtro mais sobrenatural que o Espírito Santo nos outorgou, justamente contra inimigos sobrenaturais; que não adianta diploma ou soco inglês, estamos na verdade, dando um tiro no pé. Todos os grandes líderes deveriam implorar a Deus para em suas vidas ser manifestado o Dom do discernimento de espíritos, e de uma vez por todas, perderem o medo do sobrenatural e gozar finalmente de tudo que o SENHOR Jesus conquistou na Cruz.

  4.3) A cessação das manifestações nos cultos : Vale ressaltar que a ausência da manifestações dos dons não é mundial. Mesmo que, em alguns lugares isto seja uma evidencia ( foram absorvidos pelo academicismo, ou liberalismo ou mesmo pela necessidade gananciosa de arrancar dinheiro as custas da simplicidade do povo de Deus ), o Espírito Santo sempre tem Seus “sete mil que não dobraram os joelhos a Baal”, e com certeza em outro lugar neste mesmo mundo, neste exato momento, o “fanerosis” ocorreu, manifestando o sobrenatural, imprimindo Cristo no coração do pecador; curando alguém, edificando a alma sedenta, transportando um monte de lugar, acalmando alguma tempestade, ressuscitando um cadáver dentre os mortos, O Espírito Santo é livre, como vento sopra onde quer e usa quem Ele quer. A Deficiência não está na falta de azeite, mas de vasilhas, pois os dons em ultima análise são pessoas, ou melhor são as vidas disponíveis para Deus e Sua obra. Caso não existam pessoas disponíveis, em determinada Igreja local, não haverá dons, não haverá crescimento espiritual, não haverá poder para sensibilizar os incrédulos, não haverá motivação missionária, etc...

  4.4) Os Dons Espirituais : Como asseverei acima, não irei detalhar Dom a Dom ( outros já o fizeram Exs o livro do Mestre Donald Gee – Acerca dos Dons Espirituais; ou mesmo o Estudo dirigido na BEP – Bíblia de Estudo Pentecostal Páginas 1756 e 1757 ). Vale ressaltar, porém, que a realização primeira dos Dons acontece dentro do crente, no interior da alma do membro do corpo de Cristo. O Espírito Santo opera no nosso interior, fala a linguagem do nosso espírito, e portanto antes do milagre acontecer na esfera terrena o sobrenatural já venceu as barreiras do medo e da timidez que tanto assombra as lideranças do povo de Deus. Tais Dons são Fanerosis ou flashes de luz ( brilho ) na alma humana para ministrar ciência, sabedoria, poder, curas, revelação e discernimento ao povo de Deus e aos incrédulos também; visando, entre outras coisas, o amadurecimento do crente para ser semelhante a Jesus que é o supremo propósito de Deus na criação. Estes Dons não permanecem no crente, diferente do oficio ou ministério que é uma capacidade permanente, mas utiliza o cristão como canal para uma operação ou ministração instantânea. Donald Gee resume os dons como segue : “ Revestidas dos dons da palavra de ciência e da sabedoria, as igrejas se achavam munidas interiormente de um ministério tão divinamente iluminante como maravilhoso para aqueles que conheciam somente uma filosofia orgulhosa. Contudo foram tais instrumentos fracos que Deus então “escolheu” ( 1Co 1. 27 ) para envergonhar toda a sabedoria meramente carnal, e eles “transtornaram o mundo” em uma só geração. Revestidas dos dons de curar e da operação de maravilhas, as igrejas tinham um poder tremendo no combate ao paganismo, do qual, a cegueira que veio sobre Elimas pela ordem de Paulo ( Atos 13 ), a cura dos doentes em Éfeso ( Atos 19 ), a cura do pai de Publio ( Atos 28 ) são alguns exemplos notáveis entre muitos. Revestidas dos dons da fé e discernimento de espíritos, as igrejas se achavam fortes para encarar a mais amarga perseguição e perseverar na peleja, porque se seguravam no invisível e Eterno.

  7 Os ardis mais sutis do inimigo, ao transformar-se em “anjo de luz”, eram logo descobertos. Revestidas dos dons de elocução inspirada ( profecia, variedade e interpretação de línguas ), elas gozavam de palavras de revelação constantemente proferidas, as quais, por certo, faziam vibrar com fogo divino o coração tanto dos oradores como dos ouvintes, suprindo, assim, um ministério desconhecido na eloquência do mundo e na lógica mais persuasiva. Seu valor para a “edificação, exortação, e consolação” das igrejas ( 1Co 14. 3 ) era incalculável; seu poder para convencer o descrente era tremendo ( 1Co 14. 28 ).”

  5) As Diferenças e a Sinergia entre os Dons de Cristo e do Espírito Santo : Tudo o que foi exposto até aqui mostra claramente que existem diferenças entre os dons espirituais e dons ministeriais; bem como uma cooperação entre ambos para as realizações das diversas operações divinas no crescimento do Reino na terra e na edificação do corpo de Cristo ( a Igreja ).

  5.1) As diferenças : Os dons ministeriais são naturais, pois são doados por Cristo. O Senhor viveu uma vida natural entre os homens ( sempre foi 100% Deus e era 100% homem ) e os ministérios de Ef 4.11 foram exercidos por Ele como ensaio ( João 14.6 ). Jesus, quando encarnado, realizou a transição entre os ofícios do AT e os Dons ministeriais do NT. Enquanto estava subindo transferiu tais ofícios ou dons ministeriais, já adaptados a uma nova realidade em o NT, aos homens ( Ef 4. 7,8 ). Tais dons ministeriais apresentam o reino de Deus agindo e se desenvolvendo sem despertar alarde ou frenesi e de modo continuo ( Lc 17.20,21 ). Os dons espirituais são sobrenaturais, pois são doados pelo Espírito Santo, trazendo o mundo sobrenatural momentaneamente para o reino terreno e vice versa, ou seja eleva o reino terrestre as regiões celestiais onde pode combater inimigos invisíveis que querem destruir a vida humana através da privação do relacionamento desta com Deus. Estes dons espirituais são, também, temporários, usados em missões especiais. Para exemplificar, podemos afirmar que pregação ( instrumento importante para expressão dos dons ministeriais ) não é profecia ( esta possui uma apresentação toda peculiar ), pois a pregação é natural, origina-se no estudo, meditação e oração elementos que não causam espanto para os incrédulos. Paulo faz diferença entre a palavra profética e a pregação ou ensino comum em 1Co 7.12 e Pedro completa em 2Pe 1.21. Claro é que dentro de uma pregação natural emitida por um Pastor, Evangelista ou Mestre pode ocorrer o sobrenatural ou o brilho de um dom espiritual como : a palavra de sabedoria ( Mestre ), palavra de ciência ( Pastor ) ou a operação de maravilhas ( Evangelista ), mas em caráter temporário , como um flash para um propósito especifico. Logicamente após a manifestação o pregador retorna ao estado natural. As diferenças entre os dons ministeriais e espirituais possibilitam o uso cooperativo ou combinado de ambos, nas chamadas operações de Deus; como estaremos considerando abaixo no item 5.2.

  5.2) A Sinergia ou Cooperação entre os Dons : Tal sinergia é chamada por Deus de Operações ( 1Co 12.6). Como já foi escrito anteriormente os Dons em última analise são as próprias pessoas que Cristo e o Espírito Santo preparam para ministrarem aos membros, internamente ao corpo de Cristo – Igreja, e aos incrédulos para crescimento do reino. Logo, em uma mesma pessoa acontece ou operam o dom ministerial e o dom espiritual adequado ao ministério ( 1Co 12. 31 ). Através de uma mesma pessoa ( Ex. Paulo ) podem operar mais de um dom ministerial e os dons espirituais adequados aos ministérios. A cooperação interna dos dons é um entendimento avançado da vontade de Deus, que gera saúde para a Igreja local, harmonia e sinergia ou comunhão entre os membros e em relação ao próprio Deus. O ministério de profeta utiliza o dom de profecia, pode também ser necessário o da palavra de ciência. O mestre precisa desesperadamente do Dom espiritual da palavra de sabedoria, isto irá embelezar e dotar de brilho o seu ministério. O Pastor necessita do Dom espiritual de discernimento de espíritos para proteger o seu rebanho de pregações, ensinos e profecias malignas ou mundanas. O evangelista necessita dos dons de curas, operações de maravilhas para atrair multidões a conversão. O apostolo precisa de todos os dons para fundar uma igreja local enfrentando poderes das trevas e problemas da indiferença humana ao evangelho. Imagine uma aula na escola dominical dada por um mestre e um evangelista ao mesmo tempo, onde o evangelista levaria a audiência a fazer parte da historia bíblica, trazendo-a para o presente e o mestre explicaria com graça todos os detalhes e ambos mestre e evangelista fixariam, de forma definitiva, a aula na mente e no coração do aluno. 8

  6) Os Dons no NT e os Oficios do AT : Alguns, com objetivos não muito claros, consideram os ofícios do AT como superiores em autoridade em relação aos ministérios e dons espirituais do NT. Principalmente na questão da área de atuação e autoridade do profeta. Usam o texto de 1Co 14. 29, dizendo que os profetas do AT não conheciam limitações, ora Neemias ( 6. 9-14 ) ousou a julgar uma profecia que no futuro se mostrou falsa, logo existiam e existem batentes ( limitações ) para qualquer profecia em qualquer época; a palavra revelada e inspirada ( a Bíblia ) é a mais alta autoridade. Certo é que toda a Bíblia foi escrita por Profetas e seus livros estão selados, não se podendo mais acrescentar nada. A revelação grau 1 ou superior está na Bíblia. Outra verdade incontestável é o de que no Profeta do AT estava concentrada todos os recursos espirituais seja a revelação divina da sua vontade ( oráculos de Deus ) ou seja o poder sobrenatural que alterava a ordem natural das leis físico-químicas ( chão engolindo os desafetos de Moisés, Pragas no Egito, ressurreição de mortos, fogo descendo do céu, machado que flutuou, parada do sistema solar, etc. ). Na economia do NT, tais recursos espirituais foram divididos com outros ministérios e democratizados para os membros do corpo de Cristo ( Joel 2. 28, 29; At 2. 15-18 ), mas isto não é motivo para matar e enterrar o ministério do Profeta atualmente. O mesmo continua acontecendo e sendo extremamente necessário para a consolação, edificação e exortação do povo de Deus em direção a santidade e vontade de Deus. Vale registrar que a experiência atual da presença do Espírito Santo na Igreja é única acarretando uma riqueza de recursos espirituais não vivenciada no AT de forma democrática. O segredo é copiar o modo de operação e governança equilibrada vista na Igreja local de Antioquia ( Atos 13. 1). A riqueza de recursos é necessária para a proporção mundial e transcultural que a igreja tomou. Sendo assim não existe supremacia dos ofícios do AT sobre os ministérios do NT ambos estão adequados a diferentes eras da existência e atuação do povo de Deus junto a este mundo. Finalizando, Jesus substituiu os ofícios do AT pelos ministérios essenciais do NT em uma nova dimensão de governança da Igreja ( Ef 4. 8, 11 ).

  7) As questões dos Cargos Eclesiásticos e Ministérios atualmente : Entende-se por cargo eclesiástico a escolha, feita por consenso humano e com a concordância de Jesus ( Mt 16 19; e 18.18 ), de títulos que definem a necessária hierarquia dentro de uma Igreja local. Eu faço questão e citar a Igreja local e não a denominação, pois é na Igreja local que realmente acontecem os fatos espirituais ( oração, evangelização, ensino, profecia, operação de maravilhas, escolha de missionários, etc. ). Os títulos são homologados nas convenções denominacionais e praticados na vida da Igreja local de forma normativa. O Espírito Santo e a Igreja primitiva não forçaram as igrejas a adotarem como cargos eclesiásticos a listagem de Ef 4.11. Em cada cultura os títulos hierárquicos ou cargos eclesiásticos nas igrejas são livremente adotados. Via de regra os ministérios de Pastor, Evangelista e Diácono ( ministério das mesas de At 6 ) foram adotados como cargos. Missionário, Bispo ( Pastor Supervisor ), Presbítero ( Ancião ) e Reverendo, também são usados com certa frequência. Com muita boa vontade podemos tentar uma identificação entre o Apóstolo e o Missionário, porém fica claro que o Mestre e o Profeta foram completamente alijados. Observa-se que na média geral o ministério de Pastor tornou-se o cargo chefe iniciando a chamada “Conspiração Pastoral” tão evidente nas Igrejas Brasileiras. A conspiração se baseia em pelo menos três necessidades dignas, a repreensão ao abuso no uso do poder sobrenatural ( o medo do sobrenatural ) inerentes aos dons espirituais, o diálogo necessário com o mundo pós-moderno e a demonstração cabal que a Igreja possui uma linha filosófica inteligente ou um discurso intelectual consistente. Tais necessidades acarretam algumas dificuldades. Estas dificuldades começaram a ficar mais acentuadas com a pressão pós-moderna sobre a Igreja, para um diálogo com os deuses tecnologia e mídia. Fez-se necessário exaltar um cargo interlocutor entre a igreja de ponta e os deuses do pós-modernismo, dentro deste contexto foi eleito ( falando em termos de Brasil ) o cargo executivo de Pastor deslocado do conceito de ministério conduzido por Cristo ( Ef 4.11 ) e até mesmo do conceito humano-Divino baseado nas necessidades acima mencionadas. Duas dificuldades foram criadas nesta escalada de exaltação do ministério de Pastor a cargo eclesiástico-chefe e depois a cargo executivo, a primeira é a transformação da Igreja local em uma instituição empresarial, conduzida pelo mercado e por resultados; e a segunda é o estimulo a competição interna pelo poder de presidir a cobiçada Igreja local. Uma bela oportunidade para desenvolvimento de dotes empresariais e aferir lucro financeiro. A atuação espiritual ou os fatos espirituais da igreja local também foram influenciados. Os deuses do pós-modernismo e suas implicações conseguiram espaço dentro da vida mais intima da igreja e ameaçam o crescimento saudável do corpo de Cristo em muitas igrejas locais. A formatação modelo de Atos 6. 1-4, separando bem o ministério da palavra e oração do ministério das mesas, foi substituído pela centralização pastoral tanto da palavra quanto das mesas. A visão executiva por resultados absorveu tudo a ponto até de enfartar alguns ministros. 9 O cargo de Pastor-executivo pode ser ocupado por qualquer pessoa politicamente habilidosa ou que seja filho do Pastor atual em processo de sucessão. Feliz é a Igreja local cujo o cargo executivo de Pastor é ocupado por uma pessoa que seja um dom de apostolo. Quando este cargo é ocupado por um empresário sem ministério algum ou mesmo por alguém que tenha um dos cinco ministérios, mas não possua a visão apostólica; acontece o que segue e que nós estamos quase carecas de saber : primeiramente a “Conspiração Pastoral” afasta todos os Missionários ( Apóstolos atuais ) para o campo com um salário de fome e dependência humilhante do Pastor-executivo, em seguida mata o Profeta pelo medo do sobrenatural e diz que a pregação cotidiana já é profecia; quando não coloca tal pregação ( contaminada pelos deuses do pos-modernismo ) acima de doutrinas bíblicas consagradas; depois o Evangelista é convidado a pregar de Igreja em Igreja em campanhas caça níquel para completar a renda familiar, além da venda de DVDs e livros de pregações de auto-ajuda, prosperidade financeira e saúde eterna; finalmente, o Pastor-executivo, aprisiona o Mestre inofensivo dentro da EBD e diversos Seminários onde pode exercer seu ministério de forma controlada e os que são de tempo integral via de regra dependem financeiramente do Pastor-executivo ( promotor maior das EBDs e Seminários ); ou seja está tudo dominado. Concluindo este item, desabafo dizendo que a manifestação humana na instituição de cargos eclesiásticos sem aderência de Ef 4.11 é até tolerável ( Mt 16.18; e 18.18), contudo a criação de um mediador digital ( ou mesmo um Avatar ) pela imposição dos deuses da pós-modernidade é pernicioso ao crescimento quantitativo e qualitativo do Corpo místico de Cristo. Eu arrisco a escrever que este cargo de Pastor-executivo foge a permissão de Mt 16. 19; e 18.18. A nossa oração é para que O Espírito Santo preserve e guarde muitas Igrejas locais deste erro fatal.

  8) Mensagem Final : Existem diversas outras operações e dons ( ministeriais e espirituais ) que não foram contemplados aqui e até mesmo nas escrituras ( creio que alguns dons ministeriais e espirituais correspondentes, somente serão criados especialmente para a grande tribulação. Usando pessoas determinadas neste próximo período do plano de salvação ) ver 1Co 12. 1-6; contudo creio que estes aqui discutidos ( (a) Atos 6.1-4 à a divisão macro entre palavra e mesas, (b) Ef 4,11à os ministérios essenciais e (c) 1Co 12. 7-12 Os dons espirituais essenciais ) são essenciais para o crescimento do Reino e da Igreja até a consumação de todas as coisas. Os membros quanto Igreja são alvos dos Dons de Deus ( Cristo - Ministérios; Espírito Santo – Dons Espirituais e Deus – Cristo e o Espírito Santo ) e quanto indivíduos, cada crente é o próprio dom de Cristo e do Espírito para crescimento do Reino em quantidade e qualidade. Hoje o ministério pastoral se tornou o cargo maior na igreja local, o ideal seria que o pastor presidente fosse um apostolo de ministério com a visão apreciativa e aberta acerca dos dons espirituais e ministeriais, com o conhecimento da continuidade e relacionamento entre eles. Que este líder maior patrocinasse a identificação e crescimento das pessoas-dons para um amadurecimento saudável do corpo local de Cristo. Os interesses pessoais ( legítimos ou não ) e o medo santo em virtudes de tantos abusos e imaturidade, tem impedido o fluir e o gozar da presença desta pessoa única e singular do Espírito Santo na vida da Igreja. Oxalá ainda seja tempo de marcarmos esta geração com a verdade genuína do evangelho e preparar o sucesso da geração seguinte.

 Bibliografia : 1) Gee, Donald; Acerca dos Dons Espirituais; CPAD; Rio de Janeiro, 1959. 2) Hagin. E, Kenneth; os Dons do Ministério; Graça Editorial, Rio de Janeiro. 3) BEP, Bíblia de Estudo Pentecostal; CPAD; Rio de Janeiro; 1995

 


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