“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”
(Ef 4.8).
VERDADE PRÁTICA
Os dons são
dádivas divinas para a Igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha
buscá-la.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Romanos
12.3-8; 1 Coríntios 12.4-7.
Romanos 12
3 – Porque,
pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que
convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus
repartiu a cada um.
4 – Porque
assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma
operação,
5 – assim
nós que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos
membros uns dos outros.
6 – De modo
que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja
ela segundo a medida da fé;
7 – se é
ministério, seja em ministrar; se é ensinar; haja dedicação ao ensino;
8 – ou o que
exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que
preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
1 Coríntios
12
4 – Ora, há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 – E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 – E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 – Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, neste trimestre estudaremos um tema extremamente relevante para os
nossos dias: os dons espirituais, ministeriais e de serviço. Todas estas
dádivas são concedidas pelo Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja
do Senhor. Esse tema é tão relevante para a igreja que Paulo dedica dois
capítulos inteiros na Epístola aos Coríntios para tratar do assunto. Ele não
queria que os irmãos fossem ignorantes a respeito dos dons (1Co 12.1). Então,
estude com afinco cada lição e busque, com zelo, os melhores dons. O
comentarista das lições é o pastor Elinaldo Renovato, autor de diversos livros
publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, e
professor universitário.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se
de que os dons espirituais são atuais e bíblicos.
Analisar os dons de serviço, espirituais e ministeriais.
Saber que a igreja de Corinto era problemática na administração dos dons.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
para introduzir a primeira lição, reproduza o esquema abaixo. Divida a classe
em três grupos e peça que, em grupo, os alunos leiam e relacionem os dons
apresentados em cada uma das listas elaboradas pelo apóstolo Paulo. Peça que os
alunos também digam o total de dons relacionados em cada lista.
• 1ª lista –
1 Coríntios 12.8-10. (Um total de nove dons)
• 2ª lista –
1 Coríntios 12.28. (Um total de oito dons)
• 3ª lista –
1 Coríntios 12.29,30. (Um total de sete dons)
Reúna os
alunos formando um único grupo. Ouça os grupos e conclua enfatizando que todos
estes dons estão disponíveis para a igreja atual. Os dons não cessaram. Que
venhamos a buscá-los com fé para a edificação do Corpo de Cristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra
Chave
Dom: Dádiva,
presente oferecido pelo Espírito Santo aos crentes.
A Bíblia de
Estudo Pentecostal define “dons” como “manifestações sobrenaturais concedidas
da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem
comum”.
Neste
trimestre analisaremos os dons de Deus dispensados à Igreja para que, com graça
e poder, ela proclame o Evangelho de Jesus a toda criatura. Além de auxiliar o
Corpo de Cristo no exercício da Grande Comissão, os dons divinos subsidiam os
santos para que cheguem à unidade da fé (Ef 4.12,13).
PONTO
CENTRAL:
Dom: Dádiva, presente oferecido pelo Espírito Santo aos crentes.
CONCLUSÃO
O estudo dos
dons de Deus aos homens é amplo e nos apresenta recursos pelos quais podemos
servir ao Senhor e à sua Igreja. Esses dons são para os nossos dias, pois não
há na Bíblia nenhum versículo que diga que os dons espirituais deixaram de
existir com a morte do último apóstolo. Portanto, busquemos os dons do Espírito
Santo, pois estão à nossa disposição. Eles são um exemplo da multiforme
graça de Deus em dispensar instrumentos espirituais para a
Igreja na história.
2° Trimestre De 2021 | CPAD – Adultos – Tema: Dons
Espirituais e Ministeriais – Servindo à Deus e aos Homens com Poder
Extraordinário | Lição 01: E deu dons aos homens
E Deu Dons
aos homens “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons
aos homens" (E f 4.8).
Deus, o Criador de todas as coisas, do
universo, dos seres vivos e do homem, compraz-se em ser um doador de bênçãos.
Faz parte de sua natureza divina, do seu caráter e de sua essência, conceder dá
divas ou dons ao ser criado à sua imagem, conforme a sua semelhança. Ao criar o
ser humano, homem e mulher, deu-lhes o sopro divino, o primeiro dom, o dom da
vida. Não apenas a vida biológica, mas a vida espiritual, a vida eterna, com a
qual o homem poderia desfrutar para sempre da gloriosa presença do Criador, sem
sofrer os males decorrentes do pecado.
A
Queda foi a tragédia de dimensão espiritual, humana e cósmica. O homem não
soube aproveitar a grande dádiva da existência e da vida, propiciada pelo Ser
Supremo. E desperdiçou a grande oportunidade de viver com Deus, no paraíso, que
se estenderia por todo o planeta, num ambiente plenamente adequado para uma
vida especial. Perdeu a vida eterna, restando-lhe o dom da vida na dimensão
biológica, sujeito às fraquezas e desordens naturais.
Mas
Deus provou que tem um plano especial para o homem, na face da Terra. E
propiciou a redenção da humanidade, com a promessa da “semente da mulher” (Gn
3.15), que haveria de ferir a cabeça da serpente, o Diabo e seus seguidores.
Jesus, a maior dádiva de Deus à humanidade, nasceria de uma mulher (cf. Is
7.14), para ser morto, em sacrifício pelo homem perdido, e tornar-se o vencedor
do pecado, da morte e do Diabo. A salvação foi o maior dom de Deus ao mundo (Jo
3.16). O dom da vida eterna, em Cristo Jesus.
No
plano de Deus para o planeta Terra, Ele previu a formação de um povo especial,
que deveria representar os interesses do seu Reino. Foi o povo de Israel (Ex
19.3-6).
O
Senhor deu a Israel todas as condições para ser um “reino sacerdotal e povo
santo”. Mas Israel não entendeu os sublimes propósitos de Deus para sua
história. Ao longo de séculos, alternou-se em servir a Deus e a desobedecer a
sua vontade. Bênçãos e castigos fazem parte de sua história. Culminando em sua
rejeição por um tempo, para que Deus escolhesse outro povo para servir aos
interesses dos céus no uni verso. Esse povo é a Igreja de Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. Cumprindo a promessa feita no Éden, de redenção da
humanidade, Jesus veio ao mundo, no tempo de Deus (kairós), “na plenitude dos
tempos” (G1 4.4), para congregar a sua igreja, como “... um povo seu especial,
zeloso de boas obras” (Tt 2.14).
Na
Antiga Aliança, Deus concedeu a Israel líderes extraordinários para guiá-los
como povo eleito. Alguns tinham dons especiais, como Moisés, Arão, Miriã,
Josué; outros eram profetas ou mensageiros, que tinham dons especiais,
concedidos por Deus para a operação de sinais e maravilhas. Mas aqueles dons
não estavam à disposição de toda a comunidade. Moisés fazia sinais ante Faraó,
e o povo apenas tomava conhecimento e era beneficiário dos milagres de Deus.
Eliseu fazia sinais, multiplicando o azeite da viúva; ou tornando doces as
águas estéreis (2 Rs 3.20-22), e o povo era apenas espectador, ou nem tomava
conhecimento de tais maravilhas.
Entretanto, na Nova Aliança (Novo Testamento),
como parte do plano de Deus, em Cristo Jesus, Ele resolveu dar “dons aos
homens” (Ef 4.8), após sua vitória sobre a morte e sobre todos os poderes do
mal. Indo além dos “dons naturais”, Jesus resolveu capacitar seus servos, integrantes
de sua Igreja, dando-lhes dons {carismas), que são postos à disposição de todos
os salvos, no seio da comunidade cristã.
Os dons são “ferramentas”, por assim dizer, à
disposição da igreja, para que essa exerça sua missão profética, de
proclamadora do evangelho de Cristo, de modo eficaz, contra “...os principados,
contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as
hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12), usando a
“armadura do salvo”, na guerra espiritual sem tréguas a que todo salvo é
submetido. Neste estudo, veremos o que são os dons, seu propósito e sua
classificação, e como são postos à disposição dos salvos em Cristo Jesus.
Nunca
foi tão necessária a manifestação dos dons do Espírito Santo, como nos dias
atuais visto que estamos vivendo numa sociedade cor rompida pelo pecado e
enganada por falsos milagres e ensinamentos que contradizem o verdadeiro
evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Existe
em toda a Bíblia Sagrada pelo menos quatorze palavras para referir-se a dons,
cinco delas em hebraico e nove em grego. Porém o após tolo Paulo emprega a
palavra charisma, para indicar os dons do Espírito Santo, as suas graças,
gratuitamente conferidas para a obra do ministério (1 C o 12.4,9,28,30,31). A
Palavra Charisma é usada por dezessete vezes no Novo Testamento, com certas
variedades de aplicação.
As
habilidades dadas a cada pessoa pelo Espírito Santo são chamadas de dons
espirituais. E capacita a quem os recebe para ministrar às necessidades
principalmente do Corpo de Cristo que é a Igreja. Nesta análise, de natureza
introdutória, chamamos de “dons de Deus” a todos os caris mas concedidos por
Deus, de diversas formas, como recursos de origem divina, que têm o propósito
de capacitar os salvos em Cristo Jesus, como membros da Igreja, para que esta
alcance sua Missão e seus objetivos, definidos pelo seu Senhor, Cabeça e
Mestre.
I - Os dons na Bíblia
1. NO ANTIGO
TESTAMENTO
A palavra “dom” tem vários significados no
texto bíblico. No Antigo Testamento, escrito em hebraico, há várias palavras
que traduzem o sentido de “dom”. Dentre elas, destacamos os termos mattan, com
o sentido de alguma coisa oferecida gratuitamente, ou “um presente”, como em
Provérbios 19.6; 21.14; ou como dote, dádiva (Gn 34.12). H á o termo maseth,
que também significa “presente”, “dádiva” (Et 2.18; Jr 40.5); a mais usada, no
entanto, é minchach, que ocorre duzentas e nove vezes, com o significado de
“oferta”, “presente” (SI 45.12; 72.10). Em todas as ocorrências, o sentido é sempre
o de algo que é dado ou oferecido gratuitamente. No Antigo Testamento, os dons
eram concedidos a pessoas específicas, chamadas por Deus para cumprir
determinadas missões. Os dons não estavam à disposição de todo o povo de Deus.
2. NO NOVO
TESTAMENTO
No Novo
Testamento, escrito em grego, a palavra “dom” assume de igual modo significados
diversos. O termo “doma” indica a oferta de um “presente”, “boa coisa” (Mt
7.11); o “pão nosso” é uma dádiva de Deus (Lc 11.13); “dons”, concedidos por
Deus aos homens (E f 4.8), com base no Salmo 68.19. A palavra cháris indica
“dom gratuito”, ou “graça” (2 Co 8.4). O termo charisma é muito utilizado em
estudos bíblicos, pois tem o significado de “dons do Espírito”, concedidos pela
graça de Deus, com propósitos muito elevados; é relacionado ao termo ta
charismata, utilizado em 1 Coríntios 12.4,9,28,30,31, que tem o sentido de
“dons da graça” . H á o termo grego ta pneumática, usado por Paulo, em 1 Coríntios
12.1; 14.1, que se refere a “dons espirituais” . Em o Novo Testamento, os dons
de Deus estão à disposição de todos os que creem, com a finalidade de promover
graça, poder e unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo
seja glorificado.
3. DONS NATURAIS
O objetivo
deste capítulo é enfatizar os dons no sentido espiritual. N o entanto,
incluímos rápida referência aos “dons naturais”, visto que eles são também
dádivas ou concessões de Deus a todos os homens. Eles podem ser dados através
de dois meios, e não devem ser confundi dos com dons espirituais.
1) A través da natureza
Em sua infinita bondade, Deus “...é quem dá a
todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25). Além da vida humana,
in fundida no ato da criação, e na geração de cada novo ser vivo, Deus
concede, através da natureza, o ar, a água, o sol, a chuva, a germinação das
plantas, os frutos, os alimentos e tudo o que é necessário à sobrevivência no
planeta. São “dons” ou dádivas naturais. E fruto da graça de Deus. 12
Para o naturalista, tudo isso é
resultado de um processo ecológico, fruto do acaso cego. E a suprema ignorância
sobre a verdadeira origem da Terra e do universo em geral. Mas os cristãos
verdadeiros, que conhecem a Palavra de Deus, como revelação divina, sabem que
todo o funcionamento dos ecossistemas são fruto da criação de Deus e de sua
bondade para com o homem, face o seu plano glorioso para o planeta Terra, que é
propriedade de Deus (SI 24.1).
2 ) A través das aptidões humanas
De modo geral, cada pessoa tem algum tipo de
habilidade para realizar determinadas coisas. A psicometria, que usa o
Quociente de Inteligência (QI) como parâmetro, indica que há pessoas com nível
de inteligência maior ou menor que outra. N um a outra linha de en tendimento,
o psicólogo Howard Gardner (1980) entende que exis tem 7 tipos de
inteligência:1
Inteligência
linguística. As pessoas que possuem este tipo de inteligência tem grande
facilidade de se expressar tanto oralmente quanto na forma escrita. Elas além
de terem uma grande expressividade, também têm um alto grau de atenção e uma
alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma inteligência
fortemente relacionada ao lado esquerdo do cérebro é uma das inteligências mais
comuns.
Inteligência lógica: Pessoas com esse perfil de inteligência têm uma alta capacidade de
memória e um grande talento para lidar com matemática e lógica em geral. Elas
têm facilidade para encontrar solução de problemas complexos, tendo a
capacidade de dividir estes problemas em problemas menores e ir resolvendo até
chegar à resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas. E uma
inteligência fortemente relacionada ao lado direito do cérebro.
Inteligência Motora: Talento para os esportes e para a dança. Pessoas com este tipo de
inteligência possuem um grande talento em expressão corporal e tem uma noção
espantosa de espaço, distância e profundidade. Tem um controle sobre o corpo
maior que o normal, sendo capazes de realizar movimentos complexos, graciosos
ou então fortes com enorme precisão e facilidade. E uma inteligência relaciona
da ao cerebelo que é a porção do cérebro que controla os movimentos voluntários
do corpo. Presente em esportistas olímpicos e de alta performance. E um dos
tipos de inteligência diretamente relacionado à coordenação e à capacidade
motora.
Inteligência
Espacial. Pessoas com este perfil de inteligência têm uma enorme facilidade
para criar, imaginar e desenhar imagens 2D e 3D. Elas tem uma grande capacidade
de criação em geral, mas principalmente tem um enorme talento para a arte
gráfica. Pessoas com este perfil de inteligência têm como principais características
a criatividade e a sensibilidade, sendo capazes de imaginar, criar e enxergar
coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido, em geral, não
consegue dominar esses assuntos.
Inteligência Musical: É um dos tipos
raros de inteligência. Pessoas com este perfil têm uma grande facilidade para
escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas
musicais. Eles conseguem ouvir e processar sons além do que a maioria das
pessoas consegue, sendo capazes também de criar novas músicas e harmonias
inéditas. Pessoas com este perfil é como se conseguissem “enxergar” através dos
sons. Algumas pessoas têm esta inteligência tão evoluída que são capazes de
aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Assim como a inteligência espacial,
este é um dos tipos de inteligência fortemente relacionados à criatividade.
Inteligência
Interpessoal: E um tipo de inteligência ligada à capacidade natural de
liderança. Pessoas com este perfil de inteligência são extrema mente ativas e
em geral causam uma grande admiração nas outras pessoas. São os líderes
práticos, aqueles que chamam a responsabilidade para si. Eles são calmos,
diretos e tem uma enorme capacidade para convencer as pessoas a fazer tudo o
que ele achar conveniente. São capazes também de identificar as qualidades das
pessoas e extrair o melhor delas organizando equipes e coordenando trabalho em
conjunto.
Inteligência Intrapessoal: Liderança indireta para influenciar as pessoas. E um tipo raro de
inteligência, também relacionado à liderança. 14
Quem desenvolve a inteligência
intrapessoal tem uma enorme facilidade em entender o que as pessoas pensam,
sentem e desejam. Ao contrário dos líderes interpessoais que são ativos, os
líderes intrapessoais são mais reservados, exercendo a liderança de um modo
mais indireto, através do carisma e influenciando as pessoas através de ideias
e não de ações. Entre os tipos de inteligência, este é considerado o mais raro.
Numa análise teológica, podemos dizer que esse
ou aquele tipo de inteligência ou habilidade humana é dom natural de Deus,
manifesta do através de talentos, virtudes, capacidades inatas, ou vocações
para determinadas tarefas.
Inteligência
Espiritual. O apóstolo Paulo, em sua visão ampla acerca da vida espiritual,
incluiu, em seus ensinos o conceito de “Inteligência Espiritual” (Cl 1.9). Sem
dúvida alguma, é a inteligência concedida por Deus para os crentes
compreenderem, discernirem e praticarem a vontade de Deus, em todas as áreas e
situações de sua vida. A inteligência espiritual transcende os dons naturais e
situa-se na esfera da ação do Espírito Santo na vida do crente. Certamente,
podemos dizer que também é um dom de Deus.
II - DONS ESPIRITUAIS (1 CO
12.1-11)
Como consta
do item I, tanto no Antigo como no Novo Testa mento, a palavra “dons” sempre
se refere à dádiva, ofertas ou presentes, concedidos graciosamente. Os dons
espirituais ou carismáticos são manifestações espirituais ou poderes,
concedidos pelo Espírito Santo com o propósito maior de glorificar a Cristo. O
Novo Testamento faz uso da expressão pneumática (gr. derivada de pneuma,
“espírito”), indicando que a expressão “dons espirituais” refere-se às
manifestações sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, e
que operam através dos crentes, para o seu bem comum (w. 1,7; 14.1). A
expressão pneumatikon, usada por Paulo (1 Co 12.1), refere-se a “coisas
espirituais” , entendidas como os dons espirituais.
Após a ressurreição de Cristo, Ele se
credenciou, diante de Deus, dos anjós e dos poderes do mal, para dar “dons aos
homens” (Ef 4.8). Indo além dos “dons naturais”, Jesus resolveu capacitar seus
servos, integrantes de sua Igreja, dando-lhes dons (carismas), que são postos à
disposição de todos os salvos, no seio da comunidade crista. Esses dons não são
privilégio ou exclusividade dos líderes, dos pastores, evangelistas, presbíteros,
ou dos ensinadores da igreja. Eles estão à disposição dos santos, para que, por
eles, o Senhor realize seus propósitos especiais. Ele os reparte
“particularmente a cada um como ele quer” (1 Co 12.11).
A Igreja de
Jesus é “ ...a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para” anunciar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a
sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). Esse povo é “o seu Corpo”, do qual Ele é a
cabeça (Cl 1.18). A Igreja é a “...universal assembleia e igreja dos
primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos
espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). E não pode ser confundida com
“igrejas e igrejas”, que existem, cuja origem não é divina, mas humana e
criadas com propósitos hu manos. Os dons espirituais contribuem para
estabelecer e demonstrar a diferença entre “igrejas” e a Igreja de Nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo.
1. O CONHECIMENTO
DOS DONS ESPIRITUAIS
Os salvos em
Cristo Jesus não podem ser ignorantes acerca dos dons espirituais (1 C o
12.1-3). É interessante, ainda que no aspecto negativo, como há falta de
ensino, em muitas igrejas, acerca do batismo com o Espírito Santo e mais ainda
sobre os dons espirituais. Essa omissão contribui para a ignorância acerca dos dons,
e dá lugar a comportamentos estranhos, de origem carnal e emocional, como
expressões falsas de espiritualidade. E o caso do “cair no espírito”, quando
certos pasto res ou pregadores, sem base bíblica, dão palavras de ordem a
pessoas incautas e carentes de ensino, e elas caem desmaiadas. E isso é visto
como “elevado sinal de espiritualidade”. Quanto mais pessoas o prega dor
“derrubar” , é visto como muito espiritual. Se não derrubar crentes não é
espiritual!
2. A NECESSIDADE
DOS DONS ESPIRITUAIS
A Igreja, como “Corpo de Cristo” , precisa de
poder, de unção e de manifestações espirituais, que se expressam genuinamente
através dos dons espirituais. Esses dons são indispensáveis à unidade e à ação
da Igreja, por diversas razões. 16
1) Na espera pela vinda de Jesus. Em toda a sua história, des de sua fundação por Jesus Cristo, a Igreja
tem sido a instituição mais atacada pelas forças do mal. Ela nasceu debaixo da
perseguição. Impérios humanos tentaram destruí-la, apagando seu nome da face
da terra. Filosofias humanistas e materialistas tentaram sufocá-la, abafando
sua mensagem; sistemas políticos totalitários e ateístas, a serviço do Diabo,
tentaram eliminar sua influência no mundo.
Os ataques contra a integridade espiritual da
Igreja continuam, ao longo dos séculos. Como Noiva do Cordeiro, Ela precisa de
poder para vencer às mais diferentes investidas malignas, na longa espera pelo
Noivo. Ainda que, no século XXI, haja, no meio das igrejas locais, re cursos
que os primeiros cristãos não possuíam, em termos teológicos, educacionais ou
tecnológicos, o único recurso que lhe dá condições de suplantar o império do
mal é o Poder do Espírito Santo. E este poder se manifesta na operação
sobrenatural dos dons espirituais.
2 ) Os dons espirituais fazem a diferença.
Na parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13), Jesus demonstrou a seus discípulos
que a chegada do Noivo poderia demorar. As cinco virgens loucas representam a
parte da Igreja que não estará preparada para esperar a Volta de Jesus. As
virgens prudentes representam os crentes salvos, que, além de terem o “azeite”
nas lâmpadas, ou em suas vidas e testemunho, têm “azeite” nas vasilhas de
reserva.
O “azeite”
representa a presença e o poder do Espírito Santo na vida dos crentes que vão
subir ao encontro do Senhor Jesus Cristo (cf. 1 Ts 4.16,17). Os dons
espirituais é que fazem a diferença, atuando no meio da igreja, nesses “tempos
trabalhosos” (2 Tm 3.1), em que a pecaminosidade e a rebeldia contra Deus estão
aumentando. Há milhares e milhares de “igrejas”, mas só vão subir ao encontro
do Noivo os crentes salvos, santos e irrepreensíveis para a vinda de Jesus (1
Ts 5.23).
3 ) Os dons podem ser abundantes.A igreja de Corinto é um exemplo eloquente de que uma igreja cristã pode
experimentar a ocorrência de uma variedade enorme de dons espirituais. Na
introdução à sua primeira Carta aos Coríntios, Paulo tece considerações
elogiosas àqueles crentes, acentuando que nenhum dom (espiritual) lhes faltava,
“esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7), que os
haveria de confirmar até o fim para serem” irrepreensíveis no Dia de Nosso
Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.8). 17
4)Os dons são indispensáveis à evangelização.
A missão da Igreja, levada a efeito através das igrejas locais, é de proclamar
o evangelho. Nos tempos pós-modernos, a incredulidade, a frieza e a indiferença
pelo evangelho de Cristo é tão grande e tão latente, que, sem a mani festação
espiritual de forma evidente, as pessoas não vão saber discernir entre os
falsos evangelhos e o verdadeiro evangelho de Jesus. Sempre houve essa
necessidade.
Nos primórdios da evangelização, através de
Jesus Cristo, as pessoas criam nEle, a ponto de multidões segui-lo, não só pela
sua mensagem que tinha autoridade, e fazia diferença (Jo 7.46), mas,
principalmente, por causa dos sinais e prodígios que Ele fazia.
III - A GENUIDADE DOS D O N S
ESPIRITUAIS
Os dons espirituais devem ser utilizados na
igreja, respeitados os re quisitos e condições estabelecidos na palavra de
Deus. Fora disso, há o risco de haver manifestações espúrias ou falsas em
relação ao verdadeiro caráter dos dons.
1. OS
DONS DEVEM SER EXERCIDOS COM AMOR
A divisão da
Bíblia em capítulos só ocorreu em 1227 e, em versículos, em 1551.2 Quando se
lê o capítulo 12 de 1 Coríntios, sobre os dons espirituais e se passa para o
capítulo seguinte, sobre o amor cristão, tem-se a impressão de que são temas
distintos. Na verdade, original mente, antes da divisão da Bíblia em
capítulos, o texto dos capítulos 12 a 14 trata do mesmo tema dos dons.
Paulo termina o capítulo 12, com sua belíssima
dissertação sobre os dons espirituais, com uma exortação por demais relevante,
dizen do: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um
caminho ainda m ais excelente” (1 Co 12.31 — grifo nosso). Que “caminho ainda
mais excelente” é esse? A resposta vem de imediato, na ligação entre o último
versículo do capítulo 12 e o primeiro versículo do capítulo 13, quando o
apóstolo dá sequência ao seu precioso ensino sobre os dons espirituais. E
afirma de modo peremptório: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que
tine. E ain da que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que trans
portasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria” (1 Co 13.1,2).
Fica bem claro que, se os crentes tiverem dons
espirituais em abundância, mas não tiverem amor, o exercício desses carismas de
nada adianta diante de Deus. Nesses dois versículos Paulo mostra a síntese da
inutilidade dos dons, quando usados sem amor.
2. OS DONS
DEVEM SER USADOS DE ACORDO COM A PALAVRA
A Palavra de Deus deve ser a referência número
um para qualquer atividade ou manifestação na igreja? “Lâmpada para os meus pés
é tua palavra e luz, para o meu caminho” (SI 119.105). E o Espírito Santo quem
inspira a Palavra de Deus e a seus escritores. Logo, não há nenhuma
justificativa para que um dom seja exercido em desacordo com os preceitos da
Palavra de Deus.
3. OS
DONS NÁO DÁO ORIGEM A DOUTRINAS
A fonte primordial e única de qualquer
doutrina, na igreja cristã, é a Palavra de Deus. É altamente danoso para a
integridade espiritual de qualquer igreja, quando um líder, ou um outro membro
da igreja, apresenta como doutrina aquilo que não tem fundamento na Bíblia.
Determinado obreiro ensinou que os crentes que possuem internet estão em
pecado. Para se dizer que algo é pecado é necessário fundamentar na Palavra de
Deus. N a realidade, tal ensino é fruto de opinião pessoal do líder. Do
contrário, é imposição autoritária, que só traz prejuízo à obra do Senhor.
Ensinar que quem usa a internet de maneira ilícita, para visualizar coisas que
não agradam a Deus, está pecando, é correto, mas afirmar que possuir internet é
pecado é abuso de autoridade ministerial.
Não há necessidade de outra fonte de doutrina
além da Palavra de Deus (G1 1.8,9). 19
4. QUEM TEM UM DOM DEVE SER MAIS
HUMILDE
Os dons espirituais são parte das riquezas
sobrenaturais, concedidas pelo Espírito Santo aos servos do Senhor, com o
objetivo de servir à igreja. Jamais o portador de um dom deve orgulhar-se e
portar-se de modo arrogante ou autoritário. Deve agir, sabendo que “Temos, porém,
esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e
não de nós” (2 Co 4.7). Nunca devemos esquecer de que o Espírito Santo
glorifica a Cristo e não ao homem (Jo 16.14). Se o que tem o dom não tiver essa
consciência de humildade, poderá perder a graça para usá-lo. Deus não admite
que o seu louvor seja transferido para ninguém.
IV - Dons Ministeriais (Ef 4 .11)
Ministérios são serviços ou funções exercidos
na igreja local, como parte do Corpo de Cristo, que é a sua Igreja. No âmbito
cristão, ministérios são serviços que devem ser exercidos por pessoas que
tenham a mentalidade de servas de Cristo. Quem não pode ser servo não pode ser
ministro na Igreja de Cristo. Ele disse que não veio para ser servi do, mas
para ser servo (Mt 20.28).
1. O LADO ESPIRITUAL DA IGREJA
Igreja de Jesus Cristo é espiritual e humana.
No lado espiritual, precisa de poder espiritual, de sabedoria espiritual, de
capacitação espiritual. D aí, a necessidade dos dons espirituais, como foi
visto no item anterior. O lado espiritual reflete a natureza da Igreja como
organismo, ou o Corpo de Cristo, Paulo discerniu bem o aspecto espiritual da
Igreja, como organismo espiritual ao dizer: “Antes, se guindo a verdade em
caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o
corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa
operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (E
f 4.15,16).
2. O LADO HUMANO DA IGREJA
N o lado humano, a Igreja precisa de
liderança. E esta não pode ser exercida apenas pela capacidade humana,
intelectual, teológica, por mais que tais capacitações sejam importantes. A
liderança eclesiástica deve ser espiritual, ministerial e administrativa. Os
ministérios ou serviços (gr. diakonion), indispensáveis ao ordenamento e o
funcionamento da igreja dependem da graça de Deus. Os dons ministeriais
fortalecem a unidade da Igreja, atuando de modo equilibrado ao lado dos espirituais.
Os líderes cristãos podem ter formação secular
ou teológica, mas não podem prescindir da legitimação através dos dons que os
capacitam para liderar o Corpo de Cristo na Terra. Antes de tudo, precisam ter
convicção da chamada de Deus para serem servos-líderes.
Jesus, o Dono e Senhor da Igreja, só dá dons a
homens que têm esse perfil de homens-servos. Os dons espirituais estão à
disposição de todos os crentes, de todos os salvos. Mas os dons ministeriais
são específicos para homens que têm a chamada de Deus para o ministério de
servir à Igreja.
Conclusão
A Igreja de Cristo Jesus, nestes tempos que antecedem à sua Vinda, precisa mais do que nunca do exercício e da experiência concreta dos dons espirituais e ministeriais. Espiritualidade sem organização ministerial pode levar a práticas fanáticas de falsos exemplos de espiritualidade. O exercício dos ministérios, sem a demonstração do poder de Deus, atuando pelos dons espirituais, seguramente leva à frieza institucional, transformando igrejas em meras instituições religiosas.
1 Os 7 tipos de Inteligência. Disponível em http://www.rius.com.br.
Dons Espirituais e Ministeriais (Livro de Apoio
Adulto)
Elinaldo Renovato de Lima
III
- CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1 Co
12.1-11)
1. Os dons são
importantes.
OBJETIVOS
DOS DONS
Glorificação de JESUS Jo. 16: 14 Ele me glorificará
porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
Expansão do Evangelho Rom. 15:19 Por força de sinais
e prodígios, pelo poder do ESPÍRITO SANTO; de maneira que desde Jerusalém e
circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de CRISTO.
Edificação da Igreja I Cor. 14: 12 Assim também vós,
visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da
Igreja.
Confirmação da Palavra Mc. 16: 20 E eles, tendo
partido, pregaram a em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando
a palavra por meio de sinais, que se seguiam.
FATBI. Faculdade Teológica Bereana Internacional
Módulo De Teologia Sistemática Curso Bacharelado Em Teologia.
2. Diversidade
dos dons.
Dons de manifestação do ESPÍRITO
Vamos agora classificar ou agrupar os dons com o
objetivo de entender melhor o assunto. A primeira classificação é a dos dons de
manifestação do ESPÍRITO em número de nove, conforme I Coríntios 12.8-10. Esses
dons são formas de capacitação sobrenatural de pessoas, para a “edificação do
corpo de CRISTO” como um todo, e também para a bem-aventurança de seus membros,
individualmente (vv.3-5,12,17,26).
Os capítulos 12 a 14 de I Coríntios têm a ver com esses maravilhosos dons. Eles são de atuação eventual, inesperada e imprevista (quanto ao portador do dom), tudo dependendo da soberania de DEUS na sua operação. Esses dons manifestam o saber de DEUS, o poder de DEUS e a mensagem de DEUS.
Agora o apóstolo mostra como se manifestavam os
vários dons do ESPÍRITO, nos quais a congregação era tão rica, e qual o
propósito que eles deviam guardar em mente: Mas a cada um (cristão) está sendo
dada a manifestação do ESPÍRITO visando o proveito comum. Ele fala de modo muito geral, afirmando que cada cristão
possui algum dom da graça, um dom que não foi meramente derramado sobre ele em
certa ocasião no vago e distante passado, mas que lhe é concedido dia após dia.
Por isso, seu alvo e objetivo não é servir ao engrandecimento e gozo pessoal,
mas ser colocado à disposição e ao ministério do proveito espiritual da
congregação inteira e da igreja. Cada cristão devia revelar-se um bom
despenseiro da multiforme graça de DEUS, 1.Pe. 4.10; Mt. 25.14-30.
Paulo mostra por meio de certo número de exemplos
como exatamente os talentos espirituais dos cristãos individuais deviam servir
para o benefício da congregação toda:
A um foi dada pelo ESPÍRITO, por meio do Seu poder,
1- A palavra
de sabedoria.
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom tem
a ver com a sabedoria de DEUS a respeito do futuro - Onipresença de DEUS - Exemplo: Profeta ágabo prevendo seca no mundo
- At 11.28 - e prevendo que Paulo seria preso em Jerusalém At 21.11; - No AT vemos Elizeu prevendo que o general
da Síria mataria o rei e governaria em seu lugar matando muitos dos judeus 2 Rs
8.11.
2- Mas a outro
foi dada a palavra de conhecimento.
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom tem
a ver com o conhecimento de DEUS a respeito do presente - Onipresença de DEUS
- Exemplo: JESUS viu Natanael debaixo da
Figueira estando ele muito distante dali - Jo 1.48. No AT vemos Elizeu dizendo
para o rei em Israel o que o rei da Síria dizia a seus generais muito distante
dali, preparando armadilhas para Israel.
3- A outro o
discernimento de espíritos
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom dá a
visão do oculto, o que está por detrás de uma mensagem ou de uma ação do
inimigo. Dá poder para ministrar libertação a possessos de demônios. Exemplo -
Paulo e a pitonisa de Filipos - At 16.18. Davi tocava sua harpa e Demônio saia
de Saul - 1 Sm 16.23.
4- Na segunda
série de dons, a um outro é dada fé, no mesmo ESPÍRITO, unicamente no Seu poder e outorga. Não é aquela fé que aceita
a salvação em CRISTO, ou seja, não a fé que justifica, mas uma confiança forte e
inabalável no DEUS onipotente ou no poder de CRISTO, como algo capaz de se
revelar em feitos extraordinários e realizar o que aos homens parece
impossível.18).
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom
acontece muito hoje na ressusrreição de mortos, principalmente na África -
Exemplo - Paulo ressuscita Êutico At 20.10, Pedro ressuscita Dorcas - At 9.40 -
No AT Elizeu ora e menino revive - 2 Rs 4.34.
5- A um outro
foram dados na concessão do mesmo ESPÍRITO os dons das curas.
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - São
manifestações de DEUS curando vários tipos de doenças e enfermidades.
Geralmente funciona em grupos de doenças. Exemplo - Algumas pessoas são usadas
para determinadas curas como: dores de cabeça, enxaqueca, dores lombares. Sendo
que para outros tipos de doenças não. Exemplo: Paulo orava e muitas doenças e
enfermidades eram saradas, mas deixou seu companheiro Trófimo doente em Mileto.
At 28.8,9; 2 Tm 4.20.
6- A operação
de milagres ou de maravilhas - É o agir de DEUS na natureza, ou nas coisas que naturalmente não seriam mudadas. Um
aleijado de nascença andar não é uma cura, é um milagre - um cego de nascença
ver não é uma cura, é um milagre.
Exemplo: Paulo orou por um coxo desde o ventre e ele andou - At 14.8 - o
paralitico da porta do templo, chamada Formosa At 3.2 - No AT Sol ou a Terra
parou para Josué vencer a Guerra Js 10.13, Mar se abriu - Êx 14.21, etc...
7- Paulo
menciona no terceiro grupo de dons, que a outro cristão é dada a profecia
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Esse dom tem
como funções básicas a edificação, a exortação e a consolação - Pode ocorrer
advinda de três fontes possíveis - Do homem, do Diabo ou de DEUS - Por isso
deve ser julgada. São mensagens sobrenaturais que revelam uma comunicação
intima do ser humano com DEUS. Não tem elemento prditivo ou sobre o passado.
Exemplo: JESUS viu a fé dos condutores do palaítico - Mc 2.5 - JESUS fala sobre
a tristeza dos discípulos e os consola - Jo 16.22.
8- Línguas - 4
tipos de línguas: Não proibais falar em línguas; é ordem de DEUS (1 Co 14.39).
1. Língua para oração: Quem fala em línguas
fala diretamente com DEUS - I Co 14:2 - O que fala em língua edifica-se a si
mesmo - I Co 14:4 -quem ora em línguas ora bem - I Co 14:14.
2. Língua para interpretação: Essa
linguagem pode ser interpretada pelo que fala ou por outrem.
3. Língua como sinal para incrédulo:
"De modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os
incrédulos..."(I Co 14:22); estrangeiros ouvem em sua própria língua, ex:
"Ouvindo-se, pois, aquele ruído, ajuntou-se a multidão; e estava confusa,
porque cada um os ouvia falar na sua própria língua."(At 2:6). Pode alguém
ser usado para falar, por exemplo em alemão em algum lugar e uma pessoa presente
alí, que fala alemão entenderá tudo o que DEUS quer falar-lhe.
4. Gemidos inexprimíveis: Do mesmo modo também o
Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como
convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis."(Rm
8:26) -oração intercessora.
9-
Interpretação de Línguas:
"Que fazer, pois, irmãos? Quando vos
congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. Se alguém falar em língua, faça-se
isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que
interprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado (ore tão baixinho que
ninguém o note) na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus."(I Co
14:26-28); "Por isso, o que fala em língua, ore para que a possa
interpretar."(I Co 14:13).
Dons de
ministérios práticos São administrações de serviços práticos, individuais e em
grupo (Rm 12.6-8; I Co 12.28-30). Nestas passagens, eles aparecem juntamente
com os demais dons espirituais, e sob o mesmo título original charismata —
“dons da graça”. São dons de ministração residentes no portador, pela natureza
de sua finalidade junto às pessoas ou grupos: assistência, serviço, socorro,
auxílio, amparo, provisão. São dons residentes nos seus portadores, pela
natureza e objetivos de sua ação.
Estes dons
têm sido pouco estudados na igreja. Daí os equívocos e dúvidas existentes. São
da mesma natureza espiritual e sobrenatural dos demais dons da graça de DEUS. A
Bíblia os coloca em conjunto com os demais dons (I Co 12.28). Ela usa para
esses dons o mesmo termo original empregado para os dons de I Coríntios
12.4-10: charismata (Rm 12.6-8).
Ministério (Rm 12.7). Ministração, servir, prestar
serviço material e espiritual, sem primeiramente esperar recompensa,
reconhecimento, retribuição, remuneração, com motivação e capacitação mediante
este dom. É servir capacitado sobrenaturalmente pelo ESPÍRITO.
Ensinar (Rm
12.7). Ensinar no sentido didático, como deixa claro o original. E o dom
espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo;
ensinar a fazer; ensinar a entender; treinar outros. Educar no sentido técnico
desta palavra. Não confundir com o ministério do ensino, que tem a ver com
ministros do evangelho, segundo Efésios 4. II e Atos 13.1 (“profetas e
mestres”).
Exortar (Rm
12.8). Exortar, aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar,
consolar, unir pessoas desunidas, que não se falam; admoestar.
Repartir
(Rm 12.8). O sentido no original é dar generosamente, doar, oferecer,
distribuir aos necessitados em primeiramente esperar recompensa ou
reconhecimento, movido pelo ESPÍRITO SANTO. Este dom ocupa-se da benevolência,
beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.
Presidir (Rm 12.8). É conduzir, dirigir, organizar, liderar,
governar, orientar com segurança, conhecimento, sabedoria e discernimento
espiritual. Isso em se tratando de igreja, congregação, instituição, etc. Para
alguém presidir desta maneira, só mesmo tendo de DEUS este dom! A tendência
natural de quem lidera e preside é ser duro, dominar somente pela autoridade,
ser insensível.
Exercitar
misericórdia (Rm 12.8). Este dom refere-se a assistência aos sofredores,
necessitados, carentes; fracos, enfermos, presos, visitação, compaixão.
Socorros (I
Co 12.28). Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos,
exaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc. È um dom de ação plural.
Governos (I
Co 12.28). E um dom plural no seu exercício. Ê dirigir, guiar e conduzir com
segurança e destreza. O termo original sugere pilotar uma embarcação com
segurança, destreza e responsabilidade.
Dons na área
do ministério
Esses dons são enumerados em Efésios 4.11 e I
Coríntios 12.28, 29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores,
doutores ou mestres.
Alvos e resultados dos dons espirituais. De acordo
com I Coríntios 12.7, “a manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para o que
for útil”. Vejamos quais são os alvos e resultados dos dons espirituais:
1) A glorificação do Senhor JESUS em escala muito
além da natural e humana (Jo 16.14).
2) A confirmação da Palavra de DEUS anunciada,
pregada e ensinada (Mc 16.17-20; Hb 2.3,4).
3) O crescimento constante e real, em quantidade e
qualidade, da obra de DEUS na igreja, na evangelização e nas missões (At 6.7;
19.20; 9.31; Rm 15.19\
4) A “edificação” espiritual da igreja de DEUS como
um corpo e como membros individualmente (I Co 12.12-27). JESUS afirmou: “Eu
edificarei a minha igreja” (Mc 16.18), mas na ocasião Ele não disse como ia
edificar. Mas em Atos e nas Epístolas vemos que é em parte através desses dons
divinos de que estamos a tratar.
5) O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12). Isso
jamais é possível por parte do homem, ou das coisas desta vida, mas é possível
para DEUS (c£ Lc 18.27).
O exercício
dos dons do ESPÍRITO. Toda energia e poder sem controle é desastroso. Estudando
I Coríntios 14.26,32,33 e 40, vemos que DEUS nos concede dons, mas não é
responsável pelo mau uso deles, por desobediência do portador à doutrina
bíblica, ou por ignorância desta. A eletricidade quando domada nas subestações,
torna-se apropriada ao consumo doméstico, mas nas linhas de alta tensão é letal
e destruidora. Também não adianta ter um bom freio no carro sem o seu potente
motor, como muitos fazem nas igrejas mornas, frias e secas. Elas têm freio e
direção no “carro”, porém falta-lhes o ativo e poderoso motor.
O uso dos
dons na igreja deve ser regulado e equilibrado pela Palavra de DEUS,
corretamente entendida, interpretada e aplicada. A Palavra e o ESPÍRITO
interpenetram-se e combinam-se em sua operação conjunta na igreja. A Palavra é
a espada do ESPÍRITO, e o ESPÍRITO interpreta e emprega a Palavra.
Na igreja, a
predominância da doutrina do Senhor corrige erros, evita confusão e repara
estragos. Ela, quando ensinada e aplicada, neutraliza o fanatismo, que é zelo
religioso sem entendimento — são exageros, práticas antibíblicas,
emocionalismo, gritaria e outros desmandos. Por sua vez, quando o ESPÍRITO
predomina, neutraliza o formalismo, que é excesso de regras, regulamentos,
legalismo, rotina religiosa, formalidades secas e enjoativas, mornidão,
fórmulas, ritos e coisas assim.
Quem recebe
dons de DEUS, a primeira coisa a fazer é procurar conhecer o que a Palavra
ensina sobre o exercício deles. Em Corinto havia abuso dos dons, enquanto em
Tessalônica havia carência deles, por tanto refreio.
No exercício
dos dons e de outras manifestações do ESPÍRITO SANTO, ninguém que aja
desordenadamente e cause confusão, dentro da congregação e fora dela, venha a
dizer que está agindo assim por direção do ESPÍRITO SANTO. Ele não é o autor de
tais coisas!
Responsabilidade quanto aos dons. É preciso
haver responsabilidade quanto aos dons, a fim de que não
haja mau uso deles.
1) Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais,
não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (I Co 12.1).
2) Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores
dons” (I Co 12.31).
3) Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dons
espirituais” (I Co I4.I).
4) Ser abundante nos dons. “Procurai progredir
neles, para a edificação da igreja” (I Co 14.12, ARA).
5) Ter autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos
profetas estão sujeitos aos profetas” (I Co 14.32).
6) Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas
faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Co 14.40).
Portanto, poder, curas, libertação e maravilhas
devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e
pentecostal. No entanto, tudo deve ser livre de escândalos, engano,
falsificação, e segundo a decência e ordem que a Palavra de DEUS preceitua (I
Co 14.26-40).
Antônio Gilberto. Teologia
Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. pag.196-202.
Os dons de DEUS
Notemos o
que Paulo diz: “E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera
tudo em todos” (1 Coríntios 12.6).
A palavra “operações” refere-se ao método usado para
pregar o evangelho. Para ser mais específico, refere-se à estratégia usada para
que o evangelho alcance o mundo todo. Meios eficientes e programas para
testemunhar o evangelho incluem a abertura de novas igrejas, reavivamento,
estabelecimento e manutenção de escolas e hospitais. Essas ações pertencem às
diversas operações que DEUS usa para o avanço do evangelho.
Os
dons de JESUS
Paulo também diz: “E também há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (I Coríntios 12.5). Isso quer dizer que
JESUS CRISTO tem dado o dom de ministrar a alguns cristãos, para que possam
ocupar posição de liderança e realizar trabalhos dentro da igreja. Assim como
toda organização na terra requer liderança responsável, a igreja, o corpo de
CRISTO, também o exige.
O
ministério é explicado em diversos lugares na Bíblia. Como exemplo, em I
Coríntios 12.27-28 lemos:
“Ora, vós sois corpo de CRISTO e, individualmente,
membros desse corpo. A uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em
segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de
milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”.
Com respeito a esses ministérios, Paulo escreveu em
Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Esse versículo
nos mostra que, como cristãos, não podemos escolher o tipo de ministério que
gostaríamos de ter dentro da igreja. Sem dúvida, cada um de nós deve descobrir
o dom de JESUS que nos foi dado e, então, servir a DEUS fielmente naquele tipo
de serviço para o qual fomos escolhidos.
Os dons do ESPÍRITO
Concluímos, então, que os dons são dados pelo ESPÍRITO SANTO: “Há diversidade de
dons, mas o ESPÍRITO é o mesmo” (I Coríntios 12.4).
Dons do
ESPÍRITO SANTO são os instrumentos de poder que levam adiante, com sucesso, a
realização e administração do trabalho de DEUS em sua igreja.
Quando se planeja construir uma casa e o arquiteto,
construtor e especialistas são escolhidos, todas as ferramentas e materiais
necessários para a construção são trazidos e usados, para que o projeto obtenha
sucesso e seja efetuado o mais rápido possível.
Quando há um grande trabalho a ser realizado para
DEUS, os dons do ESPÍRITO SANTO são distribuídos a diferentes cristãos dentro
da igreja, o corpo de CRISTO. Esses dons capacitam os cristãos a completar o
trabalho de DEUS com responsabilidade e eficiência; e o trabalho desenvolve-se
graças ao ESPÍRITO SANTO.
Existem
nove dons do ESPÍRITO SANTO, e podem ser divididos em três grupos como segue:
1. Os dons de revelação
a. O dom da palavra da sabedoria
b. O dom da palavra da ciência
c. O dom de discernimento de espíritos
2. Os dons de poder
a. O dom de fé
b. O dom de cura
c. O dom de operar milagres
3. Os dons vocais
a. O dom de línguas
b. O dom de interpretação de línguas
c. O dom de profecia
Os dons de
revelação referem-se à comunicação sobrenatural, revelada pelo ESPÍRITO SANTO
ao coração daquele que recebe esse dom. O conhecimento de experiências e
situações de outras pessoas, que é revelado mediante esses dons, só se tornará
público quando a pessoa que recebe um ou todos esses dons decide falar.
Os dons de
poder são dons grandiosos pelos quais o poder de DEUS se manifesta, a fim de
transmitir uma resposta miraculosa mediante uma intervenção divina,
sobrenatural. Por meio desses dons as pessoas e seu ambiente são transformados.
Os dons
vocais tratam da comunicação sobrenatural que o ESPÍRITO SANTO de DEUS revela,
usando a voz humana. Não somente a pessoa que usa os dons, mas outras ao seu
redor podem ouvir a comunicação, pois esses dons são recebidos pelos sentidos.
Todos os tipos de dons são distribuídos às pessoas
pelo ESPÍRITO SANTO, de acordo com sua própria vontade, para o benefício e
crescimento da igreja, o corpo de CRISTO.
DAVID YONGGI CHO. O ESPÍRITO SANTO, Meu Companheiro. Editora Vida. pag.
116-119.
3.
Autossuficiência e humildade.
Utilizando
Os Dons Espirituais
1. Não são meios pelos quais nos autoglorifiquemos.
Tal atitude seria contrária ao inteiro espírito do evangelho. Mas que tal
atitude havia na igreja de Corinto é algo que fica transparente no décimo
quarto capítulo de I Coríntios.
2. Os dons espirituais visam a edificação, e devem
servir de meios para conduzir os homens na direção da perfeição, em CRISTO (ver
Efé. 4:11 e ss.).
3. Precisam ser exercidos no ambiente do amor (ver I
Cor. 13), pois o amor é maior que qualquer dom espiritual. A nossa preocupação
deveria ser: «Mediante o uso deste dom, como posso ajudar os homens a serem
transformados mais profundamente segundo a imagem de CRISTO?» Ou então: «Como
poderei servir a outros, material e espiritualmente, pelo meu ministério
caracterizado por dons espirituais?»
4. Cada membro do corpo de CRISTO deveria possuir
algum dom espiritual, e cada dom é uma função do corpo. Paulo emprega uma
metáfora baseada na fisiologia, em I Cor. 12:12-31, a qual é mui instrutiva.
«...a graça que nos foi dada...» Todos os dons
espirituais começam e têm por base a graça de DEUS, tal como o apóstolo dos
gentios já havia demonstrado, em seu próprio caso, porque, ao ser chamado para
o apostolado, foi chamado através da dispensação da graça de DEUS. (Ver o
terceiro versículo deste mesmo capítulo). Todas as demais funções espirituais
são igualmente alicerçadas nesse propósito divino, atuadas nos homens mediante
o ESPÍRITO SANTO.
Neste ponto,
a medida da fé e. a. «graça que nos foi dada» significam essencialmente a mesma
coisa. Ambas as passagens referem-se à «graça» do ESPÍRITO, como fundamento de
toda a outorga dos dons espirituais. Aquilo que fala da fé enfatiza a base em
que a graça se desenvolve e floresce. Diz Brown (in loc.)
referindo-se ao terceiro versículo deste capítulo:
«A fé é aqui vista como a entrada e como o canteiro de todas as outras graças,
sendo assim a faculdade receptiva da semente renovada». A própria fé, cujo
início tem lugar quando da regeneração, e que frutifica na vida cristã diária,
por ser o princípio transmissor de vida, em si mesma é uma graça de DEUS,
porque é conferida aos homens, embora sempre em cooperação com a vontade
humana.
Neste
versículo, «...dons...» é tradução do termo grego «charismata»,. O vocábulo
grego técnico para todos os chamados «dons espirituais». Todos esses dons são
proporcionados e inspirados pelo ESPÍRITO SANTO, não 'se tratando meramente das
manifestações miraculosas. Paulo não entra aqui em longa descrição sobre os
dons do ESPÍRITO, e nem mesmo chega a mencionar os dons especialmente
«miraculosos», segundo faz no paralelo do décimo segundo capítulo da primeira
epístola aos Coríntios. Portanto, suas explicações são muito menos extensas
neste décimo segundo capítulo da epístola aos Romanos, simplesmente porque o
apóstolo dos gentios não foi obrigado a tentar corrigir abusos sérios, conforme
se deu no caso de sua epístola aos Coríntios.
O
Uso E O Abuso Dos Dons Espirituais
1. Quando a epístola aos Romanos foi escrita, os
dons espirituais estavam em plena atividade. Não podemos usar o trecho de I
Cor. 13:10, como texto de prova do ensino que supostamente os dons espirituais
desapareceriam dentro da era cristã, pois o que é «perfeito»—que finalmente
eliminará a necessidade de certos dons espirituais—é a «parousia» (ou segunda
vinda de CRISTO), e não o término do cânon neotestamentário.
2. Entre os dons espirituais, alguns são
perturbadores por haverem sido imitados e abusados, a saber, alguns dons
miraculosos como as línguas, a interpretação de línguas e os milagres de curas.
3. Em cada século, os dons espirituais são
desesperadoramente necessários para o bem da igreja, em seu desenvolvimento
(ver o que diz Efé. 4:11 e ss.); mas esses dons podem ser exercidos segundo
moldes diferentes dos do primeiro século cristão, ou em moldes superiores
àqueles de eras passadas. Estamos vivendo (minha alternativa) exatamente esta
última.
4. Foram dadas notas completas sobre o «batismo do
ESPÍRITO e os dons espirituais», incluindo o dom das línguas, em Atos 2:4.
Quanto aos abusos, consideremos as notas abaixo;
Os Dons, Que Fiquem Para Sempre! Mas Cuidado Com Os Abusos
1. Paulo nos ensina a buscar os dons (ver I Cor.
12:31).
2. Abundam, entretanto, os abusos e as imitações.
a. A mera alma humana.
b! Existem poderes estranhos, demoníacos e outros,
que podem influenciar um homem, imitando os dons espirituais.
c. Mas também existe a presença do ESPÍRITO SANTO, e
sua função é doar os dons espirituais, embora estes possam funcionar em moldes
diferentes dos do primeiro século, como também possam manifestar-se de maneiras
mais avançadas, do que aquelas que até agora têm sido reconhecidas entre nós. Como poderia suceder que não estamos
envolvidos no avanço espiritual? Esse avanço nos conduzirá até à perfeição em
CRISTO, conforme formos sendo transformados em sua imagem (ver Rom. 8:29). Isso
irá sendo realizado pelo poder do ESPÍRITO (ver II Cor. 3:18), e nesse processo
terminaremos maiores do que jamais foi Paulo, dotados finalmente de poderes
muito superiores aos dele. Portanto, talvez até seja errado, ficarmos
contemplando de volta ao primeiro século, desejando a restauração nos moldes da
igreja primitiva. A verdadeira fé e uma elevada espiritualidade quiçá prefiram
olhar para o futuro avanço, para uma forma que nos faça subir acima de abusos e
imitações. Que ainda não possuímos esse tipo de fé é evidente.
Contrariamente
à ideia que diz que os dons espirituais «não são para nós», mas estavam
reservados às primeiras gerações cristãs tão somente, diz Newell (in loc.), em
excelente comentário: «Essa é uma tríplice suposição:
1. Procura desculpar nosso próprio estado espiritual
inferior;
2. pior ainda, é que lança a culpa sobre DEUS, no
que tange ao fracasso da igreja quanto a essa particularidade; e
3. eleva o presente estado dos crentes como
suficiente e superior ao estado de coisas que prevalecia nos tempos em que o
ESPÍRITO SANTO era conhecido em seu poder».
«...profecia...» (Ver Atos 13:1 e Efé. 4:1, onde são
distinguidos os «profetas» dos «mestres» cristãos - «profetas do N.T.», ver
Atos 11:27). Nas Sagradas Escrituras, os «profetas» são as seguintes pessoas:
1. Algumas vezes são aqueles que, em sentido muito
especial, foram escolhidos para algum ministério de revelação das verdades,
através de revelações ou oráculos, conforme se verificava no caso dos profetas
do A.T. Esses profetas do A.T., quanto à sua posição e autoridade, eram um
tanto semelhantes aos apóstolos do N.T. O oficio espiritual deles era especial.
Não há razão alguma para a suposição de que isso não pode continuar ocorrendo
hoje em dia. Talvez indivíduos como Lutero, João Wesley e tantos outros, na
história da igreja, incluindo até mesmo outros de menor envergadura, embora
tenham sido elevados acima dos mestres e ministros comuns do evangelho, possam
ser chamados «profetas». São pessoas encarregadas de alguma missão elevada, que
falam com uma unção incomum do ESPÍRITO SANTO. No sentido secundário da
palavra, tais indivíduos também podem ser chamados «apóstolos», conforme
esclarecemos em Atos 14:4. Esses «apóstolos» seriam os mais elevados dentre
esses «profetas».
2. Os profetas da igreja cristã primitiva
evidentemente eram homens de considerável habilidade psíquica, capazes de
proferirem declarações inspiradas, não sendo confundidos com os pregadores
ordinários. No exercício dos dons espirituais, ocupavam posição secundária
somente em relação aos apóstolos, conforme depreendemos de passagens
neotestamentárias como I Cor. 12:28; Efé. 2:20; 3:5; 4:11 e Apo. 22:9. (Ver
igualmente Atos 13:1; 15:32 e 21:9,10). Esses profetas do N.T. exerciam seu
ofício em virtude do recebimento de dons carismáticos, e não por sanção ou
nomeação oficial por parte das igrejas locais, porquanto não há o menor laivo
de evidência que a posição deles fosse alcançada através da consagração a esse
ofício. O trecho de I Cor. 14:29-39 mostra-nos que algumas vezes esses profetas
se deixavam arrastar em seu entusiasmo ao ponto de produzirem a desordem nos
cultos, o que Paulo censurou severamente.
Evidentemente
surgiram dúvidas, até mesmo naqueles dias primitivos, acerca da autenticidade
dos dons espirituais de alguns desses «profetas», ao ponto de suspeitar-se que
seus poderes procediam de fontes malignas. (Ver I João 4:1 e I Tes. 5:20,21).
Os poderes sobrenaturais, manifestamente superiores àquilo que se poderia
esperar da parte das capacidades humanas normais, são sempre difíceis de julgar
quanto à sua origem exata; o máximo que podemos fazer é aplicar as palavras do
Senhor JESUS, que disse: «...pelos seus frutos os conhecereis» (Mat. 7:20).
Infelizmente, o critério moderno de julgar tais pessoas tem degenerado ao teste
que declara: «Por suas denominações os conhecereis». Esse critério é fruto do
sectarismo.
Judas e Silas, nas páginas do N.T., são chamados
«profetas» (ver Atos 14:4 e 15:32). Esses possuíam uma inspiração superior à
daqueles que falavam em línguas (ver I Cor. 14:3).
3. Os profetas, não obstante, não profetizaram
sempre e necessariamente o futuro, embora tal função evidentemente não fosse
incomum entre eles. (Ver Atos 21:4,9-11). Nessa oportunidade, a profecia
neotestamentária incluiu o conhecimento prévio, embora isso não faça parte
necessária da profecia. Entretanto, é fenômeno comum, entre aqueles que possuem
dons psíquicos, possuírem algum discernimento quanto a alguns acontecimentos futuros.
Contudo, a profecia consiste muito mais de uma «afirmação inspirada» do que da
predição do futuro. Todavia, é muito difícil fazer a separação dessas duas
funções, no mesmo indivíduo.
FONTE: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-dem-2tr14-e-deu-dons-aos-homens.htm
ENCONTRO TEOLÓGICO 5
DONS
MINISTERIAIS E ESPIRITUAIS
Pr Cary Antunes Filho.
Assembléia de Deus em Jardim América
Departamento Cultural
Rio de Janeiro, Julho de 2014
4) Os
Dons do Espírito Santo ou Espirituais : Dons espirituais ou Charismata, no
grego, é um substantivo formado pela junção da palavra Charizestai ( mostrar
favor, dar gratuitamente ) e Charis ( graça ). A forma plural é encontrada em
1Co 12.6, é tecnicamente traduzido como “Dons espirituais”, são operações
extraordinárias do Espírito Santo para edificação da Igreja inteira ( 1Co
12.4-7; 14.12 ) e evangelização dos incrédulos ( 1Co 14.21-25; At 2. 12 ). As
principais listas estão em 1Co 12. 4-11, 28-30; Rm 12. 6-8 ). O saudoso mestre
dos dons espirituais Irmão Donald Gee, baseado em At 19.11, dizia que a
presença dos Dons Espirituais nos cultos da Igreja primitiva, conferiam a estes
um caráter milagroso que dinamizava as mensagens evangelísticas trazendo como
resultado a conversão, genuína, em massa ( não as conversões emocionais da
atualidade cheias de interesses humanos ), e ainda que tais manifestações eram
milagres “extraordinários”; muito além dos ordinários : “São ( os Dons ) como
gotas da onisciência, onipresença e onipotência de Deus na alma humana, é como
o se homem, em uma “fanerosis” ( gregoà manifestação ou brilho ), fosse Deus por alguns
instantes”.
4.1)
Algumas Finalidades : A Primeira é retirar do homem qualquer glória na
participação destas manifestações ( 1Co 1. 27-29; 2.1- 5 ). Deus não despreza as habilidades e
talentos naturais dos homens, mesmo porque foi Ele mesmo que nos criou, mas é o
homem que não sabe discernir tais verdades e se acha criador e autor de alguma
coisa. Todo conhecimento deve ser trazido cativo a Cristo. Donald Gee dispara “
O ministério, baseado sobre dons do homem natural, quase nunca produz
impressão. Geralmente atrai a atenção à rara competência do individuo e
glorifica ao homem. Mas o ministério verdadeiro, baseado sobre os dons
espirituais, não glorifica ao homem mas a Deus. Era assim no verdadeiro ministério
apostólico ( vede 1Co 2 )”. A segunda finalidade, é manifestar o poder de Deus
combatendo as vãs filosofias que ameaçavam e ameaçam implodir a fé cristã na
sua doutrina. Os dons da palavra de sabedoria e de ciência jogam por terra tal
tentativa. Os dons de curar e operar maravilhas enfrentavam o paganismo e as
falsas manifestações de pseudos encantadores endemoninhados. Uma terceira
finalidade é a de não permitir que nos esqueçamos o de que a fé em Cristo é
sobrenatural, totalmente dependente da direção e presença do Espírito Santo,
invisível mais real veja 1Co 14. 25. A Quarta, e a última, finalidade eu reputo
como a mais importante, é equipar os ofícios ou ministérios de Efésios 4. 11,
configurando as chamadas operações de Deus ( será melhor detalhado no item 5 ).
4.2) A duração do Dons Espirituais :
Não há informação nenhuma nas escrituras que determinem o tempo para duração da
funcionalidade dos dons espirituais ou mesmo dos dons de ministério, existem
sim desculpas de lideres “medrosos” que querem justificar a não ou rara
manifestação do Espírito Santo nos cultos. Mesmo porque o objetivo maior das
operações dos dons ainda não foi alcançada ( Ef 4. 13 ). Vejamos algumas
desculpas sem fundamento : A primeira afirma que os dons eram para o inicio da Igreja
ou era Apostólica. Claro que os fundamentos da doutrina foram lançados e
consagrados nesta época ( Ef 2. 20. ). Contudo o poder sobrenatural acompanha a
presença do Espírito Santo na Igreja, sendo necessária até hoje quando
continuam nascendo novas pessoas tão carentes de salvação e edificação quanto
no passado Apostólico. 6 Graças a Deus que o capitulo 2 de Efésios não termina
apenas no verso 20, mas aponta para a necessidade de cumprimento dos versos 21
e 22 também. Um segundo pretexto diz que a história prova a NÃO necessidade do
uso dos dons para edificação da Igreja. Será necessário então calar o
testemunho de vários cristão notáveis, ao longo da história, que afirmaram a
existência dos dons espirituais durante suas vidas e ministérios, tais como :
Ireneu Tertuliano, Crisóstomo, Valdenses, Quakers, Profetas Franceses,
Metodistas Primitivos, Irving, Seymour, etc. Uma terceira desculpa é a de que
os dons não são necessários porque o mundo está convencido da verdade do
cristianismo. Donald Gee objeta perguntando ironicamente : “ A Igreja atual
pode depender tão somente de convites intelectuais e eloqüentes para alcançar a
vitória do Evangelho ? “. Óbvio que a resposta é um sonoro NÃO. Muitos somente
irão ser sensibilizados da necessidade de salvação e de relacionamento com Deus
através da operação de maravilhas ( mortos ressuscitados ) e de curas
milagrosas, Existem milhões “que estão suspirando pela salvação ante os olhares
de uma Igreja sem poder. ” Alguns assassinos do Espírito Santo até concordam, hipocritamente,
que os missionários numa realidade inóspita tem a permissão de serem usados
nestes dons, ora se admitem tal licença porque não admitir a atualidade dos
dons. A quarta, e ultima, desculpa é o medo de ser enganado pelo sobrenatural.
Ora o diabo é astuto e conhece os dons e os mecanismos que os colocam em
movimento muito melhor que todos nós juntos, porém os dons, também, foram dados
a Igreja para identificar e anular as operações de demônios e do próprio Diabo.
Caso venhamos a abrir mão do recurso mais poderoso e do filtro mais
sobrenatural que o Espírito Santo nos outorgou, justamente contra inimigos
sobrenaturais; que não adianta diploma ou soco inglês, estamos na verdade,
dando um tiro no pé. Todos os grandes líderes deveriam implorar a Deus para em
suas vidas ser manifestado o Dom do discernimento de espíritos, e de uma vez
por todas, perderem o medo do sobrenatural e gozar finalmente de tudo que o
SENHOR Jesus conquistou na Cruz.
4.3) A
cessação das manifestações nos cultos : Vale ressaltar que a ausência da
manifestações dos dons não é mundial. Mesmo que, em alguns lugares isto seja
uma evidencia ( foram absorvidos pelo academicismo, ou liberalismo ou mesmo
pela necessidade gananciosa de arrancar dinheiro as custas da simplicidade do
povo de Deus ), o Espírito Santo sempre tem Seus “sete mil que não dobraram os
joelhos a Baal”, e com certeza em outro lugar neste mesmo mundo, neste exato
momento, o “fanerosis” ocorreu, manifestando o sobrenatural, imprimindo Cristo
no coração do pecador; curando alguém, edificando a alma sedenta, transportando
um monte de lugar, acalmando alguma tempestade, ressuscitando um cadáver dentre
os mortos, O Espírito Santo é livre, como vento sopra onde quer e usa quem Ele
quer. A Deficiência não está na falta de azeite, mas de vasilhas, pois os dons
em ultima análise são pessoas, ou melhor são as vidas disponíveis para Deus e
Sua obra. Caso não existam pessoas disponíveis, em determinada Igreja local,
não haverá dons, não haverá crescimento espiritual, não haverá poder para
sensibilizar os incrédulos, não haverá motivação missionária, etc...
4.4) Os
Dons Espirituais : Como asseverei acima, não irei detalhar Dom a Dom
( outros já o fizeram Exs o livro do Mestre Donald Gee – Acerca dos Dons
Espirituais; ou mesmo o Estudo dirigido na BEP – Bíblia de Estudo Pentecostal
Páginas 1756 e 1757 ). Vale ressaltar, porém, que a realização primeira dos
Dons acontece dentro do crente, no interior da alma do membro do corpo de
Cristo. O Espírito Santo opera no nosso interior, fala a linguagem do nosso
espírito, e portanto antes do milagre acontecer na esfera terrena o
sobrenatural já venceu as barreiras do medo e da timidez que tanto assombra as
lideranças do povo de Deus. Tais Dons são Fanerosis ou flashes de luz ( brilho
) na alma humana para ministrar ciência, sabedoria, poder, curas, revelação e
discernimento ao povo de Deus e aos incrédulos também; visando, entre outras
coisas, o amadurecimento do crente para ser semelhante a Jesus que é o supremo
propósito de Deus na criação. Estes Dons não permanecem no crente, diferente do
oficio ou ministério que é uma capacidade permanente, mas utiliza o cristão
como canal para uma operação ou ministração instantânea. Donald Gee resume os
dons como segue : “ Revestidas dos dons da palavra de ciência e da sabedoria,
as igrejas se achavam munidas interiormente de um ministério tão divinamente
iluminante como maravilhoso para aqueles que conheciam somente uma filosofia
orgulhosa. Contudo foram tais instrumentos fracos que Deus então “escolheu” ( 1Co
1. 27 ) para envergonhar toda a sabedoria meramente carnal, e eles
“transtornaram o mundo” em uma só geração. Revestidas dos dons de curar e da
operação de maravilhas, as igrejas tinham um poder tremendo no combate ao
paganismo, do qual, a cegueira que veio sobre Elimas pela ordem de Paulo ( Atos
13 ), a cura dos doentes em Éfeso ( Atos 19 ), a cura do pai de Publio ( Atos
28 ) são alguns exemplos notáveis entre muitos. Revestidas dos dons da fé e
discernimento de espíritos, as igrejas se achavam fortes para encarar a mais
amarga perseguição e perseverar na peleja, porque se seguravam no invisível e
Eterno.
7 Os ardis mais sutis do inimigo, ao
transformar-se em “anjo de luz”, eram logo descobertos. Revestidas dos dons de
elocução inspirada ( profecia, variedade e interpretação de línguas ), elas
gozavam de palavras de revelação constantemente proferidas, as quais, por
certo, faziam vibrar com fogo divino o coração tanto dos oradores como dos
ouvintes, suprindo, assim, um ministério desconhecido na eloquência do mundo e
na lógica mais persuasiva. Seu valor para a “edificação, exortação, e
consolação” das igrejas ( 1Co 14. 3 ) era incalculável; seu poder para
convencer o descrente era tremendo ( 1Co 14. 28 ).”
5) As
Diferenças e a Sinergia entre os Dons de Cristo e do Espírito Santo : Tudo o que foi exposto até aqui mostra claramente
que existem diferenças entre os dons espirituais e dons ministeriais; bem como
uma cooperação entre ambos para as realizações das diversas operações divinas
no crescimento do Reino na terra e na edificação do corpo de Cristo ( a Igreja
).
5.1) As
diferenças : Os dons ministeriais são naturais, pois são
doados por Cristo. O Senhor viveu uma vida natural entre os homens ( sempre foi
100% Deus e era 100% homem ) e os ministérios de Ef 4.11 foram exercidos por
Ele como ensaio ( João 14.6 ). Jesus, quando encarnado, realizou a transição
entre os ofícios do AT e os Dons ministeriais do NT. Enquanto estava subindo
transferiu tais ofícios ou dons ministeriais, já adaptados a uma nova realidade
em o NT, aos homens ( Ef 4. 7,8 ). Tais dons ministeriais apresentam o reino de
Deus agindo e se desenvolvendo sem despertar alarde ou frenesi e de modo
continuo ( Lc 17.20,21 ). Os dons espirituais são sobrenaturais, pois são
doados pelo Espírito Santo, trazendo o mundo sobrenatural momentaneamente para
o reino terreno e vice versa, ou seja eleva o reino terrestre as regiões
celestiais onde pode combater inimigos invisíveis que querem destruir a vida
humana através da privação do relacionamento desta com Deus. Estes dons
espirituais são, também, temporários, usados em missões especiais. Para
exemplificar, podemos afirmar que pregação ( instrumento importante para
expressão dos dons ministeriais ) não é profecia ( esta possui uma apresentação
toda peculiar ), pois a pregação é natural, origina-se no estudo, meditação e
oração elementos que não causam espanto para os incrédulos. Paulo faz diferença
entre a palavra profética e a pregação ou ensino comum em 1Co 7.12 e Pedro
completa em 2Pe 1.21. Claro é que dentro de uma pregação natural emitida por um
Pastor, Evangelista ou Mestre pode ocorrer o sobrenatural ou o brilho de um dom
espiritual como : a palavra de sabedoria ( Mestre ), palavra de ciência (
Pastor ) ou a operação de maravilhas ( Evangelista ), mas em caráter temporário
, como um flash para um propósito especifico. Logicamente após a manifestação o
pregador retorna ao estado natural. As diferenças entre os dons ministeriais e
espirituais possibilitam o uso cooperativo ou combinado de ambos, nas chamadas
operações de Deus; como estaremos considerando abaixo no item 5.2.
5.2) A
Sinergia ou Cooperação entre os Dons : Tal
sinergia é chamada por Deus de Operações ( 1Co 12.6). Como já foi escrito
anteriormente os Dons em última analise são as próprias pessoas que Cristo e o
Espírito Santo preparam para ministrarem aos membros, internamente ao corpo de
Cristo – Igreja, e aos incrédulos para crescimento do reino. Logo, em uma mesma
pessoa acontece ou operam o dom ministerial e o dom espiritual adequado ao ministério
( 1Co 12. 31 ). Através de uma mesma pessoa ( Ex. Paulo ) podem operar mais de
um dom ministerial e os dons espirituais adequados aos ministérios. A
cooperação interna dos dons é um entendimento avançado da vontade de Deus, que
gera saúde para a Igreja local, harmonia e sinergia ou comunhão entre os
membros e em relação ao próprio Deus. O ministério de profeta utiliza o dom de
profecia, pode também ser necessário o da palavra de ciência. O mestre precisa
desesperadamente do Dom espiritual da palavra de sabedoria, isto irá embelezar
e dotar de brilho o seu ministério. O Pastor necessita do Dom espiritual de
discernimento de espíritos para proteger o seu rebanho de pregações, ensinos e
profecias malignas ou mundanas. O evangelista necessita dos dons de curas,
operações de maravilhas para atrair multidões a conversão. O apostolo precisa
de todos os dons para fundar uma igreja local enfrentando poderes das trevas e
problemas da indiferença humana ao evangelho. Imagine uma aula na escola
dominical dada por um mestre e um evangelista ao mesmo tempo, onde o
evangelista levaria a audiência a fazer parte da historia bíblica, trazendo-a
para o presente e o mestre explicaria com graça todos os detalhes e ambos
mestre e evangelista fixariam, de forma definitiva, a aula na mente e no
coração do aluno. 8
6) Os Dons no NT e os Oficios do AT : Alguns,
com objetivos não muito claros, consideram os ofícios do AT como superiores em
autoridade em relação aos ministérios e dons espirituais do NT. Principalmente
na questão da área de atuação e autoridade do profeta. Usam o texto de 1Co 14.
29, dizendo que os profetas do AT não conheciam limitações, ora Neemias ( 6.
9-14 ) ousou a julgar uma profecia que no futuro se mostrou falsa, logo
existiam e existem batentes ( limitações ) para qualquer profecia em qualquer
época; a palavra revelada e inspirada ( a Bíblia ) é a mais alta autoridade.
Certo é que toda a Bíblia foi escrita por Profetas e seus livros estão selados,
não se podendo mais acrescentar nada. A revelação grau 1 ou superior está na
Bíblia. Outra verdade incontestável é o de que no Profeta do AT estava
concentrada todos os recursos espirituais seja a revelação divina da sua
vontade ( oráculos de Deus ) ou seja o poder sobrenatural que alterava a ordem
natural das leis físico-químicas ( chão engolindo os desafetos de Moisés,
Pragas no Egito, ressurreição de mortos, fogo descendo do céu, machado que
flutuou, parada do sistema solar, etc. ). Na economia do NT, tais recursos
espirituais foram divididos com outros ministérios e democratizados para os
membros do corpo de Cristo ( Joel 2. 28, 29; At 2. 15-18 ), mas isto não é
motivo para matar e enterrar o ministério do Profeta atualmente. O mesmo
continua acontecendo e sendo extremamente necessário para a consolação, edificação
e exortação do povo de Deus em direção a santidade e vontade de Deus. Vale
registrar que a experiência atual da presença do Espírito Santo na Igreja é
única acarretando uma riqueza de recursos espirituais não vivenciada no AT de
forma democrática. O segredo é copiar o modo de operação e governança
equilibrada vista na Igreja local de Antioquia ( Atos 13. 1). A riqueza de
recursos é necessária para a proporção mundial e transcultural que a igreja
tomou. Sendo assim não existe supremacia dos ofícios do AT sobre os ministérios
do NT ambos estão adequados a diferentes eras da existência e atuação do povo
de Deus junto a este mundo. Finalizando, Jesus substituiu os ofícios do AT
pelos ministérios essenciais do NT em uma nova dimensão de governança da Igreja
( Ef 4. 8, 11 ).
7) As questões dos Cargos Eclesiásticos e
Ministérios atualmente : Entende-se por cargo eclesiástico a escolha, feita
por consenso humano e com a concordância de Jesus ( Mt 16 19; e 18.18 ), de
títulos que definem a necessária hierarquia dentro de uma Igreja local. Eu faço
questão e citar a Igreja local e não a denominação, pois é na Igreja local que
realmente acontecem os fatos espirituais ( oração, evangelização, ensino,
profecia, operação de maravilhas, escolha de missionários, etc. ). Os títulos
são homologados nas convenções denominacionais e praticados na vida da Igreja
local de forma normativa. O Espírito Santo e a Igreja primitiva não forçaram as
igrejas a adotarem como cargos eclesiásticos a listagem de Ef 4.11. Em cada
cultura os títulos hierárquicos ou cargos eclesiásticos nas igrejas são
livremente adotados. Via de regra os ministérios de Pastor, Evangelista e
Diácono ( ministério das mesas de At 6 ) foram adotados como cargos.
Missionário, Bispo ( Pastor Supervisor ), Presbítero ( Ancião ) e Reverendo,
também são usados com certa frequência. Com muita boa vontade podemos tentar
uma identificação entre o Apóstolo e o Missionário, porém fica claro que o
Mestre e o Profeta foram completamente alijados. Observa-se que na média geral
o ministério de Pastor tornou-se o cargo chefe iniciando a chamada “Conspiração
Pastoral” tão evidente nas Igrejas Brasileiras. A conspiração se baseia em pelo
menos três necessidades dignas, a repreensão ao abuso no uso do poder
sobrenatural ( o medo do sobrenatural ) inerentes aos dons espirituais, o
diálogo necessário com o mundo pós-moderno e a demonstração cabal que a Igreja
possui uma linha filosófica inteligente ou um discurso intelectual consistente.
Tais necessidades acarretam algumas dificuldades. Estas dificuldades começaram
a ficar mais acentuadas com a pressão pós-moderna sobre a Igreja, para um
diálogo com os deuses tecnologia e mídia. Fez-se necessário exaltar um cargo
interlocutor entre a igreja de ponta e os deuses do pós-modernismo, dentro deste
contexto foi eleito ( falando em termos de Brasil ) o cargo executivo de Pastor
deslocado do conceito de ministério conduzido por Cristo ( Ef 4.11 ) e até
mesmo do conceito humano-Divino baseado nas necessidades acima mencionadas.
Duas dificuldades foram criadas nesta escalada de exaltação do ministério de
Pastor a cargo eclesiástico-chefe e depois a cargo executivo, a primeira é a
transformação da Igreja local em uma instituição empresarial, conduzida pelo
mercado e por resultados; e a segunda é o estimulo a competição interna pelo
poder de presidir a cobiçada Igreja local. Uma bela oportunidade para
desenvolvimento de dotes empresariais e aferir lucro financeiro. A atuação
espiritual ou os fatos espirituais da igreja local também foram influenciados. Os
deuses do pós-modernismo e suas implicações conseguiram espaço dentro da vida
mais intima da igreja e ameaçam o crescimento saudável do corpo de Cristo em
muitas igrejas locais. A formatação modelo de Atos 6. 1-4, separando bem o
ministério da palavra e oração do ministério das mesas, foi substituído pela
centralização pastoral tanto da palavra quanto das mesas. A visão executiva por
resultados absorveu tudo a ponto até de enfartar alguns ministros. 9 O cargo de
Pastor-executivo pode ser ocupado por qualquer pessoa politicamente habilidosa
ou que seja filho do Pastor atual em processo de sucessão. Feliz é a Igreja
local cujo o cargo executivo de Pastor é ocupado por uma pessoa que seja um dom
de apostolo. Quando este cargo é ocupado por um empresário sem ministério algum
ou mesmo por alguém que tenha um dos cinco ministérios, mas não possua a visão
apostólica; acontece o que segue e que nós estamos quase carecas de saber :
primeiramente a “Conspiração Pastoral” afasta todos os Missionários ( Apóstolos
atuais ) para o campo com um salário de fome e dependência humilhante do
Pastor-executivo, em seguida mata o Profeta pelo medo do sobrenatural e diz que
a pregação cotidiana já é profecia; quando não coloca tal pregação (
contaminada pelos deuses do pos-modernismo ) acima de doutrinas bíblicas
consagradas; depois o Evangelista é convidado a pregar de Igreja em Igreja em
campanhas caça níquel para completar a renda familiar, além da venda de DVDs e
livros de pregações de auto-ajuda, prosperidade financeira e saúde eterna;
finalmente, o Pastor-executivo, aprisiona o Mestre inofensivo dentro da EBD e
diversos Seminários onde pode exercer seu ministério de forma controlada e os
que são de tempo integral via de regra dependem financeiramente do
Pastor-executivo ( promotor maior das EBDs e Seminários ); ou seja está tudo
dominado. Concluindo este item, desabafo dizendo que a manifestação humana na
instituição de cargos eclesiásticos sem aderência de Ef 4.11 é até tolerável (
Mt 16.18; e 18.18), contudo a criação de um mediador digital ( ou mesmo um
Avatar ) pela imposição dos deuses da pós-modernidade é pernicioso ao
crescimento quantitativo e qualitativo do Corpo místico de Cristo. Eu arrisco a
escrever que este cargo de Pastor-executivo foge a permissão de Mt 16. 19; e 18.18.
A nossa oração é para que O Espírito Santo preserve e guarde muitas Igrejas
locais deste erro fatal.
8)
Mensagem Final : Existem diversas outras operações e dons (
ministeriais e espirituais ) que não foram contemplados aqui e até mesmo nas
escrituras ( creio que alguns dons ministeriais e espirituais correspondentes,
somente serão criados especialmente para a grande tribulação. Usando pessoas
determinadas neste próximo período do plano de salvação ) ver 1Co 12. 1-6;
contudo creio que estes aqui discutidos ( (a) Atos 6.1-4 à a divisão macro entre palavra e mesas, (b) Ef 4,11à os ministérios essenciais e (c) 1Co 12. 7-12 Os
dons espirituais essenciais ) são essenciais para o crescimento do Reino e da
Igreja até a consumação de todas as coisas. Os membros quanto Igreja são alvos
dos Dons de Deus ( Cristo - Ministérios; Espírito Santo – Dons Espirituais e
Deus – Cristo e o Espírito Santo ) e quanto indivíduos, cada crente é o próprio
dom de Cristo e do Espírito para crescimento do Reino em quantidade e qualidade.
Hoje o ministério pastoral se tornou o cargo maior na igreja local, o ideal
seria que o pastor presidente fosse um apostolo de ministério com a visão
apreciativa e aberta acerca dos dons espirituais e ministeriais, com o
conhecimento da continuidade e relacionamento entre eles. Que este líder maior
patrocinasse a identificação e crescimento das pessoas-dons para um
amadurecimento saudável do corpo local de Cristo. Os interesses pessoais (
legítimos ou não ) e o medo santo em virtudes de tantos abusos e imaturidade,
tem impedido o fluir e o gozar da presença desta pessoa única e singular do
Espírito Santo na vida da Igreja. Oxalá ainda seja tempo de marcarmos esta
geração com a verdade genuína do evangelho e preparar o sucesso da geração
seguinte.
Bibliografia : 1) Gee, Donald;
Acerca dos Dons Espirituais; CPAD; Rio de Janeiro, 1959. 2) Hagin. E, Kenneth;
os Dons do Ministério; Graça Editorial, Rio de Janeiro. 3) BEP, Bíblia de
Estudo Pentecostal; CPAD; Rio de Janeiro; 1995
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