Tomé, o Crítico da Verdade
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
João 14.1-5;
Não se turbe o
vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito.
Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.
Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o
caminho?
20.24-27
Ora, Tomé, um
dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes:
Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar
dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles
Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e
disse: Paz seja convosco.
Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua
mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
TEXTO
ÁUREO
Tomé
respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e
Deus
meu! Disse-lhe Jesus: Porque me
viste,
Tomé, creste; bem-aventurados os
que
não viram e creram!
João
20.28,29
OBJETIVOS
Entender que Tomé, escolhido pessoalmente por
Cristo para o
ministério apostólico, era um homem crítico, o que, em determinados momentos,
limitava sua compreensão da Verdade;
Saber
que os desafios à fé cristã
apresentam-se cotidianamente na vida do crente;
Compreender que eventuais lapsos de fé encontram plena restauração em Cristo.
Deus abençoe
sua vida!
8
MATEUS
O coletor de impostos
TOMÉ
O Dídimo
Partindo Jesus dali, viu um homem, chamado
Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. Mateus 9:9
Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos
condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele.
João 11:16
TOMÉ, O PESSIMISTA
O
último apóstolo do segundo grupo de quatro, também é uma figura conhecida:
Tomé. Ele, muitas vezes, é chamado de “Tomé, o descrente”, mas é possível que
esse não seja o título mais adequado para ele. Ele era melhor do que indica a
tradição popular.
Contudo, provavelmente, é justo dizer que Tomé
era uma pessoa um tanto negativa. Sofria de preocupação crônica. Pensava demais
em tudo. Tinha a tendência de ficar ansioso e angustiado. Era como o burrinho
Bisonho, nas histórias do ursinho Pooh. Sempre esperava pelo pior. Ao que
parece, o pecado que mais o afligia era o pessimismo, e não a incredulidade.
De
acordo com João 11:16, Tomé também era chamado de Dídimo, que significa, “algo
formado de duas partes” ou “gêmeo”. Aparentemente, tinha uma irmã ou irmão
gêmeo que em momento algum é identificado nas Escrituras.
Assim
como Natanael, Tomé é mencionado apenas uma vez nos três Evangelhos sinópticos.
Em cada um dos casos, seu nome simplesmente aparece na lista juntamente com o
dos outros doze apóstolos. Mateus, Marcos e Lucas não apresentam nenhum detalhe
sobre ele. Tudo o que sabemos sobre seu caráter vem do evangelho de João.
A
partir do relato de João, fica evidente que Tomé tinha uma tendência a olhar
para as coisas mais tristes da vida. Em toda situação, parecia estar sempre
esperando pelo pior. No entanto, apesar de seu pessimismo, alguns elementos
maravilhosamente redentores de seu caráter transparecem naquilo que João diz
sobre ele.
João
menciona Tomé pela primeira vez no capítulo 11, versículo 16. É um único
versículo, mas fala muito sobre o verdadeiro caráter de Tomé.
Nesse contexto, João está descrevendo o
prelúdio da ressurreição de Lázaro. Jesus havia saído de Jerusalém, pois sua
vida estava em risco naquela cidade, e “Novamente, se retirou para além do
Jordão, para o lugar onde João Batista batizava no princípio; e ali permaneceu”
(João 10:40). Grandes multidões foram ouvir Jesus pregar. João diz que “muitos ali
creram nele” (versículo 42). É bem possível que esse tivesse sido o período
mais produtivo de ministério que os discípulos haviam presenciado em todo o
tempo desde que começaram a seguir Cristo. As pessoas estavam abertas para o
evangelho. As almas começaram a ser convertidas. Jesus pôde ministrar
livremente, sem a oposição dos líderes religiosos de Jerusalém.
Porém,
esse tempo no deserto foi interrompido por um acontecimento. João escreve:
“Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo
o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos” (11:1-2). Betânia ficava nas
cercanias de Jerusalém. Jesus havia formado um relacionamento próximo e
carinhoso com essa pequena família que ali vivia. Ele os amava com especial
afeição. Havia se hospedado com aquela família e eles haviam suprido suas
necessidades.
Agora,
seu amigo Lázaro estava enfermo, e Maria e Marta mandaram avisar Jesus dizendo:
“Senhor, está enfermo aquele a quem amas” (versículo 3). Elas sabiam que se
Jesus fosse ver Lázaro, poderia curá-lo. Era um dilema. Se Jesus chegasse tão
perto de Jerusalém, certamente, enfrentaria o pior tipo de hostilidade. João
10:39 diz que os líderes procuravam prendê-lo. Já estavam determinados em seu
intento de matá-lo. Ele havia conseguido escapar de suas garras uma vez, mas se
voltasse a Betânia, certamente, seria descoberto e tentariam prendê-lo
novamente.
Os
discípulos devem ter dado um suspiro de alívio quando Jesus disse: “Esta
enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho
de Deus seja por ela glorificado” (11:4). O que ele queria dizer, obviamente,
era que, no final das contas, a enfermidade de Lázaro não resultaria em morte. O
Filho de Deus iria ser glorificado ao ressuscitar Lázaro dentre os mortos. É
claro que Jesus sabia que Lázaro iria morrer. Na verdade, sabia até a hora
exata de sua morte.
Nas palavras de João, “Ora, amava Jesus a
Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Quando, pois, soube que Lázaro estava doente,
ainda se demorou dois dias no lugar onde estava” (versículos 5-6). À primeira
vista, essa justaposição de afirmações parece estranha: Jesus amava Lázaro e
sua família, de modo que não fez nada enquanto Lázaro estava morrendo. Ele se
demorou propositadamente, a fim de dar tempo para que Lázaro morresse. Mas este
foi um ato de amor, pois, em última análise, a bênção que receberam com a
ressurreição de Lázaro foi maior do que se ele tivesse simplesmente sido curado
de sua enfermidade. Ela glorificou ainda mais a Cristo. Fortaleceu de forma
imensuravelmente mais intensa a fé no Senhor. Assim, Jesus esperou mais dois
dias de modo que, quando chegou a Betânia, Lázaro já havia falecido fazia
quatro dias (versículo 39). É claro que, em seu conhecimento sobrenatural,
Jesus sabia exatamente quando Lázaro havia morrido. Foi por esse motivo que ele
esperou. “Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judeia”
(versículo 7).
Os
discípulos acharam que ele estava louco. Disseram: “Mestre, ainda agora os
judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá?” (versículo 8). Eles
francamente não queriam voltar a Jerusalém. O ministério no deserto estava desenvolvendo-se
de modo fenomenal. Em Jerusalém, todos eles corriam o risco de ser apedrejados.
Aquele não era um bom momento para visitar Betânia, que podia, praticamente,
ser vista do templo, o “quartelgeneral” dos inimigos implacáveis de Jesus.
A
resposta de Jesus é interessante. Ele apresenta-lhes uma ilustração. “Não são
doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz
deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz”
(versículos 9-10). Em outras palavras, não havia necessidade de eles moverem-se
furtivamente como se fossem criminosos. Ele estava decidido a fazer seu
trabalho em plena luz do dia, pois é isso que se faz para não tropeçar. Aqueles
que estavam andando em trevas é que corriam o risco de tropeçar — especialmente
os líderes religiosos que buscavam secretamente uma forma de matá-lo.
Jesus
disse isso aos discípulos para que se acalmassem.
Obviamente,
não queriam que ele voltasse para lá e morresse. Jesus, porém, garantiu-lhes
que não havia nada a temer. Sabia que a hora de sua morte viria de acordo com o
tempo de Deus e não dos seus inimigos. Nosso Senhor deixou claro o seu
propósito quando disse: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para
despertá-lo” (versículo 11).
Os
discípulos não entenderam e disseram: “Senhor, se dorme, estará salvo”
(versículo 12). Se ele está apenas dormindo, por que não deixá-lo repousar?
Afinal, Jesus já havia dito que a enfermidade de Lázaro não era para a morte.
Os discípulos não conseguiam compreender a urgência da situação. Para eles,
parecia que Lázaro estava em vias de se recuperar.
“Jesus, porém, falara com respeito à morte
de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então,
Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que
lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele” (versículos
13-15). Foi nesse momento que Tomé falou. É aqui que podemos encontrá-lo pela primeira
vez nos relatos dos Evangelhos. “Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus
condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele” (versículo 16).
Trata-se de um comentário pessimista, o que é
típico de Tomé. No entanto, é um pessimismo heroico. Tudo o que ele conseguia
enxergar pela frente era uma tragédia. Estava convencido de que Jesus rumava
diretamente para um apedrejamento. Contudo, se era isso que o Senhor estava
decidido a fazer, Tomé estava firmemente resoluto a segui-lo e morrer com ele. Temos
de admirar sua coragem.
Não é
fácil ser um pessimista. É um modo miserável de se viver. Um otimista talvez
teria dito algo como: “Vamos lá; vai dar tudo certo. O Senhor sabe o que está
fazendo. Ele diz que não vai tropeçar. Vai dar tudo certo”. Mas o pessimista
diz: “Ele vai morrer e nós vamos morrer com ele”. Pelo menos Tomé tinha coragem
de ser leal, mesmo diante de seu pessimismo. É muito mais fácil para um
otimista ser leal. Ele sempre espera o melhor. É difícil um pessimista ser
leal, pois ele está convencido de que vai acontecer o pior. Esse é o pessimismo
heroico. Essa é a verdadeira coragem.
Tomé
era dedicado a Cristo. Nesse sentido, é possível que fosse semelhante a João.
Quando pensamos em alguém que amava a Jesus e era muito chegado a ele, normalmente,
pensamos em João, pois ele estava sempre perto de Jesus. Contudo, fica claro, a
partir desse relato, que Tomé não desejava viver sem Jesus. Se Jesus iria
morrer, então Tomé estava preparado para ir com ele. Na realidade, ele diz:
“Rapazes, aguentem firme; vamos lá para morrer. É melhor morrer com Cristo do
que ser deixado para trás”.
Tomé
foi um modelo de força para o resto dos discípulos. Ao que parece, eles todos
seguiram seu exemplo e disseram: “Tudo bem, vamos lá, vamos morrer” — de fato
eles foram com Jesus para Betânia.
Fica
evidente que Tomé possuía uma devoção profunda para com Cristo, que não podia
ser enfraquecida nem mesmo por seu próprio pessimismo. Ele não se iludia,
achando que seguir a Jesus seria fácil. Tudo o que podia ver eram as garras da
morte prestes a prendê-lo. Mas seguiu a Jesus com uma coragem inabalável. Se
preciso fosse, estava decidido a morrer pelo Senhor em vez de abandoná-lo.
Preferia morrer a ser deixado para trás e separado de Cristo.
O amor
profundo de Tomé pelo Senhor aparece novamente em João 14. Você deve se lembrar
de nosso estudo sobre Filipe, que Cristo estava falando-lhes de sua partida
iminente. “Vou preparar-vos lugar” (João 14:2). “E vós sabeis o caminho para
onde eu vou” (versículo 4).
No
versículo 5 Tomé fala: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o
caminho?”. Vemos, mais uma vez, o seu pessimismo. Na realidade: estava dizendo,
“Você está partindo. Jamais chegaremos ao lugar para onde você está indo. Nem
sabemos como chegar lá. De que maneira devemos proceder? O plano de morrermos
com você era melhor, porque assim, não nos separaríamos. Se morrêssemos juntos,
permaneceríamos juntos. Mas, se você partir, como vamos encontrá-lo? Nem sequer
sabemos o caminho”.
Eis um
homem cheio de amor profundo. O relacionamento de Tomé com Cristo era tão
forte, que o apóstolo não queria em momento algum ser separado do Mestre.
Entristeceu-se profundamente quando Jesus falou em deixá-los. Ficou arrasado. A
ideia de perder a Cristo o paralisava. Havia se apegado tanto a Jesus ao longo
daqueles anos, que ficaria feliz em morrer com ele, mas não poderia pensar em
viver sem ele. Temos que admirar sua devoção a Cristo.
Para
Tomé, tudo isso era forte ao extremo. Seus piores medos se concretizaram. Jesus
morreu, e ele não.
Vemos o
próximo retrato de Tomé em João 20. Depois da morte de Jesus, todos os
discípulos estavam em profundo desalento. No entanto, reuniram-se, para que
pudessem consolar-se mutuamente. Exceto Tomé. João 20:24 diz: “Ora, Tomé, um
dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus”.
Foi uma
pena ele não estar lá, pois Jesus apareceu a eles. Haviam se trancafiado numa
sala em algum lugar (mais provavelmente, no cenáculo, em Jerusalém). João
escreve: “trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos
judeus, veio Jesus, pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo
isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao
verem o Senhor” (versículos 19-20).
Tomé
perdeu esse momento importante. Por que não estava lá? É possível que fosse uma
pessoa tão negativa, tão pessimista, tão melancólica que estava se sentido
absolutamente destruído e encontrava-se em algum lugar chorando sua miséria. Só
conseguia ver o que havia de pior em tudo. Seu pior medo havia se concretizado.
Jesus não se encontrava mais com eles e Tomé não estava certo se algum dia
voltaria a vê-lo. É possível que ainda estivesse pensando em como, talvez,
jamais acharia o caminho até onde Jesus estava. Sem dúvida, estava se lamentando
por não haver morrido com Jesus, como decidira fazer desde o princípio.
É bem
provável que estivesse se sentindo sozinho, traído, rejeitado e abandonado.
Estava tudo acabado. Aquele a quem Tomé tanto amava havia partido, dilacerando
seu coração. O discípulo não estava com ânimo para se encontrar com os outros.
Estava desalentado, arrasado, destruído. Só queria ficar sozinho. Simplesmente
não podia suportar o tumulto. Não estava com disposição para ficar no meio de
uma porção de gente, mesmo que fossem seus amigos. “Disseram-lhe, então, os
outros discípulos: Vimos o Senhor” (versículo 25). Estavam em êxtase,
transbordando de alegria, ansiosos para compartilhar as boas notícias com Tomé.
No
entanto, alguém com a disposição de Tomé não seria animado com tanta
facilidade. Ainda se comportava como um pessimista incurável. Tudo o que
conseguia ver era o lado negativo das coisas e isso o que lhe haviam contado
era bom demais para ser verdade. “Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas
mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado,
de modo alguma acreditarei”. É por causa dessa declaração que ele ficou
conhecido como “Tomé, o descrente”. Mas não seja duro demais com Tomé.
Lembre-se de que os outros discípulos também não creram na ressurreição, até
que viram Jesus. Marcos 16:10-11 diz que depois de Maria Madalena ter visto
Jesus, “partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de
Jesus, se achavam tristes e choravam. Estes, ouvindo que ele vivia e que fora
visto por ela, não acreditaram”. Os dois discípulos, no caminho para Emaús,
andaram com Jesus por um bom tempo antes de perceberem quem ele era. E então,
“indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois eles não deram
crédito” (versículo 13). Quando Jesus apareceu no lugar em que os discípulos
estavam reunidos, “lhes mostrou as mãos e o lado” (João 20:20). Então eles
creram. Assim, todos eles demoraram a crer. O que diferenciou Tomé dos outros
dez não foi uma incredulidade maior, mas sim, o fato de ele estar mais
profundamente entristecido.
João
20:26 diz que oito dias se passaram até que Jesus apareceu novamente aos discípulos.
Ao que parece, finalmente a grande tristeza de Tomé havia se abrandado. Isso
porque, quando os apóstolos voltaram ao lugar em que Jesus havia lhes aparecido
antes, dessa vez Tomé estava com eles. Novamente, “Estando as portas trancadas,
veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!” (versículo 26).
Obviamente, ninguém precisou contar para Jesus
o que Tomé havia dito. Ele olhou diretamente para Tomé e disse: “Põe aqui o teu
dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não
sejas incrédulo, mas crente” (versículo 27). O Senhor foi de uma compaixão
extraordinária para com ele. Tomé havia errado por estar preparado para ser um
tanto pessimista. Seu erro brotou de um amor profundo. Foi provocado pela
tristeza, pela aflição, pela incerteza e o medo da solidão. Ninguém seria capaz
de sentir-se como Tomé, a menos que amasse a Jesus da forma como Tomé o amou.
Assim, Cristo compadeceu-se dele. Jesus entende nossas fraquezas (Hebreus
4:15). Por isso, ele entende nossa dúvida. É compassivo com nossa incerteza. É
paciente como nosso pessimismo. E ao mesmo tempo em que reconhecemos essas
coisas como fraquezas, devemos reconhecer também a devoção heroica de Tomé a
Cristo, que o levou a crer que seria melhor morrer do que ser separado de seu
Senhor. A prova desse amor foi a intensidade extraordinária de seu desespero.
Então Tomé fez aquela que, possivelmente, foi
a maior declaração de um apóstolo: “Senhor meu e Deus meu!” (versículo 28).
Aqueles que questionam a divindade de Cristo, que se encontrem com Tomé.
Subitamente, a melancolia, o desconsolo, as
tendências negativas e temperamentais foram banidas para sempre com a aparição
de Jesus Cristo. Naquele momento, Tomé foi transformado num grande evangelista.
Pouco tempo depois, em Pentecostes, juntamente com os outros discípulos, ele
foi enchido com o Espírito Santo e recebeu poder para exercer o ministério.
Assim como seus companheiros, Tomé levou o evangelho até os confins da terra.
Há um número considerável de testemunhos da antiguidade que sugerem que Tomé
levou o evangelho até a Índia. Existe até hoje uma colina perto do aeroporto de
Chennai, na Índia, onde diz-se que Tomé foi enterrado.
Há
igrejas no sul da Índia cujas tradições remetem ao começo da era cristã e, de
acordo com as tradições, diz-se que foram fundadas pelo ministério de Tomé. As
tradições mais fortes afirmam que ele foi martirizado por sua fé ao ser
atravessado com uma lança — uma forma apropriada de martírio para um homem cuja
fé alcançou a maturidade quando ele viu a marca da lança no lado de seu Mestre,
e para alguém que desejava estar novamente ao lado de seu Senhor.
DOIS HOMENS TRANSFORMADOS
É
interessante que Deus tenha usado um publicano como Mateus e um pessimista como
Tomé. Mateus era um dos mais infames pecadores — um pária social miserável e
desprezível. Tomé era um indivíduo de bom coração, taciturno e melancólico. No
entanto, ambos foram transformados por Cristo, da mesma forma que o Senhor
transformou os outros. Você está começando a perceber que tipo de pessoa Deus
usa? Ele pode usar qualquer um. Personalidade, condição social e descendência
não têm qualquer relevância. A única coisa que todos esses homens, com exceção
de Judas, possuíam em comum, era a disposição de reconhecer sua própria
pecaminosidade e buscar a graça em Cristo. Jesus foi ao encontro deles com
graça, misericórdia e perdão e transformou a vida desses homens numa vida que o
glorificasse. Ele faz isso com todos aqueles que verdadeiramente confiam nele.
12 homens
extraordinariamente comuns
John-MaCarthur
59. Os Homens
do Mestre- parte 4: Tomé,
Mateus (Mateus 10: 3b)
Tomé
e Mateus, o cobrador de impostos; (10: 3b)
Como
nas outras listas de discípulos, estes dois homens estão no segundo grupo de
quatro, embora a ordem de seus nomes varia (Ver Marcos 3:18; Lucas 06:15; Atos
1:13).
Tomé
Provavelmente,
desde o primeiro século, Tomé foi conhecido principalmente, se não quase
exclusivamente, por sua dúvida; e "Tomé" tem sido um epíteto para os
céticos. Mas um olhar cuidadoso sobre as contas do evangelho revela este
discípulo era um homem de muita fé e dedicação.
Tal
como acontece com vários outros apóstolos, tudo o que se sabe sobre ele além de
seu nome é encontrado no evangelho de João. Enquanto Jesus estava ministrando
no outro lado do rio Jordão, perto de Jericó, o relatório veio que Lázaro tinha
morrido. Ao ouvir a notícia, Jesus disse aos seus discípulos: "Estou feliz
por vossa causa que eu não estava lá, de modo que você pode acreditar, mas
vamos ter com ele" (João 11:15). Mesmo depois de testemunhar tantos
milagres, incluindo a ressurreição dos mortos, os doze ainda estavam com falta
de fé, e Jesus determinados a realizar esse último grande milagre em seu
benefício. Ele já tinha decidido voltar para a Judéia, apesar das notificações
por parte dos discípulos que custaria sua vida (vv. 7-8). Porque Bethany era um
subúrbio perto de Jerusalém, para Jesus a ir para lá era quase tão perigoso
como Seu entrar em Jerusalém. Totalmente percebendo o perigo para todos eles
", Tomé portanto, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos:"
Vamos nós também, para que possamos morrer com Ele "(v. 16).
Tomé,
e, sem dúvida, os outros discípulos, assim, acredita que, por causa da
hostilidade do estabelecimento judaico, ir a Jerusalém seria um suicídio
virtual. Mas ele tomou a iniciativa de incentivar os doze para ir com Jesus e
sofrer as conseqüências com Ele. Ele estava obviamente pessimista sobre o
resultado da viagem, mas o pessimismo faz seu ato ainda mais corajoso. Como um
pessimista, ele esperava que as piores conseqüências possíveis; no entanto, ele
estava disposto a ir. Um otimista teria precisado de menos coragem, porque ele
teria esperado menos perigo. Tomé estava disposto a pagar o preço final por
causa do Seu Senhor.
Tal
disposição sem reservas a morrer por Cristo não era a marca de um cético. Tomé
estava disposto a morrer por Cristo, porque ele acreditava totalmente nele.
Tomé talvez fosse igualada somente por João em sua devoção absoluta e
inabalável de Jesus. Ele tinha um amor tão intenso para o Senhor que ele não
poderia suportar existência sem Ele. Se Jesus estava determinado a ir a
Jerusalém e morte certa, assim era Tomé, porque a alternativa de viver sem Ele
era impensável.
Herbert
Lockyer comentou: "Como aqueles bravos cavaleiros presentes sobre o cego
rei João da Bohemia, que entrou na batalha de Crécy com seus freios
entrelaçadas com a de seu mestre, decidiram partilhar o seu destino, seja ele
qual for ... então Tomé, vem a vida, venha a morte, estava decidido a não
abandonar o seu Senhor, vendo que ele estava ligado a ele por um profundo amor
e entusiasmo "Todos os apóstolos da Bíblia [Grand Rapids: Zondervan,
1972], p.178.
Tomé
não tinha ilusões. Ele viu as garras da morte e não vacilou. Ele preferia
enfrentar a morte de rosto deslealdade para com Cristo.
No
Cenáculo, após a Última Ceia, Jesus pediu aos discípulos para não ser
incomodado no coração e assegurou-lhes que Ele iria preparar um lugar
paradisíaco para eles e que vai novamente e recebê-los para si mesmo, a fim de
que eles podem ser para sempre com Ele. Ele, então, disse: "E você sabe o
caminho para onde vou" (João 14: 1-4). Intrigado com isso, Tomé perguntou:
"Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos saber o caminho?"
(V. 5).
Apenas
alguns dias antes Tomé havia declarado sua determinação de morrer com Cristo,
se necessário. Sua devoção a Cristo não era qualificado, mas como os outros
discípulos que ele tinha quase nenhuma compreensão da 'morte de Jesus,
ressurreição e ascensão, para o qual seu Mestre tinha sido preparando-o para
três anos. Tomé tinha pouca compreensão do que Jesus tinha acabado de dizer, aparentemente
assumindo Jesus só estava falando sobre a tomada de uma longa viagem para um
país distante. Ele estava confuso, triste, e ansioso. Mais uma vez o pessimismo
do discípulo e também seu amor são revelados. Seu pessimismo o fez temer que
ele poderia de alguma forma ser permanentemente separado de seu Senhor, e seu
amor por seu Senhor fez esse medo insuportável. Entender o coração de Tomé,
assim como suas palavras, Jesus disse: "Eu sou o caminho, ea verdade, ea
vida." (V. 6) "Se você sabe Me", Jesus estava dizendo:
"você sabe o caminho E se você está em mim, você está no caminho. Sua
única preocupação é estar comigo, e eu vou levá-lo onde quer que eu ir.
"
O terceiro texto em que João nos diz sobre Tomé é, de longe, o mais conhecido.
Quando Jesus foi crucificado e sepultado, todos os piores temores de Tomé
parecia se tornar realidade. Jesus tinha sido morto, mas os discípulos foram
poupados. Seu Mestre tinha ido embora, e eles foram deixados sozinhos, sem
liderança e indefeso. Para Tomé era pior do que a morte, que ele tinha sido
perfeitamente disposto a aceitar. Ele sentiu-se abandonado, rejeitado, e
provavelmente até mesmo traído. De sua perspectiva, seu pior pessimismo tinha
sido justificada. Promessas de Jesus tinha sido empty-sincero e bem intencionado,
sem dúvida, mas, no entanto, vazio. Porque ele amava tanto a Jesus, o
sentimento de rejeição foi ainda mais profunda e dolorosa. A mágoa mais
profunda é potencializada pelo maior amor. Quando os outros discípulos disseram
Tomé tinham visto o Senhor, ele provavelmente sentiu como o sal tinha sido
derramado em suas feridas. Ele não estava com disposição para fantasias sobre
seu Senhor partiu. Era insuportavelmente doloroso tentando ajustar a morte de
Jesus, e ele não tinha vontade de ser quebrada por mais falsas esperanças.
Quando
Tomé soube que Jesus tinha ressuscitado dos mortos e vivos, ele declarou:
"A não ser que eu não vir nas suas mãos a marca dos pregos, e não meter o
dedo no lugar dos cravos, e coloquei minha mão no seu lado, I não vai acreditar
"João 20:25.
Uma pessoa que está deprimido, especialmente
se ele é naturalmente pessimista, é difícil convencer de que tudo já vai estar
certo de novo. Porque ele está convencido de sua situação é permanente, a idéia
de melhoria não só parece pouco realista, mas pode ser muito irritante. Para a
pessoa confirmada em desesperança, até a ideia de esperança pode ser uma
ofensa.
Mas a
atitude de Tomé era basicamente não é diferente da dos outros discípulos. Eles
também ficaram incrédulos quando o primeiro disse da ressurreição de Jesus.
Quando Pedro e João correram ao sepulcro e encontraram vazio como Maria tinha
dito: "Porque ainda não entendiam a Escritura, que era necessário que
ressuscitasse dentre os mortos" (João 20: 9). Mesmo com a evidência da
ressurreição, eles não procurar um Senhor ressuscitado, mas voltou para casa
(10 v.). Quando Cristo apareceu aos dez discípulos (Judas estava morto, e Tomé
estava em outro lugar), que se amontoavam atrás de portas fechadas "por
medo dos judeus," eles não estavam certos de que era a carne eo sangue de
Jesus até que ele "mostrou-lhes tanto Suas mãos e Seu lado "(vv.
19-20). Também não tinha os dois discípulos a quem Jesus apareceu no caminho de
Emaús acreditavam que os relatórios da sua ressurreição (Lucas 24: 21-24).
Nenhum dos discípulos acreditavam que Jesus estava vivo até que o viram
pessoalmente.
Porque
todos eles duvidaram de sua promessa de subir no terceiro dia, Jesus permitiu
Tomé permanecer em sua dúvida, por mais oito dias. Quando Ele, então, apareceu
outra vez aos discípulos, Ele destacou esta querida alma que o amava o
suficiente para morrer por Ele e que agora estava totalmente quebrado em
espírito. "Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos", disse a Tomé ",
e chega a tua mão, e colocá-lo no meu lado; e não sejas incrédulo, mas
crente" (João 20: 26-27). Em um dos maiores confissões já feitos, Tomé
exclamou: "Meu Senhor e meu Deus!" Agora toda a dúvida se foi e ele
sabia com certeza plena de que Jesus era Deus, que Jesus era o Senhor, e que
Jesus estava vivo! O Senhor, então, gentilmente repreendeu Tomé, dizendo:
"Porque me viste, você acredita? Bemaventurados os que não viram e
creram" (vv. 28-29). Mas sua repreensão era plenamente tanto dos outros
discípulos como de Tomé, porque a sua dúvida, porém declarou abertamente, tinha
havido uma maior do que a deles.
Se
Jesus não é Deus e não está vivo, o evangelho é um engano tolo e fútil, a coisa
mais distante de uma boa notícia. "Se Cristo não ressuscitou," Paulo
disse aos coríntios céticos ", sua fé é inútil;. Você ainda estais nos
vossos pecados Se a nossa esperança em Cristo só nesta vida, somos de todos os
homens os mais dignos de lástima" 1 Cor. 15:17, 19.
A
tradição afirma que Tomé pregou tão distantes como a Índia, ea Igreja Mar
Thoma, que ainda existe, no sudoeste da Índia e tem o seu nome, traça sua
origem a ele. Ele disse ter tinham morrido de uma lança que está sendo
empurrado através dele, uma morte apropriada para quem insistiu em colocar a
mão na ferida lança de seu Senhor.
John-MaCarthur
-novo-testamento-completo
Lição 10
- Tomé, o
apóstolo incrédulo
Texto Básico: João 20.19-3
1
O nome de Tomé ocorre nas listas de apóstolos descritas no Novo Testamento. Nos
três primeiros evangelhos, é colocado ao lado de Mateus (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc
6.15), enquanto no livro de Atos está próximo de Filipe (At 1.13). O seu nome,
em hebraico, significa “gêmeo”. No evangelho de João, seu nome é referido como
sendo Dídimo (Jo 11.16; 20.24; 21.20), que no grego significa precisamente
“gêmeo”.
TOMÉ, O APOSTOLO DA CORAGEM
João, em seu evangelho, particularmente
apresenta algumas informações que reproduzem algumas características
significativas de sua personalidade. A primeira refere-se à exortação que ele
fez aos outros apóstolos, quando Jesus, num momento crítico da sua vida,
decidiu ir a Betânia para ressuscitar Lázaro, aproximando-se, assim,
perigosamente de Jerusalém (Mc 10.32). Naquela ocasião, Tomé disse aos seus
colegas-discípulos: “Vamos nós também para morrermos com ele” (Jo 11.16). Essa
sua determinação em seguir o Mestre é singular e exemplar e nos oferece uma
preciosa lição: revela a disponibilidade completa para seguir a Jesus, até
identificar o próprio destino com o dele e compartilhar com o Senhor a prova
suprema da morte. O mais importante é nunca se separar de Jesus. O discípulo
deve estar onde está o seu mestre. O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da
cidade Corinto: “Vós estais em nosso coração para morte e para a vida” (2Co
7.3).
TOMÉ, O APÓSTOLO DA DÚVIDA
A segunda informação apresentada por João está
diretamente relacionada à última ceia. Naquela ocasião, Jesus, em conversa
íntima com seus discípulos, está predizendo a sua partida inevitável e anuncia
que vai preparar um lugar para seus discípulos, para que eles estejam onde Ele
estiver, e esclarece: “Para onde eu vou, vós conheceis o caminho” (Jo 14.4). É
exatamente Tomé que afoitamente diz: “Senhor, nós não sabemos para onde vais,
como podemos nós saber o caminho?” (Jo 14.5). Na realidade, com essa expressão,
ele se coloca em um nível de compreensão bastante simples. Mas as suas palavras
proporcionam a Jesus a ocasião para pronunciar a célebre definição: “Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida...”. (Jo 14.6). Portanto, Tomé é o primeiro a quem
é feita essa revelação, mas ela vale para todos nós e para todos os tempos. E
todas as vezes que ouvimos ou lemos essas palavras, podemos colocar-nos com o
pensamento ao lado de Tomé e imaginar que o Senhor fala também conosco, como
falou a ele.
Da mesma forma como Tomé foi tomado de
dúvidas, nós, também, muitas vezes precisamos pedir ajuda ao Senhor. Com
frequência não compreendemos a sua maneira de agir e precisamos clamar:
“Senhor, escuta-me, ajuda-me a compreender”. Dessa forma, com essa
autenticidade é que devemos orar ao Senhor, exprimindo a nossa limitação e
incapacidade de compreender a sua mensagem. Mas devemos nos colocar em atitude
de confiança como quem espera força e coragem de quem é capaz de doá-las.
TOMÉ, O APÓSTOLO INCRÉDULO
É muito conhecida a cena de Tomé revelando a
sua incredulidade. E isto aconteceu oito dias após a Páscoa. Num primeiro
momento, ele não acreditou que Jesus aparecera durante a sua ausência, e disse:
“Se eu não vir a marca dos cravos em suas mãos, e não colocar o meu dedo ali e
não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20.25). Essas palavras
são indicadoras de que Jesus é reconhecível tanto pela sua voz, mas também
pelas cicatrizes deixadas por nossos pecados em seu santo corpo. Tomé imaginava
que os sinais qualificadores da identidade de Jesus fossem sobretudo as marcas,
nas quais se revela até que ponto Ele nos amou. E nisso o apóstolo não se
enganou. Os evangelhos nos informam que oito dias depois, Jesus apareceu no
meio dos seus discípulos e, desta vez, Tomé estava presente. Jesus o interpela
dizendo: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos! Estende a tua mão e põe no
meu lado e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27). Tomé reage com a
profissão de fé mais surpreendente de todo o Novo Testamento: “Meu Senhor e meu
Deus!” (Jo 20.28). Santo Agostinho comentou: “Tomé via e tocava o homem, mas
confessava a sua fé em Deus, que não via e nem tocava. Mas o que via e tocava
levava-o a crer naquilo do qual, até aquele momento, tinha duvidado”.
TOMÉ, UM APÓSTOLO DECIDIDO
João
ainda descreve a cena, registrando uma última palavra de Jesus: “Porque me
viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, creram” (Jo
20.29). Naquele momento, Jesus estava emitindo um princípio fundamental para os
cristãos que viriam depois de Tomé, portanto, para todos nós. Merece muito mais
quem crê sem ver, do que quem crê porque vê. A carta aos Hebreus, citando os
antigos patriarcas bíblicos, que acreditaram em Deus sem ver o cumprimento das
suas promessas, define a fé como “fundamento das coisas esperadas e comprovação
daquelas que não vemos” (11.1). O exemplo de Tomé é importante para nós, por
pelo menos três razões: 1ª) porque nos conforta em nossas incertezas; 2ª)
porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito feliz além de
qualquer incerteza; e 3ª) porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos
ensinam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar
das dificuldades, em nosso caminho em direção a Ele. O evangelho de João faz
uma última observação: Tomé é apresentado como testemunha do ressuscitado após
a pesca milagrosa no lago de Tiberíades (Jo 21.2). Nessa ocasião ele é
mencionado logo depois de Simão Pedro: Sinal evidente da grande importância que
desfrutava no meio das comunidades cristãs. Historiadores do primeiro século
escreveram que Tomé evangelizou primeiro a Síria e a Pérsia (Orígenes, citado
por Eusébio de Cesareia), depois, foi até a índia Ocidental de onde, enfim,
alcançou a Índia Meridional. Nessa visão missionária, aprendamos com Tomé a
fortalecer cada vez mais a nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Deus.
TOMÉ, UM APÓSTOLO TRANSFORMADO
A fé
não é um mero sentimento, mas, sobretudo, “uma convicção”. Esta mesma fé, que é
a mão estendida da alma humana, vem de fora, é dom de Deus. O homem não a
produz por si mesmo. É Deus quem a concede a ele. O espírito do homem encontra
o Deus vivo, revelado em Cristo, reconhecendo, com admiração infinita o amor
santo que o tem buscado desde a fundação do mundo, e que avança ao seu
encontro, e o homem se rende a este amor grande e incansável, sem restrições,
sem reservas, sem dúvidas, mas com uma atitude deliberada, veemente e eterna.
Cristo ressuscitou. Ele apareceu aos apóstolos. Apareceu a Tomé em especial. Há
muitas evidências desse encontro. A religião cristã é fundamentada no senhorio
de Cristo ressuscitado. Assim sendo, nossa escolha é uma decisão de fé.
O ponto
vital da nossa existência é fé, a maior escolha. Ela produz alegria intensa,
mesmo diante do medo, do terror e da morte. O filho de Deus, o ressurreto,
Senhor Vivo, está diante de nós de mãos estendidas mostrando as feridas e
dizendo: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e
põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Bem aventurados os que não
viram e creram!” (Jo 20.27-29).
PARA PENSAR E AGIR
1. Tomé era impaciente e questionador.
Jesus o amou mesmo assim.
2. Tomé era um apóstolo repleto de
dúvidas. Jesus o manteve, ainda assim.
3. Tomé era um
apóstolo cuja fé baseava-se em evidências físicas. Jesus o curou mesmo assim.
Você também pode ser curado da impaciência e descrença.
Texto extraído
da revista “Palavra & Vida” da Convenção Batista Fluminense
Lição-12
Tomé, o crítico da verdade
Devemos ao evangelho de João a maior parte
das informações bíblicas que temos acerca desse que é conhecido como o
discípulo da incredulidade. Sua eleição apostólica também está registrada nas
passagens sinópticas de Mt 10 e paralelas. O termo hebraico Tomé significa
gêmeo, assim como a palavra grega Dídimo, pela qual o apóstolo também era chamado
(Jo 11.16;20.24;21.2)
I – Uma
personalidade marcante
As
referências bíblicas a Tomé, conquanto sejam mais numerosas que as da maioria
dos discípulos, são insuficientes para análise de sua personalidade, excetuando-se,
naturalmente, as narrativas que deixam transparecer certos traços de pessimismo
e de incredulidade em seu temperamento.
II – A
tradição e as missões de Tomé
A
cristianização da Índia por Tomé – ou Judas Tomé, como alguns o chamam – é atestada
por manuscritos antigos como o ensino dos apóstolos (Didascalia Apostolorum),
composto entre o fim do segundo e início do terceiro século:
A Índia e todas as regiões a ela
pertencentes, assim como suas adjacências até o mais distante mar, receberam
ordenação apostólica do sacerdócio de Judas Tomé. Com isto ele tornou-se o guia
e líder da igreja ali estabelecida, na qual ele mesmo ministrou.
A origem literária dessa tradição é
fundamentada no apócrifo ‘Atos de Judas Tomé’, atribuído ao famoso escritor
Bardesanes (154-222 d.C.), por volta do fim do século 2 ou começo do século 3.
III
– Uma prova de fé – Jo 11.1-16
“...disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos
condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele.
Uns dias antes desta descrição, Jesus em
Jerusalém identificara-se como o Filho de Deus, sendo rejeitado pelos judeus
que pegaram em pedras para o matar. No entanto, segundo João 10.39,40
...procuravam, pois, prendê-lo, outra vez, mas ele escapou-se das suas mãos. E
retirou-se de novo para além do Jordão...
O primeiro discípulo que se decidisse, talvez
arrastasse os outros indecisos atrás de si. Se alguém o abandonasse, talvez
outros lhe seguissem o exemplo. Vamos nós também, para morrermos com ele.
Conclusão
Mais que pelos seus circunstanciais momentos de dúvida, a tradição cristã nos assegura que Tomé mostrou-se digno de ser lembrado pela posteridade como aquele que não temeu expor sua própria vida aos perigos e privações da carreira apostólica. Seu fim, violentamente perpetrado pelos inimigos da fé, é prova inconteste de como a fé e a confiança no nome de JESUS se tornaram os ditames de seu ministério.
Pb. Vladimir
Bueno - IADJ
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