segunda-feira, 1 de março de 2021

Lição 10 – O Senhor Jesus Cura Hoje



OBJETIVO GERAL

Esclarecer que a cura divina acontece hoje.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conceituar a cura divina na Bíblia;

Pontuar a cura divina como parte da salvação;

Refletir sobre a cura divina e os desafios atuais

TEXTO ÁUREO

“É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades.”

(Sl 103.3)

VERDADE PRÁTICA

A cura de enfermidades é um dos benefícios da obra redentora do Calvário.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

– Isaías 53.4-6; Mateus 8.16,17

Isaías 53.4 – Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

5 – Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

6 – Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Mateus 8.16 – E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos,

17 – para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A mensagem sobre a cura divina é uma doutrina importante pregada pelos pentecostais. É a percepção de que o Evangelho é pleno, diz respeito tanto à alma quanto ao corpo. É preciso reafirmar essa doutrina em nossos dias. A cura divina é um dos muitos sinais que confirmam a mensagem do Evangelho.

A igreja antiga esperava que essa realidade acontecesse enquanto se proclamava a mensagem de salvação. Assim como Jesus curou no passado, Ele continua a fazer atualmente. Nosso Senhor sentia-se compelido a curar pessoas, sua compaixão era visível quando se relacionava com os doentes. Essa imagem também deve ser a de toda igreja que vive na dimensão do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO

Assim como Jesus fez no passado, Ele deseja atualmente curar e libertar os enfermos e os oprimidos. Ele demonstrou misericórdia e compaixão ao tomar sobre si as nossas enfermidades e dores. O caráter e a compaixão de Jesus permanecem imutáveis na atualidade. Deus é fiel para curar as nossas enfermidades.

PONTO CENTRAL:

 A cura divina é para hoje.

 CPAD – Adultos – Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo 

| Lição 10 – O Senhor Jesus Cura Hoje


             Capitulo 4

    Porque Alguns Não São Curados

  Como já frisei no prefácio deste livro, certamente não tenho todas as respostas sobre a cura divina. Entretanto, creio que a Palavra de Deus ajudar-nos-á a compreender, por exemplo, porque algumas pessoas não alcançam a cura nem pela própria oração, nem pela oração de outrem. Eis algumas razões:

1.  Falta de Fé

  (Tg 1.6,7)

 A fé deve estar presente sempre que formos orar acerca de qualquer assunto. Este princípio tem de ser aplicado quando nos achegamos a Deus. "Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam" (Hb 1 1.6). A fé, na Bíblia, não é simplesmente uma atitude mental. Ela envolve fidelidade e obediência para com Deus e sua vontade.

  2. Pecado Oculto

 (Tg 5.14-15; Sl 66.18)

 Não há dúvida de que Deus espera que confessemos nossos pecados, estando bem ou mal de saúde. Quando tentamos encobrir pecados em nossa vida, enganamo-nos a nós mesmos.

  3. Egoísmo

  (Tg 4.3)

 Alguns desejam saúde perfeita por razões egoístas, e não para maior glória de Deus. É claro que o Todo-poderoso é bom e compreensivo. Mas se vamos usar a cura para continuar em nossa velha maneira de ser, sem observar sua Palavra nem dar-lhe o primeiro lugar em tudo, Ele não tem motivos para curar-nos.

  4. Confirmação da Fé

  (Tg 1.3; Sl 119.67,71)

 Não podemos nos esquecer também de que muitas vezes a doença bate-nos à porta a fim de que exercitemos a nossa fé, e nos tornemos mais ousados em nossa confiança para com Deus. Não foi isso o que aconteceu a Jó e a Ezequias?

  5. Pecado para a Morte

  (1 Jo 5.16,17)

 Desobediência deliberada para com a Palavra de Deus e blasfêmia contra o Espírito Santo poderão certamente conduzir à doença e à morte.

 6. Coração Rancoroso

  (Mt 18.32.35)

  Como cristãos, devemos conhecer a prática do perdão em nosso viver diário. "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fp 2.5).

  A maior lição de perdão foi ensinada por Jesus, ao exortar Pedro a perdoar as ofensas do próximo até setenta vezes sete. De fato, se soubermos que nosso irmão tem algo contra nós, ainda que seja ele quem nos tenha magoado, devemos pedir-lhe perdão, antes de deixarmos nossa oferta no altar (Mt 5.23,24). Como poderíamos esquecer as palavras do Mestre na cruz.: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34).

 7. Premeditada Desobediência à Vontade Divina

 (Êx 15.26; Dt 28.45)

  O Senhor tem-nos revelado seu plano para uma vida abundante e bem sucedida. As Escrituras falam claramente sobre a qualidade de vida que Deus deseja para seus servos. Ele concedeu-nos o modelo completo na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo. Se, deliberadamente, escolhermos desobedecer a vontade de Deus e suas leis, teremos de suportar os resultados da desobediência.

  8. Orgulho

  (2 Co 12.7-9)

  Nas Escrituras, o Senhor trata severamente as pessoas que deixam a soberba e o egoísmo dominarem suas vidas e ações. Nabucodonosor, no Antigo Testamento, oferece-nos um exemplo (Dn 4.29-37). O mesmo ocorre com o rei Herodes (At 12.21-24).

Capitulo 5

 O Desejo de Deus em Curar o Homem

  A maior prova do desejo divino em curar o homem é que Deus, em sua Palavra, promete realmente fazê-lo. Foi Ele mesmo quem providenciou tais meios, como já foi dito no primeiro capítulo. Se assim não fora, seríamos incapazes de estabelecer uma base bíblica para o assunto. Aquele que providenciou os meios para a salvação e a redenção, não deixou de providenciar também os meios para a cura.

1.  Ele Deseja Curar

 (Mt 8.2,3)

 Como é maravilhoso observar o "Deus Encarnado" declarando: "EU QUERO". Palavras não poderiam descrever melhor a compaixão e a disposição do Senhor em curar o doente.

  2. Ele Promete Curar

 (Is 53.4,5; Sl 105.37; 107.20)

  Poderia Deus fazer uma promessa e não cumpri-la? Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, vemos repetidas evidências de sua fidelidade para com suas promessas.

  3. Comprovado no Ministério Terreno de Cristo

(Mt 4.23; 8.16,17; 9.35 e 10.1)

  Uma importante fração do ministério de Cristo foi despendida na obra de curar e libertar. Desgastou-se tanto nesse mister que, em várias ocasiões, ele e seus discípulos viram-se obrigados a tirar um tempo para recuperar as forças físicas e mentais (Mc 6.30-32).

  4. Um Sinal do Compromisso Cristão

 (Mc 16.17)

  Jesus declarou que a cura divina seria um sinal do compromisso divino com a Grande Comissão. Isso aconteceu depois de sua crucificação e ressurreição, quando Ele ainda instruía os discípulos acerca das responsabilidades do Reino e a tarefa de evangelizar o mundo. Jesus claramente afirmou que o restabelecimento de um enfermo, pela imposição de mãos, seria um sinal de que Deus estava cooperando com os crentes no desempenho da tarefa de proclamar o Evangelho.

 5. Jesus Veio Livrar o Homem do Pecado e do Castigo Enfermidades são conseqüências da queda do homem no Éden.

  Os versículos de Mateus 8.17 e 1 Pedro 2.24 não deixam dúvida de que Cristo levou sobre si nossas dores, bem como nossos pecados. Almejando fazer-nos "sãos", ele carregou com nossas enfermidades. Que amoroso Salvador e Senhor!

  6. O Caráter de Deus Um de seus nomes é Jeová-Rafá,

 "O Senhor que cura". Seu próprio nome revela seu desejo de curar.

 Capítulo 6

 Os Dons de Curar

  Dentre os vários dons espirituais que operam na Igreja, encontram-se os dons de curar (1 Co 12.9). Observe atentamente que eles são distribuídos pelo Espírito Santo, e estão no plural. Como já afirmamos, os dons de curar estão diretamente relacionados ao evangelismo. São designados em Marcos 16 como um sinal para o cristão e o infiel. Fortes evidências indicam serem eles abundantes na expansão evangelística, como no caso de Filipe, em Samaria. A vida e o ministério do apóstolo Paulo, especialmente em seus esforços missionários em estabelecer igrejas, sustentam esta conclusão.

  O salvo deve ter um forte fundamento doutrinário a fim de evitar o fanatismo, o misticismo e o engano. Satanás tem feito imitações, e usado o óbvio para confundir o cristão acerca do sobrenatural. Há também homens vorazes que procuram tirar vantagens do miraculoso para ganho próprio, logrando iludir até mesmo os escolhidos. Precisamos estar conscientes acerca destes fatos:

 • Os dons de curar são concedidos pelo Espírito Santo.

 • Nenhum homem pode roubar a glória de Deus; e, desta, desfrutar impunemente.

 • Curas genuinamente divinas são realizadas pelo poder do nome de Jesus.

 • Um servo fiel jamais usurpará o poder de Deus, reivindicando a si próprio, o mérito da cura.

 • O agradecimento do que recebe a cura, e do público em geral, deve ser dirigido sempre para Deus. Nenhum misticismo foi encontrado em quaisquer das curas operadas por Cristo ou pelos apóstolos. Elas eram realizadas abertamente, visível a todos, e homem nenhum recebia a honra a não ser o Pai Celeste. Eis alguns dos meios usados por Deus na cura de enfermos:

1.  Tocando ou Impondo as Mãos, Segundo Orientação Divina

(Mc 16.18) Em alguns cultos, seria totalmente impossível o ministro impor as mãos sobre todas as pessoas, por causa da grande audiência, ou da numerosa quantidade de enfermos. Em algumas de nossas cruzadas no Brasil, e em outros lugares, reunimos multidões de até dez mil pessoas, o que torna impossível tratar com cada uma em particular. Em semelhantes casos, fazemos uma oração coletiva, e encorajamos as pessoas a confiar no toque especial de Cristo. Em pequenos ajuntamentos, porém, é possível impor as mãos sobre cada um, individualmente.

 2. Uma Palavra Proferida com Autoridade Divina

 (At 3.6) Em muitas de nossas cruzadas, temos visto centenas de pessoas serem curadas de uma só vez, ao declararmos o poder e a autoridade do nome de Jesus. No Salmo 107:20, há uma relevante declaração: "Enviou-lhes a sua palavra e os sarou". A palavra com autoridade divina.

  3. A Presença Física de Um Homem de Deus

  (At. 5.15,16) É claro que o Senhor pode curar sem a presença de uma terceira pessoa. Temos numerosos testemunhos de indivíduos que foram curados num leito de hospital, no trabalho, ou sozinho em casa. No entanto, muitas vezes Deus prefere a presença de outra pessoa de fé, através de quem a cura é concedida, após a oração e a declaração da autoridade do nome de Jesus.

  4. À Distância (Jo 4.49-52) Um dos mais significantes milagres de cura, no ministério de Cristo, foi efetuado sem a sua presença física. Ele simplesmente declarou que a cura fora efetuada. O pai acreditou, e o filho foi completamente restaurado. Todos ficaram atônitos ao descobrir que o milagre ocorrera na hora exata em que Jesus declarara: "Vai, teu filho vive". '.

  5. O Termo Dons Certas pessoas são grandemente usadas na cura de determinadas enfermidades, e têm obtido grandes resultados, orando por doenças específicas. Acredito que esta é a razão do termo "dons" estar no plural. Em meu próprio ministério, tenho visto mais pessoas serem curadas de tumores, bócios (papos), do que de quaisquer outras enfermidades.

 Capitulo 7

A Obra de Curar

  Não poderia concluir este livro sem especificar determinados fatos de extrema importância acerca da cura divina. Cresci no Brasil, e investi a maior parte de minha vida e do meu ministério nesta nação. Possuindo grande extensão geográfica e numerosa população, o Brasil distingue-se como uma nação extremamente religiosa. Embora seja a maior nação católica romana do mundo, é também onde se encontra o maior número de pentecostais. Avulta-se, de igual modo, como o maior centro de divulgação e prática dos cultos afros. Segundo algumas esta- tísticas, oitenta e cinco milhões de brasileiros são adeptos da macumbaria!

  O povo de minha nação acredita no sobrenatural.

  Mas a fonte nem sempre é Deus. As forças satânicas empenham- se em imitar as forças divinas. Afinal, Satanás tem seus magos e feiticeiros que podem até transformar cajados em serpentes. Há, contudo, uma tremenda diferença entre os milagres realizados pelo poder de Deus e aqueles forjados pelo inimigo. Considero da maior importância as seguintes observações:

  1. Somente Permanecerão as Curas Operadas por Deus Nunca vi uma pessoa curada por Deus ser molestada novamente pela mesma doença, no mesmo local. Deus faz o trabalho completo. Ele não apenas alivia a dor e impede o avanço da doença, como também vai diretamente ao órgão afetado e torna-o completamente novo, sem precisar de transplantes. Ele não pronuncia palavras mágicas sobre o enfermo, como o faria um curandeiro, mas, com amor, trata de cada partícula do homem, curando-o definitivamente.

  2. Ao Ministrar para Enfermos, toda a Glória Tem de Ser Dirigida a Deus

  (Mt 28.19,20) Se a cura divina faz-se presente no ministério público de um servo de Deus, seja em cultos na igreja, em campanhas, em programas de rádio ou televisão, a ênfase tem de recair sempre sobre a salvação em Cristo Jesus. De acordo com a Palavra de Deus, a cura a acompanhará como um sinal (Mc 16.17,18). Deve-se evitar, rigorosamente, a exaltação da pessoa e dos meios. Que toda a glória seja concentrada em Cristo. As massas tendem, facilmente, a idolatrar o homem a quem conseguem ver, em vez de adorar a Cristo, a quem não podem ver.

2.  A Fé em Deus e em Seu Nome Trará a Cura

 É necessário demonstrar total confiança no caráter de Deus e em sua Palavra. A incredulidade sufoca a operação de curas e outros milagres (Lc 4.23-29). E um mistério que o Filho de Deus haja sido rejeitado em sua própria cidade, e não tenha obtido êxito em seu ministério local. Sendo que, a poucas milhas dali, na cidade de Cafarnaum, os habitantes maravilharam-se de sua doutrina e dos milagres que Ele realizava. Para que a cura lenha lugar, a fé deve fazer- se presente.

3.  O Maior de Todos os Milagres é a Cura da Alma e o Perdão dos Pecados

 Está mais que patente que o ministério de Cristo inclui também a cura do corpo (Mc 2.5-12). Não é extraordinário que exatamente o oposto esteja ocorrendo em nossos dias? O que estou querendo dizer? Os líderes religiosos e o público em geral, nos dias de Cristo, não tinham dificuldade em acreditar no poder curador de Jesus. Seu maior problema era admitir que Ele tivesse autoridade para perdoar pecados. Hoje, aceita-se como verdade teológica o fato de que Ele tem poder para perdoar pecados e salvar o homem, mas têm-se dificuldades em acreditar que o Senhor Jesus possa de igual modo curar as doenças. O Senhor Jesus declarou àquela audiência incrédula: "Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados (disse ao paralítico): A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai pra tua casa. E levantou-se, e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos" (Mc 2.10-12).

4.  Nem Todos os que Oram Serão Curados

Veja no quarto capítulo por que alguns não são curados. Os que ministram a enfermos devem aprender a encarar o fato de que nem todos usufruirão dos benefícios da cura divina. Isto foi claramente demonstrado na vida do Senhor Jesus, conforme mencionamos no ponto três deste capítulo.

  São muitos os fatores que implicam no impedimento da cura. Há anos, aprendi, por experiência própria, a não ficar desencorajado, frustrado ou embaraçado, se alguém não alcançar a cura através de minha instrumentalidade. Em nossas cruzadas, tenho visto muitas pessoas, depois do culto, voltarem a suas casas ainda usando muletas, cadeiras de roda, ou sendo guiados pela mão de um amigo, sem terem sido curadas.

  Mas também tenho testemunhado acerca de muitas outras pessoas jogando suas muletas para o alto, empurrando suas cadeiras de roda vazias, ou correndo e saltando, e louvando a Deus por lhes haver aberto os olhos ou os ouvidos, ou ainda por lhes haver removido um câncer. Portanto, devo confiar em Deus, e deixar os resultados com Ele.

5.  Às Vezes, apenas Uma Pessoa na Multidão É Curada (Jo 5.3-9)

 Não posso explicar, nem jamais compreenderei, até chegar no céu, por que Jesus não curou toda a multidão de enfermos que se achava na área do tanque de Betesda em Jerusalém, ao invés de curar apenas aquele único homem. Creio que com uma só palavra, Ele poderia ter curado toda aquela gente cega, coxa, fraca e paralítica, mas escolheu não fazer assim. Ele andou em meio aquelas pessoas e, provavelmente, seu corpo haja tocado algumas delas enquanto descia os degraus, mas ele mirou naquele único homem. Devemos aceitar a soberania de Deus e seu propósito de modo absolutamente distinto. Não me cabe buscar aqui qualquer explicação humana sobre os métodos divinos.

6.  Em Sua Soberania, Deus Cura a Quem lhe Apraz

 Outra lição que tenho aprendido através dos anos é que não cabe a mim escolher quem será curado. Isto é com Deus. Não devo questionar seu juízo, ou sua vontade. Em muitas de nossas cruzadas no estrangeiro, tanto crentes quanto não-crentes têm sido curados. Aparentemente, o mesmo se deu no ministério de Cristo. Em muitas ocasiões, Ele primeiro curou a pessoa e, só depois, perdoou-lhe os pecados (Jo 5.14). Aparentemente, curar é uma obra da graça, como o é a salvação. Nós não o merecemos, porém Deus, em sua bondade, o faz.

7.  Não Existe um Modelo Padrão de como Deus Cura

 Uma das coisas mais intrigantes a respeito de Deus é que, muitas vezes, Ele escolhe as coisas loucas para confundir os que se dizem sábios; e as fracas para confundir os que se julgam fortes (1 Co 1.27).

 Não há fórmula prescrita pela qual Deus ministra a cura.

 Em 2 Reis 5.1-14, Eliseu determinou que Naamã mergulhasse sete vezes no rio Jordão. Já em Isaías 38.21, o profeta prescreve ao moribundo Ezequias que coloque emplastro de figos sobre a chaga. Vemos, em João 9.6,7, o Senhor Jesus abaixar-se, cuspir na terra, fazer lodo e aplicá-la nos olhos de um cego, e, em seguida, ordenar-lhe que fosse se lavar.

 Depois de salvar a Paulo de um naufrágio, Deus permitiu que ele fosse picado por uma víbora. Nenhum dano, porém, sobreveio ao apóstolo, e o nome de Deus foi glorificado na ilha de Malta (At 28.3-6).

  "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e o os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55.8,9). O único meio de se obter a cura é através da fé.

 Capitulo 8

 Curas Milagrosas nos Dias Atuais

   Em nossos quarenta e dois anos de ministério, realizando cruzadas no Brasil e ao redor do mundo, temos orado pelos enfermos a cada culto. Nossas publicidades mencionam a oração pelos enfermos, sem denominar tais reuniões de "culto de milagres" ou "cura pela fé". Nossa preocupação primordial é trazer as pessoas a Cristo. E, Ele, conforme já o acentuamos, faz com que sua Palavra seja acompanhada de sinais.

  O culto inclui cânticos, entrevistas e pregação, enfatizando sempre a Cristo e a mensagem de salvação. Só depois de as pessoas atenderem ao convite para receber a Cristo como Salvador, é que oramos pelos enfermos numa intercessão coletiva. Os testemunhos são dados no final do culto, ou na noite seguinte, após a pessoa haver sido cuidadosamente examinada por meus companheiros. O testemunho tem de ser comprovado também por amigos e parentes. Tenho visto milhares e milhares serem curados pelo poder de Deus.

  Aqui estão alguns testemunhos para a edificação de sua fé:

      Epilepsia

  A entrada dos formandos no Central Bible Colege, em Springfield, Missouri, estava prestes a acontecer, quando uma jovem senhora chamou-me:

- Irmão Johnson, pode esperar um instante, por favor? Preciso contar-lhe algo. Rapidamente, ela narrou-me seu testemunho:

 - Irmão Johnson, sou uma formanda. O senhor provavelmente não se lembra de mim, mas eu o ouvi pregar no Wisconsin Camp Meeting, quando tinha doze anos. Minha mãe levou-me à frente para receber oração, mas não lhe contou qual era meu problema. Desde que nasci, vinha sofrendo constantes ataques epiléticos. Naquele dia, o irmão estava todo molhado de suor, e parecia cansado quando saiu do templo. Eu queria que soubesse que, desde então, nunca mais tive outro ataque. Obrigada por sua oração.

  Você pode imaginar o entusiasmo e o louvor que havia em meu coração naquela noite, quando desafiei o auditório de formandos, estudantes, seus amigos e parentes, com aquele maravilhoso testemunho zumbindo em meus ouvidos. Sim, Jesus é fiel para honrar as petições feitas em seu nome. Louvado seja Deus!

         Mão Mirrada

 Ao término do culto, na Assembléia de Deus Bethesda, em Fortaleza, chamei os enfermos à frente para orar. A igreja estava apinhada. Pessoas aglomeravam-se na entrada e nas passagens. Tantos enfermos acorreram à chamada, que lhes foi impossível chegar à frente para submeter-se à imposição de mãos. Encorajei-os, então, a confiar em Jesus para a cura, no lugar onde estavam, enquanto o pastor local juntava-se a mim numa oração coletiva. Ainda orávamos, quando uma senhora começou a gritar de alegria, e a movimentar seu braço que estivera mirrado e inútil por vários anos. Seguiram-se muitas outras curas, inclusive a de outra senhora que coxeava há anos, por causa de um sério ferimento na perna.

  Foi quase impossível contar o número das pessoas curadas instantaneamente pela presença do Cristo Vivo.

         Estrabismo

  Na cidade de Cosmópolis, no interior de São Paulo, estávamos orando por uma multidão com graves achaques físicos, quando, de repente, uma jovem mãe veio correndo em direção à plataforma com sua filha, uma linda e loira garotinha de dois anos. Ela testificou que sua filhinha fora estrábica (vesga) desde o nascimento, mas seus olhos tornaram-se perfeitamente normais durante a oração pelos enfermos.

         Bócio

 Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, durante uma semana de cruzada em praça pública, centenas de pessoas eram curadas todas as noites, enquanto ministrávamos aos enfermos. O delegado testemunhou um notável milagre, quando uma senhora, ao seu lado, foi curada de um imenso papo, maior que uma laranja.

  Ele disse que o papo foi secando-se até tornar-se um bocadinho de pele enrugada que desapareceu "para dentro do pescoço da mulher", enquanto ela o massageava.

         Coxeadura

  Em 1970, numa grande cruzada em Belém, Pará, sete aleijados saíram de suas cadeiras de roda e andaram perante dez mil assistentes.

  Uma enorme multidão seguiu-os através das ruas da cidade, enquanto eles empurravam suas próprias cadeiras a seus lares, em testemunho de suas curas.

  Em 1983, em nossa cruzada no Rio de Janeiro, dois homens coxos foram curados diante de 200.000 pessoas. Puseram-se a andar e a correr no meio da multidão, enquanto os conselheiros abriam alas para eles exercitarem-se. Um deles deixou a reunião, carregando suas muletas sobre os ombros e glorificando a Deus. Tão numerosas têm sido as curas ao longo desses muitos anos de ministério, que seria impossível relatá-las em um único volume.

                         Conclusão

  "Portanto, também vós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas", creiamos na Palavra de Deus e atentemos para a necessidade dos enfermos à nossa volta.

  Se você está doente, deixe-me encorajá-lo a confiar em Deus para ser curado. Se houver algum obstáculo em sua vida, que precisa ser removido ou perdoado, entregue-se a Deus e permita que Ele, em sua sabedoria, venha curá-lo no corpo e na alma.

  "Eu sou o Senhor que te cura!"

Autor Bernhard Johnson

O missionário Johnson era ainda membro vitalício do Conselho Administrativo da CPAD. Em 1995, aprouve a Deus recolhê-lo às mansões celestes.


              ESTUDOS DIVERSOS

A CURA DIVINA (BE - CPAD)

Mt 8.16,17 “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças. ”

A PROVISÃO REDENTORA DE DEUS.

(1) O problema das enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e., às consequências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que afetou a constituição física e espiritual do homem (e.g., Jo 5.5,14), e (b) Satanás (e.g., At 10.38; cf. Mc 9.17, 20.25; Lc 13.11: At 19.11,12).

A provisão de DEUS através da redenção é tão abrangente quanto as conseqüências da queda. Para o pecado, DEUS provê o perdão; para a morte, DEUS provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade, DEUS provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15). Daí, durante a sua vida terrestre, JESUS ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra de DEUS, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as bênçãos do reino de DEUS (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo (4.23,24).

A REVELACÃO DA VONTADE DE DEUS SOBRE A CURA.

  A vontade de DEUS no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras principais nas Escrituras.

A declaração do próprio DEUS. Em Êx 15.26 DEUS prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos (ver Êx 15.26, nota). Sua declaração abrange dois aspectos: (a) “Nenhuma das enfermidade porei sobre ti [como julgamento], que pus sobre o Egito”; e (b) “Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. DEUS continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).

  O ministério de JESUS. JESUS, como o Filho encarnado de DEUS, era a exata manifestação da natureza e do caráter de DEUS (Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). JESUS, no seu ministério terreno (4.23,24;

16; 9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de DEUS na prática (Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de DEUS curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.

  A provisão da expiação de CRISTO. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de CRISTO foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e corpo.

  Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por DEUS para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16). O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de CRISTO, inclusive a cura do corpo.

  O ministério contínuo da igreja. JESUS comissionou seus doze discípulos para curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino de DEUS (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia de Pentecoste o ministério de cura divina que JESUS iniciara teve prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18; 1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O NT registra três maneiras como o poder de DEUS e a fé se manifestam através da igreja para curar: (a) a imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17); (b) a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg

16); e (c) os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que devem cuidar desta “oração da fé”.

IMPEDIMENTOS À CURA.

  Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:

(1) pecado não confessado (Tg 5.16); (2) opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13); (3) medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7); (4) insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26; Jo 5.5-7); (5) o povo (Mc 10.48); (6) ensino antibíblico (Mc 3.1-5; 7.13); (7) negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc 11.22-24; Tg 5.14-16); (8) descuido da igreja em buscar e receber os dons de operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30; 68; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31; Hb 2.3,4); (9) incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24); e (10) irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30). Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes dedicados (e.g., Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, DEUS resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).

O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO EM BUSCA DA CURA DIVINA.

  O que deve fazer o crente quando ora pela cura divina para si?

Ter a certeza de que está em plena comunhão com DEUS e com o próximo (6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16; ver Jo 15.7 nota).

Buscar a presença de JESUS na sua vida, pois é Ele quem comunica ao coração do crente a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp 2.13; ver Mt 17.20, nota sobre a fé verdadeira).

Encher sua mente e coração da Palavra de DEUS (Jo 15.7; Rm 10.17).

Se a cura não ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo 15.1-7), examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças DEUS quer efetuar na sua pessoa.

Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos (Tg 5.14-16).

  Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina (cf. Atos 5.15,16; 8.5-7).

Ficar na expectativa de um milagre, i. e., confiar no poder de CRISTO (7.8; 19.26).

Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13).

Saber que a demora de DEUS em atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, DEUS tem em mente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória (cf. Jo 9.13; 11.4, 14,15, 45; 2Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm 8.28).

  Reconhecer que, tratando-se de um crente dedicado, DEUS nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is 49.15,16).

Nota: A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos médicos (9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).

 DOENÇAS NA BÍBLIA - Dicionário Bíblico Wycliffe

É difícil discutir as doenças mencionadas na Bíblia com qualquer grau de certeza. Uma razão para isto é que elas recebem o nome de acordo com os sintomas e não por processos patológicos. Assim, a paralisia poderia ser desencadeada pela pólio, trauma, desequilíbrio nervoso, ou várias outras causas. Não é absolutamente certo que o definhamento de Levítico 26.16 e Deuteronômio 28.22 fosse tuberculose. Em segundo lugar, as referências às doenças são quase sempre incidentais na narrativa. Elas são registradas mais pelo seu significado histórico do que médico.  

  Finalmente, não temos certeza de quais doenças existiam na época do AT, embora autópsias em múmias egípcias tenham mostrado evidências de tuberculose, arterioselerose, artrite, câncer, pedras na vesícula, pedras na bexiga, esquistossomose e varíola. Para um estudo informativo sobre o conhecimento e a prática médica na antiga Mesopotâmia e no Egito antigo, veja A. Dudley Dennison, “Medicine", BW, pp. 368-373.

  Os israelitas obviamente tinham um conhecimento prático de anatomia. Isto é visto em suas descrições dos órgãos de animais sacrificados. Acreditava-se corretamente que o sangue era o princípio vital: “A vida [a alma] da carne está no sangue” (Lv 17.11). As funções emocionais eram, às vezes, atribuídas a certos órgãos. O coração, por exemplo, era considerado o centro do pensamento e da vontade (Ez 18.31).

    A expressão “entranhas de misericórdias” (Cl 3,12) enfatiza a relação entre psycke (“alma”) e soma (“corpo”), o que tem sido corroborado em nossos dias pela pesquisa psicossomática.

  As palavras heb. para doença e enfermidade vêem das raizes hala (“estar doente” ou “fraco”) e dawa (“estar enfermo”). Estas palavras são sempre modificadas por outras frases descritivas tais como “doente e a ponto de morrer”. As palavras heb. para cura vêem da raiz rapa ’(“curar”, “costurar”, “consertar”), e haya (“reviver”, “restaurar à vida”), e ‘arak (“prolongar”).

  O NT usa expressões gr. tais como astheneia (“fraqueza”, “fragilidade”), malakia (“moleza”, “debilidade”), e noseo (“estar doente״ ou “enfermo"). As palavras gr. para saúde e cura vieram das raízes hygiaino (“estar saudável” ou “forte”), therapeuo (“servir", “atender a”, “cura”, “restaurar a saúde”), e iaomai (“curar”, “tomar sadio”).

Causas das Doenças

  A doença é apenas parte de um conceito maior - o sofrimento do homem. Nas Escrituras é dito que o sofrimento é um dos resultados do pecado. DEUS ameaçou enviar doenças sobre Israel se o povo o desobedecesse (Dt 28.15,22,27,28). Embora a doença fosse freqüentemente considerada um castigo direto pela desobediência (por exemplo, o homem enfermo no tanque de Betesda, Jo 5.14), ela também poderia vir de Satanás, como aconteceu no caso de Jó (Jó 2.7). CRISTO falou da mulher paralítica “a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa” (Lc 13.16). Além disso, a doença poderia às vezes vir para o próprio bem ao nomem e para a glória de DEUS (por exemplo, o “espinho na carne” de Paulo, q.v., e 2 Coríntios 12.7-9).

    Os discípulos, olhando para a doença apenas como um castigo pelo pecado, perguntaram a JESUS sobre um homem que havia nascido cego: “Quem pecou, este ou seus país, para que nascesse cego? JESUS respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de DEUS” (Jo 9.1-3).

   Nem sempre pode ser possível distinguir se uma doença é o resultado de causas puramente naturais, um ato de DEUS, ou a operação maligna de Satanás. Talvez estas três possam estar ativas ao mesmo tempo. Po- Tém, seja qual for a causa da doença de um cristão, lhe é prometido que um dia o sofrimento será removido, quando DEUS “limpará de seus olhos toda lágrima” e não haverá mais dor (Ap 21.4).

Os Médicos e a Medicina

  Existe cerca de uma dúzia de referências a médicos na Bíblia. A rai2 heb. é rapa’ (“curar”). A Bíblia Sagrada refere-se a Jeová como “o Senhor que te sara” (Êx 15.26). A primeira referência a um médico está em Gênesis 50.2 (embora estes médicos egípcios possam ter sido apenas embalsamadores dos mortos). Nos tempos bíblicos, assim como agora, os médicos eram solicitados a curar as doenças e aliviar o sofrimento (Jó 13.4; Jr 8.22; 2 Cr 16.12).

    Os médicos eram considerados em alta estima pelos judeus. O filho de Sirac escreveu por volta de 190 a.C.: “Honre um médico de acordo com a necessidade dele, com as honras devidas a ele, pois verdadeiramente o Senhor o criou; pois do Altíssimo vem a cura; e do rei ele deve receber uma dádiva. A habilidade do médico deve levantar sua cabeça; e à vista dos grandes homens ele deve ser admirado״ (Sir 38.1-3).

Na época do NT havia duas maneiras de treinar os médicos. Era muito comum que um homem auxiliasse como aprendiz a um médico estabelecido. Ele também poderia ir a um tipo de escola de medicina, geralmente associada a um templo pagão. As duas escolas que mais conhecemos eram as escolas de medicina de Pérgamo e Alexandria.

   Os remédios usados nos tempos bíblicos eram rudimentares e na maioria dos casos não muito eficazes. Entre aqueles que são mencionados na Bíblia, estavam unguentos aplicados no local (Is 1.6), emplastos (Is 38.21), e bálsamos (Jr 8.22; Gn 37.25). As folhas de certas árvores eram aparentemente usadas como ervas medicinais (Ez 47.12). Pensava-se supersticiosamente qne a mandrágora, um membro da família da batata, desenvolvia a fertilidade (Gn 30.14-16). Os cidadãos de Laodicéia são conhecidos por terem tido uma escola de medicina e de terem preparado um pó ou pomada para olhos fracos. Ao falar-lhes, o Senhor usou uma alusão a um colírio (Ap 3.18).

  O vinho era sugerido como estimulante (Pv 31.6), e também usado como um anti-séptico. O bom samaritano atou as feridas de seu paciente “aplicando-lhes azeite e vinho״ (Lc 10,34). Paulo recomendou um pouco de vinho para o alívio do desconforto gástrico de Timóteo (1 Tm 5.23). O vinho azedo misturado com fel e mirra teria algumas propriedades sedativas. Ele foi oferecido a CRISTO, provavelmente para aliviar o seu sofrimento (Mc 15.23).

  O tratamento cirúrgico era geralmente mínimo. As únicas operações mencionadas na Bíblia são a circuncisão, a castração e o fechamento de feridas. Mas o código de Hamurabi regulamentava a cobrança dos médicos para grandes operações e cirurgias dos olhos na Babilônia, como também para o restabelecimento de um osso quebrado e para a cura de um tendão distendido (ANET, pp. 175ss.). O papiro de Edwin Smith, do Egito, descreve 48 casos cirúrgicos incluindo contingências como ferimentos acidentais, e feridas de batalha.

  O escritor do terceiro Evangelho e de Atos era médico? As evidências internas sugerem que sim. Ele usa vários termos médicos encontrados em Hipócrates, Galeno e em outros escritos médicos, embora não sejam encontrados no restante do NT. Ele também observa algumas particularidades médicas, tais como a intensidade da febre, se uma doença era congênita ou adquirida, ou qual lado ao corpo estava afetado (Lc 4.38; Act 3.2; Lc 6.6). Ao escrever sobre a mulher que tinha um fluxo de sangue (Lc 8.43), ele hones- tamente declara que ela não poderia ser curada pelos médicos; entretanto, é mais polido em relação à sua profissão do que Marcos, que acrescenta que ela “havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior...” (Mc 5.26). Estes fatos tendem a corroborar com a outra evidência de que Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14), foi o autor do terceiro Evangelho e do livro de Atos.

Leis Mosaicas de Saúde

  A lei dada por DEUS a Moisés continha regras extraordinárias com relação à saúde pública. Embora o principal propósito destas regras fosse tomar um homem cerimonialmente limpo, a limpeza higiênica, no entanto, estava envolvida. Quais sâo as principais preocupações de um fiscal de saúde pública noje? Contaminação da água e dos alimentos, descarte de esgoto, doenças infecciosas, educação quanto à saúde - todos estes assuntos são tratados nas leis mosaicas de saúde.

  Tem sido dito que algumas das leis de saúde eram muito rígidas e talvez desnecessárias para a saúde pública, mas deve ser lembrado que o homem antigo não possuía o nosso entendimento sobre as doenças. Ser exageradamente rígido por amor à simplicidade é melhor do que errar na direção oposta. Com a nossa habilidade médica para distinguir entre o perigoso e o inofensivo, não precisaríamos observar algumas destas mesmas precauções, mas isto não seria verdadeiro naquela época. Novamente, deve ser lembrado que a razão inicial para estas ordenanças era a pureza cerimonial.

  As leis mosaicas de saúde (Lv 11-15) incluem regras de circuncisão, consumo de carne, parto, infecções de pele, contaminações por secreções e excrementos, procedimentos para remoção e disposição dos mortos, limpeza pessoal e relações sexuais.

Milagres de Cura

  Vários milagres de cura estão registrados na Bíblia. Outros milagres, embora não sejam de cura, mas de juízo, sâo de natureza médica. Estes incluem as pragas no Egito (Êx 9,13-15; 12.12,13), a matança dos filisteus diante da arca (1 Sm 5.6), a dizimação do exército de Senaqueribe (2 Rs 19.35), a mâo ressequida de Jeroboão (1 Rs 13,1-6) e a lepra de Geazi (2 Rs 5.27). Embora DEUS possa ter usado processos de doenças naturais, o sobrenatural é envolvido no momento certo.

   No AT, os milagres parecem centralizar-se em torno da época do êxodo e do ministério de Elias e Eliseu. Aqueles que foram registrados são mais freqüentemente milagres da natureza, com menos de uma dúzia envolvendo a cura (por exemplo, Abimeleque, Gênesis 20.17; Miriã, Números 12.10-15; a serpente de bronze, Números 21.5-9; o filho da viúva, 1 Reis 17.17-24; o filho da sunamita, 2 Reis 4.18-37; Naamã, 2 Reis 5.1-14; Ezequias, 2 Reis 20.1-7).

Por outro lado, o NT registra uma proporção maior de milagres de cura. Estes foram operados por CRISTO ou por seus seguidores, em seu nome. Dos 35 milagres de CRISTO registrados no NT, 26 envolvem curas. Em seis destes casos, demônios foram expulsos. Detalhes cuidadosos são dados sobre muitos destes casos, especialmente por Lucas, o médico· Algumas destas pessoas são até identificadas pelo nome (Bartimeu, a filha (Je Jairo, Maria, Lázaro; também Enéias, Êutico e o pai de Públio em Atos).

   Alguns tentaram explicar os milagres de cura de CRISTO através de uma base psicológica. De acordo com esta teoria, as doenças curadas eram apenas funcionais ou psicossomáticas. É verdade que as pessoas podem ter as suas doenças aliviadas pela “fé” em homens ou coisas. Mas este tipo de cura está muito distante da cura de doenças orgânicas realizadas por CRISTO como cegueira congênita (Jo 9.1), artrite avançada da espinha (Lc 13.11), hemorragia prolongada (Lc 8.43), lepra (Lc 5.12; 17.12) e até mesmo a morte (Lc 7.12; 8.49-55; Jo 11.1-44). Somente negando a confiabilidade dos documentos do NT é que se poderia imaginar que as curas realizadas por CRISTO eram de caráter psicológico.

   Além de sua natureza predominantemente orgânica, as curas realizadas pelo Senhor eram completas e instantâneas (com exceção do homem cuja visão foi restaurada em auas etapas, Mc 8.22-25). Além disso, elas consistiam de várias doenças diferentes que são difíceis de tratar até mesmo com as técnicas médicas de hoje. Poucas - se é que alguma - poderiam ter uma recuperação espontânea. E não há nenhuma evidência da ocorrência de uma recaída após as curas realizadas por CRISTO.

Possessão Demoníaca

   A possessão demoníaca é um fenômeno que parece ter ocorrido com mais freqüência na época de CRISTO. Das 26 pessoas curadas por CRISTO, seis são mencionadas como tendo sido possuídas por demônios. Muitas outras pessoas sem nenhuma enfermidade física aparente foram libertas de opressão demoníaca (Mt 8.16; Mc 1.34,39; Lc 6.18). Pouca ou nenhuma menção é feita à possessão demoníaca no AT. CRISTO e o NT parecem distinguir entre as doenças comuns e aquelas que sâo acompanhadas pela possessão demoníaca (Mt 10.8; Mc 1.34; Act 5.16). A possessão demoníaca podia ser acompanhada por sintomas físicos (por exemplo, cegueira, surdez e mudez, Mt 12.22; Mc 9.25), manifestações neurológicas (por exemplo, epilepsia, Lc 9.39,42), ou sintomas mentais (Lc 4.33; 8.27; Mc 7.25).

   O diagnóstico da possessão demoníaca, porém, levanta alguns problemas difíceis. O que a distinguia das doenças naturais? Como uma pessoa poderia reconhecê-la como tal? Se não há nenhuma característica distinta que tipifique a condição, elas são tendências suicidas e o uso da pessoa pelo demônio como porta-voz.

  Por outro lado, nas Escrituras, a doença física é freqüentemente atribuída a Satanás. CRISTO falou da mulher que andava curvada como alguém a quem “Satanás mantinha presa"’ (Lc 13.16). Ela estava possuída por demônios? JESUS não se dirigiu a nenhum demônio quando a curou. A solução sugerida por A Rendle Short é a seguinte: “Não é que os escribas e fariseus e as pessoas comuns diagnosticassem a possessão demoníaca com muita freqüência; o fato é que suas idéias eram muito imaturas, e eles falhavam em reconhecer que poderia existir uma obra do diabo muito mais ampla” (The Bible and Modern Medicine, p. 121).

   Se isto é verdade, então pode não ser sempre possível encontrar sinais específicos para diagnosticar e distinguir a possessão demoníaca de outras doenças.

Doenças de Pele

  Várias lesões de pele são mencionadas no AT. Algumas delas foram infligidas como aflições sobre Israel por desobediência ao Senhor (Dt 28.27). A coceira é provavelmente sarnq, ainda conhecida por este nome descritivo, E causada por um inseto, o Acarus scabei. O escorbuto não é o que conhecemos hoje como escorbuto (causado pela deficiência ae vitamina C), mas sim uma “crosta de ferida”. A palavra vem de uma raiz que significa ״cocar” ou “ficar áspero”. Isto possivelmente cobre uma gama ae doenças de pele que incluí eczema e psoríase. A aspereza ou o tumor vem de uma raiz significando “estar inflamado” ou “quente". Os tumores são comuns hoje embora melhor controlados, graças a antibióticos modernos. A úlcera de Ezequias pode ter sido um carbúnculo ou possivelmente antraz (2 Rs 20.1,7). O antraz é contraído do gado ou de couros e pêlos secos de animais infectados. Sem tratamento pode ser fatal.

   A lepra é freqüentemente mencionada na Bíblia. Miriã, Naamã e o rei Uzias contraíram esta doença. As instruções para o seu diagnóstico são dadas em Levítico 13; ela aparentemente incluía mais do que aquilo que hoje chamamos de lepra (causada pelo Lepra bacillm de Hansen). Infelizmente, o termo lepra teve seu significado mudado nas línguas inglesa e portuguesa. Mesmo na Idade Média, a palavra era usada para descrever várias disfunções na pele, tais como a tinha. Harold M. Spinka declara; “Minha opinião é que a lepra, como também as doenças mencionadas nos diferentes diagnósticos - por exemplo, a psoríase crônica, a sí- filis, o pênfigo, a dermatite herpetiforme, a varíola, o fungo infeccioso e a pioderma - eram incluídas sob o título geral de lepra” (“Lepra nos Tempos Hebraicos Antigos”, JASA, XI [março de 1959], 17-22). Também é demonstrado que a lepra do AT não é idêntica à lepra de hoje, pelo fato de que havia a lepra de casas e das roupas (Lv 13.47; 14.37) - provavelmente algum tipo de mofo ou fungo. Veja Lepra.

  A aflição de Jó tem sido objeto de muita especulação. É improvável que ele tenha tido tumores comuns, pois eles não se estenderíam da cabeça aos pés e não coçariam tão severamente (Jó 2.7,8). A descrição pode ser da varíola, que é de ataque repentino, extensiva, e pode coçar em um estágio. No entanto, uma pessoa com varíola estaria provavelmente doente demais para falar, como Jó foi capaz de fazer. Pelagra, psoríase, eczema, dermatite herpetiforme e demartite esfoliativa, foram sugeridas como possibilidades. Dermatite herpetiforme, uma rara doença de pele, iria coçar intensamente, e não afetaria gravemente a saúde geral de Jó.

  A dermatite esfoliativa é generalizada, crônica, terrível, produz muita coceira e é associada a tumores provenientes da própria coçeira.

Doenças dos Olhos e Ouvidos

  Tanto a cegueira congênita quanto a adquirida são mencionadas na Bíblia. A infecção por tracoma ainda é uma causa comum de cegueira adquirida em muitas partes do mundo. Este vírus causa uma saída de líquidos de má aparência e pode ter sido o problema de Léia (Gn 29,17). Talvez seus olhos fossem estrábicos (strabísmus). O tracoma poderia ter sido o espinho na carne de Paulo (2 Co 12.7-10); suas próprias palavras sugerem algum tipo de problema nos olhos (cf Gl 6.11 com 4.14,15; Act 23.2- 5). A varíola também pode causar uma ul- ceração repugnante e uma mancha na córnea, com perda de visão.

  A catarata era provavelmente a causa da cegueira de Isaque e Eli em sua idade avançada. Esta se caracteriza por uma opacidade progressiva do cristalino dos olhos. Em Levítico 21.20, a palavra heb. para “belida” (q.v) sugere uma mancha que causa uma visão confusa, provavelmente uma catarata.   A oftalmia neonatal (Ophthalmia nconato- rurri) causa uma conjuntivite grave e cegueira em crianças recém-nascidas, É geralmente o resultado de uma infecção por gonorréia na mãe. Esta provavelmente era responsável por boa parte da cegueira infantil. Também existem muitos tipos de anomalias congênitas dos olhos, que poderiam resultar em cegueira total a partir do nascimento. Veja Cegueira.

A surdez também era comum nos tempos bíblicos, embora seja difícil determinar sua causa.

Deformidades Ortopédicas

  As deformidades ortopédicas teriam sido comoventes em uma época em que pouco poderia ser feito para corrigi-las. O mendigo coxo que foi curado naquele encontro com Pedro é um destes casos (Act 3.2-8). Uma vez que era coxo de nascença, ele podería ter tido um pé torto congênito, spina bifida, ou paralisia cerebral. A mulher curada por CRISTO de uma enfermidade que a acometia por 18 anos, tinha provavelmente uma forma grave de artrite que fazia com que ela se curvasse para frente (Lc 13.11-13). Isto soa como artrite reumática, que atinge mais as mulheres do que os homens.

  A coxeadura de Jacó, adquirida por sua luta corporal com o anjo de DEUS, pode ter sido causada por um deslocamento de quadril (Gn 32.25,31,32). Pode-se caminhar com uma coxeadura por um deslocamento anterior. A dor aguda e a deficiência podem também indicar uma ruptura de disco intervertebral, produzindo a dor ciática.

Doenças Neurológicas

  A paralisia era evidente na população judaica dos dias de JESUS. Era, sem dúvida, freqüentemente, causada por acidentes bem como pela tuberculose da espinha e pela pólio. A paralisia é raramente mencionada no AT.

  O paralítico curado por CRISTO (Lc 5.18) tinha, possivelmente, um ferimento ou uma lesão no osso da espinha, que causava pressão na medula espinhal. Isto resultaria em paralisia da parte inferior do corpo. O homem curado no tanque de Betesda (Jo 5.5- 8) era alguém parcialmente paralisado. Um ferimento de nascença, pólio, esclerose múltipla, ou um derrame poderia ter causado esta paralisia. O homem que tinha a mão ressequida também era parcialmente paralisado (Lc 6.6-10). Sua atrofia muscular poderia ter resultado de uma incapacidade de usar uma das mãos. Ele pode ter sido vítima de algum ferimento, pólio, ou possivelmente esclerose lateral amiotrófica, que afeta os pequenos músculos da mão. O fato clinicamente significativo é que CRISTO o curou de forma instantânea e completa.

  O servo do centurião (Lc 7.2; Mt 8.5) também estava paralisado. No entanto, sua condição era aguda; ele estava perto da morte, e sofrendo grande dor, Isto sugeriría tétano ou uma grave compressão da medula espinhal proveniente de um tumor, abscesso ou hemorragia. O filho da mulher sunamita teve um ataque repentino de dor de cabeça (2 Rs 4.18-20). Ele morreu dentro de seis horas como conseqüência daquilo que pode ter sido uma insolação, meningite, hemorragia subaracnóide, ou mais provavelmente de malária cerebral.

Obstetrícia

  A esterilidade era um problema que afligia muitos casais nos tempos bíblicos, assim como acontece hoje. Sara, Raquel, a esposa de Manoá, Ana, a mulher sunamita e Isabel, tinham esta enfermidade.

  Os partos no Israel antigo eram geralmente executados com a mãe em um “assento de nascimento’’ (Êx 1.16), ou sentada no colo de outra mulher (Gn 30.3). (Nesta segunda passagem a prática referida pode ser a de colocar a criança recém-nascida nos joelhos daquela que poderia dar legitimidade ou o direito de herança - Ed.]. Após o nascimento do bebê, o umbigo era cortado, o bebê era lavado com água, esfregado com sal, e enrolado em panos (Ez 16.4). Tamar deu à luz habilmente a gêmeos com um deles em uma posição transversal (Gn 38.27-30).

Doenças Mentais

  Há apenas algumas referências às doenças mentais no AT. Davi fingiu estar louco, de uma forma convincente (1 Sm 21.12-15); Saul tinha depressões recorrentes e mostrava sintomas de paranóia (1 Sm 16.14,23; 18.8-11,28,29; 19.9,10). Nabucodonosor teve sintomas psicóticos, vivendo como um animal por sete anos. R. K. Harrison classifica sua doença como licantropia ou boantropia, uma forma específica de paranóia (IOT, pp. 1114-1117).

  O escritor de Provérbios 17.22 relacionou as emoções ao corpo, e assim antecipou a medicina psicossomática quando escreveu: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos”.

A relação entre a doença mental e a possessão demoníaca é incerta e controversa. O “homem com espírito imundo”, de Gadara (Mc 5.2-5), lembra o que classificaríamos hoje como psicótico, embora os outros “endemoninhados” curados por CRISTO tivessem sintomas orgânicos de doenças físicas.

Doenças Internas

  A febre alta é um sintoma e não propriamente uma doença. Ela poderia estar relacionada à malária, à tifóide, à paratifóide, à varíola, à insolação, ao tifo, ou a várias outras doenças (Lv 26.16; Dt 28.22; Lc 4.38).

A pestilência enviada por DEUS sobre os filisteus (1 Sm 5.6,96.5 ;12־) era provavelmente a peste bubônica. Esta doença foi descrita por Hipócrates 400 anos antes de CRISTO. Ela devastou a Europa na Idade Média e tem as características de alta mortalidade, incidência repentina, transmissão por roedores mortos, e a presença de glândulas in- guinais aumentadas (na virilha). É interessante notar que os filisteus colocaram cinco imagens de ouro dos tumores e ratos ao lado da arca. [Alguns têm sugerido que os “tumores” eram hemorróidas, de acordo com a versão KJV em inglês, “emerods”. - Ed.]

  Uma outra peste foi usada por DEUS para destruir o exército de Senaqueribe (2 Rs 19.35). Existem duas doenças que poderiam matar um grande número de pessoas dentro de 24 horas - cólera e a praga pneumônica. Provavelmente tenha havido alguns casos no acampamento antes do pico da epidemia.

  O gigantismo é causado por um desarranjo de ordem endócrina. Golias é um exemplo familiar e possivelmente tinha um tumor pituitário anterior. Ogue, rei de Basã, precisava de uma cama de aprox. 4 metros de comprimento (Dt 3.11). Um gigante com 12 dedos nas mãos, e 12 dedos nos pés é descrito em 2 Samuel 21.20.

  A hidropisia é causada pela fluidez dos tecidos. E sintomático de certas doenças, sendo a mais comum a insuficiência cardíaca. O homem a quem CRISTO curou com esta condição pode ter sofrido de câncer, doença do coração, fígado ou rins (Lc 14.2).

   A disenteria foi a doença que causou a febre debilitante do pai de Públio (Act 28,8). Em casos fulminantes de disenteria bacilar, há evacuacâo de sangue e muco (daí o “fluxo de sangue* mencionado na versão KJV em inglês), e a morte pode vir rapidamente.

  A ciência médica traz o esclarecimento sobre várias mortes descritas na Bíblia. O rei Asa morreu com uma grande doença em seus pés (2 Cr 16.12-14), Seu caixão foi cheio com perfumes. Isto sugere uma gangrena de seus pés que teria causado um odor Fétido. A gangrena (também “cancro” ou “câncer”) era reconhecida como uma doença destruidora que consome o tecido em uma parte do corpo, geralmente um membro (2 Tm 2.17). Ela pode ser causada por um ferimento ou por uma falha no sistema circulatório sanguíneo. O rei Jeorão foi acometido por uma doença incurável que causou um prolapso do reto (2 Cr 21.18,19). Esta pode ter sido uma grave disenteria amebiana ou um câncer do reto. Nabal era, provavelmente, um alcoólatra crônico. Após um episódio de alcoolismo agudo, ele aparentemente teve um acidente vascular cerebral (derrame). Ficou em coma por dez dias e morreu sem recobrar a consciência (1 Sm 25.36-38).

Ananias e Safira morreram repentinamente e sem aviso (Act 5.1-10). Eles podem ter sido atacados por uma trombose coronária. Herodes Agripa foi consumido por vermes intestinais (Act 12.23). Eie provavelmente tinha uma obstrução intestinal causada por vermes parasitários e pode ter morrido devido a uma perfuração intestinal, e sua peritonite resultante.

Os Sofrimentos e a Morte de CRISTO

  A forte tradição cristã declara que o suor de JESUS caiu ao chão como gotas de sangue como o resultado de sua angústia no Getsêmani (Lc 22.44). Isto pode ter sido a rara emissão de sangue pelas glândulas sudoríparas. Discute-se se os versículos 43 e 44 foram escritos por Lucas, de acordo com a evidência daquele que é considerado o melhor manuscrito (veja Suor de Sangue). Há mais de 100 anos, foi sugerido por Stroud que CRISTO morreu de hérnia cardíaca (isto é, urna ruptura do coração). Esta se tornou uma opinião comumente defendida, mas é bastante improvável. A hérnia cardíaca, além do trauma, é rara, e quando ocorre afeta aqueles cujos, corações já estão seriamente debilitados. E improvável que o coração de CRISTO estivesse enfermo à luz de sua atividade energética anterior, e de sua perfeita condição física para cumprir as exigências sacrificiais (1 Pe 1.19).

  Também foi sugerido que CRISTO morreu de asfixia pela debilitação a respiração enquanto estava na cruz. Uma posição ereta prolongada também poderia levar a uma coagulação venosa e a uma insuficiência circulatória periférica. Uma diminuição do rendimento cardíaco e a conseqüente diminuição do fluxo de sangue para os tecidos causariam um nível de oxigênio mais baixo no cérebro.

   Também compatível tanto com a história bíblica como com a probabilidade médica é a dilatação aguda do estômago. Isto é visto hoje como uma complicação pós-operatória rara e fracamente compreendida. Ela também pode seguir um estado de choque. O golpe da lança teria liberado o fluido aquoso acumulado no estômago dilatado de nosso Senhor. O sangue provavelmente tenha vindo do coração perfurado e dos grandes vasos. Após um golpe como este, não se pode ter qualquer dúvida quanto à sua morte.

  A despeito de qual tenha sido a causa imediata de sua morte, a importância da crucificação reside no significado da morte de CRISTO, Podemos dizer com Isaías: *Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is 53.5).

Princípios de Saúde na Bíblia - Dicionário Bíblico Wycliffe

  A Bíblia tem muito a dizer sobre cura e saúde. Em suas páginas podem ser encontrados muitos princípios sólidos para uma vida saudável, tanto do ponto de vista médico quanto do psicológico. A resistência física e o bem- estar do corpo nunca são desprezados nem rejeitados, mas são habilmente Tesumidos na oração do apóstolo: “Amado [acima de tudo], desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma” (3 Jo 2).

A lei de Moisés defíniu regras específicas que serviram para prevenir doenças, e ela conti- nna sendo um “modelo de critério sanitário e higiênico” (R. K. Harrison, “Healing, Health”, IDB, II, 542). O Código Sanitário Mosaico estipulou o descanso físico periódico por meio da observância do sábado; regras alimentares que diminuíam a possibilidade de contaminação com solitária e doenças tais como triquiníase e tularemia; profilaxia sexual e proibição de relações incestuosas, comuns entre povos vizinhos; limpeza, por meio da lavagem do corpo e das roupas; e normas sanitárias para os exércitos nos campos, que evitavam o surgimento de epidemias de doenças infecciosas (Dt 23.12,13).

   A prevenção de doenças psicossomáticas é assegurada pela obediência à Palavra de DEUS. “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16.24; cf. 3.8; 4.22; 12.18; 13.17; 15.1,4). O conceito de saúde inclui todas as áreas da existência individual - o corpo, a mente e o espírito - como sugere o salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em DEUS, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu DEUS” (Sl 42.11). O perdão dos pecados e a purificação trarão saúde e cura (Jr 30.12-17; 33.6-8). A obra redentora de CRISTO é a maior força curativa conhecida pelo homem; pois a culpa, a amargura, o ódio, a inveja e outras atitudes negativas são removidas, pois elas mesmas são doenças e causam todo tipo de enfermidades físicas e mentais. Os psiquiatras reconhecem o amor como sendo *o único antídoto que pode salvar o homem das inúmeras doenças produzidas pelas emoções da nossa natureza má” (S. I. McMillen, None of These Diseases, p. 78). Portanto, o novo mandamento do Senhor JESUS CRISTO (Jo 13.34) e as diversas exortações dos apóstolos (por exemplo, Ef 4.25-32; Fp 4.4-8; 1 Pe 3.8-12) são a base para a cura e a saúde física e mental.

A Cura Divina

  Adicionalmente aos princípios de saúde, a Bíblia ensina que o ser humano pode recorrer a DEUS para uma cura direta, quando outras possibilidades de cura falharem. A cura divina é um assunto sobre o qual existem diferenças de opinião desde o princípio da história da igreja cristã. Os protestantes e a igreja católica afirmam a sua prática, assim como os adeptos da Ciência Cristã e outras seitas ditas cristãs, juntamente com os muçulmanos e muitas das religiões pagãs.

  Todos os cristãos concordam que a Bíblia ensina que DEUS curou e pode curar os homens de todos os tipos de doenças; o fato de que no Antigo Testamento Miriã foi curada da lepra (Nm 12.10-15) e de que o Senhor JESUS CRISTO curou muitos leprosos (Mc 1.40-44; Lc 17.12-19) prova, uma vez que essa doença ainda é muito difícil de controlar, e às vezes impossível de curar, que não se excluí nenhuma doença. Ao proclamar: “Eu sou o Senhor, que te sara״, DEUS prometeu aos israelitas que como resultado da sua obediência, Ele não lançaria sobre eles nenhuma das doqnças que havia lançado sobre os egípcios (Ex 15.26; cf, 23.25; Sl 105. 37). Davi deu testemunho com respeito ao homem temente a DEUS. “O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu renovas a sua cama na doença” (Sl 41.3). O salmista repetidamente ora e agradece a DEUS pela cura (Sl 6.2; 30.2; 103.3; 107.20; 147.3). A obediência à Palavra de DEUS e uma atitude misericordiosa são comprovadamente essenciais para a cura e para a saúde (Sl 107.20; Pv 4.20-22; Is 58.6-8). Algumas das curas registradas na Bíblia Sagrada ocorreram com o uso de algum expediente, como no caso de Ezequias, por meio de uma pasta de figoq (2 Rs 20.2-11; cf. 1 Tm 5.23; Tg 5.14,15; Ex 15.23-26; Jr 8.22; 1 Sm 16.16; Mt 9.12). Outras ocorreram sem nenhum expediente, como por exemplo, no caso de Miriã.

   Certamente, a Bíblia não se opõe ao uso de expedientes para a cura, uma vez que o próprio Senhor JESUS CRISTO considerava normal que as pessoas fossem aos médicos (Mt 9.12). No caso de Asã, que tem sido citado como uma prova do contrário, os “médicos” que ele buscou na realidade eram o equivalente a mágicos pagãos (2 Cr 16.12). O ato de Asa revelou uma falta de fé em DEUS e uma dependência de homens que eram muito parecidos com os curandeiros modernos. Na parábola do bom samaritano, o Senhor JESUS afirma que azeite e vinho foram aplicados sobre as feridas do viajante espancado (Lc 10.34). A mulher que tinha um fluxo de sangue sofria de uma doença que ultrapassava o conhecimento da medicina daque- a época, e não justifica a rejeição que alguns cristãos demonstram em relação aos remédios comprovadamente eficazes (Mc 5.25,26; Lc 8.43). E significativo que Paulo tenha escolhido Lucas, um médico (Cl 4.14) como o seu companheiro de viagem.

Também existe um tipo de cura do qual participam alguns fatores adicionais, embora eles não sejam verdadeira mente terapêuticos, mas simplesmente simbólicos. Por exemplo, na cura de Naamã, o leproso, a sua entrada no Jordão parece faiar da fé por parte de Naamá e d a purificação, por parte de DEUS (2 Rs 5.14). Também na cura de um cego, o Senhor JESUS cuspiu nos seus ollios (Mc 8.23), e no caso do nomem que era cego de nascença, Ele fez uma mistura de terra e saliva (Jo 9.6). A imposição das mãos sobre o corpo do doente, realizada pelo Senhor JESUS e pelos discípulos (Lc 13.11-13; Mc 6.13), e a unção da pessoa enferma com azeite são símbolos da presença Divina, e do poder curativo Divino (Mc 6.13; Tg 5.14).

Várias Teorias Sobre a Cura Divina

Essas teorias se baseiam em algumas suposições de caráter geral

1. Ao procurar a cura, estamos escolhendo entre DEUS e os médicos.

PoR exemplo, A. B, Simpson escreveu: “Se você não consegue confiar no Senhor, então chame o médico... se você não consegue escolher o melhor de DEUS, então escolha o segundo melhor dEJe" (R. V. Bingham, The Bible and tke Body, p. 20).

A rejeição ao uso de remédios revelados por DEUS ao homem, como os usados na medicina moderna, a favor da cura divina direta, não é em si mesma um ato razoável de fé na confiança e dependência, mas as Escrituras não parecem indicar que essa deva ser a regra geral para todos os crentes. Muitos cristãos estão vivos hoje devido às modernas descobertas da medicina e especialmente das práticas cirúrgicas.

2. A cura é uma parte da salvação possibilitada por CRISTO na cruz, tanto quanto é o perdão aos pecados.

Como uma prova, podemos citar Isaías 53.4a e 5c: “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e nossas dores levou sobre si... pelas suas pisaduras, fomos sarados”, juntamente com Mateus 8.16,17. “E ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz. Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças”.

É verdade que a palavra hebraica holi traduzida como “sofrimento” normalmente significa doença ou enfermidade, e a palavra mak’obotn significa dor, seja física on mental. A. J. Gordon apóia a idéia de cura com a reconciliação na obra The Ministry ofHecding, ao escrever: “Aqui existe uma referência a alguma coisa além do companheirismo solidário com os nossos sofrimentos. O jugo da sua cruz, pelo qual Ele nos liberou das nossas iniqüidades, também levou as nossas doenças: de modo que, de alguma maneira, é verdade que   ‘Àquele que não conheceu pecado. ^DEUS Pai] o fez pecado por nós’. O Senhor também fez com que Aquele que não conheceu enfermidades... ficasse enfermo por nós. A passagem parece ensinar que CRISTO suportou por delegação tanto as nossas doenças quanto as nossas iniqüidades” (pp. 16-17).

  No entanto, grande parte dos evangélicos discorda dessa interpretação. Eles pensam que as passagens mencionadas somente provam que CRISTO suportou as nossas doenças como uma carga pesada de sofrimento. É verdade que a palavra grega bastazo usada em Mateus 8.17 é usada no sentido de levar cargas (Gl 6.2; Rm 15.1), e é usada por Galen no sentido de remoção das doenças (Arndt, p. 137), mas nunca para referir-se a CRISTO suportando o pecado imputado. Somente em um outro trecho único do Novo Testamento existe uma sugestão de cura pela expiação. Em 1 Pedro 2.24, o apóstolo conecta a expressão “pelas suas feridas fostes sarados” com o sacrifício da morte de CRISTO na cruz, mas não existe menção explícita a uma doença física. O argumento também estabelece que CRISTO nos redimiu da maldição da lei (Gl 3.13), da qual as enfermidades são um aspecto definido (Dt 28.21-27,59-61). Além disso, a cura, como uma primeira bênção da ressurreição, é prometida para os nossos corpos mortais por meio do ESPÍRITO SANTO que habita em nós (Rm 8.11; cf. 6.12 no tocante a “corpo mortal”).

3. As enfermidades podem ser o resultado do pecado.

Embora seja verdade que muitas enfermidades são uma punição pelo pecado enviada por DEUS - por exemplo, as pragas que afligiram Israel quando eles se rebelaram contra DEUS na peregrinação pelo deserto (Nm 11.33; 14.37; 16.47; 25.8,9,18), algumas são usadas por DEUS para a sua própria glória (Jo 9.3) e outras para o bem da pessoa que as sofre (2 Co 12.7-10; veja Espinho na Carne).

4. A enfermidade pode ser atribuída ao diabo.

William Branham, um evangelista que pregava a cura divina, por exemplo, orava aa seguinte maneira; “Saia dele/dela, demônio do câncer", F. F. Bosworth explicava as enfermidades como sendo causas pela “opressão do demônio” {Ckrist tke Healer, p, 1). Ele baseou o seu argumento no que Pedro disse aos gentios sobre o ministério de JESUS: Ele “andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” (Act 10.38). Oral Roberts concorda com Bosworth (Oral Roberts, IfYou Xeed Healing, p. 16). Há outros trechos que dâo suporte a esta afirmação, como Lucas 13.16 que fala da mulher “a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa”. O argumento de CRISTO de que Ele não expulsava demônios por Belzebu (Lc 11.14-23); a permissão de DEUS para que Satanás afligisse Jó com chagas malignas (Jó 2.7), assim como algumas referências ao poder de Satanás (Jo 12.31; Hb 2.14,15; 1 Jo 3.8; 5.19) são usados para corroborar esse ponto de vista.

   Embora esteja claro pelas Escrituras que Satanás freqüentemente inflige doenças sobre os homens, está igualmente claro que isso só ocorre com a permissão de DEUS. DEUS, como soberano, pode usar o sofrimento infligido por Satanás, e pelo homem, para os seus próprios objetivos e glória, e o faz (Rm 8.18,22,23,26,28). Muitas enfermidades, no entanto, derivam de outras causas que não são o resultado de uma ação direta de Satanás.

Causas das Enfermidades

Podem ser encontradas auatro principais razões para as enfermidades:

1. Unia conseqüência da maldição que caiu sobre a raça humana depois do pecado de Adão e Eva.

Neste sentido, todas as enfermidades derivam do primeiro pecado do homem, embora isso não signifique que uma enfermidade de um indivíduo seja devida ao seu próprio pecado. O fato de que existe uma árvore com todos os tipos de frutas para a cura das nações em Ezequiel 47.12 e Apocalipse 22.2, indica que as enfermidades são o resultado do pecado de Adão e Eva, e que devem ser removidas, assim como a maldição trazida por aquele pecado será removida (Rm 8-18-23; cf. Gn 3.18,19).

2. Ignorância e falta de cuidados.

Existem muitos casos em que a doença é causada pela ignorância do homem e até mesmo pela sua própria falta de cuidados. Uma prova do primeiro caso é a alta taxa de mortalidade de recém-nascidos até que Semmelweis e Lister descobrissem os anti-sépticos; porém a doença constante nos lares de alguns cristãos, em contraste com a maravilhosa saúde desfrutada por outros, se deve freqüentemente ao segundo caso. Com o progresso do conhecimento da medicina, diminui a ocorrência de vários tipos de doenças e a expectativa de vida do homem aumenta.

3. Pecado individual.

A doença pode ser diretamente causada pelo pecado do homem, como no caso da disseminação de uma doença venérea, ou uma doença crônica causada pelo alcoolismo. A doença também pode ser enviada por DEUS como uma punição, como no caso do pecado da presunção de Uzias (2 Cr 26.19,20). O Senhor JESUS CRISTO ordenou a um dos doentes crônicos que Ele tinha curado, “Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior״ (Jo 5.14).

4. Como um castigo, para o desenvolvimento do caráter.

Este uso particular da doença e dos acidentes, para treinar e desenvolver os filhos de DEUS, não pode ser ignorado. O Senhor corrige àquele a quem ama (Hb 12.6). O crente deve encarar a sua passagem por diversos testes e provas (que podem incluir doenças) como uma bênção, porque se ele suportá-los pacientemente eles irão Tesultar no fruto aprazível da justiça, e ele receberá a coroa da vida como uma recompensa (Tg 1,2-4,12). Jó foi levado ao reconhecimento do seu orgulho e da sua atitude de autojustificação por meio das suas aflições, e arrependeu-se no pó e nas cinzas (Jó 40.4; 42.6). Paulo viu o espinho na sua carne como algo que Satanás poderia usar para esbofeteá-lo (2 Co 12.7), mas também como algo que DEUS usava para conservá-lo humilde e fazer com que ele confiasse no ESPÍRITO SANTO, em sua graça e em seu poder (vv. 9,10); conseqüentemente, o apóstolo se regozijou com isso. O fato de a doença poder ser usada por DEUS para o desenvolvimento do caráter, da fé e da humildade nos seus próprios filhos faz com que seja impossível continuar a vê-la como sendo sempre o resultado imediato do pecado.

   Nas ocasiões em que o Senhor JESUS CRISTO não apenas curava os enfermos, mas também os perdoava dos seus pecados, como no caso do paralítico trazido por quatro amigos (Mt 9,2-8; Mc 2.3-12; Lc 5.18-26), não fica provado que a doença do homem era devida aos seus pecados, mas que CRISTO estava exercendo a sua própria prerrogativa, como DEUS, de perdoar pecados. E foi sob esse enfoque que os escribas e os fariseus enxergaram a situação (Mt 9,3; Mc 2.7; Lc 5.21). Ao mesmo tempo, como foi visto acima, é verdade que alguns estão doentes devido aos seus próprios pecados.

   O fato de Paulo ter curado tantos outros (Act 19.11,12), mas ele próprio não ter sido aliviado, mesmo tendo orado por isso três vezes, mostra que a vontade de DEUS é a de que alguns sofram, para o seu próprio bem (2 Co 12.10). Isto também prova que a cura não depende exclusivamente da nossa fé em DEUS; mas também depende da vontade de DEUS. A “oração da fé” que cura o doente em Tiago 5.15 é aquela oração despertada por DEUS, na qual o filho de DEUS tem a certeza, antes de pedir, de que o seu pedido está de acordo com a vontade de DEUS, e que será atendido. Isto fica claro em 1 João 5.14,15, onde se lê: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.”

As Curas Realizadas pelo Senhor JESUS CRISTO e Pela Igreja Primitiva

   Como as enfermidades não faziam parte da criação original, ao contrário eram uma coisa má, o Senhor JESUS nunca hesitou em curar os enfermos. Quando um leproso questionou se era a sua vontade purificá-lo da doença, o Senhor JESUS imediatamente baniu esse pensamento e curou o homem (Mc 1.40-42). Em sua missão de desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8), Ele fez todos os esforços possíveis para expulsar os demônios e curar os enfermos. Portanto, o seu ministério destinava-se tanto à mente e à alma quanto ao corpo. O seu objetivo era a restauração de toda a personalidade. Assim, a cura bíblica inclui as necessidades do homem como um todo.

  De certo modo, as curas realizadas pelo Senhor JESUS CRISTO devem ser classificadas em uma categoria especial. Através delas, Ele demonstrou e provou que era o Filho de DEUS. Ele as realizou com o seu poder peculiar, e com o do ESPÍRITO SANTO, que Ele possuía de forma ilimitada. Elas confirmaram a sua Pessoa e também o seu poder (Lc 4.14-21 com Is 61.1,2; Mt 11,2-5; 15.30,31 com Is 35.5,6). Os milagres e os dons espirituais de cura (1 Co 12.9,28) dos discípulos e da igreja primitiva eram semelhantes, no sentido de provar que esses homens eram verdadeiros seguidores de CRISTO, e assim corroboravam com eles e com o seu ministério. Os milagres de Filipe em Samaria, a cura do mendigo coxo na porta do templo, e do coxo de Listra abriram as portas para a oportunidade de testemunhar a respeito de CRISTO (Act 3,4; 8.6- 8; 14.8-18).

  Por outro lado, nem os milagres de JESUS nem os dos apóstolos eram simplesmente sinais; eles eram uma função salutar do reino de DEUS. Com a sua compaixão, o Senhor trazia verdadeiro alívio às multidões de sofredores que necessitavam de cura. Os escritos dos líderes da igreja dos três primeiros séculos dão testemunho do fato de que a oração e a expulsão dos demônios, como meios de cura, continuavam sendo eficientes, pelo menos em parte (veja a pesquisa de A. Harnack, The Mission and Expansion of Christianity, pp. 120-146).

   Tanto o Senhor JESUS CRISTO, como no caso dn homem cego de nascença (Jo 9.1-38), quanto os apóstolos, como no caso do coxo curado por Pedro no templo (Act 3.1-11), curaram aqueles que inicialmente não tinham nenhuma fé. Mas CRISTO e os apóstolos também curaram outras pessoas com base na fé que elas possuíam (Mt 9.29; Mc 5.34; 10.52; Lc 7.50; 8.48; 17.19; Act 14.9). Isto prova que as curas do Novo Testamento somente algumas vezes se basearam na fé da pessoa que foi curada. O mesmo é verdade quando ocorrem as curas genuínas por meio do ministério dos servos de DEUS dos nossos dias.

FONTE: APAZDOSENHOR.OR

 VEJA:

LIÇÃO ORIGINAL CPAD - 2007

Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos

4º Trimestre de 2007

Título: As promessas de Deus para a sua vida

Comentarista: Geremias do Couto

Lição 5: A promessa da cura divina - Data: 04 de Novembro de 2007


                         Videoaula - pastor Esequias Soares

           

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