TEXTO ÁUREO
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.”
(Ef 5.18)
VERDADE
PRÁTICA
Ser cheio do Espírito pode se referir tanto ao batismo no Espírito Santo como também à vida plena no Espírito.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Efésios
5.15-20
15 – Portanto, vede prudentemente
como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 – remindo o tempo, porquanto
os dias são maus.
17 – Pelo que não sejais
insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
18 – E não vos embriagueis com
vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, 19 – falando entre vós
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor
no vosso coração,
20 – dando sempre graças por tudo
a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
OBJETIVO
GERAL
Mostrar a necessidade de se viver o fervor espiritual.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
1
Destacar a importância da devoção na vida do crente
pela Palavra e oração;
2
Enfatizar a importância de manter-se “cheio do
Espírito”;
3 Prevenir a respeito da frieza espiritual.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
A
frieza espiritual paralisa as pessoas. Ela revela-se na ausência da observância
de disciplinas devocionais comuns a todo cristão. Quando não há mais o desejo
de separar tempo para a oração e meditação nas Escrituras Sagradas; não se
pratica mais o jejum; não há mais o respeito e a reverência pelas coisas
espirituais; tudo isso se apresenta como um ciclo débil que envolve a vida das
pessoas, até que elas passam a “racionalizar” o pecado.
Uma vez que a vida espiritual perdeu sua vivacidade, a vida moral tende a sofrer consequências degenerativas. Esse processo se inicia com a degeneração das relações familiares e sociais (cf. Ef 5.15-17,22-33; 6.1-5). Não há mais vigilância com a vida espiritual (cf.Ef 6.10-20). A lógica espiritual é muito simples: se há fervor espiritual, há desejo pelas coisas de Deus; se há frieza espiritual, há desejo e supervalorização pelas coisas carnais.
INTRODUÇÃO
A expressão “todos foram cheios do Espírito Santo”, em Atos 2.4, quer dizer que todos foram batizados no Espírito Santo. Isso já estudamos na lição 3, mas nela aprendemos igualmente que “cheio do Espírito” indica também viver a plenitude ou o fervor do Espírito. Vamos analisar melhor essa parte da teologia pentecostal.
PONTO CENTRAL
É preciso viver o fervor espiritual.
Lição
9 – Vivendo o Fervor Espiritual
O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO: a atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO
A
recomendação da Bíblia aos crentes pentecostais é: “Não vos embriagueis com
vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (E f 5.18).
“Enchei-vos do Espírito”. O verbo traduzido
por “enchei-vos” traz no original quatro lições importantes:
1) E um imperativo — pois se trata de uma
ordem.
2) Está no plural — por isso, aplica-se a
todos os crentes.
3) Está na voz passiva — o que significa que a
ação de estarmos cheios do Espírito é atribuição dEle.
4) Está no tempo presente contínuo — isto é,
designa uma ação constante, contínua, perene. Portanto, pode ser traduzido como
“Deixai-vos encher continuamente do Espírito”.
Enchendo-nos continuamente do Espírito para
cultuar a Deus. Os crentes de Efeso só poderiam continuar enchendo-se do
Espírito, se já estivessem cheios dEle anteriormente. Na verdade, eles já
haviam sido batizados com o Espírito, conforme Atos 19.1-7. Quando o crente é
cheio e se mantém renovado pelo Espírito Santo, o culto cristão é caracterizado
por: “salmos, e hinos, e cânticos espirituais” (E f 5.19).
O fruto
do Espírito. Em I Coríntios 2.14— 3.3, vemos que Deus divide toda a humanidade
em três grupos de pessoas. Apenas três, e isso no sentido espiritual: ( I ) o
homem natural, literalmente controlado pela sua alma (2.14); (2) o homem
espiritual, literalmente controlado pelo Espírito Santo (2.15); e (3) o homem
carnal, controlado, literalmente, pela sua natureza carnal (3.3). Ninguém
escapa dessa classificação divina. Todos nós somos um desses "homens”.
Identifique-se!
O homem natural não é salvo. È irregenerado. E
chamado de “natural” porque vive segundo a natureza adâmica, decaída. O homem
espiritual é aquele que o Espírito Santo governa e rege seu espírito, sua alma
e seu corpo. Nele, o seu “eu”, pela fé em Cristo, está mortificado, crucificado
(Rm 6.11; G1 2.19,20). Já o homem carnal, na conceituação bíblica, é o crente
espiritualmente imaturo e que assim continua através da vida — “meninos em
Cristo” (I Co 3.1). A vida do crente carnal é mista, dividida, fracassada. Esse
crente vive em conflito interior entre a sua natureza humana e a divina, sendo
a sua alma o campo de batalha (cf. G1 5.13-26).
O homem
espiritual é o crente cheio do Espírito Santo, isto é, aquele em cuja vida o
fruto do Espírito tem amadurecido (G1 5.22,23; E f 5.9; Jo 15.1-8, 16). A
evidência de que alguém continua cheio do Espírito é a manifestação do fruto do
Espírito de Deus em sua vida (M t 3.8; 7.20).
Se um cristão afirma ser nascido de novo, mas seu modo de viver dentro e fora da igreja desmente o que afirma, isso é uma contradição, um escândalo e uma pedra de tropeço para os descrentes e os cristãos mais fracos. È pela sua habitação e presença permanente no crente, regendo-o em tudo, que o Espírito produz o seu fruto, como descrito em Gálatas 5.22.
A RENOVAÇÃO PELO ESPÍRITO
Há vários fatores que ocasionam o envelhecimento
ou a decadência espiritual. Os mais comuns são a rotina, a imaturidade, a
frieza, o descaso e, por fim, a estagnação da vida cristã. H á crentes que
perdem o entusiasmo e o fervor dos primeiros dias de fé, acostumando-se a uma
vida sem poder, testemunho, oração, consagração e crescimento. Nesta situação,
se não houver uma reversão imediata, o crente pode desviar-se dos caminhos do
Senhor, o que será ainda pior.
Aquele
fervor espiritual do início da conversão deveria ser conservado, mantendo assim
aberto o caminho da renovação pelo Espírito Santo (Lv 6.13; Jó 14.7-9; SI
92.10; 119.25; Lm 5.21; T t 3.5).
O que é
renovação espiritual. Renovar significa “tornar novo”, “recomeçar”, “refazer”,
“reaver”, “retornar”. N a renovação espiritual, o Espírito Santo restaura e
revigora a obra que anteriormente havia iniciado na vida do crente (SI 103.5;
Rm 12.2; Ap 2.4,5; SI 51.10; Cl 3.10).
Renovar
espiritualmente é:
1)
Retornar às experiências espirituais do passado. N o início da fé cristã, o
crente recebe do Senhor bênçãos extraordinárias que antes da conversão jamais
poderia obter: fortificação pela fé em Cristo, certeza de vida eterna, batismo
com o Espírito Santo, dons sobrenaturais, milagres, comunhão com Deus,
santidade, vida cristã vitoriosa e tantas outras maravilhas que acompanham a
salvação. O amoroso Pai tem prazer de, no início da jornada da fé, encher o
crente de vida, graça e poder espiritual. Ele nos eleva muito além das
experiências puramente humanas. Todavia, infelizmente, muitos esfriam na fé e
perdem o contato com a Fonte da Graça. Só o Senhor, por meio do seu Santo
Espírito, pode revigorar aqueles que perderam a força e a altitude das águias
(Is 40.28-31).
2)
Restabelecer as bênçãos perdidas. E difícil aceitar que o crente possa perder
algo que recebeu de Deus. Alguém imagina que o Pai celestial jamais retirará as
bênçãos de seus filhos, especialmente as espirituais. Porém, a Bíblia é
categórica ao afirmar que, se não cuidarmos bem da nossa vida espiritual,
poderemos, sim, perder as bênçãos advindas do Senhor. A Palavra de Deus nos diz
que podemos perder o amor (Ap 2.4), a alegria da salvação (SI 51.12), a fé (I
Tm 6.10), a firmeza em Deus (2 Pe 3.17), o poder (Jz 16.20) e muitas outras
bênçãos do Alto. E por isso que somos advertidos a guardar o que temos (Ap
2.25; 3.11).
Graças
a Deus que, pela renovação espiritual, o Senhor nos restaura completamente e
torna a dar-nos as bênçãos perdidas (SI 51.10; Os 2.15; Lm 5.21-23). O Grande
Oleiro é plenamente capaz de fazer um novo vaso, com o barro do vaso que se
quebrou (Jr 18.1-4).
3) Receber novas bênçãos. As promessas de
Deus jamais falham. Em Deus “não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17;
H b I.I0 -I2 ). A conversão inclui grandes e ricas promessas de Deus para a
vida do crente, as quais Ele cumpre fielmente. Na renovação espiritual, o
Senhor nos dá as bênçãos prometidas que até então não tínhamos recebido (Is
45.3), e nos anima a conquistarmos muito mais (Js 18.3). Além disso, as bênçãos
que Ele nos concedeu no passado (E f 1.3), continuarão no presente, porque suas
promessas são fiéis para todos os tempos (At 2.39; 2 Co 1.20).
Como
ocorre a renovação. De acordo com a Palavra de Deus, a renovação deve ser:
1)
Diária. Assim como o corpo físico revigora-se diariamente, nosso homem interior
precisa de constante renovação para manter-se fortalecido e plenamente saudável
espiritualmente. Conforme nos orienta a Palavra de Deus, a renovação espiritual
deve ocorrer “de dia em dia” (2 Co 4.16). N o Tabernáculo, tudo deveria estar
sempre pronto, a fim de que o culto diário ao Senhor nunca fosse interrompido.
Os sacerdotes cuidavam para que o fogo do altar nunca se apagasse. A cada
manhã, este era alimentado com nova lenha e novos holocaustos (Lv 6.12,13). O
mesmo se dava com as especiarias do altar do incenso e o azeite do castiçal.
Tudo era renovado continuamente na presença do Senhor (Ex 27.20,21; 30.7). Da
mesma forma Deus quer que nos apresentemos — sempre prontos e renovados
espiritualmente diante dEle (2 Co 4 .16).
2)
Consciente e desejada. Precisamos ter consciência da urgente necessidade da
renovação espiritual: “... transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento” (Rm 12.2). Assim como a chuva cai sobre as plantações, gerando e
produzindo fruto (SI 65.7-13), devemos pedir ao Senhor que envie sobre nós, sua
lavoura, uma abundante chuva de renovação (I Co 3.10; SI 72.6,7; Os 6.3).
Quando essa chuva começar a cair, o Espírito Santo certamente fará maravilhas,
a começar pelas vidas renovadas. Aleluia!
A renovação enseja a operação do Espírito. A
renovação mantém o crente afastado do mundo. Em Efésios 4.25-31 encontramos uma
relação de vícios e práticas mundanas, emanadas do velho homem, que muitas
vezes atingem sorrateiramente a vida do crente.
Precisamos não somente abandonar, mas abominar
as coisas que entristecem o Espírito de Deus: “Não comuniqueis com as obras
mfrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as” (v.II). Pela renovação
espiritual nos mantemos firmes no processo de despirmo-nos do velho homem e
revestirmo-nos do novo (Ef 4.22-24).
I': A
renovação aprofunda 0 crente na Palavra de Deus. Quando somos renovados, nosso
espírito é impelido pelas verdades eternas da Palavra (Jo 6.63) e nossa fé
cresce abundantemente (Rm 10.17; 2 Ts 1.3).
2) A renovação dá poder ao crente. “Os que
esperam no Senhor renovarão as suas forças” (Is 40.31). N o dia de Pentecostes,
todos os crentes foram cheios do Espírito Santo (At 2.4). Não obstante, pouco
tempo depois foram cheios novamente; do mesmo poder e pelo mesmo Espírito (At
4.30,31). Como já vimos, o sentido de Efésios 5.18 é de enchimento contínuo.
Sempre o crente deve buscar mais e mais do poder do Alto.
3) A
renovação torna 0 crente sensível à direção do Espírito. Quando somos renovados
ficamos bem atentos à voz do Espírito, para sermos conduzidos e instruídos por
Ele (At 16.6,7; 10.19). Se o Espírito Santo conhece todas as coisas em seus
pormenores, pode nos guiar com precisão. Só um crente renovado tem
sensibilidade espiritual para ouvir e obedecer a voz do Senhor: “Este é o caminho;
andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda” (Is
30.21).
A
necessidade da renovação. Quem permanece renovado não perde o ânimo. Muitas
vezes as lutas e tribulações nos fazem diminuir o passo, reduzir o ritmo de
nossa corrida e até pararmos. Para não sermos vencidos na batalha contra o mal,
busquemos a renovação espiritual em Cristo. Não podemos parar! Não há espaço
para o desânimo: “Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos” (v.
14); “Levantai-vos, e andai, porque não será aqui o vosso descanso” (M q 2.10).
Leia também I Reis 19.7 e Hebreus 10.38.
Como já
vimos, podemos perder a bênção de Deus por entristecermos o Espírito Santo (E f
4.30). Temos de zelar para que as causas desse mal sejam imediatamente removidas.
Precisamos alcançar o perdão de Deus mediante a nossa purificação no sangue de
Jesus. Isaías confessou o pecado de seus lábios, e foi purificado (Is 6.4-8). O
mesmo se deu com o profeta Jeremias (Jr 1.4-10; 20.7-11). Louvado seja o nome
do Senhor, que continua perdoando e renovando o seu povo pelo fogo santo!
Em meio
a esses difíceis dias que a igreja atravessa, os quais precedem a volta de
Jesus, busque uma poderosa e sincera renovação do Senhor para sua vida. Não
deixe fora nenhuma área da sua vida. Se você já é batizado com o Espírito
Santo, peça a Deus uma renovação dessa preciosa bênção. Aproxime-se mais do
Senhor! Somente pela renovação espiritual poderemos vencer este mundo. “É já
hora de despertarmos do sono” (Rm I3 .I I). E, renovados, sigamos “... a paz
com todos e santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (H b 12.14).
Cristologia
-Antonio Gilberto
5.8. Enchendo-se do Espírito Santo — vv.
18-20
5.8.1. O sentido duplo do vinho — v.
18 "E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda". Temos aqui
uma proibição e uma causa. A Bíblia fala de vinho em três sentidos.
Positivamente, o vinho pode ser uma bebida saudável, e, nas regiões vinículas,
serve para alimentar e fortalecer fisicamente. Figuradamente, o vinho alegra,
aformoseia o rosto. Negativamente, o vinho pode viciar a pessoa que o bebe e,
assim, promover desordem moral e física. O deus do vinho era Baco. Havia em
Éfeso um culto a ele, em que seus adoradores embriagavam-se e incorriam em atos
de dissolução. A palavra "contenda" fica melhor traduzida por
dissolução, que se entende por licenciosidade e desenfreio.
5.8.2. A razão para encher-se do Espírito —
v. 18 "... mas enchei-vos do Espírito". Paulo apresenta uma fonte e
uma causa de prazer muito mais forte e saudável que o encher-se de vinho. Ele
apresenta um vinho superior, capaz de dar um tipo de alegria permanente, que é
a alegria do Espírito. Os adeptos de Baco criam que esse falso deus podia
encher-lhes de sua força e influência. Por isso, Paulo lhes apresenta o Deus
verdadeiro, o único Deus poderoso, capaz de encher-lhes de sabedoria e de toda
a alegria. Alegria que jamais outro deus poderia dar-lhes. "Enchei-vos do
Espírito" é um convite e uma ordem para os crentes efésios.
5.8.3.
A ordem para encher-se do Espírito — v. 18 A ordem
"enchei-vos" dá a idéia de um enchimento progressivo, isto é, ir
enchendo até transbordar. Russel N. Champlin, em seu O Novo Testamento
interpretado (vol. 4, pág. 625), diz: "Um indivíduo pode ter preferência
ou pelo vinho ou pelo Espírito Santo, pois uma antítese está em foco aqui: o
vinho degenera, o Espírito Santo eleva; o vinho conduz ao deboche, o Espírito
Santo enobrece; o vinho nos toma bestiais, o Espírito Santo nos toma
celestiais" (2 Co 3.18).
5.8.4.
Os efeitos do enchimento do Espírito — vv. 19,20 Se o encher-se de
vinho conduz o homem ao deboche e à degeneração, o encher-se do Espírito
conduz o crente ao louvor e à adoração a Deus. O versículo 19 fala de três
tipos de louvor e adoração que resultam de uma vida cheia do Espírito Santo. O
primeiro tipo fala de "salmos", referindo-se aos salmos de Davi,
Asafe, Moisés, que contêm expressões proféticas acerca do Messias etc. A
palavra "salmos" aparece no grego com o sentido de cânticos
acompanhados por harpa ou outro instrumento musical. O segundo tipo fala de
"hinos", que eram cânticos de louvor a Deus mas entoados
espontaneamente, vindos do coração. O terceiro tipo de louvor era "cânticos
espirituais". Esse tipo tem sido interpretado de duas maneiras. Alguns
acham que são aqueles cânticos poéticos regulares, previamente preparados para
o louvor. Outros interpretam como sendo os cânticos produzidos no interior do
espírito do crente cheio do Espírito Santo. Normalmente, o crente batizado com
o Espírito Santo entoa cânticos espirituais em línguas estranhas, isto é, em
línguas variadas, conforme o Espírito concede àquele crente que fala ou canta.
Esses cânticos espirituais são os cânticos do nosso espírito interior louvando
espontaneamente ao Senhor, sem a interferência da inteligência, mas
estritamente produzidos pelo Espírito Santo e ensinados ao espírito interior do
crente.
5.9.
Ação de graças pela plenitude do Espírito — v. 20 O
resultado natural no crente cheio do Espírito Santo é a certeza de que nada do
que possa fazer espiritualmente depende dele mesmo. Mas o espírito de ação de
graças habilita o crente a testemunhar da bondade do Senhor. Quando estamos
cheios do Espírito Santo, aprendemos a dar "graças por tudo". A
expressão "por tudo" inclui a bonança e a tempestade; a saúde e a
doença; a alegria e a tristeza. Quando sabemos dar "graças por tudo",
estamos aptos para conquistar a vitória maior. Não apenas dar graças "em
tudo", mas "por tudo" (Rm 8.28). Esse tipo de ação de graças é
uma forma de adoração a Deus que resulta em bênçãos.
5.10.
Resultados da plenitude do Espírito — v. 21 O versículo 21 mostra esse
resultado espiritual numa vida cheia do Espírito Santo, quando diz:
"Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus". A sujeição aqui tem
sentido mútuo e quebra todo o individualismo dentro do coipo de Cristo (a
Igreja) que trabalha em comunhão. Todos os membros desse corpo trabalham em
unidade e sujeição. A insubordinação traduz-se em rebelião contra Deus e contra
a igreja como comunidade (Fp 2.3). A expressão "temor de Deus" fala
do respeito devido a Deus e do reconhecimento da sua soberania sobre as nossas
vidas. Algumas versões da Bíblia apresentam o texto "no temor de
Cristo", entretanto, não se faz necessário discutir a colocação nominal do
texto, pois o princípio dessa expressão se encontra em todo o Antigo Testamento
quando apresenta "o temor do Senhor". No Novo Testamento, a idéia do
"temor de Cristo" é facilmente aceita, pois Deus está no Cristo
revelado (2 Co 7.1; 1 Pe 2.17). Portanto, toda sujeição deve acontecer no
"temor de Cristo", visto que a nossa esperança e a nossa glória é
Cristo.
Comentário Bíblico Efésios
- Elienai Cabral.
As
atividades do Espírito Santo na vida do crente (Parte I)
Na
nova vida em Cristo, o Espírito Santo passa a habitar o nosso interior e nos
tornamos alvos de maravilhosas operações espirituais. Uma das primeiras
atividades do Espírito na nova vida é confirmar a salvação recebida. Há uma
palavra bíblica que confirma essa obra do Espírito: “O mesmo Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Essa é uma certeza e confiança que só o
Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria
superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta
certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente quem
fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a
certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas:
“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu
Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que proporciona essa nova
vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de
Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama
dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo lugar, o Espírito habilita o crente, isto é, prepara-o para a
vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra meios de
vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder para vencer o pecado nas
suas inumeráveis investidas. Para que ele vença, é preciso “andar no Espírito”,
como diz a Palavra de Deus: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que
não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a
ser vitorioso, baseado no poder da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito
está em nós, nosso espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus
desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo
guia o crente através da Palavra de Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do
Espírito: “Mas quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a
verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que uma pessoa
torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa
pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do
crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes
para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e
poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo
o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que
provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por
Deus” (1Co 2.12).
Em quarto lugar, o Espírito faz o
crente produzir “o fruto do Espírito”. Vejamos o que está escrito a esse
respeito: “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”
(Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove partes distintas. Não são nove frutos, mas
um só fruto completo. Isso indica um “todo” indispensável e inseparável na vida
cristã. É trabalho do Espírito habilitar o crente para produzir esse fruto. Ele
em nós capacita-nos a ter as qualidades desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser
vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos batizados no Espírito
Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que uma pessoa se torna
“nova criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto
relacionam-se com Deus e a comunhão com Ele. As três outras partes do fruto
relacionam-se com o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três
últimas partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé,
mansidão e temperança”.
Em quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo. Diz a
Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar
as partes material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em
que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o
lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu
templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado por Ele. A
Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa
separar. Somos separados para uso do Senhor com todo o nosso ser. Se somos
templo do Senhor para que Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma
e espírito, mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em condições
para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o corpo devem ser
repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão com o Espírito
que habita nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em sexto lugar, o Espírito ajuda o
crente no ministério da oração. Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a
oração. Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições
de orar. Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças
imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de orar. É uma
luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa natureza pecaminosa) e
o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão
logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito
para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma
maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”
(Rm 8.26).
Em sétimo lugar, o Espírito reveste o
crente com poder para que esse faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra.
Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de
encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não
foram revestidos do poder, estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e
acovardados. No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se
tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual
capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de Deus sem estarmos
preparados para fazê-lo é correr risco de não fazermos nada. Jesus disse aos
Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer
bem a obra de Deus. Concede-lhe condições de vencer os obstáculos morais,
físicos, materiais e espirituais.
As
atividades do Espírito Santo na vida do crente (Parte I)
Na nova vida em Cristo, o Espírito Santo
passa a habitar o nosso interior e nos tornamos alvos de maravilhosas operações
espirituais. Uma das primeiras atividades do Espírito na nova vida é confirmar
a salvação recebida. Há uma palavra bíblica que confirma essa obra do Espírito:
“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm
8.16).
Essa é uma certeza e confiança que só
o Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria
superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta
certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente quem
fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a
certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas:
“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu
Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que proporciona essa nova
vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de
Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama
dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo lugar, o Espírito habilita o
crente, isto é, prepara-o para a vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo,
o crente não encontra meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de
poder para vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que ele vença,
é preciso “andar no Espírito”, como diz a Palavra de Deus: “Para que a justiça
da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o
Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a
ser vitorioso, baseado no poder da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito
está em nós, nosso espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus
desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo
guia o crente através da Palavra de Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do
Espírito: “Mas quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a
verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que uma pessoa
torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa
pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do
crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o
Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de
Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o
espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos
conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em quarto lugar, o Espírito faz o
crente produzir “o fruto do Espírito”. Vejamos o que está escrito a esse
respeito: “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”
(Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove
partes distintas. Não são nove frutos, mas um só fruto completo. Isso indica um
“todo” indispensável e inseparável na vida cristã. É trabalho do Espírito
habilitar o crente para produzir esse fruto. Ele em nós capacita-nos a ter as
qualidades desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser
vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos batizados no Espírito
Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que uma pessoa se torna
“nova criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto
relacionam-se com Deus e a comunhão com Ele. As três outras partes do fruto
relacionam-se com o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três
últimas partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé,
mansidão e temperança”.
Em quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo. Diz a
Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar
as partes material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em
que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o
lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu
templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado por Ele. A
Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa
separar. Somos separados para uso do Senhor com todo o nosso ser. Se somos
templo do Senhor para que Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma
e espírito, mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em condições
para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o corpo devem ser
repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão com o Espírito
que habita nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em sexto lugar, o Espírito ajuda o
crente no ministério da oração. Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a
oração. Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições
de orar. Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças
imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de orar. É uma
luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa natureza pecaminosa) e
o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão
logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito
para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma
maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”
(Rm 8.26).
Em sétimo lugar, o Espírito reveste o
crente com poder para que esse faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra.
Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de
encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não
foram revestidos do poder, estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e
acovardados. No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se
tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual
capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de Deus sem estarmos
preparados para fazê-lo é correr risco de não fazermos nada. Jesus disse aos
Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer bem a obra de Deus. Concede-lhe condições
de vencer os obstáculos morais, físicos, materiais e espirituais.
por Elienai Cabral
FONTE: http://www.cpadnews.com.br/
A FRATERNIDADE CRISTÃ Efésios 5:15-21
A
admoestação geral de Paulo conclui com uma exortação para que seus conversos
vivam uma vida sensata. Os tempos que se vivem são maus; deve-se recuperar todo
o tempo possível do mau uso do mundo. Paulo continua sublinhando o contraste
entre dois tipos de reuniões: a reunião pagã e a reunião cristã. A reunião pagã
é propensa a derivar em libertinagem. É significativo que ainda usemos a
palavra simpósio para a discussão de um tema por um grupo de pessoas. A palavra
grega symposion significa literalmente um encontro em que se bebe.
Quando
certa vez A. C. Welch pregava sobre o texto: "Enchei-vos do
Espírito", começou com uma sentença inoportuna: "Têm que encher a um
homem de alguma coisa." Os pagãos encontravam sua felicidade enchendo-se
de vinho e dos prazeres do mundo; o cristão encontrava sua felicidade no fato
de que estava cheio do Espírito.
Desta
passagem podemos deduzir alguns fatos sobre as reuniões cristãs da época
primitiva.
(1) A Igreja primitiva era uma Igreja que
cantava. Caracterizava-se por seus salmos, hinos e cânticos espirituais. A
felicidade da Igreja primitiva fazia com que os homens cantassem.
(2) A
Igreja primitiva era uma Igreja agradecida. Instintivamente e em todo tempo e
lugar dava graças por tudo. Crisóstomo, o grande pregador da Igreja em épocas
posteriores, tinha a curiosa idéia de que o cristão devia agradecer até o
inferno, porque o inferno, como ameaça e admoestação o mantinha no caminho
reto. A Igreja primitiva era uma Igreja agradecida porque seus membros estavam
ainda deslumbrados pela maravilha do amor divino que tanto se rebaixou para
salvá-los. Era uma Igreja agradecida porque os homens jamais tinham tido tal
consciência de estar nas mãos de Deus. Em tudo davam graças porque estavam
convencidos de que tudo provinha de Deus.
(3) A
Igreja primitiva era uma Igreja em que os cristãos se honravam e respeitavam
mutuamente. Paulo dá a razão para esta honra e respeito mútuos; era porque
reverenciavam a Cristo. Não se apreciavam à luz de suas ocupações, profissões e
estado social; apreciavam-se à luz de Cristo e por isso descobriam a dignidade
de cada um, e se respeitavam e honravam mutuamente com facilidade.
Efésios (William Barclay)
41 A PLENITUDE DO ESPÍRITO
No primeiro capítulo concentrei-me no
significado da expressão "dom" ou "batismo" do Espírito.
Tentei resumir a forte evidência bíblica de que ambos são a mesma coisa, e que
descrevem uma bênção inicial (recebida no início da vida cristã), não
subseqüente (recebida algum tempo depois), e que, portanto, é uma bênção
universal (concedida a todos os cristãos), não esotérica (secreta,
experimentada somente por alguns).
A
alguns leitores pode parecer que esta abordagem é negativa e inútil, uma
posição estéril, pois, aparentemente limita-se a uma experiência passada e não
traz nenhuma perspectiva atraente para a vida cristã futura. Acontece que isto
não é verdade. Ao transferirmos nossa atenção do "batismo" para a
"plenitude" do Espírito, estamos passando de um dom inicial que Deus
deu a todos os seus filhos e que jamais tirará deles, para uma condição que
Deus quer que seja contínua, mas que pode não ser constante. Quando falamos do
batismo do Espírito estamos nos referindo a uma concessão definitiva; quando
falamos da plenitude do Espírito estamos reconhecendo que é preciso
apropriar-se contínua e crescentemente deste dom.
A Diferença entre "Batismo" e
"Plenitude"
Deixe-me procurar expandir o que tentei
mostrar antes. O que aconteceu no dia de Pentecostes foi que Jesus
"derramou" o Espírito do céu e, assim, "batizou" com o
Espírito, primeiro os 120 e depois os três mil. A conseqüência deste batismo do
Espírito foi que eles "todos ficaram chãos do Espírito Santo" (Atos
2:4). Portanto, a plenitude do Espírito foi a conseqüência do batismo do
Espírito. O batismo é o que Jesus fez (ao derramar Seu Espírito do céu); a
plenitude foi o que eles receberam. O batismo foi uma experiência inicial
única; a plenitude Deus queria que fosse contínua, o resultado permanente, a
norma.
Como acontecimento inicial, o batismo não
pode ser repetido nem pode ser perdido, mas o ato de ser enchido pode ser
repetido e, no mínimo, precisa ser conservado. Quando a plenitude não é
conservada, ela se perde. Se foi perdida, pode ser recuperada. O Espírito Santo
é "entristecido" pelo pecado (Efés. 4:30) e deixa de dominar o
pecador. Neste caso o único meio de recuperar a plenitude é o arrependimento.
Mesmo em casos em que não há indícios de que a plenitude foi perdida por causa
de algum pecado, lemos que algumas pessoas foram novamente preenchidas,
mostrando que uma crise ou um desafio diferente requer um novo revestimento de
poder do Espírito.
Uma
comparação dos diversos textos do Novo Testamento que falam de pessoas que são
"enchidas" ou "cheias" do Espírito Santo leva a crer que
eles podem ser divididos em três grupos principais. Primeiro fica implícito que
ser "cheio" ou "enchido" era uma característica normal de
cada cristão dedicado. Por isso, os sete homens que foram escolhidos para
cuidar das viúvas na igreja de Jerusalém deveriam ser "cheios do
Espírito", assim como deveriam ser "de boa reputação", "cheios
de sabedoria" e "cheios de fé" (Atos 6:3,5). Creio que a
"sabedoria" e a "fé" poderiam ser consideradas dons
espirituais especiais. Porém uma boa reputação dificilmente poderia ser algo
fora do comum para os cristãos. Nem, penso eu, o fato de serem cheios do
Espírito. De maneira semelhante, Barnabé é descrito como um "homem bom,
cheio do Espírito Santo e de fé" (Atos 11:24), e os recém-convertidos
discípulos de Antioquia da Pisídia "transbordavam de alegria e do Espírito
Santo" (Atos 13:52). Estes versículos parecem descrever o estado normal do
cristão, ou, pelo menos, como Deus gostaria que ele fosse.
Em segundo lugar, a expressão indica uma
capacitação para um ministério ou cargo especial. Assim, João Batista seria
"cheio do Espírito Santo, já do ventre materno", aparentemente como
preparo para seu ministério profético (Luc. 1:15-17). Da mesma forma, as
palavras de Ananias a Saulo de Tarso, de que ele seria "cheio do Espírito
Santo", parecem referir-se à sua indicação como apóstolo (Atos 9:17; veja
22:1215 e 26:16-23).
Em
terceiro lugar, há ocasiões em que a plenitude do Espírito foi concedida para
equipar não tanto para um cargo vitalício (como apóstolo ou profeta, por
exemplo), mas para uma tarefa imediata, especialmente numa emergência. Zacarias
foi preenchido antes de profetizar (mesmo seu ofício sendo de sacerdote, não de
profeta. Veja também sua esposa Isabel, Luc. 1:5-8, 41, 67). A mesma coisa
aconteceu com Pedro, antes de ele falar ao Sinédrio; com o grupo de cristãos em
Jerusalém, antes de eles continuarem com seu ministério da palavra mesmo em
face da perseguição emergente; com Estevão, antes de ele ser martirizado; e com
Paulo, antes de ele repreender o mágico Elimas. Lemos que todos estes ficaram
"cheios do Espírito Santo", provavelmente para capacitá-los a
enfrentarem a situação com que se defrontavam (Atos 4:8,31, 7:55, 13:9).
Resta
a interessante referência quádrupla de Lucas ao Espírito Santo, no quarto
capítulo do seu Evangelho, em conexão com o início do ministério público do
nosso Senhor. Ela parece colocar sua experiência da plenitude do Espírito Santo
em todos os três grupos. Lemos que ele retornou do Jordão "cheio do
Espírito", e é natural concluirmos que este era seu estado espiritual
inalterável. Igualmente, a afirmação segue imediatamente seu batismo no qual o
Espírito desceu sobre ele (3:22) para "ungi-lo" e equipá-lo para seu
ministério como Messias (4:14,18).
Em terceiro lugar, já que a história da
tentação é iniciada e encerrada com referências ao Espírito Santo (4:1:
"Foi guiado pelo Espírito", e 4:14: "no poder do
Espírito"), parece que o Senhor foi fortalecido de maneira especial pelo Espírito
para esta emergência.
Junto
com estas diversas descrições de pessoas cheias com o Espírito, seja como
experiência constante, seja com um propósito especial, Efésios 5:18 contém a
bem conhecida ordem a todos os cristãos para serem chios, ou melhor, a estarem
sempre sendo enchidos (é um imperativo presente contínuo, na voz passiva) com o
Espírito. Mais adiante, estudaremos este texto em maior profundidade.
Não há afirmações ou mandamentos semelhantes
no Novo Testamento em relação ao batismo do Espírito. A razão para isto, como
já afirmei, é que ele é uma experiência inicial. Nenhum sermão ou carta dos
apóstolos contém um apelo para que as pessoas se deixem batizar com o Espírito.
Na verdade todas as sete referências ao batismo com o Espírito no Novo
Testamento estão no indicativo, estejam no aoristo, no presente ou no futuro;
nenhuma delas é uma exortação, no imperativo, Porém, o fato de que há estas
referências à plenitude do Espírito, descrevendo como alguns cristãos foram
novamente preenchidos e ordenando a todos os crentes que se deixem encher
sempre de novo, mostra que infelizmente é possível que cristãos, que foram
batizados com o Espírito, deixem de ser cheios do Espírito. Os cristãos de Corinto
constituem uma advertência solene para nós neste assunto. Na primeira carta que
Paulo lhes escreve, transparece que todos eles tenham sido batizados com o
Espírito Santo (12:13). Também tinham sido enriquecidos com todos os dons
espirituais (1:4-7). Mesmo assim o apóstolo os chama de pessoas não
espirituais, ou seja, não cheias do Espírito. Ele deixa claro que a evidência
da plenitude do Espírito não é a prática dos seus dons (eles tinham muitos),
mas a produção de seu fruto, isso lhes falava. Veremos no próximo capítulo o
que ele quer dizer com "o fruto do Espírito". Ele escreve que não
podia chamá-los de pneumatikoi, cristãos "espirituais", mas somente
de sarkinoi ou sarkikoi, cristãos "carnais", quem sabe bebês em Cristo.
Sua carnalidade ou imaturidade era tanto intelectual como moral. Ela
revelava-se em sua compreensão infantil, por um lado, e em sua inveja e
competição, por outro (1 Cor. 3:1-4). Eles tinham sido batizados com o
Espírito, ricamente dotados pelo Espírito, mas não estavam cheios com o
Espírito (pelo menos não na época em que ele os visitou e lhes escreveu). Você
percebe que o apóstolo não faz diferença entre os que receberam o batismo do
Espírito e os que não o receberam, mas entre cristãos "espirituais" e
cristãos "carnais", ou seja, cristãos cheios do 45 Espírito e
cristãos dominados por sua natureza humana. Será que a condição dos cristãos de
Corinto não é a mesma de muitos de nós hoje? Não podemos negar que, de acordo
com a Escritura, fomos batizados com o Espírito por termos nos arrependido e
crido, e nosso batismo de água significou e selou nosso batismo com o Espírito.
Mas será que estamos cheios do Espírito? Esta é a questão.
Muitas pessoas não conseguiram responder à
esta pergunta. Não sabem nem se são cheias do Espírito, nem como é possível
saber. E quando se deparam com o ensino de que o "dom de línguas" é o
sinal indispensável de ter recebido o Espírito, concluem que nunca o receberam,
ou, pelo menos, não em sua plenitude. Entretanto, a partir da Escritura não se
pode provar que "línguas" sempre acompanham o recebimento do
Espírito. De todos os grupos dos quais se diz em Atos que receberam o Espírito,
somente três "falaram em línguas" (2:1-4, 10:44-46, 19:1-6). Dos
outros grupos que receberam o Espírito não se diz isto, portanto seria
especulação dizer que falaram.
Além
disto, o apóstolo ensina categoricamente em 1 Coríntios que o dom de
"línguas" é somente um entre muitos dons, que não é concedido a todos
os cristãos. Parece que não há bases sólidas para a distinção que algumas
pessoas tentaram fazer entre as referências a "línguas" em Atos e em
1 Coríntios 12 e 14, no sentido de que a primeira se refira ao
"sinal" de línguas, que todos devem apresentar, e as outras o
"dom" de línguas, que somente alguns recebem. Na verdade, alguns
líderes de igrejas pentecostais e do movimento carismático estão aceitando
agora que "línguas" não são um sinal indispensável do dom do
Espírito. Falaremos mais sobre isto quando tratarmos dos "dons do
Espírito", no capítulo 4.
Então,
qual é a evidência da plenitude do Espírito? Como é possível conseguir esta
plenitude? Para podermos responder à estas perguntas, veremos primeiro duas
passagens cruciais do Novo Testamento – para em seguida passar a comentar dois
problemas contemporâneos relacionados com este ensino no Novo Testamento.
A primeira passagem enfatiza que, para
continuarmos sendo cheios com o Espírito Santo, precisamos continuar indo ao
Senhor Jesus. Estou me referindo às suas próprias palavras marcantes,
registradas em João 7:37-39, e que têm sido (e continuam sendo) de grande ajuda
para mim: "No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e
exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a
Escritura, do seu interior fluirão dos de água viva". João comenta esta
afirmação. "Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber
os que nele cressem; pois o Espírito até esse momento não fora dado, porque
Jesus não havia sido ainda glorificado".
O bispo J.C. Ryle escreveu: "Dizem que
na Escritura há algumas passagens que merecem ser impressas em letras de ouro.
Os versículos à nossa frente são um destes casos".
Foi no
último dia da Festa dos Tabernáculos (versículo 2), o clímax dos sete dias da
festa. Um dos rituais coloridos da festividade era que a cada manhã uma
procissão solene, guiada por um sacerdote que levava um jarro de ouro,
dirigia-se ao tanque de Siloé para buscar água, que depois era derramada como
libação no lado esquerdo do altar. Parece que a compreensão geral era que esta
cerimônia comemorava a providência miraculosa de Deus no deserto e simbolizava
o futuro derramamento do Espírito, prometido pelo profeta Joel. Jesus usou este
ritual como seu texto. Ele ficou em pé com dramaticidade em algum lugar de
destaque (geralmente ele sentava para ensinar, como os rabinos), e proclamou em
voz alta que Ele mesmo daria a quem viesse, água em abundância para beber.
O que
será que ele quis dizer? Ele conjugou dois quadros. O primeiro é o de um
viajante cansado e sedento, em paragens quentes. O sol arde impiedosamente
sobre ele. Seu suprimento de água acabou. Sua boca está seca, seus lábios
rachados, sua face incandescente e todo o seu corpo desidratado. Ele clama por
água para matar sua sede. Este representa toda pessoa que está separada de
Cristo, não importa quanto. O segundo quadro representa uma terra sedenta. O
sol tropical torrou e endureceu o solo. Os lentes dos nós estão secos. Árvores
e arbustos mirraram. Animais se lamentam porque não há pasto. A terra anseia
por água. Assim é o mundo, a sociedade secular sem Deus, ressecada,
insatisfeita, sedenta.
E
então, o que é a água? João esclarece: "Isto ele disse com respeito ao
Espírito". E João acrescenta: "Pois o Espírito até esse momento não
fora dado". Suas palavras verdadeiras, traduzidas literalmente, são:
"O Espírito ainda não era". Isto não pode significar que o Espírito
não existia, nem que ele estava inativo, mas que ele ainda não tinha sido
derramado em Sua plenitude pentecostal, em rios de "água viva". Portanto,
a água viva que mata a sede do viajante cansado e que irriga o mundo ressecado
é a plenitude do Espírito Santo.
E como podemos experimentar esta plenitude
revigoradora, refrescante, que aplaca a sede? A resposta é: "Venha a mim e
beba. Quem crer em mim..." São duas frases, mas somente uma condição. Não
há diferença entre vir a Jesus e crer nEle, porque vir a ele para beber
significa vir a ele em fé. Acontece que os verbos (ter sede, vir, beber, crer)
estão todos no tempo presente. Isto quer dizer que não devamos ir a Jesus
somente uma vez, em arrependimento e fé , mas também depois disto continuar
vindo e bebendo, porque continuamos a ter sede. Fazemos isto em sentido físico:
sempre que estamos com sede, bebemos. Precisamos aprender a fazê-lo
espiritualmente, também. O cristão é um dipsomaníaco, que está sempre com sede
e sempre bebendo. E beber não é pedir água, mas realmente tomá-la. É muito
simples. Beber é uma das primeiras coisas que um bebê aprende; na verdade ele o
faz por instinto.
Depois, a água que foi bebida começa a fluir.
Nós não conseguimos conter o Espírito que recebemos. William Temple escreveu:
"Ninguém consegue possuir (ou ser habitado por) o Espírito de Deus e
guardar este Espírito para si. Onde o Espírito está, ele transborda; onde ele
não transborda, ele não está".
Não podemos falar de plenitude do Espírito
se não há interesse e atividade evangelísticos. Além disto, preste atenção na
disparidade que há entre a água que bebemos e a água que transborda.
Conseguimos beber somente pequenos goles, mas à medida que continuamos
vindo,bebendo, crendo, pela atuação poderosa do Espírito Santo em nós,nossos
pequenos sorvos são multiplicados em uma confluência poderosa de correntezas
caudalosas: \"rios de água viva\" fluirão de nós. Este é o trasbordamento
espontâneo dos cristãos cheios do Espírito, para abênção de outras pessoas.
Todavia, não existe nenhum meio de garantir um fluxo de entrada e saída de água
constante, a não ser a ida a Jesus e o beber permanente, isto porque a
plenitude do Espírito deve será própria da continuamente pela fé.
John R. w. Stott batismo e plenitude do E. Santo
Texto
base: Apocalipse 3:14-20
Introdução
Os anos dramáticos da perseguição
haviam chegado. A igreja estava encurralada, entrincheirada por forças hostis,
por violência desumana. Havia chacina e banhos de sangue por todo o império
romano, onde vários crentes eram mortos e trucidados. Eles eram queimados em
praça publica, comidos por leões e pisoteados por touros. Os imperadores
morriam e eram sucedidos, um a um, mas a perseguição não cessava. Todos os
apóstolos já estavam mortos quando o apóstolo João é deportado, já velho, para
a ilha de Patmos – talvez, uma tentativa de eliminar o último representante do cristianismo.
Enquanto o imperador tentava destruir a Igreja, Deus estava a edificando.
Enquanto João estava cercado por águas, isolado, reduzido a uma solidão
imperiosa, enquanto todas as portas se fecharam para ele, Deus lhe abriu uma
porta nos céus. Foi em um dia de domingo que Ele teve a visão. Uma voz soou
como trombeta por detrás dele, dizendo: “o que vê escreve neste livro”. Quando
ele foi ver quem era, ela não viu quem falava, mas viu 7 candeeiros e 7
castiçais e um semelhante ao filho do Homem. A única maneira de o mundo ver a
Jesus é por meio da Igreja. A Igreja é o corpo de Cristo. A Igreja revela a
Cristo. É por isso que congressos como este são tão importantes, pois mostra a
unidade do povo de Deus e a beleza do evangelho de Jesus Cristo.
Se não percebermos a presença do Cristo
da glória entre nós, uma conferência nada mais é que um encontro religioso.
Quando João vê o filho do Homem ali,
ele percebe que não é mais o Cristo fraco do Calvário, com o rosto sujo de
sangue, com a voz embargada pela sede, cujos olhos estavam inchados, cujas mãos
estavam rasgadas pelos pregos e cujos pés estavam cravados na rude cruz. Mas
Seus olhos brilham como chamas de fogo, Seu rosto brilha como o sol, Seus pés
são como o bronze polido. Ele é o Cristo Vencedor, que venceu a mote pela sua
ressurreição, que governa a Igreja e que a tem em Suas poderosas mãos. Diz a
escritura que João caiu como morto aos Seus pés com essa visão. Mas Deus o
levantou e disse que Ele esteve morto, mas que agora vive! Nós adoramos um Cristo
vivo que reina pelos séculos dos séculos.
A Bíblia diz que Jesus não está só
dentro da Igreja, mas andando dentro dela. Ele anda por meio das igrejas
para nos instruir, consolar, exortar, vigiar e nos fazer grandes promessas. Se
não percebermos a presença do Cristo da glória entre nós, uma conferência nada
mais é que um encontro religioso. Não são as pessoas ilustres, não são os
preletores escolhidos com tanto carinho, nem as orquestras e as bandas que nos
brindam com músicas tão boas… Somos atraídos para eventos como esse pela única
consciência que Jesus Cristo, O Senhor da glória, está entre nós.
Nas sete cartas, Jesus sempre repete:
“Eu conheço”. Ele anda entre nós para conhecer nossas obras e nossas vidas. Ele
conhece seus atos, conhece sua vida, seu casamento, o modo como você trata seu
marido, filhos e pais. Ele conhece o que sua igreja não conhece. Ele conhece a
intimidade e os segredos do seu coração. E não se deixe enganar pelo desempenho
e pela beleza de nossos gestos, Ele conhece a intimidade de nossa alma e os
segredos de nossos corações.
Para igreja de Esmirna Ele diz que
conhece sua tribulação. Jesus conhece sua dor, suas lágrimas, suas dores,
suas angustias, sua necessidade e os seus desafios. Já para a igreja de
Pérgamo, Ele diz que conhece o lugar onde eles habitavam, onde estava o templo
de satanás. Lá havia o templo do deus da cura, representado por uma serpente.
Naquele primeiro século, a cura não era atribuída a Deus, mas a essa dita
divindade. Além disso, esta era a primeira cidade a estabelecer o culto ao
imperador. O Senhor conhecia onde eles habitavam. Jesus conhece onde você está.
Jesus tece apenas elogios a duas
igrejas, e justamente as mais pobres. Como Jesus e diferente de nós. Ele anda
no meio da sua igreja e a vê como nós não vemos. “Tu és pobre, mas aos meus
olhos tu és rica”, disse o Senhor. Uma igreja pode ser considerada desprezível
aos olhos da terra e ser rica no Senhor. Por outro lado, ele se dirige a igreja
mais rica da Ásia e diz: “Tu és pobre, cega e nu”. Deus não se impressiona com
aquilo que impressiona o homem, os céus não se impressionam com o que
impressiona a terra. Ele elogia Filadélfia dizendo: “tens pouca força, mas
coloquei diante de ti uma porta aberta”. Os recursos sempre nos são poucos para
que sempre dependamos do braço divino, e não da força da carne.
As Críticas à Igreja de Laodiceia
Jesus elogia e critica várias
igrejas, mas somente à de Laodicéia Jesus não tem elogio algum, apenas
criticas. Vamos olhar para as figuras de linguagem que Jesus usou. Por que
Jesus lê o texto e o contexto, ele vê o povo e a cultura. Precisamos conhecer o
comercio da nossa cidade, a economia da nossa cidade, a cultura de nossa cidade
para dar respostas para perguntas relevantes.
Primeiro, Laodicéia ficava no vale de um rio de águas
térmicas. Pessoas do mundo inteiro vinham ser tratadas pelas águas quentes que
saíram da fonte, na cidade vizinha de Laodicéia. As águas da outra cidade
vizinha tinham águas frias, terapêuticas. Já as águas de Laodicéia vinham de um
duto, que eram mortas, intragáveis e inúteis para a medicina. Jesus aplica
isso: quem te dera fosse fria como as águas de Colossos ou quente como as de
Hierápolis, mas tu és morna, vomitar-te-ei.
Segundo, Laodicéia era o centro bancário da época, que
processava todo o ouro da Ásia. Jesus diz pra ela: você, que é orgulhosa do seu
ouro, é pobre espiritualmente.
Terceiro, porque fala de roupas brancas? É por que eles
eram o maior centro têxtil da Ásia. Lá se fabricava a famosa lã negra e era
exportada para o resto do mundo. Jesus diz: “te aconselho que te vistas com
roupas brancas”.
Quarto, por que ele fala de colírio? Por que eles eram o
maior centro oftalmológico da Ásia menor, onde se produzia certo pó que cuidava
dos olhos. Mas Jesus diz que eles podem ter ciência pra tratar dos olhos do
corpo, e serem cegos para ver com a alma.
Não há como ser só amigo do evangelho ou
frequentador nominal. Ou você se envolve de todo o coração a Deus, ou você se
prostra diante do Senhor dos Senhores ou sua vida vai provocar náuseas em
Jesus.
Jesus identifica falta de fervor
espiritual, mas, primeiro, não havia denúncias de heresias naquela igreja, eles
eram ortodoxos. Não há denuncias de imoralidade naquela igreja, eles eram bem
morais. Terceiro, não há palavras de perseguição. Eles viviam em paz nas suas
fronteiras. Não há sinal de pobreza material naquela igreja, eles eram ricos.
Talvez ficássemos muitos orgulhosos de fazer parte de igrejas ortodoxas, ricas,
éticas e em paz, mas a maior censura foi para eles. O que faltava era fervor
espiritual. E o texto começa falando sobre o fervor da igreja.
Vivemos uma crise sem precedentes no
Brasil. Cresce o liberalismo, cresce o misticismo, o sincretismo, a teologia da
prosperidade, o copo d’água ungido, a rosa ungida mística e toda coisa que
afasta o povo das verdades da Escritura. Mas, por outro lado, há o severo risco
de igrejas éticas ortodoxas, ricas e pacificas viverem uma ortodoxia morta, sem
vida, sem entusiasmo, sem calor. As coisas só acontecem. Você vai e volta da
igreja, evangeliza, prega, mas perdeu o fervor, o primeiro amor, já não sabe o
que é chorar pelos pecados ou ter um vislumbre da glória do Cristo crucificado
e ressurreto em seu meio. Precisamos orar para que Deus inflame outra vez sua
igreja. Precisamos nos voltar para a Bíblia, mas também voltar para o Deus da
Bíblia para experimentarmos um avivamento na nossa nação brasileira.
Ao andar por todo o Brasil, eu sei
que precisamos desesperadamente de um reavivamento em nossa nação e não adianta
usarmos frases de efeito, precisamos de oração para que o calor de Deus volte a
aquecer a nossa alma. Eu olho para a história da Igreja e vejo homens como
George Whitefield e não consigo entender. Vejo a biografia de Moody, homem
inculto e sem muita instrução, mas caminhava por Nova Iorque e o Espirito ia
sobre ele. Eu preciso do fervor destes homens. Precisamos que Deus nos dê este
fervor. Tudo o que conseguimos dizer é que no passado multidões seguiam a
Cristo, mas hoje conseguimos pensar muito pouco sobre o que Deus está fazendo.
Precisamos de uma restauração de nosso fervor. Existe muito fogo estranho por
aí, mas o fogo de Deus precisa se alastrar sobre nós.
Os Conselhos à Igreja de Laodiceia
No texto bíblico, Jesus continua
dando conselhos para a Igreja, se apresentando como um mercador. Ele diz:
“compre de mim vestes e colírio”. A solução para a falta de fervor da igreja
não é correr a traz da ultima novidade, mas em uma volta pra Jesus. Jesus é
quem tem o remédio para a Igreja, quem restaura a Igreja, quem pode trazer um
derramamento do Espirito para a Igreja. É a Ele que precisamos recorrer.
No verso 19, Jesus faz uma declaração
e uma ordem. Ele diz que a despeito da nossa mornidão e falta de fervor, Ele
diz que nos ama e que não desiste de nós. Ele não quer apagar o pavio que
fumega, mas nos repreende por que nos ama e morreu por nós. Ele diz: “sê, pois
zeloso e arrepende-te”. Não há como ser só amigo do evangelho ou frequentador
nominal. Ou você se envolve de todo o coração a Deus, ou você se prostra diante
do Senhor dos Senhores ou sua vida vai provocar náuseas em Jesus. Nós fomos
salvos para o deleite de Deus, mas se vivermos sem fervor, provocaremos náuseas
em Jesus. Por isso no verso 20, ele está à porta e bate. Ele está batendo e
batendo e batendo. Ele está insistindo que você largue estas migalhas e vá para
o banquete. O que Ele quer aqui é intimidade com você, na mesa dele, num lugar
de comunhão intima, sem holofotes, sem auditório, sem palcos. É no seu quarto,
de joelhos. Ele quer cear com você, olhar nos seus olhos, dar-lhe a liberdade
de debruçar sua cabeça no peito dele e que você compartilhe suas mais intimas
necessidades.
Que resposta você vai dar? Deixará
que a igreja se reúna com Jesus fora dela? Podemos ter aparatos e grandes
convidados, mas o mais importante pode estar excluído. Jesus está à porta e
bate, se você ouvir a voz e abrir a porta, Ele ceará com você.
Em ultimo lugar, ele faz promessas.
Ele diz que é o Amem, a testemunha de Deus, o principio da criação de Deus. Ele
é a palavra de Deus, Ele pode fazer promessas. Ele é o primeiro de tudo.
Ele diz que ao vencedor, deixará que
sentemos no trono com ele. Vamos sair da cumplicidade da mesa e vamos para a
exaltação publica no trono. Ele não quer você apenas no céu, mas também no
trono. As riquezas de Laodicéia eram nada diante da grandeza destas promessas.
As riquezas da terra são completa escassez diante das riquezas do céu.
Hoje, onde existiam estas igrejas, só
existem ruínas. Elas não ouviram a voz do Espirito e não atenderam a voz de Jesus.
Não podemos deixar que nossas igrejas se tornem museus ou mesquitas. Precisamos
ouvir o que o Espírito diz às igrejas.
Nós fomos salvos para o deleite de Deus,
mas se vivermos sem fervor, provocaremos náuseas em Jesus.
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