TEXTO BÍBLICO BÁSICO
At 4.36,37;
9.27,28; 11.22-26
Então José, cognominado pelos apóstolos
Barnabé(que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre,
Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos
apóstolos.
Então Barnabé, tomando-o consigo, o
trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe
falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus.
E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo,
E chegou a fama destas coisas aos
ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia.
O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a
que permanecessem no Senhor, com propósito de coração;
Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se
uniu ao Senhor.
E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para
Antioquia.
E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente;
e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
TEXTO
ÁUREO
Porque
era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao
Senhor
Atos
11.24
OBJETIVOS
Conhecer o caráter
exemplar de Barnabé, homem de bem, cheio do Espírito Santo e de fé;
Saber que o Filho
da Consolação atuou como um profícuo missionário;
Entender
que
o amor de Barnabé ao próximo, evidenciado em Paulo e em Marcos, foi fundamental
para a história do Cristianismo.
Lições da Palavra de Deus 36 - Central Gospel
Lição 9 - Barnabé, o filho da consolação
SUBSÍDIO LIÇÃO
09 – BARNABÉ, FILHO DA CONSOLAÇÃO
AUTORES: - PauL D. Gardner é pastor principal da Christ Church Presbyterian em Atlanta, Geórgia, EUA ; - Bispo Abner de Cássio Ferreira, presidente da Assembleia de Deus de Madureira
1 - COMENTÁRIOS INICIAIS:
Barnabé, apesar de possuir poucas citações no
Novo Testamento, figura entre os exemplos mais inspiradores das Escrituras
Sagradas. A suscinta lista de qualidades a ele atribuídas por Lucas, autor do
Livro de Atos, é mais do que suficiente para que tenhamos diante de nós um
modelo de cristão irretocável, digno de ser um exemplo para todos os quantos
desejem em seus corações serem considerados pelo Mestre (Sr. Jesus) fiéis e
interamente aprovados.
No
relato de Lucas aprendemos o essencial sobre o caráter e personalidade de
Barnabé: era um homem de bem, cheio do Espírito Santo e fé. Foi sobre estas
características que o Senhor ergueu o líder eficaz, obreiro fiel, o missionário
frutuoso, o verdadeiro homem de Deus que desempenharia um papel fundamental na
consolidação definitiva da Igreja Cristã em seus momentos iniciais.
Conhecer a vida deste baluarte do cristianismo
é fundamental para aqueles que desejam aprofundar-se na vida e testemunho dos
heróis do Novo Testamento. As virtudes de Barnabé, tais como: espiritualidade,
fé inabalável e ardor missionário são aspectos que todos os cristãos devem
buscar, no que tange ao desejo e busca de se obter um relacionamento íntimo com
Deus.
As Escrituras Sagradas nos revelam alguns
homens que se destacaram a partir dos doze apóstolos seletos do Sr. Jesus.
Barnabé foi o que se tornou não somente o pioneiro em dar a maior contribuição
financeira, mas assumir a liderança e a supervisão de uma Igreja mista ao lado
de Paulo de Tarso, a quem ele recebeu e acolheu, fazendo dele sua ponte de
sustentação ministerial.
2 – BARNABÉ, Filho da Consolação:
Barnabé
é o apelido que os Apóstolos deram a um levita natural de Chipre que se tornou líder na Igreja Primitiva. Seu nome Judeu era José, mas Lucas interpretou o seu
nome apostólico como “Filho da Consolação”, para sugerir algo do seu caráter
(At 4.36).
Barnabé
é mencionado 29 vezes em Atos e 05 nas cartas de Paulo.
Além de
solteiro, Barnabé era um homem alto, forte e de boa aparência e, por esse motivo,
foi confundido em Listra, pelos nativos que lá habitavam. Barnabé era um homem
rico e não é mencionado no relato do Novo Testamento que tenha passado alguma
dificuldade financeira. Mas, ao contrário, aparece ajundando a Igreja e os
irmãos necessitados. Em Atos (4.36,37) encontramos Barnabé vendendo a sua
propriedade a fim de ajudar a Igreja no desempenho de sua missão. É notório
como o nome Barnabé está relacionado com a pessoa do Espírito Santo, pois a
generosidade qualifica as pessoas cheias do Espírito, como também o fato de ser
uma pessoa irrepreensível, longânimo e misericordioso.
Havia
em Barnabé uma admirável nobreza de caráter, por esse motivo, muitos se uniram
ao Senhor: Lucas, o autro do livro de Atos, não é parcimonioso ao elogiá-lo,
dizendo que o grande segredo do crescimento da igreja estava naquele servo de
Cristo. Barnabé que “era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fè” (At
11.24).
A
primeira aparição de Barnabé foi em Jerusalém, onde é citado como um
maravilhoso exemplo de generosidade (At 4.32-37). Quando Saulo de Tarso se
converteu, foi ele quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9.27).
Não há
registros que Barnabé já conhecia Paulo. Todavia é certo que houve um contato
prévio entre eles, pelo fato de ambos terem morado em Jerusalém. Existe a
possiblidade de terem estudado juntos na mesma escola, em virtude da confiança
de Barnabé depositada em Paulo em todo o tempo, o que nos leva a crer que ele
conhecia bem a repeito mais de Paulo; Sendo assim mais que os demais apóstolos.
É evidente que Barnabé evitara Saulo enquanto membro do Sinédrio para salvar sua
própria pele. Agora, seu amigo estava vulnerável e expondo-se com risco pela
causa do Evangelho, chegando que ter que fugir para Damasco, em um cesto,
transpondo o muro da cidade.
Barnabé, ao apresentar a Saulo como um homem
transformado pelo Senhor Jesus no caminho de Damasco, mais tarde pôde tê-lo
como companheiro em Antioquia da Síria, entre os profetas ali. O tempo passou e
depois estiveram juntos mais uma vez na primeira viagem missionária (At
13.1,2). Em seguida tornou-se Paulo, o grande apóstolo dos gentios, pregando as
Boas Novas em toda parte do Império Romano.
Os dons
de Barnabé foram reconhecidos pela Igreja de Jerusalém, que o enviou para
investigar as atividades cristãs em Antioquia (At 11.22). Ele ficou empolgado
com o desenvolvimento espiritual e encorajou os crentes a permanecerem fiéis
(At 11.23). Recrutou Saulo – também conhecido como Paulo. Estes trabalharam
juntos em Antioquia e ensinaram muitas pessoas (At 11 25,26).
Antioquia era uma cidade que possuia muitos
judeus, tendo nos dias de Barnabé e Paulo uma colônia muito numerosa com várias
sinagogas espalhadas. Mas era também um lugar de idolatria e licensiosidade.
Nela surgiu uma grande igreja, onde as diferenças judaicas e gentílicas foram
tão minoradas que possibilitou o surgimento da primeira assembleia mista de
cristãos.
Naquele
época, muitos fiéis tomaram conhecimento de que Pedro evangelizara a Cornélio,
um centurião romano residente em Cesareia. Ele, toda a sua família e amigos
haviam se convertido a Cristo, recebendo o batismo nas águas (At 11.15). Quando
tal notícia chegou aos ouvidos de alguns judeus que habitavam fora dos termos
de Jerusalém, estes se sentiram à vontade para quebrar certos paradigmas, tais
como: “Judeu só evangeliza judeu”. Agora, poderiam começar a falar de Jesus
Cristo aos gregos (Helenistas) – os quais residiam em Antioquia, mas
procedentes de várias nações. Além dos crentes judeus dispersos que agora
porcediam de Chipre e de Cirene para Antioquia, a nova igreja ali formada
contava com elementos gentílicos convertidos. A presença de Deus era muito
intensa, pois havia uma concentração forte de glória em Antioquia, a qual
proporcionou o desenvolvimento daquele grande trabalho evangelísitico.
O
impacto causado pela presença do Espírito Santo em Antioquia se tornou manchete
e chegou até Jerusalém. Era uma época de muito preconceito, pois os estrangeiros
eram vistos pelos judeus como pessoas impuras e indignas de se relacionarem com
Deus, mesmo tendo o Evangelho já alcançado os gentios através da pregação de
Pedro na casa de Cornélio.
Os
apóstolos foram informados e deveriam, como responsáveis pelo cristianismo de
então, tomar uma posição em relação à Antioquia. Começou ficar claro que o
lençol visto por Pedro significava bem mais que animais, eram nações sendo
purificadas pelo Senhor (At 10.11-15).
Lucas
destaca a principal atitude de Barnabé ao chegar a Antioquia e aponta suas
qualidades como base para necessária exortação, cujo sentido conotativo é
diferente do que costumamos aplicar. Exortar é chamar para perto, admoestar,
animar, falar com carinho, o que muitos entendem erradamente como sendo
imprecar ou repreender com severidade e sem amor (At 11.23).
Não
levou muito tempo para que Barnabé percebesse a magnitude do trabalho
evangelístico que agora estava sob sua supervisão. Os membros de Antioquia já
estavam sensíveis à sua liderança, de modo que a grandeza do trabalho, por si
só, exigia de Barnabé sabedoria para continuar conduzindo o rebanho do Senhor à
plena satisfação em Cristo. Assim, percebendo o avanço e o peso de seu ofício,
concluiu que não poderia continuar sozinho.
Daí, um
princípio fica evidente: quanto maior a lavoura, mais devem ser os que nela trabalham
para que tenham o melhor aproveitamento possível da mesma. Sabe-se que a
aliança que Saulo e Barnabé formaram em prol da obra e as qualidades que juntos
reuniram, fizeram de Saulo um associado importante o suficiente para agregar
valor a Barnabé, à liderança eclesiástica e à própria Igreja em Antioquia.
Barnabé era o líder geral, citado em primeiro lugar, já Saulo o último na
listagem de profetas e doutores (At.13.1). Esse é mais um requisito que jamais
deve ser desprezado ao fazermos a obra do Senhor ou outra atividade de
liderança; precisamos de afinidades mútuas que se complementem a fim de
produzir resultados concretos, não importando quem seja o primeiro.
No meio
de uma crise de fome, durante o governo do Imperador Claudio, a Igreja em
Antioquia enviou ajuda para os irmãos da Judeia, cuja tarefa foi confiada a
Barnabé e a Paulo (At 11.30), os quais foram comissionados e enviados na
primeira viagem missionária (At 13 1-3).
Era
perfeitamente compreensível que profetas de Jerusalém viessem a Antioquia para
conhecer o trabalho e desfrutar de um momento de comunhão como os demais irmãos
da recém formada Igreja. Foi a vinda deles que possibilitou a ajuda
assistencial tão necessária para aqueles tempos difíceis.
Os
discípulos se dispuseram prontamente a recolher recursos dentro de um critério:
“conforme as suas posses”. Uma boa medida de prudência para que também não
ficassem comprometidos posteriormente. Reter o que se tem é um ato comum ao ser
humano, mas a doação sistemática é algo que nos identifica com Deus. O livro de
Atos frisa que cada um “espontaneamente”, quis participar das doações.
Conscientes da direção do Espírito Santo, eles
pregaram por toda a ilha de Chipre, onde o procônsul Sérgio Paulo creu no
Evangelho (At 13 7,12). Eles navegaram adiante e chegaram a Perge, na Panfília
(atual Turquia); um dos componentes da equipe, João Marcos, separou-se deles e
voltou para Jerusalém (At 13.13). Daí em diante, parece que Paulo assumiu a
liderança, pois Lucas – o escritor do livro de Atos – refere-se a “Paulo e os
que estavam com ele.”
Barnabé
foi conduzido para fora dos termos de Israel para liderar a primeira Igreja
mista, isto é, de judeus e de gentios. Já havia algum tipo de liderança entre
os crentes de Antioquia, mas careciam de legitimação da Igreja que estava em
Jerusalém. A equipe diretora era formada de profetas e mestres que o doutor
Lucas fez questão de destacar: Barnabé, Simeão – o negro – Lúcio, Manaém Colaço
e Saulo. A liderança era formada por homens maduros que buscavam a exelência.
Eles tinham como alvo supremo pessoal e ministerial agradar a Deus.
Esforçavam-se para ensinar a Palavra com
esmero e orientavam os obreiros auxiliares sempre que se fazia necessário e não
se esqueciam da beneficiência cristã. Portanto, o comprometimento com o Senhor
e Seu Reino era total.
A
liderança de Antioquia se esforçava numa dieta de oração e de jejuns. Essa
abstinência de alimentos refletia o desejo que havia naqueles homens de servir
com excelência a causa do Cordeiro de Deus. Em jejum buscavam ouvir a Palavra
específica da parte do Senhor e que promovesse a edificação de todos. A isso
chamamos, tecnicamente, de palavra “remah” - sob a direção do Espírito Santo a
qual promove o crescimento da Igreja numérica e internamente.
A dupla
missionária seguiu adiante e pregou em Antioquia da Pisída, Listra, Icônio, e
Derbe, diante da oposição e do interesse da multidão (At 13.42-51; 14.1-7, 19-
21). Indicaram homens aptos a prover futura liderança para cada igreja (At
14.23).
Barnabé
era da linhagem levítica, enquanto Paulo era benjamita e fariseu, o qual
aproveitava a vantagem da sua condição farisaica para anunciar a Cristo nas
sinagogasLucas apresenta ambos anunciando a Palavra de Deus (At 13.5), ainda
que Paulo, uma vez convertido, reputasse por perda a sua condição natural da
qual bem podia se gloriar na carne (Fp 3.4-7). Além disso, em momentos
propícios se utilizava dessa mesma condição como mordomo de Cristo para
comunicar as Boas Novas. Isso significa que os privilégios antes usados contra
Jesus Cristo e sua Igreja, agora eram postos a Seu serviço, como sinônimo de
total rendição e amor.
Paulo e
Barnabé apresentaram a proposta sobre a plena admissão dos gentios na Igreja
(At 15.1-5,12) e receberam apoio do concílio de Jerusalém (vv 22-29). A decisão
do conclave foi bem aceita em Antioquia, onde ambos ficaram por algum tempo,
pregando e ensinando (vv. 33-35).
Barnabé e Paulo, a princípio, sempre eram bem
acolhidos nas cidades onde pregavam. Todavia, momentos após testemunharem
experimetavam oposições, tais como: insultos, humilhações e obrigatoriedade em
comparecer a fóruns locais para prestarem depoimentos, como também as
sinagogas. Ambos procuravam suportar as provações e perseveravam, pois sabiam
que os neo-convertidos desanimariam caso fracassassem e abortassem a missão.
Assim, eles procuravam sofrer varonilmente “como bons soldados de Cristo”.
Os apóstolos foram vítimas de uma conspiração
engendrada por cidadãos comuns e autoridades que, em conluio, procuravam
tratá-los de modo covarde e humilhante; e até os apedrejando. Infelizmente, os
dois companheiros tiveram um sério desentendimento a respeito de João Marcos.
Paulo, recusou-se a levá-lo na segunda viagem missionária, enquanto Barnabé
deu-lhe uma segunda chance, ao conduzi-lo consigo a Chipre (At 15. 36-39). A
partir desse momento, o filho da consolação não é mais mencionado no relato de
Atos.
Existem
três referências em Gálatas (Gl 2.1,9,13), onde aparece com Paulo e Tito numa
consulta com os líderes da igreja em Jerusalém. Durante essa reunião privativa,
Tiago, Cefas (Pedro) e João estenderam a destra da comunhão a Barnabé e Paulo,
ao concordar que deveriam ir para os “gentios, e eles à cincuncisão (aos
judeus)” (Gl 2.9). Lamentavelmente, Pedro cedeu às pressões dos defensores da
circuncisão e “até Barnabé se deixou levar pela dissimulação”, que Paulo
confrontou e repreendeu (Gl 2.13,14).
Em 1Co,
Paulo discute os direitos de um apóstolo e levanta uma série de questões
retóricas destinadas a estabelecer o princípio de que “os que anunciam o
evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9.14). Assim, ele pergunta
incisivamente: “Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente,
como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só Barnabé
não temos o direito de deixar de trabalhar?” (1Co 9.5,6).
A referência
final a Barnabé é tocante, porque se relaciona a João Marcos, seu sobrinho, o
qual mandou saudações com Aristarco, prisioneiro junto com Paulo. O problema
que tiveram foi resolvido e o apóstolo escreve aos Colossences: “se ele (João
Marcos) for ter convosco, recebei-o (Cl 4.10). o ministério paciente de Barnabé
com João Marcos foi bem-sucedido (2Tm 4.11).
O que
se pode dizer do caráter de Barnabé? Era uma pessoa boa, generosa e calorosa,
que ofertou abundantemente seu tempo e seus talentos para a causa de Cristo,
tanto em casa como nos lugares distantes. Era um homem de oração, que buscava a
direção do Espírito Santo para tomar as decisões. Encorajava seus companheiros
de trabalho no ministério cristão e era um amigo sempre disposto a dar uma segunda
chance a quem precisasse. Via potencial nas pessoas e desejava recrutá-las,
mesmo que só com o tempo, conforme aconteceu com Paulo, pudessem superar as
dificuldades.
Como
qualquer outro ser humano, Barnabé podia ceder às pressões, mas geralmente “era
homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24). Ao estudar a vida
de Barnabé e Paulo, o que se pode constatar é a disposição ao sofrimento em
nome da causa do Evangelho. Percebe-se na vida destes pioneiros um misto de
humilhação e glórias, de lágrimas e de júbilo.
Ao
partirem de Listra já havia uma assembleia cristã já consolidada. Eles
entenderam que poderiam partir, pois o trabalho por si mesmo iria crescer.
Assim foram para Derbe, onde também puderam desenvolver um trabalho com muitos
discípulos.
Barnabé foi um líder comprometido em manter
os resultados. Conduzir muitas pessoas a Cristo foi a primeira parte. A outra
foi prever-lhes algum tipo de acompanhamento espiritual. As Igrejas da região
da Galácia haviam sido erguidas com um elevado preço para Barnabé e Paulo. Eles
atravessavam trilhas e montanhas perigosas, estradas com hordas de salteadores,
foram banidos em Icônio.
Paulo
foi apedrejado em Listra. Por isso assumiram riscos ao voltarem a esses lugares
para darem assistências às neo-igrejas que surgiram literalmente das
tribulações que ambos sofreram. Convém ressaltar que Barnabé foi um grande
defensor do Evangelho da Graça. Neste contexto, Paulo e Barnabé rechaçaram de
pronto os ensinos dos que vinham de Jerusalém, pois compreendiam que a salvação
é pela fé e não por meio da observância de ritualismos e tradições externas (At
15.14-19).
Mesmo
assim, a Igreja decidiu enviar os apóstolos e presbíteros para Jerusalém para
que a questão fosse resolvida a partir de lá para toda a cristandade dali. Os
diferentes tipos de argumentos consolidaram definitivamente o cristianismo
gentílico, sem que se guardasse a circuncisão e outras leis e costumes
judaicos.
Barnabé
e Paulo se utilizaram do argumento dos sinais do poder de Deus e do próprio
arrependimento concedido aos gentios. Pedro, utilizou-se da experiência direta
com Deus através de Cornélio, reforçando o ensino da graça de Deus.
O
profundo amor de Deus derramado no coração de Barnabé o fazia amar o ser
humano, tornando-o um excelente amigo de companhia agradabilíssima. Ele
desenvolveu a arte de repreender os outros sem magoá-los, porque demonstrava
firmeza e carinho simultaneamente. Todos nós deixaremos impressões nos outros,
que serão lembradas mesmo depois da nossa morte. Barnabé, também, foi um líder
amadurecido que trabalhava com uma visão além do seu próprio tempo. Ele
enxergava a si mesmo como um pai que se sente no dever de entesourar uma boa
herança para seus filhos e netos (2Co 12.14).
Barnabé olhou além do seu ambiente social, da
realidade da sua época e não retrocedeu em meio à discriminação religiosa.
Deste modo, foi um homem de primeira grandeza na preparação de grandes líderes.
Ele contribuiu, decisivamente, para a formação de Paulo. Na sua descida de
Jerusalém para Antioquia, nos transmite que ninguém deve fazer nada sozinho.
A maior
contribuição deixada por Barnabé foi a formação de líderes. Ele tanto sabia ser
subordinado, quanto ser um líder inspirador. Na verdade, aprendeu a influenciar
pessoas do seu círculo social sob qualquer posição que estivesse, pois o seu
grande afã era servir com excelência. O ministério de Barnabé é um exemplo
positivo de fidelidade a Deus e aos outros. Sua liderança não consistia em
impor o seu querer, mas inspirar os demais a segui-lo, como estrategicamente
fazia o Mestre de Nazaré.
Bibliografia:
- Gardner Paul: Quem é quem na Bíblia Sagrada / Tradução Josué Ribeiro São
Paulo: Editora Vida, 2005. - Abner Ferreira: Revista Betel - Jovens e Adultos /
Editora Betel 2011
Título:
Líderes Piedosos Fazem a Diferença
Pr
Hernandes Dias Lopes
Líderes Piedosos Fazem a Diferença
Barnabé
foi um grande homem, um dos maiores líderes da igreja primitiva. Sua piedade
era notória. Seu exemplo e seu ministério fizeram diferença. Sua vida pode ser
resumida nos seguintes termos: “Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e
de fé…” (At 11.24). Três verdades sobre Barnabé são colocadas em relevo e
servem de inspiração para todos os líderes cristãos:
Em
primeiro lugar, um líder cristão deve investir sua vida na vida de outros. Ser
líder é ser servo; ser grande é ser pequeno; ser exaltado é humilhar-se.
Barnabé
é o único homem da Bíblia chamado de bom. E por que? É porque quase sempre, ele
está investindo sua vida na vida de alguém. Em Atos 4.36,37 ele está investindo
recursos financeiros para abençoar pessoas. Em Atos 9.27 ele está investindo na
vida de Saulo de Tarso, quando todos os discípulos fecharamlhe a porta da
igreja, não acreditando em sua conversão. Em Atos 11.19-26, a igreja de
Jerusalém o vê como o melhor obreiro a ser enviado para Antioquia e quando ele
vê a graça de Deus prosperando naquela grande metrópole, mais uma vez ele
investe na vida de Saulo e vai buscá-lo em Tarso. Em Atos 13.2 o Espírito o
separa como o líder regente da primeira viagem missionária. Em Atos 15.37-41
Barnabé mais uma vez está investindo na vida de alguém; desta feita na vida de
João Marcos. Precisamos de líderes que sejam homens bons, homens que dediquem
seu tempo e seu coração para investir na vida de outras pessoas.
Em
segundo lugar, um líder cristão deve esvaziar-se de si para ser cheio do
Espírito Santo. Barnabé era um homem cheio do Espírito Santo. Sua vida, suas
palavras e suas atitudes eram governadas pelo Espirito de Deus. Um líder cheio
do Espirito tem o coração em Deus, vive para a glória de Deus, ama a obra de
Deus e serve ao povo de Deus. Barnabé é um homem vazio de si mesmo, mas cheio
do Espírito Santo. A plenitude do Espírito não é uma opção, mas uma ordem
divina. Não ser cheio do Espírito é um pecado de negligência. Precisamos de
líderes que transbordem do Espírito, homens que sejam vasos de honra, exemplo
para os fiéis, bênção para o rebanho de Deus. Quando os líderes andam com Deus,
eles influenciam seus liderados a também andarem com Deus. Por isso, a vida do
líder é a vida da sua liderança. Deus está mais interessado em quem o líder é
do que TESOURO fabricaebd.org 2 no que o líder faz. Vida com Deus precede
trabalho para Deus. Piedade é mais importante do que performance.
Em
terceiro lugar, um líder cristão deve colocar seus olhos em Deus e não nas
circunstâncias. Barnabé era um homem cheio de fé. Ele vivia vitoriosamente mesmo
diante das maiores dificuldades, porque sabia que Deus estava no controle da
situação. A fé tira nossos olhos dos problemas e os coloca em Deus que está
acima e no controle dos problemas. A fé é certeza e convicção. É certeza de
coisas e convicção de fatos (Hb 11.1). É viver não pelo que vemos ou sentimos,
mas na confiança de que Deus está no controle. A fé nos leva a confiar diante
das dificuldades, não porque somos fortes, mas porque embora sejamos fracos,
confiamos naquele que é onipotente. Precisamos de líderes que ousem crer no
Deus dos impossíveis. Precisamos de líderes que olhem para a vida na
perspectiva de Deus, que abracem os desafios de Deus e realizem grandes
projetos no reino de Deus.
Referências:
http://hernandesdiaslopes.com.br/lideres-piedosos-fazem-adiferenca/
Barnabé, o Filho da Consolação
AUTORA: Magda
Professora Universitária da UFJF, responsável pelos Blogs: Porta de Sião e
Plataforma Escola Teológica
Barnabé, desde o momento em que ele aparece
junto aos apóstolos pela primeira vez, ganha notoriedade, e a partir de então
ele se destaca como líder na igreja primitiva. Sua influência pode ser vista
tanto na igreja em Jerusalém quanto posteriormente na igreja de Antioquia. Tal
fato indica que Barnabé era bem considerado tanto entre os judeus convertidos
bem como entre os gentios convertidos.
A
liderança de Barnabé é indicada em diversos momentos no livro de Atos dos
Apóstolos, porém é em At 13.1 que ela é exaltada pelo próprio Espírito Santo,
quando então o autor de Atos o lista em primeiro lugar entre os profetas e
doutores que se encontravam na Igreja de Antioquia:“E na igreja que estava em
Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado
Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e
Saulo”.
Como
“profeta e doutor”, linguagem esta que denota o conhecimento de Barnabé em
relação a palavra de Deus, Barnabé exerceu o ministério de ensino na igreja de
Antioquia (ver At 11.26) e na seqüência ele receberia um chamado específico do
Espírito Santo para a obra missionária, o que levaria então a acontecer a
primeira viagem missionária de Paulo.
É
importante, no entanto, perceber com respeito a este momento, a liderança de
Barnabé em relação a Paulo, já que o Espírito Santo lista o nome de Barnabé à
frente do nome de Paulo, conforme pode ser visto em At 13.2: “E, servindo eles
ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para
a obra a que os tenho chamado”.
Como
líder chamado por Deus, a chamada de Barnabé pode ser vista dentro do propósito
de Deus para sua igreja conforme descrito em Ef 4.11,12: “E ele mesmo deu uns
para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros
para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de Cristo”.
Como
alguém que deixou um testemunho de vida que ainda fala, Barnabé se encontra
entre aqueles que fazem parte da nuvem de testemunha da qual os crentes estão
rodeados, sendo seu exemplo um estímulo para todos aqueles que estão correndo a
carreira que lhes está proposta: “Portanto nós também, pois que estamos
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o
pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos
está proposta” (Hb 12.1).
1.
Suas raízes – As páginas das Sagradas Escrituras nos revelam alguns
homens que se destacaram a partir dos doze apóstolos seletos de Jesus. Entre os
nomes aqui apontados, Barnabé foi o que se tornou não somente o pioneiro em dar
a maior contribuição financeira, mas assumir a liderança e a supervisão de uma
igreja mista ao lado de Paulo Tarso, a quem, ele recebeu e acolheu, fazendo
dele sua ponte de sustentação ministerial.
O
evangelho de Lucas registra o momento, quando Jesus subiu ao monte a orar e
depois de ter passado a noite em oração a Deus, Ele chama a si os seus
discípulos e dentre eles escolhe os doze que seriam então chamados de apóstolos
(ver Lc 6.12-16).
Os
apóstolos escolhidos por Jesus foram então Simão, ao qual Ele chamou de Pedro,
e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago,
filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; e Judas, irmão de Tiago, e Judas
Iscariotes, que foi o traidor. Mais tarde, depois da morte e ressurreição de
Jesus, os onze são vistos estando juntos (ver At 1.13) quando então Judas
Iscariotes é substituído por Matias o qual fora também testemunha da ressurreição,
requisito essencial para a escolha que foi feita (ver At 1.15-26).
Em
Jerusalém, os apóstolos davam, conforme registra At 4.33 “com grande poder,
testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante
graça”. O testemunho dos apóstolos era acompanhado por diversas conversões,
sendo estas demonstradas pela generosidade entre os primeiros cristãos de forma
que entre eles não havia “necessitado algum; porque todos os que possuíam
herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o
depositavam aos pés dos apóstolos” (At 4.34).
É
dentro deste clima de testemunho e generosidade que o nome de Barnabé aparece
pela primeira vez, sendo destacada sua ação de vender uma propriedade e
depositar o valor da mesma aos pés dos apóstolos: “Então, José, cognominado,
pelos apóstolos Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita,
natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o
depositou aos pés dos apóstolos” (At 4.36,37).
Mais tarde, Barnabé juntamente com Paulo
assume a liderança da igreja de Antioquia onde então os dois permanecem juntos
ensinando a palavra de Deus, conforme descrito em At 11.25,26: “E partiu
Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu a Antioquia. E sucedeu
que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em
Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”.
O
reflexo dos ensinos de Barnabé e Paulo se vê no fato de em Antioquia os
discípulos serem pela primeira vez chamados cristãos, o que indica a conversão
genuína dos gentios ali presentes. Além disto, a generosidade de Barnabé vai se
refletir também na atitude dos cristãos de Antioquia quando então são eles que,
ao ouvirem falar da fome que se abateria em todo o mundo, conforme profetizado
por Ágabo, determinam mandar socorro aos cristãos da Judéia, conforme relato
descrito em At 11.29: “E os discípulos determinaram mandar, cada um socorro aos
irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos
anciãos por mão de Barnabé e de Saulo”.
1.1
Barnabé, o filho da consolação – Barnabé, como popularmente tornou-se
conhecido, era, na verdade, o seu sobrenome, que significa filho da consolação
ou exortação. Este nome foi dado pelos apóstolos diretos do Senhor Jesus, mas o
seu nome era José, cujo provável significado é “Deus aumenta” ou “Deus
acrescenta”. Há uma verdade interessante acerca do nome Barnabé, que aponta
para sua maneira conciliadora de se relacionar com as pessoas, o que o tornava
benquisto entre os apóstolos e por toda a Igreja.
Em At
4.36, fica evidente que o homem cujo nome era José passa a ser chamado de
Barnabé, sendo este nome lhe conferido pelos apóstolos, o que indica que eles reconheciam
nele seu caráter conciliador, encorajador e consolador já que seu nome
significa “filho da consolação”. A seqüência abaixo lista alguns acontecimentos
em que Barnabé está presente sendo notáveis suas atitudes de apoio,
encorajamento e consolo a pessoas e ministérios:
At 4.36,37 – Barnabé vende uma propriedade e
deposita o valor da mesma aos pés dos apóstolos. O valor da herdade seria
utilizado no auxílio aos necessitados.
·At 9.26,27 – Barnabé traz Saulo até os
apóstolos e encoraja-os a acreditar na veracidade da conversão de Paulo.
·At 11.22-26 – A igreja de Jerusalém envia
Barnabé a Antioquia e ali ele anima os irmãos a permanecerem no Senhor. Depois
disto, Barnabé parte para Tarso em busca de Saulo e assim eles permanecem
juntos na igreja de Antioquia.
·At
11.27-30; 12.25 – Barnabé e Saulo levam socorro aos irmãos que habitavam na
Judéia por ocasião da fome que aconteceu no tempo de Cláudio César. Depois
disto, eles retornam para Antioquia.
·At 15.1-35 – Barnabé e Paulo sobem a
Jerusalém para participarem do Concílio de Jerusalém, onde então ele testifica
juntamente com Paulo a conversão dos gentios: “Então toda a multidão se calou e
escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus
havia feito por meio deles entre os gentios”(At 15.12).
·At 15.36-39 – Paulo diz a Barnabé para juntos
eles partirem em uma segunda viagem missionária. Barnabé apoia a idéia de
tomarem consigo João Marcos, não havendo consenso, porém entre eles quanto a
esta questão, Barnabé parte para Chipre levando consigo Marcos.
1.2 Alguns detalhes pessoais de sua vida –
Além de solteiro, Barnabé era um homem alto, forte e de boa aparência e, por
esse motivo, foi confundido com Júpiter, em Listra, pelos nativos que lá
habitavam. Barnabé era um homem rico e não é mencionado no relato do Novo
Testamento que tenha passado alguma dificuldade financeira. Mas, ao contrário,
aparece ajudando a Igreja e os irmãos necessitados.
Era
natural da Ilha de Chipre, que possuía paisagens agradáveis e terra muito
fértil. Embora o Novo Testamento se omita acerca de seus pais, apresenta a sua
linhagem levítica e fala de João Marcos, seu sobrinho, que foi também um dos
que participaram na primeira viagem missionária de Paulo. 4
Conforme descrito pelo comentarista, e segundo
At 4.36, Barnabé era levita, o que indica que ele era da descendência da tribo
de Levi, a tribo que foi separada por Deus para lhe prestar serviço na Tenda do
Tabernáculo e posteriormente no Templo auxiliando assim os sacerdotes, que
também eram levitas, porém exclusivamente da descendência de Arão.
Diversos textos do Antigo Testamento, como,
por exemplo, Dt 18.1 “Os sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão
parte nem herança com Israel; das ofertas queimadas do Senhor e da sua herança
comerão”mostram que os sacerdotes bem como os levitas não receberiam herança
dentre os filhos de Israel, já que eles deveriam se dedicar ao serviço no
Tabernáculo e posteriormente no Templo, sendo o Senhor a sua verdadeira
herança.
O texto
de At 4.37 apresenta, no entanto, Barnabé como proprietário de uma herdade. O
fato de Barnabé vender sua propriedade e depositá-la aos pés dos apóstolos
indica que ele, como levita, compreendeu o verdadeiro propósito de Deus para
sua vida, e assim, tendo se despojado daquilo que poderia lhe prender em
tarefas diárias, ele pode, desde então dedicar-se ao Senhor pregando o
evangelho por onde Deus lhe enviasse, sendo o Senhor a sua verdadeira herança,
conforme fora já determinado em relação aos levitas por Deus no Antigo
Testamento.
Nos
tempos do Antigo Testamento, quando o Reino do Norte, Israel foi levado para o
cativeiro assírico (ver 2 Rs 17.6-23) as dez tribos de Israel se dispersaram
por diversas regiões. Mais tarde, o Reino do Sul, Judá é levado para o
cativeiro babilônico (ver 2 Rs 25.1-22), porém setenta anos depois, Ciro, rei
da Pérsia determina o retorno dos judeus para sua pátria (ver Es 1.1-4).
Muitos
dentre os dispersos das dez tribos do norte, bem como a tribo de Levi unem-se a
Judá em seu retorno, conforme se vê nos relatos descritos por Esdras e Neemias,
porém apesar deste retorno, muitos dos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó se
estabeleceram em outras regiões, sendo este provavelmente o caso da família de
Barnabé já que At 4.36 se refere a ele como sendo natural de Chipre.
Segundo
o Novo Dicionário da Bíblia (Douglas, 1995, p. 286) a ilha de Chipre fica no
Mediterrâneo oriental, cerca de 97 Km a oeste da costa da Síria, e a cerca da
mesma distância da costa turca. A ilha possui 225 quilômetros de comprimento
por 97 quilômetros na parte mais larga, e de acordo com At 13.4-13, Paulo e
Barnabé atravessaram a ilha desde Salamina até Pafos, no início da primeira
viagem missionária de Paulo [Veja na figura acima a localização da ilha de
Chipre (Cyprus)].
Com relação às características físicas de
Barnabé, estas não são referenciadas na Bíblia, porém o comentarista tira
conclusões baseadas no relato de At 14.6-12, quando, por causa da cura de um
homem leso dos pés, coxo desde o ventre de sua mãe, as multidões aclamam a
Barnabé como sendo Júpiter e Paulo como sendo Mercúrio. Segundo o Novo
Dicionário da Bíblia (1995, p.1027), Mercúrio, traduzido como ‘Hermes’ (do
grego, Herme) em algumas versões, era auxiliar ou o mensageiro de Zeus também
chamado Júpiter, sendo que o mito antropomórfico fazia dele filho de Zeus e de
Maia, o veloz mensageiro celeste, patrono do comércio, da eloqüência, da
literatura e da juventude.
Barnabé
é visto como sendo Júpiter, provavelmente porque o povo de Listra reconhece a
sua liderança em relação a Paulo, enquanto Paulo é visto como sendo Mercúrio, o
mensageiro de Júpiter, por ser Paulo o portador da palavra conforme se vê no
relato de At 14.6-12: “Sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades de
Licaônia, e para a província circunvizinha; e ali pregavam o evangelho. E
estava assentado em Listra certo homem leso dos pés, coxo desde o ventre de sua
mãe, o qual nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os
olhos, e vendo que tinha fé para ser curado, disse em voz alta: Levanta-te
direito sobre teus pés. E ele saltou e andou. E as multidões, vendo o que Paulo
fizera, levantaram a sua voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses
semelhantes aos homens, e desceram até nós. E chamavam Júpiter a Barnabé, e
Mercúrio a Paulo; porque este era o que falava”.
1.3
Barnabé, um homem generoso – Em Atos 4.36,37, encontramos Barnabé
vendendo a sua propriedade a fim de ajudar a Igreja no desempenho de sua
missão. Ele era um homem bom, de coração disposto e de larga visão. Além de
todos os outros belos traços de seu caráter, devemos acrescentar seu forte
espírito de fraternidade para com seus irmãos em Cristo, pois era guiado pelo
Espírito Santo ao ofertar para suprir a necessidade daqueles que não tinham.
Toda a disposição de contribuir generosa e liberalmente vem do Espírito de
Deus. Sl 37.23: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e
deleita-se no seu caminho”.
Sl 112.5,9: “O homem bom se compadece, e
empresta; disporá as suas coisas com juízo. Ele espalhou, deu aos necessitados;
a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória”.
Pv
14.14: “O que no seu coração comete deslize, se enfada dos seus caminhos, mas o
homem bom fica satisfeito com o seu proceder”.
Mt
12.35: “O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem
mau do mau tesouro tira coisas más”. Rm 8.14: “Porque todos os que são guiados
pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus”.
Gl
5.22:“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança”.
Ef 5.9:
“Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade”.
2. Um
homem conciliador – O nome de Barnabé é mencionado em apenas três
momentos na Bíblia, e em cada ocasião está proporcionando consolo,
encorajamento e apoio a todos que o cercam.
Em Atos
11.23,24, ele é descrito como um “homem de fé e cheio do Espírito Santo”. Visto
que o Espírito Santo é o Consolador, será legítimo concluir que Barnabé, o
Filho da Consolação estava em sintonia perfeita com o Espírito. At 11.19-24: “E
os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão
caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a
palavra, senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns homens chiprios e
cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o
Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se
converteu ao Senhor. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava
em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. O qual, quando chegou, e viu a
graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com
propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de
fé. E muita gente se uniu ao Senhor”.
O texto de At 11.19-24 descreve a formação da
igreja de Antioquia quando os discípulos que andavam dispersos por causa da
perseguição de Estevão caminham até a Fenícia, Chipre e Antioquia anunciando a
palavra aos judeus. Dentre estes discípulos alguns de Chipre e de Cirene, ao
entrarem em Antioquia, falam aos gregos, anunciando-lhes então o Senhor Jesus
Cristo. A partir deste momento, e sendo a mão do Senhor com os discípulos, um
grande número de gentios crêem e se convertem ao Senhor Jesus Cristo.
A fama
destas coisas chega a Jerusalém e diante dos acontecimentos, a igreja em
Jerusalém sente-se no dever de investigar qual seria o rumo que o anúncio do
evangelho estaria tomando em Antioquia, já que algo novo estava agora
acontecendo, sendo este a expansão do evangelho entre os gentios, ou seja,
entre pessoas de costumes completamente distintos dos costumes judaicos.
A
igreja de Jerusalém envia então Barnabé até Antioquia, fato este que indica a
ação da igreja com sabedoria, já que Barnabé, sendo de origem hebraica, porém
natural de Chipre saberia lidar com qualquer tipo de situação relacionado tanto
aos costumes judaicos quanto aos costumes gentios.
A
preocupação da igreja de Jerusalém com relação a expansão do evangelho entre os
gentios em Antioquia tem seu devido valor, já que, conforme descrito em “O Novo
Dicionário da Bíblia” (Douglas, 1995, p. 85) a cidade de Antioquia, capital da
província romana da Síria e também a terceira maior cidade do império, abrigava
um santuário dedicado a Apolo, onde eram celebrados ritos orgíacos em nome da
religião. Barnabé, porém ao chegar a Antioquia, estando ele em sintonia com o
Espírito Santo e sendo assim com o propósito de Deus em relação aos gentios e
tendo ele discernimento espiritual para observar o poder de Deus na
transformação do pecador, se alegra com tudo aquilo que ele pode contemplar.
Como
homem de bem, Barnabé se alegra ao ver a graça de Deus se manifestando também
em favor dos gentios; como homem cheio do Espírito Santo, ele exorta a todos a
que, com firmeza de coração, ou seja, não se deixando mais serem levados pelos
caminhos da idolatria e da prostituição, permanecessem no Senhor; e como homem
de fé, ele permanece em Antioquia o que levou muita gente a unir-se ao Senhor.
2.1 Barnabé,
o “Filho de Paraklesis” – O texto grego de Atos 4.36 explica o nome de
Barnabé como “hyos paraklesis” que significa: “filho da exortação ou filho da
consolação”. De fato, vemos Barnabé atuando como consolador quando...
·Se despoja de seus próprios bens para
suprir a necessidade de pessoas carentes;
Pv 14.21: “O que despreza ao seu próximo peca,
mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado”.
Jo
13.35: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros”.
At
20.35: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário
auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais
bem-aventurada coisa é dar do que receber”.
Gl
6.10: “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos
domésticos da fé”. ·Quando vai a Tarso em busca de Saulo e lhe credita
confiança quando todos ainda o temiam como uma ameaça;
Mt 5.9:
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.
Rm
14.17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo”.
Rm
12.18: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”.
Tg
3.17,18: “Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois
pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para
os que exercitam a paz”.
·Quando faz de Antioquia, ao lado de Paulo, um
modelo de Igreja, a única a não receber repreensão.
O modelo de igreja que se tornou a igreja de
Antioquia pode ser visto na forma como ela recebeu a decisão do Concílio de
Jerusalém, conforme pode-se perceber no seguinte relato descrito em At
15.29-31: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue,
e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos
guardardes. Bem vos vá. Tendo eles então se despedido, partiram para Antioquia
e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. E, quando a leram, alegraram-se
pela exortação”.
Barnabé
não era somente cheio do Espírito Santo, mas o próprio Espírito Santo fazia
parte de seu caráter. Precisamos de líderes assim, inimigos de contendas,
pacificadores, que encorajem os outros através de exemplos.
Jo 14.16,17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;o Espírito de
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o
conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”.
Jo
14.26: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito”.
2.2
Barnabé, um reconhecedor de valores – A grande virtude de um líder é
ver em outros a capacidade que talvez não tenha e promovê-los a fim de ver o
Reino de Deus ser favorecido. Afinal, ninguém faz tudo sozinho, sabe tudo, ou
não necessita aprimorar-se mais. Barnabé foi um homem de méritos, pois
reconheceu que Paulo estava realmente convertido e trabalharam juntos na
divulgação do evangelho.
Ele era
homem de visão e pôde discernir bem as coisas do mundo espiritual. Assim, não
temeu reconhecer o valor de Saulo e conseguiu incentivar os outros apóstolos a
compreenderem que, agora, Saulo não era mais um perseguidor, mas um defensor do
Caminho.
Depois
que Paulo se converteu no caminho de Damasco e foi batizado por Ananias (ver At
9.1-18), ele passou alguns dias em Damasco pregando nas sinagogas que Jesus era
o Filho de Deus: “E logo, nas sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho
de Deus. Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em
Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os
levar presos aos principais dos sacerdotes?” (At 9.20,21).
Logo depois, Paulo partiu para a região
árabe, para depois retornar novamente a Damasco, sendo, porém tal fato não
registrado no livro de Atos, mas descrito por Paulo em sua carta aos gálatas:
“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me
chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os
gentios, não consultei carne nem sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os
que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez
a Damasco” (Gl 1.15-17).
É
depois deste segundo período em Damasco que Paulo então parte para Jerusalém
sendo levado por Barnabé aos apóstolos, já que todos ainda o temiam não crendo
que fosse discípulo: “E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se
aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então
Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no
caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente
no nome de Jesus” (At 9.26,27).
O fato
de Barnabé conduzir Paulo aos apóstolos não indica que ele fez isto de forma
precipitada sem verificar a autenticidade da conversão de Paulo. Barnabé
testifica junto aos apóstolos sobre a conversão de Paulo no caminho de Damasco
e sobre como ele falara ousadamente em Damasco no nome de Jesus.
Pode-se
dizer, portanto que Barnabé de forma cautelosa avaliou a condução de Paulo e os
frutos do arrependimento em sua vida para então testificar da veracidade de sua
conversão. O próprio Senhor Jesus descreveu quanto a necessidade de se julgar,
quando Ele traz aos discípulos um ensino sobre a árvore boa que produz bons
frutos e a árvore má que produz maus frutos (ver Mt 7.16-19), concluindo seu
ensino com as seguintes palavras: “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”
(Mt 7.20).
Quanto
à questão relacionada ao reconhecimento de valores a fim de ver o Reino de Deus
ser favorecido, cada membro da igreja deve entender que o trabalho na Casa de
Deus não é um trabalho de competição, mas sim de cooperação, conforme o próprio
apóstolo Paulo mais tarde ensina em 1 Co 3.9: “Pois, nós somos cooperadores de
Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus”.
2.3 Barnabé, um líder criador de oportunidades – Barnabé era
um homem irrepreensível, longânimo e cheio de misericórdia. Não só pelo fato de
ter dado oportunidade a Paulo quando recém converso, mas também a João Marcos,
seu sobrinho, que na primeira viagem missionária abortou a missão na Panfília,
tendo em vista os perigos que haviam deixado para trás e os que ainda
encontrariam adiante. Quando agimos assim, nos assemelhamos ao Senhor Jesus,
que também deu oportunidade a Pedro, aos demais apóstolos e a todos os que a
Ele se achegaram. Ele mesmo disse “misericórdia quero” (Mt 9.13).
Depois
de um ano em Antioquia, onde Paulo e Barnabé permaneceram ensinando a palavra
de Deus, os dois foram a Jerusalém levando socorro aos irmãos que viviam na
Judéia já que o profeta Ágabo havia profetizado em Antioquia acerca de um
período de fome que haveria em todo o mundo, o que aconteceu no tempo de
Cláudio César: “E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que
haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio
César. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse,
socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram,
enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo” (At 11.27-30).
Quando
Paulo e Barnabé retornam de Jerusalém para Antioquia, eles levam consigo João
Marcos que era sobrinho de Barnabé: “E Barnabé e Saulo, havendo terminado
aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha
por sobrenome Marcos” (At 12.25). Mais tarde, a igreja de Antioquia obedecendo
a voz do Espírito Santo separa Barnabé e Paulo para a obra missionária. João
Marcos os acompanha, porém quando eles partem de Pafos e chegam a Perge na Panfília,
João Marcos desiste de acompanhá-los e retorna para Jerusalém: “E, partindo de
Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João,
apartando-se deles, voltou para Jerusalém” (At 13.13).
Por
ocasião da idéia quanto a segunda viagem missionária, o intento de Barnabé era
o de levar Marcos; Paulo, porém não era favorável a tal proposta, e isto vem a
causar a separação entre os dois companheiros de viagem o que leva Barnabé a
partir levando consigo Marcos quando então, juntos os dois navegam para Chipre:
“E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos
por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como
estão. E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a
Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se
tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve
entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos,
navegou para Chipre” (At 15.36-39).
O fato de Barnabé apoiar Marcos indica, mais
uma vez, o caráter de Barnabé como sendo alguém que procurava sempre apoiar as
pessoas, proporcionando-lhes, se necessário fosse o perdão e a chance de mais
uma oportunidade, exatamente como Jesus ensinara aos seus discípulos, por
exemplo, em Mt 18.21,22: “Então Pedro, aproximandose dele, disse: Senhor, até
quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus
lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”.
Pv
15.18: “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apaziguará a luta”.
Ef
4.32: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.
3. Um homem generoso – É notável
como o nome de Barnabé está relacionado com a pessoa do Espírito Santo, pois a
generosidade qualifica pessoas cheias do Espírito. Esse sentimento não
pertencia somente a Barnabé, mas a todos os crentes da Igreja Primitiva. “E
vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo a necessidade
de cada um” (At 2.45). Quando o Espírito Santo é Senhor de nossas vidas, não
fica difícil captar a necessidade de outrem.
Dt
15.11: “Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno,
dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado,
e para o teu pobre na tua terra”.
Pv
14.31: “O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece
do necessitado o honra”.
Jr
22.16: “Julgou a causa do aflito e necessitado; então lhe sucedeu bem;
porventura não é isto conhecer-me? diz o Senhor”.
1 Jo
3.16-18: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós
devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o
seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de
Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em
verdade”
3.1 Generosidade, a marca de um líder
– Todo aquele que se propõe a servir a Deus com todo o seu ser, luta para ter
um coração voluntário e generoso na sua obra. Não basta ter voz de comando, é
necessário doar-se a si mesmo para tornar-se um líder. A verdadeira liderança,
segundo Jesus Cristo, consiste no servir e não em ser servido. Barnabé, quando
doou aquela vultosa quantia, o fez voluntariamente, sem segundas intenções, de
maneira que se tornou ainda mais admirado por todos. O dinheiro na verdade é
importante, porém, o mais importante, é doar da nossa própria presença e
lealdade com aqueles que temos aliança.
Rm
12.6-8: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se
é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse
dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com
cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria".
1 Tm
6.17,18: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a
esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá
todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam
de boa mente, e sejam comunicáveis.”
Tg 2.8:
“Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo
como a ti mesmo, bem fazeis”.
Mc
10.44,45: “E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de
todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.
3.2
Um líder voluntário e humilde – Havia em Barnabé uma admirável nobreza
de caráter, por esse motivo, muitos se uniram ao Senhor. Lucas, o autor do
livro de Atos, não é parciominoso ao elogiá-lo, dizendo que o grande segredo do
crescimento da Igreja estava naquele servo de Cristo, Barnabé, que “era homem
bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24).
Para que a Igreja do Senhor continue
atraente aos que estão do lado de fora, é necessário que os seus líderes tenham
um caráter firme e reflitam de fato o Senhor Jesus, como Barnabé.
Mt 5.16: “Assim resplandeça a vossa luz diante
dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que
está nos céus”.
Tt
2.7,8: “Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra
incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o
adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”.
3.3
Se tem o verdadeiro também tem o falso – Barnabé era verdadeiro,
sincero. Ananias e Safira agiram falsamente. Vendo que Barnabé alcançou
popularidade, eles forjaram algo parecido, porém, não foram liberais e atuaram
com mentiras, e acima de tudo, sem temor (At 5.3-5). Ananias e Safira não
tinham obrigação de dar nada, mas o que Deus julgou foi a intenção do coração
deles, punindo-os com uma morte repentina. Nos dias atuais ainda temos a
sombras de generosos como Barnabé e mentirosos que querem atingir posição de
destaque como Ananias e Safira.
At
5.3-10: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para
que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?
Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que
formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E
Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre
todos os que isto ouviram. E, levantando-se os moços, cobriram o morto e,
transportando-o para fora, o sepultaram. E, passando um espaço quase de três
horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E
disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim,
por tanto. Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para
tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu
marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e expirou. E,
entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido”.
Hb
10.26,27,30,31: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido
o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma
certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os
adversários. Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu
darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”.
Referências Bibliográficas: - J. D. Douglas,
O Novo Dicionário da Bíblia, 1995, Edições Vida Nova, São Paulo, SP.
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário