segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Lição 07: Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência

 


OBJETIVO GERAL

Conscientizar que no culto pentecostal há liberdade e reverência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Conceituar o culto pentecostal;

Apresentar o centro do culto pentecostal;

Explicar como se expressa a liturgia de nossa igreja.

TEXTO ÁUREO

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

(Jo 4.24)

VERDADE PRÁTICA

A adoração em espírito diz respeito à posição espiritual do adorador, isso quer dizer que o que vale diante de Deus é como adorar, não onde adorar.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 14.26-32

26 – Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.

27 – E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete.

28 – Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.

29 – E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.

30- Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.

31 – Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.

32 – E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Embora não sejamos simpatizantes a liturgias formais, os pentecostais têm elementos no culto a Deus que são previsíveis. Esses elementos revelam uma forma de adorar a Deus e, por isso, são litúrgicos.

Nossa liturgia é simples. Por exemplo, espera-se que em nossos cultos haja louvor congregacional, oração pelos enfermos e demais causas, leitura congregacional das Escrituras, oportunidades aos irmãos, ofertório, pregação da Palavra de Deus, apelo, oração final e bênção apostólica. Entretanto, há elementos sobrenaturais que são esperados por todos que se reúnem em nome do Senhor Jesus: a manifestação dos dons espirituais.

Esperamos que haja a adoração em línguas, expressão de profecias e outros dons, tudo para edificação dos santos. Outro fato marcante é a liberdade que irmãos e irmãs têm para adorar a Deus em nossas reuniões. Esses elementos marcam a liturgia pentecostal.

INTRODUÇÃO

 O Novo Testamento não apresenta um manual de liturgia e nem estabelece regras de cultos. Mas, temos pelo menos uma comunidade cristã do período apostólico que pode dar indicações sobre como devemos organizar o culto: a igreja de Corinto, descrita no capítulo 14 de 1 Coríntios. Com base nesse exemplo, vamos estudar como deve ser nosso culto e os elementos para que ele seja aceitável a Deus.

PONTO CENTRAL:

Há liberdade e reverência no culto pentecostal. 

CPAD – O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo

 | Lição 07: Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência

 


1 Coríntios 14

 O culto verdadeiro e o culto falso - 14:1-19

 Os efeitos da verdadeira e da falsa adoração - 14:20-25   Conselhos práticos - 14:26-33

 Inovações proibidas - 14:34-40

             O CULTO VERDADEIRO E O CULTO FALSO

 1 Coríntios 14:1-19

 Este capitulo é muito difícil de entender, devido ao fato de que se refere a um fenômeno que, para a maioria de nós, está totalmente fora de nossa experiência. Em todo o capítulo Paulo compara entre si dois dons espirituais. Em primeiro lugar o falar em línguas. Este fenômeno era muito comum na Igreja primitiva. Durante ele a pessoa se excitava até chegar a um êxtase e um delírio e nesse estado lançava uma incontrolável corrente de sons em linguagem desconhecida. A não ser que esses sons fossem interpretados e, em realidade, traduzidos, ninguém sabia o que significavam. Embora nos pareça estranho, na Igreja primitiva isto era um dom altamente cobiçado. Era um dom perigoso. Por um lado, era anormal e muito admirado; portanto a pessoa que o possuía podia tender a desenvolver um certo orgulho espiritual por seu dom. E por outro lado, o próprio desejo de possuí-lo produzia, ao menos em alguns, certo auto-hipnotismo e certa histeria deliberadamente induzida que resultava ser um falar em línguas completamente falso, enganoso, e fabricado. Contra este falar em línguas Paulo antepõe o dom de profecia. Preferimos não utilizar este termo, cujo emprego pode complicar mais uma situação já complicada. Neste caso, e em realidade a maioria das vezes, a profecia não tem nada que ver com a predição do futuro, mas sim significa proclamar a vontade e a mensagem de Deus. Como já dissemos, pregar se aproxima deste significado. Em toda esta seção Paulo trata o perigo do dom de falar em línguas, e a superioridade de interpretar a verdade em forma tal que todos podem entendê-la.

  Podemos seguir melhor a linha do pensamento de Paulo analisando toda a seção.

  Paulo começa dizendo que as línguas se dirigem a Deus, e não aos homens, devido ao fato de que eles não podem entender. Se alguém exercitar o dom de línguas pode estar enriquecendo sua própria experiência espiritual, mas com segurança não está enriquecendo as almas da congregação, devido ao fato de que para eles resulta ininteligível; por outro lado, o dom de anunciar a verdade produz algo que todos podem entender e que é de proveito para a alma de cada um.

  Em seguida Paulo continua usando ilustrações e alegorias. Pensa ir a eles; mas se o faz falando em línguas que utilidade terá seu visita? Não saberiam do que estaria falando. Tomemos o caso de um instrumento musical. Se obedece as leis normais da harmonia, pode produzir uma melodia que todos podem reconhecer; mas, se não, simplesmente produz um som caótico. Tomemos o caso do clarim. Se tocar o chamado correto poderá convocar os homens a avançar, retroceder, dormir ou despertar. Mas se simplesmente produz um som confuso, sem significado, ninguém saberá o que fazer. Neste mundo existem muitas formas de falar; mas se dois homens que não compreendem o idioma um do outro se encontram, se falam um ao outro, a linguagem de cada um deles soará a jargão sem sentido, e não obterão nada do encontro.

  De modo que Paulo não nega a existência do dom de línguas. Ninguém pode dizer que nele se cumpre a fábula da raposa e as uvas, pois ele possui o dom mais que nenhum outro, mas insiste em que para que um dom seja valioso deve beneficiar a toda a congregação, e portanto, se utiliza-se o dom de línguas, este não terá sentido a não ser que seja interpretado. Assim, seja que o homem fale, ore ou cante, deve fazê-lo não só com seu espírito mas com sua mente. Deve saber o que acontece e outros devem poder compreendê-lo.

  Desta maneira Paulo chega à brusca conclusão de que numa congregação cristã é melhor pronunciar umas poucas orações compreensíveis que emitir uma corrente de sons ininteligíveis em línguas. Desta seção muito difícil e remota surgem certas verdades valiosas.

  O versículo 3 muito sucintamente estabelece o fim de toda pregação e ensino. Tem três fases.

  (1) Deve tender a edificar. Deve ter como fim aumentar o conhecimento que o homem tem da verdade cristã e sua capacidade para viver uma vida cristã. Deve outorgar-lhe uma mente melhor instruída e uma vida melhor equipada. Seu fim deve ser repartir força para o caminho cristão.

  (2) Deve tender a alentar. Em todo grupo de pessoas há os que se sentem deprimidos e desanimados. Seus sonhos não se convertem em realidade; seu esforço pareceria ter obtido muito pouco; o exame pessoal só mostra fracassos e incapacidades. Dentro da comunidade cristã o homem teria que encontrar algo que alegrasse seu coração, temperasse seu braço, e fizesse elevar a fronte. Comentava-se a respeito de um pregador que dava a conhecer o evangelho como se fosse um meteorologista que anunciava o avanço de uma profunda depressão. Um culto poderá começar humilhando o homem ao lhe mostrar seu próprio pecado mas será um fracasso a não ser que termine assinalando a graça e o Deus que o capacitará a conquistar esse pecado.

  (3) Deve confortar. "Nunca a manhã passou a ser tarde sem que algum coração se destroçasse." Existem o que Virgilio chamou "as lágrimas das coisas". Em todo grupo de pessoas haverá sempre alguém a quem a vida danificou e para quem a primavera já não existe. E dentro da comunidade cristã deve poder encontrar beleza para suas cinzas, óleo de alegria para seu luto, e um vestido de louvor para o espírito em sua opressão".

  O versículo 5 nos menciona as coisas que para Paulo eram o pano de fundo e a substância de toda pregação e ensino.

  (1) Provém de uma revelação direta de Deus. Ninguém pode falar com outros a não ser que Deus tenha falado a ele em primeiro lugar. Dizse que um grande pregador se detinha cada tanto como se estivesse ouvindo uma voz. Nunca damos aos homens ou aos alunos verdades que nós produzimos, nem mesmo descobrimos; transmitimos a verdade que nos foi dada.

  (2) Pode outorgar um conhecimento especial. Ninguém pode ser perito em tudo, mas cada um tem um conhecimento especial em alguma matéria. Tem-se dito que qualquer pessoa poderia escrever um livro interessante se simplesmente descrevesse completa e honestamente tudo o que lhe aconteceu. As experiências da vida dão algo especial a cada um de nós, e a pregação e o ensino mais efetivo é simplesmente dar testemunho do que sabemos que é certo porque o achamos certo.

  (3) Consiste em proclamar a verdade. Na Igreja primitiva a primeira pregação que se dava perante qualquer congregação era uma proclamação simples e direta dos fatos da história cristã. Há algumas costure que estão mais além de todo argumento. Goethe disse: "Conteme suas certezas, tenho suficientes dúvidas das minhas." Qualquer que seja a forma em que terminemos, é bom começar com os fatos de Cristo e do cristianismo.

  (4) Continuará ensinando. Chega o momento em que o homem pergunta: "O que querem dizer estes fatos? Qual é seu significado?" Simplesmente porque somos criaturas pensantes a religião implica em teologia. E pode ser que a fé de muitos decaia e a fidelidade de muitos se esfrie devido ao fato de que não analisaram as coisas e não as pensaram em sua totalidade.

  De toda a passagem surgem dois amplos princípios referentes ao culto cristão.

  (1) A adoração nunca deve ser egoísta. Tudo o que se faça durante o culto deve realizar-se para o bem de todos. Ninguém durante ele, já seja quem o dirija ou o compartilhe, tem direito a fazê-lo de acordo com suas próprias preferências e predileções pessoais. Deve buscar o bem de toda a comunidade de adoradores. A grande prova de qualquer parte do culto é a seguinte: "Ajudará a todos?" Não é: "Exporá meus dons especiais?", mas sim: "Fará isto com que todos os presentes se sintam mais perto uns de outros e mais perto de Deus?"

  (2) A adoração deve ser inteligível. As grandes coisas são essencialmente as coisas simples, a linguagem mais nobre é em essência a mais simples. Em última instância só o que satisfaz minha mente pode confortar meu coração, e só o que minha mente pode captar pode outorgar força a minha vida.

   OS EFEITOS DA VERDADEIRA E DA FALSA ADORAÇÃO

 1 Coríntios 14:20-25

  Paulo ainda está tratando da questão do falar em línguas. Começa com um chamado aos coríntios para que não ajam de maneira infantil. Essa paixão pelo falar em línguas e sua sobrevalorização era em realidade uma sorte de ostentação infantil, o produto do desejo de exibirse como meninos precoces. Paulo acha então um argumento no Antigo Testamento. Vimos várias vezes como a exegese rabínica — e Paulo era um rabino — podia encontrar no Antigo Testamento significados escondidos que com segurança não tinham sido previstos originalmente.

  Paulo se refere a Isaías 28-9-12. Nessa passagem, Deus, através de seu profeta, ameaça ao povo. Isaías lhes pregou em seu próprio idioma hebreu e não o escutaram nem o compreenderam. Devido a sua desobediência os assírios virão sobre eles e os conquistarão e ocuparão suas cidades. Então terão que ouvir um idioma que não poderão compreender. Terão que ouvir a língua estrangeira de seus conquistadores falando coisas ininteligíveis; e nem sequer essa experiência terrível fará com que os que não crêem se voltem a Deus. De modo que Paulo utiliza o argumento de que as línguas foram utilizadas para pessoas de coração duro e incrédulas e que, finalmente, foram ineficazes.

  Logo Paulo utiliza um argumento muito prático. Se qualquer estranho, ou qualquer pessoa simples, entrasse numa reunião cristã em que todos emitissem uma corrente de sons ininteligíveis ao falar em línguas, pensaria ter chegado a Babel e encontrar-se num manicômio Mas se a verdade de Deus estivesse sendo proclamada sóbria e compreensivelmente, o resultado seria muito distinto. O homem se encontraria face a face consigo mesmo e com Deus.

  Os versículos 24 e 25 nos dão um vívido resumo dos efeitos da pregação cristã, e do que acontece quando a verdade de Deus se proclama inteligivelmente.

  (1) Convence o homem de seu próprio pecado. Pela primeira vez vê o que é e se sentirá consternado. Alcibíades, o preferido malcriado de Atenas, era amigo de Sócrates, e algumas vezes estava acostumado a lhe dizer: "Sócrates, odeio-te, devido ao fato de que cada vez que me encontro contigo me fazes ver o que sou." A mulher de Samaria disse com surpresa envergonhada: “Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito” (João 4:29). O primeiro que faz a mensagem de Deus é fazer com que o homem tome consciência de que é um pecador

  (2) Leva o homem a juízo. Pela primeira vez o homem se dá conta de que deve responder pelo que realizou. Até esse momento pode ter vivido sem pensar nas finalidades da vida. Pode ter vivido o dia, seguindo seus impulsos e aproveitando seus prazeres. Mas agora vê que o dia tem um fim, e ali está Deus.

  (3) Mostra ao homem os segredos de seu próprio coração. O homem geralmente não se vê a si mesmo. Enfrentamos nossos corações em último lugar. Como diz o provérbio: "Não há ninguém tão cego como aquele que não quer ver." A mensagem cristã obriga o homem a ter essa severa honestidade que humilha, que o faz enfrentar-se a si mesmo.

  (4) Faz com que o homem se ajoelhe perante Deus. Todo o cristianismo começa com o homem ajoelhado na presença de Deus. A porta de entrada à sua presença é tão baixa que só podemos atravessá-la sobre nossos joelhos. Quando um homem enfrentou a Deus e a si mesmo, tudo o que fica por fazer é ajoelhar-se e orar: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador."

  Então o homem sai seguro de que esteve na presença de Deus.

A prova de todo ato de adoração é a seguinte: "Faz-nos sentir a presença de Deus?"

  Joseph Twitchell nos relata como foi visitar Horácio Bushnell quando este era ancião. De noite Bushnell o levou a caminhar pelas ladeiras. Enquanto caminhavam na escuridão, Bushnell disse de repente. Ajoelhemo-nos e oremos." E ele orou. Twitchell disse ao relatá-lo depois: "Tinha medo de estirar minha mão na escuridão, pois temia tocar em Deus."

 n Quando nos sentimos assim tão perto de Deus, compartilhamos e experimentamos real e verdadeiramente um ato de adoração.

   1 Coríntios 14:26-33

  Paulo chega no final desta seção com alguns conselhos muito práticos. Está decidido a que todo aquele que possui um dom receba todas as oportunidades possíveis para exercitá-lo, mas está igualmente decide que os cultos da Igreja não se convertam por isso numa sorte de desordenada competição. Só dois ou três devem exercitar o dom de línguas, e só se houver alguém presente que possa interpretá-los. Todos têm o dom de profetizar a verdade, mas mais uma vez, só dois ou três podem exercê-lo, e se alguém da congregação tem a convicção de que recebeu uma mensagem especial, aquele que dirige deve dar-lhe a oportunidade de expressá-lo. Aquele que dirige pode fazê-lo perfeitamente, e não precisa dizer que se vê miserável pela inspiração e não pode deter-se, porque o pregador pode controlar seu próprio espírito. Deve haver liberdade, mas não desordem. O Deus de paz deve ser adorado em paz. Não é exagerado dizer que nenhuma seção desta carta é tão interessante como a presente, devido ao fato de que arroja abundante luz sobre o culto tal como era na Igreja primitiva. Obviamente existia nele uma liberdade e uma informalidade completamente estranhas a nossas idéias. Desta passagem surgem duas grandes questões.

  (1) Evidentemente, a Igreja primitiva não tinha um ministério profissional. Na verdade, os apóstolos se sobressaíam com uma autoridade muito especial; mas nesta etapa a Igreja não tinha pastores locais profissionais. Estava aberta a todo aquele que tinha um dom para que o utilizasse. Fez bem ou mal a Igreja em instituir um ministério profissional? Em realidade há algo essencial que, em nossa era tão cheia de atividades, quando os homens estão tão preocupados com as coisas materiais, deve-se apartar a um homem para que viva perto de Deus e brinde a seu próximo a verdade, a guia e o fôlego que Deus outorga a ele. Mas por outro lado está o perigo óbvio de que quando um homem se converte em pregador profissional às vezes está obrigado a ter que dizer algo quando em realidade não tem nada que dizer. Seja como for, deve ficar claro que se alguém tiver uma mensagem para dar a seus próximos, nenhuma norma nem regulamento eclesiástico deveria impedi-lo de fazê-lo. É sem dúvida alguma um engano pensar que só o ministro profissional pode transmitir a verdade de Deus aos homens.

  (2) Obviamente na Igreja primitiva a ordem de culto tinha uma flexibilidade que atualmente nos falta. Evidentemente não havia uma ordem estabelecida. Tudo era o suficientemente informal para deixar que qualquer pessoa que sentisse que tinha uma mensagem para dar poderia fazê-lo. Pode ser que em nossos dias demos muita importância à ordem e à dignidade. Pode ser que nos tenhamos convertido em escravos das ordens de culto. O realmente notável num culto de uma Igreja primitiva deve ter sido que quase todos chegavam sentindo que tinham tanto o privilégio como a obrigação de contribuir com algo nele. Não se chegava a ele com a única intenção de ser um ouvinte passivo. Não se ia só para receber, mas também para dar.

  Obviamente isto apresentava seus perigos, porque é claro que em Corinto havia alguns que estavam apaixonados pelo som de suas vozes; entretanto, nesses dias a Igreja deve ter sido muito mais uma possessão real do cristão comum. Bem pode ser que a Igreja tenha perdido algo quando delegou tanto no ministério profissional e deixou tão pouco em mãos dos membros comuns; e pode ser que a culpa não resida no fato de que os pastores se anexaram esses direitos, mas em que os leigos os abandonaram; porque é muito certo que existem muitos membros de igreja cuja atitude os leva a pensar muito mais no que a igreja pode fazer por eles do que no que eles podem fazer pela igreja, e que estão sempre preparados para criticar o que se faz, mas nunca dispostos a compartilhar o trabalho na mesma.

                        1 Coríntios (William Barclay)


 

SUBSÍDIO I

A Pregação Pentecostal

“Que imagem lhe vem à mente quando ouve a frase pregação pentecostal? Eu ouço um som, como de um vento veemente e impetuoso, que enche todo o auditório. As palavras do pregador são divinamente inspiradas, fáceis de entender, poderosas no contexto. Têm o poder de atirar uma flecha que atinge em cheio o coração do pecador até que este se dobre em agonia, clamando pelo perdão divino. Isso é pregação pentecostal! Quais os elementos da pregação pentecostal? São distintos de outros tipos de pregação? Há diferença de estilo ou substância dos sermões entregues na igreja tradicional ou mesmo na igreja evangélica? Eu sustento que vai muito além dos fatos emocionais. Observo três distintivos que se relacionam com a pregação pentecostal: a unção, a estrutura do sermão e pregação por resultados. Antes, porém, de definirmos os estilos e a estrutura do sermão pentecostal, examinemos a introdução. Há três propósitos básicos para a introdução de um sermão: obter atenção, apresentar a proposição ou tema e criar interesse. Seja extremamente cuidadoso em seus comentários introdutórios. Tenha cuidado para evitar ser repetitivo. Evite improvisação — o resultado pode ser uma observação ofensiva que não foi devidamente considerada. Não leia o texto de diversas traduções diferentes — fica enfadonho. E não leve muito tempo para chegar ao corpo da mensagem” (MOEM, Ernest J. O Pastor Pentecostal: Um Mandato para o Século XXI. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.638,639).

SUBSÍDIO II

“Provisória e precariamente, podemos descrever adoração e louvor como um estado de consciência onde se reconhece simultaneamente a grandiosidade de Deus e a efemeridade da condição humana. Ou, busca insaciável por mais da pessoa de Deus, sem nenhum interesse alheio a esse fim. Ou por fim, desejo pessoal de dedicar o máximo de si a Deus e aos demais filhos que o Senhor amorosamente criou. Partindo destas ideias fica evidente que existem níveis e intensidades diferentes na adoração e louvor, não necessariamente uma hierarquia ou uma escala. Adoração não pode ser mecanizada. Celebrações como ‘tarde de adoração’, ‘noite dos adoradores’ podem ter um ótimo apelo midiático, mas não possuem garantias espirituais. É possível a realização de cultos com outros fins — políticos, econômicos, pessoais — que não a adoração. Nunca se deve associar a adoração e o louvor a uma sequência de protocolos a serem seguidos, como numa receita de bolo. A adoração e louvor, por vezes, estão relacionados na Bíblia a situações de fortes sentimentos, arrebatamentos, e muitas vezes surpreendentes (Dn 10.7-10; At 22.7). Ao falar a respeito do ‘perfeito louvor’, Jesus cita a pureza e simplicidade das crianças (Mt 21.16). Logo devemos entender que louvar a Deus, ainda que seja algo feito em um contexto coletivo, é uma atitude que devemos fazer livremente, por meio da gratidão, quebrantamento e humilhação” (BRAZIL, Thiago.

 Em Espírito e em Verdade: A Essência da Adoração Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.27).

 


           O culto cristão e a liturgia

Qua, 05/11/2014 por Claudionor de Andrade

Karl Barth (1886-1968) afirmou, certa vez, que o culto cristão é o ato mais relevante e glorioso na vida do homem. Acredito que nenhum crente ousaria contraditar o teólogo suíço, pois todos nos empenhamos a santificar a Deus os mais altos louvores. Além disso, nossa índole espiritual induz-nos a adorá-lo; é uma necessidade que nos reclama pronta satisfação. O que muitos não querem admitir, porém, é que o culto, por mais singelo, não prescinde da liturgia.

  Alguns movimentos não toleram sequer uma hipótese litúrgica. Haja vista os puritanos. Supõem que ela destrói-nos a espontaneidade e a beleza da vida cristã. Todavia, mesmo sem o admitirmos, temos uma liturgia. O movimento litúrgico tem início ao nos reunimos para adorar a Deus. Prossegue já com a oração, já com os cânticos. Tem sequência com a proclamação do Evangelho. E, finalmenter, encerra-se com a impetração da bênção apostólica.

Isso é liturgia!

  Só há uma maneira de se evitá-la: banir o culto a Deus. Mas enquanto a Igreja congregar-se para honrar-lhe o nome e tributar-lhe glória, a liturgia far-se-á presente. Nem por isso deixarão os fiéis de ascenderem-se espiritualmente. Antes, consagrar-se-ão ainda mais ao serviço cristão. Aliás, até mesmo a devoção individual reivindica uma liturgia.

   O mal não está na liturgia; reside no formalismo que, paulatinamente, vem destruindo igrejas e empalhando movimentos.

I. O VERDADEIRO SENTIDO DA LITURGIA

   A palavra liturgia é originária do termo grego leitourgia. Este, por seu turno, é formado por dois vocábulos: leitos, público e ergon, trabalho. Literalmente, liturgia significa serviço público. Na Grécia, o termo era usado para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde a sua origem, a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem prestar ao rei.

   O termo passou, com o tempo, a designar o culto oficial da Igreja Cristã. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido. Numa linguagem mais técnica, liturgia é a soma de quanto concorre para a boa condução de um ato religioso.

  Teologicamente, a definição é bastante simples. É tudo o que, diante de Deus, exprime a devoção de uma comunidade de fé: cânticos, leituras bíblicas, testemunhos, pregação etc.

II. A LITURGIA NO ANTIGO TESTAMENTO

   O culto levítico era bem elaborado. Seus gestos e sons constituíam-se num espetáculo de raríssima beleza. Haja vista a observação da rainha de Sabá ao visitar o rei Salomão. A soberana enalteceu a Jeová diante da postura dos israelitas na Casa de Deus (1Rs 10.5).

   Os ministros do altar não poupavam esforços nem minúcias na condução do culto. Tudo tinha de sair perfeito; nenhum detalhe haveria de ser esquecido. A apresentação do sumo sacerdote, dos ministros da música e dos demais levitas não contemplava a menor hipótese de falha. Nos sacrifícios e oferendas, redobrados desvelos. A atenção sacerdotal perseguia o menor descuido. Era uma liturgia sublimada.

   Na inauguração do Santo Templo, tamanha foi a majestade divina a baixar no santuário, que o cronista simplesmente registrou: “E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a sua casa” (2Cr 7.2).

III. A LITURGIA NO NOVO TESTAMENTO

   Apesar de o Cristianismo não ser uma religião sacerdotal, é impossível dissociar o seu culto da liturgia. O próprio Cristo ia regularmente à sinagoga e participava dos serviços aí realizados (Lc 4.16-22). Mais tarde, o mesmo faria Paulo. Ao chegar a uma cidade, o primeiro lugar a ser visitado por ele era a sinagoga (At 13.5). Em nenhum momento criticou o culto hebreu. Certa vez, aliás, propôs-se a fazer um voto tipicamente judaico para não escandalizar a sua nação (At 21.23,24).

  Sendo israelitas os primeiros membros da Igreja, o culto cristão, no início, pouco diferia do judaico. As diferenças, porém, já eram bem nítidas. A começar pelo dia escolhido para a reunião. Se a sinagoga congregava-se no sétimo dia, a igreja reunia-se no primeiro (At 20.7). Além disso, em todas as reuniões os discípulos de Cristo celebravam a Santa Ceia – a mais importante e solene cerimônia da cristandade.

  Enganam-se os que pensam não haver no Novo Testamento um esquema de culto. Atentemos a recomendação de Paulo aos coríntios que, embora fervorosos, não sabiam como dirigir suas reuniões: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14.26).

  A liturgia, portanto, é uma necessidade que se impõe ao culto; é um meio teologicamente válido em nossa adoração. Todavia, a liturgia não pode ser um fim em si mesma; é um acessório, não a essência da adoração. Por essa razão, temos de precaver-nos contra o formalismo.

V. O FORMALISMO

   É a ênfase à exterioridade em detrimento da essência religiosa: a plena comunhão com Deus. O formalismo é o liturgismo cego. É a liturgia pela liturgia. Por isso, foi muito combatido pelos profetas e por Nosso Senhor (Is 29.13; Mt 6.1-6). É um obstáculo à verdadeira fé.

   A própria Igreja Católica, que ostenta um pomposo ritual, condena o ritualismo que, em sua terminologia, é chamado de rubricismo, por causa das letras vermelhas que, nos missais e breviários, indicam o modo de se recitar ou celebrar o ofício. Não obstante tal preocupação, os católicos emprestam à liturgia uma importância exagerada. Para o Concílio Vaticano II, a liturgia é a ação sagrada por excelência.

CONCLUSÃO

   Sejamos, pois, equilibrados. Se por um lado, não podemos fazer da liturgia um fim em si mesma; por outro, não devemos desprezá-la como o faziam os sacerdotes do tempo de Malaquias, que achavam um enfado o culto do Senhor (Ml 1.13).

  O equilíbrio é fundamental.

  E se Paulo insta aos romanos a serem fervorosos no espírito, não deixa de recomendar aos coríntios a que tudo façam com decência e ordem (Rm 12.11; 1Co 14.40).

Liturgia Cristã (2ª Parte)

Ter, 12/04/2011 por Elienai Cabral

  Culto e adoração são dois elementos fundamentais da liturgia cristã. Posto isso, o que significa cultuar e quem são os verdadeiros adoradores?

a) Paulo declarou que a verdadeira adoração é aquela que se oferece a Deus pelo Espírito, não confiando na carne, mas gloriando-se em Jesus (Fp 3.3).

b) Jesus fez o contraste da verdadeira adoração com o culto judaico, envolvendo sacrifícios e ritos tradicionais.

c) Certa feita, os fariseus e escribas acusaram os discípulos de Jesus de não cumprirem a tradição dos anciãos, e tiveram como resposta a citação de Isaías 29.13: “E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”, Mc 7.6-7.

    O objetivo fundamental de um culto é tornar Deus real e pessoal. A maneira como uma igreja adora reflete a teologia da comunidade, isto é, do povo da igreja. Quando o culto concentra-se no homem, em vez de Deus, parece que Deus é um mero espectador que acompanha as atividades dos cultuantes.

  A adoração significa primordialmente doação a Deus. Qualquer bênção que recebamos tem de ser o resultado dessa autodoação.

a) A excelência musical na igreja tem o seu valor cultural e espiritual, mas pode levar a uma distorção do conceito de aceitação diante de Deus.

b) A adoração a Deus, seja em palavras, seja poética, seja musical, não pode ser dirigida a Deus com vaidade, orgulho e vanglória. Paulo, em 1 Coríntios 1.27-29, falando que os padrões e valores de Deus são diferentes dos aceitos pelo mundo, frisa: “A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.

c) Nossa dificuldade está em perceber a distinção e o equilíbrio entre “emoção e razão”.

d) Como devemos desenvolver a música na igreja? Em primeiro lugar, conscientizados de que adoração é doação, antes de ser prazer pessoal.

   Formas litúrgicas de culto e adoração

   As formas de expressão de culto a Deus são feitas de acordo com o propósito do culto. Existem várias formas de culto que expressam claramente a finalidade de um culto:

a) A forma carismática: Caracteriza-se por manifestações emocionais, sonoras, visíveis, os quais representam a atitude do adorador.

b) A forma didática: Um exemplo básico é o culto de ensino, o qual concentra a atenção das pessoas no estudo da Palavra de Deus.

c) A forma eucarística: É aquela que valoriza a relação do crente com o memorial do sacrifício de Cristo.

d) A forma kerigmática: A expressão se refere à proclamação. É aquele tipo de culto que evangeliza os pecadores.

e) A forma da koinonia: Diz respeito à comunhão. Tal culto expressa a adoração a Deus pela comunhão fraternal com os nossos irmãos.

  Toda igreja local desenvolve atividades eclesiásticas com o fim de fortalecer a igreja, os seus membros. O desenvolvimento da adoração na igreja do Novo Testamento se deu a partir dos modelos assimilados das sinagogas.

  Expressões de adoração caracterizam as formas de cultuar, e não medem a realidade ou grande espiritualidade do adorador. Não podemos dogmatizar formas externas de cultuar porque elas podem engessar a liberdade de espírito de manifestação. Os ministros da Igreja devem ter o cuidado de ensinar acerca do equilíbrio entre emoção e espiritualidade, sem bloquear a ação do Espírito Santo.

   Dois perigos ameaçam a liturgia da Igreja como forma de cultuar, de adorar a Deus:

a) O formalismo, que engessa a liberdade para adorar;

b) E a espontaneidade sem limite, que encoraja a liberdade, mas despreza toda e qualquer forma.

  Culto, adoração e louvor

   Ao tratarmos desse assunto, é imprescindível realçarmos a autoridade da Bíblia. Isso porque, ao discutirmos sobre liturgia ou qualquer outra atividade da Igreja, devemos usar a Bíblia como parâmetro para fundamentar o assunto.

  Como vamos averiguar se determinada prática é correta ou incorreta? Pela Palavra de Deus. O que deve prevalecer? É o que diz e ensina a Bíblia, nossa regra de fé e conduta. "Sabendo primeiramente isto: uq enenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo", 2Pd 1.20-21.

  Vejamos a conceituação de culto, adoração e louvor:

a) Culto, no grego, é latréia, que aparece 21 vezes no Novo Testamento, e significa literalmente “serviço religioso” (Rm 12.1; Mt 6.24).

b) Adoração, no grego, é proskunein, que originalmente significa “beijar” (Jo 4.23; Ap 4.10).

b) Louvor, do hebraico halal, cuja raiz significa “fazer barulho”.

1- Existe outra palavra aliada no hebraico, que é yada, e se refere a movimentos corporais que exprimem louvor.

2- Outra palavra no hebraico é zamar, que indica “o louvor expresso em cânticos ou instrumentos musicais”.

3- No Novo Testamento, a idéia de louvor é eucaristeo, que significa “agradecer”, e eulogéo, que significa “abençoar ou bendizer”.

Louvor e expressão corporal

   A questão mais polêmica sobre esse assunto com certeza é o que diz respeito à expressão corporal no louvor.

  O corpo é o instrumento de expressão daquilo que está no espírito do crente. O instrumento imediato da expressão humana começa com a boca, as cordas vocais, o diafragma, o pulmão, o rosto e, em seguida, os braços, as pernas e os pés.

  Quanto à questão das danças na Bíblia, devemos observar o seguinte:

a) Os textos que mencionam a dança na Bíblia não o relacionam à liturgia do culto (Êx 32.19; Jz 11.34 e 1Sm 18.6). Eram expressões de alegria em eventos fora dos cultos a Deus.

b) Um caso clássico na Bíblia o qual podemos destacar é a dança de Davi diante da Arca, relatado em 2 Samuel 6.14-16.

c) A dança não foi uma forma adotada na liturgia do Novo Testamento.

d) Quanto às palmas, notemos que:

1- Não há nenhum regulamento bíblico para que se pratique ou não essa forma de expressão corporal, apesar de a realidade ser outra, porque fazemos valer nossas vontades e conceitos do que é certo ou errado;

2- Se a nossa liturgia é livre e espontânea, própria do Movimento Pentecostal, as palmas não devem nos dividir;

3- O que realmente precisamos saber sobre o assunto é que nem no Antigo Testamento e nem no Novo Testamento encontramos qualquer ensino a favor ou contra as palmas.

4- Aliás, não temos no Novo Testamento qualquer forma de liturgia específica, senão o batismo em águas e a Ceia do Senhor.

   Que nossa preocupação com as extravagâncias e erros litúrgicos das igrejas neopentecostais não nos levem ao exagero de neutralizarmos as manifestações autênticas do Espírito Santo em nossas igrejas.

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O CULTO PENTECOSTAL: LIBERDADE E REVERÊNCIA
II – O CENTRO DO CULTO PENTECOSTAL
III – COMO  SE EXPRESSA A LITURGIA DE NOSSAS IGREJAS? 
CONCLUSÃO

    Prezado (a) professor (a), nos últimos dias, muitas dúvidas sobre o culto pentecostal têm surgido entre os irmãos e as irmãs. Mas na Escola Dominical,  temos a oportunidade única de sanar todas as dúvidas que pairam sobre as mentes. Vejamos o que o comentarista da lição, pastor Esequias Soares, discorre sobre O Centro do Culto Pentecostal

“O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas, sua mensagem, porém, é universal. No dia do triunfo de Cristo e da igreja, cada povo ou etnia se apresentará louvando a Deus na sua própria tradição. O cântico dos salvos em Apocalipse 5 mostra pessoas de todas as tribos, línguas e povos da terra, cada um na sua cultura, na sua forma de adoração ao Deus verdadeiro. Isso se reflete na forma de adoração desenvolvida ao longo dos séculos. A religião cristã é flexível quanto à forma de adoração e permite várias liturgias. Todos os ramos do cristianismo, incluindo os cristãos nominais, têm sua forma distintiva de culto, desde o cerimonialismo ornamental das igrejas Católica Romana, Ortodoxas e algumas Protestantes ao modelo simples dos evangélicos, principalmente os pentecostais. Não se deve associar o rigor da liturgia do culto judaico com os vários sistemas de cultos cristãos, nem engessar o ritual cristão em nossos templos, mas essa flexibilidade tem limites por isso deve haver respeito pela estrutura já existente (1 Co 14.40).

O Senhor Jesus Cristo é o centro da nossa adoração. Há sempre entre aqueles críticos que costumam desafiar os pentecostais, que ousam nos acusar da ênfase do Espírito Santo acima de Jesus em nossos cultos. 

A igreja, no sentido completo da palavra, é toda congregação ou assembleia que se reúne em torno do nome de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, professando sua fé nele publicamente e de forma diversificada aberta a todas as pessoas. Sendo a realização de batismo e as celebrações da Ceia do Senhor nas reuniões específicas. Temos essa promessa diretamente Dele: ‘Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles’ (Mt 18.20); ‘E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos’ (Mt 28.20). Ele está presente na igreja por meio do Espírito Santo.

O que nos distingue das igrejas não pentecostais é a forma de condução do culto e não os pontos principais da fé cristã, que são os mesmos. Eles têm a salvação em Cristo, como nós temos, mas muito deles não têm essas promessas pentecostais porque não acreditam nelas como nós cremos. Não somos diferentes dos primitivos cristãos e podemos ver no Novo Testamento alguns lampejos do que acontece em nossas reuniões. Os cultos nos tempos apostólicos eram espontâneos, não há indicação no Novo Testamento de protocolo ou ordem litúrgica inflexível. Esse modelo se mantém entre nós atualmente como característica dos cultos pentecostais. As Escrituras nos ensinam que a vida cristã reflete o caráter de Cristo em nossa vida. Este estilo de vida é pautado pela prudência, sabedoria, sensatez, entendimento das coisas do Espírito, alegria e ações de graças. Todos nós temos consciência da nossa responsabilidade sobre a missão da igreja: testemunhar (martyria) do evangelho. Fazemos isso por meio da kerygma, ‘proclamação’ e convite; koinonia, ‘comunhão’, na comunidade; diakonia, ‘serviço’; leitourgia, sistema de adoração pública e didaskalia, ‘ensino’, formação e discipulado. O fervor espiritual do crente vai além das reuniões de adoração, na casa de Deus, é um estilo de vida contínuo como parte essencial da vida doméstica diária. São basicamente cinco os elementos do culto. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro século d.C. a oração antífona do Shema (Dt 6.4), leitura bíblica e exortação (Lc 4.17-20; At 13.15). Os apóstolos se aproximaram do modelo judaico, havia nessas primeiras reuniões oração: ‘onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam’ (At 12.12); cânticos e louvores: ‘vou cantar com o espírito, mas também vou cantar com a mente’ (1 Co 14.15), isso acontecia também na adoração coletiva (1 Co 14.26); leitura e exposição das Escrituras Sagradas: ‘No primeiro dia da semana, nós nos reunimos a fim de partir o pão. Paulo, que pretendia viajar no dia seguinte, falava aos irmãos e prolongou a mensagem até a meia-noite’ (At 20.7); ‘Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública das Escrituras, à exortação, ao ensino’ (1 Tm 4.13). A contribuição financeira, dízimos e ofertas, são elementos do culto e partes da adoração a Deus, essa prática vem desde o Antigo Testamento (Dt 26.10) e se continua no cristianismo (1 Co 16.1, 2; 2 Co 9.7). A administração desses elementos no culto acontece com a manifestação do Espírito Santo (1 Co 14.26; Ef 5.18-20) e não de forma mecânica ou formalística.”

Texto extraído da obra “O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

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                        Videoaula - pastor Esequias Soares

            

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