TEXTO
BÍBLICO BÁSICO
1
João 2.5-14
Mas qualquer
que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente
aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o
princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio
ouvistes.
Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós;
porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.
Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe
para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados.
Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens,
escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevo, filhos, porque
conhecestes o Pai.
Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu
vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já
vencestes o maligno.
TEXTO ÁUREO
E
eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.
Apocalipse 21.2
OBJETIVOS
Conhecer as
características biográficas do apóstolo que se autodefine como o discípulo
amado;
Compreender a importância
dos escritos de João para
a
Igreja; saber que o evangelista enfatizou a divindade de
Cristo
e a universalidade da salvação.
1
JOÃO O DISCÍPULO AMADO
Lição
4
2
TEXTO BÍBLICO BÁSICO – 1 joão 2.5-14
TEXTO ÁUREO – Apocalipse 21.2
3 JOÃO O HOMEM João, filho
de Zebedeu e irmão de Tiago.
O
nome João é de origem semita* e significa DEUS é gracioso ou Deus mostra graça.
Tal nome parece propício ao relacionamento que ele tinha com Jesus.
Semita tem como principal designação o conjunto linguístico composto por uma família de vários povos, entre os quais se destacam os árabes e hebreus, que compartilham as mesmas origens culturais.
4 O CHAMADO DE
JOÃO
– Mateus 4.18-22
18-Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores.19-E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens". 20-No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. 21-Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou 22-e eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, o seguiram.
5 JOÃO – O
Discípulo amado,
o Apóstolo do Amor
Na instituição de Ceia do Senhor é identificado como aquele a quem Jesus amava (Jo 13.23)- esta expressão aparece em outros referencias do seu livro (Jo , 20-2, 21-7)
6 SUA OBRAS
LITERÁRIAS
O
Evangelho segundo São JOÃO
3
Cartas do Novo testamento - 1 ,2 e 3 JOÃO
Livro da Revelação - Apocalipse
7 JOÃO –
Escriba ?
de Jesus Todo grande mestre, profeta, tinha um escriba nos tempos antigos. João
pode ter sido escolhido dentre os outros como escriba pode ter lhe inspirado a
achar que ele era o mais amado entre os outros.
João
o único apóstolo a os pés de Jesus na cruz por amor e para anotar as últimas
palavras do mestre.João
Outros
Escribas na Bíblia
Ressurreição
da filha de Jairo, Jesus chama apenas Pedro, Tiago e João.(Marcos 5-37)
Baruque
– Escriba de Jeremias (Jeremias 36.4)
Tércio
– Escriba de Paulo_Carta a os Romanos (Romanos 16.22)
Jesus
no Getsêmani -Levou consigo somente Pedro, Tiago e João (Marcos 14-33)
Eu, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta, que dizia: "Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia". Apocalipse 1:9-11
8 OS
EVANGELHOS EVANGELHOS SINÓPTICOS ?
MATEUS MARCOS LUCAS
Foco
nos milagres, parábolas e Sinais.
Escritos
para os bárbaros,Romanos,Gregos.
Evangelho
de João escrito para ?
EVANGELHOS
GNÓSTICOS ?
TOMÉ
JUDAS
FELIPE
(outros)
9 O EVANGELHO
DE JOÃO
Escrito
entre 90 e 105 depois de Cristo Escrito para os Judeus - Povo que conhecia a
palavra Escrito em Éfeso onde participou da fundação da Igreja com Áquila e
Priscila. Prólogo - Apresentação (João ) Não apresenta a Genealogia de Jesus
Foco nas palavras de JESUS, estrutura de fé, base doutrinária do evangelho.
Nenhum
Evangelho tem tantos detalhes sobre a Crucificação
Visa
despertar e alimentar a fé em Jesus como Filho Legítimo de DEUS. (João )
Não
tem apresenta parábolas
Frases
únicas “No princípio era o Verbo”. “Eis o Cordeiro de Deus!”, “Deus amou o
mundo que deu o seu Filho único”, “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida”, “Eu
sou a videira”, ,“Ele está consumado”, “Assim vos envio”. Por algumas
estimativas, cerca de 90% do material encontrado em João não é encontrado nos
Evangelhos sinópticos.
Apresenta apenas 8 milagres ?
10 8 MILAGRES
/SINAIS DESCRITOS EM JOÃO
1
- CASAMENTO EM CANÁ - (2.1-12)
Caná
Significa adquirir e o casamento é o simbolismo de uma nova aliança com Jesus
2
- CURA DO FILHO DO OFICIAL DO REI ( )
3
- CURA DE UM PARALÍTICO (5.1-9)
4
- A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES (6.1-15)
5
- JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS ( ) (sinal)
6
-A CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA (9.1-41)
7
- A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO ( )
8 - PESCA MILAGROSA ( )
11 JESUS
ÚNICO JESUS falou coisas que ninguém nunca
havia dito antes. ?
JESUS
fez coisas que ninguém havia feito antes. ?
Suas
palavras chamam atenção e atraem as pessoas.
Nicodemos - atraído pelas palavras de Jesus – (João 3.1-2)
12 Quando se
procura
JESUS encontramos duas opções.
PORQUE
PROCURAR JESUS
E
Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e
quem crê em mim nunca terá sede. João 6:35
Quando
se procura JESUS encontramos duas opções.
Ser DISCÍPULOS
Ou
Ser SEGUIDOR ?
13 ENSINOS DE
JOÃO
SOBRE O PAI, FILHO ESPÍRITO SANTO
Ninguém
jamais viu a Deus, contudo, Seu filho o revelou a nós (João 1.18)
Deus
é o supremo criador de todas as coisas ( João 1.1-2)
A
revelação de Deus transcende os limites culturais, étnicos e religiosos (João )
O
amor é o maior atributo por intermédio do qual Deus pode ser conhecido (1 João
4-16)
FILHO
O
Deus eterno revela-se por intermédio do logo (João 1.1)
O
Pai e filho são absolutamente iguais ( João 10.30)
O
filho cumpriu as ordens do Pai quanto ao plano de redenção (João 19-30)
O
filho é o verdadeiro e eterno Deus (1 João 5-20)
ESPÍRITO SANTO
João
foi um dos primeiros a anunciar o Pentecoste (joão 1.33)
João
mostra o lugar preponderante do Espírito no projeto de redenção do pecador
(João 3.1-6)
O
Espírito é parácleto, o Ajjudador, o advogado, o divino mestre ( João ;25,26; )
14 AS
EPÍSTOLAS
PRIMEIRA
EPÍSTOLA
Não
é exatamente uma carta, mas uma saudação. João concede ênfase muito especial à
vida, à luz e ao amor.
Todo
aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama
ao que o gerou também ama ao que dele é nascido 1 João 5:1
SEGUNDA
EPÍSTOLA
Contém
apenas 13 versículos que não significa que ela não tenha importância. João se
identifica como ancião e encaminha a carta a uma senhora eleita e seus filhos
que pode significar uma Igreja e seus membros.
O
ancião à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não
somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade. 2 João 1:1-1
TERCEIRA
EPÍSTOLA
Um
carta pessoal dirigida ao amado Gaio. Nesta carta João enfoca a importância da
verdade.
É,
pois, nosso dever receber com hospitalidade a irmãos como esses, para que nos
tornemos cooperadores em favor da verdade. 3 João 1:8
15 O
APOCALIPSE
Um
dos livros mais comentados do novo testamento, mas talvez um dos menos
compreendidos .
No
entanto é clara a mensagem que JESUS que vive para sempre e voltará para buscar
sua Igreja.
Então
um dos anciãos me disse: "Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a
Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos". Apocalipse
5:5
Regozijemo-nos!
Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do
Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Apocalipse 19:7
LIÇÃO
4
JOÃO, O DISCÍPULO AMADO.
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO
1
JOÃO 2. 5-14
Gr. Ιωάννου
Hb. Yochanan
João, Graça ou
Favor de Deus.
JOÃO E SUA
FAMÍLIA
Irmão
de Tiago e filho de Zebedeu (Mt 4.21). Tiago foi o primeiro mártir entre os apóstolos
(At 12.1,2), bebeu o cálice profetizado por Jesus (Mt 20.23). Segundo a tradição
era da tribo de Levi por parte de pai e da tribo de Judá por parte de mãe. Era pescador
como seu pai, na Galiléia, e sua mãe ajudou a o ministério de Jesus (Mt 4.18,21;
27.56), conclui-se que sua família vivia em boas condições, pois seu pai tinha até
empregados (Mc 1.20). Segundo alguns historiadores o mar da Galilélia abrigava cerca
de 400 barcos.
JOÃO O
ESCRITOR
Os
sinóticos e João
Cada
Evangelho foi escrito para responder as demandas de suas respectivas comunidades.
Eles foram compilados com a ajuda dos seus discípulos. A fonte “Q” teve papel
importante na formação dos Evangelhos.
Sua
data de formação é aproximadamente do último quarto do primeiro século.
Os
evangelhos sinópticos apresentam o ministério de Jesus quase inteiramente confinado
à Galiléia, com apenas alguns dias finais em Jerusalém, já perto de sua morte e
ressurreição. Por outro lado, o evangelho de João apresenta o ministério de
Jesus
como se tivesse ocorrido quase inteiramente em Jerusalém ou nas cercanias dessa
cidade.
A ECLESIOLOGIA
JOANINA
A
escola joanina
A
comunidade Joanina (Éfeso), em algum momento parece que se comporta de maneira
sectária pela forma que se relaciona com o mundo, os judeus e com outros Cristãos.
Os
ensinos da videira, João 15.
Jesus,
o Rei, João 12.
Jesus e os judeus no caso da mulher adúltera, João 8.
O
amor fraterno, João 13.34,35.
Evangelho
x Dcetismo
λόγος
e Demiurgo
O
logos é a palavra que age, foi tirado dos escritos de Filo, um rabino judeu de Alexandria,
Egito (deísmo sobrenatural, sabedoria universal, sabedoria criativa), diferente
de rhema (palavra declarada), logos é traduzido no Evangelho como o verbo divino.
Demiurgo seria uma forma inferior de deidade, uma emanação do logos, que poderia
se comunicar com os homens.
O
docetismo é uma veia gnóstica que nega a encarnação do Jesus Cristo. A natureza
humana era mera ilusão. Segundo eles era impossível a materialização do logos.
Outro
ramo gnóstico afirmava que no momento do batismo de Jesus o Espírito de Deus se
apossou do corpo de Jesus, tendo o deixado depois de sua morte.
No
primeiro capítulo de João o evangelista remonta brevemente a “história” do
logos antes de Sua encarnação.
João
faz menção de Sua eternidade; “No princípio (V.1a),” (Gr. arche, começo,
origem, passado remoto). Não significa que ele foi criado ou se tornou, mas que
já era (Mq
5.1,2;
Ap 1.8).
Sua
divindade; “era Deus (V.1c),” ele é, e sempre foi tão divino quanto os dois
outros menbros da trindade (Is 9.6; Hb 1.8-12; Sl 45.6,7).
Sua
função criadora; “todas as coisas foram feitas por ele (V.3),” aqui fica claro
que Deus criou todas as coisas por Jesus Cristo (Ef 3.8,9; Hb 1.1,2; Cl
1.15-18).
Esse
versículo (Jo 1.14) é uma apologética cristã eficaz contra qualquer ensino gnóstico
que confronte as naturezas divina e humana de Jesus Cristo. O verbo divino é
também o Cristo humano (Ap 19.13; 1Tm 2.5).
O Apocalipse
Revela-nos
a salvação dos que receberam o cordeiro de Deus, com esperança da vida futura
(Ap 11.15).
A
estrutura Ap. 1.19.
As
coisas que vistes.
As
coisas que são.
As
que hão de acontecer.
Conclusão:
O
discípulo amado nos deixou um legado de fé e conhecimento do Filho de Deus. As visões
distorcidas do evangelho continuam perdurando até hoje, a função da igreja é revelar
ao mundo a verdadeira face do messias que brevemente reinará com seu filhos
para todo sempre.
FONTE
: IADJ Taquara 2013
CAPÍTULO IV
O EVANGELHO SEGUNDO JOÃO
(Caps. 1-6)
Tema. O Evangelho
de João é um acêrvo de testemunhos para provar que Jesus é o Cristo, o Filho do
Deus vivo. Foi escrito por João em resposta a um apêlo da Igreja — que já
possuía outros Evangelhos — para ter as verdades mais profundas do Evangelho, e
foi escrito com a finalidade de promover a vida espiritual da Igreja. Contém a
substância da pregação de João à Igreja, essas verdades espirituais que êle havia
recebido do Senhor. O propósito de João neste Evangelho é apresentar Cristo a
todos os cristãos como o Verbo encarnado de Deus.
Autor. João o apóstolo. Alguns escritores dos primeiros séculos que merecem a nossa confiança nos informam que João escreveu o seu Evangelho no fim do primeiro século, e que era o mesmo substancialmente a incorporação da sua pregação das verdades mais profundas que êle tinha aprendido por meio de comunhão íntima com Cristo.
De
todos os apóstolos, era João quem desfrutava da maior intimidade com o Mestre.
Pertencia ao círculo íntimo que consistia dêle mesmo, Pedro e Tiago, que tinham
o direito exclusivo de estarem presentes durante as grandes crises de seu
ministério, tais como a transfiguração e a agonia em Getsêmane. Foi João quem
se inclinou sôbre o peito de seu Mestre durante a Ceia Pascoal; foi êle quem,
quando os outros discípulos tinham fugido, acompanhou ao seu Senhor ao
julgamento (João 18-15). De todos os apóstolos, foi êle o único que esteve ao
pé da cruz para receber a mensagem do Senhor antes de expirar. João 19:25-27.
Essa
intimidade e comunhão com o Senhor, juntamente com meio século de experiências,
como pastor e evangelista, qualificaram-no muito bem para escrever êsse
Evangelho que contém as doutrinas mais espirituais e sublimes concernentes à
pessoa de Cristo.
Para quem foi escrito. Para a Igreja em geral. O Evangelho de João foi escrito muitos anos depois dos outros Evangelhos. Êstes últimos, falando em termos gerais, contêm uma mensagem evangélica para os homens não espirituais; eram Evangelhos missionários. Depois de terem sido estabelecidas igrejas por meio das obras dos Apóstolos, veio uma petição dos cristãos em tôdas as partes que se lhes désse uma declaração das verdades mais profundas do Evangelho. Para satisfazer a êsse pedido, João escreveu o seu Evangelho. É evidente, pelos seguintes fatos, que êste Evangelho foi, primeiramente, escrito para os cristãos.
1. As doutrinas que contém, concernentes a alguns dos temas mais profundos do Evangelho — a pré-existência de Cristo, Sua encarnação, Sua relação ao Pai, a pessoa e a obra do Espírito Santo — indicam que foi escrito para um povo espiritual.
2.
O escritor presume que aquêles aos quais escreve, estão familiarizados com os
outros três Evangelhos, porque omite a maioria dos acontecimentos bem conhecidos
da vida do nosso Senhor, exceto naturalmente, aquêles que se relacionam com a
paixão e a ressurreição, sem os quais, nenhum Evangelho poderia ser completo.
CONTEÚDO.
I.
O Prefácio. 1:1-18.
II.
A Revelação de Cristo ao Mundo, por meio das
Suas reivindicações. 1:19.
III.
Rejeição das reivindicações. 7:1 a 12:50.
IV.
A Manifestação de Cristo a Seus Discípulos.
Caps.
13-17.
V.
A Humilhação e Glorificação de Cristo. Caps.
18-21.
I. PREFÁCIO.
1:1-18
1.
A manifestação de Cristo na eternidade. 1:1-5.
2.
A manifestação de Cristo no tempo. 1:6-18.
Os sinóticos começam sua história, registrando a origem terrestre de Cristo. Mateus e Lucas registram o Seu nascimento virginal. João toma em consideração que os cristãos em tôdas as partes estão familiarizados com êsses fatos e omitindo o registro da Sua origem terrestre, descreve a Sua origem celeste. Embora João não dê um relato direto do nascimento virginal de Cristo, refere-se indiretamente ao mesmo no versículo 14.
Notem
o nome pelo qual João se refere a Cristo — o Verbo. Cristo é chamado o Verbo,
porque como nossas palavras são a expressão de nossos pensamentos caráter,
assim Cristo foi a expressão do pensamento de Deus para nós, de Seu caráter,
sim, da Sua própria essência.
Como
recebeu o mundo o seu Criador (v. 10) ? Que versículo pode chamar-se o mais
triste da Bíblia (v. 11)? O que foi dado àqueles que O receberam? A que acontecimento
se refere o versículo 14? (Comp. Fil. 2:6-8). Que disse João que os discípulos
receberam? (v. 16; comp. Col. 1:19; 2:9). Qual o contraste que se exprime no
versículo 17?
II. A
MANIFESTAÇÃO DE CRISTO AO MUNDO. 1:19 a 6:71.
1.
O testemunho de João Batista. 1:19-34.
2.
O testemunho dos primeiros discípulos. 1:35-51.
3.
O primeiro milagre e a primeira purificação dotemplo. Cap. 2.
4.
Entrevista com Nicodemos. 3:1-21.
5.
O testemunho de João a seus discípulos. 3:22- 36.
6.
O ministério de Jesus em Samaria. 4:1-43.
7.
A cura do Filho do oficial do rei. 4:43-54.
8.
A cura do homem paralítico, seguido por um discurso. Cap.5.
9.
Alimentando a multidão; discurso sôbre o Pão da Vida. Cap. 6.
João,
como os demais evangelistas, menciona o ministério de João Batista. Sendo que o
Batista estava atraindo grandes multidões pelo seu ministério e estava
ministrando um rito, que era novo para a religião judaica, isto é, o batismo, —
as autoridades judaicas sentiram que era do seu dever investigar as declarações
dêsse novo pregador. Enviaram uma comissão para interrogá-lo acêrca de sua
identidade e autoridade. Humildemente confessa que êle não passa da “voz tío
que clama no deserto” (1:23); que a sua missão é igual à dos engenheiros
daquêle tempo antes da visita de um rei oriental; a saber: a preparação dos
caminhos ante êle (1:23); que seu batismo era unicamente simbólico e típico do
batismo que seria administrado pelo Messias (1:26, 27, 33). No dia seguinte,
João, como um verdadeiro ministro do Evangelho, dirigiu a atenção dos seus
ouvintes para Jesus, em vez de atraí-los para si mesmo, dizendo: “Eis o
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Em seguida, revela um dos seus
motivos de batizar o Senhor; a saber, para ter uma revelação da Sua divindade
(v. 3).
Não há inveja em João Batista. No dia
seguinte, repete a sua mensagem e anima os seus seguidores a seguirem a Jesus.
Um daquêles que ouviu a mensagem foi André, o irmão de Pedro. O outro cujo nome
não é mencionado pode ter sido o autor do Evangelho, João. André demonstra a
realidade da sua experiência espiritual, conduzindo seu irmão Pedro ao Messias.
Jesus, vendo nesta última pessoa aquêle que estava destinado a tornar-se a
primeira pedra viva da Sua igreja, dá-lhe o nome profético de Cefas (1:42).
Jesus chama em seguida a Felipe, o qual com entusiasmo testifica a Natanael que
encontrou o Messias, Jesus de Nazaré. Natanael quase não pode acreditar que o
Messias havia vindo de Nazaré, aldeia desprezada da Galiléia, mas é logo
convencido por meio do conhecimento sobrenatural de Jesus, que, Êle realmente é
o Rei de Israel.
Um casamento em Caná dá a Jesus a oportunidade de manifestar o Seu poder. A Sua assistência, a uma tal Cerimônia prova a Sua disposição de ter relações com o povo e a santificar tais reuniões por Sua presença. Neste caso a alegria do casamento estava em perigo, e o dono da festa ameaçado dum vexame, tendo-se esgotado o vinho. Maria, conhecendo os poderes milagrosos de seu Filho, e desejando com seu orgulho natural de mãe, que Êle os manifestasse, informa-0 de ,que não havia mais vinho, sugerindo, por tal informação, indiretamente, que Êle o suprisse. Jesus ternamente lembra-lhe que, embora tendo sido sujeito a ela até o tempo do princípio do Seu ministério, as suas relações agora são outras (2:4). Agora Êle é guiado por Seu Pai celestial, o qual determina todos os acontecimentos de Sua vida.
Os judeus tinham permitido que o espírito
de comercialismo violasse a santidade dos recintos do templo, porque espalhados
pelo átrio dos gentios, havia vendedores de animais para o sacrifício e
cambistas de dinheiro. Tal profanação da casa de Seu Pai faz com que Jesus
expulsasse do templo êsses negociantes. Sendo que somente um profeta ou o
próprio Messias podia purificar o templo, os chefes pediram ao Senhor que provasse
a Sua autoridade por um sinal. Êle lhes dá o sinal da Sua morte e ressurreição.
Mais tarde, as Suas palavras referentes a êsse sinal foram a base de uma
acusação falsa. Mat. 26:61.
Os milagres de Jesus tinham atraído muitos seguidores
(2:23), mas Jesus não confiava numa fé que se baseiasse meramente em sinais. Um
daquêles que foi impressionado por Seus milagres era um dos principais entre os
judeus, chamado Nicodemos. Começou a sua conversação com Jesus reconhecendo que
Êle era um Mestre enviado de Deus. Jesus ignora os elogios e, inesperadamente,
diz a Nicodemos que é necessário nascer de novo. Parece que Nicodemos estava
convencido de que o reino de Deus proclamado por Jesus estava prestes a ser
inaugurado e, portanto, quis UNIR-SE a êsse reino. Jesus por conseguinte, lhe
explica que a única maneira de entrar neste reino é ser NASCIDO nêle. Nicodemos
que era da opinião judaica comum, pensava que o reino viria com grande
demonstração exterior. Jesus mostra-lhe que êle vem pela operação misteriosa do
Espírito no coração (3:8). Nicodemos era de opinião, como os judeus em geral,
que o reino seria inaugurado pela aparição gloriosa do Messias.
Jesus
lhe explica que devia ser inaugurado pela morte do Messias (3:14).
Os discípulos de João Batista, vendo que as
multidões o abandonavam para reunir-se com Jesus, queixam-se junto ao seu
mestre (3:25, 26). João responde que isto corresponde exatamente ao plano de
Deus. Êle é unicamente o amigo do espôso, quer dizer, aquêle que, segundo o
costume judaico, pede a mão da moça e prepara as bodas. A sua missão é a de
conduzir o espôso (o Messias) à noiva (a nação judaica) (3:29); feito isto, a
sua missão está terminada (3:30).
O capítulo 4 registra a entrevista de Jesus
com uma mulher de Samaria. O Dr. Torrey apresenta um contraste interessante
entre ela e Nicodemos :
Uma mulher Um homem
Uma samaritana Um judeu
Uma prostituta Um mestre de Israel
Veio ao meio
dia Veio de
noite
Confessou
imediatamente Um discípulo secreto
a Jesus
Trouxe uma
cidade inteira Trouxe (?) a Cristo,
a Cristo
Uma necessidade comum — o Espírito Santo.
João
3:5,
4:14: “Não há diferença”.
O capítulo 5 registra o princípio dos conflitos de Jesus com os judeus concernente aos Seus direitos divinos. Censuram-nO por ter curado um homem no dia de sábado. Êle defende-se afirmando que Deus, Seu Pai, está associado a Êle na obra de curar no sábado (5:17). Por essa razão, e porque Êle não fêz nada independente do Pai (v. 19) foi perfeitamente autorizado a curar no sábado a humanidade doente. Em segui- da Jesus reclama alguns direitos surpreendentes. Afirma ser Êle quem ressuscita os mortos (vers. 21-29); que tem honra igual à do Pai (v. 23); que é Juiz de todos os homens (vers. 22, 27). Como testemunhas de Seus direitos Êle aponta a João Batista (v. 33), a Suas obras (v. 36), ao Pai (v. 37), às Escrituras (v. 39), e a Moisés (v. 46).
A alimentação da multidão registrada no
capítulo ti marca o ponto máximo da popularidade de Cristo.
O povo está tão convencido de ser Êle o profeta, pelo qual esperavam por tanto tempo, que procuram fazê-lO rei. Mas Jesus recusa essa honra porque não veio para reinar, mas sim para morrer (vers. 26-65). Jesus dá o golpe mortal na Sua popularidade, porque, ao passo que êles crêem que a sua salvação se efetuará por um Messias glorioso, Êle ensina que seria efetuada pela morte do Messias. Antes de tudo, Êle censura-os por buscarem o alimento natural em vez do espiritual (vers. 26, 27). Ao lhe perguntarem que deviam fazer para obterem êste alimento verdadeiro, Êle respondeu que deviam crer n’Êle (vers. 28, 29). O povo logo Lhe pede um sinal para poder crer n’Êle (v. 30), e mencionam o fato de Moisés ter-lhes dado o maná do céu (v. 31). Nosso Senhor responde que o maná era simplesmente um símbolo d’Êle mesmo, o verdadeiro Maná (vers. 32, 33, 35) e que como Israel rejeitou o maná terrestre, assim rejeitou também o celestial (v. 36). Mas embora a nação, em geral, O tenha rejeitado, há um remanescente fiel que virá a Êle (v. 37), e êsse remanescente Êle não lançará fora, porque é a vontade do Pai dar-lhe vida eterna (vers. 38-40). Os judeus murmuram ao ver que o Filho de um carpinteiro declara ter vindo do céu (vers. 42). Jesus lhes diz que uma revelação divina é necessária para convencê-los da Sua divindade (vers. 44, 45). Logo em seguida declara-lhes como podem obter a vida eterna — comendo a Sua car ne e bebendo o Seu sangue, isto é, crendo n’Êle comõ a expiação dos seus pecados. Os judeus não compreendem essa linguagem figurada; tomam-na literalmente (vers. 52, 60). Jesus então lhes diz que as Suas palavras não devem ser tomadas literalmente, mas de modo espiritual (v. 63). Notem o resultado dêsse discurso — um exame nos discípulos de Jesus (vers. 60-71).
III. REJEIÇÃO
DAS REIVINDICAÇÕES DE CRISTO
(Caps.
7:1 a 12:50)
1.
Jesus na Festa dos Tabernáculos (cap. 7).
2.
A mulher adúltera. 8:1-11.
3. Discursos sôbre a Luz do Mundo e a liberdade espiritual. 8:12-59.
O EVANGELHO
SEGUNDO JOÃO 269
4.
A cura de um cego de nascença (cap. 9).
5.
O discurso do Bom Pastor. 10:1-21.
6.
Jesus na Festa da Dedicação. 10:22-42.
7.
A ressurreição de Lázaro. 11:1-46.
8.
A rejeição final de Cristo pela nação. 11:47 a 12:50.
Os
irmãos de Jesus pedem-Lhe que assista à Festa dos Tabernáculos e manifeste as
Suas obras ante o povo, porque êles raciocinam que se dè fato Êle é o Messias,
deve fazer uma proclamação pública de Seus direitos em vez de permanecer numa
aldeia insignificante da Galiléia (7:1-5). Até então êles não criam que Êle era
de fato o que pretendia ser, mas o tempo veiu em que creram. Atos 1:14. Jesus responde
que a hora em que Êle tem que ir a Jerusalém, não chegou ainda. Mais tarde Êle
foi à festa, em oculto, (7:10), para poder evitar as caravanas de peregrinos
galileus que O reconheceriam e talvez fariam uma demonstração pública.
Quando Jesus começa a ensinar no templo, o
povo admira-se de Suas pregações, porque êles sabem que não tinha freqüentado
as suas escolas de teologia (7:15). Jesus explica que o Seu ensino vem
diretamente de Deus (v. 16) e se alguém está realmente disposto a fazer a
vontade de Deus, verificará o Seu ensino como verdadeiro. Depois defende a Sua
sinceridade, demonstrando que não busca a Sua própria glória (v. 18).
Olhando
no coração dêles, vê o seu ódio para com Êle e acusa-os de violarem a Lei de
Moisés (v. 19). Em seguida defende o ato da cura de um homem no dia de sábado
(vers. 21-24; comp. Cap. 5). Ao ouvirem Jesus falar tão ousadamente, alguns do
povo pensam que possivelmente os chefes O aceitem como o Cristo (v. 26). Outros
não podem crer que seja o Messias porque conhecem o lugar da Sua residência e
Seus pais (v. 27). Jesus reconhece que sabem estas coisas, mas replica que ignoram
o fato de que foi enviado por Deus (v. 28).
Alguns,
recordando os milagres de Jesus, inclinam-se a crer que é o Messias (v. 31). Os
fariseus, ao ouvirem isto, mandam oficiais que O prendem (v. 32). Agora Jesus
lhes diz que o seu desêjo de livrar-se d’Êle logo será cumprido (v. 33); mas
que virá o tempo em que buscarão um libertador e não encontrarão nenhum (v. 34).
Durante a Festa dos Tabernáculos era costume dos sacerdotes irem ao tanque de
Siloé e tirar água num cântaro de ouro, cantando ao mesmo tempo Isaías
12. A água então era derramada sôbre o altar. Isso era considerado como uma comemoração da água dada no deserto, e era simbólico do derramamento futuro do Espírito sôbre Israel.
Provavelmente, foi nêsse ponto que Jesus Se
proclamou como a Fonte das águas vivas, a Rocha ferida da qual o mundo inteiro
pode beber (vers. 37-39). Ao ouvirem isto, muitos reconheceram que Êle era o
Messias (v. 40), mas outros objetaram que Êle não o podia ser por ter vindo da
Galiléia. Os oficiais do tempol, impressionados e intimidados por Suas palavras
majestosas, não O prenderam (v. 46). Os fariseus censuram-nos dizendo que
nenhum dos principais acreditou n’Êle, mas somente o povo ignorante (vers.
47-50). Neste ponto Nicodemos defende o Senhor, e logo os fariseus afirmam
colèricamente que segundo as Escrituras nenhum profeta viria da Galiléia
(7:52). Isto não era certo, porque tanto Jonas como Elias eram daquela região.
Os escribas e fariseus trazem à presença de Jesus uma mulher apanhada em adultério e perguntam-Lhe se não deveria ser castigada com a pena imposta pela Lei de Moisés. Era uma tentativa para pôr o Senhor num dilema. Se Êle ordenasse que a mulher fôsse liberta, isso seria uma contradição da Sua declaração de que não tinha vindo para destruir, mas sim para cumprir a Lei de Moisés. Mat. 5:17. Se dissese que a mulher deveria ser apedrejada de acôrdo com a Lei, poderia ser considerado uma contradição de Sua declaração que não tinha vindo para julgar, mas, sim, para salvar os pecadores. Nosso Senhor resolve a questão transferindo o caso para a côrte da consciência. Nessa côrte, seus inquiridores descobrem que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.
Jesus proclama-Se em seguida a Luz do mundo — um direito verdadeiramente divino (8:12). Os fariseus objetam de que o Seu próprio testemunho não prova a verdade de Suas pretensões (v. 13). Jesus responde que Êle pode dar testemunho de Si mesmo, porque tem um conhecimento perfeito da Sua origem e natureza divinas (v. 14). Refere-se em seguida ao testemunho de Seu Pai (v. 18), isto é, aos milagres pelos quais Deus confirmou a palavra de Seu Filho. Jesus então acusa os fariseus de ignorância acêrca do Pai (v. 19). Apesar de o rejeitarem, dia virá quando buscarão um Messias (v. 21) e não O encontrarão. Diz-lhes que, depois de Sua crucificação e ressurreição, quando o Espírito será derramado e obras poderosas realizadas em Seu nome, então êles terão provas em abundância da Sua divindade (v. 28).
Essas
declarações fizeram com que muitos do povo cressem n’Êle (8:30), mas Jesus,
vendo a fraqueza da sua fé, exorta-os a continuarem em Sua instrução, instrução
que os libertará completamente do pecado (vers.31, 32). Alguns dos discípulos
escandalizam-se com isso, porque como judeus consideravam-se homens livres, (v.
33).
Jesus explica que a servidão à qual se referiu, é a servidão do pecado (vers. 34-37). Êle lhes mostra que não são semente de Abraão, porque não executam as obras de Abraão, isto é, obras da fé (vers. 37-40). Prova a falsidade da pretensão de serem filhos de Deus (v. 42). Diz-lhes que a sua repugnância à verdade e o ódio em seus corações mostram que são filhos do diabo (v. 44). Desafia-os a ou convencê-lO do pecado ou então crerem em Seus direitos (v. 46). Em conseqüência da Sua promessa de isenção da morte espiritual para aquêles que crêem n’Êle, é acusado de exaltar-Se snbre Abraão (v. 53). Jesus responde que Abraão previu a
Sua
vinda (v. 56). Esta declaração surpreende os Ju deus que não podem compreender
como Êle e Abraão se podem conhecer (v. 57). Jesus afirma então a Sua pré existência
(v. 58). Os judeus entendem que isto é uma pretensão de igualar-se à Divindade
e procuram apedrejá-lO como um blasfemador (v. 59).
A cura de um cego por Jesus num sábado
ocasiona novamente o ódio dos chefes. Depois de uma tentativa de provarem que Jesus
é um pecador, são confundidos pelos argumentos de um pobre homem sem instrução,
que foi curado (cap. 9).
Provàvelmente, para mostrar o contraste entre os falsos pastores que expulsaram o homem da sinagoga e os pastores verdadeiros, Jesus pronuncia o discurso registrado em 10:1-21 (Leia Ezequiel cap. 34). Nos vers. 1, 2 refere-se aos verdadeiros pastores que entram no redil por meio d’Êle mesmo, que é a porta, referindo-se àqueles que têm uma vocação divina. Nos versículos 8, 9, 12, Jesus refere-se evidentemente aos messias e profetas falsos, que enganaram o povo e causaram a sua destruição.
Na Festa da Dedicação, os judeus perguntam a Jesus se Êle é o Cristo (8:23, 24). Jesus responde que as Suas obras e palavras provam que Êle é o Cristo (v. 25). mas que êles não tinham crido, porque não pertenciam ao Seu rebanho; não obedeceram à voz do Pastor Divino (vers. 26, 27). Jesus descreve em seguida a segurança das Suas ovelhas, e termina com uma declaração de ser Êle um com Deus (v. 30). Os judeus procuram apedrejá-lo por dizer que era igual a Deus. Jesus justifica o
Seu direito de chamar-se Filho de Deus por
meio de uma citação do Velho Testamento. Êle afirma que naquêles dias os
príncipes e juizes às vêzes eram chamados deuses (vers. 34, 35; Sal. 82:6).
Assim, pois, se juizes injustos, representantes temporários de Deus, foram
chamados deuses, por que Êle, o Juiz justo e eterno, não podia ser chamado
Filho de Deus? (v. 36). Êle diz que êles não precisam crer n’Êle se as Suas
obras não forem divinas (vs. 37. 38).
A sensação causada pela ressurreição de Lázaro (cap. 11) reune os sacerdotes e fariseus num concilio com o propósito de determinar a morte de Jesus (11:47). Caiafás deseja libertar-se de Jesus por razões políticas. Argumenta que, se fôr permitido a Jesus continuar o Seu ministério, a Sua popularidade causará um tumulto popular que despertará as suspeitas dos romanos e resultará na perda do poder e ofício dos regentes e em calamidade para a nação. Assim sendo, êle argumenta: é melhor que um só homem sofra, em lugar de uma nação inteira (vers. 49, 50). Isto é o que êle quer dizer por suas palavras, no versículo 50, mas Deus lhe conferiu o significado de profécia da morte expiatória do Messias (vers. 51, 52).
O capítulo 12, registra dois acontecimentos
mencionados pelos outros Evangelistas: a unção de Jesus e a entrada triunfal.
Durante a Festa da Páscoa, uma petição de alguns gentios que desejam vê-LO
(12:20), evoca uma profecia da Sua morte, que traria a salvação ao mundo
gentílico (v. 24). Depois Êle marca o caminho que os Seus discípulos deviam
seguir — o da abnegação e até da morte (vers. 25, 26). Embora a idéia de uma morte
vergonhosa Lhe seja extremamente repulsiva,
Ele não recua (v. 27). Anuncia que a Sua morte será o juízo do mundo (v. 31), a derrota de Satanás (v. 31), e o meio de atrair a humanidade enfêrma do pecado (v. 32). O capítulo 12:37-41 registra o resultado geral do ministério de Cristo a Israel — rejeição da luz, seguida por cegueira espiritual da sua parte. Os últimos versículos dêste capítulo contêm o último apelo de Jesus à nação.
CAPÍTULO VII
IV. A
MANIFESTAÇÃO DE CRISTO AOS SEUS DIS CÍPULOS (Caps. 13-17)
1.
Discursos de Despedida. 13-17
2.
A oração intercessória. Cap. 17.
O
capítulo 13:1-17 contém o exemplo supremo de humildade de Cristo. Com pleno
conhecimento da Sua divindade (v. 3), humilha-Se à mais servil das tarefas, a
de lavar os pés de Seus discípulos. O motivô deste ato é explicado por Êle
(vers. 13-17); foi feito em parte como um exemplo aos Seus seguidores para que
se humilhassem e servissem uns aos outros. Êles necessitavam dessa lição (vide
Lucas 22:24).
Há muitos motivos para duvidar que o Senhor
tivesse a intenção de estabelecer uma cerimônia literal de lavar os pés,
especialmente sendo que era o costume daquêle tempo que o hospedeiro munisse de
água e toalha um servo, para lavar os pés de seu hóspede, visto que se usavam
sandálias abertas e os pés naturalmente se sujavam nas caminhadas pelas ruas e
estradas poeirentas.
Parece haver aqui um símbolo muito mais profundo
sendo que Cristo fêz tudo inteiramente em vista da Sua cruz e Sua função
subseqüente como nosso Sumo Sacerdote e Advogado à dextra do Pai. “Sabendo
Jesus que já era chegada a Sua hora de passar dêste Mundo para o Pai (v. 1) e sabendo
que Êle tinha depositado em Suas mãos tôdas as coisas, e que havia saído de Deus
e ia para Deus, levantou-Se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha,
cingiu-Se” (vers. 3, 4).
O contexto aqui, então mostra claramente que
o que Êle fêz, era um símbolo da Sua futura obra redentora e sacerdotal. Cremos
que aqui estabelecia simbòlicamente o Seu ministério de conservar limpos os pés
dos Seus Santos. Se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o Justo”. I João 2:1.
Êle diz a Pedro: “O que eu faço, não o sabes
agora, mas entendê-lo-ás mais tarde”. Pedro com certeza compreendeu que Cristo
ia lavar-lhe os pés literalmente, mas o Senhor indica que o significado dêste
ato só compreenderia mais tarde, na sua experiência. Pedro, depois da sua
terrível falta, ao negar a Cristo, soube, então, o verdadeiro sentido das
palavras de Cristo:
“Tenho orado por ti para que tua fé não desfaleça”, quando foi purificado e restaurado à comunhão com seu Senhor.
Depois
de ter anunciado o ato da traição e a saída do traidor, Jesus revela o espírito
que há de caracterizar as relações de Seus discípulos entre si, durante a Sua
ausência, isto é, o amor (v. 34). Êste fato de que se amem mutuamente, há de
ser o distintivo do discípulo cristão (v. 35).
Depois de ouvir falar acêrca da morte e partida do Senhor, os discípulos ficam tristes. Agora Ele diz as palavras consoladoras mencionadas no capítulo 14. Como um remédio para o seu estado perturbado, sugere três coisas: que tenham fé n’Ele (v. 1), que Êle irá preparar-lhes um lugar (v. 2); e que voltará outra vez (v. 3). Em resposta à pergunta de Tomé a respeito do caminho para o céu (v. 5), responde que Êle mesmo é o caminho. Êle é o caminho porque é a imagem e o Revelador do Pai (vers. 7, 9). A Sua união completa com o Pai é mostrada pelo fato de que até as palavras que falava e as obras que fazia eram por meio do poder di reto do Pai. E a sua união com Êle devia ser de tal maneira que os discípulos fariam as mesmas obras (v. 12).
Isto realizar-se-ia por meio de oração (v.
13). A obediência a Seus mandamentos e o amor para com Êle se riam a causa
pela qual Êle lhes mandaria um Consolador, que agora habitava com êles, mas
mais tarde estaria nêles, (vers. 16, 17), e causaria também que o Pai e o Filho
se manifestassem a êles (vers. 21-25). No versículo 26 explica o ministério do
Espírito com relação aos discípulos. Êle faz o Seu último legado aos Seus discípulos
— a Sua paz (vers. 27, 28).
No seguinte capítulo Jesus explica a relação
entre os discípulos e Êle, durante a Sua ausência — uma união vital orgânica, simbolizada
por uma videira e as suas varas. Mostra como esta videira verdadeira se conserva
limpa e frutífera, tirando as varas que não dão fruto, e limpando as sãs (v.
2). Já foram purificadas por Seu ensino (v. 3), mas Êle exorta-os a permanecerem
n’Êle para manter esta união vital (vers. 4-6). Êle mostra-lhes como podem ser
atendidas as suas ora ções, por permanecerem n’Êle e as Suas palavras permanecerem
nêles. Se tiverem frutos, haverá dois resultados : o Pai será glorificado e
êles mostrar-se-ão verdadeiros discípulos (v. 8). Exorta-os a continuar em Seu
amor (v. 9), sendo isto realizado pela observação dos Seus mandamentos (v. 10).
A união entre êles mesmos há-de ser mantida pelo espírito de amor (vers. 12,
13). Guardando os Seus mandamentos entram nu ma relação mais íntima com Êle; o
Mestre escolheu-os como os Seus discípulos (v. 16). Escolheu-os para um propósito
específico — o de dar fruto e desfrutar diurna comunhão peculiar na oração com
o Pai (v. 16).
Os versículos restantes do capítulo 15
revelam a atitude do mundo para com os discípulos.
Para que não se entreguem ao desânimo e
desespêro quando surgirem perseguições, Êle lhes diz o que hão de esperar do
mundo (caps. 16:1-4). Êles entristecem-se porque Êle os deixará, mas é
necessário que Êle os deixe, para que o Consolador possa vir (v. 7). Porque,
enquanto está em carne, pode estar presente num lugar só a um tempo, mas
sentado à dextra do Pai, e enviando o Seu Espírito, pode estar presente com
cada um dos Seus seguidores “até o fim do tempo”.
Em seguida, explica o tríplice ministério do
Espírito Santo com relação ao mundo : Êle convencerá o mundo do fato de que a
incredulidade n’Êle é um pecado . Revelará o fato de que file, o Crucificado, é
o justo; muito embora os máus prosperem e os justos sofram, — convencerá o
mundo de que há um juízo que virá para endireitar as coisas (vers. 8-12). Em seguida
explica o ministério do Consolador com relação aos discípulos (vers. 12-15).
Jesus lhes diz que a Sua partida pela morte os tornará tristes, mas que êles O
verão novamente e o seu chôro tornar-se-á em alegria (vers. 16-22), Vê-lO-ão
outra vez, primeiramente, depois da Sua ressurreição; segundo, com os olhos da
fé; e finalmente lace a face. Após a Sua ascenção, não será necessário que Êle
rogue por êles (v. 26), porque terão acesso direto ao Pai (vers. 23, 27).
O capítulo 17 registra a grande oração
intercessòria de Jesus. Damos um simples esbôço desta oração :
I.
Oração por Si Mesmo (vers. 1-5).
1.
Pela Sua própria glorificação.
II.
Oração pelos Seus discípulos (vers. 6-19).
1. Pela sua
preservação (v. 11).
2. Pela sua
santificação (v. 17).
III.
Oração por todos os fiéis (vers. 20-26).
1.
Pela união (vers. 21, 22).
2. Pela sua presença com file (v. 24).
V. A
HUMILHAÇÃO E GLORIFICAÇÃO DE CRISTO
(Caps.
18-21)
1.
A traição e a prisão. 18:1-18.
2.
O julgamento ante Caifás e Pilatos. 18:19 a 19:16.
3.
A crucificação. 19:17-42.
4.
A ressurreição. 29:1-10.
5.
A manifestação de Jesus a Seus discípulos 20:10 a 21:25.
Jesus primeiramente é levado ante Anás, o sogro
de Caifás, para um julgamento preliminar (18:19-23).
Êle
é interrogado acêrca da Sua doutrina, porque creem que tenha espalhado teorias
secretas e perigosas. Jesus defende-Se asseverando que ensinava tudo aberta e
publicamente (vers. 20, 21). Enviam-nO em seguida, ao sumo sacerdote para o
juízo formal, que é descrito pelos outros escritores.
Após a sua condenação por blasfêmia (Mat.
26:65), Jesus é conduzido a Pilatos para a execução da sentença. Os judeus
esperam evidentemente que Pilatos ratifique a sua sentença sem fazer perguntas,
mas ele não está disposto a cumprir o desêjo dos sacerdotes os quais desprezava
de todo o coração. Êle lhes diz que O julguem segundo a sua lei; não lhe
interessa julgar casos religiosos (v. 31). Mas sendo que o poder de infligir a
pena capital foi tirado aos judeus, havia alguns anos, não podiam executar a
sentença de morte (v. 31).
Jesus
fora acusado de declarar-Se a Si mesmo rei. Lucas 23:2. Isto era uma ofensa
grave aos olhos dos romanos, razão porque Pilatos pergunta a Jesus a respeito
do Seu reino (ver3. 33-35). Nosso Senhor diz claramente que o Seu reino é um
reino espiritual e não temporal (v. 36) e que os membros de Seu reino são aquêles
cujos corações estão abertos à verdade (v. 37).
Pilatos
fêz várias tentativas para soltar Jesus, mas a intenção dos judeus em
crucificá-lO é mais forte do que a intenção de Pilatos em soltá-lO, e em vista
da ameaça dos judeus em acusá-lO ante o imperador, êle cede (19:12, 13).
João,
na sua descrição da crucificação, menciona alguns detalhes adicionais que não
se encontram nos oütros Evangelhos: a inscrição de Pilatos da acusação (vers.
19-22); a partilha dos vestidos de Jesus (vers. 23, 24), a recomendação de Sua
mãe a João (vers. 26, 27), as duas palavras na cruz (vers. 28, 30) e a abertura
do lado de Jesus. Às vêzes os ossos dos criminosos crucificados eram quebrados,
para apressar a morte. Nc caso de Jesus não foi necessário, porque já estava
mor-
to,
o que significa mais um cumprimento de profecia
(vers.
36, 37). O fato de Jesus estar morto tão cedo, parece indicar que foram
sofrimentos espirituais e não físicos, que causaram a Sua morte, porque as
pessoas crucificadas geralmente sofriam cêrca de três dias (veja Marcos 15:44).
Os médicos declaram que a água e ,o sangue saindo do lado de Jesus indicam uma
ruptura do coração.
Notem como João, na sua descrição do sepulcro
vasio, cuidadosamente menciona detalhes suficientes para refutar a informação
falsa de que os discípulos tivessem roubado o corpo de Jesus. Mat. 28:11-15. Tomaremos
nota aqui das manifestações de Jesus depois da Sua ressurreição.
1.
A Maria Madalena. 20:11-18.
2.
Aos apóstolos, estando ausente Tomé (20:19-23).
Para poder convencer os discípulos temerosos
e que duvidavam da realidade da Sua ressurreição, Jesus mostra-lhes as Suas
cicatrizes. Em seguida confere-lhes a Sua missão (v. 21), o seu equipamento
(profético e simbólico) (v. 22), e a sua autoridade (v. 23). Notem que o último
versículo mencionado se refere à disciplina da Igreja (Comp. Mat. 18:15-18).
3.
Aos apóstolos, estando Tomé presente (vers. 24-29). Embora de caráter leal,
Tomé é cético (11-16).
Não
acreditará antes de ter visto. A sua incredulidade evidentemente tinha retardado
a viagem dos discípulos a Galiléia. Mat. 28:7. Embora cético, o coração de Tomé
é sincero; deseja saber a verdade. Jesus satisfaz e este desêjo, e Tomé
torna-se um discípulo fiel tão profundamente crente como antes era incrédulo.
4.
Aos Sete no Mar de Galiléia (cap. 21). Após a pesca milagrosa e a refeição,
Jesus confere a Pedro a sua missão como pastor das Suas ovelhas. A pergunta repetida
três vêzes pode referir-se as três negações de Pedro. Os versículos 20-24 do
mesmo capítulo foram escritos por João para corrigir uma impressão falsa que se
tinha propagado entre os discípulos pelas palavras de Jesus a Pedro (v. 22).
Pensavam que Jesus queria dizer que João não morreria (v. 23). João mostra que estas
palavras não significam que não morreria mas sim que, se Jesus desejasse que
João ficasse até que Êle viesse, Pedro não tinha nada com isso.
ATRAVÉS DA BÍBLIA LIVRO POR LIVRO
Myer Pearlman
1 João 2
II. Conduta na comunhão.
2:1-29.
O escritor trata agora da conduta do crente que anda na luz. Não há interrupção
de pensamento entre os capítulos. 1 João
A. O Caráter
de Nossa Conduta:
Imitação. 2:1-11.
1) O princípio da Imitação - "Para que
não pequeis". 2:1,2. A certeza do perdão dos pecados (1:9) e as
declarações de sua universalidade (1:8, 10) pode levar alguns a considerar o
pecado levianamente. Portanto, João mostra o padrão da conduta e a natureza do
remédio para o pecado, a fim de que seus leitores não cometessem pecado.
1.
Filhinhos meus. Um termo de carinho, não de indicação de idade. Para que
não pequeis. O aoristo não pode significar "que não continuem em
pecado", mas antes "que absolutamente não pequem". Embora isto
não possa ser verdade absoluta até que O vejamos (3:2), deve sempre ser o nosso
alvo. Se, todavia, alguém pecar. O aoristo indica novamente que é um ato
particular de pecado. Temos. João também se inclui. Advogado. Literalmente,
alguém convocado para ficar ao lado, especialmente para ajudar – um patrono. A
palavra foi usada no N.T. apenas por, João (Jo. 14:16, 26; 15:26; 16:7; e
aqui).
O advogado defende a causa do crente contra
Satanás, seu acusador (Ap. 12:10). Ele é Jesus Cristo, o justo. Justo indica a
característica particular de nosso Senhor que lhe concede eficácia em Sua
advocacia (cons. Hb. 7:26). Sendo justo Ele pode interceder junto ao Pai que é
justo.
2. Ele. Ele mesmo, pronome pessoal enfático.
Propiciação. Esta é a base de sua advocacia, e embora esta última seja apenas
para os crentes, a propiciação é para todos os homens. Propiciação significa
satisfação (usada aqui e em 4:10 somente). Cristo mesmo é a satisfação (observe
o tempo presente). "Diz-se que Cristo é a 'propiciação' e não simplesmente
o 'propiciador'(como é chamado "Salvador" 4:14), a fim de enfatizar o
pensamento de que Ele mesmo é a oferta propiciatória além do sacerdote (comp.
Rm. 3:25). Um propiciador devia usar meios de propiciação, além de si
mesmo" (B. F. Westcott, The Epistles of St. John, pág. 44). Pelos nossos
pecados. Pelos (peri). Referente, não "em benefício de" Mas ainda
pelos do mundo inteiro. Não há limitação na satisfação que Cristo é em relação
ao pecado. Mundo. Kosmos neste caso, como em Jo. 3:16, significa a raça humana.
2) O
Padrão para Imitação - "Como Ele andou". 2:3-6. a) A Palavra de
Cristo. 2:3-5. Imitação envolve a guarda dos Seus mandamentos.
3. Por
isto, isto é, se guardamos os seus mandamentos. Sabemos. Percebemos. Que o
conhecemos. Opondo-se ao gnosticismo, que se preocupava com os predicados
intelectuais, o Cristianismo exige conduta moral.
4. É
mentiroso. Todo o seu caráter é falso. A verdade como um princípio não se
encontra nesse homem e por isso não pode regular o todo de sua vida.
5. Este
versículo é oposto a 2: 4 como 2:4 é oposto a 2:3. Palavra. Mais amplo do
que mandamentos, incluindo toda a revelação da vontade de Deus. Amor de Deus.
Provavelmente o amor do homem para com Deus (genitivo objetivo), como em 2:15;
4:12; 5:3. O oposto (o amor de Deus para com o homem, genitivo subjetivo) vê-se
em 4:9.
b) O
Andar de Cristo. 2:6.
6. Aquele
que diz. Declarar-se ao lado de Cristo resulta na implicação moral de
imitá-Lo. Está, E.R.C. (permanece, E.R.A.). Uma das palavras favoritas de João,
definida em 3:24 como a comunhão habitual mantida quando se guarda os
mandamentos. Deve. Tem a obrigação representada por um débito (cons. Lc.
17:10). Como. Kathos, não simplesmente, hos, indicando que a limitação deve ser
exata em todas as coisas. O padrão de Cristo conforme apresentado no N.T. é
humilhação e auto-sacrifício. Este deveria ser o ponto central da imitação do
cristão (cons. Mt. 11:29; Jo. 13:15; Rm. 15:2; Fp. 2:5 e segs.; Hb. 12:2; I Pe.
2:21).
3) A
Prova da Imitação – Amor. 2: 7-11. A vida de Cristo foi amor
auto-sacrificante; portanto, a prova de que O imitarmos está na demonstração do
amor. O amor é aquilo que busca o bem supremo daquele que é amado; e uma vez
que o bem supremo é a vontade de Deus, o amor faz a vontade de Deus.
7.
Irmãos (E.R.C.). Melhor, amados (E.R.A.). Primeira ocorrência da palavra
nesta epístola. Mandamento. Andar como Ele andou (v. 6) e amar os irmãos (vs.
9-11). São coisas essencialmente iguais. Desde o princípio. Esta frase pode
significar o início da raça ou o começo da Lei (Lv. 19:18) ou melhor, o início
da vida cristã.
8.
Aquilo que
é verdadeiro. A tradução melhor parece ser esta, Um novo mandamento eu lhes
escrevo, isto é, aquele que é verdadeiro. Antigo. Antes, que se extingue (tempo
presente). Porque as trevas estão se extinguindo e a verdadeira luz está
brilhando, João aconselha seus leitores a andarem como filhos da luz. A
verdadeira luz. A revelação de Deus em Cristo.
9.
Aquele que diz. Esta é a quinta vez que João destaca a possibilidade de
inconsistência entre profissão e conduta (1:6, 8, 10; 2:4; cons. 4:20). Irmão.
Companheiro cristão, não próximo (embora algumas vezes no N.T.
"irmão" significa próximo, como em Mt. 5:22; Lc. 6:41). Está nas
trevas. Esta falsa profissão envolve a existência do estado exatamente oposto
ao que está sendo declarado.
10.
Aquele que ama.
Isto não é simples profissão, como no versículo 9, mas a verdade real. Nele não
há nenhum tropeço. Nele não há nada que possa levar os outros a tropeçarem.
Isto segue o significado geral de skandalon no N.T., ocasião de tropeço, pois
se usa em relação à ofensa causada a outros. "Falta dê amor é a fonte mais
prolífica de ofensas" (Westcott, pág. 56).
11. Está nas trevas, e anda nas trevas,
e não sabe. As trevas são o lar e a esfera da atividade daquele que odeia seu
irmão e o agente de sua cegueira.
(Comentário Bíblico Moody)
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