terça-feira, 19 de janeiro de 2021

LIÇÃO 4 : JOÃO, O DISCÍPULO AMADO

 

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

1 João 2.5-14

Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes.
Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.
Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados.
Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevo, filhos, porque conhecestes o Pai.
Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.

TEXTO ÁUREO

E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.

Apocalipse 21.2

OBJETIVOS

Conhecer as características biográficas do apóstolo que se autodefine como o discípulo amado;

Compreender a importância dos escritos de João para

a Igreja; saber que o evangelista enfatizou a divindade de

Cristo e a universalidade da salvação.

 


1 JOÃO O DISCÍPULO AMADO

Lição 4

2 TEXTO BÍBLICO BÁSICO – 1 joão 2.5-14

TEXTO ÁUREO – Apocalipse 21.2

3 JOÃO O HOMEM João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago.

O nome João é de origem semita* e significa DEUS é gracioso ou Deus mostra graça. Tal nome parece propício ao relacionamento que ele tinha com Jesus.

Semita tem como principal designação o conjunto linguístico composto por uma família de vários povos, entre os quais se destacam os árabes e hebreus, que compartilham as mesmas origens culturais.

4 O CHAMADO DE JOÃO – Mateus 4.18-22

18-Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores.19-E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens". 20-No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. 21-Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou 22-e eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, o seguiram.

5 JOÃO – O Discípulo amado, o Apóstolo do Amor

Na instituição de Ceia do Senhor é identificado como aquele a quem Jesus amava (Jo 13.23)- esta expressão aparece em outros referencias do seu livro (Jo , 20-2, 21-7)

6 SUA OBRAS LITERÁRIAS

O Evangelho segundo São JOÃO

3 Cartas do Novo testamento - 1 ,2 e 3 JOÃO

Livro da Revelação - Apocalipse

7 JOÃO – Escriba ? de Jesus Todo grande mestre, profeta, tinha um escriba nos tempos antigos. João pode ter sido escolhido dentre os outros como escriba pode ter lhe inspirado a achar que ele era o mais amado entre os outros.

João o único apóstolo a os pés de Jesus na cruz por amor e para anotar as últimas palavras do mestre.João

Outros Escribas na Bíblia

Ressurreição da filha de Jairo, Jesus chama apenas Pedro, Tiago e João.(Marcos 5-37)

Baruque – Escriba de Jeremias (Jeremias 36.4)

Tércio – Escriba de Paulo_Carta a os Romanos (Romanos 16.22)

Jesus no Getsêmani -Levou consigo somente Pedro, Tiago e João (Marcos 14-33)

Eu, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta, que dizia: "Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia". Apocalipse 1:9-11

8 OS EVANGELHOS EVANGELHOS SINÓPTICOS ?

 MATEUS MARCOS LUCAS

Foco nos milagres, parábolas e Sinais.

Escritos para os bárbaros,Romanos,Gregos.

Evangelho de João escrito para ?

EVANGELHOS GNÓSTICOS ?

TOMÉ

JUDAS

FELIPE

(outros)

9 O EVANGELHO DE JOÃO

Escrito entre 90 e 105 depois de Cristo Escrito para os Judeus - Povo que conhecia a palavra Escrito em Éfeso onde participou da fundação da Igreja com Áquila e Priscila. Prólogo - Apresentação (João ) Não apresenta a Genealogia de Jesus Foco nas palavras de JESUS, estrutura de fé, base doutrinária do evangelho.

Nenhum Evangelho tem tantos detalhes sobre a Crucificação

Visa despertar e alimentar a fé em Jesus como Filho Legítimo de DEUS. (João )

Não tem apresenta parábolas

Frases únicas “No princípio era o Verbo”. “Eis o Cordeiro de Deus!”, “Deus amou o mundo que deu o seu Filho único”, “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida”, “Eu sou a videira”, ,“Ele está consumado”, “Assim vos envio”. Por algumas estimativas, cerca de 90% do material encontrado em João não é encontrado nos Evangelhos sinópticos.

Apresenta apenas 8 milagres ?

10 8 MILAGRES /SINAIS DESCRITOS EM JOÃO

1 - CASAMENTO EM CANÁ - (2.1-12)

Caná Significa adquirir e o casamento é o simbolismo de uma nova aliança com Jesus

2 - CURA DO FILHO DO OFICIAL DO REI ( )

3 - CURA DE UM PARALÍTICO (5.1-9)

4 - A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES (6.1-15)

5 - JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS ( ) (sinal)

6 -A CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA (9.1-41)

7 - A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO ( )

8 - PESCA MILAGROSA ( )

11 JESUS

 ÚNICO JESUS falou coisas que ninguém nunca havia dito antes. ?

JESUS fez coisas que ninguém havia feito antes. ?

Suas palavras chamam atenção e atraem as pessoas.

Nicodemos - atraído pelas palavras de Jesus – (João 3.1-2)

12 Quando se procura JESUS encontramos duas opções.

PORQUE PROCURAR JESUS

E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. João 6:35

Quando se procura JESUS encontramos duas opções.

Ser DISCÍPULOS

Ou

Ser SEGUIDOR ?

13 ENSINOS DE JOÃO SOBRE O PAI, FILHO ESPÍRITO SANTO

Ninguém jamais viu a Deus, contudo, Seu filho o revelou a nós (João 1.18)

Deus é o supremo criador de todas as coisas ( João 1.1-2)

A revelação de Deus transcende os limites culturais, étnicos e religiosos (João )

O amor é o maior atributo por intermédio do qual Deus pode ser conhecido (1 João 4-16)

FILHO

O Deus eterno revela-se por intermédio do logo (João 1.1)

O Pai e filho são absolutamente iguais ( João 10.30)

O filho cumpriu as ordens do Pai quanto ao plano de redenção (João 19-30)

O filho é o verdadeiro e eterno Deus (1 João 5-20)

ESPÍRITO SANTO

João foi um dos primeiros a anunciar o Pentecoste (joão 1.33)

João mostra o lugar preponderante do Espírito no projeto de redenção do pecador (João 3.1-6)

O Espírito é parácleto, o Ajjudador, o advogado, o divino mestre ( João ;25,26; )

14 AS EPÍSTOLAS

PRIMEIRA EPÍSTOLA

Não é exatamente uma carta, mas uma saudação. João concede ênfase muito especial à vida, à luz e ao amor.

Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido 1 João 5:1

SEGUNDA EPÍSTOLA

Contém apenas 13 versículos que não significa que ela não tenha importância. João se identifica como ancião e encaminha a carta a uma senhora eleita e seus filhos que pode significar uma Igreja e seus membros.

O ancião à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade. 2 João 1:1-1

TERCEIRA EPÍSTOLA

Um carta pessoal dirigida ao amado Gaio. Nesta carta João enfoca a importância da verdade.

É, pois, nosso dever receber com hospitalidade a irmãos como esses, para que nos tornemos cooperadores em favor da verdade. 3 João 1:8

15 O APOCALIPSE

Um dos livros mais comentados do novo testamento, mas talvez um dos menos compreendidos .

No entanto é clara a mensagem que JESUS que vive para sempre e voltará para buscar sua Igreja.

Então um dos anciãos me disse: "Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos". Apocalipse 5:5

Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Apocalipse 19:7

                            

LIÇÃO 4

JOÃO, O DISCÍPULO AMADO.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

1 JOÃO 2. 5-14

Gr. Ιωάννου

Hb. Yochanan

João, Graça ou Favor de Deus.

JOÃO E SUA FAMÍLIA

Irmão de Tiago e filho de Zebedeu (Mt 4.21). Tiago foi o primeiro mártir entre os apóstolos (At 12.1,2), bebeu o cálice profetizado por Jesus (Mt 20.23). Segundo a tradição era da tribo de Levi por parte de pai e da tribo de Judá por parte de mãe. Era pescador como seu pai, na Galiléia, e sua mãe ajudou a o ministério de Jesus (Mt 4.18,21; 27.56), conclui-se que sua família vivia em boas condições, pois seu pai tinha até empregados (Mc 1.20). Segundo alguns historiadores o mar da Galilélia abrigava cerca de 400 barcos.

JOÃO O ESCRITOR

Os sinóticos e João

Cada Evangelho foi escrito para responder as demandas de suas respectivas comunidades. Eles foram compilados com a ajuda dos seus discípulos. A fonte “Q” teve papel importante na formação dos Evangelhos.

Sua data de formação é aproximadamente do último quarto do primeiro século.

Os evangelhos sinópticos apresentam o ministério de Jesus quase inteiramente confinado à Galiléia, com apenas alguns dias finais em Jerusalém, já perto de sua morte e ressurreição. Por outro lado, o evangelho de João apresenta o ministério de

Jesus como se tivesse ocorrido quase inteiramente em Jerusalém ou nas cercanias dessa cidade.

A ECLESIOLOGIA JOANINA

A escola joanina

A comunidade Joanina (Éfeso), em algum momento parece que se comporta de maneira sectária pela forma que se relaciona com o mundo, os judeus e com outros Cristãos.

Os ensinos da videira, João 15.

Jesus, o Rei, João 12.

Jesus e os judeus no caso da mulher adúltera, João 8.

O amor fraterno, João 13.34,35.

Evangelho x Dcetismo

λόγος e Demiurgo

O logos é a palavra que age, foi tirado dos escritos de Filo, um rabino judeu de Alexandria, Egito (deísmo sobrenatural, sabedoria universal, sabedoria criativa), diferente de rhema (palavra declarada), logos é traduzido no Evangelho como o verbo divino. Demiurgo seria uma forma inferior de deidade, uma emanação do logos, que poderia se comunicar com os homens.

O docetismo é uma veia gnóstica que nega a encarnação do Jesus Cristo. A natureza humana era mera ilusão. Segundo eles era impossível a materialização do logos.

Outro ramo gnóstico afirmava que no momento do batismo de Jesus o Espírito de Deus se apossou do corpo de Jesus, tendo o deixado depois de sua morte.

No primeiro capítulo de João o evangelista remonta brevemente a “história” do logos antes de Sua encarnação.

João faz menção de Sua eternidade; “No princípio (V.1a),” (Gr. arche, começo, origem, passado remoto). Não significa que ele foi criado ou se tornou, mas que já era (Mq

5.1,2; Ap 1.8).

Sua divindade; “era Deus (V.1c),” ele é, e sempre foi tão divino quanto os dois outros menbros da trindade (Is 9.6; Hb 1.8-12; Sl 45.6,7).

Sua função criadora; “todas as coisas foram feitas por ele (V.3),” aqui fica claro que Deus criou todas as coisas por Jesus Cristo (Ef 3.8,9; Hb 1.1,2; Cl 1.15-18).

Esse versículo (Jo 1.14) é uma apologética cristã eficaz contra qualquer ensino gnóstico que confronte as naturezas divina e humana de Jesus Cristo. O verbo divino é também o Cristo humano (Ap 19.13; 1Tm 2.5).

O Apocalipse

Revela-nos a salvação dos que receberam o cordeiro de Deus, com esperança da vida futura (Ap 11.15).

A estrutura Ap. 1.19.

As coisas que vistes.

As coisas que são.

As que hão de acontecer.

Conclusão:

O discípulo amado nos deixou um legado de fé e conhecimento do Filho de Deus. As visões distorcidas do evangelho continuam perdurando até hoje, a função da igreja é revelar ao mundo a verdadeira face do messias que brevemente reinará com seu filhos para todo sempre.

FONTE : IADJ Taquara 2013

 


CAPÍTULO IV

O EVANGELHO SEGUNDO JOÃO

(Caps. 1-6)

Tema. O Evangelho de João é um acêrvo de testemunhos para provar que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Foi escrito por João em resposta a um apêlo da Igreja — que já possuía outros Evangelhos — para ter as verdades mais profundas do Evangelho, e foi escrito com a finalidade de promover a vida espiritual da Igreja. Contém a substância da pregação de João à Igreja, essas verdades espirituais que êle havia recebido do Senhor. O propósito de João neste Evangelho é apresentar Cristo a todos os cristãos como o Verbo encarnado de Deus.

Autor. João o apóstolo. Alguns escritores dos primeiros séculos que merecem a nossa confiança nos informam que João escreveu o seu Evangelho no fim do primeiro século, e que era o mesmo substancialmente a incorporação da sua pregação das verdades mais profundas que êle tinha aprendido por meio de comunhão íntima com Cristo.

De todos os apóstolos, era João quem desfrutava da maior intimidade com o Mestre. Pertencia ao círculo íntimo que consistia dêle mesmo, Pedro e Tiago, que tinham o direito exclusivo de estarem presentes durante as grandes crises de seu ministério, tais como a transfiguração e a agonia em Getsêmane. Foi João quem se inclinou sôbre o peito de seu Mestre durante a Ceia Pascoal; foi êle quem, quando os outros discípulos tinham fugido, acompanhou ao seu Senhor ao julgamento (João 18-15). De todos os apóstolos, foi êle o único que esteve ao pé da cruz para receber a mensagem do Senhor antes de expirar. João 19:25-27.

Essa intimidade e comunhão com o Senhor, juntamente com meio século de experiências, como pastor e evangelista, qualificaram-no muito bem para escrever êsse Evangelho que contém as doutrinas mais espirituais e sublimes concernentes à pessoa de Cristo.

Para quem foi escrito. Para a Igreja em geral. O Evangelho de João foi escrito muitos anos depois dos outros Evangelhos. Êstes últimos, falando em termos gerais, contêm uma mensagem evangélica para os homens não espirituais; eram Evangelhos missionários. Depois de terem sido estabelecidas igrejas por meio das obras dos Apóstolos, veio uma petição dos cristãos em tôdas as partes que se lhes désse uma declaração das verdades mais profundas do Evangelho. Para satisfazer a êsse pedido, João escreveu o seu Evangelho. É evidente, pelos seguintes fatos, que êste Evangelho foi, primeiramente, escrito para os cristãos.

1. As doutrinas que contém, concernentes a alguns dos temas mais profundos do Evangelho — a pré-existência de Cristo, Sua encarnação, Sua relação ao Pai, a pessoa e a obra do Espírito Santo — indicam que foi escrito para um povo espiritual.

2. O escritor presume que aquêles aos quais escreve, estão familiarizados com os outros três Evangelhos, porque omite a maioria dos acontecimentos bem conhecidos da vida do nosso Senhor, exceto naturalmente, aquêles que se relacionam com a paixão e a ressurreição, sem os quais, nenhum Evangelho poderia ser completo.

CONTEÚDO.

I. O Prefácio. 1:1-18.

II. A Revelação de Cristo ao Mundo, por meio das

Suas reivindicações. 1:19.

III. Rejeição das reivindicações. 7:1 a 12:50.

IV. A Manifestação de Cristo a Seus Discípulos.

Caps. 13-17.

V. A Humilhação e Glorificação de Cristo. Caps.

18-21.

I. PREFÁCIO. 1:1-18

1. A manifestação de Cristo na eternidade. 1:1-5.

2. A manifestação de Cristo no tempo. 1:6-18.

Os sinóticos começam sua história, registrando a origem terrestre de Cristo. Mateus e Lucas registram o Seu nascimento virginal. João toma em consideração que os cristãos em tôdas as partes estão familiarizados com êsses fatos e omitindo o registro da Sua origem terrestre, descreve a Sua origem celeste. Embora João não dê um relato direto do nascimento virginal de Cristo, refere-se indiretamente ao mesmo no versículo 14.

Notem o nome pelo qual João se refere a Cristo — o Verbo. Cristo é chamado o Verbo, porque como nossas palavras são a expressão de nossos pensamentos caráter, assim Cristo foi a expressão do pensamento de Deus para nós, de Seu caráter, sim, da Sua própria essência.

Como recebeu o mundo o seu Criador (v. 10) ? Que versículo pode chamar-se o mais triste da Bíblia (v. 11)? O que foi dado àqueles que O receberam? A que acontecimento se refere o versículo 14? (Comp. Fil. 2:6-8). Que disse João que os discípulos receberam? (v. 16; comp. Col. 1:19; 2:9). Qual o contraste que se exprime no versículo 17?

II. A MANIFESTAÇÃO DE CRISTO AO MUNDO. 1:19 a 6:71.

1. O testemunho de João Batista. 1:19-34.

2. O testemunho dos primeiros discípulos. 1:35-51.

3. O primeiro milagre e a primeira purificação dotemplo. Cap. 2.

4. Entrevista com Nicodemos. 3:1-21.

5. O testemunho de João a seus discípulos. 3:22- 36.

6. O ministério de Jesus em Samaria. 4:1-43.

7. A cura do Filho do oficial do rei. 4:43-54.

8. A cura do homem paralítico, seguido por um discurso. Cap.5.

9. Alimentando a multidão; discurso sôbre o Pão da Vida. Cap. 6.

João, como os demais evangelistas, menciona o ministério de João Batista. Sendo que o Batista estava atraindo grandes multidões pelo seu ministério e estava ministrando um rito, que era novo para a religião judaica, isto é, o batismo, — as autoridades judaicas sentiram que era do seu dever investigar as declarações dêsse novo pregador. Enviaram uma comissão para interrogá-lo acêrca de sua identidade e autoridade. Humildemente confessa que êle não passa da “voz tío que clama no deserto” (1:23); que a sua missão é igual à dos engenheiros daquêle tempo antes da visita de um rei oriental; a saber: a preparação dos caminhos ante êle (1:23); que seu batismo era unicamente simbólico e típico do batismo que seria administrado pelo Messias (1:26, 27, 33). No dia seguinte, João, como um verdadeiro ministro do Evangelho, dirigiu a atenção dos seus ouvintes para Jesus, em vez de atraí-los para si mesmo, dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Em seguida, revela um dos seus motivos de batizar o Senhor; a saber, para ter uma revelação da Sua divindade (v. 3).

  Não há inveja em João Batista. No dia seguinte, repete a sua mensagem e anima os seus seguidores a seguirem a Jesus. Um daquêles que ouviu a mensagem foi André, o irmão de Pedro. O outro cujo nome não é mencionado pode ter sido o autor do Evangelho, João. André demonstra a realidade da sua experiência espiritual, conduzindo seu irmão Pedro ao Messias. Jesus, vendo nesta última pessoa aquêle que estava destinado a tornar-se a primeira pedra viva da Sua igreja, dá-lhe o nome profético de Cefas (1:42). Jesus chama em seguida a Felipe, o qual com entusiasmo testifica a Natanael que encontrou o Messias, Jesus de Nazaré. Natanael quase não pode acreditar que o Messias havia vindo de Nazaré, aldeia desprezada da Galiléia, mas é logo convencido por meio do conhecimento sobrenatural de Jesus, que, Êle realmente é o Rei de Israel.

   Um casamento em Caná dá a Jesus a oportunidade de manifestar o Seu poder. A Sua assistência, a uma tal Cerimônia prova a Sua disposição de ter relações com o povo e a santificar tais reuniões por Sua presença. Neste caso a alegria do casamento estava em perigo, e o dono da festa ameaçado dum vexame, tendo-se esgotado o vinho. Maria, conhecendo os poderes milagrosos de seu Filho, e desejando com seu orgulho natural de mãe, que Êle os manifestasse, informa-0 de ,que não havia mais vinho, sugerindo, por tal informação, indiretamente, que Êle o suprisse. Jesus ternamente lembra-lhe que, embora tendo sido sujeito a ela até o tempo do princípio do Seu ministério, as suas relações agora são outras (2:4). Agora Êle é guiado por Seu Pai celestial, o qual determina todos os acontecimentos de Sua vida.

    Os judeus tinham permitido que o espírito de comercialismo violasse a santidade dos recintos do templo, porque espalhados pelo átrio dos gentios, havia vendedores de animais para o sacrifício e cambistas de dinheiro. Tal profanação da casa de Seu Pai faz com que Jesus expulsasse do templo êsses negociantes. Sendo que somente um profeta ou o próprio Messias podia purificar o templo, os chefes pediram ao Senhor que provasse a Sua autoridade por um sinal. Êle lhes dá o sinal da Sua morte e ressurreição. Mais tarde, as Suas palavras referentes a êsse sinal foram a base de uma acusação falsa. Mat. 26:61.

  Os milagres de Jesus tinham atraído muitos seguidores (2:23), mas Jesus não confiava numa fé que se baseiasse meramente em sinais. Um daquêles que foi impressionado por Seus milagres era um dos principais entre os judeus, chamado Nicodemos. Começou a sua conversação com Jesus reconhecendo que Êle era um Mestre enviado de Deus. Jesus ignora os elogios e, inesperadamente, diz a Nicodemos que é necessário nascer de novo. Parece que Nicodemos estava convencido de que o reino de Deus proclamado por Jesus estava prestes a ser inaugurado e, portanto, quis UNIR-SE a êsse reino. Jesus por conseguinte, lhe explica que a única maneira de entrar neste reino é ser NASCIDO nêle. Nicodemos que era da opinião judaica comum, pensava que o reino viria com grande demonstração exterior. Jesus mostra-lhe que êle vem pela operação misteriosa do Espírito no coração (3:8). Nicodemos era de opinião, como os judeus em geral, que o reino seria inaugurado pela aparição gloriosa do Messias.

Jesus lhe explica que devia ser inaugurado pela morte do Messias (3:14).

    Os discípulos de João Batista, vendo que as multidões o abandonavam para reunir-se com Jesus, queixam-se junto ao seu mestre (3:25, 26). João responde que isto corresponde exatamente ao plano de Deus. Êle é unicamente o amigo do espôso, quer dizer, aquêle que, segundo o costume judaico, pede a mão da moça e prepara as bodas. A sua missão é a de conduzir o espôso (o Messias) à noiva (a nação judaica) (3:29); feito isto, a sua missão está terminada (3:30).

   O capítulo 4 registra a entrevista de Jesus com uma mulher de Samaria. O Dr. Torrey apresenta um contraste interessante entre ela e Nicodemos :

Uma mulher                Um homem

Uma samaritana             Um judeu

Uma prostituta              Um mestre de Israel

Veio ao meio dia              Veio de noite

Confessou imediatamente        Um discípulo secreto

    a Jesus

Trouxe uma cidade inteira        Trouxe (?) a Cristo,

    a Cristo

   Uma necessidade comum — o Espírito Santo. João

3:5, 4:14: “Não há diferença”.

   O capítulo 5 registra o princípio dos conflitos de Jesus com os judeus concernente aos Seus direitos divinos. Censuram-nO por ter curado um homem no dia de sábado. Êle defende-se afirmando que Deus, Seu Pai, está associado a Êle na obra de curar no sábado (5:17). Por essa razão, e porque Êle não fêz nada independente do Pai (v. 19) foi perfeitamente autorizado a curar no sábado a humanidade doente. Em segui- da Jesus reclama alguns direitos surpreendentes. Afirma ser Êle quem ressuscita os mortos (vers. 21-29); que tem honra igual à do Pai (v. 23); que é Juiz de todos os homens (vers. 22, 27). Como testemunhas de Seus direitos Êle aponta a João Batista (v. 33), a Suas obras (v. 36), ao Pai (v. 37), às Escrituras (v. 39), e a Moisés (v. 46).

   A alimentação da multidão registrada no capítulo ti marca o ponto máximo da popularidade de Cristo.

O povo está tão convencido de ser Êle o profeta, pelo qual esperavam por tanto tempo, que procuram fazê-lO rei. Mas Jesus recusa essa honra porque não veio para reinar, mas sim para morrer (vers. 26-65). Jesus dá o golpe mortal na Sua popularidade, porque, ao passo que êles crêem que a sua salvação se efetuará por um Messias glorioso, Êle ensina que seria efetuada pela morte do Messias. Antes de tudo, Êle censura-os por buscarem o alimento natural em vez do espiritual (vers. 26, 27). Ao lhe perguntarem que deviam fazer para obterem êste alimento verdadeiro, Êle respondeu que deviam crer n’Êle (vers. 28, 29). O povo logo Lhe pede um sinal para poder crer n’Êle (v. 30), e mencionam o fato de Moisés ter-lhes dado o maná do céu (v. 31). Nosso Senhor responde que o maná era simplesmente um símbolo d’Êle mesmo, o verdadeiro Maná (vers. 32, 33, 35) e que como Israel rejeitou o maná terrestre, assim rejeitou também o celestial (v. 36). Mas embora a nação, em geral, O tenha rejeitado, há um remanescente fiel que virá a Êle (v. 37), e êsse remanescente Êle não lançará fora, porque é a vontade do Pai dar-lhe vida eterna (vers. 38-40). Os judeus murmuram ao ver que o Filho de um carpinteiro declara ter vindo do céu (vers. 42). Jesus lhes diz que uma revelação divina é necessária para convencê-los da Sua divindade (vers. 44, 45). Logo em seguida declara-lhes como podem obter a vida eterna — comendo a Sua car­ ne e bebendo o Seu sangue, isto é, crendo n’Êle comõ a expiação dos seus pecados. Os judeus não compreendem essa linguagem figurada; tomam-na literalmente (vers. 52, 60). Jesus então lhes diz que as Suas palavras não devem ser tomadas literalmente, mas de modo espiritual (v. 63). Notem o resultado dêsse discurso — um exame nos discípulos de Jesus (vers. 60-71).

III. REJEIÇÃO DAS REIVINDICAÇÕES DE CRISTO

(Caps. 7:1 a 12:50)

1. Jesus na Festa dos Tabernáculos (cap. 7).

2. A mulher adúltera. 8:1-11.

3. Discursos sôbre a Luz do Mundo e a liberdade espiritual. 8:12-59.

O EVANGELHO SEGUNDO JOÃO 269

4. A cura de um cego de nascença (cap. 9).

5. O discurso do Bom Pastor. 10:1-21.

6. Jesus na Festa da Dedicação. 10:22-42.

7. A ressurreição de Lázaro. 11:1-46.

8. A rejeição final de Cristo pela nação. 11:47 a 12:50.

Os irmãos de Jesus pedem-Lhe que assista à Festa dos Tabernáculos e manifeste as Suas obras ante o povo, porque êles raciocinam que se dè fato Êle é o Messias, deve fazer uma proclamação pública de Seus direitos em vez de permanecer numa aldeia insignificante da Galiléia (7:1-5). Até então êles não criam que Êle era de fato o que pretendia ser, mas o tempo veiu em que creram. Atos 1:14. Jesus responde que a hora em que Êle tem que ir a Jerusalém, não chegou ainda. Mais tarde Êle foi à festa, em oculto, (7:10), para poder evitar as caravanas de peregrinos galileus que O reconheceriam e talvez fariam uma demonstração pública.

   Quando Jesus começa a ensinar no templo, o povo admira-se de Suas pregações, porque êles sabem que não tinha freqüentado as suas escolas de teologia (7:15). Jesus explica que o Seu ensino vem diretamente de Deus (v. 16) e se alguém está realmente disposto a fazer a vontade de Deus, verificará o Seu ensino como verdadeiro. Depois defende a Sua sinceridade, demonstrando que não busca a Sua própria glória (v. 18).

Olhando no coração dêles, vê o seu ódio para com Êle e acusa-os de violarem a Lei de Moisés (v. 19). Em seguida defende o ato da cura de um homem no dia de sábado (vers. 21-24; comp. Cap. 5). Ao ouvirem Jesus falar tão ousadamente, alguns do povo pensam que possivelmente os chefes O aceitem como o Cristo (v. 26). Outros não podem crer que seja o Messias porque conhecem o lugar da Sua residência e Seus pais (v. 27). Jesus reconhece que sabem estas coisas, mas replica que ignoram o fato de que foi enviado por Deus (v. 28).

Alguns, recordando os milagres de Jesus, inclinam-se a crer que é o Messias (v. 31). Os fariseus, ao ouvirem isto, mandam oficiais que O prendem (v. 32). Agora Jesus lhes diz que o seu desêjo de livrar-se d’Êle logo será cumprido (v. 33); mas que virá o tempo em que buscarão um libertador e não encontrarão nenhum (v. 34). Durante a Festa dos Tabernáculos era costume dos sacerdotes irem ao tanque de Siloé e tirar água num cântaro de ouro, cantando ao mesmo tempo Isaías

12. A água então era derramada sôbre o altar. Isso era considerado como uma comemoração da água dada no deserto, e era simbólico do derramamento futuro do Espírito sôbre Israel.

  Provavelmente, foi nêsse ponto que Jesus Se proclamou como a Fonte das águas vivas, a Rocha ferida da qual o mundo inteiro pode beber (vers. 37-39). Ao ouvirem isto, muitos reconheceram que Êle era o Messias (v. 40), mas outros objetaram que Êle não o podia ser por ter vindo da Galiléia. Os oficiais do tempol, impressionados e intimidados por Suas palavras majestosas, não O prenderam (v. 46). Os fariseus censuram-nos dizendo que nenhum dos principais acreditou n’Êle, mas somente o povo ignorante (vers. 47-50). Neste ponto Nicodemos defende o Senhor, e logo os fariseus afirmam colèricamente que segundo as Escrituras nenhum profeta viria da Galiléia (7:52). Isto não era certo, porque tanto Jonas como Elias eram daquela região.

   Os escribas e fariseus trazem à presença de Jesus uma mulher apanhada em adultério e perguntam-Lhe se não deveria ser castigada com a pena imposta pela Lei de Moisés. Era uma tentativa para pôr o Senhor num dilema. Se Êle ordenasse que a mulher fôsse liberta, isso seria uma contradição da Sua declaração de que não tinha vindo para destruir, mas sim para cumprir a Lei de Moisés. Mat. 5:17. Se dissese que a mulher deveria ser apedrejada de acôrdo com a Lei, poderia ser considerado uma contradição de Sua declaração que não tinha vindo para julgar, mas, sim, para salvar os pecadores. Nosso Senhor resolve a questão transferindo o caso para a côrte da consciência. Nessa côrte, seus inquiridores descobrem que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.

    Jesus proclama-Se em seguida a Luz do mundo — um direito verdadeiramente divino (8:12). Os fariseus objetam de que o Seu próprio testemunho não prova a verdade de Suas pretensões (v. 13). Jesus responde que Êle pode dar testemunho de Si mesmo, porque tem um conhecimento perfeito da Sua origem e natureza divinas (v. 14). Refere-se em seguida ao testemunho de Seu Pai (v. 18), isto é, aos milagres pelos quais Deus confirmou a palavra de Seu Filho. Jesus então acusa os fariseus de ignorância acêrca do Pai (v. 19). Apesar de o rejeitarem, dia virá quando buscarão um Messias (v. 21) e não O encontrarão. Diz-lhes que, depois de Sua crucificação e ressurreição, quando o Espírito será derramado e obras poderosas realizadas em Seu nome, então êles terão provas em abundância da Sua divindade (v. 28).

Essas declarações fizeram com que muitos do povo cressem n’Êle (8:30), mas Jesus, vendo a fraqueza da sua fé, exorta-os a continuarem em Sua instrução, instrução que os libertará completamente do pecado (vers.31, 32). Alguns dos discípulos escandalizam-se com isso, porque como judeus consideravam-se homens livres, (v. 33).

   Jesus explica que a servidão à qual se referiu, é a servidão do pecado (vers. 34-37). Êle lhes mostra que não são semente de Abraão, porque não executam as obras de Abraão, isto é, obras da fé (vers. 37-40). Prova a falsidade da pretensão de serem filhos de Deus  (v. 42). Diz-lhes que a sua repugnância à verdade e o ódio em seus corações mostram que são filhos do diabo (v. 44). Desafia-os a ou convencê-lO do pecado ou então crerem em Seus direitos (v. 46). Em conseqüência da Sua promessa de isenção da morte espiritual para aquêles que crêem n’Êle, é acusado de exaltar-Se snbre Abraão (v. 53). Jesus responde que Abraão previu a

Sua vinda (v. 56). Esta declaração surpreende os Ju­ deus que não podem compreender como Êle e Abraão se podem conhecer (v. 57). Jesus afirma então a Sua pré existência (v. 58). Os judeus entendem que isto é uma pretensão de igualar-se à Divindade e procuram apedrejá-lO como um blasfemador (v. 59).

   A cura de um cego por Jesus num sábado ocasiona novamente o ódio dos chefes. Depois de uma tentativa de provarem que Jesus é um pecador, são confundidos pelos argumentos de um pobre homem sem instrução, que foi curado (cap. 9).

  Provàvelmente, para mostrar o contraste entre os falsos pastores que expulsaram o homem da sinagoga e os pastores verdadeiros, Jesus pronuncia o discurso registrado em 10:1-21 (Leia Ezequiel cap. 34). Nos vers. 1, 2 refere-se aos verdadeiros pastores que entram no redil por meio d’Êle mesmo, que é a porta, referindo-se àqueles que têm uma vocação divina. Nos versículos 8, 9, 12, Jesus refere-se evidentemente aos messias e profetas falsos, que enganaram o povo e causaram a sua destruição.

   Na Festa da Dedicação, os judeus perguntam a Jesus se Êle é o Cristo (8:23, 24). Jesus responde que as Suas obras e palavras provam que Êle é o Cristo (v. 25). mas que êles não tinham crido, porque não pertenciam ao Seu rebanho; não obedeceram à voz do Pastor Divino (vers. 26, 27). Jesus descreve em seguida a segurança das Suas ovelhas, e termina com uma declaração de ser Êle um com Deus (v. 30). Os judeus procuram apedrejá-lo por dizer que era igual a Deus. Jesus justifica o

    Seu direito de chamar-se Filho de Deus por meio de uma citação do Velho Testamento. Êle afirma que naquêles dias os príncipes e juizes às vêzes eram chamados deuses (vers. 34, 35; Sal. 82:6). Assim, pois, se juizes injustos, representantes temporários de Deus, foram chamados deuses, por que Êle, o Juiz justo e eterno, não podia ser chamado Filho de Deus? (v. 36). Êle diz que êles não precisam crer n’Êle se as Suas obras não forem divinas (vs. 37. 38).

    A sensação causada pela ressurreição de Lázaro (cap. 11) reune os sacerdotes e fariseus num concilio com o propósito de determinar a morte de Jesus (11:47). Caiafás deseja libertar-se de Jesus por razões políticas. Argumenta que, se fôr permitido a Jesus continuar o Seu ministério, a Sua popularidade causará um tumulto popular que despertará as suspeitas dos romanos e resultará na perda do poder e ofício dos regentes e em calamidade para a nação. Assim sendo, êle argumenta: é melhor que um só homem sofra, em lugar de uma nação inteira (vers. 49, 50). Isto é o que êle quer dizer por suas palavras, no versículo 50, mas Deus lhe conferiu o significado de profécia da morte expiatória do Messias (vers. 51, 52).

     O capítulo 12, registra dois acontecimentos mencionados pelos outros Evangelistas: a unção de Jesus e a entrada triunfal. Durante a Festa da Páscoa, uma petição de alguns gentios que desejam vê-LO (12:20), evoca uma profecia da Sua morte, que traria a salvação ao mundo gentílico (v. 24). Depois Êle marca o caminho que os Seus discípulos deviam seguir — o da abnegação e até da morte (vers. 25, 26). Embora a idéia de uma morte vergonhosa Lhe seja extremamente repulsiva,

Ele não recua (v. 27). Anuncia que a Sua morte será o juízo do mundo (v. 31), a derrota de Satanás (v. 31), e o meio de atrair a humanidade enfêrma do pecado (v. 32). O capítulo 12:37-41 registra o resultado geral do ministério de Cristo a Israel — rejeição da luz, seguida por cegueira espiritual da sua parte. Os últimos versículos dêste capítulo contêm o último apelo de Jesus à nação.

CAPÍTULO VII

IV. A MANIFESTAÇÃO DE CRISTO AOS SEUS DIS­ CÍPULOS (Caps. 13-17)

1. Discursos de Despedida. 13-17

2. A oração intercessória. Cap. 17.

O capítulo 13:1-17 contém o exemplo supremo de humildade de Cristo. Com pleno conhecimento da Sua divindade (v. 3), humilha-Se à mais servil das tarefas, a de lavar os pés de Seus discípulos. O motivô deste ato é explicado por Êle (vers. 13-17); foi feito em parte como um exemplo aos Seus seguidores para que se humilhassem e servissem uns aos outros. Êles necessitavam dessa lição (vide Lucas 22:24).

   Há muitos motivos para duvidar que o Senhor tivesse a intenção de estabelecer uma cerimônia literal de lavar os pés, especialmente sendo que era o costume daquêle tempo que o hospedeiro munisse de água e toalha um servo, para lavar os pés de seu hóspede, visto que se usavam sandálias abertas e os pés naturalmente se sujavam nas caminhadas pelas ruas e estradas poeirentas.

    Parece haver aqui um símbolo muito mais profundo sendo que Cristo fêz tudo inteiramente em vista da Sua cruz e Sua função subseqüente como nosso Sumo Sacerdote e Advogado à dextra do Pai. “Sabendo Jesus que já era chegada a Sua hora de passar dêste Mundo para o Pai (v. 1) e sabendo que Êle tinha depositado em Suas mãos tôdas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-Se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-Se” (vers. 3, 4).

   O contexto aqui, então mostra claramente que o que Êle fêz, era um símbolo da Sua futura obra redentora e sacerdotal. Cremos que aqui estabelecia simbòlicamente o Seu ministério de conservar limpos os pés dos Seus Santos. Se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. I João 2:1.

   Êle diz a Pedro: “O que eu faço, não o sabes agora, mas entendê-lo-ás mais tarde”. Pedro com certeza compreendeu que Cristo ia lavar-lhe os pés literalmente, mas o Senhor indica que o significado dêste ato só compreenderia mais tarde, na sua experiência. Pedro, depois da sua terrível falta, ao negar a Cristo, soube, então, o verdadeiro sentido das palavras de Cristo:

“Tenho orado por ti para que tua fé não desfaleça”, quando foi purificado e restaurado à comunhão com seu Senhor.

   Depois de ter anunciado o ato da traição e a saída do traidor, Jesus revela o espírito que há de caracterizar as relações de Seus discípulos entre si, durante a Sua ausência, isto é, o amor (v. 34). Êste fato de que se amem mutuamente, há de ser o distintivo do discípulo cristão (v. 35).

   Depois de ouvir falar acêrca da morte e partida do Senhor, os discípulos ficam tristes. Agora Ele diz as palavras consoladoras mencionadas no capítulo 14. Como um remédio para o seu estado perturbado, sugere três coisas: que tenham fé n’Ele (v. 1), que Êle irá preparar-lhes um lugar (v. 2); e que voltará outra vez (v. 3). Em resposta à pergunta de Tomé a respeito do caminho para o céu (v. 5), responde que Êle mesmo é o caminho. Êle é o caminho porque é a imagem e o Revelador do Pai (vers. 7, 9). A Sua união completa com o Pai é mostrada pelo fato de que até as palavras que falava e as obras que fazia eram por meio do poder di­ reto do Pai. E a sua união com Êle devia ser de tal maneira que os discípulos fariam as mesmas obras (v. 12).

   Isto realizar-se-ia por meio de oração (v. 13). A obediência a Seus mandamentos e o amor para com Êle se­ riam a causa pela qual Êle lhes mandaria um Consolador, que agora habitava com êles, mas mais tarde estaria nêles, (vers. 16, 17), e causaria também que o Pai e o Filho se manifestassem a êles (vers. 21-25). No versículo 26 explica o ministério do Espírito com relação aos discípulos. Êle faz o Seu último legado aos Seus discípulos — a Sua paz (vers. 27, 28).

   No seguinte capítulo Jesus explica a relação entre os discípulos e Êle, durante a Sua ausência — uma união vital orgânica, simbolizada por uma videira e as suas varas. Mostra como esta videira verdadeira se conserva limpa e frutífera, tirando as varas que não dão fruto, e limpando as sãs (v. 2). Já foram purificadas por Seu ensino (v. 3), mas Êle exorta-os a permanecerem n’Êle para manter esta união vital (vers. 4-6). Êle mostra-lhes como podem ser atendidas as suas ora­ ções, por permanecerem n’Êle e as Suas palavras permanecerem nêles. Se tiverem frutos, haverá dois resultados : o Pai será glorificado e êles mostrar-se-ão verdadeiros discípulos (v. 8). Exorta-os a continuar em Seu amor (v. 9), sendo isto realizado pela observação dos Seus mandamentos (v. 10). A união entre êles mesmos há-de ser mantida pelo espírito de amor (vers. 12, 13). Guardando os Seus mandamentos entram nu­ ma relação mais íntima com Êle; o Mestre escolheu-os como os Seus discípulos (v. 16). Escolheu-os para um propósito específico — o de dar fruto e desfrutar diurna comunhão peculiar na oração com o Pai (v. 16).

    Os versículos restantes do capítulo 15 revelam a atitude do mundo para com os discípulos.

   Para que não se entreguem ao desânimo e desespêro quando surgirem perseguições, Êle lhes diz o que hão de esperar do mundo (caps. 16:1-4). Êles entristecem-se porque Êle os deixará, mas é necessário que Êle os deixe, para que o Consolador possa vir (v. 7). Porque, enquanto está em carne, pode estar presente num lugar só a um tempo, mas sentado à dextra do Pai, e enviando o Seu Espírito, pode estar presente com cada um dos Seus seguidores “até o fim do tempo”.

   Em seguida, explica o tríplice ministério do Espírito Santo com relação ao mundo : Êle convencerá o mundo do fato de que a incredulidade n’Êle é um pecado . Revelará o fato de que file, o Crucificado, é o justo; muito embora os máus prosperem e os justos sofram, — convencerá o mundo de que há um juízo que virá para endireitar as coisas (vers. 8-12). Em seguida explica o ministério do Consolador com relação aos discípulos (vers. 12-15). Jesus lhes diz que a Sua partida pela morte os tornará tristes, mas que êles O verão novamente e o seu chôro tornar-se-á em alegria (vers. 16-22), Vê-lO-ão outra vez, primeiramente, depois da Sua ressurreição; segundo, com os olhos da fé; e finalmente lace a face. Após a Sua ascenção, não será necessário que Êle rogue por êles (v. 26), porque terão acesso direto ao Pai (vers. 23, 27).

  O capítulo 17 registra a grande oração intercessòria de Jesus. Damos um simples esbôço desta oração :

I. Oração por Si Mesmo (vers. 1-5).

1. Pela Sua própria glorificação.

II. Oração pelos Seus discípulos (vers. 6-19).

1. Pela sua preservação (v. 11).

2. Pela sua santificação (v. 17).

III. Oração por todos os fiéis (vers. 20-26).

1. Pela união (vers. 21, 22).

2. Pela sua presença com file (v. 24).

V. A HUMILHAÇÃO E GLORIFICAÇÃO DE CRISTO

(Caps. 18-21)

1. A traição e a prisão. 18:1-18.

2. O julgamento ante Caifás e Pilatos. 18:19 a 19:16.

3. A crucificação. 19:17-42.

4. A ressurreição. 29:1-10.

5. A manifestação de Jesus a Seus discípulos 20:10 a 21:25.

  Jesus primeiramente é levado ante Anás, o sogro de Caifás, para um julgamento preliminar (18:19-23).

Êle é interrogado acêrca da Sua doutrina, porque creem que tenha espalhado teorias secretas e perigosas. Jesus defende-Se asseverando que ensinava tudo aberta e publicamente (vers. 20, 21). Enviam-nO em seguida, ao sumo sacerdote para o juízo formal, que é descrito pelos outros escritores.

  Após a sua condenação por blasfêmia (Mat. 26:65), Jesus é conduzido a Pilatos para a execução da sentença. Os judeus esperam evidentemente que Pilatos ratifique a sua sentença sem fazer perguntas, mas ele não está disposto a cumprir o desêjo dos sacerdotes os quais desprezava de todo o coração. Êle lhes diz que O julguem segundo a sua lei; não lhe interessa julgar casos religiosos (v. 31). Mas sendo que o poder de infligir a pena capital foi tirado aos judeus, havia alguns anos, não podiam executar a sentença de morte (v. 31).

 

Jesus fora acusado de declarar-Se a Si mesmo rei. Lucas 23:2. Isto era uma ofensa grave aos olhos dos romanos, razão porque Pilatos pergunta a Jesus a respeito do Seu reino (ver3. 33-35). Nosso Senhor diz claramente que o Seu reino é um reino espiritual e não temporal (v. 36) e que os membros de Seu reino são aquêles cujos corações estão abertos à verdade (v. 37).

Pilatos fêz várias tentativas para soltar Jesus, mas a intenção dos judeus em crucificá-lO é mais forte do que a intenção de Pilatos em soltá-lO, e em vista da ameaça dos judeus em acusá-lO ante o imperador, êle cede (19:12, 13).

João, na sua descrição da crucificação, menciona alguns detalhes adicionais que não se encontram nos oütros Evangelhos: a inscrição de Pilatos da acusação (vers. 19-22); a partilha dos vestidos de Jesus (vers. 23, 24), a recomendação de Sua mãe a João (vers. 26, 27), as duas palavras na cruz (vers. 28, 30) e a abertura do lado de Jesus. Às vêzes os ossos dos criminosos crucificados eram quebrados, para apressar a morte. Nc caso de Jesus não foi necessário, porque já estava mor-

to, o que significa mais um cumprimento de profecia

(vers. 36, 37). O fato de Jesus estar morto tão cedo, parece indicar que foram sofrimentos espirituais e não físicos, que causaram a Sua morte, porque as pessoas crucificadas geralmente sofriam cêrca de três dias (veja Marcos 15:44). Os médicos declaram que a água e ,o sangue saindo do lado de Jesus indicam uma ruptura do coração.

  Notem como João, na sua descrição do sepulcro vasio, cuidadosamente menciona detalhes suficientes para refutar a informação falsa de que os discípulos tivessem roubado o corpo de Jesus. Mat. 28:11-15. Tomaremos nota aqui das manifestações de Jesus depois da Sua ressurreição.

1. A Maria Madalena. 20:11-18.

2. Aos apóstolos, estando ausente Tomé (20:19-23).

  Para poder convencer os discípulos temerosos e que duvidavam da realidade da Sua ressurreição, Jesus mostra-lhes as Suas cicatrizes. Em seguida confere-lhes a Sua missão (v. 21), o seu equipamento (profético e simbólico) (v. 22), e a sua autoridade (v. 23). Notem que o último versículo mencionado se refere à disciplina da Igreja (Comp. Mat. 18:15-18).

3. Aos apóstolos, estando Tomé presente (vers. 24-29). Embora de caráter leal, Tomé é cético (11-16).

Não acreditará antes de ter visto. A sua incredulidade evidentemente tinha retardado a viagem dos discípulos a Galiléia. Mat. 28:7. Embora cético, o coração de Tomé é sincero; deseja saber a verdade. Jesus satisfaz e este desêjo, e Tomé torna-se um discípulo fiel tão profundamente crente como antes era incrédulo.

4. Aos Sete no Mar de Galiléia (cap. 21). Após a pesca milagrosa e a refeição, Jesus confere a Pedro a sua missão como pastor das Suas ovelhas. A pergunta repetida três vêzes pode referir-se as três negações de Pedro. Os versículos 20-24 do mesmo capítulo foram escritos por João para corrigir uma impressão falsa que se tinha propagado entre os discípulos pelas palavras de Jesus a Pedro (v. 22). Pensavam que Jesus queria dizer que João não morreria (v. 23). João mostra que estas palavras não significam que não morreria mas sim que, se Jesus desejasse que João ficasse até que Êle viesse, Pedro não tinha nada com isso.

             ATRAVÉS DA BÍBLIA LIVRO POR LIVRO Myer Pearlman

 


                            1 João 2

 II. Conduta na comunhão.

 2:1-29. O escritor trata agora da conduta do crente que anda na luz. Não há interrupção de pensamento entre os capítulos. 1 João

A. O Caráter de Nossa Conduta:

 Imitação. 2:1-11.

 1) O princípio da Imitação - "Para que não pequeis". 2:1,2. A certeza do perdão dos pecados (1:9) e as declarações de sua universalidade (1:8, 10) pode levar alguns a considerar o pecado levianamente. Portanto, João mostra o padrão da conduta e a natureza do remédio para o pecado, a fim de que seus leitores não cometessem pecado.

 1. Filhinhos meus. Um termo de carinho, não de indicação de idade. Para que não pequeis. O aoristo não pode significar "que não continuem em pecado", mas antes "que absolutamente não pequem". Embora isto não possa ser verdade absoluta até que O vejamos (3:2), deve sempre ser o nosso alvo. Se, todavia, alguém pecar. O aoristo indica novamente que é um ato particular de pecado. Temos. João também se inclui. Advogado. Literalmente, alguém convocado para ficar ao lado, especialmente para ajudar – um patrono. A palavra foi usada no N.T. apenas por, João (Jo. 14:16, 26; 15:26; 16:7; e aqui).

 O advogado defende a causa do crente contra Satanás, seu acusador (Ap. 12:10). Ele é Jesus Cristo, o justo. Justo indica a característica particular de nosso Senhor que lhe concede eficácia em Sua advocacia (cons. Hb. 7:26). Sendo justo Ele pode interceder junto ao Pai que é justo.

 2. Ele. Ele mesmo, pronome pessoal enfático. Propiciação. Esta é a base de sua advocacia, e embora esta última seja apenas para os crentes, a propiciação é para todos os homens. Propiciação significa satisfação (usada aqui e em 4:10 somente). Cristo mesmo é a satisfação (observe o tempo presente). "Diz-se que Cristo é a 'propiciação' e não simplesmente o 'propiciador'(como é chamado "Salvador" 4:14), a fim de enfatizar o pensamento de que Ele mesmo é a oferta propiciatória além do sacerdote (comp. Rm. 3:25). Um propiciador devia usar meios de propiciação, além de si mesmo" (B. F. Westcott, The Epistles of St. John, pág. 44). Pelos nossos pecados. Pelos (peri). Referente, não "em benefício de" Mas ainda pelos do mundo inteiro. Não há limitação na satisfação que Cristo é em relação ao pecado. Mundo. Kosmos neste caso, como em Jo. 3:16, significa a raça humana.

 2) O Padrão para Imitação - "Como Ele andou". 2:3-6. a) A Palavra de Cristo. 2:3-5. Imitação envolve a guarda dos Seus mandamentos.

 3. Por isto, isto é, se guardamos os seus mandamentos. Sabemos. Percebemos. Que o conhecemos. Opondo-se ao gnosticismo, que se preocupava com os predicados intelectuais, o Cristianismo exige conduta moral.

 4. É mentiroso. Todo o seu caráter é falso. A verdade como um princípio não se encontra nesse homem e por isso não pode regular o todo de sua vida.

 5. Este versículo é oposto a 2: 4 como 2:4 é oposto a 2:3. Palavra. Mais amplo do que mandamentos, incluindo toda a revelação da vontade de Deus. Amor de Deus. Provavelmente o amor do homem para com Deus (genitivo objetivo), como em 2:15; 4:12; 5:3. O oposto (o amor de Deus para com o homem, genitivo subjetivo) vê-se em 4:9.

 b) O Andar de Cristo. 2:6.

 6. Aquele que diz. Declarar-se ao lado de Cristo resulta na implicação moral de imitá-Lo. Está, E.R.C. (permanece, E.R.A.). Uma das palavras favoritas de João, definida em 3:24 como a comunhão habitual mantida quando se guarda os mandamentos. Deve. Tem a obrigação representada por um débito (cons. Lc. 17:10). Como. Kathos, não simplesmente, hos, indicando que a limitação deve ser exata em todas as coisas. O padrão de Cristo conforme apresentado no N.T. é humilhação e auto-sacrifício. Este deveria ser o ponto central da imitação do cristão (cons. Mt. 11:29; Jo. 13:15; Rm. 15:2; Fp. 2:5 e segs.; Hb. 12:2; I Pe. 2:21).

  3) A Prova da Imitação – Amor. 2: 7-11. A vida de Cristo foi amor auto-sacrificante; portanto, a prova de que O imitarmos está na demonstração do amor. O amor é aquilo que busca o bem supremo daquele que é amado; e uma vez que o bem supremo é a vontade de Deus, o amor faz a vontade de Deus.

 7. Irmãos (E.R.C.). Melhor, amados (E.R.A.). Primeira ocorrência da palavra nesta epístola. Mandamento. Andar como Ele andou (v. 6) e amar os irmãos (vs. 9-11). São coisas essencialmente iguais. Desde o princípio. Esta frase pode significar o início da raça ou o começo da Lei (Lv. 19:18) ou melhor, o início da vida cristã.

  8. Aquilo que é verdadeiro. A tradução melhor parece ser esta, Um novo mandamento eu lhes escrevo, isto é, aquele que é verdadeiro. Antigo. Antes, que se extingue (tempo presente). Porque as trevas estão se extinguindo e a verdadeira luz está brilhando, João aconselha seus leitores a andarem como filhos da luz. A verdadeira luz. A revelação de Deus em Cristo.

 9. Aquele que diz. Esta é a quinta vez que João destaca a possibilidade de inconsistência entre profissão e conduta (1:6, 8, 10; 2:4; cons. 4:20). Irmão. Companheiro cristão, não próximo (embora algumas vezes no N.T. "irmão" significa próximo, como em Mt. 5:22; Lc. 6:41). Está nas trevas. Esta falsa profissão envolve a existência do estado exatamente oposto ao que está sendo declarado.

  10. Aquele que ama. Isto não é simples profissão, como no versículo 9, mas a verdade real. Nele não há nenhum tropeço. Nele não há nada que possa levar os outros a tropeçarem. Isto segue o significado geral de skandalon no N.T., ocasião de tropeço, pois se usa em relação à ofensa causada a outros. "Falta dê amor é a fonte mais prolífica de ofensas" (Westcott, pág. 56).

  11. Está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe. As trevas são o lar e a esfera da atividade daquele que odeia seu irmão e o agente de sua cegueira.

            (Comentário Bíblico Moody)


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