segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Lição 2: A atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção

 


Texto Áureo

“Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.”

(At 9.31)

Verdade Prática

A atuação do Espírito é continua e dinâmica na igreja, na vida dos crentes e os conduz desde a conversão até ao final da jornada cristã.

OBJETIVO GERAL

Ensinar que o Espírito Santo atua no plano de redenção.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com seus respectivos subtópicos.

I – Desenvolver o ensino sobre o Espírito Santo como promessa nas Escrituras;

II – Destacar o Espírito Santo como “Consolador” e “Ensinador”,

III – Asseverar que o Espírito Santo tanto reprova como convence o mundo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

JOÃO 16:7-13

7 – Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.

8 – E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.

9 – Do pecado, porque não creem em mim;

10 – Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;

11 – E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.

12 – Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.

13 – Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na aula desta semana, estaremos diante de um assunto glorioso: a atuação do Espírito Santo no plano divino de redenção. A cada época da história, a Igreja é tentada a deixar a dependência do Espírito Santo para experimentar métodos secularizados que não glorificam a Deus. Esse fenômeno ocorreu no período antigo, no médio, no moderno e ocorre no contemporâneo.

Um dos objetivos da Escola Dominical, dentre muitos outros, é conscientizar os alunos de que não se pode substituir a mais antiga e atual forma de convencer o homem sem Deus de seu real estado: a dependência na ação do Espírito Santo para agir no coração do pecador. Além de Ele atuar para convencê-lo, o Espírito capacita o emissor da mensagem, dando-lhe poder e manifestando sinais sobrenaturais para confirmá-la. É maravilhoso viver na dependência do Santo Espírito!

INTRODUÇÃO

Aprendemos a lição passada quem é o Espírito Santo e agora vamos estudar sobre a ação dele no processo da salvação da humanidade e na edificação dos crentes. Jesus disse que não nos deixaria órfãos quando se referiu ao Consolador que está nos crentes. Vivemos essa referência do Espírito no dia a dia.

PONTO CENTRAL:

O Espírito Santo atua de maneira continua e dinâmica para salvação

Lição 2: A atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção

CPAD - O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO





A

 

 salvação é obra da Trindade, e a Declaração de fé das Assembleias de Deus no Brasil apresenta uma amostragem da vastidão da obra soteriológica do Espírito Santo. Ele possui o papel de regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher. Ele é quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Ele é quem concede a segurança da redenção e capacita o salvo para o serviço cristão que guia, dirige e conduz o povo de Deus; quem inspirou os profetas e os apóstolos bíblicos; quem reparte os dons espirituais e produz nas pessoas as virtudes que refletem o caráter de Deus, denominado fruto do Espírito.1

  O Espírito Santo dá prosseguimento ao plano de salvação idealizado pelo Deus Pai e executado pelo Deus Filho. As três Pessoas estão presentes, agindo cada uma na sua esfera de atuação, em perfeita harmonia e perfeita unidade.

 O ESPÍRITO SANTO COMO PROMESSA

A pergunta dos discípulos: “Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel?” (At 1.6) é muitas vezes interpretada como se eles ainda não tivessem a real compreensão do reino de Deus antes do dia de Pentecostes, quando foram cheios do Espírito Santo. Às vezes interpretamos assim, e não está errado, mas devemos admitir que a pergunta deles fazia sentido, há uma intepretação possível, que merece atenção, visto que geração judaica contemporânea de Jesus associava a vinda do Espírito Santo ao fim dos tempos (Is 44.3; Ez 37.14; 39.29, Jl 2.28-32). Ao ouvir Jesus falar sobre a vinda do Espírito, a pergunta dos discípulos era óbvia e mais do que natural. A expectativa messiânica do povo estava associada ao Espírito.

    A primeira metade do evangelho de João menciona o Espírito Santo apenas quatro vezes ao passo que na segunda metade, à medida que a morte de Jesus vai se aproximando, o Espírito vai se tornando cada vez mais o ponto mais central. Os capítulos 14 a 16 revelam o papel, a função e a natureza do Espírito Santo com mais detalhes. A maior parte dessa pneumatologia diz respeito ao relacionamento do Consolador com o crente; no entanto, 16.8-11 trata do seu relacionamento com o mundo, ou seja, com as pessoas em geral.

    Jesus disse que precisava voltar ao Pai para a vinda do Consolador: “é melhor para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vocês” (Jo 16.7). A vinda do Espírito Santo está vinculada à obra expiatória do Calvário (At 2.33). Jesus deixa claro que precisava voltar ao Pai para o que o Consolador pudesse vir. Essas palavras dizem respeito à morte, à ressurreição e ao retorno de Cristo ao Pai. Era essa a condição para a vinda do Consolador. Quando Jesus disse, antes, na Festa dos Tabernáculos: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38), o evangelista João esclarece que Jesus estava falando do Espírito Santo: “Isso ele disse a respeito do Espírito que os que nele cressem haviam de receber; pois o Espírito até aquele momento não tinha sido dado, porque Jesus ainda não havia sido glorificado”(v. 39). João está dizendo que está chegando o momento, e o Espírito virá como resultado, ou consequência completa do Calvário, por isso o Espírito ainda não havia sido dado (At 2.33). O que Jesus tinha ainda para ensinar aos seus discípulos, eles não poderiam suportar sem o Espírito (Jo 16.12).

    O Espírito Santo habita em todos os crentes, somos moradas dele (1 Co 3.17; 6.19). Quem não tem o Espírito não é cristão (Rm 8.9). Mas isso não funcionava assim nos tempos do Antigo Testamento, a atuação dele era restrita às pessoas vocacionadas e escolhidas por Deus para uma obra específica como Gideão, Sansão, Davi (Jz 6.34; 14.6; 1 Sm 16.13). Mas, na dispensação da graça, o Espírito Santo está em todos os crentes, e isso foi prometido por Deus por meio dos profetas do Antigo Testamento (Is 44.3; Jl 2.28-30).

   A promessa da vinda do Espírito Santo vem desde o Antigo Testamento e dela falou João Batista e foi com certa frequência reiterada pelo Senhor Jesus. O discurso sobre a vinda do Consolador em João 16.8-11 fala do relacionamento do Espírito Santo com o mundo, ou seja, as pessoas em geral. Há diversas profecias messiânicas diretas no Antigo Testamento como Isaías 55 e o salmo 22, entre outras; no entanto, a ideia cristológica não se restringe a esses vaticínios e ocupa todo o pensamento das Escrituras Hebraicas. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de Cristo na história da redenção (Os 11.1; Mt 2.15), nas suas instituições e festas de Israel (Êx 25.8; Jo 1.14; Hb 5.4-5; Êx 12.3-13; Lc 22.15; 1Co 5.7). As profecias messiânicas incluem também a promessa do Espírito Santo.

   A tríplice função, criar, salvar e julgar, é atividade exclusiva de Deus, e os primitivos escritores cristãos não se cansavam de enfatizar essas obras em Cristo. Essas atividades divinas são reveladas também na Pessoa do Espírito na criação do céu e da terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do ser humano (Jó 33.4). O Espírito exerce a função de juiz (Jo 16.8-11) e inspira os profetas (2 Pe 1.19-21). As obras do Espírito continuam na atualidade na igreja, na experiência conhecida dos pentecostais pela manifestação dos dons espirituais miraculosos (1 Co 12.4-11) bem como na vida individual com o fruto do Espírito (Gl 5.22). É por meio dele que glorificamos a Jesus. A missão central do Espírito é revelar o Cristo ao pecador, seu ministério traz glória ao Filho. Jesus disse a seu respeito: “Ele me glorificará, porque há de receber o que é meu” (Jo 16.14).

O ESPÍRITO SANTO CONSOLA E ENSINA

O Senhor Jesus prometeu enviar o Consolador, claramente identificado como o Espírito Santo. O Consolador, do grego parákl ̄etos, “defensor, advogado, intercessor, auxiliador, ajudador, paracleto”, só aparece cinco vezes no Novo Testamento, quatro vezes se refere ao Espírito Santo, traduzido como “Consolador” na maioria das versões da Bíblia em português (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7) e uma vez como “Advogado”, se referindo ao Senhor Jesus: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1).

   Segundo o Dicionário Vine, o termo parákl ̄etos “era usado num tribunal para denotar o assistente legal, conselheiro para a defesa, defensor, advogado”.2 Mas a ideia de “advogado” parece não combinar bem com o papel do Espírito Santo como alguém enviado no lugar do próprio Jesus. A palavra “consolador” é mais apropriada para as passagens alusivas ao Espírito Santo. Como disse Stanley M. Horton, o Espírito Santo não é advogado ou consultor jurídico de defesa e nem promotor: “Ele é Aquele que lhes ensina o que dizer, de modo que glorifiquem a Cristo e testifiquem dele”.3

   “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre” (Jo 14.16). O Espírito Santo, portanto, é alguém como Jesus, da mesma substância, glória e poder. Em outras palavras, Jesus dizia aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da igreja, pelo seu Espírito Santo, seu Paracleto, um como ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo.

   A palavra grega para o “outro” nesse versículo é, no original grego, allos, que significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade. Isso se confirma nos principais dicionários e léxicos de grego. Segundo o Dicionário Vine: “O termo allos expressa uma diferença numérica e denota ‘outro do mesmo tipo’; o termo heteros expressa uma diferença qualitativa e denota ‘outro de tipo diferente’. Cristo prometeu enviar “outro Consolador” – allos, ‘outro como Ele’, não heteros.”4 Segundo A. T. Robertson: “Outro da mesma classe (allon, não heteron)”.5 Se o Espírito não fosse da mesma substância do Filho, a palavra correta para “outro” seria heteros, que, de acordo com o Léxico Grego-Inglês de Liddell & Scott, significa: “o outro, um de dois...; um outro...; outro do usual, diferente”.6

   “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu lhes disse” (Jo 14.26). Essa é a segunda ocorrência de parákl ̄etos no Novo Testamento. Desde o Antigo Testamento que o Espírito atua como Mestre (Sl 143.10). Ele ensinou os filhos de Israel durante a peregrinação no deserto: “E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar. Não lhes negaste o teu maná, para poderem comer, e lhes deste água quando tiveram sede” (Ne 9.20). Agora, uma das principais tarefas do Espírito, depois da glorificação de Jesus, é lembrar os discípulos do ensino de Jesus e ajudá-los a entender o significado de tudo o que Ele fez, disse e ensinou; ensiná-los e fazer lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para testificar dele.

   “Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26). A terceira ocorrência do termo se refere à processão do Espírito. Os debates em torno da identidade do Espírito começaram depois do Concílio de Niceia, que aconteceu em junho de 325, hoje a cidade se chama Isnik, na Turquia. A terceira cláusula do Credo Niceno resume nisso: cremos “também no Espírito Santo”. Essa indefinição sobre a identidade do Espírito Santo deu ocasião para diversos debates. Surgiram os tropicianos7 e os pneumatomacianos.8 Atanásio, bispo de Alexandria, principal defensor da fé nicena combateu os tropicianos, e os pais capadócios combateram os pneumatomaciamos.

   Segue a explicação histórico-teológica.9 Gregório de Nazianzo dizia que o Pai se distingue por não ter sido gerado, agenn  ̄esía, “ingênito, não-gerado”; o Filho, por ter sido gerado; e o Espírito Santo, por ser enviado, procedente (Discurso teológico 5 [31.8]).10 Ele acrescenta no parágrafo seguinte:

   Estes termos não indicam carência nem uma subordinação na essência divina; as expressões “ser ingênito”, “ser gerado” e “proceder” designam-se o Pai, o Filho e aquele de quem se fala aqui, o Espírito Santo; deste modo se salvaguarda a distinção das três hipóstases na única natureza e dignidade da divindade. O Filho, com efeito, não é Pai, pois há um só Pai, mas é o mesmo que é o Pai; o Espírito Santo, que procede de Deus, não é Filho, pois só há um só Unigênito, mas é o mesmo que é o Filho. Os Três são um, quanto à divindade, e o Um são Três quanto às propriedades, para que o Um não seja Sabélio e nem a Trindade seja a perniciosa divisão atual (Discurso teológico 5 [31.9]).

   A definição pneumatológica aconteceu no Concílio de Constantinopla, hoje Istanbul, Turquia, em 381. Prevaleceu o pensamento de Atanásio, elaborado e aperfeiçoado pelos pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa. Os dois Gregórios participaram do Concílio. O período entre Niceia, 325, e Constantinopla foi o de maior debate sobre a identidade do Espírito Santo. Esse Concílio aprovou o Credo Constantinopolitano, também conhecido como Credo Niceno-Constantinopolitano, pois a base dele é o Credo de Niceno de 325 com a ampliação do artigo sobre o Espírito Santo.

  O Credo afirma que o Espírito Santo é "o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas".27 O Credo de Atanásio reitera essa afirmação. Convém salientar que o Credo Niceno-Constantinopolitano declara simplesmente que o Espírito Santo "procede do Pai", e a expressão "e do Filho" não é original, foi acrescentada ao Credo no Sínodo de Toledo em 589. Filioque é o termo latino que significa literalmente "e do filho", usado em teologia para indicar a dupla processão do Espírito Santo, ou seja, do Pai e do Filho.

   Atanásio, Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, defenderam o monopatrismo, isto é, que o Espírito procede do Pai, mas nunca se opuseram ao filioquisrno, ou seja, que o Espírito procede do Pai e do Filho.

  Uma vez dada essa breve explicação histórica-teológica retornemos às palavras de Jesus: "Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim" 00 15.26). Qual a melhor interpretação? O Espírito procede somente do Pai ou procede do Pai e do Filho? Eis a discussão teológica que vem atravessando séculos que culminou com o primeiro Cisma da Igreja, a ruptura do Oriente com o Ocidente em 1054.

  A questão sobre a divindade e a personalidade do Espírito Santo foi resolvida no Concílio de Constantinopla e nunca mais houve questionamento sério sobre o assunto. Mas esses teólogos capadócios deixaram ainda uma ponta solta, a questão do filioque, a dupla processão do Espírito Santo. Os pais ocidentais como Agostinho de Hipona e Hilário de Poitiers defenderam o filioque que é mantido ainda hoje pelos católicos romanos e pela maior parte dos protestantes, entre eles as Assembleias de Deus no Brasil.28 As igrejas orientais desde a antiguidade questionam tal doutrina e não reconhecem a autenticidade da referida expressão no Credo. Segundo as igrejas ortodoxas, o Espírito procede somente do Pai. Ainda hoje os seus teólogos responsabilizam Agostinho de Hipona (354430) pela difusão no Ocidente da dupla processão.

   Nós reconhecemos a dupla processão como verdade bíblica: "quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar" 00 15.26); "E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" 00 20.22). Na visão oriental, o filioquismo "parece sujeitar o Espírito Santo a uma posição mais dependente que o Filho, além de infringir contra a Sua deidade".29 Teólogos das igrejas ortodoxas costumam afirmar que o Espírito procede do Pai por meio do Filho. Mas, Sergius Bulgakov considera a discussão como falso problema e não um motivo para impedir a unificação Oriente e Ocidente.

     Algumas edições do Credo traduzem zo- opoion como "doador da vida", nós adotamos "vivificador". A expressão "Senhor e Vivificador" são atributos ou títulos exclusivos da deidade. Como o Filho é Senhor igual ao Pai (At 10.36; Fp 2.11), da mesma forma o é igualmente o Espírito Santo (2 Sm 23.2, 3; 2 Co 3.17, 18). O Credo expressa com precisão o pensamento bíblico sobre o Espírito Santo como Doador da vida ou Vivificador 00 6.63; 2 Co 3.6; Rm 8.2). Ele vivifica os mortos e ressuscitou a Jesus (Rm 8.11). Da mesma maneira que o Pai e o Filho têm vida em si mesmo 00 5.2 I , 26), o Espírito Santo tem também vida em si mesmo. Isso significa que ele não depende da criação, antes o contrário, a criação é que depende dele. "Adorado e glorificado juntamente com o Pai e o Filho". Essa declaração é a parte crucial do Credo Niceno-Constantinopolitano. Isso porque aparentemente não existe na Bíblia uma indicação direta de adoração ao Espírito Santo. Segundo o Credo de Atanásio: "tanto a unidade na trindade como a trindade na unidade deve ser adorada" (artigo 27 - Declaração de Fé).3' Isso significa que quem adora o Pai simultaneamente está adorando também o Filho e o Espírito Santo, e da mesma forma quem adora o Filho está adorando o Pai c o Espírito Santo, c dc igual modo, quem adora o Espírito Santo está também adorando o Pai e o Filho. O Deus revelado na Bíblia é trino e uno (Mt 28.19). Quando alguém no culto diz glória a Jesus!, o Pai e o Espírito Santo estão sendo glorificado também. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só e mesmo Deus (1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13).

  A construção paulina: "nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo" (Fp 3.3) permite também a tradução: "nós, que servimos ao Espírito de Deus". Os expositores do Novo Testamento estão de acordo com essa possibilidade de tradução. Segundo Agostinho de Hipona, as gerações de cristãos usavam essa passagem como base para a adoração ao Espírito Santo (A Trindade, Livro 1, 13).32 Ninguém traduz "servimos" ou "adoramos" ao Espírito de Deus" no lugar de "servimos a Deus no Espírito" por se tratar de uma passagem ambígua e única. Visto que a Bíblia inteira revela a divindade absoluta do Espírito Santo, se Ele é Deus nada impede que ele seja adorado e por isso não há necessidade dessa versão alternativa.

O ESPÍRITO SANTO REPROVA E CONVENCE O MUNDO

   O verbo que aparece como "convencer' em: "Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" 00 16.8) é elencho- , 33 que significa além de "convencer, "reprovar, refutar, admoestar, repreender'. Alguns, como Vine, acrescenta o verbo "condenar' a esta lista.34 Isso permite traduções diferentes, coisa que dificulta, às vezes, a compreensão da mensagem. É pouco comum falar sobre o Espírito Santo como juiz, mas essa função é real, apesar de ser pouco difundida na Bíblia. Há alguns lampejos no Antigo Testamento que lembram essa função. Mas, as palavras de Jesus não deixam dúvidas sobre o papel do Espírito como juiz: "Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque eles não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado" ()o 16.8-1 1). Essa é a passagem bíblica mais enfática sobre o assunto.

   O ministério de juiz do Espírito é o de convencer o mundo, ou seja, tanto reprová-lo como persuadi-lo para conduzir as pessoas a Cristo e quanto aos crentes, guiar e revelar a verdade, além de capacitá-los para testemunhar de Jesus. Nessa missão, o Espírito confronta o mundo e dá continuidade ao que Jesus já vinha fazendo 00 3.19, 20; 5.22, 27, 30; 8.46). O Espírito torna as pessoas conscientes do seu estado de miséria espiritual e as leva a reconhecerem o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador (Tt 3.5). Então, é Ele quem convence o mundo do pecado. O pecado nessa passagem é uma referência à incredulidade, como Jesus mesmo disse: "do pecado, porque eles não creem em mim" (Jo 16.9). Essa incredulidade é que traz condenação 00 3.18, 36) e impede ainda que as pessoas recebam vida ou que pelo

   O Espírito convence o mundo da justiça: "da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais" (v. 10). Jesus, a luz do mundo (Jo 8.12), mostrava quão densas são as trevas cm que as pessoas estavam mergulhadas (Jo 3.19-21; 7.7; 15.22, 24). A justiça nessa passagem se refere à justiça impecável de Cristo ()o 8.46), e, indo Ele para o Pai, o mundo não pode vê-lo. Assim, essa obra de convencer os pecadores continua com o Espírito, e isso porque Jesus não está mais na terra para realizar essa tarefa, mas sim seus discípulos. É isso que significa do mundo e da justiça. Jesus disse ainda que o Espírito Santo convencerá as pessoas "do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11). O "príncipe deste mundo" é uma referência a Satanás, derrotado pela a vitória de Cristo no Calvário (Jo 12.31-33; 14.30).

   O Espírito convence o mundo do juízo, ou seja, trata-se de julgamento. Que julgamento? Nossos pecados foram julgados em Cristo na cruz, e Satanás perdeu as multidões que vieram a Jesus pela ação do Espírito Santo. Mas, esse julgamento se refere ao mesmo tempo ao julgamento de Satanás que já começou e será concluído na consumação dos séculos (Mt 25.41; Ap 12.7-10; 20.10). O diabo ainda luta numa batalha que já foi perdida. Esse "juízo" é uma referência tanto ao julgamento de nossos pecados na cruz do Calvário e como ao julgamento de Satanás, que já foi vencido por Jesus na sua morte e ressurreição.

   As Escrituras revelam no ministério do Espírito Santo a ação de alguém que reprova o erro, pois ele é santo, essa santidade é própria dele, ela não vem de ninguém externo a ele, pois é ele que santifica (Rm 15.16) além de convencer o mundo "do pecado, e da justiça, e do juízo".

O Verdadeiro Pentecostalismo: 

A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a ...

Por Esequias Soares



         

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