Texto Áureo
“Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia, e Samaria tinham
paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na
consolação do Espírito Santo.”
(At 9.31)
Verdade Prática
A
atuação do Espírito é continua e dinâmica na igreja, na vida dos crentes e os
conduz desde a conversão até ao final da jornada cristã.
OBJETIVO GERAL
Ensinar que o Espírito Santo atua no
plano de redenção.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo l refere-se ao tópico l com seus respectivos subtópicos.
I – Desenvolver o ensino sobre o
Espírito Santo como promessa nas Escrituras;
II – Destacar o Espírito Santo como
“Consolador” e “Ensinador”,
III – Asseverar que o Espírito Santo
tanto reprova como convence o mundo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
JOÃO 16:7-13
7 – Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu
não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
8 – E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do
juízo.
9 – Do pecado, porque não creem em mim;
10 – Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;
11 – E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
12 – Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar
agora.
13 – Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda
a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e
vos anunciará o que há de vir.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na aula desta semana, estaremos
diante de um assunto glorioso: a atuação do Espírito Santo no plano divino de
redenção. A cada época da história, a Igreja é tentada a deixar a dependência
do Espírito Santo para experimentar métodos secularizados que não glorificam a
Deus. Esse fenômeno ocorreu no período antigo, no médio, no moderno e ocorre no
contemporâneo.
Um dos objetivos da Escola Dominical,
dentre muitos outros, é conscientizar os alunos de que não se pode substituir a
mais antiga e atual forma de convencer o homem sem Deus de seu real estado: a
dependência na ação do Espírito Santo para agir no coração do pecador. Além de
Ele atuar para convencê-lo, o Espírito capacita o emissor da mensagem,
dando-lhe poder e manifestando sinais sobrenaturais para confirmá-la. É
maravilhoso viver na dependência do Santo Espírito!
INTRODUÇÃO
Aprendemos a lição passada quem é o
Espírito Santo e agora vamos estudar sobre a ação dele no processo da salvação
da humanidade e na edificação dos crentes. Jesus disse que não nos deixaria
órfãos quando se referiu ao Consolador que está nos crentes. Vivemos essa
referência do Espírito no dia a dia.
PONTO CENTRAL:
O
Espírito Santo atua de maneira continua e dinâmica para salvação
Lição
2: A atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção
CPAD
- O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO
A |
salvação é
obra da Trindade, e a Declaração de fé das Assembleias de Deus no Brasil apresenta
uma amostragem da vastidão da obra soteriológica do Espírito Santo. Ele possui
o papel de regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher. Ele é quem
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Ele é quem concede a
segurança da redenção e capacita o salvo para o serviço cristão que guia,
dirige e conduz o povo de Deus; quem inspirou os profetas e os apóstolos bíblicos;
quem reparte os dons espirituais e produz nas pessoas as virtudes que refletem
o caráter de Deus, denominado fruto do Espírito.1
O Espírito
Santo dá prosseguimento ao plano de salvação idealizado pelo Deus Pai e
executado pelo Deus Filho. As três Pessoas estão presentes, agindo cada uma na
sua esfera de atuação, em perfeita harmonia e perfeita unidade.
O ESPÍRITO SANTO COMO PROMESSA
A pergunta dos discípulos: “Será este o tempo em
que o Senhor irá restaurar o reino a Israel?” (At 1.6) é muitas vezes
interpretada como se eles ainda não tivessem a real compreensão do reino de
Deus antes do dia de Pentecostes, quando foram cheios do Espírito Santo. Às
vezes interpretamos assim, e não está errado, mas devemos admitir que a pergunta
deles fazia sentido, há uma intepretação possível, que merece atenção, visto
que geração judaica contemporânea de Jesus associava a vinda do Espírito Santo
ao fim dos tempos (Is 44.3; Ez 37.14; 39.29, Jl 2.28-32). Ao ouvir Jesus falar
sobre a vinda do Espírito, a pergunta dos discípulos era óbvia e mais do que
natural. A expectativa messiânica do povo estava associada ao Espírito.
A
primeira metade do evangelho de João menciona o Espírito Santo apenas quatro
vezes ao passo que na segunda metade, à medida que a morte de Jesus vai se
aproximando, o Espírito vai se tornando cada vez mais o ponto mais central. Os
capítulos 14 a 16 revelam o papel, a função e a natureza do Espírito Santo com
mais detalhes. A maior parte dessa pneumatologia diz respeito ao relacionamento
do Consolador com o crente; no entanto, 16.8-11 trata do seu relacionamento com
o mundo, ou seja, com as pessoas em geral.
Jesus disse
que precisava voltar ao Pai para a vinda do Consolador: “é melhor para vocês
que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vocês” (Jo 16.7).
A vinda do Espírito Santo está vinculada à obra expiatória do Calvário (At
2.33). Jesus deixa claro que precisava voltar ao Pai para o que o Consolador pudesse
vir. Essas palavras dizem respeito à morte, à ressurreição e ao retorno de
Cristo ao Pai. Era essa a condição para a vinda do Consolador. Quando Jesus
disse, antes, na Festa dos Tabernáculos: “Quem crer em mim, como diz a
Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38), o evangelista
João esclarece que Jesus estava falando do Espírito Santo: “Isso ele disse a
respeito do Espírito que os que nele cressem haviam de receber; pois o Espírito
até aquele momento não tinha sido dado, porque Jesus ainda não havia sido glorificado”(v.
39). João está dizendo que está chegando o momento, e o Espírito virá como
resultado, ou consequência completa do Calvário, por isso o Espírito ainda não havia
sido dado (At 2.33). O que Jesus tinha ainda para ensinar aos seus discípulos,
eles não poderiam suportar sem o Espírito (Jo 16.12).
O
Espírito Santo habita em todos os crentes, somos moradas dele (1 Co 3.17;
6.19). Quem não tem o Espírito não é cristão (Rm 8.9). Mas isso não funcionava
assim nos tempos do Antigo Testamento, a atuação dele era restrita às pessoas
vocacionadas e escolhidas por Deus para uma obra específica como Gideão,
Sansão, Davi (Jz 6.34; 14.6; 1 Sm 16.13). Mas, na dispensação da graça, o
Espírito Santo está em todos os crentes, e isso foi prometido por Deus por meio
dos profetas do Antigo Testamento (Is 44.3; Jl 2.28-30).
A
promessa da vinda do Espírito Santo vem desde o Antigo Testamento e dela falou
João Batista e foi com certa frequência reiterada pelo Senhor Jesus. O discurso
sobre a vinda do Consolador em João 16.8-11 fala do relacionamento do Espírito
Santo com o mundo, ou seja, as pessoas em geral. Há diversas profecias
messiânicas diretas no Antigo Testamento como Isaías 55 e o salmo 22, entre
outras; no entanto, a ideia cristológica não se restringe a esses vaticínios e
ocupa todo o pensamento das Escrituras Hebraicas. Os escritores do Novo
Testamento reconhecem a presença e a obra de Cristo na história da redenção (Os
11.1; Mt 2.15), nas suas instituições e festas de Israel (Êx 25.8; Jo 1.14; Hb
5.4-5; Êx 12.3-13; Lc 22.15; 1Co 5.7). As profecias messiânicas incluem também
a promessa do Espírito Santo.
A
tríplice função, criar, salvar e julgar, é atividade exclusiva de Deus, e os
primitivos escritores cristãos não se cansavam de enfatizar essas obras em
Cristo. Essas atividades divinas são reveladas também na Pessoa do Espírito na
criação do céu e da terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do ser humano (Jó 33.4). O
Espírito exerce a função de juiz (Jo 16.8-11) e inspira os profetas (2 Pe
1.19-21). As obras do Espírito continuam na atualidade na igreja, na
experiência conhecida dos pentecostais pela manifestação dos dons espirituais
miraculosos (1 Co 12.4-11) bem como na vida individual com o fruto do Espírito
(Gl 5.22). É por meio dele que glorificamos a Jesus. A missão central do
Espírito é revelar o Cristo ao pecador, seu ministério traz glória ao Filho.
Jesus disse a seu respeito: “Ele me glorificará, porque há de receber o que é
meu” (Jo 16.14).
O
ESPÍRITO SANTO CONSOLA E ENSINA
O Senhor Jesus prometeu enviar o Consolador,
claramente identificado como o Espírito Santo. O Consolador, do grego parákl ̄etos, “defensor,
advogado, intercessor, auxiliador, ajudador, paracleto”, só aparece cinco vezes
no Novo Testamento, quatro vezes se refere ao Espírito Santo, traduzido como
“Consolador” na maioria das versões da Bíblia em português (Jo 14.16, 26;
15.26; 16.7) e uma vez como “Advogado”, se referindo ao Senhor Jesus: “Meus
filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém
pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1).
Segundo o
Dicionário Vine, o termo parákl ̄etos “era usado num tribunal
para denotar o assistente legal, conselheiro para a defesa, defensor, advogado”.2
Mas a ideia de “advogado” parece não combinar bem com o papel do Espírito Santo
como alguém enviado no lugar do próprio Jesus. A palavra “consolador” é mais
apropriada para as passagens alusivas ao Espírito Santo. Como disse Stanley M.
Horton, o Espírito Santo não é advogado ou consultor jurídico de defesa e nem
promotor: “Ele é Aquele que lhes ensina o que dizer, de modo que glorifiquem a Cristo
e testifiquem dele”.3
“E eu
pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês
para sempre” (Jo 14.16). O Espírito Santo, portanto, é alguém como Jesus, da
mesma substância, glória e poder. Em outras palavras, Jesus dizia aos seus
discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da
igreja, pelo seu Espírito Santo, seu Paracleto, um como ele, que teria o mesmo
poder para preservar o seu povo.
A palavra
grega para o “outro” nesse versículo é, no original grego, allos, que significa
“outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade. Isso se
confirma nos principais dicionários e léxicos de grego. Segundo o Dicionário
Vine: “O termo allos expressa uma diferença numérica e denota ‘outro do mesmo
tipo’; o termo heteros expressa uma diferença qualitativa e denota ‘outro de
tipo diferente’. Cristo prometeu enviar “outro Consolador” – allos, ‘outro como
Ele’, não heteros.”4 Segundo A. T. Robertson: “Outro da mesma classe (allon, não
heteron)”.5 Se o Espírito não fosse da mesma substância do Filho, a palavra
correta para “outro” seria heteros, que, de acordo com o Léxico Grego-Inglês de
Liddell & Scott, significa: “o outro, um de dois...; um outro...; outro do
usual, diferente”.6
“Mas o
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a
vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu lhes disse”
(Jo 14.26). Essa é a segunda ocorrência de parákl ̄etos no Novo
Testamento. Desde o Antigo Testamento que o Espírito atua como Mestre (Sl
143.10). Ele ensinou os filhos de Israel durante a peregrinação no deserto: “E
lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar. Não lhes negaste o teu
maná, para poderem comer, e lhes deste água quando tiveram sede” (Ne 9.20).
Agora, uma das principais tarefas do Espírito, depois da glorificação de Jesus,
é lembrar os discípulos do ensino de Jesus e ajudá-los a entender o significado
de tudo o que Ele fez, disse e ensinou; ensiná-los e fazer lembrar de tudo o
que o Filho ensinou e para testificar dele.
“Quando,
porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito
da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26). A
terceira ocorrência do termo se refere à processão do Espírito. Os debates em
torno da identidade do Espírito começaram depois do Concílio de Niceia, que aconteceu
em junho de 325, hoje a cidade se chama Isnik, na Turquia. A terceira cláusula
do Credo Niceno resume nisso: cremos “também no Espírito Santo”. Essa
indefinição sobre a identidade do Espírito Santo deu ocasião para diversos
debates. Surgiram os tropicianos7 e os pneumatomacianos.8 Atanásio, bispo de Alexandria,
principal defensor da fé nicena combateu os tropicianos, e os pais capadócios
combateram os pneumatomaciamos.
Segue a
explicação histórico-teológica.9 Gregório de Nazianzo dizia que o Pai se distingue
por não ter sido gerado, agenn ̄esía, “ingênito,
não-gerado”; o Filho, por ter sido gerado; e o Espírito Santo, por ser enviado,
procedente (Discurso teológico 5 [31.8]).10 Ele acrescenta no parágrafo
seguinte:
Estes termos não indicam carência nem uma
subordinação na essência divina; as expressões “ser ingênito”, “ser gerado” e
“proceder” designam-se o Pai, o Filho e aquele de quem se fala aqui, o Espírito
Santo; deste modo se salvaguarda a distinção das três hipóstases na única
natureza e dignidade da divindade. O Filho, com efeito, não é Pai, pois há um
só Pai, mas é o mesmo que é o Pai; o Espírito Santo, que procede de Deus, não é
Filho, pois só há um só Unigênito, mas é o mesmo que é o Filho. Os Três são um,
quanto à divindade, e o Um são Três quanto às propriedades, para que o Um não
seja Sabélio e nem a Trindade seja a perniciosa divisão atual (Discurso
teológico 5 [31.9]).
A
definição pneumatológica aconteceu no Concílio de Constantinopla, hoje
Istanbul, Turquia, em 381. Prevaleceu o pensamento de Atanásio, elaborado e
aperfeiçoado pelos pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e
Gregório de Nissa. Os dois Gregórios participaram do Concílio. O período entre
Niceia, 325, e Constantinopla foi o de maior debate sobre a identidade do
Espírito Santo. Esse Concílio aprovou o Credo Constantinopolitano, também
conhecido como Credo Niceno-Constantinopolitano, pois a base dele é o Credo de
Niceno de 325 com a ampliação do artigo sobre o Espírito Santo.
O Credo
afirma que o Espírito Santo é "o Senhor e Vivificador, o que procede do
Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o
que falou por meio dos profetas".27 O Credo de Atanásio reitera essa afirmação.
Convém salientar que o Credo Niceno-Constantinopolitano declara simplesmente
que o Espírito Santo "procede do Pai", e a expressão "e do
Filho" não é original, foi acrescentada ao Credo no Sínodo de Toledo em
589. Filioque é o termo latino que significa literalmente "e do
filho", usado em teologia para indicar a dupla processão do Espírito
Santo, ou seja, do Pai e do Filho.
Atanásio, Basílio de Cesareia, Gregório de
Nazianzo e Gregório de Nissa, defenderam o monopatrismo, isto é, que o Espírito
procede do Pai, mas nunca se opuseram ao filioquisrno, ou seja, que o Espírito
procede do Pai e do Filho.
Uma vez
dada essa breve explicação histórica-teológica retornemos às palavras de Jesus:
"Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do
Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim"
00 15.26). Qual a melhor interpretação? O Espírito procede somente do Pai ou
procede do Pai e do Filho? Eis a discussão teológica que vem atravessando
séculos que culminou com o primeiro Cisma da Igreja, a ruptura do Oriente com o
Ocidente em 1054.
A questão
sobre a divindade e a personalidade do Espírito Santo foi resolvida no Concílio
de Constantinopla e nunca mais houve questionamento sério sobre o assunto. Mas
esses teólogos capadócios deixaram ainda uma ponta solta, a questão do
filioque, a dupla processão do Espírito Santo. Os pais ocidentais como
Agostinho de Hipona e Hilário de Poitiers defenderam o filioque que é mantido
ainda hoje pelos católicos romanos e pela maior parte dos protestantes, entre
eles as Assembleias de Deus no Brasil.28 As igrejas orientais desde a
antiguidade questionam tal doutrina e não reconhecem a autenticidade da
referida expressão no Credo. Segundo as igrejas ortodoxas, o Espírito procede somente
do Pai. Ainda hoje os seus teólogos responsabilizam Agostinho de Hipona
(354430) pela difusão no Ocidente da dupla processão.
Nós reconhecemos a dupla processão como verdade bíblica: "quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar" 00 15.26); "E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" 00 20.22). Na visão oriental, o filioquismo "parece sujeitar o Espírito Santo a uma posição mais dependente que o Filho, além de infringir contra a Sua deidade".29 Teólogos das igrejas ortodoxas costumam afirmar que o Espírito procede do Pai por meio do Filho. Mas, Sergius Bulgakov considera a discussão como falso problema e não um motivo para impedir a unificação Oriente e Ocidente.
Algumas
edições do Credo traduzem zo- opoion como "doador da vida", nós
adotamos "vivificador". A expressão "Senhor e Vivificador"
são atributos ou títulos exclusivos da deidade. Como o Filho é Senhor igual ao
Pai (At 10.36; Fp 2.11), da mesma forma o é igualmente o Espírito Santo (2 Sm
23.2, 3; 2 Co 3.17, 18). O Credo expressa com precisão o pensamento bíblico
sobre o Espírito Santo como Doador da vida ou Vivificador 00 6.63; 2 Co 3.6; Rm
8.2). Ele vivifica os mortos e ressuscitou a Jesus (Rm 8.11). Da mesma maneira
que o Pai e o Filho têm vida em si mesmo 00 5.2 I , 26), o Espírito Santo tem
também vida em si mesmo. Isso significa que ele não depende da criação, antes o
contrário, a criação é que depende dele. "Adorado e glorificado juntamente
com o Pai e o Filho". Essa declaração é a parte crucial do Credo
Niceno-Constantinopolitano. Isso porque aparentemente não existe na Bíblia uma
indicação direta de adoração ao Espírito Santo. Segundo o Credo de Atanásio:
"tanto a unidade na trindade como a trindade na unidade deve ser
adorada" (artigo 27 - Declaração de Fé).3' Isso significa que quem adora o
Pai simultaneamente está adorando também o Filho e o Espírito Santo, e da mesma
forma quem adora o Filho está adorando o Pai c o Espírito Santo, c dc igual modo,
quem adora o Espírito Santo está também adorando o Pai e o Filho. O Deus
revelado na Bíblia é trino e uno (Mt 28.19). Quando alguém no culto diz glória
a Jesus!, o Pai e o Espírito Santo estão sendo glorificado também. O Pai, o
Filho e o Espírito Santo são um só e mesmo Deus (1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13).
A construção paulina: "nós, que servimos
a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo" (Fp 3.3) permite
também a tradução: "nós, que servimos ao Espírito de Deus". Os
expositores do Novo Testamento estão de acordo com essa possibilidade de
tradução. Segundo Agostinho de Hipona, as gerações de cristãos usavam essa
passagem como base para a adoração ao Espírito Santo (A Trindade, Livro 1,
13).32 Ninguém traduz "servimos" ou "adoramos" ao Espírito
de Deus" no lugar de "servimos a Deus no Espírito" por se tratar
de uma passagem ambígua e única. Visto que a Bíblia inteira revela a divindade
absoluta do Espírito Santo, se Ele é Deus nada impede que ele seja adorado e
por isso não há necessidade dessa versão alternativa.
O
ESPÍRITO SANTO REPROVA E CONVENCE O MUNDO
O verbo
que aparece como "convencer' em: "Quando ele vier, convencerá o mundo
do pecado, da justiça e do juízo" 00 16.8) é elencho- , 33 que significa
além de "convencer, "reprovar, refutar, admoestar, repreender'.
Alguns, como Vine, acrescenta o verbo "condenar' a esta lista.34 Isso
permite traduções diferentes, coisa que dificulta, às vezes, a compreensão da
mensagem. É pouco comum falar sobre o Espírito Santo como juiz, mas essa função
é real, apesar de ser pouco difundida na Bíblia. Há alguns lampejos no Antigo
Testamento que lembram essa função. Mas, as palavras de Jesus não deixam
dúvidas sobre o papel do Espírito como juiz: "Quando ele vier, convencerá
o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque eles não creem em
mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; do juízo,
porque o príncipe deste mundo já está julgado" ()o 16.8-1 1). Essa é a
passagem bíblica mais enfática sobre o assunto.
O ministério de juiz do Espírito é o de convencer o mundo, ou seja, tanto reprová-lo como persuadi-lo para conduzir as pessoas a Cristo e quanto aos crentes, guiar e revelar a verdade, além de capacitá-los para testemunhar de Jesus. Nessa missão, o Espírito confronta o mundo e dá continuidade ao que Jesus já vinha fazendo 00 3.19, 20; 5.22, 27, 30; 8.46). O Espírito torna as pessoas conscientes do seu estado de miséria espiritual e as leva a reconhecerem o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador (Tt 3.5). Então, é Ele quem convence o mundo do pecado. O pecado nessa passagem é uma referência à incredulidade, como Jesus mesmo disse: "do pecado, porque eles não creem em mim" (Jo 16.9). Essa incredulidade é que traz condenação 00 3.18, 36) e impede ainda que as pessoas recebam vida ou que pelo
O Espírito convence o mundo da justiça: "da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais" (v. 10). Jesus, a luz do mundo (Jo 8.12), mostrava quão densas são as trevas cm que as pessoas estavam mergulhadas (Jo 3.19-21; 7.7; 15.22, 24). A justiça nessa passagem se refere à justiça impecável de Cristo ()o 8.46), e, indo Ele para o Pai, o mundo não pode vê-lo. Assim, essa obra de convencer os pecadores continua com o Espírito, e isso porque Jesus não está mais na terra para realizar essa tarefa, mas sim seus discípulos. É isso que significa do mundo e da justiça. Jesus disse ainda que o Espírito Santo convencerá as pessoas "do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11). O "príncipe deste mundo" é uma referência a Satanás, derrotado pela a vitória de Cristo no Calvário (Jo 12.31-33; 14.30).
O Espírito convence o mundo do juízo, ou seja,
trata-se de julgamento. Que julgamento? Nossos pecados foram julgados em Cristo
na cruz, e Satanás perdeu as multidões que vieram a Jesus pela ação do Espírito
Santo. Mas, esse julgamento se refere ao mesmo tempo ao julgamento de Satanás
que já começou e será concluído na consumação dos séculos (Mt 25.41; Ap
12.7-10; 20.10). O diabo ainda luta numa batalha que já foi perdida. Esse
"juízo" é uma referência tanto ao julgamento de nossos pecados na cruz
do Calvário e como ao julgamento de Satanás, que já foi vencido por Jesus na
sua morte e ressurreição.
As Escrituras revelam no ministério do
Espírito Santo a ação de alguém que reprova o erro, pois ele é santo, essa
santidade é própria dele, ela não vem de ninguém externo a ele, pois é ele que
santifica (Rm 15.16) além de convencer o mundo "do pecado, e da justiça, e
do juízo".
O Verdadeiro Pentecostalismo:
A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a ...
Por
Esequias Soares
Nenhum comentário:
Postar um comentário