CPAD – Adultos – A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó | Lição 11 – A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina?
Texto Áureo
“Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos” (Jó 36.15)
Verdade Prática
O sofrimento não
deve ser visto apenas sob o aspecto punitivo, mas principalmente, educativo.
EBD
| 4° Trimestre De 2020
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Jó 32.1-4; 33.1-4; 34.1-6; 36.1-5
1
Então aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus
próprios olhos.
2
E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão;
contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a
Deus.
3
Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos, porque, não achando que
responder, todavia condenavam a Jó.
4 Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade do que ele.
Jó 33:1-4
1 Assim, na
verdade, ó Jó, ouve as minhas razões, e dá ouvidos a todas as minhas palavras.
2 Eis que já
abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar.
3 As minhas
razões provam a sinceridade do meu coração, e os meus lábios proferem o puro
saber.
4 O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida.
Jó 34
1 Respondeu mais
Eliú, e disse:
2 Ouvi, vós,
sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim.
3 Porque o
ouvido prova as palavras, como o paladar prova a comida.
4 O que é
direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.
5 Porque Jó
disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito.
6 Apesar do meu direito sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.
Jó 36:1-5
1 Prosseguiu
ainda Eliú, e disse:
2 Espera-me um
pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.
3 De longe
trarei o meu conhecimento; e ao meu Criador atribuirei a justiça.
4 Porque na
verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na
sua opinião
5 Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração.
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que o sofrimento pode ser usado por Deus com fim pedagógico.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
Explicitar
que
Deus, como soberano, pode se revelar e falar por meio do sofrimento;
Destacar que a soberania
de Deus não se sobrepõe ao seu amor;
Afirmar que Deus não tem prazer no sofrimento, mas pode usar as adversidades para nos educar.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
O sofrimento na vida do cristão deve ser um meio pedagógico. Ele serve para esmagar a soberba humana, polir o caráter do crente, prover crescimento e desenvolvimento ao cristão Este o não é o mesmo depois que passa pela “escola do sofrimento”. Não por acaso o apóstolo Paulo pôde dizer: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13). Esse é o caminho que o Senhor nosso Deus quer que atinjamos: ser experimentado , amadurecidos e crescidos. Que ouçamos a voz de Deus no sofrimento! Então, poderemos dizer com convicção: “Posso tudo naquEle que me fortalece”.
PONTO
CENTRAL
O sofrimento deve ser visto sob o aspecto pedagógico.
INTRODUÇÃO
Veremos a teologia de Eliú exposta em quatro grandes discursos teológicos (Jó 32-37). Esses discursos se contrapõem ao que Jó e seus amigos proferiram. Para Eliú, os amigos de Jó falharam na exposição de suas ideias ao patriarca. Este, por outro lado, se equivocar ao apresentar o seu conceito de Deus para fundamentar sua defesa. Assim, mostraremos que Eliú revela um Deus soberano que age segundo o seu conselho e no est obrigado a dar respostas ao homem, além de não haver qualquer injustiça em suas ações, pois, segundo o jovem amigo de Jó, o sofrimento é uma ação pedagógica de Deus para corrigir o homem.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie a aula de hoje fazendo uma reflexão sobre a soberania de Deus e O orgulho humano. Uma das questões mais difíceis para o ser humano é aceitar algo que saia do seu domínio. Muito sofrimento hoje tem como causa a não aceitação de determinada realidade. Diante dela, o desespero passa a dominar, o medo passa a ser constante, o grau de ansiedade e estresse aumenta. Entretanto, quando olhamos para a Bíblia percebemos que homens e mulheres puderam reconhecer a voz de Deus de dentro do sofrimento.
É por isso que estamos estudando o Livro de Jó, pois esse patriarca experimentou a Deus na “escola do sofrimento”. Deixe claro para a classe que quando isso acontece, crescemos em maturidade e espiritualidade. Portanto, estimule os alunos a perguntarem o que Deus quer falar conosco na “escola do sofrimento.”
CPAD – Adultos –
A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da
Restauração de Jó
| Lição 11: A Teologia de Eliú: O Sofrimento É
uma Correção Divina?
Capítulo
11 - A Teologia de Eliú: o Sofrimento É
uma
Correção Divina?
UM JOVEM COM I DEIAS DE GENTE GR ANDE
A partir
do capítulo 32
do livro de
Jó, um novo
personagem entra em cena:
Eliú, filho de
Baraquel, o buzita.
Inicia-se, portanto, um
novo ciclo no livro.
Alguns autores (Stadelmann,
1997) acreditam que os
diálogos de Eliú
foram inseridos posteriormente na narrativa de
Jó, não fazendo, portanto,
parte da redação
original. Nesse aspecto,
argumenta-se, por exemplo, que o texto nada diz sobre a pessoa de Eliú
no prólogo e na parte dos diálogos
que precedem o capítulo 32.
Argumenta-se, ainda, que, no
final do livro,
Deus dirige-se a
Jó e aos
seus outros três
amigos, mas não a
Eliú. Driver e
Gray (1921 , pp.40–49 )
ainda destacam contra
a autoria de Eliú a diferença de linguagem e es tilo.
Por outro lado,
contrariamente a esse
ponto de vista,
Roy Zuck (1981) argumenta
em favor da
autenticidade dos discursos
de Eliú e defende
que os mesmos
fazem parte d a
redação original do
livro. Dessa forma, não haveria
justificativa plausível para Eliú ser
retirado da redação original de Jó.
As suposta s dificuldades
encontradas seriam explicadas por razões de natureza contextual
que o próprio livro contemplaria. Dessa forma, Zuck (1981, p. 159)
acertadamente se expressa:
As
ausências de referências a Eliú no prólogo é compreensível, pois ele era
o mais jovem,
seu papel era
mais de ouvinte
do que d e expositor, por
isso não interveio
nos debates promovidos
pelos maiores [...] o
argumento de que Eliú não
acrescenta nenhuma contribuição
ao livro cai por si só quando se observa que o seu ponto de vista
sobre o sofrimento
é distinto daquele
ex posto por seus amigos,
e também seu
conceito de Deus
é mais elevado
do que o deles.
UM JOVEM IRADO (32.1-5)
Os
discursos teológicos de Eliú, em um total de quatro, estendem-se do capítulo
32 ao 37.
Trata-se de um
longo texto em
que Eliú expõe meticulosamente toda
a sua argumentação.
Swindoll (2009, pp.
292,293) observou q ue o
longo trecho dos
discursos de Eliú
(cap. 32 –37) é
“maior do que doze outros livros d o Antigo Testamento e dezessete
dos 27 livros ou cartas
do Novo Testamento”.
Eliú gastou muita
saliva para contra-argumentar o que Jó
dissera. O primeiro
discurso compreende os capítulos 32 e 33; o segundo discurso encontra-se no
capítulo 34; o terceiro discurso está contido no capítulo 35; e o quarto nos
capítulos 36 e 37.
Então,
aqueles três homens cessaram de
responder a Jó;
porque era justo aos
seus próprios olhos.
E a cendeu-se a
ira de E liú,
filho de Baraquel, o buzita, d a
família de Rão; contra Jó se acendeu a
sua ira porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus. Ta mbém a
sua ira se acendeu contra os seus três amigos; porque, não achando que
responder, todavia, condenavam
a Jó. Eliú,
porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade
do que ele. Vendo, pois, Eliú que já não havia resposta na boca daqueles três
homens, a sua ira se acendeu.
“Então, aqueles três homens cessaram de
respond er a Jó; porque era justo
aos seus próprios
olhos” (32.1). Adam
Clarke (2014, p.
28) destaca que as
traduções antigas: “A
Septuaginta, Siríaca, Arábica
e a Aramaica, todas dizem: ‘porque ele era justo
ante os olhos deles’. Sugerindo que eles estariam convencidos de que ele era um
homem santo e que eles o teriam acusado
tolamente”.
“E
acendeu-se a ira de Eliú, filho de
Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira , porqu e s e justificava a si mesmo,
ma is do que a
Deus” (32.2). A
participação de Eliú
logo a pós os
debates entre Jó e os seus amigos é introduzida nos termos de uma
intervenção às falas dos seus
outros companheiros. Após
um longo ciclo
de discursos, onde houve réplicas e tréplicas , porém
nenhuma conclusão, Eliú pede a palavra.
Ele sentiu-se incomodado
com a falta
de habilidade dos
seus outros amigos em contestarem
os argumentos de Jó: “Atentando, pois, para vós, eis qu e nenhum de vós há que
possa convencer a Jó, nem que responda às suas
razões” (32.12). Embora
fosse o mais jovem de
todos, ele estava convencido de que
poderia fazer melhor do que
eles. Eliú acreditava que Jó havia-se
considerado justo e
que os seus
amigos foram inábeis
para contradizê-lo. Schonberger (2011, p. 173) destaca que:
O
que aborrece Eliú
é o fato
de que os
amigos tenham ficado
sem palavras (vv.15-17). Assim, surge a impressão de que Jó estaria com
a razão
(v.12), que somente
Deus “poderia refutá-lo,
não um ser humano” (v.13). Eliú opõe-se
decididamente a isso, e o faz, aliás, não com
as palavras dos
três amigos (v.14),
mas com um
discurso próprio, divinamente
inspirado, que não
é partidário (vv.21-22),
a o contrário, pretende dizer objetivamente o que é verdadeiro.
A expressão “porque se justificava a si mesmo,
ma is d o que a Deus” (v. 2) deve
ser entendida como
sendo uma dedução
de Eliú, e não
propriamente uma referência
à atitude de
Jó durante os
debates. Por desconhecer os
bastidores da sua
provação, Jó ainda
continuava acreditando que Deus
seria, de fato,
o grande responsável
pelo seu sofrimento. Nesse
aspecto, Jó a creditava ser inocente e
não poderia ser, de forma alguma, responsabilizado pelo
infortúnio que lhe
viera. Eliú , portanto, como
observa Clarke (2014,
p. 28 ), censurava
os amigos por acusarem
Jó sem uma
fundamentação plausível e,
ao mesmo tempo, censurava Jó por acreditar que este deixava
de enxergar as suas fraquezas e imperfeições por
causa de uma
excessiva confiança em
si mesmo e um
demasiado apego a uma justiça própria. Nesse aspecto, acreditava Eliú, Jó agira
com imprudência ao questionar a providência divina e a sua suposta falta de
benignidade nos seus atos.
A esse respeito,
Daniel Estes (2013,
p. 5804) observa:
O provável senso
do hebraico é
que Eliú percebe
Jó como se fosse
mais justo que
Deus. Segundo Eliú,
quando Jó se
apega à sua alegação
d e inocência, ele
implica que sua
justiça é superior
à de Deus. Eliú
não pode tolerar
Jó levantando uma
suspeição sobre a justiça
de Deus. Ele
sente que deve
defender a honra
e o caráter
de Deus contra a acusação falaciosa de Jó.
DEUS NUNCA DEIXOU DE REVELAR-SE, MAS ÀS
VEZES ESCOLHE “OCULTAR-SE” (33.12-18)
No seu
discurso (33.12 -18), Eliú
responde a Jó
e mostra aspectos da revelação
de Deus na
história humana. Até o presente
momento, Jó queixava-se d e que,
mesmo diante de clamor por resposta, o Senhor nada lhe comunicara.
Eliú entendia que Jó interpretava
o “silêncio de
Deus” como uma forma
de punição contra
ele. Segundo Eliú,
Jó dissera que o
Senhor procurava pretexto
contra ele e
considerava -o o seu
inimigo (33.10).
Eis
que nisto te
respondo: Não foste
justo; porque maior
é Deus do que
o homem. Por que razão contendes com ele?
Porque ele não dá contas de nenhum
dos seus feitos.
Antes, Deus fala uma e duas
vezes; porém ninguém
atenta para isso.
Em sonho ou
em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os
homens, e adormecem na cama, então, abre os ouvidos dos homens, e lhes sela
a sua instrução, para apartar
o homem d o
seu desígnio e
esconder do homem a
soberba; para desviar a sua alma da cova e a
sua vida, de passar pela espada.
“Antes,
Deus fala uma
e duas vezes;
porém ninguém atenta
para isso” (33.14). Eliú
tem razão em
mostrar que o
Senhor sempre se
revelou na história. No entanto, por desconhecer os bastidores da
provação de Jó, ele ignorava essa
“ausência de Deus”
sentida pelo patriarca.
Da mesma forma que
Eliú, Jó também
ignorava os bastidores
d a sua própria provação, o qu e fazia crer que Deus, por
não estar a favor dele, escolhera não falar. A verdade é que tanto
Eliú como Jó desconheciam a razão desse “ocultar-se” de Deus .
Na
sua obra Quando Deus se Cala: o silêncio na Bíblia (2010), Silvio José Báez
faz um meticuloso
estudo s obre o
lugar do silêncio
nas Escrituras Sagradas. Báez
(2010, p. 15)
destaca que o
“silêncio é um fenômeno
complexo e dificilmente
definível”. Nesse aspecto,
o silêncio não pode
ser identificado como
uma mera ausência
de sons ou
vazio de comunicação. Ele
serve de sinal
nas relações entre
pessoas e, por
isso mesmo, é carregado
de sentido. O
silêncio possui importância
crucial no processo da
comunicação e, por
isso mesmo, é
essencial na experiência religiosa. Báez
(2010, p. 15)
destaca que o
silêncio, “na perspectiva teológica, é uma rica metáfora
do ser e d o agir
de Deus que
se revela através da Palavra que o manifesta e do
Silêncio que o esconde”.
É no
campo da espiritualidade,
portanto, que o silêncio reveste-se de maior interesse, pois é inegável
que ele promove o encontro com Deus.
Mas
não é apenas
no campo da
religião que o estudo do
silêncio tem demonstrado interesse. Ele também tem sido
objeto de estudo das ciências humanas. O estudo de Báez para a sua tese de
doutorado sobre o silêncio contribui mui
to para a compreensão
d essa temática. Báez (2010,
p. 75) comenta:
Se,
por um lado, é legítimo que o homem se interrogue sobre as leis naturais que
regem o cosmo,
sobre o sentido
global d a própria existência e sobre o
confuso e perene
devir da história,
por ou tro lado, o mesmo homem
experimenta os próprios limites e se dá conta da sua
incapacidade radical de
conhecer tudo e
de explicar toda a
realidade, mesmo se
intuída na sua
existência e
no seu significado, mostrou que
não podem ser
definidos com clareza
total. O homem em
busca, fascinado e
admirado por tudo
o que a
razão, a ciência e os
seus instrumentos de
observação revelam, amedrontado
e desanimado com a
sua pequenez em
relação às dimensões
do universo, deixa emergir
algumas interrogações que s e estendem ao porquê,
ao significado último
de tudo isso
e, em particular,
ao sentido do seu
ser neste mundo,
com a curiosidade
e a avidez
d e saber com a angústia diante
do desconhecido.
Mesmo
os amigos de
Jó fazendo muito
barulho, o silêncio
no livro de Jó
é algo que
logo é perceptível
ao leitor. As
causas desse silêncio podem ser
vistas de diferentes
ângulos. Os amigos
de Jó estavam convencidos de
que Deus não
o respondia porque
ele abrigava algum pecado.
Para Eliú, Jó
padecia de um
orgulho pecaminoso qu e
o impedia de escutar
a voz de
Deus, pois Ele
falava, mesmo que
fosse por meio
de imagens oníricas. Como
já ficou demonstrado
aqui neste capítulo,
o silêncio ou o “ocultar-se” de Deus ocorre por outras razões no livro
de Jó. Dessa forma, é possível dizer que
o Senhor estava calado mesmo quando o
seu silêncio falava bem alto. Nas palavras de Báez (2010, p. 13):
O calar-se de
Deus se torna
o convite mais
forte, voltado para a
criatura humana, a
abandonar a s palavras
vazias, as palavras tranquilas, para
entrar numa escuta
mais profunda. De
fato, tal vez não seja
verdade que Deus
se cala totalmente,
talvez seja mais verdadeiro dizer que Deus fala
de mod o diferente, e
qu e a sua
Voz exige ouvidos mais
atentos, corações mais
disponíveis. Se o
movimento harmônico dos
astros no céu
é uma voz
sem som (Sl 19.2-5),
assim se pode
supor que a
história, dramaticamente
perturbadora, tem um som divino,
que, se for escutado, abre
para horizontes inauditos de
sentido. Certamente, exige-se
uma vigilância paciente, uma
espera que não
pretende respostas
imediatas, que sabe
que não pode
ter satisfação com
uma receita validada de uma vez
por todas.
DEUS: SOBERANO E JUSTO
“Se
ele aquietar, quem, então, inquietará? Se encobrir o rosto, quem, então, o
poderá contemplar, seja
para com u m
povo, seja para
com um homem só?” (34.29). No
capítulo 34.9, Eliú faz uma defesa da soberania de Deus. Os amigos de Eliú já
havia m, por diversas vezes , contrastado o a girjusto e
soberano de Deus
com as atitudes
de Jó. Agora,
Eliú põe novamente essa temática
em evidência. Convém dizer que a soberania de Deus é uma doutrina bem definida
nas Escrituras Sagradas.⁷⁹ Ela faz parte dos atributos de Deus. Wiley (2012,
vol. 1, p. 193 ) define um atributo como sendo
“aquelas qualidades que
pertencem à natureza
divina e que a
constituem”. Exemplos são
vistos claramente em
textos, tais como:
“Pois o Senhor, vosso
Deus, é o
Deus dos deuses
e o Senhor dos
senhores, o Deus grande,
poderoso e terrível,
que não faz
acepção de pessoas,
nem aceita recompensas” (Dt
10.17) ; “Porque eu
conheço que o
Senhor é grande e
que o nosso
Deus está acima
de todos os
deuses (Sl 135.5);
“a qual, a seu
tempo, mostrará o
bem-aventurado e único
poderoso Senhor, Rei dos reis e
Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita
na luz inacessível;
a quem nenhum
dos homens viu
nem pode ver; ao qual seja honra
e poder sempiterno. Amém!” (1 Tm 6.15,16).
Dentro desse contexto,
é oportuno destacar
o que disse
o escritor Jerry Walls
(2014, p. 19 )
ao chamar a
atenção para o fato como
Deus é retratado dentro
de alguns segmentos
d a teologia protestante.
Segundo ele, para muitos
pregadores modernos, Deus
não passa d e um
“carregador de malas”,
um serviçal a
serviço do seu
senhor que tem atuação
semelhante ao gênio
da lâmpada. Ele
está pronto a a
tender todo e qualquer
pedido que lhe
seja feito. Ele
destaca que essa
metáfora contrasta com a
figura de um
Deus soberano pregado
não apenas pela teologia
protestante histórica, mas,
sobretudo, pelos escritores
bíb licos. Segundo Walls (20 14, p. 19):
Deus é
reduzido a um “
carregador de malas
cósmico”, cuja única preocupação é
satisfazer seja lá
quais forem as
necessidades qu e as pessoas tenham em suas vidas. A figura de
um D eus de amor santo, diante d e quem estamos em peca do e em necessidade de
salvação, é obscurecida ou até mesmo negada. A doutrina é descartada, a Bíblia
é utilizada como
um manual de
auto -ajuda, e a
adoração é substituída por
várias formas de
entretenimento. Muitos se cansaram
de tais novidades
e reconheceram que,
se de fato,
existe um Deus, Ele deve ser levado bem mais a sério.
É
exatamente essa ideia
que Eliú demonstra
querer combater. Não estaria
Jó a tentando contra
esse importante conceito
quando parecia querer nivelar-se
ao seu Criador? Eliú mostra que é a criatura que depende do Criador,
e não o
Criador da criatura
(34.13 -15). Stadelmann (1997,
p. 106) destaca que, no capítulo 33, Eliú defende a tese de que “Deus é
maior que o homem
e não precisa
dar contas de
seus a tos (vv.8 -13)”
e, no capítulo 34,
que “Deus é
Senhor absoluto; s e
fosse injusto, o u
niverso simplesmente não subsistiria”. Da mesma forma, MacArthur (2019, p. 567)
destaca que Eliú (34 .31-33) defende q ue “Deus não será regulado em suas
tratativas pelo que
as pessoas possam
pensar. Ele não
consulta homens. Quando ele escolhe castigar, decide à
medida que é suficiente”.
A PEDAGOGIA DE DEUS
“Ao aflito livra
da sua aflição
e, na opressão,
se revela a os
seus ouvidos” (36.15). Uma
importante contribuição teológica
de Eliú no debate travado com Jó está
no seu entendimento do valor pedagógico do sofrimento. Aqui
nesse texto, ele
diz que Deus,
por meio da
aflição e do sofrimento, abre os ouvidos com quem ele trata. Nesse aspecto, Jó estaria experimentando a disciplina do
Todo-Poderoso. Mesmo pondo em realce os
pecados que Jó
cometera a partir
da sua provação,
Eliú, à semelhança dos seus
amigos, parece convencido de
que Jó estava
sendo disciplinado pelos pecados
anteriormente cometidos. Stadelmann (1997, p. 1 07) destaca que Eliú
defende que “o
sofrimento é um
castigo salutar que
exige aceitação livre do homem”. Jó deveria, portanto, aceitar o desígnio
divino.
Não
há dúvida de que Jó foi moído pelo sofrimento, mas é inegável que ele
cresceu por meio
dele. Jó não
sofreu para ser
disciplinado de um comportamento errado,
pois o próprio
Deus já havia
testemunhado a favor do
seu comportamento exemplar
(1.8). Ao ser
provado, Jó exteriorizou atitudes
que mereceram censura
por parte do
Criador. “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem
conhecimento?” (38.2). Jó desconhecia
aspectos ocultos da sua vida que o fogo da provação fez aflora r. Mes mo
s em ter consciência disso, ele estava sendo tratado por Deus.
R. C.
Sproul (1999, pp. 305,306) destaca que:
às
vezes, a presença
da d or em
minha vida traz o benefício
prático de me santificar. Deu s trabalha em mim através da aflição. Por
mais desconfortável que a
dor possa ser,
sabemos que as
Escrituras nos dizem
constantemente que a tribulação é um meio
pelo qual somos purificados
e conduzidos a u
ma dependência mais
profunda de Deus. Há um benefício
a longo prazo
que presumivelmente
perderíamos não fosse pela dor
que somos chamados
a “suportar por um
pouco”. As Escrituras
nos diz em para
suportar por um pouco,
porque a dor
que experimentamos a gora
não pode ser comparada
com as glórias
reservadas para nós
no futuro. Do outro lado,
o prazer pode
ser narcótico e
sedutor, d e modo
que quanto mais o apreciamos e
mais o experimentamos, menos conscientes nos tornamos de nossa dependência e
necessidade da misericórdia, auxílio e
perdão de Deus.
Prazer pode ser
um mal disfarçado, produzido pelo Diabo para nos
levar à ruína final. Essa é a razão por
que a
procura do prazer
pode ser perigosa.
Quer experimentando dor ou
prazer, não queremos
perder Deus de
vista, e nem
a necessidade que temos dEle.
Todo cristão que vive a fé cristã autêntica compartilha a experiência de Jó. O sofrimento é uma consequência da atual condição humana. Não há como evitá-lo. Dependendo da forma como é compreendido, o sofrimento pode produzir santos, mas também pode produzir ateus . Os santos, assim como Jó, buscam em Deus a razão pela qual El e permite que o sofrimento aconteça. Os incrédulos não admitem que um Deus bom e soberano compartilhe com o sofrimento humano. Eles caem no ceticismo e na falta de sentido para a vida. O cristão s abe que não deve ignorar as palavras do apóstolo Pedro: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse” (1 Pe 4.12).
A Fragilidade
Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó
A Teologia de Eliú
Introdução
Tem o sofrimento alguma serventia? Joseph
De Maistre responde afirmativamente:
“Creio no fundo de minha alma e sinto em minha consciência que, se o
homem pudesse viver neste mundo isento de todo sofrimento, acabaria por se
embrutecer”. Estaria Jó de acordo com De Maistre? Não somente chancelaria tais
palavras, como haveria de assinalar: não fora o sofrimento, jamais viria a
compreender a perfeita e agradável vontade de Deus.
Começou Jó a entender a pedagogia do
sofrimento através do judicioso discurso de um jovem teólogo que, ao contrário
de seus molestos amigos, pauta cada uma de suas palavras na sabedoria que vem
diretamente de Deus.
Até este momento, mantivera-se Eliú calado,
enquanto Jó e seus interlocutores terçavam armas em torno do sofrimento do justo. Mas, agora,
esgotados os argumentos de ambas as partes, resolve o jovem teólogo falar. Terá argumentos
conclusivos? Veja como será respondida a pergunta que vem você fazendo
insistentemente ao Senhor: “Por que o justo tem de sofrer? Existe algum
propósito em todo este sofrimento?”
I. Eliú, um
Grande e Reflexivo Teólogo
Até à sua entrada em cena, estivera Eliú
ouvimdo atentamente os discursos do patriarca e as arengas dos três amigos
deste. Mas, agora, apesar de sua pouca
idade, põe-se a falar. De suas palavras
iniciais, infere-se: os
oradores precedentes não lhe
devotavam importância, por suporem que, sendo-lhe pouca a idade, não lhe era
muita a sabedoria. Todavia, virão seus pronunciamentos a desequdibrar o debate;
ao invés de se ater às especulações
do humano saber,
demonstrará a inquestionável
ciência de Deus no que tange ao sofrimento do justo. Em virtude de sua acurada
sabedoria, Eliú é apontado como um dos prováveis autores do Livro de Jó.
Antes de passarmos ao seu persuasivo
discurso, vejamos alguns traços de sua biografia.
I. Eliú, filho de Baraquel.
Ao contrário dos outros personagens do Livro
de Jó, incluindo o próprio patriarca, Eliú é o
que possui a
mais completa biografia.
Até uma pequena genealogia possuímos dele. Era filho de Baraquel, e
tinha por avoengo a Rão, pertencente ao clã dos
buzitas — uma tribo que habitava a península da Arábia (Jó 32.2). Ainda
hoje é possível encontrar pelo Oriente Médio várias tribos que, descendentes
dos buzitas, continuam a viver como se estivessem arredadas no tempo e no
espaço. Visitá-las é como ultrapassar a barreira dos séculos, e reviver os
costumes bíblicos de um tempo que
as Sagradas Escrituras vividamente preservam.
Em hebraico, Eliú significa Ele é o nosso Deus. Como naquele tempo os nomes
revelavam não somente o caráter, mas também a crença das pessoas, conclui-se
que a família de Eliú devotava a Deus uma adoração verdadeira e fortemente centralizada
em princípios sadios e ortodoxos. Eis por que Eliú insurgiu-se de forma tão
apaixonada contra os amigos de Jó; sem conhecimento, distorciam o conhecimento
divino.
2. Eliú, o jovem.
Se
comparado aos três amigos de Jó, não passava Eliú de um jovem tenro e pouco
experimentado nos cuidados da vida (32.6). Entretanto, que ninguém se engane
com a sua pouca idade! O seu ensino haverá de revelar um homem sábio,
prudente e entranhado nos mistérios divinos.
Por
que são menosprezados
os jovens? Indiretamente, Mathew Henry responde a esta
pergunta que tanto vem incomodando a gente moça: “A flor da juventude nunca aparece mais bela
que quando se inclina para o Sol da Justiça”. Estaria o grande pastor e erudito
inglês referindo-se a Eliú? Se no prólogo de
seu discurso é apresentado
como jovem, ao encerrá-lo Eliú já pode ser considerado um
grande e consumado teólogo.
3. Eliú,
o teólogo.
Mesmo
antes de Abraão e Moisés (os dois principais personagens da
religião divina no Antigo Testamento), Eliú já reunia condições de apresentar,
brilhantemente, as demandas
divinas quanto ao
aperfeiçoamento dos justos através da pedagogia do sofrimento. Observe
que o seu monólogo quase que se confunde com o discurso de Deus. Além do mais, não é reprovado em
momento algum pelo Senhor, quando o Todo-Poderoso censura os três amigos de Jó
(42.7-9).
Como seria maravilhoso se todos os teólogos
fossem assim! O teólogo
não é propriamente aquele
que sistematiza uma doutrina; é
aquele que, iluminado pelo Espírito
Santo, compreende a revelação divina, e a transmite em sua inteireza.
II. A Teologia
de Eliú
Ao invés de acusar a Jó e duvidar de sua
integridade. Em vez de lançar-lhe em rosto impropérios gratuitos. Em lugar de
se perder em especulações tolas, põe-se o jovem Eliú a apresentar uma teologia
que, até aquele momento, não fora sequer cogitada naquela discussão. Não estará
ele apresentando qualquer inovação; em seus lábios, contudo, ganhará este
ensino uma renovação tal que, passados
mais de cinco mil anos, continua a edificar aqueles que se acham no crisol do
amoroso Pai.
I. A teologia da prova.
Adiantando-se em seu discurso, exclama Eliú:
“Pai meu! Provado seja Jó até ao fim” (Jó 34.36a). Recorramos ao hebraico: Avi ybaben Yôb ad~netsah. O
vocábulo ybaben comporta os seguintes sinônimos: provar, refinar como ouro,
fundir como metal. Por conseguinte, deveria Jó, como o mais precioso dos metais,
ser intensamente provado até que
todas as impurezas e imperfeições lhe fossem tiradas. Observe que Eliú roga a
Deus seja o patriarca provado até ao fim. Se Jó tem de ser acrisolado, que lhe seja completo o crisol; até ao fim:
ad~netsah. A provação haveria de perdurar enquanto fosse necessária.
Não
fora Jó suficientemente provado?
Entretanto, teria ele de suportar toda a ardência daquele cadinho até que
viesse a entender a soberania de Deus. Doutra forma, jamais chegaria à estatura
de perfeito varão (Jó
34.36b). Não era
ele o instrumento de Deus? Que de
sua alma, pois, evolasse a mais pura das músicas! Lettie B. Cowman compara
o sofrimento do crente a um mavioso
instrumento: “Quando um organista pressiona as teclas pretas de um grande
órgão, a música é tão agradável como quando pressiona as brancas, mas, para
obter a expressão máxima do instrumento, deve tocar todas elas”.Qual barro nas
mãos do oleiro, não competia a Jó questionar as ações de Deus (Rm 9.21).
Caber-lhe-ia entender, por mais insuportável que lhe fosse a prova, que o
Senhor esconde, em cada crisol, um maravilhoso e
msondável propósito. Eis o que Paulo escreve aos atribulados irmãos de
Roma: “E não somente isto, mas também
nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a
paciência, a experiência; e a experiência, a esperança” (Rm 5.3,4).
Depois
de meditar longamente
sobre o propósito
do sofrimento do justo, declara H. Dieterlen: “Tudo depende do modo por
que se sofre. Mas Deus sempre tem um pensamento de amor nas tristezas que nos
envia”. Afinal, como enfatiza o apóstolo, todas as coisas concorrem juntamente
para o bem daqueles que, sinceramente, amam ao Senhor.
2. A pedagogia da prova.
O Senhor conduzia a Jó através das mais
difíceis e inimagináveis provas, a fim de que ele viesse a tornar-se um
instrumento ainda mais valioso e útil para o seu Reino. Quão maravilhosa é a
pedagogia do sofrimento! Se incrédulos, ensina-nos a crer. Se intempestivos,
disciplma-nos em um amor paciente e temperante. Se indiferentes, leva-nos a chorar
com os que choram e a alegrar-se com os que se alegram.Sim, Deus educava a Jó
por intermédio do sofrimento. E o mesmo está Ele fazendo com você neste
instante. Por isto, não se desespere! Este é o modo pelo qual o Senhor educa a
seus filhos.
III. Todos Somos
Provados por Deus
Que homem de Deus ainda não foi provado?
Todos temos o nosso quinhão de prova. Uns são provados quanto à sua obediência; outros, sobre o seu
temperamento; aquelou- tros, com respeito ao apego aos bens terrenos; estes,
respeitante ao amor à
família, a fim de
que esta não
tome o lugar
do Todo-Poderoso; aqueles, no que concerne à sua visão de mundo. De uma
forma ou de outra, tomos somos provados. Albert Roehrich aconselha os que se
queixam das provações: “Não vos
preocupeis antecipadamente com esta ou aquela provação, mas aguardai-a com
calma. Tendo o firme propósito de viver pela fé, descansando inteiramente no
Amigo sempre fiel”.
I. A medida da prova.
Conhecendo-nos as limitações, Deus não
nos prova, a fim
de nos
destruir (I Co 10.13); pois sabe quão frágil é a nossa
estrutura, e que somos pó (SI 103.14). Aliás, conhece-nos Ele melhor do que nós
mesmos (SI 139.1-3). Por isso,
administra-nos suas provas, visando- nos a perfeição (Ef 4.13).
Então, por que permite Deus tenham alguns
de seus santos mortes violentas? (Tg 12.2) E que o Senhor não prepara apenas
heróis; também levanta mártires, a fim de que nós, através deles, sejamos
fortalecidos na fé: “Uns foram
torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e
outros experimentaram escárnios
e açoites, e até
cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de
espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos
e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno)” (Hb 11.35-38). Não tem
Ele prazer na morte de seus santos? (SI 116.15). Por isso, amorosa e ternamente,
recolhe-os; em seu regaço há um lenitivo eterno.
Não são poucos os pais que, diante da perda
de seus queridos filhmhos, perguntam: “Não
podias tu, Senhor, ter preservado a vida ao meu filho?” Acontece que,
amando-nos Deus como nos ama, prefere Ele que choremos a morte de um ente
querido a que lhe lamentemos a sorte. Todavia, até mesmo na tristeza o Senhor
nos surpreende com a sua alegria. Aleluia!
2. A prova que consola.
Escrevendo
aos corintios, declara Paulo que somos atribulados, para que, experimentando as
consolações do Espírito,
possamos administrar as
mesmas consolações àqueles que se acham em desespero (2 Co 1.4). Assim é a tribulação do crente — uma
tribulação que consola; uma prova que conforta.
Conclusão
Verdadeiro Deus e criador de quanto existe,
foi o Senhor Jesus submetido às mais insuportáveis provas. Fez-se Ele homem;
tomou a nossa forma; colecionou-nos as dores todas (Is 53.3). Assim, fez-se Ele
nosso perfeito sumo sacerdote.
Jesus é o nosso perfeitíssimo sumo sacerdote; em todas as coisas, provado (Hb 4.15). Ele, porém, jamais cometeu qualquer pecado nem dolo algum achou-se em sua boca. O seu sofrimento foi tão agudo, e tão forte e implacável, a angústia, que veio a rogar ao Pai que, se possível, afastasse de si aquele cálice. Por isso, consola-nos o Cristo: “No mundo tereis aflições; tende bom ânimo: eu venci o mundo” (Jo 16.33). Aceitemos, pois, a pedagogia da prova; Deus quer a nossa perfeição.
COMENTÁRIO DE JÓ
CLAUDIONOR DE ANDRADE
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