Lição 11 - Livro de Provérbios Parte III - (Pv 22.17-31.31)
"Ouve a teu
pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier e envelhecer. Compra
a verdade e não a vendas; sem, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência"
- Provérbios 23.22,23
Texto
Bíblico Básico:
Provérbios
22.17,18;
Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu
coração ao meu conhecimento.
Porque te será agradável se as guardares no teu íntimo, se aplicares todas elas
aos teus lábios.
Para que a tua confiança esteja no Senhor, faço-te sabê-las hoje, a ti mesmo.
25.1-3;
Também estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens
de Ezequias, rei de Judá.
A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em
descobri-las.
Os céus, pela altura, e a terra, pela profundidade, assim o coração dos reis é
insondável.
30.1-3;
Palavras de Agur, filho de Jaque, o masaíta, que proferiu este homem a
Itiel, a Itiel e a Ucal:
Na verdade eu sou o mais bruto dos homens, nem mesmo tenho o conhecimento de
homem.
Nem aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do santo.
31.1,2
Palavras do rei
Lemuel, a profecia que lhe ensinou a sua mãe.
Como, filho meu? e como, filho do meu ventre? e como, filho dos meus votos?
AS PALAVRAS DOS SÁBIOS
Riqueza
e arrogância. Uma
primeira leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza
adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça. Por isso, a
riqueza pode ser fruto da justiça, e a pobreza, às vezes, resultado da
indolência e do ócio (Pv 28.19,20; 29.3). Ninguém, portanto, deve ser elogiado
meramente por ser pobre nem tampouco estigmatizado por ser rico. Salomão,
contudo, sabe que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e à
arrogância (Pv 18.23).
Pobreza e humildade. Devemos considerar, também, que há um tipo de pobreza que é resultado de um determinado contexto sócio-histórico (Pv 28.6). Em Provérbios é evidente que os sábios demonstram uma preferência pelo pobre. Este, mesmo não tendo uma vida econômica confortável, age com integridade e justiça (Pv 28.11). Tal pobre é identificado como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que as riquezas (Pv 22.1; 23.5).
O PODER DAS BOAS PALAVRAS
Em Provérbios, aprendemos que das sete abominações nele alistadas (6.16-19), três são exemplos do emprego malicioso, maldoso e pernicioso das palavras: “língua mentirosa, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos”. O Livro da Sabedoria deixa claro que as palavras podem ser usadas para destruir e, também, para construir. Elas podem ferir gravemente, mas também podem curar (Pv 12.18). Elas podem te animar como desanimar – tudo depende da intenção de quem a usa. Ou seja, a maneira como eu uso as palavras revela que tipo de pessoa eu sou: sábia ou insensata, piedosa ou ímpia, prudente ou imprudente. Uma vez que o propósito do Livro é conduzir o seu leitor pelas vias da sabedoria, o bom uso das palavras não poderia ficar de fora.
A PRUDÊNCIA EM RELAÇÃO ÁS MÁS COMPANHIAS
Os estudiosos modernos da área da educação costumam nos lembrar que tanto a formação do nosso caráter quanto da nossa personalidade ocorrem por meio da socialização. Eles ensinam que uma pessoa aprende atitudes, emoções e valores sendo socializada em uma cultura. Porém, muito antes dos estudiosos, a Bíblia já ensinava que a aprendizagem se dá por meio de contato e convivência com os outros“andando pelo caminho” (Dt 6.7; Pv 4.3-4). Mas ela vai além, quando afirma que a influência das pessoas umas sobre as outras é uma força poderosa, que atinge a todos. Uma mente forte pode tornar-se impotente diante dessa pressão. Até mesmo o individualista mais convicto, em alguns casos, ajusta-se ao estilo de vida dos outros. Essa influência é mais forte do que qualquer um de nós gostaria de admitir. Queremos agir individual e Independentemente, mas, na realidade, ajustamos nosso comportamento, em grande parte, àqueles com quem convivemos. É claro que nem toda pressão que provém dos outros será errada. Entretanto, é preciso cuidado, pois muita pressão que enfrentamos está intrinsecamente ligada ao mal e todos os nossos valores e princípios se desvanecerão se não soubermos como resisti-la. Basicamente, o nosso ambiente social hoje é eticamente pernicioso. A degeneração moral de nossa sociedade tem-se acelerado grandemente nas últimas décadas. Duas causas básicas respondem por essa degeneração: o aumento de nossa riqueza e o crescente impacto da televisão. Jerry White, destacando essas duas causas, faz o seguinte comentário: “Quando nos tornamos mais ricos, nosso foco muda-se do trabalho pela sobrevivência para o prazer pessoal e autoindulgência. Porém, o real ‘modificador da mente’ é indubitavelmente a TV. Nos últimos anos, a televisão tem tido pelo menos tanta influência na educação dos jovens quanto a escola. E, enquanto as escolas públicas deixam de ensinar os valores morais, os programas de televisão refletem a aceitação ampla, pela sociedade, da nova ideologia moral – que reflete padrões cada vez mais baixos. Muitos dos programas mais populares são aqueles que mostram problemas de desvios morais. Com a pressão enorme dos fatores citados, muitos deles diretamente contrários aos ensinos das Escrituras, logo começamos a aceitar os padrões da sociedade. É como se nos tivessem feito uma lavagem cerebral”.
A MULHER SÁBIA E VIRTUOSA
O versículo 10 do capítulo 31 de Provérbios foi registrado da conversa entre a mãe do Rei Lemuel como conselho ao filho, entre outros muitos deste capítulo. Se naquela época era difícil para um homem encontrar uma mulher virtuosa, hoje é mais ainda. É importante salientar que este é o conselho inspirado de uma mãe, uma mulher, para seu filho. Homens sábios procurarão por uma mulher assim. Mulheres sábias, ajustarão suas vidas para serem esta mulher.
O que é uma mulher virtuosa? virtude é um princípio de poder, a força de uma filha de Deus, um exemplo de pensamento e comportamento baseados em altos padrões, que incluem castidade moral, lealdade, fidelidade e pureza sexual e emocional.Para um casamento feliz, o ideal seria que tanto homem quanto mulher vivessem esse princípio ensinado neste provérbio. Deus criou o homem e a criação não se completou sem a mulher. Ele proporcionou a atração entre eles e o poder de criar vidas é Seu presente aos seus filhos. Ele ordenou o primeiro casamento.
Onde encontrar esta mulher? Neste mundo de confusão sobre a identidade da mulher, podemos aprender mais o que é necessário para sermos mais valorosas e preciosas. O que é esta mulher é definido nos versículos seguintes, de 10 a 31. Uma mulher virtuosa o é em todo tempo, em todas as coisas e em todos os lugares. Uma mulher virtuosa teme a Deus e é sábia (Provérbios 1:7) e cumpre Seus mandamentos (Salmos 112:1). Ela rejeitará ideias sobre mulheres que são contrárias à palavra de Deus. Ela não sucumbirá às dificuldades maritais porque sua confiança está no Senhor, não nas dificuldades. Isso também vale para sua aparência onde se veste com modéstia, cuidado dos filhos, respeito aos seus pais e aos pais de seu esposo, seu temperamento e autocontrole. Uma mulher que teme ao Senhor O coloca em primeiro lugar em todas as áreas de sua vida. Ter dignidade depende de saber o próprio valor e não se deixar levar por um vento qualquer em hora de solidão ou carência.
Quem a achará? Um homem que vê não somente sua beleza física, mas sua beleza interior, seu coração repleto de caridade, capaz de amar verdadeiramente. O homem que confia no Senhor e é diligente (Provérbios 18:22 e 19:14). O servo de Abraaão procurava uma esposa para Isaque. Ele encontrou uma que lhe deu água e aos seus 10 camelos sem que ele pedisse! Após a proposta, Rebeca estava pronta, pois temia ao Senhor, e era graciosa e diligente. (Gênesis 24:1-67)
Qual seu valor? Seu valor é imensurável, sua influência imprescindível. Ver-se como uma filha de Deus e não aceitar ser tratada por menos que isso traduz seu valor como herdeira das bênçãos divinas reservadas para sua vida. Mundo afora, quando um homem quer se casar com uma mulher, ele lhe dá um diamante que é mais caro que um rubi. Encontrar um diamante não é difícil. Salomão ao escrever o conselho da mãe do Rei Lemuel explicou qual o valor de uma mulher virtuosa: Ela deve temer a Deus (Provérbios 31:30), ser graciosa (Provérbios 11:16 e 30:21-23), trabalhadora (Provérbios 14:1 e 31:13-29). Uma mulher virtuosa vive sua virtude e reconhece seu valor. Somente assim, ela saberá reconhecer um homem valoroso e virtuoso, se se amar primeiramente.
Seu valor excede ao de joias preciosas. Uma mulher virtuosa não precisa humilhar um homem para se amar e saber de seu valor. Ela entende seu papel na família e no casamento, como esposa, amiga e mãe. Uma esposa que teme a Deus respeitará os convênios do matrimônio (Salmos 34:9), é mais importante do que riqueza (Provérbios 15:16), fonte de felicidade e bênçãos (Salmos 128:1-4), é sábia (Salmos 111:10) e um anjo do Senhor (Salmos 34:7).Uma mãe virtuosa ensina seus filhos nesse caminho. Ela lhe ensina a respeitar todas as criaturas do Senhor. Uma mulher virtuosa não é perfeita, mas busca melhorar a cada dia independente se o mundo ou os outros façam sua parte ou não. Ela trabalha sua auto estima para que seu sorriso traduza seu amor. Uma mulher virtuosa age com ternura e gentileza. Ela sabe usar sua feminilidade e é feliz em sua própria pele. Um homem temente ao Senhor a reconhece e respeita como filha de um Pai eterno. A grande maioria das mulheres mundo afora está buscando encontrar-se. Ajude as mulheres que você conhece a descobrirem sua virtude, e um dia serem achadas, senão por aquele homem valente e gentil, por um Pai que as criou exatamente assim, mais valorosa que qualquer pedra preciosa.
FONTES DE
PESQUISA
http://familia.com.br/fe/mulher-virtuosa-quem-a-achara-o-seu-valor-muito-excede-ao-de-rubis
http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/mas-companhias-barreiras-para-o-cristao/
http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-04-07.htm
http://ebdkoinoniajovem.blogspot.com.br/2010/07/o-poder-da-palavra-luz-de-proverbios.html
“Deus não quer algo de nós. Ele simplesmente nos quer .”
C.S. Lewis
PROVÉRBIOS de Salomão
1- Salomão, rei de Israel
Era filho de Davi e Bate - Seba . Tinha cerca de 20
anos de idade quando subiu ao trono e reinou durante 40 anos, de 971-931 a.C.
Aproximadamente três mil provérbios e mais de mil cânticos são atribuídos a
Salomão. É apropriado considerar que ele tenha escrito grande parte do Livro de
Provérbios, uma vez que foi aclamado o homem mais sábio de sua época (1Rs
4.29-32). Não se sabe nada acerca de Agur, ao qual é atribuído o capitulo 30 de
Provérbios, nem de Lemuel , cujas palavras são registradas em provérbios 31.
Com exceção de Moisés, Salomão foi o autor que escreveu mais textos do Antigo Testamento, Salomão não demonstrou sua força nos campos de batalha, mas no âmbito da mente: meditação, organização, planejamento e negociação. Acredita-se que tenha redigido Cântico dos Cânticos em sua juventude, Provérbios numa idade mais madura correspondente ao auge do seu poder e Eclesiastes quando já era de idade, refletindo sobre sua vida e experiências
PROVÉRBIOS
Salomão tinha o dom da sabedoria, que recebeu de Deus (1Rs 5.12). Seus ditos, portanto, eram inspirados pelo Espirito Santo. Contudo, encontramos em Provérbios apenas uma menção ao Espirito de Deus: Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito e vos farei saber as minhas palavras (Pv1.23). Essa passagem faz parte do convite da Sabedoria personificada de Deus. Segundo o comentário no livro O que a Bíblia diz sobre o Espirito Santo, o verbo derramar “é mais frequentemente usado no sentido de derramar uma torrente de palavras. E usado também, para um derramamento maior do Espirito Santo no futuro, derramamento este que tem ligação com um derramamento de palavras pelas quais o Espírito Santo se expressa”(HORTON, 1995).
2- PROVÉRBIOS, o livro de
O nome deste livro expressa o seu estilo literário.
Um “proverbio”(hebr. mashal , lit. ”ser semelhante a”, “ser comparado com”) é
uma declaração comparativa, normalmente na forma de um ditado curto em vez de
uma declaração extensa.
São afirmações sucintas, porém intensas, extraídas das situações quotidianas e diretrizes práticas para uma vida bem sucedida. Um provérbio não argumenta; ele pressupõe. Seu objetivo principal não é explicar uma questão, mas expressar uma ideia de forma incisiva. Muitos dos ditos proverbiais devem ser considerados diretrizes e, portanto, necessariamente absolutos. As declarações expressam verdades gerais, mas pode haver exceções.
a)
DATA
A maior parte dessa coletânea de Provérbios foi
compilada durante o século X a.C. e assumiu sua forma final entre 729 e 686
a.C.
O Livro de Provérbios visa desenvolver em homens e
mulheres (especialmente os jovens) um modo de vida sábio e competente (Pv 1.7; 9.10).
Na Bíblia, o ponto de partida da sabedoria é um relacionamento correto com
Deus, A pessoa sábia aplica o conhecimento acerca de Deus a fim de viver com
competência. Os ditos sapienciais são prescrições para a sensatez prática.
b)
TEMAS
Os provérbios se referem com frequência ao “caminho”
ou “vereda”, indicando uma conduta ou estilo de vida e apresentando tanto o
objetivo quanto o meio para alcançá-lo. O objetivo é uma vida bem sucedida e o meio, o caminho da sabedoria. Ao longo
desse percurso, quase todas as facetas importantes do relacionamento humano são
mencionadas. O livro de Provérbios é tão relevante nos dias de hoje quanto na
época que foi escrito. A sabedoria acerca dos relacionamentos é perene, Assim
como a natureza do pecado e da sensatez é imutável, a sabedoria acerca dos
relacionamentos também é perene.
c)
ESBOÇO
Introdução
(1.1-7)
I.
Os provérbios de Salomão: Um pai louva a sabedoria (1.8—9.18)
A.
Sabedoria
B.
: o caminho para uma vida competente (1.8—4.27)
1-A advertência acerca da sabedoria (1.8-19)
2-O apelo
da sabedoria (1.20-33)
3-As
recompensas da sabedoria (2.1— 4.27)
B.
Insensatez: o caminho que conduz à morte (5.1—7.27)
1-Uma
advertência contra a imoralidade (5.1-23)
2-Uma
advertência contra a preguiça e a dissimulação (6.1-19)
3-Uma
advertência contra a imoralidade (6.20—7.27)
C. Um
tributo à sabedoria (8.1—9.18)
1. A
origem da sabedoria (8.1-36)
2- O
convite da sabedoria (9.1-18)
II.
Os provérbios de Salomão: a sabedoria em contraste
com a insensatez (10.1—22.16)
A.
Provérbios acerca do sábio em contraste com o
insensato (10.1—15.33)
B.
Provérbios de incentivo à vida piedosa (16.1—22.16)
III. Os ditos dos sábios (22.17—24.34)
A.
Provérbios acerca de várias práticas (22.17—23.35)
B. Provérbios acerca de várias pessoas (24.1-34)
Preceitos e admoestações dos sábios
Os ditos do sábios devem ser ouvidos e atendidos. Esta seção pede que seus leitores coloquem em prática o conhecimento adquirido através das declarações que descrevem a vida sábia e aa insensata (Pv 10.1—22.16). Vários dos provérbios destes capítulos são advertências e apresentam semelhanças com aqueles em que o pai insta seu filho a atentar ás suas palavras (Pv1—9).
IV.
Os provérbios de Salomão compilados pelos homens de Ezequias (25.1—29.27)
A. Provérbios acerca de relacionamentos com outros (25.1—26.28)
B. Provérbios acerca de ações (27.1—29.27)
V.
Apêndice finais (30.1—31.31)
A. As palavras de Agur (30.1-33)
B. As palavras de Lemuel (31.1-9)
C. O acróstico sobre a “mulher virtuosa” (31.10-31)
Esta descrição da mulher sábia e virtuosa termina
com um testemunho daqueles que a conhecem melhor: seu marido e seus filhos. Os
filhos a abençoam por tê-los educado desde cedo; o marido a louva por sua
excelência entre as mulheres. O louvor da família é mais significativo, pois os
familiares a observam em suas situações diárias e conhecem, de fato, o seu
caráter. Este louvor deve servir de incentivo para todos nós seguirmos os
passos e adquirirmos a sabedoria desta mulher extraordinária.
Encontramos muitas mulheres extraordinárias e piedosas ao longo da Bíblia, mas a mulher virtuosa descrita aqui é digna de louvor especial (Pv 31.29). Ao longo dos séculos, inúmeras mulheres têm se admirado com a vida dessa esposa e mãe e sido desafiadas por ela (v.31)
BIBLIOGRAFIA
A Bíblia da Mulher: leitura, devocional, estudo. 2ª
ed. Barueri, SP:
Sociedade
Bíblica do Brasil, 2009.
GOMES,Geziel,
BÍBLIA PARA PREGADORES E LÍDERES.1ª ed.Rio
de Janeiro;Central Gospel 2017.
GOMES,Geziel.
Dicionário do Espirito Santo.1ª ed. Rio de Janeiro:Central Gospel,2010.
Provérbios
III. As Palavras
do Sábio, Trinta Provérbios. 22:17 – 24:22
A seção anterior, 10:1 – 22:16, tinha o
título, "Os Provérbios de Salomão". Era composta quase que exclusivamente
de versículos de duas partes. Esta seção se compõe de unidades mais longas,
geralmente estrofes de quatro partes, ou "tetrastichs" (por exemplo,
os vs. 22, 23). Não concordamos com Oesterley e Fritsch que dizem que, em
22:17, a LXX tem o título, "As palavras do Sábio", porque no grego,
"palavras" está no caso dativo, quando em um título deveria estar no
caso nominativo. A tradução da LXX é um tanto livre, mas substancialmente é
igual ao hebraico, exceto que inclui duas palavras do versículo 18 e no 17. A
frase, "palavras do Sábio", que se encontra tanto no grego como no
hebraico, caracteriza, contudo, devidamente, esta seção.
A. Provérbios que Encontram Paralelo na Sabedoria
Egípcia. 22:17 - 23:12.
Os paralelos nesta seção com a Sabedoria
de Amen-em-Opet foram extraídos de ANET e podem convenientemente ser
localizados pela referência no quadro ao pé da pág. 424 naquela obra. (Com
referência a um comentário desses paralelos e seu significado, veja Introdução,
Provérbios e Outras Obras da Literatura da Sabedoria.)
17.
Inclina o teu ouvido. A semelhança entre este versículo e a introdução da
obra egípcia tem sido muito enfatizada. Mas as expressões "inclina o teu
ouvido" e "ouve" são bastante comuns e encontram-se em outras
passagens dos Salmos e Provérbios.
18. Porque é cousa agradável ... os
aplicares todos aos teus lábios. Não há motivo para alterar esta tradução.
19. A ti mesmo. Toy e Oesterley fazem
objeções a estas palavras por considerá-las redundantes. Mas não devemos julgar
o hebraico através de nossas idéias de redundância. Greenstone cita Pv. 23:15 e
I Reis 21:19 referindo-se a palavras muito parecidas.
20. Excelentes coisas. Comentaristas
mais antigos e a BDB lutaram com esta palavra, a qual vem de uma raiz que
significa três. Apenas foi usada em uma outra frase, três dias antes, com o
significado de anteriormente. A pequena alteração de vogais sugerida pela
evidência egípcia (veja Introdução, Provérbios e Outras Obras da Literatura da
Sabedoria) resulta na tradução de tanta que é uma solução feliz. A palavra,
então, foi usada com referência a trinta provérbios que vem a seguir. Toy
sugere que a menção do escrever neste versículo é fora do comum nos Provérbios
e aponta para uma data mais recente. Oesterley, defendendo a dependência da
obra egípcia, conclui o oposto!
21. A
fim de que possas responder claramente. Oesterley compara isto com o egípcio:
"dar um relatório a alguém que o enviou", referindo-se à devida
transmissão da mensagem. Mas os versículos seguintes não são instruções para
mensageiros! Na realidade, até o egípcio tem obviamente um significado mais
profundo, pois prossegue: "a fim de orientá-lo nos caminhos da vida".
O hebraico usa um plural - "aqueles que te enviam". A LXX
provavelmente tem o significado carreto: "Responda palavras da verdade àqueles
que te interrogam" (cons. I Pe. 3:15).
23. O Senhor defenderá a causa deles.
Isto não tem paralelo em Amen-em-Opet. O egípcio, afinal, só fornece ditados
morais de senso comum. Os Provérbios absorvem esses ditados de muitas fontes e
os transformam no cenário de sua instrução divina.
24. O iracundo . . . o homem colérico.
Literalmente, proprietário da ira ... um homem de cólera. Em 29:22 a
fraseologia é semelhante, mas inversa: "Um homem de ira . . . proprietário
da cólera". O paralelo egípcio é: "Não te associes ao homem acalorado
nem o visites para conversar". Diversas vezes Amen-em-Opet contrasta o
homem "acalorado" como "silencioso", isto é, o impulsivo
versus o humildemente devoto (ANET, pág. 422, n. 7).
25. Para que não aprendas as suas veredas.
O alegado paralelo egípcio, "para que o terror não causa a tua
morte", não impressiona.
26.
Os que se comprometem. Nenhum paralelo se alega para 22: 26,27. Sobre os
perigos da fiança, veja observações sobre 6:1.
28. Não removas os marcos antigos. O
egípcio diz: "Não retires os marcos das fronteiras da terra cultivável . .
. nem ultrapasses as fronteiras da viúva". Remoção dos marcos implica em
falsificação do levantamento topográfico e roubo de terras (cons. Dt. 19: 14 e
27:17). Este versículo não ensina a veneração dos costumes históricos, mas o
respeito pelo direito da propriedade. O provérbio egípcio é parecido, mas
especialmente adaptado ao Vale do Nilo. Alguns têm defendido (Toy, pág. viii)
que a repetição de um provérbio prova a existência. de duas coleções, uma vez
que um autor não repetiria aquilo que já havia mencionado. Contudo, nesta
coleção dos "trinta" este provérbio aparece uma segunda vez; nus com
uma variante no final (23:10). É interessante notar-se que Amen-em-Opet (no
inglês) também tem uma repetição de três linhas no texto (ANET, pág. 422, col.
2; pág. 423, col. 2). Uma vez que tal repetição era aparentemente propositada,
não pode ser usada para provar que houve dois autores. Cons. Introdução,
Coleções de Provérbios.
29.
Um homem perito na sua obra. Considerando que o egípcio diz: "O
escriba que é experimentado no seu ofício, será digno de vir a ser um
cortesão", e porque a palavra perito está um tanto associada com os escribas
no V.T., Oesterley e Fritsch acham que aqui se fala de um escriba. Mas não
temos justificação para tal limitação. Os egípcios em Amen-em-Opet e em outros
lugares ("In Praise of Learned Scribes", ANET, págs. 432, 434)
glorificaram o trabalho dos escribas considerando a sua profissão superior à
todas as outras. O hebreu exalta a diligência em qualquer profissão. Provérbios 23
23:1.
Comer com um governador. Parece superficial dizer, concordando com Fritsch
e Oesterley, que isto se refere às boas maneiras à mesa. Antes, relaciona-se
com o trato da realeza. Prescreve o temor e a prudência diante de um rei. A
questão é que a mesa do rei não é destinada apenas para a sociedade mas também
para as conferências. Temos o quadro de uma festa real acompanhada de discursos
na Letter of Aristeas, linhas 236.274 (R.H. Charles, The Apocrypha and
Pseudepigrapha of the Old Testament, II, 117, 118), onde os emissários judeus
junto a Ptolomeu são experimentados com perguntas feitas pelo rei à mesa. O
paralelo de Amen-em-Opet diz: "Não coma pão na presença de um governador
... olhe para o prato que está na sua frente". As diferenças são tão
grandes quanto as semelhanças. Nos Provérbios a atitude para com o rei (cons.
também 25:6, 7) é a tela de fundo para a advertência de 23:4,5 contra a procura
de riquezas, poder ou vantagens incertas.
2.
Mete uma faca à tua garganta. Ameace o seu apetite com a morte.
5. Fitarás os teus olhos. Literalmente,
se você fizer os seus olhos voarem sobre as riquezas, eles acabarão fugindo. O
alegado paralelo egípcio refere-se às riquezas adquiridas pelo roubo.
6. Os olhos malignos, E.R.C. Não o mau
olhado dos supersticiosos. A LXX também errou sob esse aspecto. A frase aparece
em 28:22, o que não ajuda a esclarecer, mas Greenstone, Toy e Delitzsch
comparam 23:6 com 22:9, onde os "bons olhos" se referem a um homem
generoso. Aqui a idéia correta é o avarento (o invejoso, E.R.A.) O paralelo
egípcio é apenas aproximado. Nem cobices os seus delicados manjares. Repetição
de 23:3. Poderíamos extraí-lo do versículo 3, diz Toy e Oesterley, mas não
temos justificativa para fazê-lo. 8. Perderás as tuas suaves palavras. Cons. o
versículo 9. O "insensato" desprezará a sabedoria das tuas palavras.
Este paralelo ocorre na identificação do "insensato" de 23:9 com o
homem avarento dos versículos 6, 7.
10. Os
marcos antigos. Veja 22: 28. Aqui terminam os paralelos com Amen-em-Opet.
B. Provérbios sem Paralelo no Egípcio. 23:13 – 24:22. De maneira curiosa os
alegados paralelos com o egípcio param subitamente, e os dois últimos terços
desta seção dos "trinta" só tem um alegado paralelo com os trinta
capítulos da obra egípcia.
12. Aplica o teu coração. Uma nova
subdivisão dos "trinta" está indicada com essas palavras (cons, o
título de 22:17).
13. Não retires . . . a disciplina.
Sobre o uso da vara, veja exegese de 13:24.
14.
Livrarás a sua alma do inferno. A palavra alma muito freqüentemente
significa simplesmente a pessoa (cons. Sl. 107:9 e muitos outros exemplos em
concordâncias). A palavra Sheol pode significar e geralmente significa
simplesmente a sepultura (veja Gn. 42 : 38 ; Is. 14: 11 ; e comentário sobre
Pv. 1:12; 2:18). A expressão paralela de 23:13 é "ela não morrerá". O
versículo provavelmente não significa que o bater salvará a alma da criança
(Greenstone), mas que lhe será espiritualmente benéfico e a salvará de morte
prematura (Delitzsch e Toy). Oesterley faz a interessantíssima observação de
que este provérbio tem um paralelo nos provérbios de Ahikar. Mas quanto à
forma, o provérbio é mais parecido com 23:14 na cópia elefantina de Ahikar do
que nas outras cópias, que presumivelmente criaram os originais babilônios. Ele
conclui que os judeus no Egito moldaram o seu Ahikar por este versículo dos
Provérbios. Esta seção dos Provérbios retrocede, portanto, além do século
quinto (cons. Introdução, Provérbios e Outras Obras da Literatura da
Sabedoria).
15. Filho meu. Uma nova subseção
caracterizada por um tratamento mais longo dado aos tópicos.
16. O
meu íntimo, literalmente, rins. A linguagem hebraica usava os rins e o
fígado como termos psicológicos exatamente como nós usamos o
"coração". O "coração" hebraico aproxima-se mais de nossa
palavra "espírito".
20. Não estejas entre os bebedores de vinho.
A palavra saba' só aparece aqui e em Dt. 21:20; Is. 56:12; Naum 1:10. Bebedores
de vinho não é uma tradução exata. A palavra não se refere tanto ao beber
habitual de um homem, mas principalmente ao beber da bebida forte (Is. 56:12).
Delitzsch observa : "beber vinho ou qualquer outra bebida
intoxicante".
21. Comilão. Não parece haver
justificativa para esta tradução. A palavra foi usada em Dt. 21:20; Pv. 23:20;
28:7; Lm. 1:8, 11; Jr. 15:19; e em Sl. 12:8 usou-se um derivado. Em cinco
destes casos o comer nem sequei foi sugerido pelo contexto. O significado
básico é o ser "leviano", "indigno". Refere-se mais à
natureza desenfreada de uma festa do que ao excesso no comer (cons. Pv. 23:20).
Ao que parece, o comer demais por si não é condenado de maneira nenhuma.
26-28. Dá-me, filho meu, o teu coração.
Uma exclamação solene pedindo a atenção do ouvinte. Cons. Pv. 5; 7; 9 quanto à
condenação do adultério. 29. Para quem os pesares? Esta seção parece não ser
exatamente uma condenação ao excesso de bebida, mas uma exortação a que se fuja
da bebida por causa de suas fatais conseqüências finais. Com. comentário sobre
3:10, onde uma bebida não intoxicante foi mencionada.
30. Os que se demoram. Uma palavra,
realmente, derivada da preposição comum "após". Significa
"permanecer atrás". Foi usada no Sl. 127:2 significando
"permanecer acordado" em ansiedade. Foi usada em Is. 5:11 numa
passagem semelhante à nossa para referir-se ao permanecer acordado tarde da
noite para beber. Que tragédia antiga e comum! Bebida misturada. Veja
observação sobre 9:2.
31.
Resplandece no copo.
Ênfase dada à sedução das bebidas. Literalmente, tem aparência. Resplandece. E
se escoa suavemente. Literalmente, vai em frente. Desce suavemente.
32.
Pois ao cabo.
Condenação enfática. "Não olhes" (v. 31) por causa das conseqüências
finais. Você nunca irá montanha abaixo se não começar a descer! Como é forte e
adequada a comparação que se faz com o veneno da serpente! Será que o autor dá
a entender que um pouquinho não faz mal, mas que você não deve ir longe de
mais? Essa não é a nossa atitude para com o veneno da serpente. Picará. O significado
da palavra hebraica é incerta. A mesma palavra foi usada para com a picada da
cobra em ugarítico (Story, op. cit., pág. 326).
33.
Coisas esquisitas.
Antes, mulheres estranhas. A palavra foi usada em Pv. 2:16; 5:3, 20; 7:5;
22:14, sempre com referência a prostitutas. Temos aqui os trágicos companheiros
e conseqüências da bebida – imoralidade, insensibilidade, irresponsabilidade.
Não implica em ter idéias extravagantes que se observe que nenhuma palavra foi
dita aqui sobre a permissão da bebida moderada. Nem se pode alegar honestamente
que as palavras de Pv. 31:4-7 o fazem. Essa passagem menciona o excesso na
bebida para entorpecer os profundamente infelizes. Provavelmente não justifica
tal conduta, mas apenas contrasta a situação de um rei com a do criminoso:
"Outros fazem assim; você não deve fazê-lo".
Se
esta é a conclusão de Provérbios, quanto mais cuidadosos devemos ser nós hoje
em dia. O vinho e a bebida forte dos tempos bíblicos eram como a nossa cerveja
e vinhos leves. Não existia a destilação e por isso não se faziam bebidas
fortes. Hoje em dia, a bebida socialmente tomada converte-se com muita
facilidade em alcoolismo. Também, em uma era mecanizada um simples trago pode
ter conseqüências bem piores para os outros do que 23:35 sugere. Por que,
então, tanto se apegam a uma prática que rapidamente escraviza e tão freqüentemente
degrada? Por que o beber em sociedade não poderia se limitar aos refrigerantes?
Ou, então, se a fuga fornecida pelo álcool constitui o valor da bebida social,
não seria o desejo de "fugir" já um alcoolismo incipiente contra o
qual nosso autor contende? Eclesiásticos, um dos livros apócrifos aceito pelos
católicos romanos, mas não pelos protestantes, contém um tratamento diferente
para atacar o alcoolismo, mas que expressamente permite a bebida moderada
(Eclesiásticos 31:25- 30). Provérbios 24
24:1-3. Com a sabedoria edifica-se a casa. Nesta porção e
nos versículos que vêm a seguir, os pensamentos se assemelham a alguns da
primeira seção, 1:1 – 9:18. Isto indicaria alguma dependência (cons. 9:1).
5. Mais poder tem o sábio. A LXX, a
Siríaca e o Targum diz é melhor do que um homem forte, o que é mais suave.
7.
Alta demais para o insensato. Em 24:7-9, a loucura e o pecado
aparecem novamente como o contraste do padrão proverbial da sabedoria.
10. Se te mostras fraco. Isto envolve
um jogo com as palavras sara, "adversidade", e sar,
"pequeno", "comprimido".
12.
Não o saberá.
Provavelmente este versículo liga-se ao precedente e denuncia as justificativas
inconsistentes dos mortais. Estes versículos insistem em que somos guardadores
de nossos irmãos. E não pagará. O pensamento parece-se com o de Sl. 62:12, mas
as palavras não são idênticas. Reaparece em Mt. 16:27. 13. Filho meu. Outra
subseção desta divisão dos "trinta".
14. A
tua esperança.
Cons. 23:18.
17. Quando cair o teu inimigo. O mesmo
pensamento de 17:5. Oesterley e Fritsch opõem-se ao último pensamento de 24:18
– que se não nos regozijarmos, o Senhor continuará punindo nossos inimigos;
caso contrário ele os poupará! Toy, Delitzsch e Greenstone não aceitam este
ponto de vista com tanta severidade. Da mesma forma, se aceitarmos Rm. 12:20
(citação de Pv. 25:21, 22) com o mesmo rigor, teríamos de alimentar nossos
inimigos a rum de que eles fossem condenados com maior severidade! Antes, estas
expressões apresentam os resultados dessas questões, não os propósitos.
19.
Não te aflijas. Este versículo é idêntico ao Sl. 37:1, exceto pela última
palavra. Com referência a outras citações, veja 30:5. IV. As Palavras do Sábio,
Apêndice. 24:23-34. A razão principal para considerarmos este trecho
separadamente é que com 24:22, os "trinta provérbios" chegam a um
fim. Toy e Delitzsch, que escreveram antes da seção dos "trinta" ter
sido sugerida, falam desta seção como de um apêndice ou suplemento dessa
porção, como de fato deve ser. O material não é muito diferente. A LXX insere
30:1-14 antes desta seção.
23. Parcialidade no julgar. Cons. 18:5.
26.
Como beijo nos lábios.
Fritsch, Oesterley e outros observam que o beijo nos lábios não foi mencionado
em nenhuma outra passagem do V.T. Toy acha que o costume veio dos persas. Outro
argumento do silêncio! Está positivamente mencionado em ugarítico (C.H. Gordon,
Ugaritic Literature, pág. 60).
29. Como ele me fez a mim. Isto é
realmente uma declaração da regra de ouro (Lc. 6: 31). Foi lindamente expresso
aqui, mas também em outras passagens (20:22; 17:13; 25:21, 22). Este ele Nado
princípio ético não se opõe à legislação mosaica que estipula "olho por
olho" (Êx. 21:24; Lv. 24:20; Dt. 19:21). Esta particular lei mosaica era
para os juizes, e exigia que a penalidade fosse de acordo com o crime.
Provavelmente não tinha a intenção de ser literalmente executada, e não temos
exemplos de sua aplicação literal no V.T. Era e é um princípio de justiça.
Cristo (em Mt. 5:38) não contradisse este princípio da lei do V.T., não se opôs
à interpretação farisaica que permitia vingança
(The Inspiration and Canonicity of the Bible do autor, pág. 50- 52).
Encontramos o paralelo disto (24:29) em Counsels of Wisdom da Babilônia (ANET,
pág. 427). Afinal, não é a ética do Cristianismo que se destaca como única –
Deus deu consciência a todos os homens. A ética do Cristianismo é a mais
elevada, mas o elemento único é a redenção. 30-34. Campo do preguiçoso. Veja
comentário sobre 6:6-11. Os últimos versículos das duas seções são praticamente
idênticos. uma atitude de vingança (The Inspiration and Canonicity of the Bible
do autor, pág. 50- 52). Encontramos o paralelo disto (24:29) em Counsels of
Wisdom da Babilônia (ANET, pág. 427). Afinal, não é a ética do Cristianismo que
se destaca como única – Deus deu consciência a todos os homens. A ética do
Cristianismo é a mais elevada, mas o elemento único é a redenção. 30-34. Campo
do preguiçoso. Veja comentário sobre 6:6-11. Os últimos versículos das duas
seções são praticamente idênticos.
V.
Provérbios de Salomão, Editados pelos Homens de Ezequias. 25:1 - 29:27.
A LXX
insere 30:15 - 31:9 antes desta seção. O significado do título é obscuro.
Começa como os títulos de 1:1 e 10:1, exceto que também estes fazem-nos pensar
em 24:23. Mas o que os homens de Ezequias fizeram? Reuniram, editaram ou
transcreveram? O verbo "copiar" Significa "ser velho" ou
"remover". Oesterley e Fritsch defendem que o significado de "copiar"
é muito recente. Na verdade, tem sido usado em tempos pós-bíblicos, mas nossa
prova em relação às atividades literárias não são suficientes para negar sua
existência em épocas mais remotas. Toy diz que a referência a Ezequias não tem
mais valor do que os títulos dos Salmos ou títulos dos livros proféticos!
Podemos acrescentar, nem menos valor. Oesterley cita a tradição do Talmude que
diz que Ezequias editou os Provérbios e o Eclesiastes. Ele explica a tradição
asseverando que ela surgiu porque Ezequias tinha na corte um escriba notório,
Sebna! (Is. 37:2). Oesterley esquece que outros reis – como todos os reis –
tinham escribas (II Sm. 8:17; I Reis 4:3) cujas obrigações eram aparentemente
militares mais que literárias. Mas convocavam os soldados para o exército. É
mais seguro apenas considerar este título pelo seu significado visível. Aparece
na LXX e portanto é pelo menos anterior a 200 A.C.
Provérbios 25
2-7.
A glória dos reis.
Um trecho pequeno sobre os reis. Observe nos versículos 2 e 3 a repetição das
deixas traduzidas para esquadrinhálas e insondável. Também nos versículos 4 e 5
o provérbio secular sobre a refinação está ligado a uma máxima moral pela
repetição de tira. O rei ideal está firmado na justiça. Fritsch observa que a
referência aos reis apóia uma data pré-exílica. 11,12. A palavra dita a seu
tempo. A figura de linguagem é difícil de interpretar porque o nosso vocábulo
das frutas hebréias não é extenso. Delitzsch diz que maçã de ouro são laranjas;
Toy diz que do marmelos. Mais importante é que a palavra dita a seu tempo do
versículo 11 é igual ao sábio repreensor do versículo 12.
13. Como o frescor da neve. Outra linda
comparação. Mas isto não significa uma nevada na estação das colheitas
(março/setembro) que não é normal e seria desastroso. Refere-se a um gole de
água fresco ando das montanhas cobertas de neve ou a uma viagem refrescante às
mesmas.
15. Esmaga ossos. A brandura consegue
coisas difíceis se você tiver paciência. 16,17. Na casa do teu próximo. O
versículo 16 serve de tela de fundo ao 17. Os dois versículos estão ligados
pelos verbos fartar-se e enfadar-se, que no hebraico é um só. 18. Falso
testemunho. As palavras de 18a citam o nono mandamento. Para outras citações,
veja 30:5.
20. Vinagre sobre salitre, E.R.C. A
química é simples e interessante. O salitre era colhido nos lagos de álcalis do
Egito. Era chamado "natron" pelos egípcios. A reação produz dióxido
de carbono que borbulha violentamente. A comparação não enfatiza a
"alegria" como diz Oesterley, mas antes a violência. A E.R.A. segue a
LXX traduzindo para feridas, mas provavelmente a LXX interpretou mal a química.
A observação no rodapé da RSV observa de maneira estranha: "No heb.
lixívia". Isto não se encaixaria nem na química nem no vocabulário. O
natron egípcio era notável fonte de salitre até que Napoleão, notando o seu
valor na campanha egípcia, ofereceu um prêmio para a sua síntese industrial. 21,
22. O que te aborrece. Veja observações sobre 24:17. Citado em Rm. 12:20 na
forma da LXX, que segue de perto o hebraico. 24. Mulher rixosa. Paralelo com
29:9. Mulher de discórdia. Veja observações sobre 19:13. 26. O justo que cede.
O verbo no hebraico significa convencer. Delitzsch, Oesterley e Fritsch acham
com acerto que se refere à deserção da moral.
27.
Procurar a própria honra. O versículo é difícil de ser entendido, embora as
palavras tal como se encontram não sejam desconhecidas. Muitos escritores dizem
que o versículo está completamente torcido e não faz sentido (Fritsch,
Oesterley e Toy). Também seria lógico dizer que há nele uma expressão
idiomática escondida na expressão condensada, cujo significado nos escapa.
Greenstone segue a AV. Delitzsch muda algumas vogais e obtém: procurar coisas
difíceis é honroso.
28.
Que não tem domínio próprio.
Muito parecido com 16:32.
Provérbios 26
26:1. Insensato. Os versículos 1-12
constituem uma subseção sobre a questão dos insensatos. Veja exegese de 10: 8.
Aqui se refere à loucura moral.
4, 5.
Não respondas ao insensato. Um famoso amo de aparente contradição que não é
real. O equilíbrio se deve ao contraste artístico dos provérbios, não um erro.
Sob um certo aspecto deve-se responder ao patife; em outro sentido, não. Estes
versículos levaram alguns dos antigos rabinos judeus a duvidarem da
canonicidade dos Provérbios! Mentes mais sóbrias vêem através da dificuldade.
8. Na funda, E.R.C. Não a palavra
costumeira para "funda". Talvez "como alguém que coloca pedras
em um monte".
10.
Como um flecheiro que a todos fere. Todos os comentários admitem a
dificuldade deste versículo. A LXX diverge muito. Fere pode ter muitos
significados. Flecheiro é possível, mas flecha também é possível (cons. Jó
16:13). A possibilidade é: "Uma flecha fere a todos; assim é aquele que
recompensa um tolo e um transgressor".
11. Como o cão que torna ao seu vômito.
Citado em II Pe. 2:22, 12. Um homem que é sábio o seus próprios olhos. Esta
atitude orgulhosa é repetidas vezes chamada de pecado (3:7; 26:5, 16; 28:11).
Até mesmo é possível que seja o clímax depois de toda a discussão sobre o tolo;
isto é, um homem cheio de orgulho é pior.
13-16. O preguiçoso. Veja comentários
sobre 6:6.
15. Mete a mão no prato. Praticamente
idêntico a 19:24.
17. Quem se mete em questão alheia. O
texto hebraico diz: 'ober mit'abber, "passando e se exasperando". A
AV, seguindo a Siríaca e a Vulgata, traduz como se a palavra fosse mit'areb. Do
mesmo modo Delitzsch está certo fazendo o "passando" referir-se ao
cão (também Oesterley). "Como aquele que toma pelas orelhas um cão que
passa" é aquele que se intromete nas questões alheias.
22. Maldizente. Este versículo é igual
ao 18:8. Veja comentados sobre 20:19.
23. Escórias de prata. Uma palavra nova
usada em relação ao polimento da cerâmica na literatura ugarita explica este
versículo. As duas palavras "escórias de prata", kesep sigim,
deveriam ser uma só palavra significando "como polimento", com as
consoantes kspsg (cons. H.L. Ginsberg, "The North Canaanite Myth of Anath
and Aqhat", BASOR, Nº 98, Abril, 1945, pág. 21, e W.F. Albright, "A
New Hebrew Word for Glaze in Proverbs 26:23", ibid, págs. 24, 25).
24. Aquele que aborrece. Repetido em 26:26 como palavra para explicar o pensamento.
Provérbios 28
28:1. Os perversos. Embora aqui não
haja um título, muitos escritores entendem que aqui começa uma nova sub-seção.
Os provérbios dos capítulos 28 e 29 fazem-nos lembrar daqueles que se encontram
na segunda seção (10:1 – 22:16), com seus freqüentes contrastes entre o bem e o
mal.
2.
Mudam-se . . .
os príncipes. Seus reinados são rápidos e cheios de problemas.
4. Os
que desamparam a lei.
Toy está certo em destacar que m palavras implicam em uma lei codificada, como
a lei de Moisés. Ele conclui, portanto, que o versículo é posterior. Podemos
também argumentar que a Lei seja anterior! Se indignam. Opõem-se aos perversos.
Oesterley observa que "desamparar a lei" concorda melhor com o
período grego. Como se o povo de Deus em outros períodos fosse sempre fiel!
8.
Juros.
Veja observações sobre 6:1.
9. A
sua oração será abominável. Por ser insincera (cons. 20:4).
13. O que as confessam. Oesterley
argumenta que este é um uso posterior da palavra (embora apareça no salmo 23 de
Davi sobre a penitência). Toy e Fritsch observam que aqui o perdão depende não
do sacrifício mas da ética. Esta é uma boa argumentação do silêncio. O salmo 32
também omite a menção do sacrifício. Mas o outro salmo davídico sobre a
penitência, o 51, incentiva o sacrifício nos versículos 16-19. Estes versículos
foram desligados por W.R. Taylor (IB, ad loc.) por considerá-los um apêndice
posterior. O fato é que Deus exige ambos, a contrição e o sacrifício.
14. No
mal. Problemas, calamidades.
17. Carregado do sangue. Toy, Oesterley
e Fritsch declaram o hebraico sem nexo. Mas Greenstone relaciona o versículo
com homicídio. A raiz 'shq aparece no siríaco com o significado explícito de
"acusar". Um homem acusado de derramar o sangue de uma pessoa fugirá
para a cova (ou a sepultura). Eles não o apóiam. O verbo ‘ashaq foi
provavelmente escolhido para contrastar com 'aqash do versículo 18. 21.
Parcialidade. Cons. 18:5 quanto a referências semelhantes.
22. Olhos invejosos. Cons. 23:6. 23.
Depois. Literalmente, depois de mim. Toy, Oesterley e Fritsch insistem na sua
delegação. Uma simples mudança de vogal torná-lo-ia facilmente traduzível:
"Um homem repreendendo outro".
25. O
cobiçoso.
Uma frase semelhante aparece em 21:4. 26. O que confia no seu próprio coração.
Um contraste deliberado com o versículo 25, "o que confia no Senhor".
28.
Quando sobem os perversos. Paralelo a 28:12, com pequenas variações. Provérbios 29
29:4.
O amigo de impostos.
A palavra impostos geralmente se refere às ofertas alçadas do Templo. Mas
refere-se claramente aos impostos em Ez. 45:13, 16; portanto aqui pode ser
aceito como referindo-se a impostos pesados demais, ou a presentes com o efeito
de suborno. Não é a palavra geralmente usada para "suborno".
5. O homem que lisonjeia. Cons. 26:28;
28:23. 8. Alvoroçam a cidade e não colocam armadilhas.
10. Aos retos procuram tirar-lhes a vida.
O uso de procuram não parece admitir a idéia de "procurar auxílio".
Portanto, Oesterley e Fritsch declarara a segunda linha sem nexo. Delitzsch e
Greenstone resolvem a questão satisfatoriamente fazendo o "eles"
referir-se aos sanguinários – aos retos procuram tirar-lhes a vida.
11. Expande toda a sua ira. Ira e não
pensamento (também Delitzsch, Oesterley, RSV).
15. Observe o paralelo em 19:26. Vem a
envergonhar a sua mãe.
16. Quando os perversos se multiplicam.
Multiplicam é a mesma palavra traduzida para "autoridade" no
versículo 2, mas aqui se aplica aos perversos. Oesterley observa: "Veja
observação sobre o versículo 2, onde ocorre a mesma leve corrupção do
texto". Nós diríamos antes: "Veja o versículo 2, onde Oesterley torna
a forçar levemente o texto!" Não parece lógico aceitar que a mesma
corrupção fosse feita em dois versículos sem boas razões.
18. Não havendo profecia. Este famoso
versículo tem sido muitas vezes citado erradamente porque a palavra profecia
(visão) tem sido tomada com novo significado desde 1611 A.D. No hebraico
significa "onde não há visão profética, o povo perece". A E.RA. está
certa, não havendo profecia. O provérbio não se refere à necessidade de alto
idealismo, como normalmente ocorre. Não há nenhum apoio para o comentário de
Fritsch aqui e em 13:13 que diz que os Profetas do V.T, já tinham sido
canonizados e os Escritos ainda não. (A Inspiration and Canonicity of the Bible
do autor, nas págs. 138-148, dá evidências da canonização dos Escritos.)
Corrompe. Antes, ignora o controle.
22. O iracundo. Palavras parecidas às
de 15:18; 22:24.
24. Denuncia. Cons. Lv. 5:1, que exige
confissão dos parceiros na culpa.
25, 26. Quem teme ao homem e aos
governantes. Esse temor é sobrepujado pelo temor a Deus (cons. 18:10).
VI. Apêndices Finais. 30:1- 31:31.
Provérbios 30
A. Palavras de Agur. 30:1-33. A LXX divide
estes últimos capítulos em quatro partes: 30:1-9 está localizado depois de
24:22; 30:10-33 e 31:1-9 se encontram depois de 24:34; 31:10-31 está no final
do livro. A referência feita a Agur é difícil de entender. De Agur, Jaque,
Itiel e Ucal (v. l), nada sabemos. Além disso, o tempo e a residência do autor
também são obscuros. À vista das dificuldades apresentadas pelo texto, Toy e
Oesterley acham que está desanimadoramente desvirtuado. Agur e os outros nomes
próprios não aparecem na LXX, que começa assina: "Meu filho, respeite
minhas palavras, aceite-as e arrependa-se. Assim diz o homem àqueles que crêem
em Deus, e eu concluo". Nesta versão, as palavras hebraicas por vezes
traduzidas para Itiel e Ucal são provavelmente substantivos comum ou verbos. O
siríaco traduz o nome Ucal para prevalece e só traduz Itiel uma vez. As vogais
de nosso atual texto hebraico foram inseridas posteriormente e aparentemente
servem para confundir esta seção. As consoantes originais, entretanto, parecem
que eram muito achegadas ao que está representado na LXX e na Siríaca, e em
nosso hebraico moderno.
1.
Não temos motivos para fazer este primeiro versículo ter esta aparência
Palavra de Agur, filho de Jaque, o oráculo enunciado pelo homem. Os nomes Itiel
e Ucal apresentam mais de um problema. A explicação menos costumeira sugerida
foi a de Charles C. Torrey ("Proverbs Chapter 30", JBL, LXXIII, 1954,
93-96). Ele argumenta que estas palavras não são nomes mas uma frase aramaica.
As letras conforme aparecem no original, com vogais ligeiramente diferentes,
podem ser traduzidas para: "Eu não sou Deus". Formam então um
contraste com o versículo 2: "Pois sou mais estúpido que um homem". A
favor da sugestão de Torrey está o fato bem conhecido de que em 31:2 a palavra
aramaica usada para "filho" foi usada três vezes.
4. Qual é o seu nome, e qual é o nome
de seu filho. O orador busca a resposta ao quebra-cabeças do universo em
palavras que fazem lembrar o desafio divino feito a Jó, em 38:4-9. Ele busca a
Deus. A pergunta sobre o filho de Deus é peculiar. Greenstone nega que a
palavra se aplique a Israel, Moisés ou o Logos, mas não apresenta uma sugestão
positiva que se refira ao mediador na criação, revelado finalmente como o Filho
de Deus. Ele observa acertadamente: "Ele não teria se aventurado a fazer
uma pergunta assim se não tivesse idéia de que Deus não é uma unidade que não
tenha complexidade em Si mesmo".
5. Toda palavra de Deus é pura. Este
versículo foi citado ao pé da letra do Sl. 18:30, substituindo a forma aramaica
de Deus em lugar de "Senhor". A idéia é que a resposta de sua busca
se encontra na Palavra de Deus. Cons. outras citações do V.T. em 1:16; 3:11;
20:24; 24:19; 25:18; 30:5.
6. Nada acrescentes. De Dt. 4:2.
Oesterley e Fritsch estão certos em considerar isto uma referência às Escrituras.
Oesterley, entretanto, insiste que não encontra apoio para a terceira divisão
do V.T. não estar completa até o período cristão. Os pergaminhos do Mar Morto
mostram que o cânon do V.T. estava completo no segundo século A.C. pelo menos.
Veja exegese de 29:18. 7-33. Provérbios numerais (cons. Introdução, Proverbs
and Other Wisdom Literature). Nesta seqüência de três coisas, sim, quatro , é
provável que a quarta, que é o clímax, seja a enfatizado. O autor defende que
nas Beatitudes também existe esta disposição com o uso do clímax nos dois
grupos de quatro bênçãos: Mt. 5:3-6; 7-10; veja também Lc. 6:20-23; 24-26. Os
ensinamentos de Jesus no método proverbial e climático enfatizam o quinto item.
8. Dá-me o pão que me for necessário. No hebraico está: que me é destinado. 10.
Não calunies (Delitzsch). Este provérbio é o único desta seção que se encontra
isolado, diz Oesterley. Toy pensa que está fora de lugar. Mas do mesmo modo,
como em 6:14-19, o provérbio numeral começa com um pensamento que foi reiterado
na declaração conclusiva. "Não calunies o servo", diz o versículo 10.
O item que forma o clima mencionado no versículo 14 fala de alguém que tem
"os dentes como facas".
15. A
sanguessuga.
Este provérbio tem ocasionado muitos comentários por causa da obscuridade da
idéia. Toy e Oesterley concluem que o texto foi corrompido. Delitzsch repete no
meio do versículo 15 a referência à sepultura e ao ventre estéril do 16. A LXX
designa três filhas à sanguessuga. Nosso problema está na insistência. Tudo o
que o provérbio numeral exige é uma tela de fundo para estabelecer o clímax. O
versículo 7 refere-se a duas coisas; cons. observações sobre o versículo 17. As
duas filhas insaciáveis da sanguessuga no versículo 15 apenas constituem o pano
de fundo para o 3 e o 4 do 15 e do 16. O sábio sabia contar!
17. De
quem zomba do pai.
Um versículo, fora de lugar, dizem Oesterley e Fritsch. Conforme se nota acima,
faz parte de uma seqüência regular - 2 mais 3, sim 4. Zombar do pai e desprezar
a mãe constitui o pano de fundo para o três e o quatro dos versículos 18 -20.
19. O caminho do homem com uma donzela.
Esta donzela é a famosa palavra ‘almâ, "donzela", usada em Is. 7:14;
Gn. 24:43 (referindo-se à Rebeca); Êx. 2:8 (à Miriã); Sl. 68:25; e Cantares
1:3; 6:8 (onde as "virgens" se distinguem das rainhas e concubinas).
A palavra não se refere em nenhum lugar a uma mulher casada. Significa uma
virgem e uma virgem jovem. A raiz significa "esconder". Provavelmente
a palavra se refere a uma jovem que ainda está na casa de seu pai. Toy,
Oesterley, Fritsch e Greenstone defendem que nosso versículo não se refere às
maravilhas da corte, mas aos mistérios da procriação. Mas Delitzsch destaca que
existem outras palavras – "macho e fêmea", ou "homem e
mulher" – para exprimir este pensamento. Aqui as palavras são
literalmente, homem forte e donzela. Delitzsch acha que o provérbio se refere
ao pecado, à imoralidade oculta. Contudo, a "virgem" parece ficar em
contraste com a adúltera do versículo 20. E o adultério, conforme repetidas
vezes descrito nos Provérbios, jamais foi representado como sendo maravilhoso
ou "além do entendimento". Parece que não há nenhuma boa razão para
que um ponto de vista mais romântico seja mantido: Maravilhosa é a corte que
termina finalmente nos mistérios do amor e da vida gerada. 21-31. Três grupos
de provérbios sobre a autoridade e a realeza. A idéia dos dois primeiros não é
nítida, fazendo cada um dos três uma referência ao rei. Talvez os dois
primeiros realçando especialmente o último.
23. A serva, quando se torna herdeira.
Uma situação invertida como a de um servo que se toma rei.
25. As formigas. Veja comentários sobre
6:6-8.
26. Os arganazes. Não coelhos,
que não vivem nas rochas, mais provavelmente texugos, animaizinhos peculiares,
remotamente relacionados com os rinocerontes (ISBE, artigo, "lebre").
As lebres estão classificadas como impuras pela lei mosaica (Lv. 11:5; Dt.
14:7), por que ruminam. Alguns objetam dizendo que as lebres não são ruminantes
e só aparentam sê-lo. A descrição em Levítico, contudo, provavelmente não tem a
intenção de ser uma descrição científica de ruminantes, mas apenas uma
classificação baseada sobre os hábitos ruminantes facilmente observáveis desses
texugos das rochas. O hebraico talvez não signifique mais do que isso.
27. Os gafanhotos. Não a cigarra comum
nem a cigarra de ciclo larvar de dezessete anos.
28. O
geco [lagartixa, Trad. Brasileira]. As opiniões diferem quanto à tradução
desta palavra, mas Delitzsch apresenta bons argumentos quanto ao significado de
"lagarto" – um animalzinho que se pode pegar nas mãos e que invade os
palácios dos reis.
31. O galo. O significado da palavra
hebraica é incerto. A RSV diz o galo pomposo, mas os argumentos de Delitzsch
para gato são razoáveis. A quem não se pode resistir. A palavra hebraica é
desconhecida. A tradução da LXX, falando publicamente diante de sua nação, é a
melhor de todas as traduções que temos.
Provérbios 31
B. Palavras de Lemuel. 31:1-9. A LXX omite o
nome de Lemuel em 1 e 4. O siríaco o traduz por Muel.
1. De
Massá.
Esta é a palavra para o oráculo profético. Mas pode ser o nome de um lugar
(Lemuel, rei de Massá). É difícil explicar a ausência do artigo junto a
"rei", mas não há artigos nesta seção, talvez por causa da influência
aramaica. Parece mais fácil traduzir a primeira parte como um título: "As
palavras do Rei Lemuel, uma profecia, palavras que lhe ensinou sua mãe".
2. Que te direi meu filho? Três vezes a
palavra "filho" foi usada na forma aramaica bar, como no Sl. 2:12.
3. Os reis. Novamente, uma forma
aramaica. 4. Não é próprio dos reis. A escolha do negativo é peculiar, como em
12:28. A LXX segue um texto diferente, mas o hebraico parece o preferível.
Delitzsch sugere esta tradução: "Que não seja . . . " É a tradução
mais difícil e, conforme geralmente se aceita, a mais difícil é a preferida.
6. Dai bebida forte. Conforme
mencionamos em 23:31, isto não constitui Uma permissão para ingerir bebida
alcoólica com moderação, como Fritsch sugere, nem um conselho cínico
(Oesterley). Talvez recomende o álcool como remédio (Toy). Delitzsch menciona o
vinho oferecido nas execuções pelas mulheres nobres de Jerusalém, com base
neste versículo (cons. Mc. 15:23). Mais provável, contudo, é que o versículo
seja um comparativo negativo (cons. 8:10). Apesar dos outros, você não deve
tomá-lo. Vinho, mulheres e música constituem o velho trio aviltante. Um rei tem
uma responsabilidade mais elevada, conforme vemos nos versículos 8 e 9.
C. Poema Alfabético Sobre a Mulher
Virtuosa.
31:10-31. O alfabeto nesta obra está
completo, como em Lamentações 1 e Salmo 119. (Lamentações 2, 3 e 4 têm as
letras Ayin e Pe invertidas. Alguns dos salmos alfabéticos têm irregularidades
menores.) Considerando que foi descoberto um alfabeto ugarítico datado do
século quinze, obras alfabéticas já não precisam mais ser consideradas como
mais recentes.
10. Mulher virtuosa. Literalmente, uma
esposa nobre. A mesma frase como em 12:4. Fritsch faz observações sobre o
elevado status da mulher apresentado em 12:4; 18:22; 19:14 e outras passagens.
15.
Mantimento à sua alma. As palavras hebraicas para alimento e porção são
fora do comum, mas foram usadas de maneira muito semelhante em 30:8.
16. Examina uma propriedade. Oesterley
observa que isto é um exagero, uma vez que "essas coisas estavam
inteiramente fora da esfera de atividades de uma mulher". Poderemos
realmente ser assim dogmáticos? Não temos a tendência de julgar o Israel antigo
segundo os moldes dos árabes modernos?
18. Lâmpada. O candeeiro dos tempos
antigos. Será que isto se refere a um costume de manter as lâmpadas acesas a
noite inteira? O significado é que ela tem abundância de azeite. Contraste com
Mt. 25:8.
19.
Fuso ... roca.
A palavra para "fuso" só foi usada aqui. "Roca" em um outro
lugar parece significar "cajado". A mulher hebréia não tinha roda de
fiar, mas girava uns pesos com a forma de rosquinhas sobre varetas, para formar
fios. Isto constituía seu fuso. Atualmente a palavra foi encontrada no ugarita
referindo-se a um instrumento feminino, mas o contexto acrescenta poucos
detalhes (Story, op. cit., pág. 329).
21.
Escarlate.
A LXX diz dupla, usando vogais diferentes. Isto se encaixaria bem por causa da
menção do frio, mas a mudança não é necessária. A palavra significa roupa boa.
26. Sabedoria. Suas virtudes não se constituem de mera diligência. A sabedoria, a bondade e a nobreza também são suas características - o que não acontece com uma mulher. indolente. Estas virtudes, típicas no Livro de Provérbios, são rematadas pelo fato dela "temer ao Senhor" (v. 30; cons. 1:7). O livro termina como começa, com aquela sabedoria que teme ao Senhor.
Provérbios
(Comentário Bíblico Moody)
V. PALAVRAS DE AGUR (30;l-33).
O aspecto vívido deste capítulo se deve, em
grande parte, à humildade profunda do
autor, confessada nos w. 1:9 e expressada pela sua rejeição de todas
as formas da arrogância e pela sua observação fascInada e cândida
do mundo e dos
seus amigos. Nos
agrupamentos dos homens e das
criaturas, às vezes há uma lição
espiritual, declarada ou
subentendida; em nenhum ponto, porém,
insiste-se nas lições, e a atitude
predominante é de um interesse agudo e, muitas vezes, encantado, que nos
convida a dar outra olhada no nosso mundo,
com o olhar de um homem de fé que
é um artista, e um observador do
caráter. Cf. as palavras do salmista: “Considero nas obras das tuas mãos” (SI
143:5).
30:1-9. O Sábio Olha Para Cima.
30:1. Agur, filho de Jaque. 1 Reis
4:30, 31
fala de vários sábios além de Salomão.
Não há necessidade de achar
aqui (com Vulg.) um pseudônimo de Salomão,
o que exigiria uma interpretação rebuscada. Ver a Introdução, págs.
17ss.
de Massá: “O
oráculo” traduziria mais corretamente o heb.
harn- massa , e isto,
sendo a interpretação
certa, ressaltaria a
autoridade daquilo que se segue. Algumas traduções modernas, no entanto,
supõem que houve um leve erro ortográfico, e lêem de Massá (um nome ismae-
lita de
um clã ou de um
lugar, Gn 25:14,
16). Esta possibilidade
é reforçada pelo fato de que o heb.
em 31:1 pode ser lido assim sem alteração;
não se chega, porém, à certeza absoluta.
“A Itiel; a Itiel e a
Ucal”
(ARC); as consoantes heb. desta frase podem ser revocalizadas para se
lerem: Fatiguei-me, ó Deus; fatiquei-
-me, ó Deus, e
estou exausto, o
que introduz muito
bem o tema
de abertura. As versões antigas também eliminam os nomes próprios, mas não concordam entre si quanto à tradução,
que está aberta à discussão.
30:2-4. A vã especulação do
homem. Embora haja
no v. 2 uma corrente de
ironia contra a
auto-suficiência do homem
mediano, os w. 3,
4 mostram que ela
brota de
uma consciência urgente
da ignorância e
limitação da experiência
de um mero
ser humano, especialmente do
próprio escritor. Da sua maneira bem
própria, assevera que a reverência é o
começo de todo o conhecimento (cf. 1 Co 8:2).
Santo
está no plural, e sem o
artigo, como em 9:10 (ver a
nota).
O eco (no v. 4) do Livro de Jó (e.g. cap.
38) é reforçado pelo seu emprego
da forma característica, Eloah,
do nome de
Deus no v. 5.
(Ver a Introdução, pág. 22).30:5, 6. A revelação perfeita de Deus. Esta declaração
segue imediatamente após a confissão anterior,
respondendo a qualquer possível agnosticismo.Pura (lit.
“refinada (por fusão)”):
são livres de
escórias (cf. SI 12:6:
“prata refinada em
cadinho de barro,
depurada sete vezes”); não há, portanto,
lugar para nossas dúvidas (5b),
nem para melhorias delas (6).
Nota-se, em 5b, que o alvo da revelação é promover a confiança, e não
o mero conhecimento; esta confiança vai
além das palavras, chegando até Quem as
falou.
30:7-9. Não me deixes cair em
tentação. Os dois
pedidos, que se convergem num
só alvo, dizem respeito a
(a) o caráter
(8a), e (b) as
circunstâncias, que são um perigo para o caráter (8b, c,
9). A oração confirma a humildade que foi expressada nos w. 2ss.,
mostrando que se trata de (a) humildade de ambição (um anseio — antes
que eu morra— pela integridade conforme a vontade de Deus, não de “grandes
coisas para si”, e (b)
a humildade do auto-conhecimento —
pois (conforme indica Toy)
poderia ter orado, pedindo a capacidade
de empregar corretamente a
pobreza ou as
riquezas, mas conhece
bem demais a sua
própria fraqueza.30:10-33. O Sábio Olha
em Derredor .30:10. Eqüidade para os
desprivilegiados. Este provérbio tem uma posição bem
apropriada entre a
oração de 7-9 e os
retratos nos w. 11-14,
porque a arrogância (11) cria opressão (14), enquanto o temor a Deus (7-9) dá origem ao
respeito para com os fracos. Se o servo
for inocente, sua maldição terá valor (cf. 26:2), pois existe um Juiz.
30:11-14. Quatro facetas da arrogância. Aqui há
apenas uns flagrantes que se colocam diante do leitor,
sem comentários, para demonstrar, na sua forma plenamente desenvolvida, a
arrogância contra a qual foi proferida a oração em 7-9. Talvez se possa
descobrir uma seqüência, a partir de uma infância ímpia (11), para a brutalidade bem treinada (14); de
qualquer forma, o orgulho é visto
como algo que corrompe a atitude da pessoa para com seus superiores (11), para consigo mesmo (12), para com o mundo em
geral (13), e com aqueles que supõe serem seus inferiores (14).
30:15, 16.
A concupiscência. O
homem de ambições
irrefreáveis perde qualquer brilho
que quiçá lhe
restasse depois do
v. 14, nesta companhia faminta.
A comparação que
está subentendida ê
cômica, de início, e, depois, trágica. Dá! Dá! pode ser entendido como
os nomes— com humor
mais bem aplicável
do que se fossem
gritos — destas gêmeas idênticas, que são feitas da
mesma matéria que compõe a mãe — o sangue de outras pessoas. O versículo 16, no
entanto, deixa a comédia para trás,
revelando que esta concupiscência
é ameaçadora (Sheol e o fogo), e
patética (os estéreis e os ressequidos),
e o leitor dos dois versículos fica com uma mistura de repulsa, medo e
dó da cupidez humana.
Três cousas, sim, quatro ver a
nota sobre 6:16.
30:17.
O castigo merecido dos arrogantes. Assim, o tema da enormidade da
arrogância, que dominou
o capítulo até esta
altura, chega ao seu clímax
horrível. Reaparece por momentos nos
w. 21-23, 32, 33.
30:18-20. Quatro maravilhas
— e uma quinta que distoa. “Alguns
comentaristas, seguindo a Sabedoria de
Salomão 5:10, 11, procuraram um
denominador comum na idéia
de movimento que
não deixa sinal para trás; seria
melhor buscá-lo, no entanto, na idéia do fácil domínio, pelo agente, de elementos que são difíceis de se
tratarem: o ar, rocha, o mar — e a donzela. A quinta maravilha é desnaturada (20): é a
pessoa que se sente totalmente à vontade e
no seu ambiente ideal ao cometer o pecado; para ela, um ato de adultério não é
mais especial do que suas refeições regulares
(20b, c). Tal é o caminho . .
. (20): a frase
não se refere ao v.
19, mas remonta até v. 18: i.e.:
“isto também é
maravilhoso demais para mim .”
30:21-23. Quatro coisas intoleráveis. A Bíblia se
deleita em reviravoltas frutíferas
do destino (cf.
17:2; cf. o
Magnificat), mas não dá
valor aos pretenciosos que querem
ser mais do que
são (cf. 19:10;
Is 3:4, 5). Insensato aqui é nabal,
o blasfemador arrogante de Salmo 14:1; cf. 1
Samuel 25:25; 17:7,
21. Desdenhada é lit.
“odiada”, ou “não amada”;
cf. Gênesis 29:31.
A implicação pode ser que
ela é naturalmente
desagradável, ou que é meramente do tipo da solteirona, e que o sucesso dela lhe subiu à cabeça.
30:24-28. Quatro coisas pequenas e sábias. Os
quatro contrapesos para a fraqueza são (a) provisionamento; (b) santuário; (c) ordem;
(d) audácia. Matthew Henry indica, baseado nisto, que não é o volume que
devemos admirar, mas
as qualidades tais
como aparecem aqui;
que devemos nos maravilhar diante
do Criador destas criaturas
pequenas; e devemos nos culpar a nós mesmos por deixarmos de “agir
tão bem, em prol dos
nossos verdadeiros
interesses, como as mínimas
criaturas agem em prol dos delas”; e que não devemos desprezar “as coisas
fracas deste mundo” .
Arganazes:
o termo heb.
se refere, conforme
parece, ao Hyrax Syriacus, uma espécie de “mamífero pequeno de cor castanha amarelada sem brilho, do tamanho do coelho, aproximadamente” (Martin). São
animaizinhos tímidos, que
se apressam na
fuga para as
fendas das rochas onde se escondem (cf.
SI 104: 18) quando a
sentinela deles dá o sinal de
alarme. Geco: um tipo de lagartixa; que se apanha
com as mãos é a tradução preferível (cf.
ARC), pois, conforme Toy indica, nas outras
três comparações, a
primeira linha contém
uma alusão a uma limitação.
30:29-31. Quatro coisas nobres.
Esta passagem, ainda mais do que 18:20,
conserva tudo no ambiente da percepção (como faz o pintor na sua arte).
Aqui nada há de moralizar ou filosofar. As implicações teológicas
(o poder e a sabedoria do Criador — cf.
w. 1-5; Jó 38
— 42: 6) ficam implícitas,
enriquecendo o deleite
do observador, se
ele tiver olhos para ver, mas não
se intrometem na meditação dele.31. O
segundo exemplo é uma palavra (lit. “com lombos cingidos”) que, no
heb. moderno, significa
o estorninho (parece
um candidato improvável, com seu gingar ativíssimo). As versões antigas concordam quanto ao galo,
que certamente é
famoso por seu
andar pomposo. O galgo e o cavalo
de guerra também são canditados, mas já
perdemos a chave desta alcunha. Quanto
ao quarto exemplo, “o rei cujo exército
está com ele”, que é a tradução provável de, lit.
“um rei ’alqüm com ele", (entendendo-se que
’alqüm é uma palavra emprestada do árabe, tal como nossas palavras
“alcova”, “álgebra”, e que significa “o
povo” ou “a milícia”). A idéia de,
lit. “não se levanta contra
ele” (cf. ARC, ARA), força a sintaxe e a gramática.
30:32, 33 Uma chamada final à
humildade. A humildade,
a idéia que subjaz este
capítulo, que já se
recomendou (diretamente ou por
contraste) como reverência (1-9), controle-próprio (10-17), e admiração (18-31), se
manifesta, finalmente, como
comportamento pacífico (32, 33).33.
Bater . .
. torcer .
. . açular
traduzem uma só
palavra no original, o “espremer”. W. M. Thomson53 descreve as
mulheres árabes53 The Land and the Book
(“A Terra e o Livro”), edição 1910, pág. 235.175 na Palestina que vigorosamente
torcem um odre de couro, cheio de leite, suspenso de um tripé para produzir uma
forma de manteiga. O ditado ganha mais
impacto por causa da conexão estreita que há em hebraico entre as palavras
nariz (’ap) e ira (’appayim)
VI. PALAVRAS DO REI LEMUEL
(31:1-9).
A Vocação de um Rei.Estes versículos
retiram toda a fascinação da vida desregrada (3-7), e então
exaltam a glória
do rei que
é o protetor do
seu povo (8,
9). Este é o
contexto dos w.
6, 7, que
são uma lembrança
cortante da verdade que um
administrador tem coisas melhores para
fazer do que praticar a anestesia em si mesmo.
1.
Lemuel não era um rei de Israel (a não ser que o nome, “pertence a Deus”,
fosse um pseudônimo).
As versões antigas
dão algum apoio à tradução rei de
Massá (ver a nota de 30:1, Massá), e a linguagem mostra sinais de um dialeto
estrangeiro (ou talvez meramente regional). O
ensino é o da mãe
dele; não há, porém,
qualquer indicação de ter sido ela israelita. Ver a Introdução,
págs. 22 e segs.
2.
As exclamações são
de repreensão afetuosa:
a mãe do rei o envergonha por duas coisas que ele sabe
muito bem: que ele é importante para ela
(2a), e que ela o dedicou a Deus (2b,
cf. a nota sobre o nome
dele, v.
1). Filho: a palavra (bar), é mais comum em Aramaico do que no hebraico;
cf., porém, Salmo 2:12.
3.
As que destroem: o feminino é obtido
através de uma revocali-zação do heb. (comparar com ARC).
4. O
heb. não é claro, e foram sugeridas várias emendas;54 G. R. Driver,55,
no entanto, traduz,
deixando intactas as
consoantes: “Não haja (’al)
bebida . E não
haja desejo fw
com as vogais:
’awwò) bebida forte para os reis.”
6,7.
Ver o resumo da seção (1-9).
8. Mudo se refere àqueles que não conseguem
uma audiência justa para serem ouvidas as suas
queixas. Os que se acham
desamparados: lit. “filhos da mudança”, i.e., os inseguros.
VH.
O ABECEDÁRIO DA ESPOSA EXCELENTE (31:10-31).
É provável que este acróstico seja uma seção distinta
e anônima, ao invés de ser
uma continuação das palavras da mãe
de Lemuel. Na LXX, estas últimas são separadas do acróstico por
cinco capítulos (ver a Introdução, pág. 22).
A
mulher que aqui se
retrata é uma dama
de certa posição, que tem servas
para serem organizadas (15c), e dinheiro
para investir (16). Como sócia de
confiança do seu
marido (11) tem
a responsabilidade exclusiva no
domínio dela, que se estende além da casa, para a gerência das suas
terras (16), e
até os negócios
no mercado onde
ela é uma vendedora tão arguta (11, 18,
24) como é uma compradora sagaz
(13, 14). Trata suas vantagens, não como meio de satisfazer suas próprias vontades, mas como alargamento das suas
responsabilidades (27), pois ela trabalha incansavelmente (15,1819): há os
pobres a serem ajudados (20), e ela tem de estar preparada para enfrentar as
vicissitudes da vida (21, 25b). Apesar
da sua economia, ela não é
austera (22) e com
seu senso de trabalho ela não é dura,
mas uma amiga na necessidade (20), e é o deleite dos seus filhos e do
seu marido (28, 29). Seu encanto e seu sucesso (30, 31) não devem nada à
sorte, porque o ponto de vista dela
(30) e
sua influência (26)
têm o fundamento
sólido do temor
e da sabedoria do Senhor.
A não ser neste último aspecto, não se
dá a entender que o padrão desta senhora está
ao alcance de todas,
porque isto pressupõe dons e recursos materiais fora do comum; além disto,
não tem muito que ver com o relacionamento pessoal do
casamento. Pelo contrário, revela o pleno florescer da
domesticidade, que não se revela numa esfera mesquinha
e restrita, e a dona da casa não é
alguma nulidade. Aqui temos escopo
para poderes formidáveis
e grandes realizações
— as últimas ficam parcialmente no ambiente dos
produtos e criações da mulher (31); e parcialmente na sua contribuição
invisível ao bom nome do seu marido(23).
10.
Mulher virtuosa: melhor: “uma
esposa excelente” (cf. 12:4). O
heb. hayil significa,
em contextos diferentes,
“força”, “riquezas”, “capacidade”
(cf. “um homem valoroso”).15. Tarefa
também pode ser “porção”. A palavra significa “aquilo que foi designado”
16.
Rendas do seu trabalho: lit.
“fruto das suas mãos”. É
aquilo que ganhou trabalhando: cf. w. 13,24.
19.
Fuso: o significado
da palavra heb.,
que só ocorre
aqui, é assunto de
conjetura. G. R.
Driver56 argumenta a favor do sentido de “remendar”, “cerzir”.
21.
Escarlate: se esta é a tradução
certa, trata-se do alto custo de tal
tecido. Ela pode pagar o preço daquilo
que é melhor, e plenamente adequado para
a ocasião. A palavra, no entanto, vem no plural no heb., que não é normal para
“escarlate” , de tal modo que a forma e o sentido suscitam perguntas.
As consoantes permitem
a leitura “dupla”,
i.e., de grossura dupla,
a qual é
apoiada pela Vulg.
e LXX (esta
última coloca a palavra no versículo seguinte). Esta leitura,
deixando o texto consonantal
sem mudanças, é
totalmente preferível ao
expediente de Toy de fazer 22a
seguir 21a, e 21b
seguir 22b (de tal maneira
que 21 falaria do calor, e
22 (com “escarlate”)
da elegância). Não
há apoio para isto, que também
deslocaria o acróstico.
26.
Bondade: hesed; ver a nota sobre 21:21.
30.
Graça: melhor, “encanto”. Ver a nota sobre 11:16.
PROVÉRBIOS - INTRODUÇÃO E
COMENTÁRIO
(DEREK KIDNER)
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