TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Salmo
145.8-10;147.11,12;
148.1-4;149.1,2;150.1,2,6.
TEXTO
ÁUREO
O
Senhor reinará eternamente; o teu
Deus,
ó Sião, é de geração em geração.
Louvai
ao Senhor!
Salmo
146.10
OBJETIVOS
CONHECER as principais
características do quinto volume do Livro dos Salmos;
COMPREENDER a perfeição,
excepcionalidade e infalibilidade das Escrituras;
ENTENDER
que
os últimos salmos convidam o povo de Deus, os anjos, Jerusalém, os céus e todo
ser que tem fôlego a louvar o Criador.
INTRODUÇÃO
A quinta seção do Livro dos Salmos (107—150) apresenta características muito peculiares em relação às práticas litúrgicas. Trata-se, em sua maioria, de cânticos de louvor e adoração, entoados nos cultos judaicos e em momentos de celebração.
CONCLUSÃO
No decorrer das cinco seções do Livro dos Salmos pudemos perceber que as composições poéticas nele contidas não são apenas flagrantes de almas exultantes e eufóricas. No Saltério deparamo-nos com orações, expressões de louvor, dores pessoais e sofrimento nacional. Cada um desses temas foi inspirado por Deus para nos ensinar o caminho da eternidade, fazendo-nos voltar para Ele.
Deus abençoe
sua vida!
Lição
08 - Livro dos Salmos - Parte V (Sl 107-150)
Central
Gospel - Livros poéticos
Fonte do subsídio:
https://www.youtube.com/channel/UCX7NanXuWgpdvLx8qTndgng?feature=emb_ch_name_ex
https://www.youtube.com/watch?v=twKVo9jzFbs
Texto Bíblico
Básico:
Sl 145.8_10; 147.11,12; 149.1,2; 150.1,2,6
Texto
Áureo: Salmo 146.10
“O
Senhor reinará eternamente; o teu Deus, ó Sião, é de geração em geração. Louvai
ao Senhor!”
Objetivos
Conhecer as principais características do
quinto volume do Livro dos Salmos;
Compreender a perfeição,
excepcionalmente e infalibilidade das Escrituras;
Entender que os últimos
salmos convidam o povo de Deus, os anjos, Jerusalém, os céus e todo ser que tem
fôlego a louvar o Criador.
Introdução
Nesta lição analisaremos, mesmo que de modo
suscinto o 5º Livro de Salmos – Sl 107-150. Contudo, o comentarista pela
própria estrutura da revista (2800 palavras), abarca os salmos 139, 119, e o hallel 146-150 (en
passant).
Curiosidades:
esta seção do Livro de Salmos – foca o Deuteronômio, então a ênfase está na LEI
de Deus, está lei é cantada, como? Sl 119. Em Deuteronômio temos 3
verbos-chaves:
LEMBRE-SE (O PASSADO) , OBEDEÇA
(PRESENTE),VIGIE (FUTURO DE BÊNÇÃOS). Além disso, a alegria da adoração com - Louvores,
para isto, temos os salmos de aleluia – O salmo 107 faz parte dos salmos de
peregrinação – quem ia a Jerusalém na ocasião da Páscoa (libertação), do
Pentecostes (colheita – a benção de Jeová sobre a terra), e a festa dos
Tabernáculos (cabanas – a proteção e provisão no deserto). Esboço do Salmo 107: O LOUVOR A DEUS POR SUA AÇÃO LIBERTÁRIA (Cura,
libertação, saúde)
·
O salmo comenta sobre 4 tipos de pessoas que clamaram ao Senhor em suas
angústias, dificuldades, e problemas:
1.
Errantes no Deserto – sem orientação – vv.4-9.
2.
Prisioneiros – vv.10-16.
3.
Os que se arrependem da insensatez – vv.17-20.
4.
Em perigo de naufrágio (tempestade violenta) – vv.23-30.
NÃO IMPORTA O
PROBLEMA – DEUS PODE NOS LIVRAR – TRAZER SOLUÇÃO
Ø Para o errante,
faminto e sedento Jesus é o caminho, o pão da vida e a água da vida – Jo 6.35;
4.10- 14; 14. 6.
Ø
Para o prisioneiro Jesus é o libertador – Is 61.1,2.
Ø Para o
insensato a sabedoria perfeita, maior que Salomão – Cl
Ø Para o açoitado
pelas ondas ele é aquele que acalma a tempestade – Mt 8.24-27.
Ø Clamor do
aflito por socorro (na sua angústia clamaram ao Senhor)
Ø
vv. 8, 15, 21,31 e no v.32 pede para EXALTÁ-LO = ações de graças –
agradecimento profundo. Ø Deus mudando a
natureza do ambiente – vv. 33-40.
Ø Os retos
(éticos, justos e sábios) – aumentam as famílias = retos se alegram /ímpios se
calam –v.42.
Ø O sábio observa
e considera (analisa e aprende) –v.43. Esboço do Salmo 139: O LOUVOR A DEUS POR
SUA GRANDEZA
1. 1.
Onisciência de Deus
– Sl 139.1-6. Deus sabe tudo – Mt 10.30 (a quantidade de cabelos, estão
contados). Ele tem todo o conhecimento, ciência e habilidades, competências –
não cresce em sabedoria, todo o saber está em grau máximo e perfeito em Deus.
2. Onipresença – Sl 139.7-12.
Deus está presente em todos os lugares, não está preso ao tempo e o espaço, Ele
mesmo os criou – Deus está contigo em todas as situações, adversas ou não –
jamais vai abandoná-lo (a).
ü
Sl 139.1-7 – Deus é onipresente – atributo de estar em todos os lugares ao
mesmo tempo – Jr 23.24 (Deus ocupa os céus e a terra)
ü Sl 139.13-15 –
a formação do corpo humano em seus estágios embrionário – Jr 1.5; Gl 1.15.
ü Sl 139.13 –
“possuir o meu interior” = a consciência está no espírito humano.
3. Onipotência – Sl 139.13-19.
Fala-se em onipotência moral – Ele está acima do bem e do mal, mas só pratica o
bem, POR QUÊ? O CARÁTER DE DEUS - não confundir o mal com a justiça divina,
isto é a retribuição, lei da semeadura e colheita – Gl 6.6. Deus está acima do
bem e do mal por ser ONIPOTENTE – mas ao mesmo tempo não pode ERRAR por causa
do SEU CARÁTER SANTO. Onipotência física ou criadora = Gn 1.1 = do nada Deus
fez tudo – Hb 11.3. ü Sl 139.21-24 –
Zelo de Davi, aversão aos ímpios – pede a Deus que ele mesmo não caia no mesmo
caminho, ou melhor, ande pelo caminho dos ímpios (“vê se há em mim, algum
caminho mal” – “guia-me pelo caminho eterno”) – santidade, justiça e comunhão.
ü
Sl 139. 23,24 = Deus me analisa no meu mais profundo, extirpa o que é mal –
Davi pede mudança - Sonda-me, prova-me = muda-me! Criar um novo coração = como
na criação fez do nada o mundo físico, recriar um novo coração do nada! (mesmo
verbo bará no heb.).
Esboço do Sl
119: O LOUVOR A DEUS POR SUA PALAVRA
O maior salmo com 22 estrofes com 8 versos cada,
totalizando 176 versos, em contraste com o menor que é o 117, com 2 versos.
Segunda a tradição judaica quem escreveu este salmo foi Esdras logo após a
reconstrução do Templo – Ed 6.13-18 – existe a possibilidade de este salmo ter
sido cantado na consagração do templo. Começa afirmando que: Bem-aventurado
aquele que anda de acordo com a Palavra de Deus – Mt 4.4 (Dt 8.3).
Observei
os teus mandamentos – não me desampares – v.8.
Escondi a tua palavra no meu coração, para eu
não pecar contra ti –v.11. Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas
da tua lei –v. 18. Vivifica-me segundo a tua Palavra – v.25.
A
minha alma consome-se de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra. –v.28.
Livra-me do pecado, coração para teus
testemunhos e olhos afastados da vaidade –vv.36,37.
Receba
a sabedoria pela Tua misericórdia para saber responder ao que me afrontam
–v.42.
Serei
livre (andar em liberdade) – porque decidi buscar os teus preceitos –v. 45.
Oh!
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia! – Devocional diário
–v.97.
Sou mais sábio que meu mestre –vv.99-100.
A
tua Palavra ilumina o meu caminho –v.105 (cf. Mt 25.1-13 – parábola das 10
virgens).
Temo
ao Senhor –v.120.
Tenho
paz e não vou tropeçar porque amo a tua lei – v.165.
Como
ovelha perdida foi buscada pelo meu pastor porque não me esqueci dos teus
mandamentos – v.176. (Jo 10) Jesus é o bem pastor!
Esboço dos
Salmos Cânticos dos degraus: O LOUVOR A DEUS PELOS SEUS FEITOS
É
uma série de 15 poemas (Sl 120-134) – os Cânticos dos degraus (falar do tamanho
dos degraus) – O Cântico das subidas (se sobe a Jerusalém) – centro do mundo
espiritual – Cânticos de romagem ou peregrinação.
A
ESPERA NO SENHOR DA SALVAÇÃO
v Sl 121 –
contexto histórico – 2 Sm 5. = grandeza e proteção de Deus (Sl 125, 1,2).
v
Sl 124 1-5 = A proteção de Deus – Davi comenta sobre o desejo de engolir vivo a
Israel.
v
Sl 130.4 = O Deus de provisão para o perdão e misericórdia.
v Sl 146-150 =
Salmos de ALELUIA (Aparecessem 28 vezes na Bíblia, 24 no AT e 4 no NT.
v Doxologias =
exaltação de louvor - Os quatro últimos salmos começam com aleluia e termina
com aleluia (louvai ao Senhor)
v Sl 146. 1-10 =
reina com justiça, abre os olhos dos cegos, ampara os necessitados.
v Sl 147.1-20 =
Congrega seus filhos (Jerusalém) e envia sua palavra sobre a terra – retorno do
cativeiro (tempo de Esdras) – nutrição e defesa de Deus para com Israel
(Igreja).
v Sl 148.1-14 =
Conclama a natureza, os anjos, os seres inanimados (sol, lua, estrelas) e os
animais, as diferentes classes sociais e idades devem louvar ao Senhor. (das
alturas as profundezas o louvor tributado a Deus).
v Sl 149.1-9 =
louvar com cântico novo – o que é? Benefícios divinos para Sua Igreja.
v Sl 150.1-6 =
louvar ao Senhor com instrumentos de música (doxologia para o saltério) = culto
no templo ou santuário.
Considerações Finais
Aprendemos
nos Salmos as mais diversas emoções, sensações, lutas, angústias,
arrependimento, contrições: o salmista ou poeta sagrado nos representa em nosso
cotidiano, nas demandas da vida, nas injustiças, nas perseguições, nas lágrimas
que caem na tristeza. Porém, a ação de Deus em favor do salmista, por quê?
Porque sua benignidade não tem fim e nos socorrerá em tempo oportuno – uma
aprendizagem de LOUVAR AO SENHOR
FONTE:
LIVRO V. Salmos
107-150
O quinto livro da divisão quíntupla inclui
diversas coleções menores ou grupos de salmos. Os Salmos dos Degraus (120-134)
e os Salmos das Aleluias (111-113, 105-117, 146-150) são evidentemente os
núcleos em cujo redor outros salmos foram agrupados. Antes da divisão
quíntupla, havia provavelmente um arranjo triplo no qual os Livros IV e V
constituíam uma glande coleção. Um propósito litúrgico global está evidente de
ponta à ponta, resultando em um profundo senso de culto público, que culmina
nas palavras finais do Salmo 150: "Todo ser que respira louve ao Senhor.
Aleluia!"
Salmo 107. A Canção dos Redimidos
Os
Salmos 105, 106 e 107 constituem uma trilogia de louvor e ação de graças,
apesar da divido do livro aqui. O caráter diverso dos versículos 33-42 tem
sugerido a muitos que esta passagem foi acrescentada más tarde. As diferenças
em conteúdo e estilo tornam esta sugestão plausível embora não obrigatória.
1-3.
Chamado à Ação de Graças. Rendei graças ao Senhor. Os recipientes deste
chamado são os remidos do Senhor. Isaías 62:12 usa este termo em relação aos
cativos que retomam da Babilônia, mas um uso mais amplo do termo seria
possível.
4-32.
Os Motivos da Ação de Graças. Andaram errantes ... clamaram ao Senhor . . .
Conduziu-os. O salmista usa quatro ilustrações vivas do livramento efetuado por
Deus para reforçar seu chamado à ação de graças. Após cada incidente ele repete
o chamado na forma de uma interjeição. Este refrão quádruplo mantém o tema
central da ação de graças. O cuidado divino pelos viajantes perdidos (vs. 4-9),
pelos cativos (vs. 10-16), pelos doentes (vs. 17-22) e pelos navegantes (vs.
23-32) exige que se recorde isso com ação de graças. Em cada exemplo, o autor
descreve a condição desamparada dos que se encontram em dificuldades, seu
clamor a Deus e o livramento que lhe dá.
33-42. A
Providência de Deus.
Ele converteu rios em desertos ... e a terra seca em mananciais. Estes
versículos descrevem as bênçãos e as maldições visíveis no governo divino da
natureza e da humanidade. Servem de conclusão geral extraída de situações mais
particularizadas descritas nos versículos 4-32. Contudo, as frustrações dadas
são bastante diferentes daquelas das passagens anteriores. Este fato, mais a
falta de qualquer nota de ação de graças, o propósito didático, a ênfase
colocada sobre a sabedoria no versículo final, e a falta de qualquer refrão,
certamente sugere que estes versículos destinavam-se a ocasiões diferentes.
Salmo 108. Um Oração Pedindo o Auxílio Divino
Neste salmo estão combinados um hino e um
lamento, ambos encontrados em outros salmos. Os versículos 1.5 também aparecem
no Sl. 57:7-11, enquanto os versículos 6-13 se encontram no Sl. 60:5-12 com
apenas algumas variações menos importantes. Considerando que o nome Jeová foi
usado no versículo 3 e não o Adonay do Salmo 57, o presente salmista sem dúvida
extraiu o seu material das duas obras anteriores. Talvez a combinação fosse
feita para atender às necessidades de uma nova situação histórica. (Cons. os
anteriormente mencionados salmos quanto à comentários mais extensos.)
Salmo 109. Um Pedido de
Vingança
Contrariando
o ponto de vista de alguns comentaristas, este salmo é claramente um lamento
individual e não a voz da nação. O caráter pessoal de pensamento e expressão é
forte demais para significado corporativo. As imprecações dos versículos 9-20
tornam o poema inadaptável para propósitos de culto. A teoria de alguns
intérpretes de que estas imprecações são as zombarias dos inimigos do salmista
não é convincente. Há uma indignação justificada contra o mal (cons. Mt. 23:13
e segs.); e o salmista tem a certeza de que Sem inimigos são inimigos de Deus.
1-5. Seu Pedido
de Ajuda.
Não te cales. Em uma declaração severa o escritor faz o seu apelo, e imediatamente
começa a enunciar sua queixa. Seus inimigos estiveram extremamente loquazes
enquanto Deus esteve silente. Eles o difamaram injustamente com mentirosa
língua. Eles retribuíram seu amor e bondade com ódio e maldade.
6-20. Seu Pedido
de Retribuição.
Seja condenado. O salmista imagina um tribunal no qual um homem ímpio está para
ser julgado. O orador apresenta os detalhes da sentença que o acusado merece. À
morte do acusado alguém tomará o seu lugar e muitas dificuldades advirão a sua
esposa e filhos. Pior que o desejo do orador com referência à morte do seu
inimigo é o seu desejo de que a família do seu inimigo seja exterminada e que o
nome do chefe seja esquecido dentro de uma geração. No versículo 20, todos os
adversários do orador são incluídos nas imprecações precedentes.
21-31. Sua Oração Pedindo Livramento. Mas tu ... age
por mim ... livra-me. O salmista ora pedindo que Deus tenha misericórdia dele
em sua condição angustiosa e necessitada, e que o vingue, para que seus
inimigos percebam que a mão de Deus o livrou. Depois de outra explosão de
imprecações, ele termina com uma promessa confiante de que terá oportunidade de
louvar a Deus por ter sua oração atendida.
Salmo 110. A Promessa de
Vitória e Domínio
Este é apropriadamente um salmo real com
nuances messiânicas através de todo ele. O salmista enuncia um oráculo divino
com a autoridade de um profeta. Ele dirige o oráculo ao seu rei e lhe dá
certeza de vitória. Homens desde Abraão até Simão do período dos Macabeus têm
sido sugeridos como os recipientes históricos da mensagem. Contudo o uso que
Jesus fez do versículo 1 autoriza-nos claramente a descobrirmos aqui um
significado mais amplo do que o significado básico do salmo na história do V.T.
(cons. Mt. 22:41-45).
1-4. O Oráculo
do Senhor.
Disse o Senhor. O termo usado é uma fórmula profética: "Oráculo do
Senhor". Não foi empregado em nenhum outro lugar do Saltério, mas foi
freqüentemente -usado pelos profetas. Enquanto alguns comentaristas limitam a
extensão do oráculo ao versículo 1, parece melhor estendê-lo até o versículo 4.
O rei messiânico recebe ordem de ocupar a posição da mais alta honra e
partilhar do governo divino até que seus inimigos sejam completamente dominados
(cons. Js. 10:24; I Reis 5:3). A expressão debaixo dos pés é usada por Davi (I
Cr. 28:2). O rei governa de Sião e todos os inimigos se lhe submetem. O oráculo
é dirigido a meu Senhor (‘Adonî), um título de respeito usado para com um rei
ou superior. Este rei deve ser honrado e protegido por bênção divina. Seu
governo deve ser universal. Seus súditos devem se lhe submeter voluntariamente.
Tudo isto é confirmado pelo uso de um juramento profético declarando o
sacerdócio do rei mediante indicação divina. O governante messiânico ocupa um
cargo tanto sacerdotal quanto real. Nisto ele está comparado com Melquisedeque,
o rei-sacerdote de Salém (Gn. 14:18), cujo ministério tipificou o de Jesus
(cons. Hb. 6:20 – 7:24).
5-7. A Vitória
do Rei Sacerdote.
O Senhor, à tua direita. A cena muda agora para o campo de batalha, onde o
Senhor à direita de Jeová destroçará todos os seus inimigos. A linguagem viva e
os tempos perfeitos. proféticos têm a intenção de mostrar claramente a
totalidade da vitória. O assunto muda no versículo 7, para o rei ungido, cuja
cabeça se erguerá em triunfo. A freqüente aplicação neotestamentária deste
salmo a Cristo dá-lhe importância especial para o intérprete cristão.
Salmo 111. As Maravilhosas
Obras
de Deus Aqui está um hino de louvor cuidadosamente preparado como um acróstico.
As vinte e duas curtas linhas começam com sucessivas letras do alfabeto
hebraico. Embora isto sirva de excelente artifício mnemônico, restringe
grandemente a escolha das palavras para cada linha. Este hino está intimamente
ligado ao Salmo 112 na forma, linguagem e assunto principal. Os dois salmos
introduzem a coleção do Hallel, o qual propriamente dito começa com o Salmo
113.
1. A Anunciação
do Louvor.
Renderei graças ao Senhor. O salmista declara sua intenção de louvar a Deus de
todo o coração como ato de adoração pública. Isto provavelmente significa que a
mensagem foi transmitida nos cultos do templo por uma voz de solo.
2-4. A Grandeza
das Obras de Deus.
Grandes são as obras do Senhor ... glória e majestade. Assim o autor descreve
as obras divinas em geral, depois fala da justiça eterna do Senhor, Sua graça e
compaixão, atributos esses revelados de maneira mais completa em Seus poderosos
atos. Observe que o homem reage às evidências da obra de Deus, buscando outras
evidências e recordando as obras já realizadas.
5-9. A
Veracidade do Cuidado Divino. As obras de Suas mãos são verdade e
justiça. A provisão divina do maná e das codornizeS demonstrou que Ele tem
consciência da aliança. Suas obras na conquista de Canaã comprovaram Sua
intenção de cumprir a promessa da aliança feita com Abraão. A verdade das obras
divinas fez-se conhecida através de Sua fidelidade. 10. O Começo da Sabedoria.
O temor do Senhor. O salmo termina com uma máxima familiar aos escritores da
Sabedoria. Este tipo de temor entende-se melhor como reverência e respeito que
permeiam todos os setores da vida. É o começo da verdadeira religião quando
seguido de visão interior e entendimento. É também a consumação, pois nunca se
substitui na verdadeira expressão religiosa.
Salmo 112. O Retrato do
Homem Justo
O
pensamento conclusivo do Salmo 111 desenvolve-se aqui de modo mais completo, de
acordo com a ênfase da literatura da Sabedoria. Enquanto o 111 declara as obras
maravilhosas de Deus, o 112 descreve o homem justo que já aprendeu o que
significa o temor de Deus. Em sua construção acróstica como também no seu
assunto principal, este salmo didático é companheiro do precedente.
1-3. Sua
Bem-aventurança.
Bem-aventurado o homem. Em linguagem que faz lembrar o Sl. 1:1, apresenta-se a
felicidade do homem temente a Deus. Um homem que teme ao Senhor naturalmente
encontra prazer na guarda dos mandamentos divinos. Seus filhos vêm a ser os
herdeiros de suas bênçãos espirituais e materiais. Observe que a frase, sua
justiça permanece para sempre, aplica-se a Deus no salmo precedente.
4-6.
Seu Caráter. Benigno, misericordioso e justo. Estes termos são também
usados no Salmo 111 na descrição que o autor faz de Deus. Esta é uma aplicação
da verdade eterna que declara que um homem devoto torna-se cada vez mais igual
ao objeto de sua adoração. Sua prosperidade será duradoura e ó seu nome
grandemente lembrado por causa do seu caráter piedoso.
Salmo 113. A Condescendência
Divina
Este
hino de louvor é o primeiro salmo de uma coleção conhecida no Talmude como
"O Halel do Egito". A designação vem de um repetido uso da exclamação
hebraica Aleluia (Louvai ao Senhor) e da referência ao Êxodo em 114:1. Esta
coleção (113-118) foi incluída no culto judaico em ocasiões festivas.
1-3. Louvor ao
Seu Nome.
Louvai o nome do Senhor. O salmista começa com um apelo feito aos servos ou
adoradores do Senhor. Com nome o escritor quer se referir não a uma simples
invocação, mas ao caráter da natureza revelada de Deus e a manifestação de Sua
pessoa. Observe que o louvor deve ser infinito (v. 2) e universal (v. 3).
4-6. Louvor por
Sua Incomparabilidade.
Quem há semelhante ao Senhor? A natureza incomparável do Senhor está descrita
sob o aspecto de Sua transcendência e Sua imanência. Estes dois aspectos não
são apresentados em contraste mas quando examinados complementam-se. Embora
supremo sobre as nações da terra e os exércitos dos céus, Deus condescende em
considerar as necessidades da humanidade.
7-9.
Ilustrações de Sua Condescendência. Ele ergue ... o necessitado. O elemento
da condescendência divina, apresentado pelo salmista no versículo 6, merece uma
ilustração. O desvalido, o necessitado e a mulher estéril são destacados como
os beneficiários da providência divina especial. Esses exemplos são citados
como representativos de todos os generosos feitos divinos para com os filhos
dos homens.
7-10.
Sua Permanência. O seu coração é firme. Sua total confiança em Deus proporciona
um senso de estabilidade que os ímpios não conhecem. A verdade que a sua
justiça permanece para sempre destacase em agudo contraste com o destino dos
ímpios.
Salmo 114. A Maravilha do
Êxodo
O poder da poesia hebraica foi representada da
melhor maneira possível por este poema lírico. A expressão severa, a vivacidade
dramática, o excelente paralelismo e o imaginativo exagero destacam o salmo
como obra prima poética. O arranjo do material, em quatro estrofes de dois
versículos cada, acrescenta equilíbrio à expressão elevada do poema. O
"Aleluia" final do Salmo 113 sem dúvida estava no começo deste salmo,
conforme comprovado pela LXX.
1, 2. O
Nascimento de Israel.
Quando saiu Israel do Egito. Em linguagem concisa, o salmista apresenta o seu
tema como sendo o Êxodo e a subseqüente colonização de Canaã. Deus tirou o Seu
povo de uma terra de língua estranha e o levou para o seu lar. A referência
paralela a Judá e Israel aponta para um período quando o Templo era o centro do
culto e a área do norte era considerada como parte do domínio divino.
3-6. O Efeito
sobre a Natureza.
O mar viu isso, e fugiu. Com imaginação poética, o salmista descreve o efeito
das obras divinas sobre a natureza. O mar, o Jordão, os montes e as colinas
foram testemunhas do Seu poder em vencer todos os obstáculos que ameaçavam
impedir todo o progresso de Israel. As declarações dos versículos 3, 4
transformaram-se em interrogações – Por quê? nos versículos 5, 6. As respostas
estão claramente implícitas na ênfase posterior à impressionabilidade do poder
de Deus.
7,8. A
Advertência da Natureza. Estremece, ó terra. O reconhecimento dos
maravilhosos atos de Deus e o efeito de Sua presença devia fazer toda a criação
tremer. A conclusão a ser tirada é que exatamente como Deus produziu água no
deserto, proverá pelas necessidades do Seu povo.
Salmo 115. Glória ao Seu Nome
Este
salmo é basicamente um hino de louvor apropriado para o uso no culto do templo.
A presença de uma lamentação (vs. 1, 2) não nulifica as qualidades hínicas, nus
fornece base histórica para sua composição original. Que ele era usado no culto
das celebrações festivas é sabido de várias fontes. Na verdade, os Salmos
115-118 eram contados no final da refeição da Páscoa, exatamente antes dos
crentes retornarem aos seus lares. O hino parece ter sido ordinariamente
destinado para uso antifonário.
1-8. Um
Contraste de Poder.
O nosso Deus . . . os ídolos deles. A idéia principal do salmo vê-se na
pergunta dos inimigos gentios de Israel, onde está o Deus deles? Ao pedir
ajuda, o salmista não busca a glória de sua nação mas o reconhecimento da parte
dos pagãos da glória devida ao nome de Jeová. Os ídolos impotentes e seus
débeis adoradores contrastam vivamente com o poder e a glória de Deus.
9-11. Uma
Exortação à Confiança.
Israel confia no Senhor. Este apelo triplo para que haja confiança era
provavelmente enunciado por um sacerdote; e muito provavelmente um coral
respondia logo a seguir a cada apelo. A nação, os sacerdotes, e os devotos que
temiam a Deus eram os destinatários do apelo, cada grupo em sua vez.
12-15. Uma Certeza de Bênçãos. De nós se tem
lembrado o Senhor. A lembrança das anteriores bênçãos divinas dão a certeza do
presente e do futuro. Observe que as bênçãos são garantidas para cada um dos
grupos destacados na exortação anterior.
16-18.
Um Coro de Louvor. Nós, porém, bendiremos o Senhor ... para sempre. O
Senhor que criou os céus e a terra reservou os céus para o Seu domínio. Ao
homem ele concedeu a terra e o direito de louvá-lo aqui e agora. Na opinião da
maioria dos escritores, a morte acaba com a possibilidade de adoração
posterior. Eis o motivo da urgência da exortação: Louvai ao Senhor.
Salmo 116. Um Hino de Ação de
Graças Pessoal
Este
salmo é basicamente um hino de louvor apropriado para o uso no culto do templo.
A presença de uma lamentação (vs. 1, 2) não nulifica as qualidades hínicas, nus
fornece base histórica para sua composição original. Que ele era usado no culto
das celebrações festivas é sabido de várias fontes. Na verdade, os Salmos
115-118 eram contados no final da refeição da Páscoa, exatamente antes dos
crentes retornarem aos seus lares. O hino parece ter sido ordinariamente
destinado para uso antifonário. 1-8. Um Contraste de Poder. O nosso Deus . . .
os ídolos deles. A idéia principal do salmo vê-se na pergunta dos inimigos
gentios de Israel, onde está o Deus deles? Ao pedir ajuda, o salmista não busca
a glória de sua nação mas o reconhecimento da parte dos pagãos da glória devida
ao nome de Jeová. Os ídolos impotentes e seus débeis adoradores contrastam
vivamente com o poder e a glória de Deus.
9-11. Uma
Exortação à Confiança.
Israel confia no Senhor. Este apelo triplo para que haja confiança era
provavelmente enunciado por um sacerdote; e muito provavelmente um coral
respondia logo a seguir a cada apelo. A nação, os sacerdotes, e os devotos que
temiam a Deus eram os destinatários do apelo, cada grupo em sua vez.
12-15. Uma
Certeza de Bênçãos.
De nós se tem lembrado o Senhor. A lembrança das anteriores bênçãos divinas dão
a certeza do presente e do futuro. Observe que as bênçãos são garantidas para
cada um dos grupos destacados na exortação anterior.
16-18. Um Coro
de Louvor.
Nós, porém, bendiremos o Senhor ... para sempre. O Senhor que criou os céus e a
terra reservou os céus para o Seu domínio. Ao homem ele concedeu a terra e o
direito de louvá-lo aqui e agora. Na opinião da maioria dos escritores, a morte
acaba com a possibilidade de adoração posterior. Eis o motivo da urgência da
exortação: Louvai ao Senhor.
Salmo 116. Um Hino de Ação de
Graças Pessoal
Contudo,
tanto o Texto Hebraico como a LXX o tratam como uma entidade à parte. Os dois
versículos contêm um ato de louvor completo. O primeiro versículo, empregando
um paralelismo estrito de forma, apresentam um chamado universal para o louvor.
O versículo segundo, que tem a forma semelhante, completa o chamado expressando
os motivos do louvor. Verdadeiramente universal, o chamado inclui todas as
nações e todos os povos. O conceito de Deus é igualmente grandioso, conforme
Sua misericórdia e verdade são destacadas.
Salmo 118. Ação de Graças por um Livramento
Como processional e jubilante expressão de
ação de graças, este hino de louvor serve de conclusão exata para a coleção do
Halel. Explicitamente indicado para uso antifonário, emprega vozes de solo,
coros e refrões congregacionais. Os versículos 5-21 são inteiramente
individualistas no conteúdo, sugerindo que os versículos 1-4 e 22 e segs. foram
acrescentados para adaptar o salmo original ao uso coletivo.
1-4. A
Invocação ao Louvor. Rendei graças ao Senhor. Este chamado para ação de
graças e louvor era o sinal para o início da procissão que se dirigia para o
Templo. O líder ou sacerdote apresentava o chamado, enquanto um coro ou a
congregação respondia com o refrão. Observe que a mesma divisão tripla se
encontra também no Sl. 115:9-11 (Israel, casa de Arão e os que temem a Deus),
enquanto o refrão vem do Salmo 136. 5-21. O Livramento Divino. Invoquei o
Senhor, e o Senhor me ouviu. O tema através desta passagem é de regozijo porque
Deus concedeu o livramento e a vitória. Em seu uso real, esta passagem, por
causa de sua natureza individual, exigia uma voz de solo. A voz representava a nação
personificada de modo geral e os crentes reunidos particularmente. Com os
versículos 19-21, a procissão sem dúvida alcançava os portões do templo e
pediam entrada.
22-29. A
Aplicação do Culto.
Isto procede do Senhor. Estes versículos contêm muitas palavras bastante
conhecidas por causa de sua aplicação neotestamentária. O versículo 22,
descrevendo a principal pedra de esquina, era provavelmente um provérbio
daquele tempo referindo-se a Israel, rejeitado pelos grandes edificadores de
impérios por ser indigna de se adaptar aos seus planos. Mas a missão divina de
Israel foi focalizada e cumprida em seu representante maior, o Messias. Assim
Jesus apropriou-se dessas imagens retóricas no seu próprio ministério (cons.
Mt. 21:42; Mc. 12:10; Lc. 20:17; Atos 4:11; Ef. 2:20; I Pe. 2:7). A bênção
sacerdotal do versículo 26 encontrou expressão seis vezes nos Evangelhos por
causa de sua aplicação distinta à missão de Cristo.
Salmo 119. A Torá do Senhor
Essencialmente
um poema didático, este salmo toma a forma de um testemunho pessoal. Embora o
poema contenha alusões à perseguição e mostre certas características de
lamentação, seu propósito principal é glorificar a Torá (a lei ou os ensinamentos
de Deus). O salmista dirige quase cada versículo a Deus, usando muitas formas
de petições. Ao mesmo tempo, ele usa alguns sinônimos para a lei em quase todos
os versículos. Os sinônimos são a lei, testemunho, preceitos, juízos,
mandamentos, estatutos, decretos, palavra, caminho, vereda. Possivelmente ao
empregar dez termos para descrever a Torá Divina, ele seguia a orientação do
Sl. 19:7-9, onde seis desses sinônimos foram usados com referência à lei.
O
princípio acróstico foi altamente desenvolvido neste salmo, empregando todas as
vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Cada estrofe está composta de oito
linhas, que começa com a letra característica daquela estrofe. Este arranjo
artificial, ainda que artístico, cria uma certa monotonia na grande repetição
de palavras e frases.
Contudo,
esta monotonia mecânica está superada pela intensidade da devoção do próprio
salmista para com os ensinamentos divinos.
1-8. A Bênção da Obediência.
Bem-aventurados os ... que andam na lei do Senhor. O tema do salmo está aqui
claramente apresentado. Observe que a maior parte dos dez sinônimos para a lei
foram usados na primeira estrofe.
9-16. O Caminho
da Purificação.
De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? A pergunta e a
resposta estão de acordo com a ênfase dos escritores da Sabedoria. A resposta
dos problemas da mocidade em qualquer período da história é dar atenção à
Palavra de Deus, meditando nela (v. 15), memorizando-a (v. 11) e dando o seu
testemunho aos outros (v. 13).
17-24. O Deleite
da Experiência.
Os teus testemunhos são o meu prazer. Este deleite está baseado na sua própria
experiência do passado com Deus em períodos de perseguição. Uma nota de
tristeza e anseio permeia esta estrofe, mas a seção termina com alegria.
25-32. A Força
do Entendimento.
Vivifica-me . . . ensina-me . . . faze-me atinar. O perigo confrontando o
salmista fá-lo pedir força e conforto. Ele percebe que a vivificação que ele
deseja vem da compreensão dos ensinamentos de Deus.
33-40. A
Necessidade de Orientação. Ensina-me . . . e os seguirei. Em frase após
frase, o orador roga pela orientação divina a fim de orientar sua vida e
afastá-lo da insensatez.
41-48. A Coragem
para Dar o Testemunho.
Venham também . . . as tuas misericórdias. Este apelo por auxílio não é
egoísta; foi inspirado por um desejo de responder aos que me insultam. O orador
ainda declara que ele testemunhará aos reis sem se acanhar.
49-56. A Fonte
de Conforto.
Lembra-te da promessa que fizeste ao teu servo . . . o que me consola. Em tempo
de aflição, os ensinamentos divinos foram o seu sustento e o motivo dos seus
cânticos, na casa da minha peregrinação.
57-64. A
Resolução da Fidelidade. Eu disse que guardaria as tuas palavras. Meditando
sobre a vida ele chegou a conclusão de que devia se voltar na direção dos
testemunhos divinos. Sua gratidão está evidente nas suas promessas de se
levantar à meia-noite para agradecer a Deus.
65-72. A
Disciplina da Aflição.
Foi-me bom ter eu passado pela aflição. Tendo-se desviado antes da sua aflição,
o salmista vê agora um propósito beneficente no seu sofrimento.
73-80. A Justiça
da Retribuição.
Envergonhados sejam os soberbos. Depois de anunciar novamente o seu desejo de
possuir entendimento, ele implora as bênçãos divinas para si e a vergonha para
os seus inimigos. Seu último desejo é que possa fortalecer a fé dos outros.
81-88. A
Esperança no Meio das Trevas. Desfalece-me a alma . . . porém espero
na tua palavra. Numa sucessão de soluços, ele expressa sua esperança e
determinação no meio da hora mais negra. Com cada pedido de conforto ele
reitera o seu desejo de ser fiel.
89-96. O Triunfo
da Fé.
Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há muito já teria eu perecido (v.
92). A esperança contida na estrofe precedente toma-se aqui a certeza da
vitória. Ele afirma que jamais se esquecerá dos preceitos divinos visto que por
eles me tens dado vida.
97-104.
O Arrebatamento da Instrução. Quanto amo a tua lei! Sem os pedidos
costumeiros, o salmista descreve como o estudo da divina lei o tomou mais sábio
e mais entendido do que os seus inimigos, seus mestres e os mais idosos. Aqui a
ênfase está sobre a lei propriamente dita, sobre a fonte do conhecimento e não
sobre a inteligência nata.
105-112. A Luz
da Vida.
Lâmpada . . . é a tua palavra, e luz. Sua peregrinação através da vida foi sob
a orientação dos ensinamentos divinos. Ele assim faz o voto de seguir a luz
onde quer que a leve e sejam quais forem os perigos envolvidos.
113-120. A
Inspiração da Lealdade. Tu és o meu refúgio e meu escudo. O agudo
contraste traçado entre os homens sem fé e o salmista enfatiza a lealdade deste
último. Esta lealdade lhe dá senso de segurança e a inspiração de enfrentar o
futuro.
121-128. O
Momento da Intervenção. Já é tempo, Senhor, para intervires. Depois de
declarar que diligentemente seguiu o que é reto, o salmista apela por ação da
parte de Deus. Tão completamente os seus opressores ignoraram a lei de Deus que
só lhes resta o juízo divino.
129-136.
A Maravilha da Iluminação. Admiráveis são os teus testemunhos. A maior de
todas as maravilhas é a luz interior que dá entendimento até mesmo ao homem que
não tem estudo. O salmista se sente abatido por causa daqueles que não guardam
a lei de Deus.
137-144. O
Desafio da Justiça.
Justo és, Senhor. O conceito da natureza divina justa está enfatizado nos
versículos 137, 138, 142 e 144. Sendo o Senhor justo, seus juízos e testemunhos
também são eternamente justos.
145-152. A
Certeza que a Oração
Dá. Ouve-me, Senhor ... clamo a ti. Lembrando-se das muitas vezes em que ele
clamou incessantemente por auxílio divino, clama novamente para que Deus lhe
conceda poder vivificante. Então reafirma sua fé na proximidade do Senhor e na
veracidade dos Seus ensinamentos.
153-160. A
Consciência da Necessidade. Atenta para a minha aflição, e livra-me. A
severidade da aflição do orador e o conhecimento que tem de sua necessidade
pessoal estão claramente expostas na repetição da expressão vivifica-me nos
versículos 154, 156 e 159. A natureza permanente dos justos juízos de Deus é a
sua esperança e segurança.
161-168. A Paz
no Amor.
Grande paz têm os que amam a tua lei. Até mesmo na presença de potentes
inimigos, o salmista tem uma paz interior que brota, do seu amor pelos caminhos
divinos. Observe a ausência de qualquer pedido, como nos versículos 97-104.
169-176. A
Determinação da Constância. Profiram louvor os meus lábios. O salmista resume
a sua mensagem rogando auxílio espiritual no futuro, enquanto declara a sua
intenção de permanecer firme sobre os fundamentos dos ensinamentos divinos.
Salmo
120. A Viagem dos Peregrinos
O
Salmo 120 começa com uma nova coleção que se estende até o Salmo 134. Cada peça
lírica deste grupo foi nomeada com um termo variadamente traduzido por
"Cântico dos Degraus" (E.R.A. e E.R.C.), "Cântico da
Ascensão" (ASV) e "Cântico de Romagem". Diversas teorias quanto
ao significado do termo relacionam-no com o retorno da Babilônia, os quinze
degraus do pátio das mulheres para o pátio dos homens, o paralelismo climático
destes poemas e as viagens dos peregrinos. A teoria mais aceitável é que esta
coleção surgiu como um hinário dos peregrinos que subiam ao Templo nas grandes
festas. O fato de que o Salmo 120, 124, 125, 130 e 131 não estão explicitamente
relacionados como uma peregrinação aponta para sua incorporação na coleção a
partir de outras fontes. A maior parte destes salmos encaixam-se no padrão de
vida da sociedade pós-exílica, embora alguns possam ter tido uma origem
pré-exílica. 1, 2. Um Grito por Livramento. Senhor, livra-me. O salmista se
encontra na angustiosa situação de alguém que tem de se associar com homens
dados à falsidade. Seu pedido de livramento baseia-se sobre a ajuda que Deus
lhe concedeu no passado em períodos semelhantes. Muitos acham que há aqui uma
referência à oposição difamatória de Sambalá e Tobias contra Neemias quando
reconstruía os muros de Jerusalém (Ne. 4; 6). 3,4. Um Pedido de Retribuição.
Que te será dado? A língua enganadora e seu dono são destacados para o juízo. A
resposta à pergunta retórica baseia-se na natureza da ofensa alegada. Flechas
afiadas e brasas vivas serão retribuição adequada.
5-7.
Uma Lamentação pela Paz. Ai de mim . . . Sou pela paz. A lamentação básica
do poeta é que ele acha necessário peregrinar entre os inimigos sedentos de
sangue e bárbaros. Meseque, na Ásia Menor, e Quedar, no deserto árabe
setentrional, ao sul de Damasco, foram usados simbolicamente para representar
poderes bárbaros.
Salmo 121. O
Ajudador dos Peregrinos
A certeza intensa daqueles que viajavam em direção
de Sião refletese neste cântico peregrino. Aqui eles expressam um profundo
senso de confiança em Deus sem murmurar lamentações ou pedidos. O cântico era
provavelmente usado como hino antifonário, embora as vozes exatas ou partes
usadas não possam ser identificadas com certeza. 1, 2. A Fonte de Ajuda. De
onde me virá o socorro? Olhando para as colinas à volta de Sião, um dos
peregrinos faz uma pergunta que estabelece o espírito de tudo o que vem a
seguir. A pergunta não expressa dúvidas mas introduz a afirmação que contém o
tema do salmo, isto é, que o seu ajudador é Jeová, o Criador. 3-8. A Promessa de Proteção. O Senhor é
quem te guarda. Todos os versículos com exceção do versículo 6 empregam a
palavra hebraica shamar para enfatizar esta idéia de guardiania. Não como a
sentinela que às vezes cochila, ou Baal, que precisa ser despertado (cons. I
Reis 18:27), o Senhor nunca cochila ou dorme. O salmista emprega um paralelismo
climático através de todo o salmo, edificando cada nova frase a partir do pensamento
da frase anterior. Observe que a conclusão aplica-se aos peregrinos, pois Deus
preserva-os em, cada fase de sua jornada, levando-os em segurança para o lar.
Salmo 122. A Cidade dos Peregrinos
Este poema foi criado por causa de uma visita
de peregrinos a Jerusalém. Indicando que a viagem terminou, age como seqüência
aos dois salmos precedentes. Alguns intérpretes defendem que o orador retornou
ao lar e está recordando sua recente peregrinação. Embora isto seja possível, é
mais provável que ele ainda esteja em Jerusalém, pronto a retornar para casa.
1,2. A Alegria da Peregrinação. Alegrei-me quando me disseram: Vamos. O
salmista se lembra da alegria com a qual ele aceitou o convite
para
reunir-se a um grupo de peregrinos. Agora, terminada a viagem, ele pode dizer:
Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém.
3-5. Impressões
de Jerusalém.
Jerusalém . . . como cidade compacta. Embora a cidade fosse sem dúvida
totalmente cercada de muros maciços, a ênfase aqui parece estar sobre a função
da unificação do povo. O verbo habar, traduzido para "compacta",
refere-se principalmente às associações humanas íntimas. O subir das tribos
acentua esta união e o conseqüente senso de comunhão. 6-9. Oração por
Jerusalém. Orai pela paz de Jerusalém. Antes de partir, o peregrino exorta seus
companheiros a orarem pela prosperidade e paz da cidade, porque aqui é a casa
do Senhor. Aqui há um excelente jogo de palavras no hebraico, que não está
evidente em nenhuma tradução portuguesa.
Salmo 123. O
Pedido dos Peregrinos
Este é um lamento intenso de um indivíduo que
fala por seu povo. A mudança do singular para o plural no fim do versículo 1
sugere um arranjo antifonário usado como cântico de peregrinos.
1, 2. Os Olhos
da Esperança.
A ti . . . elevo os meus olhos. O salmista refere-se aos olhos quatro vezes
nestes versículos, a fim de enfatizar o fato de que os peregrinos estão
buscando o favor de Deus. Exatamente como o servo e a serva -olham para os seus
superiores em busca de um favor, assim o grupo dos peregrinos espera pela
misericórdia de Deus.
3, 4. Um Pedido de Misericórdia. Tem
misericórdia de nós, Senhor. A medida de sua necessidade está indicada pela
reiteração deste grito por misericórdia. A menção anterior de servos e
senhores, junto com o desacato para com os que estão à sua vontade, sugerem ou
a muito difundida servidão de Israel durante o Exílio ou a dispersão durante o
período pós-exílico.
Salmo 124. O
Libertador dos Peregrinos
Aqui a comunidade livremente expressa a ação
de graças. Embora o propósito original fosse sem dúvida louvar a Deus por um
determinado ato de livramento, o lugar deste poema na coleção dos peregrinos
indica também um uso generalizado. Estando os viajantes constantemente sujeitos
ao perigo, as palavras deste salmo poderiam proporcionar-lhes segurança,
fortalecendo a sua fé.
1-5.
Livramento Operado por Deus. Não fosse o Senhor. A repetição nos versículos 1 e
2 é litúrgica; a congregação (mais tarde os peregrinos) repetia as palavras do
líder. Observe que o uso efetivo das cláusulas condicionais como apódose tripla
(vs. 3-5) completa a prótase dupla (vs. 1,2). Se não fosse o Senhor, então o
fim seria certo e completo.
6-8. Ação de
Graças.
Bendito o Senhor. O salmista emprega mais adiante figuras de linguagem para
descrever a difícil saída e para exaltar a expressão de gratidão. O último
versículo se refere ao ato de invocar o nome do Senhor na oração,
reconhecendo-o como fonte de ajuda. Salmo 125.
A Segurança dos Peregrinos
Este hino de fé enfatiza a confiança dos fiéis
em Israel. Como no salmo precedente, este não se destinava a ser o cântico dos
peregrinos, mas foi incluído na coleção. O seu uso vigente nas peregrinações
pode ser imaginado das referências feitas às montanhas à volta de Jerusalém,
que ficavam à vista após a longa e árdua jornada.
1-3. Uma
Declaração de Confiança. Os que confiam . .. como o monte Sião . . . Como
... estão os montes, assim o Senhor. Não só a presença de Deus foi simbolizada
pelas colinas ao redor de Jerusalém, mas também aqueles que confiam no Senhor
são considerados irremovíveis como a rocha de Sião. Se o governo estrangeiro
permanecesse, um afastamento da fé geral ocorreria, até mesmo entre os justos.
O perigo da apostasia é grande demais até mesmo para o justo suportar.
4,5. Uma Oração
Pedindo um Favor.
Faze o bem, Senhor. O salmista ora pedindo o favor divino para os fiéis, os
quais ele identifica como bons e netos. Em contraste com esses indivíduos, os
infiéis renegados são abandonados ao seu próprio destino. O salmo termina com
uma oração simples: Paz sobre Israel!
Salmo 126. A Restauração dos Peregrinos
O salmo 126 é a lamentação da comunidade por
causa de esperanças frustradas no passado e no presente. Embora haja uma
referência óbvia ao retorno do Exílio, as condições não são aquelas descritas
na primitiva sociedade pós-exílica. O salmista trata de condições ideais
esperadas e da desilusão experimentada por muitos anos.
1-3. O Ideal da
Restauração.
Ficamos como quem sonha. A esperança de uma gloriosa restauração foi idealizada
até o ponto de ser boa demais para ser verdade. A frase, fez retornar os
cativos, pode ser traduzida para restaurou a sorte. Contudo, o contexto parece
exigir um quadro dentro do Exílio. Havia riscos e cânticos – como no Dia da
Vitória – quando o Edito de Ciro tornou-se conhecido. Os exilados juntaram-se
em um coro de louvor reiterando as palavras dos observadores das outras nações.
4-6. O Pedido de Cumprimento. Restaura, Senhor, a nossa sorte. O lindo ideal da restauração previsto pelos profetas e cantado pelos exilados não se realizara totalmente através daqueles que retornaram à terra natal. As condições não eram ainda gloriosas e ideais (cons. Ageu 1:10, 11; 2:19). Portanto, o pedido agora é que se complete o ideal. Assim como o fazendeiro semeia com ansiedade e colhe cantando alegremente, Israel realizará o ideal da restauração. Obreiros cristãos costumara fazer uma aplicação dos versículos 5 e 6 ao ministério do ganhador de almas.
Salmo 127. A
Dependência dos Peregrinos
O
didaticismo deste salmo é característica dos ensinamentos da literatura da
Sabedoria. Aqui a ênfase está colocada sobre a futilidade do esforço humano sem
a ajuda de Deus. Embora o propósito didático original saia generalizado, este
salmo encontrou especial aplicação como canção popular entre os peregrinos.
1,2. Uma
Dependência do Senhor.
Se o Senhor não edificar . . . guardar. A total dependência do homem de Deus
está ilustrada com a referência às diligências humanas básicas. Construir uma
casa e guardar uma cidade não adianta nada (de acordo com os padrões divinos)
se Deus não for incluído nos planos e esforços do homem. Até mesmo o homem
diligente que trabalha desde a manhã até tarde da noite não pode esperar ter
sucesso sem as bênçãos e a sanção de Deus.
3-5. Uma Herança
do Senhor.
Herança do Senhor são os filhos. O conceito da necessidade da dependência de
Deus é transmitido para a constituição da família (cons. Gn. 30:2). Um
reconhecimento de que os filhos são um presente de Deus é a base para a
constituição de um lar bem sucedido. Alegria e proteção são descritas como os
resultados de se ter filhos e educá-los. Especialmente importante são os filhos
da mocidade de um homem, que podem protegê-lo e defender sua causa contra seus
adversários quando ficar velho, no local do tribunal da justiça junto às portas
da cidade.
Salmo 128. A Vida no Lar dos Peregrinos
Como o salmo precedente, este é didático no
caráter, e assim vitalmente ligado com a literatura da Sabedoria. A doutrina
básica da Sabedoria, "o temor do Senhor é o começo da sabedoria", é o
ponto de partida para o salmista. Depois ele aplica esta verdade a uma situação
ideal dentro do lar. Embora não seja destinado a ser hino de peregrinos, o salmo
provavelmente foi introduzido na coleção como canção popular, vindo ao encontro
das necessidades de todos os peregrinos.
1-4.
Bênçãos para o Lar. Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor. O salmista
começa declarando que a felicidade é a porção daquele que aprendeu a temer o
Senhor e andar nos Seus caminhos. Tudo lhe vai bem porque ele come do fruto do
seu trabalho e não o perde por ocasião da seca nem precisa cedê-lo a senhores
que o oprimem. Sua esposa é comparada a uma videira frutífera, enquanto seus
filhos são comparados a brotos tenros da oliveira. Este quadro de satisfação,
alegria, prosperidade e fertilidade descreve como o temente a Deus encontra a
felicidade perfeita.
5, 6. Bênçãos
para a Comunidade.
Para que vejas a prosperidade de Jerusalém. Uma parte vital das bênçãos
desfrutadas por aquele que teme a Deus vem de fora dos limites do seu lar –
desde Sião. A natureza corporativa da sociedade de Israel vê-se na adaptação
deste salmo no culto público. Tal como no Salmo 125, este termina com uma
pequena oração: Paz sobre Israel!
Salmo 129. O Pedido do Israel Sofredor
Este
é um lamento da comunidade, com nuances de confiança e fé. As características
de um hino de fé estão presentes, mas ficam obscurecidas pelos queixumes e
apelos da lamentação. Recordando problemas passados o salmista renova sua
confiança, enquanto seus apelos em relação ao futuro resultam em certeza de
alívio.
1-4. As
Aflições Passadas de Israel. Muitas vezes me angustiaram. A longa história
dos problemas de Israel foi comprimida pelo salmista em uma única declaração.
Desde o tempo do Êxodo (desde a mocidade de Israel), a nação sofreu severas
aflições provenientes de numerosos inimigos. Duas metáforas são usadas para
ilustrar esta aflição: os sinais do chicote sobre suas costas são comparadas
aos sulcos feitos por um arado; e as cordas dos seus opressores às cordas
usadas para atrelar bois.
Contudo,
o Senhor manifestou Sua justiça rompendo as cordas e livrando o Seu povo.
5-8. A Esperança Futura de Israel. Sejam
envergonhados ... todos. Numa imprecação contra aqueles que odeiam São, o
orador expressa o desejo de ver o inimigo envergonhado e mandado de volta para
sua casa. Depois ele emprega um longo símile para pedir que os planos malignos
do inimigo sejam torcidos. O capim que cresce sobre a sujeira dos telhados
secava rapidamente porque o solo era pouco profundo para suas raízes. Não podia
ser colhido nem atado em feixes. Não merecia nem sequer a costumeira saudação
dos que passavam. Salmo 130. O Redentor dos Peregrinos Aqui um indivíduo
profere uma oração penitencial como pedido pessoal de perdão. O pedido final em
benefício de outros na casa de Israel não transforma todo o salmo em
corporativo, mas antes enfatiza a natureza pessoal do apelo do orador. Contudo,
uma vez que os problemas do salmista e o seu desespero foram partilhados pela
nação, o salmo se tomou apropriado para os bandos de peregrinos na sociedade
pós-exílica.
1, 2. O Clamor do Penitente. Das
profundezas clamo a ti. O orador está provavelmente usando aqui um tempo
presente, como o restante da oração indica. Ele continua clamando das
profundezas quando O Salmo termina, mas expressa claramente sua segurança e
esperança.
3,4. A Certeza
do Perdão.
Contigo, porém, está o perdão. A universalidade do pecado está apresentada de
maneira forçada na declaração que diz que ninguém poderia ser justificado se
Deus anotasse cada pecado e não os apagasse. A única esperança vem do perdão
divino, que por outro lado aviva o sentimento de respeito no pecador perdoado .
5,6. A Expectativa da Esperança.
Aguardo o Senhor . ., eu espero m sua palavra. O senso de expectativa está
fortemente enfatizado Pela repetição de frases. Todo o ser (sua alma) do orador
está ocupado na espera diligente. Ele espera no Senhor como a sentinela sobre
os muros aguarda o alívio da sua substituição matinal.
7, 8. A
Aplicação Feita a Israel. Espere Israel no Senhor. Os pensamentos do
salmista voltam-se para os outros que precisam partilhar de sua confiança
entusiasta. À vista da bondade e abundante redenção do Senhor, ele pode afirmar
que Deus remirá Israel de todas as suas iniqüidades. Salmo 131. A Serenidade
dos Peregrinos Embora seja essencialmente um hino de fé, esta linda composição
literária parece uma confissão. O quadro da humilde resignação sob a orientação
divina exemplifica um profundo senso de disciplina pessoal. Embora alguns
intérpretes considerem este salmo como expressão corporativa, o pedido final em
benefício de Israel dá a idéia de uma voz individual que fala consistentemente
de uma ponta à outra. É mais do que natural que uma bela expressão de humildade
como esta se tornasse uma canção popular dos peregrinos.
1,2. Um Espírito
de Humildade.
Senhor, não é soberbo o meu coração. Após longa luta, o salmista foi curado dos
seus desejos presunçosos e orgulho excessivo. Agora pode declarar-se livre das
atitudes anteriores de altivez ou ambição sem freios. Ele acalmou ou apaziguou
sua alma ou seu íntimo de modo que agora é como uma criança desmamada do seio
da mãe, já não choramingando mais pelo seu leite.
3. Um Desejo
para Israel.
Espera, ó Israel, no Senhor. Como no salmo anterior, aqui o escritor expressa
seu desejo a que outros em Israel possam vira conhecer sua paz interior
Salmo 132. A Segurança
dos Peregrinos
Único entre os hinos da coleção dos
peregrinos, este salmo parece ter sido incluído por causa de sua natureza de
hino processional, que pode muito bem ser apresentado antifonariamente. É
basicamente um cântico de Sião, ligado em pensamento com o transporte da arca
da afiança para Jerusalém feita por Davi.
1-10. A Oração da Congregação.
Lembra-te, Senhor, a favor de Davi. Embora as aflições de Davi fossem
mencionadas em primeiro lugar, a ênfase desta oração está sobre a sua intenção
de encontrar um lugar adequado para a arca. Uma vez que as narrativas
históricas não mencionam nenhum voto relacionado com este acontecimento, o
salmista deve estar se baseando em uma tradição independente. Os versículos 6,
7 eram provavelmente cantados por um grupo de peregrinos enquanto
reapresentavam a procura da arca, sua descoberta em QuiriateJearim (no campo de
Jaar) e sua entrada em Jerusalém. A oração está incluída no versículo 10 com um
pedido para que Deus mostre Seu favor a cada rei consecutivo na linhagem de
Davi.
11-18. A Resposta do Senhor. O Senhor jurou . . . escolheu. Estes versículos servem de responso litúrgico citados de dois oráculos separados do Senhor. O primeiro oráculo (vs. 11, 12) é a promessa feita a Davi de que sua linhagem real continuará enquanto seus descendentes forem fiéis (cons. II Sm. 7:12-16). O segundo oráculo (vs. 14-18) foi introduzido com a declaração do versículo 13 de que o Senhor escolheu a Sião. Por causa desta divina escolha, haverá bênçãos espirituais e materiais para São e para a linhagem de Davi, enquanto haverá vergonha para os inimigos de Israel. Considerando que, quando um homem morre sem deixar filhos, sua linhagem é interrompida, diz-se que sua lâmpada foi apagada; portanto Uma lâmpada simbolizava descendência. Assim Deus estabeleceu uma série de descendentes de Davi que culminaram no Messias, a Luz do mundo (cons. I Reis 11:36; 15:4).
Salmo 133. A Fraternidade Entre os
Peregrinos
Neste
curto poema didático temos uma linda expressão de solidariedade familiar de
acordo com a ênfase dos escritores da Sabedoria. A sugestão de muitos
comentaristas de que o salmo espelha os esforços de Neemias para aumentar a
população de Jerusalém é interessante. Contudo, o salmo deve ter ligação mais
significativa com o espírito de comunhão e harmonia fraternal das grandes
festas.
1. A Declaração
na Premissa.
Como é bom e agradável. O escritor começa com uma declaração proverbial em
relação aos benefícios da solidariedade fraternal. A ênfase dada ao padrão da
antiga vida hebréia, na qual os filhos casados e os filhos destes continuavam
vivendo com os pais. Uma aplicação mais ampla, entretanto, está evidente nas
reuniões familiares e tribais por ocasião das festas.
2,3. O
Princípio Ilustrado. Como o óleo precioso ... como o orvalho. O salmista
emprega duas comparações para ilustrar o princípio incorporado em sua premissa
básica. Tal como o óleo da unção sobre a cabeça do sacerdote simbolizava sua
consagração, assim o espírito do amor fraternal permeava a nação e simbolizava
sua consagração. Tal como o orvalho sobre a vegetação simbolizava fertilidade e
crescimento, o senso da verdadeira fraternidade reavivava e despertava a
devoção da nação como um todo.
Salmo 134. A Bênção Sobre os Peregrinos
Eis aqui uma conclusão adequada para a coleção
de canções populares usadas pelos peregrinos. Em sua natureza de bênção este
salmo corresponde à bênção final de cada livro do Saltério. A posição do hino
dentro da coleção e a referência ao culto noturno sugerem que era cantado no
final do culto vespertino. A Festa dos Tabernáculos é a ocasião mais indicada.
1,2. O Chamado
dos Sacerdotes e levitas. Bendizei ao Senhor, vós todos, servos do Senhor.
Reconhece-se de modo geral que o chamado se dirigia aos ministros regulares do
Templo. Contudo, a voz do chamado é diversamente atribuída ao sumo sacerdote,
ao coro de levitas, ou aos peregrinos reunidos. A última explicação dá mais
lugar à inclusão do salmo na coleção, uma vez que os peregrinos participavam
ativamente. Os ministrantes do templo são convocados a que levantem suas mãos
em atitude de oração e bênção.
3. A Resposta
dos Sacerdotes.
... te abençoe o Senhor. A resposta ao chamado é dada através de uma abreviação
da bênção sacerdotal encontrada em Nm. 6:22-26. O povo recebe o lembrete de que
Deus é Criador e que Suas bênçãos fluem de Sião. Isto poderia ter sido usado
como ato final antes dos peregrinos retornarem aos seus lares.
Salmo 135. Um Mosaico das Obras de Deus
Este hino de louvor é um mosaico de citações
de outros salmos e diversos livros do V.T. A ênfase principal está sobre
aquelas obras de Deus que ilustram o Seu poder na natureza e na história. Que o
salmo destinava-se ao culto no tempo num padrão antifonário está evidente em
sua estrutura. Contudo, não há unanimidade na divisão em vozes. Sem dúvida,
havia partes do solo, coros de levitas e responsos congregacionais.
1-4. O Chamado
Inicial para o Louvor.
Louvai o nome do Senhor. Frases semelhantes são repetirias como um chamado
litúrgico enfático para o louvor. Como no salmo precedente, aqueles que
assistis na casa do Senhor são sem dúvida os sacerdotes e os levitas. A bondade
do Senhor e a escolha que fez de Israel são apresentadas como razões iniciais
para o louvor.
5-14. A Grandeza
de Jeová.
Eu sei que o Senhor é grande . . . acima de todos os deuses. O eu é enfático,
indicando conhecimento pessoal, e possivelmente uma passagem para uma voz de
solo no uso vigente dentro do templo. O uso do nome de Jeová é importante neste
ponto, porque o Deus da aliança de Israel está em contraste com os deuses dos
pagãos. Ele foi descrito como o Deus da Natureza (vs. 5-7), fazendo o que bem
entende no céu, na terra, nos mares e em todas as profundezas. Ele ainda foi
descrito como o Deus da história (vs. 8-14), liderando o povo escolhido na
saída do Egito e na conquista de Canaã.
15-18. A
Impotência dos Ídolos. Os ídolos das nações. Esta seção foi citada quase
ao pé da letra do Sl. 115:4-8. Contudo, as palavras são especialmente
apropriadas para a ocasião, destacando fortemente a onipotência do Senhor e a inutilidade
de todos os ídolos.
19-21. O Chamado
Final ao Louvor.
Bendizer ao Senhor. O chamado para o louvor nos Salmos 115 e 118 expande-se
agora pela adição de casa de Levi e um versículo conclusivo. A nação como um
todo, os sacerdotes, os levitas e os crentes que temem a Deus deviam todos ter
as suas próprias partes antifonais, mas terminavam o salmo em coro.
Salmo 136. A Misericórdia Permanente de Deus
Este hino de ação de graças parece grandemente
com o Salmo 135 no conteúdo. Ele é, entretanto, muito mais litúrgico, tendo um
refrão antifonário que aparece em cada versículo. O fato do salmo ser mais
fácil de ler e compreender sem o refrão sugere que originalmente ele não tinha
esta repetição nos versículos 4-25. Contudo o refrão deu-lhe um caráter distinto
e um lugar de destaque m culto judeu. Nas obras dos rabinos, era intitulado de
"o Grande Halel" (às vezes em conjunto com o Sl. 135). O termo
Aleluia no fim do salmo anterior provavelmente devia estar no começo deste
salmo, como evidencia a LXX.
1-3. Chamado
para Ação de Graças. Rendei graças ao Senhor. O salmo começa com um convite
triplo para agradecer a Deus a Sua bondade e misericórdia. É dirigido pelo
líder ou pelo coro à congregação. O refrão era provavelmente cantado através de
todo ele por todo o grupo dos crentes. A brevidade do refrão é especialmente
evidente nas três palavras hebraicas (porque a sua misericórdia dura para
sempre). Os três termos para Deus – Jeová, Deus dos deuses e Senhor dos
senhores – são interessantes à luz da ênfase dada, no salmo precedente, à
impotência dos ídolos e a onipotência de Deus..
4-9. O Deus da
Criação.
Maravilhas . . . céus . . , terra . . , luminares. As maravilhas da criação
testificam a bondade e misericórdia de Deus, em declarações concisas. Todas
vezes em que àquele é usado, é objeto de rendei graças.
10-25. O Deus da
História.
Àquele que feriu o Egito. Cada acontecimento, desde o Egito até Canaã,
testemunho do modo pelo qual Deus manifesta Sua misericórdia dentro do campo de
ação da história de Israel.
26. A Doxologia da Ação de Graças. Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus. O chamado inicial está sendo repetido aqui mas com um termo diferente para Deus. Este termo seria especialmente adequado se a ênfase fosse primeiramente sobre as maravilhas criativas de Deus somente.
Salmo 137. O Cântico dos
Exilados
Um
profundo espírito de vingança está claramente evidente neste lamento
comunitário. Os versículos iniciais evocam uma profunda simpatia pelos cativos,
enquanto os versículos finais dão vazão à sua indignação experimentada quando
testemunharam a desolação de sua terra. Embora não seja certo onde o salmista
se encontrava quando escreveu este hino, ele parece ter sido um dos exilados
que retomaram a Jerusalém em 538 A.C. Sua primeira visão de Jerusalém poderia
muito bem ter provocado suas imprecações contra Edom e Babilônia.
1-3. Tristeza do Exílio. Às margens dos
rios de Babilônia . . . chorávamos. A voz do salmista soluça de agonia ao
descrever a dor do cativeiro. Os exilados sem dúvida tinham lugares especiais
ao longo do Eufrates ou seu sistema de canais onde podiam chorar a sua
condição. Quando se lhes pedia que cantassem para divertimento dos seus
captores, respondiam dependurando suas liras sobre os salgueiros que se
alinhavam sobre os barrancos do rio.
4-6. Amor a Jerusalém. Como, porém,
haveríamos de entoar o canto do Senhor? Afinal, como poderiam cantar os hinos
sagrados dos cultos do templo para divertimento dessa gente em terras
estranhas? Seria conspurcar coisas sagradas e cometer um ato de traição contra
São. O salmista preferiria antes perder sua capacidade de tocar a lira e de
cantar do que esquecer-se da santidade de Jerusalém.
7-9. Ódio Contra
os Inimigos.
Filhos de Edom ... Filha de Babilônia. A intensidade das emoções do salmista se
vê em seu ódio contra os seus inimigos como também em seu amor por Jerusalém.
Ele destaca Edom pela sua conduta em ajudar o inimigo contra Jerusalém (cons.
Ez. 25:12-14; 35; Ob. 10-14). Então a Babilônia se transforma em objeto das
apaixonadas imprecações do salmista. Embora uma tão cruel matança como a
descrita no versículo 9 fosse naturalmente praticada quando se saqueavam as
cidades de antigamente (Is. 13:16; Naum 3:10) e fosse praticada contra Israel
(lI Reis 8:12; Os. 13:16), não podemos justificar tais palavras.
Salmo 138. Ação de Graças
Dedicada
Esta obra literária começa como um hino de
ação de graças, mas mais tarde se transforma em um cântico de fé. Embora o
orador esteja no meio de problemas, ele não começa com um lamento mas com grato
reconhecimento das bênçãos divinas. Muitas das idéias e frases desta obra são
reminiscências de outras seções das Escrituras, especialmente Is. 40-66.
Diversos manuscritos da LXX ligam este salmo com o tempo de Ageu e Zacarias.
1-3. Louvor pela
Força Recebida.
Render-te-ei graças . . . de todo o meu coração. O salmista experimentara
recente reposta às suas orações pedindo auxílio. Por causa de Deus ter
concedido o dom da força espiritual, ele o adora de todo o coração. A frase, na
presença dos poderosos, tem sido diversamente interpretada, porque a LXX usa
anjos e o Targum, juízes. Contudo, a melhor tradução parece ser deuses por
causa da referência subseqüente a todos os reis da terra. Considerando que
agora eles servem seus diversos deuses, mas que no futuro adorarão o verdadeiro
Deus, o salmista desafia o poder desses "deuses" (cons. Sl. 95:3;
96:4, 5; 97:7).
4-6. Adoração
dos Reis.
Render-te-ão graças . . . todos os reis da terra. O louvor individual é
prefigurado no louvor universal final. Há um extraordinário relacionamento aqui
com o Edito de Ciro, no qual o rei conquistador louva Jeová (junto com os
deuses de outros povos desalojados). Observe que a glória de Deus está
especialmente revelada em Sua condescendência para com os humildes.
7,8. Certeza de
Livramento.
Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida. O orador expressa profunda
confiança de que Deus cumprirá Suas promessas e completará o livramento de
Israel. Embora todo o salmo seja proferido por um indivíduo de maneira muito
pessoal, ele enuncia a ação de graças e a confiança em prol de sua nação
também.
Salmo 139. A Preocupação
Pessoal de Deus
Aqui
um indivíduo que tinha íntimo conhecimento de Deus e uma experiência com Ele
oferece sua oração pessoal. Do ponto de vista da teologia do V.T., este é o
clímax do pensamento no Saltério sobre o relacionamento pessoal de Deus com o
indivíduo. O salmista não se ocupa de filosofia abstrata ou meditação
especulativa; ele simplesmente descreve sua humilde caminhada com Deus e
partilha de seu conhecimento experimental com o Senhor.
1-6. A
Onisciência de Deus.
Senhor, tu me sondas e me conheces. O salmista está convencido por experiência
que Deus sabe tudo a respeito dele. Ele sabe que o conhecimento perfeito de
Deus vai além de seus atos individuais até suas motivações e propósitos.
Enquanto ele permanece respeitosamente dentro do seu próprio conhecimento da
onisciência divina, ele sabe que a total compreensão está além do entendimento
humano.
7-12. A
Onipresença de Deus.
Para onde me ausentarei do teu espírito? Por meio de duas perguntas retóricas,
o salmista mostra que ele não pode jamais colocar-se fora do alcance do cuidado
pessoal de Deus. Ele nem pensa em fazê-lo, mas usa este método de apresentar
seus pensamentos. As quatro suposições que se seguem expressam os extremos do
universo e reforçam sua premissa básica.
13-18. A
Presciência de Deus.
Os teus olhos me viram a substância ainda informe. Duas idéias estão envolvidas
no pensamento do salmista aqui: o modo maravilhoso pelo qual ele foi criado, e
amaneira pela qual Deus já sabia tudo o que estava acontecendo no processo. Ele
parece enfatizar este último fato ao ver a mão de Deus penetrando em toda a sua
vida. Este é na verdade outro vislumbre da onisciência de Deus nos maravilhosos
processos da criação e procriação. Novamente o orador permanece respeitosamente
diante da natureza incompreensível dos pensamentos divinos.
19-24. O
Problema do Mal.
Tomara, ó Deus, desse cabo do perverso. Esta surpreendente mudança de tom e
perspectiva é considerada por alguns intérpretes como adição posterior.
Contudo, a intensidade da aparente convicção Jos versículos anteriores vê-se
aqui novamente. Deus, que tem um conhecimento tão minucioso do homem, não pode
ignorar pecadores flagrantes. O salmista termina com um pedido pessoal para que
Deus o sonde, prove, conheça, veja e guie. Seu alvo é o caminho eterno, o modo
devida e paz que contrasta como caminho de ruína e destruição do ímpio.
Salmo 140. Um Pedido de
Preservação
Um
indivíduo que sofreu amarga perseguição da parte dos infiéis dentro de Israel
profere esta lamentação. Está intimamente ligada com os Salmos 141-143,
refletindo as mesmas condições gerais e empregando semelhante linguagem, forma
e padrões de pensamento. E ele pode naturalmente refletir o começo de uma luta
entre partidos dentro de Israel, embora os grupos não possam ser identificados
por nome. 141. Seu Apelo por Auxílio. Livra-me, Senhor. Através de três
estrofes (vs. 1-3; 4, 5 ; 6-8) o salmista faz o seu apelo, pedindo o auxílio
divino. Ele roga: Livra-me . . . guarda-me . . . preserva-me . . . não concedas
. . . ao ímpio os seus desejos. Ele usa termos muito descritivos para descrever
esses inimigos a fim de representar vivamente o seu próprio perigo. As
designações no singular devem ser entendidas coletivamente, conforme vemos no
uso dos verbos no plural. As quatro armadilhas que os inimigos armaram devem
provavelmente ser interpretadas aqui no sentido figurativo.
9-11. Seu Desejo de Retribuição. Cubra-os a
maldade dos seus lábios. A profunda amargura do salmista torna-se mais aparente
nestes versículos. Embora ele empregue linguagem figurada ao expressar seus
desejos em relação aos seus inimigos, está claro que deseja que todos os seus
planos malignos se voltem contra eles. Ele não se satisfará com nada menos que
a sua completa destruição.
12,13. Sua
Confiança no Senhor.
Sei que o Senhor manterá a causado oprimido. O salmista está convencido de que
o justo, em contraste com o ímpio, terá motivos de regozijo, porque Deus é o
paladino daqueles que, como o salmista, são oprimidos.
Salmo
141. Um Grito Pedindo Proteção
Este salmo é outra lamentação individual de
alguém que tem sofrido nas mãos de gente infiel e poderosa dentro de Israel.
Sua oração não tem a costumeira forma da lamentação, onde o livramento dos
inimigos é o que se busca. É mais espiritual no sentido de que ele busca o
auxílio divino para vencer as tentações à sua volta.
1,2. Seu Pedido por uma Resposta. Senhor, a ti
clamo, dá-te pressa ... inclina os teus ouvidos. O salmista começa com um
pedido urgente para que Deus ouça e responda sua oração. A referência ao
incenso e à oferenda vespertina parecem se referir à oferta de maniates, que
era acompanhada de oração e apresentada de manhã e de tarde.
3-5. Sua Oração
Pedindo Força.
Põe guarda, Senhor, à minha boca. Passando pelas circunstâncias de suas
queixas, O salmista ora pedindo força para vencer a tentação. Ele busca o.
poder para guardar a sua boca, manter puro o seu coração, evitar a prática do
mal, refrear a sua participação dos luxuosos prazeres e para aceitar com prazer
a repreensão dos justos.
6-10. Sua
Confiança na Retribuição. Os seus juízes serão precipitados. As
circunstâncias históricas por trás dos versículos 6, 7 são tidas por certas.
Parece que o orador espera ser comprovado certo quando esses juízes forem
punidos. O versículo 7 refere-se à matança dos amigos do salmista ou então
deveria ser traduzido para os seus essas em lugar de os meus. Seja qual for o
significado original por trás desses versículos, o salmista está aguardando que
Deus o continue fortalecendo, embora tenha certeza de que o homem ímpio
receberá a. justiça retributiva caindo em sua própria armadilha.
Salmo 142. Um Pedido de
Livramento
Eis
aqui a oração de um indivíduo que está enfrentando intensa perseguição. Segue
os padrões normais da lamentação pessoal. O salmista enuncia o seu apelo, faz a
sua queixa, declara o seu pedido, e termina com uma nota de confiança. Em sua
fervorosa oração, ele não pede vingança e não profere imprecações vingativas.
1, 2. O Pedido.
Ao Senhor ergo a minha voz e clamo. Os verbos nos versículos 1-5 podem ser
traduzidos para o tempo presente, uma vez que o contexto mostra que o salmista
não está falando de um apelo no passado. Sua grande necessidade está óbvia por
causa dos termos clamo e denuncio, como também por causa da ênfase colocada
sobre o erguer da sua voz. 3,4. A Queixa. No caminho em que ando me ocultam
armadilha ... ninguém que por mim se interesse. O salmista tem por certo que
Deus sabe de sua condição desde o começo. Por causa disso, simplesmente declara
o fato do seu problema e descreve o seu senso de solidão.
5-7. O
Pedido. Livra-me . . . Tira a minha alma do cárcere. Apelando novamente por
atenção às suas necessidade, o salmista declara que Deus é agora o seu único
refúgio. A referência ao cárcere talvez seja a um verdadeiro confinamento ou a
um estado desesperador. Fazendo um voto de louvar a Deus pelo seu livramento,
ele expressa sua confiança em que outros se lhe juntarão em sua ação de graças.
Salmo 143. Uma Oração por
Orientação e Livramento
Novamente um indivíduo em situação terrível
profere esta oração muito pessoal. Seus perseguidores lhe tiraram tudo, menos a
vida. Embora busque o livramento, seu maior desejo é a orientação divina. Uma
vez que toma o lugar do pecador arrependido, este salmo está classificado como
um dos penitenciais (cons. Sl. 6, 32, 38, Sal. 102, 130). 1-6. O Apelo do
Penitente. Atende . . . à minha oração . . . não entres em juízo. Depois de
rogar atenção, o salmista dá a entender que reconhece-se culpado diante de
Deus. Ele não se declara inocente, mas lança-se sobre a misericórdia divina.
Sua queixa, sucintamente declarada, como no salmo precedente, indica
perseguição cruel. Ele foi perseguido, esmagado e obrigado a habitar nas trevas
como se estivesse morto. Contudo, lembrando-se das grandes obras de Deus no
passado, ele tem coragem de apelar que manifeste novamente o seu poder.
7-12. Pedido de
Ação. Dá-te pressa,
Senhor, em responder-me. Em orações rápidas, o salmista expressa a urgência de
sua necessidade de ajuda. Ele busca uma resposta imediata, uma expressão da
bondade de Deus, orientação para sua vida, livramento dos seus perseguidores,
instrução quando à vontade de Deus e a destruição dos seus inimigos. Como servo
penitente, ele sente que a desforra é certa.
Salmo 144. Triunfo na Guerra e na Paz
Começando
como se fosse um hino de louvor, este salmo passa para o lamento depois do
versículo 4. Muitos comentaristas têm levantado sérias dúvidas quanto à sua
unidade. Os versículos 12-15 parecem já- ter constituído parte de um salmo
desconhecido. Na verdade, todo o sobro é uma compilação de citações de outros
salmos (cons. Sl. 8, 18, 33, 39, 104). 1-4.
Bênçãos do Passado Reconhecidas. Bendito seja o Senhor, rocha minha. O
salmista começa com um hino de louvor pela ajuda que Deus lhe tem concedido na
qualidade de guerreiro. Ele conhece o Senhor pessoalmente, pois o chama de
rocha minha, minha misericórdia, fortaleza minha, meu alto refúgio, meu
libertador e meu escudo. O contraste entre a grandeza de Deus e a insignificância
do homem impressiona o salmista. Usando as conhecidas palavras do Salmo 8, ele
confessa a sua falta de merecimento antes de apresentar o seu pedido de
auxílio.
5-8. Ele Busca
Livramento Agora.
Abaixa, Senhor, os teus céus, e desce. Esta oração para que o poder de Deus se
manifeste na forma de uma teofania foi extraída de diversos versículos dos
Salmos 18 e 104. O salmista está pedindo que Deus intervenha nas suas lutas com
os inimigos, porque eles são culpados de falsidade e violação de tratados.
9-11. Votos de
Louvor Futuro.
A ti, ó Deus entoarei novo cântico. Citando muitas citações de velhos hinos, o
salmista faz Voto de dar graças de maneira nova quando a vitória for alcançada.
Depois de fazer este voto e de expressar a sua confiança na vitória, ele repete
o pedido dos versículos 7, 8. 12-15. A Paz e a Prosperidade Descritas. Filhos .
. . como plantas viçosas . . . filhas como pedras angulares. Conforme acima
indicado, isto parece citação de um salmo desconhecido. O quadro é o de um lar
ideal numa comunidade cujo Deus é o Senhor. Os filhos são vigorosos como
plantas jovens; as filhas são altas e majestosas; os celeiros estão cheios; os
rebanhos são férteis; e os bois são torres. Essas são as bênçãos materiais que
se esperam numa tal sociedade ideal.
Salmo 145. Louvor pela
Grandeza de Deus
Este hino de louvor é uma expressão triunfante
da fé de um indivíduo e um chamado aos homens para que glorifiquem a grandeza
de Deus. Tem uma nota de apelo universal raramente presente em expressões de fé
em Israel. O salmista usa uma estrutura com acróstico, começando cada versículo
com uma letra do alfabeto hebraico. Só uma letra está faltando, o nun, que
deveria estar entre os versículos 13 e 14. O salmo serve de introdução à
coleção final de louvores (Sl. 145-150).
1, 2. A Promessa
de Louvor.
Exaltar-te-ei ... bendirei ... e louvarei. O propósito do salmista está
claramente demonstrado em sua promessa de louvar a Deus todos os dias, sim,
para todo o sempre. Seu relacionamento pessoal e sua visão universal se encontrara
em sua saudação inicial: Deus meu, e Rei.
3-20. A Grandeza
de Deus.
Grande é o Senhor e muito digno de ser louvado. O versículo 3 é o tema deste
louvor. Embora esta grandeza seja insondável, o salmista consegue ilustrá-la
admiravelmente. Sua esperança constante é que outros darão testemunho da
grandeza de Deus. Nos versículos a seguir ele enfatiza a grandeza de Deus
mencionando Suas pondes obras, Sua glória e esplendor, Sua bondade, Sua
compaixão cheia de graça, Sua tema misericórdia, Seu Reino glorioso e eterno,
Seu cuidado providencial, Sua justiça, Sua santidade e Sua disponibilidade em
relação àqueles que o buscam em verdade e com temor. Esta compreensão da
natureza divina é o ponto culminante do Saltério.
21. A Doxologia
do Louvor.
Toda carne louve o seu santo nome para todo o sempre. Depois de repetir sua
promessa de louvor pessoal, o orador começa a fazer o convite a toda a carne.
Seu desejo inclui toda a humanidade e vai até o fim do mundo.
Salmo 146. Louvor Pela
Ajuda Divina
Este é o primeiro dos cinco hinos de louvor
semelhantes, todos começando e terminando com um Aleluia. Esta pequena coleção
tem servido de hinário usado diariamente nos cultos da sinagoga. Como a maior
parte dos salmos deste Livro Final, a forma atual destes salmos reflete
circunstâncias, idéias e linguagem pós-exílicas.
1,2. O
Voto de Louvor. Louvarei ao Senhor durante a minha vida. Em linguagem
semelhante à do salmo precedente, o voto de louvor está apresentado em termos
absolutos.
3,4. A Falta de Poder do Homem. Não confieis em
príncipes. Por causa de suas próprias experiências, o salmista roga aos homens
que não dependam dos favores dos nobres (cons. Pv. 19:6). Ele entende que
nenhum auxílio duradouro pode vir de alguém cuja vida e pensamentos desaparecem
quando volta ao pó. A circunstância exata à qual o salmista se refere não pode
ser identificada. Contudo, tal conclusão pode ser extraída de qualquer ocasião
na história de Israel.
5-10. O Poder de
Deus.
Bem-aventurado aquele . . , cuja esperança está no Senhor. Aquele que tem o
Senhor como seu ajudador e sua esperança é verdadeiramente abençoado. Esta
esperança se baseia na criação do universo por Deus, Seu cuidado amoroso para
com o homem e Seu reino eterno. A ênfase especial dada a Deus como o defensor
dos necessitados e oprimidos sugere que o salmista era membro de um desses
grupos dentro da sociedade do seu tempo. Observe que deu-se uma ênfase
quíntupla ao nome de Jeová nos versículos 7-10.
Salmo 147. Louvor pela
Providência Divina
O
derramamento da gratidão, como neste salmo, sempre tem sido parte vital do
culto de Israel. Este é verdadeiramente um hino de louvor do começo ao fim sem
uma palavra de queixa ou simples pedido que seja. É difícil descobrir um
desenvolvimento lógico porque três salmos foram aqui comprimidos em um só (vs.
1-6, 7-11, 12-20). Estes elementos separados são parcialmente evidentes na LXX,
onde os versículos 12-20 são relacionados como parte de um outro salmo.
1-6. Sua Bondade
para com Israel.
O Senhor edifica ... e congrega. Após um rápido chamado à adoração, o salmista
declara como o Senhor tem sido bom para com o seu povo. Os versículos 2, 3 sem
dúvida se referem à restauração após o Exibo. Todas as coisas que Deus fez
estão ligadas à Sua grandeza, Seu poder e Seu entendimento.
7-11. Sua
Providência para com a Natureza. Que cobre de nuvens os céus. A idéia
vai além das fronteiras de Israel incluindo todas as criaturas. A provisão da
chuva e alimento que o Senhor faz é especialmente importante numa terra onde os
céus ficam desprovidos de nuvens desde abril até outubro. O salmista percebe
que o favor divino não se baseia na força física quer seja para com o homem ou
para com a besta.
12-20. Seu
cuidado para com Jerusalém. Pois ele reforçou as trancas das tuas portas.
Jerusalém e Sião foram usados como termos paralelos m personificação
descritiva, simbolizando o povo de Deus que habita e adora dentro delas. As
bênçãos da proteção, paz e prosperidade são apresentadas como realidades
presentes. O salmo termina com uma referência ao relacionamento especial de
Israel com Deus na qualidade de seu Povo Escolhido.
Salmo 148. Louvor por
Toda a Criação
O terceiro hino de louvor nesta coleção final
é a convocação de um coro universal de louvor por tudo o que há nos céus e na
terra. O versículo final sem dúvida se refere ao retorno do exílio e indica as
razões e ocasião que motivaram um louvor assim tão empolgante.
1-6. Convocação
dos Céus.
Do alto dos céus. Usando a linguagem da cosmologia do antigo Oriente Próximo, o
salmista pede o louvor dos seres e dos fenômenos celestiais. Versículos 5 e 6
correspondem a um refrão que provavelmente foi cantado por um coral no estilo
antifonal. A criação de Deus quanto aos objetos celestiais e sua sustentação é
razão suficiente para o louvor.
7-12. Convocação
da Terra.
Da terra. O salmista começa com as profundezas da terra e se refere a todas as
formas de vida, animadas e inanimadas. Observe que o homem, como a coroa da
criação, ficou reservado para o fim. Os versículos 13, 14 agem como um segundo
responso, com os motivos básicos para este louvor. A glória de Deus e a
redenção do Seu Povo escolhido são considerados razões suficientes. Salmo 149. Louvor pelo Triunfo Divino
Este
hino de louvor faz referência especial à celebração de uma recente vitória. Muitos
intérpretes entendem que os versículos finais são escatológicos e não
históricos. Contudo, os quatro primeiros versículos estão claramente
relacionados a uma realidade presente de livramento divino. Embora o
acontecimento não possa ser identificado com precisão, o propósito da
composição original é evidentemente agradecer a Deus a vitória por ocasião da
volta dos guerreiros.
1-4. Convocação para o Louvor. Cantai ao
Senhor um novo cântico. O cenário é uma grande assembléia de santos ou de
crentes no Templo. A importância da ocasião se vê na necessidade de um novo
cântico para celebração da nova vitória dos seus exércitos. O versículo 3 com a
menção de danças destaca claramente o espírito de regozijo e alegria do
versículo 2. A vitória propriamente dita é uma indicação de que o favor e a
salvação de Deus foram derramadas sobre o povo oprimido.
5-9. O Hino de
Vitória.
Exultem ... os santos ... cantem de júbilo. Os piedosos são descritos
regozijando-se em triunfo e cantando nas suas camas por causa da segurança que
agora desfrutam. O quadro de guerreiros louvando a Deus com espadas de dois
gumes nas mãos é símbolo de vitórias obtidas em Seu nome. Figurativamente os
santos de Deus devem empunhar a espada do Espírito, que é a palavra de Deus
(Ef. 6:17; Hb. 4:12).
Salmo 150. Louvor em Seu Clímax
Universal
Este
hino final de louvor tem o gabarito de ocupar posição de honra como a doxologia
de todo o Saltério. Cada frase do salmo parece basear-se no pensamento anterior
em preparação para o clímax, o qual vem subitamente como uma explosão de louvor
grandioso vindo das hostes dos céus e da terra.
1. O Lugar
Especificado.
No seu santuário . . . no firmamento. O santuário talvez seja uma referência à
habitação celestial de Deus ou ao Templo aqui na terra. Enquanto o primeiro
significado é paralelo a firmamento, a segunda idéia teria muito mais
significado para os crentes reunidos.
2. Os Motivos
Superiores.
Seus poderosos feitos ... sua muita grandeza. Seus feitos poderosos na criação
e na história constituíram o tema de muitos salmos. Sua grandeza tem sido um
tema repetido nos hinos de louvor finais (cons. Sl. 145, 147).
3-5. Os
Instrumentos Enumerados. Som de ... Parece que o salmista arrumou estes
instrumentos a esmo. É como se cada um soasse quando foi mencionado e continuasse
tocando até o final da Aleluia (cons. W.O.E. Oesterley, The Psalms, págs. 589 e
segs., para uma descrição dos instrumentos envolvidos).
6. O Coro Reunido. Todo ser que respira. Não apenas os sacerdotes e levitas, não apenas a congregação, mas todas as criaturas no tempo e no espaço, que tenham fôlego foram incluídas neste coro dos coros. O Saltério termina, mas a melodia permanece enquanto os crentes continuam cantando, Aleluia! Louvai ao Senhor.
Salmos
(Comentário
Bíblico Moody)
Aquele que Sonda os Corações
Texto: Salmo
139
Introdução
O Salmo
139 é um
cântico de louvor
que celebra na presença de Deus e que permeia a tudo, seu conhecimento perfeito, e seu poder
infinito. O escritor inspirado descreve
com reverência os
gloriosos atributos de
Deus e termina com
uma oração pedindo
a destruição dos
ímpios e a purificação do seu próprio coração. Com tal
beleza de linguagem e nobreza de pensamento, este salmo recebeu
de notado teólogo tradicional judaico o título de “Coroa de todos
os Salmos”.
I - A
Onisciência de Deus
(SI 139.1-6)
“Senhor, tu
me sondas (examinando
todos os meus pensamentos e sentimentos) e me conheces
(com total conhecimento do meu
estado espiritual). Sabes
quando me assento e
quando me levanto
(tudo quanto faço
desde o amanhecer até
o fim do
dia), de longe
penetras os meus pensamentos (enquanto ainda estão sendo
formados - muito antes de eu tomar
consciência deles). Esquadrinhas (lit: peneiras) o meu andar e o meu deitar
(lit: “meu caminho e meu leito” - as
minhas horas de atividade e as minhas horas de
descanso), e conheces todos
os meus caminhos”.
Deus não tem necessidade
de ir pensando
sobre as coisas;
em virtude da sua divina perfeição, sabe tudo instantaneamente. É
um consolo saber
que Ele não
nos julga mal,
nem acelenta qualquer malentendido a nosso respeito. “Ainda a palavra me não chegou à língua,
e tu, Senhor, já a conheces toda”.
É impossível enganar o Senhor, porque a nossa fala, que
tantas pessoas empregam
para esconder os
seus verdadeiros
pensamentos, fica patente diante
dEle.
“Tu
me cercas por trás e por diante”, ou
seja: Tu estás sempre
perto de mim
e tens conhecimento
completo de todos os meus
movimentos. Você não pode escapar de Deus. Não
pode voltar para
trás, pois Deus
está atrás de
você; não pode fazer marchas
forçadas para a frente,
pois o caminho
dEle está lá longe adiante. Você está cercado! E, a
fim de
que não imagine
que sua presença esteja
distante, acrescenta-se: “e sobre
mim pões a
tua mão”. Deus
está muito perto, e
você está nas
mãos dEle. Sua
mão é para sustentá-lo na prática do bem, e para
refreá-lo da prática do mal.
“Tal
conhecimento é maravilhoso
demais para mim; é
sobremodo elevado, não o posso atingir”. Ao pensar acerca da onisciência de
Deus, sinto que todo o verdadeiro conhecimento
está além do meu alcance. Tais conhecimentos estão além da
minha compreensão e do meu
entendimento.
II - A
Onipresença de Deus
(SI 139.7-12)
“Para onde
me ausentarei do teu Espírito?
Para onde fugirei da tua
face?” Compare Atos
17.28. Quando Jonas procurou fugir de Deus, achou-se
na presença de Deus de modo bem
inesperado, e nunca
antes experimentado por ele!
(Jr 23.24). Querendo
ou não, você
está tão perto
de Deus como sua
alma está perto
do seu corpo.
Que coisa horrenda é
a prática do
pecado, já que
tudo é deliberadamente feito
às vistas de
Deus!
“Se
subo aos céus,
lá estás, se
faço a minha
cama no mais profundo abismo,
lá está também”. Subindo ou descendo até
o lugar mais
alto ou mais
baixo do universo, você achará
ali a presença
de Deus, que
a tudo permeia. Não
há ateus no
abismo do inferno,
pois, ao saberem
que ali caíram por não terem crido em Deus, acabam cientes da sua existência,
embora seja tarde demais.
“Se tomo as asas da alvorada e me detenho
nos confins dos mares: ainda lá me
haverá de guiar a tua mão e a tua destra me sustentará”.
A luz tem uma velocidade inconcebível, mas mesmo que você pudesse viajar
tão rapidamente assim, de modo
nenhum conseguiria escapar
da presença de Deus. Este
pensamento pode lhe servir de encorajamento: Aquele que
salva até às últimas está
disposto a acompanhar você até os confins da terra. “Eis que estou convosco todos os
dias até à
consumação do século”.
“Se eu
digo: As trevas,
com efeito, me
encobrirão, e a luz
ao redor de
mim se fará
noite, até as
próprias trevas não te serão
escuras: as trevas e a luz são a mesma
coisa”. O homem bom não desejaria ser escondido pelas trevas; o homem sábio
não imagina que
tal coisa seja possível. Do ponto de vista de Deus, todos nós
habitamos numa luz que a tudo revela
a todo instante.
III - A
Onipotência de Deus
(SI 139.13-18)
Deus
nos conhece porque Ele nos criou. Tal é o pensamento dos
versículos seguintes: “Pois
tu formaste o meu
interior”, e, portanto, conheces os meus
pensamentos mais íntimos. O interior
aqui significa os
desejos e os anseios, literalmente: “Rins”.
Assim como o “coração” na Bíblia é mais do que
o órgão que
bombeia sangue, e
se refere aos sentimentos e pensamentos, assim também é esta referência aos
rins. Esta maneira
antiga de falar recebe
hoje em dia corroboração
científica, mediante a
qual a medicina reconhece a profunda interrelação que
existe entre a alma
e o
corpo.
“Tu
me teceste no
seio de minha
mãe”. Antes de o
salmista conhecer a Deus, Deus conhecia a ele (cf. Jr 1.5). Na parte mais
íntima do seu
ser, e na
sua condição mais secreta (antes de nascer), ainda estava
sendo guiado e protegido por Deus. A palavra
bíblica “tecer” é
apoiada pela medicina moderna
que fala em “tecidos”
do corpo. “Graças
te dou, visto
que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste”. Enormes volumes já
têm sido escritos com respeito às maravilhas do mecanismo do corpo humano. O
estudo do embrião humano faz com que o homem se encha de reverência e adoração
perante a sabedoria do Criador
assim revelada: “As
tuas obras são
admiráveis, e a minha
alma o sabe
muito bem”. Mesmo
que você não entenda
os mistérios da natureza, pelo
menos pode reconhecer que são maravilhosos: “Os meus
ossos não te foram encobertos,
quando no oculto
fui formado, e
entretecido como nas profundezas da terra (expressão figurativa que se
refere ao útero). Os teus olhos me viram à substância ainda informe, e no teu livro foram escritos
todos os meus
dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia
ainda”. Nosso Criador
fez uma planta
do nosso corpo, anotando de
antemão todas as
suas peças. E de
acordo da sábia
e amorosa providência
divina que temos olhos, ouvidos, pés e mãos; tudo foi
ordenado pelo decreto de Deus. Os
propósitos de Deus
dizem respeito ao
nosso corpo, nossa alma
e nosso espírito;
nossa forma, nossa personalidade e nossa vida diária. Tudo
isto foi determinado acerca de nós antes de existirmos. Deus nos viu quando
nada havia para ser visto, e escreveu acerca de nós quando ainda não
havia assunto.
O
salmista, embevecido em
adoração maravilhosa ao contemplar
a sabedoria do
Criador, exclama, com
enlevo espiritual: “Que preciosos
para mim, Senhor,
são os teus pensamentos! E como é
grande a soma
deles! Se os contasse, excedem
os grãos de
areia: contaria, contaria,
sem jamais chegar ao
fim”. Disse certo
grande cientista: “Eu nada mais faço senão pensar os
pensamentos de Deus após Ele”. O
universo com todas as
suas leis revela a mente de Deus, e todas as ciências juntas nada mais fizeram do que arranhar a superfície de todos os conhecimentos encontrados
no primeiro livro que Deus escreveu
- a natureza (ver Salmo
19).
IV
- A Oração do
Salmista (SI 139.19-24)
A
mudança de pensamento,
entre a contemplação
das obras de Deus acompanhada pela adoração a Ele, e a esperança que
os perversos logo
sejam destruídos, parece
um pouco abrupta, à
primeira vista. Na
verdade, porém, um aspecto
segue logicamente ao
outro. Na medida
em que nos apegamos
ao bem, também
aborrecemos o mal
(SI 97.10). Amando tão
intensamente a Deus, o
salmista não pode tolerar o convívio daqueles que se rebelam contra Ele.
Sua indignação não
está manchada com
ressentimentos pessoais - é
puro zelo pela honra
de Deus. Ultrajes lançados contra a causa de Deus causam
terrível dor ao salmista. A linguagem é característica da Antiga Aliança; com a
vinda de Cristo, aprendemos
a odiar intensamente
o pecado, e ainda
amar o pecador,
querendo arrancá-lo das
garras de Satanás.
O
salmista, na sua condenação dos
perversos, não está
imaginando que ele pessoalmente
possui a justiça própria, a justificação
pelas boas obras dele. Sabe perfeitamente bem que muitos
pecados secretos podem
se esconder debaixo da capa de zelo
pelo Senhor. E por isso
que ora: “Sonda- me, ó Deus, e conhece o meu coração:
prova-me e conhece os meus pensamentos
(o “coração” é a
fábrica e os “pensamentos” são os produtos); vê se há em
mim algum caminho mau, e
guia-me pelo caminho
eterno” - no
caminho verdadeiro e permanente
que leva ao
Deus verdadeiro e eterno.
Y - Ensinamentos Práticos
1. Deus
cuida do indivíduo.
O tamanho do
nosso universo é
demais para a
nossa mente humana
imaginar. Os astrónomos falam que
a estrela mais perto da terra se acha a uma distância de talvez
uns 40.000.000.000.000 de quilômetros
daqui, e que o número total de estrelas no universo é comparável ao número
total de grãos de areia em todas as
praias do mundo
inteiro. Tais cifras
são um peso
para nossa mente entender, e surge a pergunta: será que um Deus tão grandioso
assim pode se preocupar com o indivíduo
e os seus problemas
pessoais?
O Salmo
139 dá a
resposta, afirmando que
o mesmo Deus criador
do universo está
em todos os
lugares, sabe todas as
coisas, e pode
ser achado por nós
através da fé e da oração. O
conceito da onipresença e onisciência de Deus deve aterrorizar
os corações dos
malfeitores, mas é
fonte de grande consolação para
os que crêem nEle, porque tais
pessoas sentem a
forte convicção de
que este Deus
pode ajudar e proteger.
O fato
da onipresença e da onisciência de Deus
é uma garantia da
orientação que os
crentes recebem. Samuel Chadwick, após
uma vida dedicada
à oração, asseverou: “O
mais humilde seguidor
de Jesus pode saber a
vontade divina de modo
direto e pessoal.
É o privilégio
de cada pessoa ter a certeza
perfeita da vontade de Deus, uma vez que
queira a buscar. A atenção que Deus dá a
cada detalhe da nossa vida é
espantosa. Nada é por demais
trivial para a onisciência. Venha diretamente a Deus... Descubra diante dEle todas
as suas dúvidas
e perguntas, e
Ele revelará a você, de modo bem claro, qual é a vontade
dEle para você”. É um encorajamento
para os fiéis
saberem que, seja para onde vão indo os caminhos da sua
vida, Deus está presente para orientar
e abençoar.
2. O
Deus inescapável. “Para
onde me ausentarei
do Teu Espírito?” Dois chineses,
um cristão e um pagão, estavam
conversando. “O seu Deus está
em todos os
lugares?” - perguntou o pagão. “Certamente que sim” - respondeu o
cristão. Pensando que
deixaria o cristão
confuso e envergonhado, o outro
perguntou, em seguida: “Então, Ele está no inferno?” A resposta veio de
imediato? “Sim, o seu amor está no
céu e a
sua ira está no
inferno”.
Deus está presente em todos os
lugares. Ele se faz presente às
suas criaturas das
seguintes maneiras: na
glória, para os hostes celestiais que o adoram (Is 6.1-3). De modo eficaz, na criação natural (Na
1.3). Na sua providência, na vida
humana (SI 68.7,8). Atenciosamente, para aqueles que o buscam (Mt 18.19,20; At 17.27). Judicialmente, na consciência dos
ímpios (Gn 3.8; SI 68.1,2).
De forma humana, na pessoa do seu Filho (Cl 2.9). Misticamente, na sua
igreja (Ef 2.12-22).
Oficialmente, com seus
obreiros (Mt 28.19,20).
Certamente,
ninguém poderia sonhar em achar qualquer cantinho do
universo em que
pudesse escapar da
lei do Criador. Aqueles que amam a Deus desejam nada mais do
que a sua presença. Aqueles que não têm
prazer na comunhão com Deus não
têm a mínima esperança de achar
algum lugar onde podem desafiar a Ele impunemente. Quando alguém peca, o
diabo sussurra: “Fuja de Deus”, todavia o Espírito
Santo sussurra: “Fuja para
Deus”.
3. As
maravilhas de Deus
devem inspirar a adoração humana. “As tuas
obras são admiráveis,
e a minha alma o sabe muito
bem”. As
pessoas que vivem uma
vida superficial logo perdem
interesse na existência. Não acham graça
em nenhuma coisa
ou pessoa. O
mundo nunca sofrerá falta de coisas maravilhosas - mas às
vezes faltam pessoas que sabem admirar-se.
Se sentimos tédio, é sinal que precisamos
deixar de lado um pouco as
corridas da vida,
aquietar o nosso
coração diante de Deus, e considerar as suas obras com simplicidade infantil, passando
assim a sentir
quão perto está o céu
e os
anjos.
Quando
o famoso artista
Jean François Millet
era um pequeno menino, o seu
pai, homem muito devoto, levou-o num passeio, no fim da tarde.
Chegaram até o cume de um despenhadeiro, para olhar o sol se pôr no horizonte
do mar. O pôr do sol que se estendia diante dos seus
olhos era tão glorioso, com tanta beleza junta da terra, do mar e do céu, que o
menino exclamou com júbilo:
“Pai, nada é tão maravilhoso!” Mas
o pai ficou
em silêncio, curvando
a sua cabeça como
se estivesse orando,
e disse: “Meu
filho, foi Deus que
faz isso”. O menino ficou
profundamente impressionado,
e aprendeu a ser um menino piedoso
daquele momento em diante. Contava-se
dele que, quando
adulto, continuava com o hábito de curvar a sua cabeça em oração na hora
do pôr do
sol. Mais tarde,
como pintor formado, deu ao mundo um dos quadros mais
queridos, “O Angelus”, que mostra dois
camponeses franceses curvando
suas cabeças reverentemente enquanto
os sinos tocavam para anunciar o convite
à oração.
Por
mais avançado em
anos que você
esteja, sempre fará bem se
conservar o segredo de ficar
“como criança”, sempre sentindo
a maravilha de contemplar
as gloriosas obras do
Senhor.
4. Deus,
nosso ajudador sempre
presente.
“Quando acordo, ainda
estou contigo” (SI
139.18 - Almeida).
Nenhuma hora é melhor para buscar a Deus do que a hora de acordar,
quando a mente está livre de outras
preocupações e as atividades do
dia ainda não começaram. Assim como o
clarim conclama os soldados à
alvorada, assim também devem ser
as nossas devoções
matutinas. Como o
clarim que toca o “recolher” no fim das
atividades, assim devem ser
nossas devoções vespertinas.
É
uma grande vantagem para
a vida de
santificação começar o dia com Deus. Quando o mundo já ocupa você
de manhã
cedo, não deixando
tempo para a
religião, é quase impossível você
ficar em dia com os acontecimentos que
se seguirão -
e o seu
coração se ocupa
com pensamentos vãos desde
o levantar até
o pôr do
sol. Se você começar
o dia com
Deus, perceberá que
Ele está do seu
lado durante todas
as atividades do
dia, e todas elas, condimentadas com o amor e o
temor de Deus, serão mais
deliciosas para nós, tanto
as doces como
as salgadas.
Embora
o salmista se
refira ao sono
físico, você pode aplicar o texto
de forma figurada também.
Às vezes você adormece
espiritualmente, suas orações
ficam sendo uma formalidade, e você perde sua grande
vontade de ler a Bíblia com
reverência e fervor.
E, depois de
tudo, passada esta fase, você ainda pode erguer a sua
cabeça e dizer: “Quando acordo, ainda estou contigo”. Deus é muito gracioso, e
você sempre o achará no ponto exato em que você foi separando dEle.
Uma
profunda tristeza poderá
deixar você insensível espiritualmente, como
quem está dormindo.
Quando, porém, você
acorda daquele sono
de angústia, passará
a erguer o
seu coração a Deus
e dirá: “Quando
acordo, ainda estou contigo”.
Deus está bem presente, aplicando bálsamo espiritual ao
coração ferido.Você pode aplicar
este texto ao seu despertar na eternidade.
Você ainda terá de passar pelo sono da
morte. Como crente, você adormece aqui,
e, tendo passado pelas angústias de
morrer, você de
imediato acorda no céu:
“Quando acordo, ainda estou
contigo”. A comunhão com Deus não sofre interrupção
alguma - o
crente sempre está
presente com seu Salvador,
ou na terra ou
no céu.
5. Ódio santo.
“Aborreço-os com ódio consumado: para mim são
inimigos de fato”.
É possível e
razoável fazer distinção entre o
pecador e os seus pecados. Devemos amar o pecador e orar por ele; o ódio do
crente deve ser concentrado contra todas as formas do pecado. Algumas delas são
as seguintes:(1) Adultério;
(2) Inveja; (3)
Maledicência; (4) Blasfêmia; (5) Jactância; (6) Cobiça; (7) Contendas; (8)
Dolo; (9) Despeito; (10) Desprezo pelos
justos; (11) Enredar malda- des; (12)
Desobediência; (13) Bebedeiras; (14) Rivalidades ciumentas; (15)
Ciúmes; (16) Maus
pensamentos; (17) Acusações falsas;
(18) Ferocidade; (19)
Estultícia; (20) Fornicação; (21)
Ódio; (22) Inimizade
contra Deus; (23) Ter
a forma da piedade enquanto
nega o poder dela;
(24) Ser cabeçudo; (25) Heresias;
(26) Altivez; (27) Hipocrisia; (28) Idolatria; (29) Ser implacável; (30)
Incontinência; (31) Lascívia; (32)
Mentiras; (33) Egoísmo; (34)
Dedicar mais amor aos prazeres do que a Deus; (35) Malícia; (36) Calúnia; (37)
Assassinato; (38) Orgulho;
(39) Festanças; (40) Sedições; (41)
Contendas; (42) Furto;
(43) Traição; (44) Quebra
de promessas; (45)
Incredulidade; (46) Impureza moral; (47) Profanidade; (48)
Injustiça; (49) Ingratidão; (50) Falta de
misericórdia; (51) Altercações;
(52) Falta de
entendimento; (53) Falta de
afeição natural; (54) Perversidade; (55)
Bruxaria; (56) Ira;
(57) Difamação do
próximo. Esta pequena lista
é tirada dalgumas
poucas Epístolas de Paulo.
O número 57
reflete “as 57
variedades” de certa marca
famosa de latarias.
Depois de ler
esta lista, que poderia ser bem maior, diga:
“Aborreço-os com ódio consumado”.
6. A
mão de Deus.
“E sobre mim
põe a tua
mão”. A mão de
Deus é uma
mão que nos
refreia. Uma das
mais difíceis tarefas do amor
paterno é corrigir e refrear. A criança começa
a dar crise de raiva, e os fortes
braços seguram o corpinho até que
a crise passa e a criança se aquieta, calma e vencida. Assim também Deus nos
segura para nos fazer voltar ao bom senso.Muitas vezes,
é através da
consciência que Deus
nos guia para longe dos caminhos que nos fariam mal. Quando perguntaram
a Daniel Webster qual era o seu
pensamento mais nobre, respondeu:
“Minha responsabilidade pessoal diante de
um Deus pessoal!”
A
mão de Deus
também nos guia
e consola. “E
Jesus tocou na mão dela e a febre deixou-a”. Quando você chega a alguma
crise da vida e se sente tentado a ficar febril com temores que elevam a
sua temperatura, o Senhor coloca a sua mão sobre
você e você
recebe refrigério e calma.
7. Deus sonda o coração. “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração”.
Estas não são as palavras de um desafio orgulhoso; são a confissão de um homem ciente de que
Deus descobrirá nele alguma coisa má, no entanto quer que tudo seja
trazido à lume
para então ser
extirpado.Como você pode obter coragem para orar assim?
Precisa ter o ponto de vista certo quanto à natureza de Deus, e assim terá confiança. Se você pensa que Deus é um investigador severo
e um juiz austero,
é provável que
você se encolha diante dEle
como certas plantas
sensíveis, na tentativa de esconder
dEle os seus
pecados. Mas se
você reconhece que Deus é um Pai gracioso e amoroso, pode abrir a
Ele o
seu coração com
confiança e júbilo, sabendo que Ele
o contempla com
olhar de misericórdia.
Pedro tendo aprendido a não confiar
demasiadamente em si
mesmo, dependia totalmente do
conhecimento e amor
de Cristo quando disse:
“Senhor, tu sabes
todas as cousas,
tu sabes que eu
te amo” (Jo
21.17).
Já que
Deus conhece de antemão
o nosso coração, por que orar a Ele? Porque a oração
do versículo 23, convidando Deus a sondar o coração, visa ao propósito de nos limpar do pecado, e
Deus somente faz isso quando recebe nosso consentimento. Esta
oração deve ser
proferida tendo em mente a promessa: “E o
sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica
de todo o pecado”.
8. Deus testa
os pensamentos. “Prova-me e
conhece os meus pensamentos”. Deus sonda o
coração ao esquadrinhar
as profundezas da
alma; testa os pensamentos
assim como a fornalha
acesa testa os
metais. Nosso íntimo
é examinado pelo conhecimento de Deus,
e os pensamentos que o íntimo produz são provados pela providência
divina. A prosperidade, a
adversidade, a crítica,
a perseguição, a doença, e
outras forças externas
revelam qual é
o nosso verdadeiro caráter;
revelam a verdadeira natureza dos nossos
propósitos, desejos, desígnios,
intenções, afeições e alegrias.
Quando os dedos
das circunstâncias tocam
as cordas da nossa alma, qual é o
tipo de música produzida?“Prova-me e
conhece-me os meus
pensamentos”.
Esta oração
exige coragem heróica.
Não se registra
que Wellington, Napoleão ou outros famosos guerreiros tenham ousado orar
assim. Poucos líderes militares têm a coragem de enfrentar os fatos da situação espiritual do seu coração.
Homens que já conquistaram grandes
exércitos nem sempre
têm podido conquistar a
si mesmos.
Esta
oração quer dizer: “Custe o que custar, faze aquilo que
derreterá a dureza do meu coração. Coloca-me
na fornalha aquecida sete vezes
mais, a fim
de separar o
meu ouro das
escories”.Esta oração não se profere levianamente. Mesmo assim, o homem
que assim se coloca nas mãos do divino Refinador é sábio.
As chamas da fornalha
serão quentes, mas, como no caso dos três jovens hebreus
descritos no livro de Daniel, somente
aquilo que é
combustível será consumido
pelas chamas.
9. A nossa própria
vontade nos faz mal. “Vê se
há em mim algum caminho mau”. O
caminho mau, em primeiro lugar, está
em nosso próprio
íntimo; faz parte
do nosso próprio egoísmo.
O salmista assim
ensina que a
vida humana é
determinada de dentro para
fora.Isto explica por
que muitas pessoas,
criadas em bom ambiente, e em circunstâncias favoráveis,
têm-se desviado do bom caminho.
O que fizeram foi
seguir o seu
próprio caminho. No fim, como o
filho pródigo, ficam sabendo de que
seu próprio caminho
é caminho vão,
caminho de dores,
caminho de destruição.
Sabendo disto, o salmista ora, pedindo que
seja libertado do
seu próprio-eu. Reconhece que
há no seu
íntimo alguma partícula
venenosa, alguma fibra doentia,
alguma substância falsa
que, latente nele, aguarda apenas o
estímulo das circunstâncias, oportunidades
e convívios indesejáveis.
Felizes aqueles que podem cantar com toda a sinceridade este hino: “Tua vontade, faze ó Senhor, eu sou o barro, Tu o feitor”.
SALMOS MYER PEARLMAN
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