TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Salmo
73.1-10,12-14,16-18,24
Verdadeiramente
bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.
Quanto a mim, os
meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus
passos.
Pois eu tinha
inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.
Porque não há
apertos na sua morte, mas firme está a sua força.
Não se acham em
trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens.
Por isso a
soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.
Os olhos deles
estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar.
São corrompidos
e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.
Põem as suas
bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.
Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
Eis que estes
são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.
Na verdade que
em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência.
Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
Quando pensava
em entender isto, foi para mim muito doloroso;
Até que entrei
no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.
Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.
Guiar-me-ás com
o teu conselho, e depois me receberás na glória.
TEXTO ÁUREO
Eu, porém, Senhor, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração.
Salmo
88.13
OBJETIVOS
CONHECER
os limites da prosperidade do ímpio e a dimensão da justiça divina;
COMPREENDER
que o Justo Juiz advoga a causa de todos os homens; e Ele recompensará a cada
um segundo as suas obras;
ENTENDER que nem todos os reveses que nos sobrevêm são frutos de pecado ou de erros cometidos.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, abordaremos a terceira divisão do Livro dos Salmos, que abrange os capítulos 73—89 do referido volume. Estes também são conhecidos como salmos de Salomão, por ser atribuída ao sucessor de Davi a compilação e a montagem desses textos na época de seu reinado. Porém, a escrita da maior parte dos poemas desta seção é atribuída a Asafe (ver títulos dos caps. 73—83 – ARC).
1. A PROSPERIDADE DO ÍMPIO E A JUSTIÇA DIVINA
O
sentimento de impunidade chega até o coração de muitos, como se houvesse algum
tipo de injustiça da parte de Deus. Porém, é preciso ter em mente que o Senhor
recompensará cada um segundo as suas obras (Rm 2.6), no tempo que Ele
estabeleceu pelo seu próprio poder (At 1.7).
A revolta em relação ao homem ímpio como fruto da fome e da sede por justiça
O Salmo 73 começa com um desabafo angustiante acerca de um justo que testemunha a prosperidade do ímpio. Estes não enfrentam apertos na sua morte (v. 4); não se acham em trabalhos como os outros homens, nem são afligidos como estes (v. 5); possuem muitos bens materiais e têm mais do que o seu coração possa desejar (v. 7); além disso, são soberbos e blasfemam contra Deus (v. 9,11).
1.2. A inveja do homem ímpio como fruto da corrupção
Não raramente encontramos pessoas que se lamentam por serem honestas, enquanto há tantos corruptos aparentemente afortunados no mundo (Sl 73.3). Esse discurso é fruto da corrupção do coração, que, inevitavelmente, conduz à murmuração.
1.3. O futuro dos ímpios diante de Deus
A lamentação do salmista estendeu-se até o momento em que ele foi ao Templo e obteve uma resposta de Deus (v. 17). Seus olhos, então, abriram-
-se para a Verdade e foi-lhe revelado que os ímpios têm um fim tenebroso: eles são lançados na destruição (v. 18); caem na desolação; são totalmente consumidos de terrores (v. 19) e desaparecem de repente (v. 20).
2. A JUSTIÇA DE DEUS PERANTE OS JUÍZES DA TERRA
O Salmo 82 constitui-se em um apelo contra as injustiças sofridas neste mundo. Este capítulo é contado entre os salmos litúrgicos, os quais eram musicados e utilizados comumente nas cerimônias judaicas realizadas do Templo.
2.1. O cristão e a justiça social
Nós,
cristãos, devemos lutar pela causa dos oprimidos.
Às
vezes, esquecemo-nos de que proclamar as boas-novas de salvação inclui lutar
para ver estabelecida a paz e a justiça entre os povos. Jesus, em
Seu ministério terreno, anunciou não apenas um Reino de Deus ideal, no céu, mas um Reino real, presente e possível entre os homens, que deflagraria mudanças de atitudes e alterações de paradigmas terrenos.
2.2. O julgamento final e o destino de todos os povos
Nenhuma injustiça cometida por quem quer que seja será ocultada no Último Dia. Em Apocalipse 20.11-15, João diz que viu todos os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do supremo tribunal, no dia do Juízo Final, e cada um recebia segundo as suas obras.
3. DESESPERO E SOFRIMENTO NA CAMINHADA CRISTÃ
O Salmo 88 é o maior dos cânticos de lamentação; ele é considerado por muitos o mais triste de todo o livro. O texto começa com grande clamor por livramento e misericórdia. As palavras e expressões utilizadas pelo salmista denunciam que ele está tomado pela angústia e pela desesperança.
3.1. Quando se trilha o caminho da morte
O Salmo 88 difere de todos os outros, pois começa em desespero e termina em desespero. O autor não faz lamentação pelos seus pecados, pois isto não acontecera; ele não faz imprecações contra seus inimigos, pois seus males não foram causados por homens perseguidores. Ele simplesmente vive uma situação terrível, que o conduz ao caminho da morte.
3.2. Quando não há mais esperança
Dentre as muitas lições que podem ser extraídas do Salmo 88, destaca-se o fato de que nem todos os reveses que nos sobrevêm são frutos de pecado ou de erros cometidos. Deus tem decretos eternos, que não se enquadram nos padrões de logicidade humana (Jo 13.7b).
CONCLUSÃO
Na
terceira seção do Livro dos Salmos somos desafiados a temer ao Senhor em todo o
tempo, sem nos ocuparmos com a prosperidade do ímpio. Os autores sagrados
fazem-nos entender que não devemos questionar o motivo de o bem alcançar o homem
mau ou a razão de pessoas aparentemente justas padecerem necessidades. Isto
porque Deus é justo e fiel, e, em santo amor, comanda todo o universo.
Deus
abençoe
sua
vida!
Texto Bíblico
Básico: Sl 73.1_10, 12_14, 16_18,24 Texto Áureo: Sl 88.13 “Eu, porém, Senhor,
Clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração.”
OBJETIVOS Ao término do
estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 1. Conhecer os limites da
prosperidade do ímpio e a dimensão da justiça divina; 2. Compreender que o
justo Juiz advoga a causa de todos os homens; e Ele recompensará a cada um
segundo as suas obras; 3. Entender que nem todos os reveses que nos sobrevêm
são frutos de pecado ou de erros cometidos.
Os 2 Grupos de
Livros Poéticos
1.
Livros de SABEDORIA: Jó, Provérbios e Eclesiastes.
2. Livros de HINOS ou HÍNICOS: Salmos e Cânticos dos Cânticos (Cantares)
ADORAÇÃO POR MEIO DO LOUVOR
COMO OS
SALMISTAS VEEM A DEUS NOS SALMOS
1.
Como
uma pessoa (emoções, vontade e sentimentos)
– antropopatismo e antropomorfismo – Sl
74.10,18_23.
2.
Lembrando-se da fidelidade de Deus – Sl 77.1_12 e no v.13 diz que o caminho é o
santuário.
3.
Interpolam apelando para a COMPAIXÃO de Deus – Sl 79. 8; 86. 3,16.
PREFÁCIO DA
LIÇÃO
Esta lição é de aborda o terceiro livro de
Salmos, mesmo sendo conhecidos como Salmos Salomônicos, por em sua maioria
serem escritos no período deste rei sábio, de fato, são atribuídos ao levita
Asafe.
É notório que, os títulos de muitos Salmos
foram acrescentados posteriormente, por judeus eruditos ou versado no AT, para
fins didáticos. Então, os salmos são a Revelação da Verdade, não pela teoria,
mas pela prática.
1. A PROSPERIDADE DO ÍMPIO E A JUSTIÇA DIVINA
ØJustiça
Moral
ØJustiça
Legal
ØJustiça
Social
1.1.
A revolta em
relação ao homem ímpio como fruto da fome e da sede por justiça
üNão passam problemas na morte – v.4
üNão estão
atarefados nos trabalhos e não passam por aflições – v.5. üPossuem muito
mais que um dia desejaram – v.7.
üBlasfemam contra
Deus e ficam impunes – vv. 9,11. SALMO 73: SALMO
DE SABEDORIA E DE CONFIANÇA
Divisão do Salmo
73
•
Sl 73.1_3 – Foco é a Bondade de Deus.
• Sl 73.4_12 – Foco é o êxito dos
ímpios.
• Sl 73.13_20 – Foco é a Autobiografia do Salmista.
SALMO 73 VERDADE PRÁTICA |
v. 1 Bondade de Deus para Israel |
v. 2 Instável espiritualmente “pés escorregadios” |
v. 3 Ele invejou os
ímpios prósperos |
v. 4 Os arrogantes ímpios
estão despreocupados |
v. 5 Não são atribulados |
v. 6 Vestido com o colar
da soberba |
SALMO 73 VERDADE PRÁTICA |
v. 7 Olhos inchados de gordura |
v. 8 Usam de zombaria e
violência contra os justos |
v. 9 Ridicularizam a fé, o
culto e o próprio Deus |
v. 10 O povo concorda com os
ímpios |
v. 11 Dúvida sobre a
onisciência de Deus (Altíssimo) |
v. 12 Estão seguros e fartos |
v. 13 É inútil servir a
Deus? |
v. 14 Afligido e castigado
cada manhã |
v. 15 Reflete e não blasfema |
v. 16 Não entende após ter
pensado refletidamente |
v. 17 A resposta: Estar na
Casa de Deus! |
v. 18 Ação de Deus: ímpios
escorregam |
v. 19 Subitamente assolados |
v. 20 Ímpios passam como um
sonho irreal |
v. 21 Doenças psicossomáticas pela
amargura |
v. 22 Estupidez e estultícia |
v. 23 Deus está conosco/
segurança e firmeza |
v. 24 Orientação divina:
conselhos – final do justo: GLÓRIA |
v. 25 Deus – O MEU FOCO |
v. 26 Deus – ME SUSTENTA |
v. 27, 28 Estar perto de Deus e confiar
nele |
|
1.2.
A INVEJA DO
HOMEM ÍMPIO COMO FRUTO DA CORRUPÇÃO
O
cuidado com a murmuração – Sl 73.3 (Jó 21.7; Pv 23.17).
A
corrupção dos ímpios – Sl 73.8.
O desgosto /
desistência da conduta ética e moral – Sl 73.13.
1.3.O FUTURO DO
ÍMPIO DIANTE DE DEUS
v Destruídos – Sl
73.18.
v Desgastados
(consumidos) – Sl 73.19.
v Desaparecem de
repente – Sl 73.20.
2.A JUSTIÇA DE DEUS NO SALMO 82
SALMO
DIDÁTICO: segundo a Mishná este salmo era cantado todo o 3º dia de cada semana
pelos levitas no templo – vindica o juízo divino sobre os falsos deuses, e juízes iníquos.
DIVISÃO DO SALMO
82 2.
A JUSTIÇA DE DEUS PERANTE OS JUÍZES DA TERRA
· FOME DE JUSTIÇA
– Sl 82.3,4.
· Apelo contra a
INJUSTIÇA – Sl 82.2.
· Contraste entre
Deus o Justo Juiz e os juízes humanos ímpios – Sl 82.1, 5-8.
Exegese do Sl 82.1, 6 e 7.
§ Elohim: Deus Criador
v.1.
§
elohim: deuses – anjos – espíritos – juízes humanos.
§ Leitura Obrigatória: Gn 1.26-28; Hb 2.6-8; Jo 10.34-37.
Conceitos
errados sobre Deus
ØAteísmo -
negação da existência de Deus
ØAgnosticismo - a
impossibilidade de entender a existência de Deus. ØDeísmo - Deus é Pessoal e
transcendente, mas não imanente
Observador apático – abandonou o mundo a
própria sorte. ØPanteísmo - Deus
é parte da Sua criação, ênfase equivocada na imanência de Deus.
ØHenoteísmo
- existem muitos deuses, mas um Deus sobrepujante. ØPaneteísmo - Deus finito,
inseparável e interdependente do mundo
2.1. O CRISTÃO E A JUSTIÇA SOCIAL
• A justiça social é ajudar os pobres e
necessitados – Sl 33.5; 99.4; 97.2; 113.7,9; 146.7-9.
•
A justiça social é ter uma fé com obras de fé – Tg 2.14-26.
•
A justiça social é promover a libertação – Is 61.1,2.
Obs.: Por isso que havia o ano sabático e do
Jubileu
O JULGAMENTO DE
DEUS
üOs
julgamentos periódicos de Deus contra Israel e as nações pagãs
– ordem moral do mundo – Gn 18.25.
ü O julgamento
sobre os ímpios no Trono Branco
– Ap 20.11-15. 3. DESESPERO E SOFRIMENTO NA CAMINHADA CRISTÃ
Considerado
por muitos como o salmo mais triste, retrata a desesperança de um homem que se
sente abandonado até mesmo por Deus em angústias e malogros.
3.1. QUANDO SE TRILHA O CAMINHO DA MORTE
O
contraste entre o problema do mal, das doenças e a insistência da resposta de
Deus.
3.2. QUANDO NÃO HÁ MAIS ESPERANÇA
Após algum tempo refletindo sobre este Salmo,
conclui que:
• A agonia da morte poderia ser o título deste
salmo.
• Como o comentarista menciona: Angústia de
Cristo na Cruz pode ser retratada neste salmo.
DIVISÃO DO SALMO 88.1-18 Sl 88.1, 2
–
Clamor de socorro ao Deus da Salvação (salvação = cura, libertação, salvar de perigos
, dentre outros). Sl 88.3-9
–
o problema do salmista: suas queixas, lamentos e aflições. Sl 88.10-12, e 14
– O poeta questiona a Deus. Sl 88.13
–
Declaração de fé (renovação do pedido de socorro). Sl 88.15-18 – Clamor por
socorro (mal que aflige o poeta).
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Nesta parte dos Salmos somos orientados a
confiar constantemente em Deus, não se importunando com a aparente prosperidade
dos ímpios. Assim, o iníquo será julgado pelo JUSTO JUIZ, no Grande Trono
Tribunal Branco, e além disso, por mais intensa e tenebrosa que sejam as
angústias, agonia e aflições, Ele nos ajudará, responderá certamente a nossa
oração. Glória a Deus!
Professor: Dc Eliseu Fernandes
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia
Anotada, (ARA) João Ferreira e Almeida, São Paulo, Vida, 1995.
Bíblia
Eletrônica, The Word, Costas Stergiou, Grécia, 2003-2010, versão: 3.1.4.1058.
Bíblia
Sagrada, (ARC), João Ferreira e Almeida, São Paulo, SBB, 1995.
CHAMPLIN,
R. N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo, 2ª Ed., Vol.4
(Salmos,
Provérbios,
Eclesiastes e Cantares), São Paulo: Hagnos, 2001.
_______.
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Vol.2, São Paulo: Hagnos, 2001.
ELLISEN,
Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento, São Paulo: Vida, 2000.
FERNANDES,
Eliseu. Estudos Pessoais nos Livros Poéticos, apostila de seminário, 2014.
HOUSE,
H. Wayne. Teologia Cristã em Quadros, São Paulo, Vida, 2000.
PALAVRA
DE DEUS, Temas Centrais da Fé Cristã, Comtrist., Joá Caitano , Ano 12, nº.45,
Rio de
Janeiro,
Central Gospel, 1º trimestre de 2016.
PINTO,
Carlos Osvaldo Cardoso. O Foco e o Desenvolvimento do Antigo Testamento, São
Paulo:
Hagnos,
2008.
VARUGHESE, Alex (ed.) Descobrindo a Bíblia, Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012.
LIVRO
III.
Salmos
73-89
A terceira e maior divisão do Saltério, que é
muito mais curta do que os dois livros anteriores, só incluem dezessete salmos.
Os primeiros onze estão ligados ao nome de Asafe, que foi um dos principais
músicos sob o governo de Davi. Os outros dois músicos importantes de Davi foram
Hemã e Etã, cada um dos quais está ligado com um salmo neste livro. Um dos
salmos é atribuído a Davi, enquanto os quatro salmos restantes são associados
aos filhos de Coré. Novamente não se torna necessário atribuir autoria àqueles
que estão ligados a esses títulos. Exatamente como os filhos de Coré formavam
uma associação levita, os tubos de Asafe continuaram ocupando lugares de
liderança musical.
Salmo 73.
A Prova da Fé
Eis aqui outro aspecto do problema da
prosperidade dos ímpios. Embora o salmista esteja perturbado pelo seu próprio
sofrimento, ele se sente mais perplexo pela falta de castigo dos ímpios. Este
salmo penetra mais profundamente no problema do que os Salmos 37 e 49, e o
autor encontra a paz na comunhão espiritual com Deus. Pode ser. classificado
como um hino de fé, com nuances que o ligam aos escritores da Sabedoria. O
propósito didático está evidente através de todo ele, mas está interligado com
a confissão de um homem cuja fé foi duramente provada.
1. Sua Conclusão.
Com efeito Deus é bom. O salmista declara primeiro a confiante conclusão que
tirou de seu supremo teste da fé. Ele usa a partícula hebraica ‘ak, que pode
ser traduzida de diversos modos – “agora”, “verdadeiramente”, “certamente”,
“somente”, “afinal”. Aqui e nos versículos 13 e 18 ficaria provavelmente melhor
traduzido para certamente. 2-12. Seu
Problema. Ao ver a prosperidade dos perversos. Contrastando coma conclusão
generalizada do escritor está sua peregrinação pelo vale das dúvidas,
introduzida pela enfática expressão quanto a mim. Ele estava em perigo de
completa apostasia por causa da inveja que sentia dos ímpios. Ele descreve o
comportamento arrogante, a ausência de sofrimento, o orgulho despótico e a
zombaria deles para com Deus.
13-22. Sua Luta. Com
efeito, inutilmente conservei puro o coração. Esta não é a sua conclusão
conforme declarado no versículo 1, mas um relato da tentação durante a sua luta
com as dúvidas. Ele se recusa a exibir suas dúvidas para não influenciar os
outros adversamente. Embora lutasse com suas indagações, não conseguiu
encontrar alívio até que entrou no Templo. Ali recobrou seu equilíbrio
espiritual ao receber uma visão do futuro reservado para os ímpios.
23-28. Sua Vitória. Todavia, estou sempre contigo. Agora o escritor encontrou vitória completa sobre suas dúvidas. Sua loucura é coisa do passado, porque Deus é o seu guia e sua força. A frase, depois me recebes na glória, pode bem se referir a uma esperança além da vida; o mesmo verbo que aqui foi traduzido para "me recebes" foi usado na experiência de Enoque (Gn. 5:24) e Elias (II Reis 2:10; cons. Sl. 49:15). Contudo, o salmista enfatiza o senso da proximidade divina ao experimentá-la em suas circunstâncias presentes.
Salmo 74. Um Apelo por Vingança
Este
salmo é a expressão da lamentação nacional por Israel após um desastre extremo.
O sentimento generalizado é de que Deus abandonou e esqueceu o Seu povo. A
destruição da cidade e do Templo sugere que a ocasião seja a da conquista
babilônica. Esta é a única ocasião conhecida quando o Templo foi queimado até
os alicerces. As condições são semelhantes àquelas descritas no livro das
lamentações.
1-3.
O Apelo da Nação. Lembra-te da tua congregação. O salmista profere o apelo
básico para que Deus se lembre de Seu relacionamento de amor com Israel. Mesmo
quando a ira divina está evidente na presente tragédia, é incompreensível ao
salmista que o Senhor, como o Pastor de Israel, possa abandonar Suas ovelhas.
Por isso, ele roga a Deus que dê os gigantescos passas necessários para redimir
o Seu povo.
4-11.
A situação Angustiosa da Nação. Os tem adversários bramam. Em vez de se encher
de crentes felizes, a área do templo está cheia de inimigos que rugem. Em lugar
dos emblemas das tribos, vêem-se as bandeiras do inimigo. A paciente e silente
obra através da qual o Templo foi edificado tem sido nulificada pelos machados
cruéis e martelos dos invasores. As perguntas apresentadas por até quando e por
que expressam a natureza intensificada da lamentação, e relacionam o apelo
básico ao desastre específico.
12-17. O Rei da Nação.
Deus, meu rei, é desde a antiguidade. Aqui se descreve o poder do Rei supremo
de Israel. Usando linguagem simbólica e terminologia descritiva extraída da mitologia
dos cananeus, o Salmista insiste que foi Deus que obteve as imensas vitórias do
passado. Enquanto as figuras de linguagem derivam das antigas histórias da
criação, o salmista as aplica à divina exibição de poder no Êxodo e nas
peregrinações no deserto.
18-23. A Oração da Nação. Levanta-te, Ó Deus, pleiteia a tua própria causa. O primeiro apelo é levado a um nível mais elevado com este pedido veemente. Esta causa não é simplesmente a causa de Israel, mas também a causa de Deus. Portanto, o salmista ora para que Deus cuide de Seu povo indefeso, lembre-se da aliança de amor e mantenha os olhos nos inimigos que gritam.
Salmo 75. A Gratidão
da Nação
Enquanto as primeiras palavras deste salmo são
uma expressão de ação de graças nacional e a conclusão se relacione com um
indivíduo, a porção central é difícil de classificar. Alguns comentaristas
sugerem que o versículo 1 foi acrescentado à uma oração pela vitória individual
a fim de adaptar o salmo para o culto público. Embora este possa ter sido o
caso, o salmo apresenta um cuidadoso arranjo poético além de uma seqüência
progressiva de pensamentos.
1. A Invocação
de Israel.Graças
te rendemos. Por trás desta declaração sucinta de gratidão parece que há
realmente uma libertação histórica. A realidade de uma manifestação recente de
poder proporciona a confiança de que a natureza revelada de Deus (seu nome)
está perto.
2, 3. A Resposta de
Deus. Hei de julgar retamente. Este oráculo divino dá a base para os
pronunciamentos que sé seguem. É no tempo determinado (v. 2; mô'ed, não o lugar
determinado. E.R.C.), quando Deus tomar Seu lugar no tribunal. Seu controle do
universo assegura que o julgamento será certo. 4-8. A Advertência do Salmista. Digo aos soberbos ... e aos ímpios.
Os soberbos e os ímpios são advertidos que a força levantada altivamente não
vem do leste, oeste ou sul. Só Deus pode abater e exaltar (v. 7), pois Ele é
quem executa o juízo e faz os ímpios beberem a taça de Sua ira (Sl. 11: 6; Ap,
14:10).
9,10. O Triunfo dos Justos. Quanto a mim, exultarei para sempre. Falando como representante de Israel, o salmista faz voto de louvor perene. Com esses votos vem a certeza de que o arrogante cairá do lugar onde se colocou, enquanto o justo ganhará o lugar a que tem direito.
Salmo 76. Um Cântico
de Vitória
Este
cântico está intimamente relacionado com os Salmos 46, 48 e 75 em sua
celebração de vitória militar. Muitos comentaristas procuram os antecedentes
comuns a estas quatro peças na derrota dos assírios em 701 A.C. Ainda que algum
acontecimento histórico possa ter inspirado o poema original, o presente salmo
parece ter sido adaptado para o culto no templo. 1-3. A Fama de Deus. Em Judá ... em Israel ... Em Salém ... em
Sião. A reputação divina propagou-se por toda parte por causa de suas vitórias.
Jerusalém é o centro de sua fama porque o quartel general de suas guerras fica
ali. 4-6. O Poder de Deus. Tu és ilustre, e mais glorioso. O Senhor deu, na
batalha, a prova de ser mais poderoso do que todos os seus inimigos. Facilmente
Ele conquista os de ânimo forte e dos valentes. Ele é glorioso e majestoso,
mais majestoso ainda do que as montanhas eternas (cons. LXX). 7-9. O Juízo de Deus. Tu, sim, tu és
terrível. O pensamento vai além do cenário da batalha quando Deus toma o Seu
assento no céu. Ele é o juiz que deve ser temido, que fere o homem com o
terror. Toda a terra permanece quieta enquanto o Senhor salva os povos
oprimidos, dos quais Israel é representante.
10-12. A Homenagem Devida a Deus. Fazei votos, e pagai-os ao Senhor vosso Deus. Esta convocação para se dar louvor e fazer ofertas baseia-se sobre a ousada afirmação de que o Senhor pode transformar até a paixão mais perigosa do homem em instrumento de glória A última gota da ira dos seus inimigos só pode aumentar a glória de Deus, quando ele se envolve nela.
Salmo 77. Relembrando as
Obras de Deus
O
lamento é entremesclado de louvor neste salmo. Os primeiros versículos (1-9)
constituem a 1alnentação de um indivíduo, que talvez represente a nação em
aflição. Os versículos restantes (10-20) silo palavras de louvor que claramente
complementam a seção introdutória. Os versículos 16-19 exprimem um estado de
espírito diferente e exibem um estilo diferente e um ritmo do restante do
salmo.
1-3.
A Perplexidade do Seu Espírito. Elevo a Deus a minha voz ... a minha alma
recusa consolar-se. Nessas cláusulas a profunda angústia do salmista e a sua
ansiedade foram vivamente descritas. Sua mão estendida procura a Deus, mas não
encontra conforto. Suas meditações e pensamentos só sobrecarregam o seu espírito.
4-9. Sua Busca de Respostas. O meu espírito
perscruta. A preocupação e a ansiedade ainda governavam sua vida de modo que
ele não podia dormir. Ele contava os dias do passado, em vez de contar ovelhas.
Finalmente, ele proferiu as seis perguntas que o deixavam perplexo e o
perturbavam. Ele não conseguia entender por que o Deus de misericórdia e
compaixão podia permanecer silencioso e inativo.
10-15. Sua Solução na
História. Recordo os feitos do Senhor. Recordando as maravilhas de Deus no
passado, o salmista sente esperanças. Deus provou ser alguém capaz de feitos
gloriosos; Ele mostrou o Seu poder e redimiu os tubos de Israel. O pedido não
pronunciado é que Deus agiria assim novamente.
16-19. Sua Confiança
no Poder de Deus. Viram-te as águas . . . e temeram. Estes versículos, que
ocupam o lugar de um hino dentro de um hino, diferem grandemente no espírito e
na forma do restante do poema. Embora a nota dominante desta seção saia o poder
de Deus sobre a natureza em geral, a posição da passagem, entre os versículos
15 e 20, relaciona-a com o livramento no Mar Vermelho.
20. Sua Certeza da Liderança Divina. O teu povo, tu o conduziste. Este versículo enuncia novamente o pensamento do versículo 15, com a implicação vigorosa de que Deus pode fazê-lo novamente.
Salmo 78. Sabedoria da
História
Aqui
está um bom exemplo dos propósitos didáticos dos escritores da Sabedoria. Os
maravilhosos atos de libertação efetuados por Deus, a bênção e a orientação são
relembradas para servir de lição para a geração do salmista. O ensinamento é
dirigido aos habitantes de Judá, exemplificando a escolha de Jerusalém feita
por Deus e a linhagem davídica como recipientes de Suas promessas em lugar da
tribo de Efraim, a qual desqualificou-se pela rebeldia (vs. 9-11, 57, 60, 67,
68).
1-11. As Advertências do Passado. Publicarei
enigmas dos tempos antigos. O propósito didático do salmista está declarado.
Uma observação geral destacando a responsabilidade dos "pais" de
ensinarem os filhos, e o perigo da apostasia serve de introdução aos muitos
exemplos históricos que se seguem.
12-39. As Experiências
do Deserto. Prodígios fez ... mais ainda assim prosseguiram em pecar. As obras
de Deus estão descritas detalhadamente: a travessia do mar, a nuvem e a coluna
de fogo como guias, a provisão da água, o maná, as codornizes. Mesmo diante
dessas bênçãos constantes, o povo continuou pecando e tentando a Deus. Aras
apesar do seu pecado, Deus demonstrou Sua compaixão e compreensão,
perdoando-os.
40-55. A Libertação,
do Egito até Canaã. Não se lembraram do poder dele. A mesma história trágica se
repetiu. Desta vez a ênfase foi colocada sobre as pragas como exemplos do
livramento divino. Embora só sete das dez pragas sejam citadas e não estejam na
mesma ordem do Livro de Êxodo, servem de exemplos vivos da fidelidade divina. O
salmista conta como Deus conduziu o Seu povo até Canaã e como o provocaram
voltando-se para a idolatria tão logo tomaram posse da terra.
56-72. As Escolhas do Deus de Israel. Abandonou ... despertou ... escolheu. A sujeição de Israel durante o período dos juízes está destacada como evidência do abandono de Deus. Então, em linguagem ousada, o salmista sugere que o Senhor despertou para as necessidades de Israel. A rejeição das tribos do norte confirmou que Deus escolhera Judá. O estabelecimento de Jerusalém como o centro religioso de Israel e a confirmação de Davi como rei destacaram as tribos do sul como líderes indiscutíveis do povo de Deus.
Salmo 79. Uma Oração por
Vingança
Este
salmo é o lamento coletivo da comunidade de Jerusalém em período de calamidade
nacional. A descrição da profanação do Templo e a devastação da cidade apontam
para uma séria destruição, tal como a da conquista babilônica em 586 A.C. Há
aqui íntima afinidade com os antecedentes do Salmo 74, onde a destruição
babilônica parece ser a mais apropriada. Os judeus há muito usam estes dois
poemas com o dia do jejum que comemora as duas destruições de Jerusalém, em 586
A.C. e em 70 A.C.
1-4. O Pesar em
Jerusalém. As nações invadiram. A cidade de Jerusalém é descrita como se
encontrando em verdadeiro estado de emergência. Os gentios profanaram o Templo,
deixando a cidade em ruínas e os mortos insepultos. Toda esta devastação e
matança resultara em zombada e ridículo da parte dos vizinhos gentios de
Israel.
5-8. O Pedido de Misericórdia. Até quando,
Senhor? Este freqüente clamor dos desesperados é seguido imediatamente da
segunda pergunta: Será para sempre? A dor amarga do salmista está evidente
quando implora a Deus para tomar vingança dos ímpios antes mesmo de lhe pedir
que estenda as Suas ternas misericórdias ao Seu povo.
9-12. A Oração
Pedindo Auxílio. Assiste-nos . . . livra-nos . . . perdoa-nos . . . por amor do
teu nome. Além de reconhecer os pecados dos seus antepassados, o salmista
também confessa o pecado de sua própria geração. Ele não destaca nenhum desejo
egoísta, mas a glória do nome de Deus. Afinal, o nome de Deus foi abusado na
profanação do Templo e na zombaria dos pagãos. O salmista clama a Deus para que
lhes retribua sete vezes mais.
13. O Voto de Louvor. Para sempre te daremos graças. Se Deus responder a oração pedindo ajuda, Seu povo cumprirá um voto duplo. Eles tomaram a decisão de louvar a Deus dando-Lhe graças continuamente e publicamente declarando o seu louvor.
Salmo 80. Um Pedido de
Restauração
Aqui
está outra expressão da lamentação nacional em um período de angústia. O
salmista tem interesse sincero no Reino do Norte, como observador ou como habitante
daquela região. Provavelmente é á primeira situação, pois a angústia parece
estar associada com o Exibo. A ocorrência irregular de um refrão, nos
versículos 3, 7 e 19, com uma forma abreviada no versículo 14, torna a
estrutura do salmo difícil de explicar.
1-3. O Grito à
Procura do Pastor. Dá ouvidos, ó pastor de Israel. Embora a frase, pastor de
Israel, não se encontre em nenhum outro lugar do V.T., a figura ocorre com
freqüência. As três tribos, Efraim, Benjamim e Manassés, todas descendem de Raquel
e representam o Reino do Norte. O grito tem a intenção de provocar uma atitude
divina a fim de restaurar o Seu povo.
4-7. A Situação
Angustiante do Rebanho. Dás-lhe a comer pão de lágrimas. Como nos Salmos 74 e
79, o salmista exclama: Até quando? Ele quer saber quanto tempo ainda Deus vai
continuar enfurecido. Embora o Senhor não seja mencionado como pastor nestes
versículos, a metáfora continua na expressão "pão de lágrimas".
8-13. O Trato da
Videira. Trouxeste uma videira do Egito. Outra metáfora foi usada aqui para
mostrar como Deus cuidou do povo escolhido. Depois de transplantar a videira do
Egito para Canaã, o Senhor fê-la cobrir as colinas e espalhou-a do Mediterrâneo
ao Eufrates. Como versículo 12, o cuidado do passado está comparado com a
presente rejeição. A videira foi devastada pelo homem e pelas bestas ao
passarem por ali.
14-19. O Apelo ao Dono da Videira. Volta-te ... e visita esta vinha. Uma vez que Deus plantou o cuidou da vinha, ele devia prosseguir cuidando dela. Foi a ira de Deus que provocou a sua queima e desde então o povo estava em perigo de aniquilação. Se Deus reanimar e restaurar o Seu povo, será por Ele adorado. A última vez que o refrão aparece está intensificado pelo uso do nome de Deus empregado na aliança. O que a tua mão direita plantou. O salmista ora pedindo ajuda para Israel, o povo de Deus, que foi plantado pela mão direita de Deus. Em última análise, é claro que o Messias tornou-se o cumprimento desta oração (cons. o uso da frase, "Filho do homem" nos Evangelhos e referências a Cristo assentado à direita da Majestade nas alturas (Hb. 1:3; 8:1; 10:12; Atos 7:56).
Salmo 81. Uma Advertência Extraída
da Experiência
Um
hino de louvor introduz este salmo, e um pronunciamento profético o conclui. A
mudança abrupta no fim do versículo 5 tem sugerido a muitos comentaristas que
fragmentos de dois salmos foram reunidos aqui. Contudo, este ponto de vista não
é imperativo, pois um festival solene seria a ocasião para tal recital do
relacionamento de Deus com Israel. O termo especial para o festival, o tocar da
trombeta, as referências à luz nova e à lua cheia provavelmente fornecem uma
dupla referência do poema à Festa das Trombetas e à Festa dos Tabernáculos.
1-5. Uma Convocação para o Festival. Cantai
de júbilo ... celebrai. Este chamado é uma figura do ritual introdutório de um
grande festival. Provavelmente a convocação era enunciada por um sacerdote, que
chamava o povo para juntar suas vozes em alegres cânticos com o coro dos
levitas que participava com salmos e instrumentos e os sacerdotes que tocavam
os chifres. O tempo marcado (E.R.C.) do versículo 3 fica melhor traduzida para
lua cheia.
6-10. Um Testemunho
Divino. Livrei os seus ombros do peso. Em declarações concisas, os livramentos
do Êxodo são recordados por um profeta que age como porta-voz de Deus. Uma vez
que Deus sempre satisfez as necessidades de Israel, Ele promete continuar
enchendo sua boca contanto que a abra em completa confiança.
11-16. Uma lamentação Divina. Mas o meu povo não me quis escutar a voz. O pronunciamento profético continua como Um lamento por causa da ingratidão de Israel. A exclamação do versículo 13 intensifica a tristeza do lamento. Como as coisas teriam sido diferentes se pelo menos Israel tivesse andado nos caminhos de Deus! Então ela teria alcançado a vitória e as bênçãos em vez de derrota e miséria.
Salmo 82. A Autoridade Final
Uma
cena do julgamento da injustiça foi apresentada neste poema didático. A devida
interpretação de todo o salmo repousa sobre a identidade do segundo Elohim no
versículo 1. Alguns comentaristas o traduzem literalmente como deuses e o
relacionam a um conceito de deuses subordinados em um conselho celestial. Outros
o traduzem como anjos e o ligam a um conceito menos politeísta. Outros
intérpretes ainda traduzem-no como juízes e o fazem referir-se aos homens
injustos com autoridade. Esta última interpretação parece a preferível.
1. O Juiz
Supremo.
Deus assiste . .. estabelece o seu julgamento. A cena é uma visão da assembléia
sobre a qual Deus preside. Isto pode ser identificado com a nação de Israel
(com. Ne. 13:1, onde encontramos a frase sinônima, qehal ha'elohim). Assim Deus
toma Sua posição na Sua nação e julga entre os juízes humanos colocados sobre
Israel.
2-4. Os Juízes
Corruptos. Até quando julgareis injustamente. A denúncia envolve os juizes da
nação reunidos em assembléia; a acusação relaciona-se com as decisões injustas
que proferiram. O problema básico envolve os juízes favorecendo homens
influentes nos tribunais. Essas autoridades injustas são advertidas a que
cessem com sua parcialidade, façam justiça e defendam os oprimidos.
5-7. A Sentença
Justa. Morrereis ... haveis de sucumbir. Considerando que esses juízes tinham
falta de entendimento, a qualidade essencial da justiça, o juízo tornou-se
inevitável. Eles receberam funções semelhantes às dos deuses quando foram
nomeados juízes, mas agora tinham de cair como todos os homens que pervertem a
justiça.
8. O Juiz Soberano. Levanta-te, ó Deus, julga a terra. O salmo termina com um apelo a Deus para que complete Sua obra de Juiz Soberano de todas as nações. Ele deve tomar posse como também proferir a sentença para que a verdadeira justiça possa perdurar.
Salmo 83. O Julgamento das
Nações
O
Salmo 83 é uma lamentação nacional típica em tempo de grande perigo.
Considerando que os inimigos de Israel eram automaticamente os inimigos de
Deus, o nome de Deus (Yahweh) está em jogo. A ocasião não pode ser identificada
com certeza, porque em nenhum período da história de Israel existiu tal
confederação de nações. O salmo talvez se refira a um acontecimento não
registrado em outro lugar qualquer da história de Israel, ou talvez se refira a
grupos tribais que simplesmente deram apoio moral em um período de crise.
1-8. Um Apelo Para
que Haja Ação. Ó Deus, não te cales. No hebraico este é um apelo forte para que
haja atividade, repetido de três maneiras. O silêncio divino devia ser quebrado
porque essas nações também eram inimigas suas. Elas faziam grande alarde sobre
a sua conspiração para exterminar o nome de Israel. A maior parte desses povos
mencionados eram tribos nômades que habitavam ao sul e a leste de Israel. Filístia
e Tiro são exceções; ocupavam o território a oeste e norte respectivamente. A
maioria delas eram inimigos tradicionais de Israel.
9-18. Uma Oração Para que Haja Vingança. Faze-lhes. Com imprecação empolada o salmista apela pela destruição total desses inimigos supostos. Ele usa a derrota dos cananeus e midianitas como exemplo do tipo de destruição que deseja. A severidade de suá oração é amenizada nos versículos 16-18 quando insere base moral de conversão e expressa um desejo de outros poderem aprender por causa dessa destruição.
Salmo 84. Uma
Peregrinação Jubilosa
Este é o cântico de um peregrino cujo alvo é
quase atingido. Através de todo ele há um sentimento de paz e comunhão que
transcende o ritual e outros aspectos externos do culto. Embora o poema reflita
os sentimentos dos peregrinos de qualquer período, parece que vem do período da
monarquia em uma ocasião quando o Templo ainda estava de pé.
1-4. Saudades da
Casa de Deus. A minha ama suspira e desfalece. Depois de exclamar, quão amáveis
são os teus tabernáculos, o salmista participa sua saudade intensa, que está
para ser satisfeita. Todo o seu ser anseia pela comunhão com Deus. Ele inveja
as aves que vivem nos recintos do templo. Ele reconhece como são afortunados aqueles
servos que vivem dentro dos edifícios do templo.
5-8. A Peregrinação à Casa de Deus. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti. A felicidade do morador constante reflete-se no peregrino. Ele tem um senso especial da força de Deus e temem seu coração os caminhos aplanados para Sião. Quando passa pelo vale desprovido de águas, onde só o bálsamo cresce, surge uma mudança. O vale seco é transformado em lugar de fontes quando o peregrino recebe e transmite as bênçãos de Deus. 9-12. A Alegria da Adoração na Casa de Deus. Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil. Após proferir uma pequena oração pelo rei ungido de Deus, o salmista descreve a alegria de se juntar. aos outros no culto de adoração. Um dia no local do culto, ele sente, vale mais que mil dias em qualquer outro lugar. Ele preferida ser o mais humilde servo do Templo, do que ter um lugar de habitação permanente onde a impiedade abunda. É sol e escudo. Deus, como o principal corpo celeste no reino físico, é a única fonte de todo o nosso poder espiritual, energia e luz. Ele é a nossa proteção, e Ele concede a graça necessária nesta vida e glória na vida por vir. Feliz ou bem-aventurado. A felicidade é enfatizada novamente por aquele que refugiou-se em Deus através da adoração espiritual.
Salmo 85. Um Grito Pedindo
Perdão
Embora basicamente um lamento nacional, este salmo tem um forte elemento
profético também. Em sua primeira parte (vs. 1-3) parece referir-se ao retorno
do cativeiro, mas estes versículos são idealizados além da situação conhecida
naqueles dias. O salmista usa esta figura ideal para mostrar o forte contraste
entre o presente e a certeza do futuro.
1-3. O Ideal do
Perdão. Favoreceste, Senhor. As figuras do favor, da restauração, do perdão e
interrupção da ira divina estabelecem o ideal do relacionamento perfeito com
Deus. Os verbos nestes versículos, embora traduzidos para tempos passados, são
provavelmente passados proféticos, indicando que o salmista considera os
acontecimentos que prediz tão certos como se já se tivessem realizado.
4-7.
A Realidade do Presente. Restabelece-nos . . . e retira de sobre nós a tua ira.
A situação atual destaca-se em alto relevo quando visto em relação ao ideal
profético. A ira de Deus ainda é evidente e parece ser sem fim. O salmista faz
um apelo a Deus a que torne a vivificá-los mostre a Sua misericórdia e conceda
a Sua salvação.
8-13. A Resposta da Esperança. Escutarei o que Deus, o Senhor, disser. De maneira profética o salmista faz uma pausa para Ouvir a mensagem divina em resposta à Oração do povo. Ele tem certeza de que Será uma mensagem de paz. Por meio de vivas personificações, ele descreve a realidade da salvação de Deus. A união da misericórdia ou do amor que Deus demonstrou através da aliança com a nossa verdade ou fidelidade, de Sua justiça e a paz de nosso coração, da terra com os céus, é coisa certa quando Deus e os homens se encontram. Como resultado deste encontro, Deus proverá pelas necessidades dos homens e os conduzirá por caminhos certos. Para nós hoje, o lugar da reunião só pode ser ao pé da cruz.
Salmo 86. Uma Oração Pelo
Favor Divino
No Salmo 86 reconhecemos a sincera oração de
um indivíduo que atravessa um período de infortúnios pessoais. A natureza
generalizada desses infortúnios faz a mensagem se aplicar a qualquer pessoa em
dificuldade. É esta falta de detalhes específicos que tem levado diversos
comentaristas a considerar o salmo como corporativo e não individual. Embora
seja basicamente uma meditação pessoal, o autor às vezes identifica-se com sua
comunidade.
1-5. Um Pedido Geral
de Auxílio. Inclina . . . e responde-me. Em termos gerais o salmista apresenta
suas necessidades. Cada pedido leva em si o motivo porque Deus deveria
atendê-lo. Ele clama a Deus que o ouço por causa de sua condição necessitada,
que o preserve por causa de sua natureza piedosa, que o salve por causa de suas
orações contínuas e que o alegre por causa de suas devoções sinceras. Sua fé se
baseia sobre o fato de Deus ser "perdoador" que demonstra
misericórdia e concede perdão.
6-10. Esperança
Confiante na Resposta. Escuta . . . porque me respondes. A majestade e o poder
de Deus torna a confiança possível. Enquanto que as outras nações têm seus
próprios deuses, nenhuma delas pode realizar as poderosas obras do Senhor. Sua
grandeza levará finalmente essas nações a adorar Aquele que é o único Deus.
11-17. Uma Oração Pedindo Orientação e Proteção. Ensina-me . . . dispõe-me o coração. São os ensinamentos divinos que capacitarão o salmista a andar na verdade. Ele deseja união de propósito para poder dignamente louvar e glorificar o nome do Senhor. Com a humildade de um escravo ou do filho de uma serva, ele pede a misericordiosa proteção divina e pede algum sinal do favor divino para com ele.
Salmo 87. A Cidade de
Deus
O
salmista canta um cântico em louvor de São como centro de adoração do mundo. O
estilo abrupto e severo, que identifica o salmo com oráculos proféticos, também
traduz diversas frases obscuras é difíceis. O destacado universalismo aponta
para o contato do autor com os profetas maiores. A menção do Egito e da
Babilônia juntas como potências mundiais sugerem o período do Exílio como sendo
a ocasião da composição do poema.
1-3. As Glórias de Sião. Gloriosas coisas se
têm dito de ti. Essas glórias incluem o fato do próprio Deus ter fundado Sião,
de tê-la escolhido de preferência a qualquer outro lugar habitado por
israelitas e porque ela é realmente a cidade de Deus. Outros fatos gloriosos
são mencionados nos versículos seguintes.
4-6. Os Cidadãos de
São. Lá nasceram. Estas palavras são como um refrão neste pronunciamento
profético. Os egípcios (Raabe), os babilônios, os filisteus, os fenícios (Tiro)
e os etíopes, todos virão a ser cidadãos de São. A certeza deste edito está
assegurada porque Deus os registrou no recenseamento das nações que "lá
nasceram". O conceito da futura Jerusalém como a mãe de todos os povos
desenvolveu-se em Is. 60; 66:7-13, 20, 23; e foi mencionada em Gl. 4:26 e Hb.
12:22.
7. O Regozijo em Sião. Todas as minhas fontes são em ti. Os músicos são instruídos a cantarem: Todas as minhas fontes são em ti. Ti é feminino, referindo-se a São. O salmista exulta ao chamar a cidade sagrada de mãe ou berço das futuras gerações de Israel. Com referência a ma'yan "fontes", no sentido de esposa ou mãe, a fonte da prole, veja Pv. 5:16; Cant. 4:12, 15; Is. 48:1.
Salmo 88. As Trevas do
Desespero
Esta
lamentação e oração individual completamente envolvidas em desânimo e desespero
termina sem uma resposta ou mesmo um vislumbre de esperança. Embora alguns
intérpretes considerem o salmo como uma continuação corporativa de porções do
livro das lamentações, os aspectos pessoais são intensos demais para uma tal
interpretação nacional. O salmista não pode ser localizado dentro da história,
pois seus sofrimentos têm uma qualidade sem ligação alguma com o tempo.
1, 2. Seu Apelo.
Chegue à tua presença a minha oração. No meio dos seus sofrimentos ele
demonstra sua fé através deste apelo direto ao Senhor, Deus da minha salvação.
Este não é o seu primeiro pedido a Deus mas a continuação de uma oração que
começa de dia e atravessa a noite.
3-8. Suas Queixas. A minha vida já se abeira
da morte. Seu problema é tão sério que ele se sente como se já estivesse para
mo«er. Nada lhe resta além da sepultura e do Sheol. Seu termo mais descritivo
para o Sheol é a cova (v. 4), lugar de trevas onde os mortos são deixados fora
do alcance de Deus. Parece que ele sente que o Senhor já não se lembra dele,
uma vez que é considerado pertencente ao número dos mortos.
9-12.
Sua Urgência. Dia após dia venho clamando a ti, Senhor. Ele tem certeza de que
estará fora do alcance do auxilio de Deus quando realmente passar para o Sheol.
Portanto, Deus deve agir imediatamente se pretende dar provas de Suas
maravilhas, Sua bondade, fidelidade e justiça.
13-18. Seu Desespero. Mas eu, Senhor, clamo a ti. Seu pedido se torna mais apaixonado em cada exclamação. Agora, completamente desesperado, ele pergunta muitas vezes: Por que . . . ? Tendo orado continuamente pedindo alívio desde a sua mocidade, resta uma única conclusão: "Tudo resulta da ira de Deus". Nada mais ele pede, mas deixa o seu fardo com o Senhor. Como difere da esperança neotestamentária da vida com Cristo. após a sepultura (cons. Fp. 1:21, 23; II Co. 5:1-8).
Salmo 89. Um Apelo às Promessas
de Deus
Este salmo é basicamente o lamento de um
indivíduo que fala pela nação. O lamento propriamente dito está prefaciado por
uma longa introdução, que consiste de um hino de louvor e um oráculo. Estes
elementos divergentes têm sugerido a alguns comentaristas que esta peça é
composta de dois ou três poemas originais. Embora seja possível que o autor
tenha reunido poemas existentes, o assunto principal está arranjado de maneira
lógica. O hino e o oráculo ambos apresentam a base deste lamento.
1-4.
A Bondade Sem Limites de Deus. Misericórdia . . . fidelidade . . . aliança.
Nesta linda introdução o salmista apresenta os temas que ele vai desenvolver. O
Senhor tem demonstrado a sua bondade (v. l) em Seus atos de livramento. Sua
fidelidade é a garantia de Sua bondade contínua. Sua afiança fornece poder
constringente àqueles importantes atributos.
5-18. A Incomparável Fidelidade Divina. Pois
quem nos céus é comparável ao Senhor? A excepcionalidade divina tanto ao céu
como entre os Seus santos dentro de Israel serve de justificativa diante de
Deus e conforto para o povo. A referência a Raabe (v. 10) emprega um termo
extraído de uma antiga lenda do Oriente Próximo que fala da vitória divina
sobre o Egito no Mar Vermelho (cons. Jó 9:13; Sl. 74:13-15; 87:4; I Sm. 30:7;
Is. 51:9, 10). Outras alusões são feitas aqui para intensificar a figura do
poder divino na criação, sua vitória sobre toda oposição, e o seu domínio sobre
o céu e a terra.
19-37. A Promessa que
Deus jurou. Outrora falaste em visão. O motivo da aliança com Davi toma-se
agora central, embora ainda ligada à bondade e fidelidade divinas (cons. 24,
28, 33). O salmista primeiro fala da promessa divina feita a Davi. A antiga
promessa feita à nação na qualidade de primogênito de Deus quanto a sua
apreciação (Êx. 4:22) está agora focalizada sobre o rei; o epíteto do versículo
27 estende-se a toda a sucessão davídica, culminando em Jesus, o ungido de Deus
(o Messias). Depois a ênfase passa, no versículo 29, para o cumprimento da
promessa através da semente de Davi. Enquanto ele apela para o testemunho
divino no qual jurou que a aliança permanecerá, ele reconhece que o castigo tem
de vir sobre a semente de Davi por causa de sua infidelidade (vs. 30-32). 38-51. A Aliança Divina Arruinada. Tu,
porém, o repudiaste e o rejeitaste. O enfático tu, porém marca um contraste
agudo entre as promessas de Deus e a situação presente. A aliança foi anulada,
os muros da cidade foram derrubados, a terra foi despojada, a batalha está
perdida, e o trono abatido. O encurtamento da mocidade do rei talvez se refira
a Jeoaquim, que tinha apenas dezoito anos quando foi levado prisioneiro. Depois
de apresentar a presente situação angustiosa da nação, o salmista volta-se para
o seu apelo no versículo 46. A transitoriedade da vida humana, o poder divino
para salvar, e sua antiga bondade, tudo está ligado à afiança feita com Davi no
quem refere aos motivos urra restauração imediata. Embora nenhuma esperança
esteja expressa, o entusiasmo das porções anteriores sugere uma expectativa
positiva de esperança.
52. Bênção Final. Bendito seja o
Senhor para sempre! Esta bênção não é uma parte do salmo propriamente dito, mas
uma doxologia acrescentada como conclusão formal ao Livro III.
Salmos
(Comentário Bíblico Moody)
LIVRO
III:
SALMOS
73-89
Os
onze Salmos, 73-83, que perfazem a porção principal deste terceiro “livro”,
levam o nome de Asafe, fundador de um dos coros do templo (1 Cr 25:1). Salmo 50
é o precursor isolado deles no Livro II. Quatro dos demais salmos pertencem aos
Filhos de Coré (84-85, 87-88, formando um suple mento ao grupo no Livro II,
42-49); os demais se dividem entre Davi (86), Hemã (que reparte com os coraítas
o título do SI 88), e Etã (89). Pafa mais pormenores, ver a Introdução, II,
págs. 15ss., VI. b, p. 46.
Salmo
73
Acima de Toda a Comparação
Este grande salmo é a história de uma busca
amarga e desesperadora, que agora recebeu uma recompensa acima de toda a
expectativa. Relembra o tipo de pergunta que perturbava Jó e Jeremias; no fim,
já não parecem inca pazes de resposta, e o salmista tem uma confissão e uma
descoberta suprema para repartir.
Título
Sobre Asafe, ver
Introdução, pág. 48.
73:1-14.
A influência maligna da inveja O vers. 1 fica um pouco isolado, e é a chave do
salmo inteiro, dizendo não somente o que Deus pode fazer para um homem, como
também, o que Ele pode ser para ele. A frase, de coração limpo, tem mais
significado do que surge à primeira vista, pois o salmo passará a demonstrar
que as circunstâncias têm relativamente pouca importância em comparação com as
atitudes, que podem ser azedadas pelo egoísmo (3, 13) ou libertadas pelo amor
(25). Limpo significa mais do que ter mente limpa, embora certamente a inclua
(ver os defeitos desastrosos da impureza em Ttl:15;e2Pe2:14);basicamente,
trata-se de ser totalmente dedicado a Deus. Quanto a coração, suas seis
ocorrências no salmo enfatizam, conforme a expressão de Martin Buber, que “o
estado do coração determina se o homem vive na verdade, na qual se ex
perimenta a bondade de Deus, ou na semelhança da verdade, onde o fato de que as
coisas “vão mal” com ele se confunde com a ilusão de que Deus não é bom para
com ele”.
SALMO 73:2-10
“Os
justos” (RSV, 1), é uma emenda feita pela divisão das consoantes de “Israel”
(ysr’ ï) em duas palavras, y k 7 (mas RSV, NEB então omitem a segunda destas,
um sinônimo para “Deus”). Não há apoio para esta divisão, e é dificilmente
necessária, pois “Israel” faz bom sentido e serve de lembran ça apropriada,
desde o início, da graça e da aliança de Deus, que vêm antes da resposta do
indivíduo.
2, 3. Dúvidas que perturbam. NEB transmite
bem a situação precária: “Meus pés quase escorregaram, quase cedeu de tudo o apoio
deles”. Quanto às razões desta crise da fé, o salmista revela uma franqueza
animadora. Em bora pudesse ter simulado uma paixão desinteressada pela
justiça, confessa ter tido inveja, e ter julgado apenas por aquilo que via
(contrastar Is 11:3).
4-9.
A demonstração que intimida. É curioso que estar fisicamente sa dio e nédio
ainda é considerado, em certos círculos, como direito de nascen ça do crente,
a despeito de passagens tais como estas e, e.g., Romanos 8:23; Hb 12:8. Nesta
própria descrição, o salmista revela a tentação à arrogância que acompanha o
bem-estar em demasia; esta, na realidade, teria chegado a ser a própria
tentação dele se tivesse sido concedido seu desejo original,
4. Este versículo
conforme é interpretado por ARA, RSV, etc., faz sentido excelente, embora
inclua a divisão de uma palavra hebraica em duas. Embora tal coisa dificilmente
fosse justificada no v. 1 (ver o comentário ali sobre “osjustos”), aqui é
recomendada por ser bem desajeitada a alternativa.2
7. Na segunda
linha, é preferível NEB: “enquanto vãs fantasias pas sam-lhes pela mente”. A
passagem inteira é uma obra de mestre ao retratar estes favoritos da fortuna:
emblasonados, vangloriando-se; dignos de risos se não fossem tão implacáveis;
sua vaidade os impulsiona a querer submeter o universo à sua valentia. Há
retratos comparáveis, e. g. nos Salmos 12 e 14; e, neste salmo, um contraste
significativo de atitude para com os céus e a terra (9) no v. 25.
10-14. A divergência
isolada. A idéia de que “temos forçosamente de amar o mais sublime quando o
vemos”3 não acha apoio aqui, a não ser que pensemos que o “mais sublime” é
aquilo que, segundo parece, detém o do mínio. O Altíssimo (11) é quem recebe
menos respeito, e o salmista tem a mortificação de ver o pecado não somente bem
pago, como também tido em alta estima (10; ver o comentário). Não é um fenômeno
inteiramente moder no.
10. Parece que o
texto deste versículo sofreu durante a transmissão. Literalmente, a primeira
linha diz ou: “. . . trará seu povo de volta para cá”
ou:
. . seu povo voltará para cá”;e a segunda linha (cf. RV) “e eles sorve rão
água de um (vaso) cheio”. A falta, no entanto, de qualquer conexão cla ra com
o contexto induziu RSV e outras versões a tentaram a restauração do texto
original. Para isso, as emendas no Hebraico não são grandes,4 e a maio ria das
versões modernas vêem aqui o culto ao sucesso que é tão popular.
13. A frase: e
lavei as mãos na inocência, é um eco amargo da resolu ção devota de 26 .•6.
Decidir que esta sinceridade tem sido uma perda de tem po é uma atitude
pateticamente egoísta —o que ganhei com isto? —mas a simples formulação da
idéia chocou o escritor ao ponto de ele adotar uma atitude metal melhor, a qual
ele agora passa a descrever.
73:15-28. A radiância da
fé A transformação do ponto de vista dele teve seu momento decisivo, definido
pela palavra até do v. 17, embora tenha havido muita sondagem do coração antes
dela, e muita coisa para explorar além dela.
15-20. O raiar da
verdade. O primeiro passo para a iluminação não era mental, e, sim, moral: o
virar-se contra o egoísmo e a auto-compaixão que se revela nos w. 3 e 13, para
então lembrar-se das responsabilidades e lealdades básicas (15). O escritor
ainda não tinha a mínima idéia dalguma resposta (16), mas esta própria mudança
de atenção era, de si mesma, uma libertação depois da fixação da sua atenção
numa única parte do cenário, a saber: nos mundanos. O título sublime que
emprega para seus companheiros na fé, “a família de Deus” (NEB), ou lit. “teus
filhos” (15), introduz um fa tor esquecido, um relacionamento que é riqueza de
um tipo diferente.
17.
A luz irrompe, quando se volta para o próprio Deus, tratando-0 como objeto, não
de especulação5 e, sim, de adoração. Em contraste com a eternidade, soberania e
existência original dEle, estes homens do momento são percebidos como sendo
apenas aquilo que são. O fim deles é, literalmente: “o depois deles”, ou seja,
o futuro deles que desmontará tudo quanto era a razão de viver deles. Em
contraste, uma palavra relacionada que se traduz “depois” no v. 24, introduzirá
uma perspectiva bem diferente e gloriosa.
18-20. O julgamento
não é apenas o fim lógico ou o “depois” da maldade, embora ela possua esta
qualidade (ver sobre o v. 17); em última análise, é a rejeição pessoal deles
por parte de Deus; é Ele quem dispensa alguém que não tem mais valor ou
interesse (20). Trata-se da “vergonha e horror eterno” de Daniel 12:2, e do
“nunca vos conheci” de Mateus 7:23. “Podemos ser deixados total e absolutamente
fora —repelidos, exilados, aliena dos, e ignorados de modo final e
indizível”.6
21-26. O pleno fulgor
da glória. “Do outro lado” (assim continua a citação supra) “podemos ser
chamados, com as boas vindas, sendo recebidos e reconhecidos”. Foi disto que o
salmista se esquecera —pois nada pode cegar mais (e os termos dele são ainda
mais fortes, 22) do que a inveja ou o ressentimento. Foi este o nervo que a
serpente tocou no Jardim do Éden, de tal modo que fazia como que o próprio
Paraíso parecesse ser um ultraje. Agora vêem à luz os valores verdadeiros, numa
passagem que, por breve que seja, é insuperável como registro da resposta a
Deus feita pelo homem. 21, 22. Há
nova profundidade no arrependimento que o cantor sente a respeito de sua
atitude anterior. No v. 2, já notara o seu próprio perigo por causa dela; no v.
15, viu que ela era uma traição contra seus companheiros; agora, confessa a
afronta contra Deus que ele praticara. Esta mudança veio por causa de ele se
colocar na presença de Deus (cf. “entrei no santuário”, v. 17), pois à tua
presença significa, literalmente: “contigo”; aquela presença, no entanto, que
antes parecia acusadora, ficará sendo o deleite dele. A mesma expressão:
“contigo”, é imediatamente retomada em 23a., e outra vez em 25b (ver a nota),
transformada pelo seu novo contexto.
23,24. Os tempos
verbais, embora nem sempre se distinguam tão nitidamente no Hebraico como no
Português, parecem ter o propósito aqui de ressaltar a grande extensão da
frase: estou sempre contigo. Pode-se ler a seqüência como segue (algo
semelhante a JB):
‘Tu
tomaste minha mão direita,
Tu me guias
com o Teu conselho,
E, no fim, me
receberás na glória”.
A
palavra depois,1 ou “no fim”, toma claro que a última linha olha para além do
progresso estável da frase do meio, para o clímax de tudo. Fica sendo uma
questão algo aberta, se o clímax (que pode ser traduzido na glória ou “com
glória”) é comparativamente modesto —a promoção à honra terrestre, conforme
alguns julgariam - ou a alegria suprema de passar para a presença de Deus. Para
este escritor, a última interpretação é totalmente mais provável. Verbalmente,
a palavra recebes a sugere, e duplamente assim pelo seu emprego na história de
Enoque (Gn 5:24, “porque o tomou para si”; o verbo é o mesmo), e em Salmo
49:15. Neste último, a linha “pois ele me tomará para si” completa uma parelha
de versos que começa assim: “Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol”.
Além disto, a dinâmica deste parágrafo vai em direção a Deus somente, desde o
tema de abertura. “Sempre contigo” até sua confissão suprema em 25-26, “Quem
mais tenho eu no céu?” Esta experiência sempre crescente da salvação, “seguro,
guiado, glorificado”, é uma contrapartida humilde da grande seqüência
teológica em Romanos 8: 29-30, que abrange a obra de Deus desde o começo
oculto, “aos que de antemão conheceu”, à mesma conclusão que aqui temos, “a
esses também glorificou”. Podemos tirar a conclusão de que, se a vida eterna
era visível a olho discemidor mesmo na declaração “Eu sou o Deus de Abra ã o
, . . . de Isaque, e . . . de Jacó”, conforme indicou nosso Senhor, aqui jaz a
descoberto, para todos verem. Para algumas outras passagens onde esta esperança se toma visível, ver o comentário final sobre o Salmo 11.
25. O salmista,
tendo recebido a certeza daquilo que Deus estàva fazendo em prol da salvação
dele (“segurar”. .. “guiar”. .. “receber”, 23-24), chega a descansar naquilo
que Deus é para ele, por menos prometedora que seja a sua situação.
Céu e terra é um modo de dizer, a certo nível
de linguagem, simples mente “em qualquer lugar que seja”. Estas duas palavras,
no entanto, quando se dirigem a Deus, conservam seu sentido integral. Certo é
que a apresentação que a Bíblia faz do céu se centraliza totalmente em Deus - “Tu lhe és a luz, a alegria e a coroa,
Tu lhe és o sol
que nunca se põe”8
—e, no seu conceito da terra, mostra que o
lema: “Para mim o viver é Cris to”, não exclui os demais relacionamentos; pelo
contrário, enriquece-os.9 Nota-se, de passagem, que outro (além de ti) é a
mesma expressão Heb. aqui como “à tua presença” (22) e “contigo” (23); trata-se
de um elo que não se vê na tradução, embora seja bastante real, e ressalta a
consciência que o poeta tem quanto a estar na presença de Deus, o que
transformou sua atitude. É bem possível que NEB tenha razão ao traduzir esta
linha assim: “E tendo a Ti, nada mais desejo na terra”.
26. Aqui,
enfrenta-se a própria morte, porque a palavra desfalecer aponta nesta direção,
e significa “chegar ao fim” mais do que “ser inadequado”.10 O salmista,
porém, com verdadeiro realismo se recusa a alterar este fato, nem a eternidade
de Deus que com ele se contrasta (notam-se as palavras fortaleza e para
sempre)-, e ele invoca os elos indissolúveis entre as duas partes, os quais,
conforme indicou nosso Senhor, devem sobrepor-se à própria morte (MT 22:32).
Além disto tinha, como levita, a certeza explícita de que Deus era a sua
herança (Nm 18:20), certeza esta que Davi podia reivindicar apenas por
analogia: ver sobre 16:5, 6.
27, 28. A comparação verdadeira. O cantor, olhando a partir desta posição favorável, pode ver seus queixumes e ciúmes passando, percebendo o que realmente são. "Inveja dos arrogantes" (3)? Eles, porém, estão destinados à perdição. Praticou "inutilmente" a religião (13)? Possui, no entanto, o "bem" único e supremo (28), que é estar junto a Deus. Assim sendo, embora em certo ponto a melhor coisa que podia fazer era guardar para si os seus pensamentos (15), agora seus lábios estão abertos. À luz da sua descoberta, voltamos com novo entendimento à primeira exclamação dele: "Com efeito Deus é bom ... para com os de coração limpo".
Salmos 73 a 150 - Série Cultura Bíblica - Derek Kidner
SALMO 88 DIVISÕES EM ESTROFES DAS TRADUÇÕES MODERNAS
CICLO DE LEITURA
TRÊS
SEGUIR
A INTENÇÃO DO AUTOR ORIGINAL NO NÍVEL DE PARÁGRAFO
Este
é um guia de estudo comentado, o que significa que você é responsável por sua
própria interpretação da Bíblia. Cada um de nós deve caminhar na luz que nós
temos. Você, a Bíblia e o Espírito Santo são prioridades na interpretação. Você
não deve delegar isso a um comentarista.
Leia
o capítulo em uma sessão. Identifique os assuntos. Compare suas divisões de
assunto com as cinco traduções modernas. Os parágrafos não são inspirados, mas
são a chave para seguir a intenção do autor original, que é o coração da interpretação.
Cada parágrafo tem um e apenas um assunto.
1.
Primeiro parágrafo
2.
Segundo parágrafo
3. Etc.
CONHECIMENTOS
CONTEXTUAIS
A. Este Salmo é
caracterizado por
1. uma série de perguntas
relacionadas ao senso do autor sobre rejeição de Deus, cf. Sl. 88.10-12, 14.
Este Salmo termina sem nenhuma esperança ou alívio à vista! Este é um salmo
"pesado"!
2. uma série de títulos / nomes para
a vida após a morte
a.
Sheol, Sl. 88.3b - BDB 982, veja Tópico Especial: Sheol
b.
cova, Sl. 88.4a - BDB 92 I
c.
entre os mortos, Sl. 88.5a - BDB 559
d.
que jazem na sepultura, Sl. 88.5b - BDB 868
e.
dos quais já não te lembra, Sl. 88.5c
f.
desamparado de Tuas mãos, Sl. 88.5d, cf. Lm. 3.54
g.
na mais profunda cova, Sl. 88.6a - BDB 1066
h.
nos lugares tenebrosos, Sl. 88.6b - BDB 365
i.
nos abismos, Sl. 88.6b - BDB 846 (g, h, i são paralelos)
j.
os mortos, Sl. 88.10-A - BDB 559
k.
os finados, Sl. 88.10b - BDB 952 I
l.
na sepultura, Sl. 88.11-A - BDB 868
m.
nos abismos, Sl. 88.11b - lit. abaddon - BDB 2
n.
nas trevas, Sl. 88.12a - BDB 365, cf. 1 Sm. 2.9; Jó 10.21; 17.13; 18.18
o.
terra do esquecimento, Sl. 88.12b - BDB 75 CONSTRUCTO BDB 674 (exclusivo para
este Salmo, cf.
Sl.
6.5).
p.
trevas, Sl. 88.18b - BDB 365
B. Observe os diferentes termos
utilizados para descrever a rejeição de Deus.
1.
Tua ira, Sl. 88.7a - BDB 404
2.
Tuas ondas, Sl. 88.7b - BDB 991, cf. Sl. 42.7; 69.1, 14-15; Jn. 2.3
3.
rejeitas, Sl. 88.14a - VERBO, BDB 276 I, KB 276, Qal IMPERFEITO
4.
oculta de mim o rosto, Sl. 88.14b - VERBO, BDB 711, KB 771, Hiphil IMPERFEITO
5.
Teus terrores, Sl. 88.15b - BDB 33
6.
Tuas iras, Sl. 88.16a - BDB 354
7.
Teus terrores, Sl. 88.16b - BDB 130 (somente aqui e Jó 6.4)
C. É difícil a partir deste breve
Salmo saber se o salmista está:
1.
doente (possivelmente lepra por causa de seu abandono pela família e amigos)
2.
sofrendo pelo julgamento
3.
sentindo uma sensação de estar sozinho
4. temeroso com as circunstâncias da vida
ESTUDO DE FRASES
E PALAVRAS
NASB (REVISADO) TEXTO: 88.1-9 1 Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. 2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor. 3 Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte. 4 Sou contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força, 5 atirado entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras; são desamparados de tuas mãos. 6 Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos. 7 Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com todas as tuas ondas. Selah. 8 Apartaste de mim os meus conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair. 9 Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia, venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.
88.1 "ó SENHOR "
Este Salmo usa o nome da aliança para Divindade, YHWH, em um sentido VOCATIVO
três vezes. Veja Tópico Especial: Nomes para a Divindade.
▣ "o Deus da minha salvação"
Este título da Divindade (cf. Sl. 24.5; 27.9) é descritivo para o que o
salmista quer que YHWH faça por ele, "salve", "livre",
"aja em seu nome". Este versículo de abertura é a linha mais
"positiva"
do Salmo. YHWH é o Deus da Aliança e o salmista ora, mas não sente resposta.
Ele até acredita que Deus está propositalmente causando a sua situação difícil!
▣ "eu" Observe o número de
PRONOMES EM PRIMEIRA PESSOA NO SINGULAR e em SEGUNDA PESSOA NO
SINGULAR
("Tu"). Este é um clamor muito pessoal de um crente ao seu Deus.
▣ "clamo" Este VERBO (BDB 858,
KB 1042) é o primeiro de muitos VERBOS PERFEITOS. O salmista está
declarando
sua busca diligente de Deus, mas Deus ainda não respondeu (cf. Sl. 88.13-18).
▣ "de dia e de noite" Esta
frase é a maneira do salmista de afirmar a sua oração constante (cf. Sl. 22.2;
25.5;
86.3).
88.2 Este versículo
tem dois pedidos paralelos.
1.
Chegue à tua presença a minha oração - BDB 97, KB 112, Qal IMPERFEITO usado em
umsentido JUSSIVO (cf. Sl. 18.6); o salmista sentiu que a sua oração não estava
sendo ouvida (cf. Sl. 88.9, 13, 14)
2.
inclina os ouvidos ao meu clamor - BDB 639, KB 692, Hiphil IMPERATIVO (cf. Sl.
17.6; 31.2; 71.2; 86.1;
102.2)
88.3-9 O salmista lista as razões por que Deus
deve ouvir e responder (os verbos PERFEITOS descrevem uma condição
estabelecida).
1.
sua alma (BDB 659) está farta (outro verbo PERFEITO) de males, Sl. 88.3a
2.
sua vida (BDB 313) se abeira (outro verbo PERFEITO ) da morte (veja Tópico
Especial: Onde Estão os Mortos), Sl. 88.3b
3.
ele é contado (outro verbo PERFEITO) com os que baixam a cova (cf. Sl. 28.1;
143.7), Sl. 88.4a
4.
ele tornou-se (outra verbo PERFEITO) como um homem sem força (ou seja,
impotente, BDB 33, somente aqui no AT; palavra de origem aramaica), Sl. 88.4b
5.
ele foi atirado "entre os mortos", o ADJETIVO traduzido como
"atirado" é lit. "liberto", BDB 344, Sl. 88.5ª NKJV "à
deriva" TEV, JPSOA "abandonados" NJB "deixado sozinho"
A MT usa "liberto" e parece referir-se a liberdade de todas as responsabilidades
da vida (cf. UBS Text Project, p. 350).
6.
ele que Tu não te lembras (outro verbo PERFEITO) mais, Sl. 88.5c
7.
ele que é desamparado de (outro verbo PERFEITO) suas mãos, Sl. 88.5d
8.
ele que puseste (outro verbo PERFEITO) na mais profunda cova, Sl. 88.6a
9.
ele que puseste nos lugares tenebrosos, nos abismos, Sl. 88.6b
10.ele
que sobre a Tua ira pesa (lit. "está pesado", outro verbo PERFEITO)
Sl. 88.7a (este VERBO BDB 701, KB
759
é usado principalmente para YHWH apoiar alguém, mas aqui, é a antítese)
11.
ele que Tu abates (lit. "esmagado", outro verbo PERFEITO), com todas
as Tuas ondas, Sl. 88.7b
12.
ele que Tu apartaste os seus conhecidos (outro verbo PERFEITO), Sl. 88.8a
13.
ele que Tu fizeste objeto de abominação (outro verbo PERFEITO), Sl. 88.8b
14.ele
que Tu prendestes, Sl. 88.8c
15.
os seus olhos desfalecem de aflição (outro verbo PERFEITO), Sl. 88.9a
16.
ele vem clamando a Ti, dia após dia (outro verbo PERFEITO), cf. Sl. 88.1b, 9b
17.
ele tem levantado as suas mãos (ou seja, oração, outro verbo PERFEITO) para Ti,
Sl. 88.9c
Observe a combinação de;
1.
os atos do salmista
2.
as coisas que ele afirma que Deus tem feito para ele
88.7 "Selah" Veja notas no Salmo
3.2.
88.8
"conhecidos" Este (BDB 393, KB 390) é um Pual PARTICÍPIO do VERBO
"conhecer" (veja Tópico Especial: Conhecer). A mesma forma é também
encontrada em Sl. 88.18 juntamente com
1.
amigo - BDB 12, KB 17 Qal PARTICÍPIO
2.
companheiro - BDB 945
Este
homem se sente totalmente alienado de Deus e dos outros humanos!
88.9 Salmo 88.9 é similar em conteúdo com Sl. 88.1 e pode ser um exemplo de inclusio.
NASB (REVISADO)
TEXTO: 88.10-12 10 Mostrarás tu prodígios aos mortos ou os finados se
levantarão para te louvar? Selah. 11 Será referida a tua bondade na sepultura?
A tua fidelidade, nos abismos? 12 Acaso, nas trevas se manifestam as tuas
maravilhas? E a tua justiça, na terra do esquecimento?
88.10-12 Esta estrofe
descreve a visão geral do AT sobre uma existência triste e silenciosa da alma /
pessoa / ser / consciente na vida após a morte.
1.
Deus não livrou ("salvou") dos mortos
2.
os mortos não louvam a Deus (cf. Sl. 6.5; 30.9; 115.17; Is. 38.18).
3.
a fidelidade de Deus não é declarada na sepultura (cf. Is. 38.18)
4.
os atos de libertação de Deus (BDB 810, veja Tópico Especial: Coisas Maravilhosas
) não são declarados nas trevas
5.
a justiça de Deus (isto é, Seus atos de salvação) não é declarada na terra do
esquecimento
88.10
NASB
"os finados"
NKJV,
TEV "mortos"
NRSV,
JPSOA,
REB
"as sombras"
NJB
"as sombras"
Esta
raiz hebraica (BDB 952) tem duas conotações / usos.
1.
raça de gigantes (veja Tópico Especial: Termos Usado para guerreiros altos /
poderoso ou Grupo de Pessoas) - Gn. 14.5; 15.20; Dt. 2.20; 3.11; Js. 17.15; 1
Cr. 20.4
2.
os finados / os mortos consciente - Jó 26.5-6; Pr. 2.18; 9.18; 21.16; Is. 14.9;
26.11-19; este uso é comum na
Literatura
de Sabedoria (veja Tópico Especial: Literatura da Sabedoria)
Por
causa de Isaías 14 e Ezequiel 28, é possível ver estes como os reis falecidos e
humanos poderosos, que estão agora no Sheol, seu poder e prestígio se foram.
Existe uma discussão detalhada deste termo na NIDOTTE, vol. 3,
pp.
1173-1180.
▣ "Selah" Veja notas no Salmo 3.2.
NASB (REVISADO) TEXTO: 88.13-18 13Mas eu, SENHOR, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante de ti a minha oração. 14 Por que rejeitas, SENHOR, a minha alma e ocultas de mim o rosto? 15 Ando aflito e prestes a expirar desde moço; sob o peso dos teus terrores, estou desorientado. 16 Por sobre mim passaram as tuas iras, os teus terrores deram cabo de mim. 17 Eles me rodeiam como água, de contínuo; a um tempo me circundam. 18 Para longe de mim afastaste amigo e companheiro; os meus conhecidos são trevas
88.13-18 Isto repete a
ênfase dos versículos anteriores. O salmista sente-se afastado de Deus, da
família e dos amigos! Ele está sozinho! Este Salmo termina em desespero (cf.
Sl. 88.14)! Ele não entende o que está acontecendo com ele, seja fisicamente ou
espiritualmente!
88.15 Esse versículo
implica que o salmista tem estado doente desde a sua juventude e está próximo
da morte ou é uma imagem de um sentimento prolongado de abandono por parte de
Deus?
O
VERBO na MT (BDB 806, KB 918, Qal IMPERFEITO) pode vir de uma das duas raízes.
1.
אפונה - BDB 67, ou (1) "ser impotente" (2) "estar confuso",
ou (3) "muito, muito mesmo"
2.
פון - encontrado apenas aqui e o significado incerto
3.
פוג" - ficar dormente" (NET Bible)
Este
versículo é difícil de traduzir porque a MT é difícil (JPSOA nota de rodapé)
LXX "e depois de ser exaltado, eu fui humilhado e fiquei perplexo"
Peshitta
"eu fui orgulhoso, mas agora eu estou humilhado e esmagado"
88.18
"trevas" As mesmas consoantes podem significar
"retenção" (Peshitta). A JPSOA utiliza as “trevas” da
MT
e traduz isto para "não se pode ver"
PERGUNTAS PARA
DISCUSSÃO
Este
é um guia de estudo comentado, o que significa que você é responsável por sua
própria interpretação da Bíblia. Cada um de nós deve caminhar na luz que nós
temos. Você, a Bíblia e o Espírito Santo são prioridades na interpretação. Você
não deve delegar isso a um comentarista.
Estas
questões de discussão são fornecidas para ajudar você a pensar através das
questões principais desta seção do livro. Elas são destinadas à serem
instigantes, não definitivas.
1.
Quanto você leu este Salmo qual foi a sua primeira impressão?
2.
Qual é o problema do salmista?
3.
Por que ele sente que Deus o abandonou? Será que ele expressa alguma esperança?
Como?
4.
Descreva a visão da vida após a morte do AT.
5.
Por que Sl. 88.4 é tão doloroso?
6. O salmista expressa alguma esperança de que Deus irá ouvir, vir ou ajudar ele
Salmos Chapters 1-150
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