segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Lição 06 - Livro dos Salmos - Parte III (Sl 73—89)

 

                                  TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Salmo 73.1-10,12-14,16-18,24

Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.

Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos.

Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.

Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.

Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens.

Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.

Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar.

São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.

Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.

Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.

Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.

Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência.

Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.

Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;

Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.

Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.

Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.

TEXTO ÁUREO 

Eu, porém, Senhor, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração. 

Salmo 88.13



OBJETIVOS

CONHECER os limites da prosperidade do ímpio e a dimensão da justiça divina;

COMPREENDER que o Justo Juiz advoga a causa de todos os homens; e Ele recompensará a cada um segundo as suas obras;

ENTENDER que nem todos os reveses que nos sobrevêm são frutos de pecado ou de erros cometidos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, abordaremos a terceira divisão do Livro dos Salmos, que abrange os capítulos 73—89 do referido volume. Estes também são conhecidos como salmos de Salomão, por ser atribuída ao sucessor de Davi a compilação e a montagem desses textos na época de seu reinado. Porém, a escrita da maior parte dos poemas desta seção é atribuída a Asafe (ver títulos dos caps. 73—83 – ARC).

1. A PROSPERIDADE DO ÍMPIO E A JUSTIÇA DIVINA

O sentimento de impunidade chega até o coração de muitos, como se houvesse algum tipo de injustiça da parte de Deus. Porém, é preciso ter em mente que o Senhor recompensará cada um segundo as suas obras (Rm 2.6), no tempo que Ele estabeleceu pelo seu próprio poder (At 1.7).

A revolta em relação ao homem ímpio como fruto da fome e da sede por justiça

O Salmo 73 começa com um desabafo angustiante acerca de um justo que testemunha a prosperidade do ímpio. Estes não enfrentam apertos na sua morte (v. 4); não se acham em trabalhos como os outros homens, nem são afligidos como estes (v. 5); possuem muitos bens materiais e têm mais do que o seu coração possa desejar (v. 7); além disso, são soberbos e blasfemam contra Deus (v. 9,11).

1.2. A inveja do homem ímpio como fruto da corrupção

Não raramente encontramos pessoas que se lamentam por serem honestas, enquanto há tantos corruptos aparentemente afortunados no mundo (Sl 73.3). Esse discurso é fruto da corrupção do coração, que, inevitavelmente, conduz à murmuração.

1.3. O futuro dos ímpios diante de Deus

A lamentação do salmista estendeu-se até o momento em que ele foi ao Templo e obteve uma resposta de Deus (v. 17). Seus olhos, então, abriram-

-se para a Verdade e foi-lhe revelado que os ímpios têm um fim tenebroso: eles são lançados na destruição (v. 18); caem na desolação; são totalmente consumidos de terrores (v. 19) e desaparecem de repente (v. 20).

2. A JUSTIÇA DE DEUS PERANTE OS JUÍZES DA TERRA

O Salmo 82 constitui-se em um apelo contra as injustiças sofridas neste mundo. Este capítulo é contado entre os salmos litúrgicos, os quais eram musicados e utilizados comumente nas cerimônias judaicas realizadas do Templo.

2.1. O cristão e a justiça social

Nós, cristãos, devemos lutar pela causa dos oprimidos.

Às vezes, esquecemo-nos de que proclamar as boas-novas de salvação inclui lutar para ver estabelecida a paz e a justiça entre os povos. Jesus, em

Seu ministério terreno, anunciou não apenas um Reino de Deus ideal, no céu, mas um Reino real, presente e possível entre os homens, que deflagraria mudanças de atitudes e alterações de paradigmas terrenos.

2.2. O julgamento final e o destino de todos os povos

Nenhuma injustiça cometida por quem quer que seja será ocultada no Último Dia. Em Apocalipse 20.11-15, João diz que viu todos os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do supremo tribunal, no dia do Juízo Final, e cada um recebia segundo as suas obras.

3. DESESPERO E SOFRIMENTO NA CAMINHADA CRISTÃ

O Salmo 88 é o maior dos cânticos de lamentação; ele é considerado por muitos o mais triste de todo o livro. O texto começa com grande clamor por livramento e misericórdia. As palavras e expressões utilizadas pelo salmista denunciam que ele está tomado pela angústia e pela desesperança.

3.1. Quando se trilha o caminho da morte

O Salmo 88 difere de todos os outros, pois começa em desespero e termina em desespero. O autor não faz lamentação pelos seus pecados, pois isto não acontecera; ele não faz imprecações contra seus inimigos, pois seus males não foram causados por homens perseguidores. Ele simplesmente vive uma situação terrível, que o conduz ao caminho da morte.

3.2. Quando não há mais esperança

Dentre as muitas lições que podem ser extraídas do Salmo 88, destaca-se o fato de que nem todos os reveses que nos sobrevêm são frutos de pecado ou de erros cometidos. Deus tem decretos eternos, que não se enquadram nos padrões de logicidade humana (Jo 13.7b).

CONCLUSÃO

Na terceira seção do Livro dos Salmos somos desafiados a temer ao Senhor em todo o tempo, sem nos ocuparmos com a prosperidade do ímpio. Os autores sagrados fazem-nos entender que não devemos questionar o motivo de o bem alcançar o homem mau ou a razão de pessoas aparentemente justas padecerem necessidades. Isto porque Deus é justo e fiel, e, em santo amor, comanda todo o universo.

Deus abençoe

sua vida!



Texto Bíblico Básico: Sl 73.1_10, 12_14, 16_18,24 Texto Áureo: Sl 88.13 “Eu, porém, Senhor, Clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração.”

OBJETIVOS Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 1. Conhecer os limites da prosperidade do ímpio e a dimensão da justiça divina; 2. Compreender que o justo Juiz advoga a causa de todos os homens; e Ele recompensará a cada um segundo as suas obras; 3. Entender que nem todos os reveses que nos sobrevêm são frutos de pecado ou de erros cometidos.

Os 2 Grupos de Livros Poéticos

1. Livros de SABEDORIA: Jó, Provérbios e Eclesiastes.

2. Livros de HINOS ou HÍNICOS: Salmos e Cânticos dos Cânticos (Cantares)


ADORAÇÃO POR MEIO DO LOUVOR

COMO OS SALMISTAS VEEM A DEUS NOS SALMOS

1.     Como uma pessoa (emoções, vontade e sentimentos)

 – antropopatismo e antropomorfismo – Sl 74.10,18_23.

2. Lembrando-se da fidelidade de Deus – Sl 77.1_12 e no v.13 diz que o caminho é o santuário.

3. Interpolam apelando para a COMPAIXÃO de Deus – Sl 79. 8; 86. 3,16.

PREFÁCIO DA LIÇÃO

 Esta lição é de aborda o terceiro livro de Salmos, mesmo sendo conhecidos como Salmos Salomônicos, por em sua maioria serem escritos no período deste rei sábio, de fato, são atribuídos ao levita Asafe.

 É notório que, os títulos de muitos Salmos foram acrescentados posteriormente, por judeus eruditos ou versado no AT, para fins didáticos. Então, os salmos são a Revelação da Verdade, não pela teoria, mas pela prática.

1.     A PROSPERIDADE DO ÍMPIO E A JUSTIÇA DIVINA

 ØJustiça Moral

 ØJustiça Legal

 ØJustiça Social

1.1.         A revolta em relação ao homem ímpio como fruto da fome e da sede por justiça

          üNão passam problemas na morte – v.4

üNão estão atarefados nos trabalhos e não passam por aflições – v.5. üPossuem muito mais que um dia desejaram – v.7.

üBlasfemam contra Deus e ficam impunes – vv. 9,11. SALMO 73: SALMO DE SABEDORIA E DE CONFIANÇA

Divisão do Salmo 73

         • Sl 73.1_3 – Foco é a Bondade de Deus.

         • Sl 73.4_12 – Foco é o êxito dos ímpios.

         • Sl 73.13_20 – Foco é a Autobiografia do Salmista.

SALMO 73            VERDADE PRÁTICA

v. 1                          Bondade de Deus para Israel

v. 2                          Instável espiritualmente “pés escorregadios”

v. 3                          Ele invejou os ímpios prósperos

v. 4                          Os arrogantes ímpios estão despreocupados

v. 5                          Não são atribulados

v. 6                          Vestido com o colar da soberba

SALMO 73 VERDADE PRÁTICA

v. 7                         Olhos inchados de gordura

v. 8                         Usam de zombaria e violência contra os justos

v. 9                         Ridicularizam a fé, o culto e o próprio Deus

v. 10                       O povo concorda com os ímpios

v. 11                       Dúvida sobre a onisciência de Deus (Altíssimo)

v. 12                       Estão seguros e fartos

v. 13                       É inútil servir a Deus?

v. 14                       Afligido e castigado cada manhã

v. 15                       Reflete e não blasfema

v. 16                       Não entende após ter pensado refletidamente

v. 17                       A resposta: Estar na Casa de Deus!

v. 18                       Ação de Deus: ímpios escorregam

v. 19                       Subitamente assolados

v. 20                       Ímpios passam como um sonho irreal

v. 21                       Doenças psicossomáticas pela amargura

v. 22                       Estupidez e estultícia

v. 23                       Deus está conosco/ segurança e firmeza

v. 24                       Orientação divina: conselhos – final do justo:                    GLÓRIA

v. 25                       Deus – O MEU FOCO

v. 26                       Deus – ME SUSTENTA

v. 27, 28                 Estar perto de Deus e confiar nele

 

1.2.         A INVEJA DO HOMEM ÍMPIO COMO FRUTO DA CORRUPÇÃO

O cuidado com a murmuração – Sl 73.3 (Jó 21.7; Pv 23.17).

A corrupção dos ímpios – Sl 73.8.

O desgosto / desistência da conduta ética e moral – Sl 73.13.

1.3.O FUTURO DO ÍMPIO DIANTE DE DEUS

v Destruídos – Sl 73.18.

v Desgastados (consumidos) – Sl 73.19.

v Desaparecem de repente – Sl 73.20.

 2.A JUSTIÇA DE DEUS NO SALMO 82

SALMO DIDÁTICO: segundo a Mishná este salmo era cantado todo o 3º dia de cada semana pelos levitas no templo – vindica o juízo divino sobre os falsos deuses, e juízes iníquos.

DIVISÃO DO SALMO 82 2.

 A JUSTIÇA DE DEUS PERANTE OS JUÍZES DA TERRA

· FOME DE JUSTIÇA – Sl 82.3,4.

· Apelo contra a INJUSTIÇA – Sl 82.2.

· Contraste entre Deus o Justo Juiz e os juízes humanos ímpios – Sl 82.1, 5-8.

 Exegese do Sl 82.1, 6 e 7.

§ Elohim: Deus Criador v.1.

 § elohim: deuses – anjos – espíritos – juízes humanos.

§ Leitura Obrigatória: Gn 1.26-28; Hb 2.6-8; Jo 10.34-37.

Conceitos errados sobre Deus

ØAteísmo - negação da existência de Deus

ØAgnosticismo - a impossibilidade de entender a existência de Deus. ØDeísmo - Deus é Pessoal e transcendente, mas não imanente

 Observador apático – abandonou o mundo a própria sorte. ØPanteísmo - Deus é parte da Sua criação, ênfase equivocada na imanência de Deus.

 ØHenoteísmo - existem muitos deuses, mas um Deus sobrepujante. ØPaneteísmo - Deus finito, inseparável e interdependente do mundo

 2.1. O CRISTÃO E A JUSTIÇA SOCIAL

 • A justiça social é ajudar os pobres e necessitados – Sl 33.5; 99.4; 97.2; 113.7,9; 146.7-9.

• A justiça social é ter uma fé com obras de fé – Tg 2.14-26.

• A justiça social é promover a libertação – Is 61.1,2.

 Obs.: Por isso que havia o ano sabático e do Jubileu

O JULGAMENTO DE DEUS

 üOs julgamentos periódicos de Deus contra Israel e as nações pagãs

 – ordem moral do mundo – Gn 18.25.

ü O julgamento sobre os ímpios no Trono Branco

 – Ap 20.11-15. 3. DESESPERO E SOFRIMENTO NA CAMINHADA CRISTÃ

Considerado por muitos como o salmo mais triste, retrata a desesperança de um homem que se sente abandonado até mesmo por Deus em angústias e malogros.

 3.1. QUANDO SE TRILHA O CAMINHO DA MORTE

O contraste entre o problema do mal, das doenças e a insistência da resposta de Deus.

 3.2. QUANDO NÃO HÁ MAIS ESPERANÇA

 Após algum tempo refletindo sobre este Salmo, conclui que:

 • A agonia da morte poderia ser o título deste salmo.

 • Como o comentarista menciona: Angústia de Cristo na Cruz pode ser retratada neste salmo.

 DIVISÃO DO SALMO 88.1-18 Sl 88.1, 2

– Clamor de socorro ao Deus da Salvação (salvação = cura, libertação, salvar de perigos , dentre outros). Sl 88.3-9

– o problema do salmista: suas queixas, lamentos e aflições. Sl 88.10-12, e 14

 – O poeta questiona a Deus. Sl 88.13

– Declaração de fé (renovação do pedido de socorro). Sl 88.15-18 – Clamor por socorro (mal que aflige o poeta).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Nesta parte dos Salmos somos orientados a confiar constantemente em Deus, não se importunando com a aparente prosperidade dos ímpios. Assim, o iníquo será julgado pelo JUSTO JUIZ, no Grande Trono Tribunal Branco, e além disso, por mais intensa e tenebrosa que sejam as angústias, agonia e aflições, Ele nos ajudará, responderá certamente a nossa oração. Glória a Deus!

                                                     Professor: Dc Eliseu Fernandes

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia Anotada, (ARA) João Ferreira e Almeida, São Paulo, Vida, 1995.

Bíblia Eletrônica, The Word, Costas Stergiou, Grécia, 2003-2010, versão: 3.1.4.1058.

Bíblia Sagrada, (ARC), João Ferreira e Almeida, São Paulo, SBB, 1995.

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo, 2ª Ed., Vol.4 (Salmos,

Provérbios, Eclesiastes e Cantares), São Paulo: Hagnos, 2001.

_______. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Vol.2, São Paulo: Hagnos, 2001.

ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento, São Paulo: Vida, 2000.

FERNANDES, Eliseu. Estudos Pessoais nos Livros Poéticos, apostila de seminário, 2014.

HOUSE, H. Wayne. Teologia Cristã em Quadros, São Paulo, Vida, 2000.

PALAVRA DE DEUS, Temas Centrais da Fé Cristã, Comtrist., Joá Caitano , Ano 12, nº.45, Rio de

Janeiro, Central Gospel, 1º trimestre de 2016.

PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. O Foco e o Desenvolvimento do Antigo Testamento, São Paulo:

Hagnos, 2008.

VARUGHESE, Alex (ed.) Descobrindo a Bíblia, Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012.

FONTE:



                                       LIVRO III.

                                     Salmos 73-89

 A terceira e maior divisão do Saltério, que é muito mais curta do que os dois livros anteriores, só incluem dezessete salmos. Os primeiros onze estão ligados ao nome de Asafe, que foi um dos principais músicos sob o governo de Davi. Os outros dois músicos importantes de Davi foram Hemã e Etã, cada um dos quais está ligado com um salmo neste livro. Um dos salmos é atribuído a Davi, enquanto os quatro salmos restantes são associados aos filhos de Coré. Novamente não se torna necessário atribuir autoria àqueles que estão ligados a esses títulos. Exatamente como os filhos de Coré formavam uma associação levita, os tubos de Asafe continuaram ocupando lugares de liderança musical.

                                     Salmo 73. A Prova da Fé

 Eis aqui outro aspecto do problema da prosperidade dos ímpios. Embora o salmista esteja perturbado pelo seu próprio sofrimento, ele se sente mais perplexo pela falta de castigo dos ímpios. Este salmo penetra mais profundamente no problema do que os Salmos 37 e 49, e o autor encontra a paz na comunhão espiritual com Deus. Pode ser. classificado como um hino de fé, com nuances que o ligam aos escritores da Sabedoria. O propósito didático está evidente através de todo ele, mas está interligado com a confissão de um homem cuja fé foi duramente provada.

1. Sua Conclusão. Com efeito Deus é bom. O salmista declara primeiro a confiante conclusão que tirou de seu supremo teste da fé. Ele usa a partícula hebraica ‘ak, que pode ser traduzida de diversos modos – “agora”, “verdadeiramente”, “certamente”, “somente”, “afinal”. Aqui e nos versículos 13 e 18 ficaria provavelmente melhor traduzido para certamente. 2-12. Seu Problema. Ao ver a prosperidade dos perversos. Contrastando coma conclusão generalizada do escritor está sua peregrinação pelo vale das dúvidas, introduzida pela enfática expressão quanto a mim. Ele estava em perigo de completa apostasia por causa da inveja que sentia dos ímpios. Ele descreve o comportamento arrogante, a ausência de sofrimento, o orgulho despótico e a zombaria deles para com Deus.

13-22. Sua Luta. Com efeito, inutilmente conservei puro o coração. Esta não é a sua conclusão conforme declarado no versículo 1, mas um relato da tentação durante a sua luta com as dúvidas. Ele se recusa a exibir suas dúvidas para não influenciar os outros adversamente. Embora lutasse com suas indagações, não conseguiu encontrar alívio até que entrou no Templo. Ali recobrou seu equilíbrio espiritual ao receber uma visão do futuro reservado para os ímpios.

23-28. Sua Vitória. Todavia, estou sempre contigo. Agora o escritor encontrou vitória completa sobre suas dúvidas. Sua loucura é coisa do passado, porque Deus é o seu guia e sua força. A frase, depois me recebes na glória, pode bem se referir a uma esperança além da vida; o mesmo verbo que aqui foi traduzido para "me recebes" foi usado na experiência de Enoque (Gn. 5:24) e Elias (II Reis 2:10; cons. Sl. 49:15). Contudo, o salmista enfatiza o senso da proximidade divina ao experimentá-la em suas circunstâncias presentes.

                     Salmo 74. Um Apelo por Vingança

Este salmo é a expressão da lamentação nacional por Israel após um desastre extremo. O sentimento generalizado é de que Deus abandonou e esqueceu o Seu povo. A destruição da cidade e do Templo sugere que a ocasião seja a da conquista babilônica. Esta é a única ocasião conhecida quando o Templo foi queimado até os alicerces. As condições são semelhantes àquelas descritas no livro das lamentações.

 1-3. O Apelo da Nação. Lembra-te da tua congregação. O salmista profere o apelo básico para que Deus se lembre de Seu relacionamento de amor com Israel. Mesmo quando a ira divina está evidente na presente tragédia, é incompreensível ao salmista que o Senhor, como o Pastor de Israel, possa abandonar Suas ovelhas. Por isso, ele roga a Deus que dê os gigantescos passas necessários para redimir o Seu povo.

 4-11. A situação Angustiosa da Nação. Os tem adversários bramam. Em vez de se encher de crentes felizes, a área do templo está cheia de inimigos que rugem. Em lugar dos emblemas das tribos, vêem-se as bandeiras do inimigo. A paciente e silente obra através da qual o Templo foi edificado tem sido nulificada pelos machados cruéis e martelos dos invasores. As perguntas apresentadas por até quando e por que expressam a natureza intensificada da lamentação, e relacionam o apelo básico ao desastre específico.

12-17. O Rei da Nação. Deus, meu rei, é desde a antiguidade. Aqui se descreve o poder do Rei supremo de Israel. Usando linguagem simbólica e terminologia descritiva extraída da mitologia dos cananeus, o Salmista insiste que foi Deus que obteve as imensas vitórias do passado. Enquanto as figuras de linguagem derivam das antigas histórias da criação, o salmista as aplica à divina exibição de poder no Êxodo e nas peregrinações no deserto.

18-23. A Oração da Nação. Levanta-te, Ó Deus, pleiteia a tua própria causa. O primeiro apelo é levado a um nível mais elevado com este pedido veemente. Esta causa não é simplesmente a causa de Israel, mas também a causa de Deus. Portanto, o salmista ora para que Deus cuide de Seu povo indefeso, lembre-se da aliança de amor e mantenha os olhos nos inimigos que gritam.

                           Salmo 75. A Gratidão da Nação

 Enquanto as primeiras palavras deste salmo são uma expressão de ação de graças nacional e a conclusão se relacione com um indivíduo, a porção central é difícil de classificar. Alguns comentaristas sugerem que o versículo 1 foi acrescentado à uma oração pela vitória individual a fim de adaptar o salmo para o culto público. Embora este possa ter sido o caso, o salmo apresenta um cuidadoso arranjo poético além de uma seqüência progressiva de pensamentos.

1. A Invocação de Israel.Graças te rendemos. Por trás desta declaração sucinta de gratidão parece que há realmente uma libertação histórica. A realidade de uma manifestação recente de poder proporciona a confiança de que a natureza revelada de Deus (seu nome) está perto.

2, 3. A Resposta de Deus. Hei de julgar retamente. Este oráculo divino dá a base para os pronunciamentos que sé seguem. É no tempo determinado (v. 2; mô'ed, não o lugar determinado. E.R.C.), quando Deus tomar Seu lugar no tribunal. Seu controle do universo assegura que o julgamento será certo. 4-8. A Advertência do Salmista. Digo aos soberbos ... e aos ímpios. Os soberbos e os ímpios são advertidos que a força levantada altivamente não vem do leste, oeste ou sul. Só Deus pode abater e exaltar (v. 7), pois Ele é quem executa o juízo e faz os ímpios beberem a taça de Sua ira (Sl. 11: 6; Ap, 14:10).

 9,10. O Triunfo dos Justos. Quanto a mim, exultarei para sempre. Falando como representante de Israel, o salmista faz voto de louvor perene. Com esses votos vem a certeza de que o arrogante cairá do lugar onde se colocou, enquanto o justo ganhará o lugar a que tem direito.

                           Salmo 76. Um Cântico de Vitória

Este cântico está intimamente relacionado com os Salmos 46, 48 e 75 em sua celebração de vitória militar. Muitos comentaristas procuram os antecedentes comuns a estas quatro peças na derrota dos assírios em 701 A.C. Ainda que algum acontecimento histórico possa ter inspirado o poema original, o presente salmo parece ter sido adaptado para o culto no templo. 1-3. A Fama de Deus. Em Judá ... em Israel ... Em Salém ... em Sião. A reputação divina propagou-se por toda parte por causa de suas vitórias. Jerusalém é o centro de sua fama porque o quartel general de suas guerras fica ali. 4-6. O Poder de Deus. Tu és ilustre, e mais glorioso. O Senhor deu, na batalha, a prova de ser mais poderoso do que todos os seus inimigos. Facilmente Ele conquista os de ânimo forte e dos valentes. Ele é glorioso e majestoso, mais majestoso ainda do que as montanhas eternas (cons. LXX). 7-9. O Juízo de Deus. Tu, sim, tu és terrível. O pensamento vai além do cenário da batalha quando Deus toma o Seu assento no céu. Ele é o juiz que deve ser temido, que fere o homem com o terror. Toda a terra permanece quieta enquanto o Senhor salva os povos oprimidos, dos quais Israel é representante.

10-12. A Homenagem Devida a Deus. Fazei votos, e pagai-os ao Senhor vosso Deus. Esta convocação para se dar louvor e fazer ofertas baseia-se sobre a ousada afirmação de que o Senhor pode transformar até a paixão mais perigosa do homem em instrumento de glória A última gota da ira dos seus inimigos só pode aumentar a glória de Deus, quando ele se envolve nela.

                  Salmo 77. Relembrando as Obras de Deus

O lamento é entremesclado de louvor neste salmo. Os primeiros versículos (1-9) constituem a 1alnentação de um indivíduo, que talvez represente a nação em aflição. Os versículos restantes (10-20) silo palavras de louvor que claramente complementam a seção introdutória. Os versículos 16-19 exprimem um estado de espírito diferente e exibem um estilo diferente e um ritmo do restante do salmo.

 1-3. A Perplexidade do Seu Espírito. Elevo a Deus a minha voz ... a minha alma recusa consolar-se. Nessas cláusulas a profunda angústia do salmista e a sua ansiedade foram vivamente descritas. Sua mão estendida procura a Deus, mas não encontra conforto. Suas meditações e pensamentos só sobrecarregam o seu espírito.

 4-9. Sua Busca de Respostas. O meu espírito perscruta. A preocupação e a ansiedade ainda governavam sua vida de modo que ele não podia dormir. Ele contava os dias do passado, em vez de contar ovelhas. Finalmente, ele proferiu as seis perguntas que o deixavam perplexo e o perturbavam. Ele não conseguia entender por que o Deus de misericórdia e compaixão podia permanecer silencioso e inativo.

10-15. Sua Solução na História. Recordo os feitos do Senhor. Recordando as maravilhas de Deus no passado, o salmista sente esperanças. Deus provou ser alguém capaz de feitos gloriosos; Ele mostrou o Seu poder e redimiu os tubos de Israel. O pedido não pronunciado é que Deus agiria assim novamente.

16-19. Sua Confiança no Poder de Deus. Viram-te as águas . . . e temeram. Estes versículos, que ocupam o lugar de um hino dentro de um hino, diferem grandemente no espírito e na forma do restante do poema. Embora a nota dominante desta seção saia o poder de Deus sobre a natureza em geral, a posição da passagem, entre os versículos 15 e 20, relaciona-a com o livramento no Mar Vermelho.

20. Sua Certeza da Liderança Divina. O teu povo, tu o conduziste. Este versículo enuncia novamente o pensamento do versículo 15, com a implicação vigorosa de que Deus pode fazê-lo novamente.

                         Salmo 78. Sabedoria da História

Aqui está um bom exemplo dos propósitos didáticos dos escritores da Sabedoria. Os maravilhosos atos de libertação efetuados por Deus, a bênção e a orientação são relembradas para servir de lição para a geração do salmista. O ensinamento é dirigido aos habitantes de Judá, exemplificando a escolha de Jerusalém feita por Deus e a linhagem davídica como recipientes de Suas promessas em lugar da tribo de Efraim, a qual desqualificou-se pela rebeldia (vs. 9-11, 57, 60, 67, 68).

 1-11. As Advertências do Passado. Publicarei enigmas dos tempos antigos. O propósito didático do salmista está declarado. Uma observação geral destacando a responsabilidade dos "pais" de ensinarem os filhos, e o perigo da apostasia serve de introdução aos muitos exemplos históricos que se seguem.

12-39. As Experiências do Deserto. Prodígios fez ... mais ainda assim prosseguiram em pecar. As obras de Deus estão descritas detalhadamente: a travessia do mar, a nuvem e a coluna de fogo como guias, a provisão da água, o maná, as codornizes. Mesmo diante dessas bênçãos constantes, o povo continuou pecando e tentando a Deus. Aras apesar do seu pecado, Deus demonstrou Sua compaixão e compreensão, perdoando-os.

40-55. A Libertação, do Egito até Canaã. Não se lembraram do poder dele. A mesma história trágica se repetiu. Desta vez a ênfase foi colocada sobre as pragas como exemplos do livramento divino. Embora só sete das dez pragas sejam citadas e não estejam na mesma ordem do Livro de Êxodo, servem de exemplos vivos da fidelidade divina. O salmista conta como Deus conduziu o Seu povo até Canaã e como o provocaram voltando-se para a idolatria tão logo tomaram posse da terra.

56-72. As Escolhas do Deus de Israel. Abandonou ... despertou ... escolheu. A sujeição de Israel durante o período dos juízes está destacada como evidência do abandono de Deus. Então, em linguagem ousada, o salmista sugere que o Senhor despertou para as necessidades de Israel. A rejeição das tribos do norte confirmou que Deus escolhera Judá. O estabelecimento de Jerusalém como o centro religioso de Israel e a confirmação de Davi como rei destacaram as tribos do sul como líderes indiscutíveis do povo de Deus.

                    Salmo 79. Uma Oração por Vingança

Este salmo é o lamento coletivo da comunidade de Jerusalém em período de calamidade nacional. A descrição da profanação do Templo e a devastação da cidade apontam para uma séria destruição, tal como a da conquista babilônica em 586 A.C. Há aqui íntima afinidade com os antecedentes do Salmo 74, onde a destruição babilônica parece ser a mais apropriada. Os judeus há muito usam estes dois poemas com o dia do jejum que comemora as duas destruições de Jerusalém, em 586 A.C. e em 70 A.C.

1-4. O Pesar em Jerusalém. As nações invadiram. A cidade de Jerusalém é descrita como se encontrando em verdadeiro estado de emergência. Os gentios profanaram o Templo, deixando a cidade em ruínas e os mortos insepultos. Toda esta devastação e matança resultara em zombada e ridículo da parte dos vizinhos gentios de Israel.

 5-8. O Pedido de Misericórdia. Até quando, Senhor? Este freqüente clamor dos desesperados é seguido imediatamente da segunda pergunta: Será para sempre? A dor amarga do salmista está evidente quando implora a Deus para tomar vingança dos ímpios antes mesmo de lhe pedir que estenda as Suas ternas misericórdias ao Seu povo.

9-12. A Oração Pedindo Auxílio. Assiste-nos . . . livra-nos . . . perdoa-nos . . . por amor do teu nome. Além de reconhecer os pecados dos seus antepassados, o salmista também confessa o pecado de sua própria geração. Ele não destaca nenhum desejo egoísta, mas a glória do nome de Deus. Afinal, o nome de Deus foi abusado na profanação do Templo e na zombaria dos pagãos. O salmista clama a Deus para que lhes retribua sete vezes mais.

13. O Voto de Louvor. Para sempre te daremos graças. Se Deus responder a oração pedindo ajuda, Seu povo cumprirá um voto duplo. Eles tomaram a decisão de louvar a Deus dando-Lhe graças continuamente e publicamente declarando o seu louvor.

                       Salmo 80. Um Pedido de Restauração

Aqui está outra expressão da lamentação nacional em um período de angústia. O salmista tem interesse sincero no Reino do Norte, como observador ou como habitante daquela região. Provavelmente é á primeira situação, pois a angústia parece estar associada com o Exibo. A ocorrência irregular de um refrão, nos versículos 3, 7 e 19, com uma forma abreviada no versículo 14, torna a estrutura do salmo difícil de explicar.

1-3. O Grito à Procura do Pastor. Dá ouvidos, ó pastor de Israel. Embora a frase, pastor de Israel, não se encontre em nenhum outro lugar do V.T., a figura ocorre com freqüência. As três tribos, Efraim, Benjamim e Manassés, todas descendem de Raquel e representam o Reino do Norte. O grito tem a intenção de provocar uma atitude divina a fim de restaurar o Seu povo.

4-7. A Situação Angustiante do Rebanho. Dás-lhe a comer pão de lágrimas. Como nos Salmos 74 e 79, o salmista exclama: Até quando? Ele quer saber quanto tempo ainda Deus vai continuar enfurecido. Embora o Senhor não seja mencionado como pastor nestes versículos, a metáfora continua na expressão "pão de lágrimas".

8-13. O Trato da Videira. Trouxeste uma videira do Egito. Outra metáfora foi usada aqui para mostrar como Deus cuidou do povo escolhido. Depois de transplantar a videira do Egito para Canaã, o Senhor fê-la cobrir as colinas e espalhou-a do Mediterrâneo ao Eufrates. Como versículo 12, o cuidado do passado está comparado com a presente rejeição. A videira foi devastada pelo homem e pelas bestas ao passarem por ali.

14-19. O Apelo ao Dono da Videira. Volta-te ... e visita esta vinha. Uma vez que Deus plantou o cuidou da vinha, ele devia prosseguir cuidando dela. Foi a ira de Deus que provocou a sua queima e desde então o povo estava em perigo de aniquilação. Se Deus reanimar e restaurar o Seu povo, será por Ele adorado. A última vez que o refrão aparece está intensificado pelo uso do nome de Deus empregado na aliança. O que a tua mão direita plantou. O salmista ora pedindo ajuda para Israel, o povo de Deus, que foi plantado pela mão direita de Deus. Em última análise, é claro que o Messias tornou-se o cumprimento desta oração (cons. o uso da frase, "Filho do homem" nos Evangelhos e referências a Cristo assentado à direita da Majestade nas alturas (Hb. 1:3; 8:1; 10:12; Atos 7:56).

            Salmo 81. Uma Advertência Extraída da Experiência

Um hino de louvor introduz este salmo, e um pronunciamento profético o conclui. A mudança abrupta no fim do versículo 5 tem sugerido a muitos comentaristas que fragmentos de dois salmos foram reunidos aqui. Contudo, este ponto de vista não é imperativo, pois um festival solene seria a ocasião para tal recital do relacionamento de Deus com Israel. O termo especial para o festival, o tocar da trombeta, as referências à luz nova e à lua cheia provavelmente fornecem uma dupla referência do poema à Festa das Trombetas e à Festa dos Tabernáculos.

 1-5. Uma Convocação para o Festival. Cantai de júbilo ... celebrai. Este chamado é uma figura do ritual introdutório de um grande festival. Provavelmente a convocação era enunciada por um sacerdote, que chamava o povo para juntar suas vozes em alegres cânticos com o coro dos levitas que participava com salmos e instrumentos e os sacerdotes que tocavam os chifres. O tempo marcado (E.R.C.) do versículo 3 fica melhor traduzida para lua cheia.

6-10. Um Testemunho Divino. Livrei os seus ombros do peso. Em declarações concisas, os livramentos do Êxodo são recordados por um profeta que age como porta-voz de Deus. Uma vez que Deus sempre satisfez as necessidades de Israel, Ele promete continuar enchendo sua boca contanto que a abra em completa confiança.

11-16. Uma lamentação Divina. Mas o meu povo não me quis escutar a voz. O pronunciamento profético continua como Um lamento por causa da ingratidão de Israel. A exclamação do versículo 13 intensifica a tristeza do lamento. Como as coisas teriam sido diferentes se pelo menos Israel tivesse andado nos caminhos de Deus! Então ela teria alcançado a vitória e as bênçãos em vez de derrota e miséria.

                      Salmo 82. A Autoridade Final

Uma cena do julgamento da injustiça foi apresentada neste poema didático. A devida interpretação de todo o salmo repousa sobre a identidade do segundo Elohim no versículo 1. Alguns comentaristas o traduzem literalmente como deuses e o relacionam a um conceito de deuses subordinados em um conselho celestial. Outros o traduzem como anjos e o ligam a um conceito menos politeísta. Outros intérpretes ainda traduzem-no como juízes e o fazem referir-se aos homens injustos com autoridade. Esta última interpretação parece a preferível.

1. O Juiz Supremo. Deus assiste . .. estabelece o seu julgamento. A cena é uma visão da assembléia sobre a qual Deus preside. Isto pode ser identificado com a nação de Israel (com. Ne. 13:1, onde encontramos a frase sinônima, qehal ha'elohim). Assim Deus toma Sua posição na Sua nação e julga entre os juízes humanos colocados sobre Israel.

2-4. Os Juízes Corruptos. Até quando julgareis injustamente. A denúncia envolve os juizes da nação reunidos em assembléia; a acusação relaciona-se com as decisões injustas que proferiram. O problema básico envolve os juízes favorecendo homens influentes nos tribunais. Essas autoridades injustas são advertidas a que cessem com sua parcialidade, façam justiça e defendam os oprimidos.

5-7. A Sentença Justa. Morrereis ... haveis de sucumbir. Considerando que esses juízes tinham falta de entendimento, a qualidade essencial da justiça, o juízo tornou-se inevitável. Eles receberam funções semelhantes às dos deuses quando foram nomeados juízes, mas agora tinham de cair como todos os homens que pervertem a justiça.

8. O Juiz Soberano. Levanta-te, ó Deus, julga a terra. O salmo termina com um apelo a Deus para que complete Sua obra de Juiz Soberano de todas as nações. Ele deve tomar posse como também proferir a sentença para que a verdadeira justiça possa perdurar.

                 Salmo 83. O Julgamento das Nações

O Salmo 83 é uma lamentação nacional típica em tempo de grande perigo. Considerando que os inimigos de Israel eram automaticamente os inimigos de Deus, o nome de Deus (Yahweh) está em jogo. A ocasião não pode ser identificada com certeza, porque em nenhum período da história de Israel existiu tal confederação de nações. O salmo talvez se refira a um acontecimento não registrado em outro lugar qualquer da história de Israel, ou talvez se refira a grupos tribais que simplesmente deram apoio moral em um período de crise.

1-8. Um Apelo Para que Haja Ação. Ó Deus, não te cales. No hebraico este é um apelo forte para que haja atividade, repetido de três maneiras. O silêncio divino devia ser quebrado porque essas nações também eram inimigas suas. Elas faziam grande alarde sobre a sua conspiração para exterminar o nome de Israel. A maior parte desses povos mencionados eram tribos nômades que habitavam ao sul e a leste de Israel. Filístia e Tiro são exceções; ocupavam o território a oeste e norte respectivamente. A maioria delas eram inimigos tradicionais de Israel.

9-18. Uma Oração Para que Haja Vingança. Faze-lhes. Com imprecação empolada o salmista apela pela destruição total desses inimigos supostos. Ele usa a derrota dos cananeus e midianitas como exemplo do tipo de destruição que deseja. A severidade de suá oração é amenizada nos versículos 16-18 quando insere base moral de conversão e expressa um desejo de outros poderem aprender por causa dessa destruição.

                         Salmo 84. Uma Peregrinação Jubilosa

 Este é o cântico de um peregrino cujo alvo é quase atingido. Através de todo ele há um sentimento de paz e comunhão que transcende o ritual e outros aspectos externos do culto. Embora o poema reflita os sentimentos dos peregrinos de qualquer período, parece que vem do período da monarquia em uma ocasião quando o Templo ainda estava de pé.

1-4. Saudades da Casa de Deus. A minha ama suspira e desfalece. Depois de exclamar, quão amáveis são os teus tabernáculos, o salmista participa sua saudade intensa, que está para ser satisfeita. Todo o seu ser anseia pela comunhão com Deus. Ele inveja as aves que vivem nos recintos do templo. Ele reconhece como são afortunados aqueles servos que vivem dentro dos edifícios do templo.

 5-8. A Peregrinação à Casa de Deus. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti. A felicidade do morador constante reflete-se no peregrino. Ele tem um senso especial da força de Deus e temem seu coração os caminhos aplanados para Sião. Quando passa pelo vale desprovido de águas, onde só o bálsamo cresce, surge uma mudança. O vale seco é transformado em lugar de fontes quando o peregrino recebe e transmite as bênçãos de Deus. 9-12. A Alegria da Adoração na Casa de Deus. Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil. Após proferir uma pequena oração pelo rei ungido de Deus, o salmista descreve a alegria de se juntar. aos outros no culto de adoração. Um dia no local do culto, ele sente, vale mais que mil dias em qualquer outro lugar. Ele preferida ser o mais humilde servo do Templo, do que ter um lugar de habitação permanente onde a impiedade abunda. É sol e escudo. Deus, como o principal corpo celeste no reino físico, é a única fonte de todo o nosso poder espiritual, energia e luz. Ele é a nossa proteção, e Ele concede a graça necessária nesta vida e glória na vida por vir. Feliz ou bem-aventurado. A felicidade é enfatizada novamente por aquele que refugiou-se em Deus através da adoração espiritual.

                          Salmo 85. Um Grito Pedindo

Perdão Embora basicamente um lamento nacional, este salmo tem um forte elemento profético também. Em sua primeira parte (vs. 1-3) parece referir-se ao retorno do cativeiro, mas estes versículos são idealizados além da situação conhecida naqueles dias. O salmista usa esta figura ideal para mostrar o forte contraste entre o presente e a certeza do futuro.

1-3. O Ideal do Perdão. Favoreceste, Senhor. As figuras do favor, da restauração, do perdão e interrupção da ira divina estabelecem o ideal do relacionamento perfeito com Deus. Os verbos nestes versículos, embora traduzidos para tempos passados, são provavelmente passados proféticos, indicando que o salmista considera os acontecimentos que prediz tão certos como se já se tivessem realizado.

 4-7. A Realidade do Presente. Restabelece-nos . . . e retira de sobre nós a tua ira. A situação atual destaca-se em alto relevo quando visto em relação ao ideal profético. A ira de Deus ainda é evidente e parece ser sem fim. O salmista faz um apelo a Deus a que torne a vivificá-los mostre a Sua misericórdia e conceda a Sua salvação.

8-13. A Resposta da Esperança. Escutarei o que Deus, o Senhor, disser. De maneira profética o salmista faz uma pausa para Ouvir a mensagem divina em resposta à Oração do povo. Ele tem certeza de que Será uma mensagem de paz. Por meio de vivas personificações, ele descreve a realidade da salvação de Deus. A união da misericórdia ou do amor que Deus demonstrou através da aliança com a nossa verdade ou fidelidade, de Sua justiça e a paz de nosso coração, da terra com os céus, é coisa certa quando Deus e os homens se encontram. Como resultado deste encontro, Deus proverá pelas necessidades dos homens e os conduzirá por caminhos certos. Para nós hoje, o lugar da reunião só pode ser ao pé da cruz.

                   Salmo 86. Uma Oração Pelo Favor Divino

 No Salmo 86 reconhecemos a sincera oração de um indivíduo que atravessa um período de infortúnios pessoais. A natureza generalizada desses infortúnios faz a mensagem se aplicar a qualquer pessoa em dificuldade. É esta falta de detalhes específicos que tem levado diversos comentaristas a considerar o salmo como corporativo e não individual. Embora seja basicamente uma meditação pessoal, o autor às vezes identifica-se com sua comunidade.

1-5. Um Pedido Geral de Auxílio. Inclina . . . e responde-me. Em termos gerais o salmista apresenta suas necessidades. Cada pedido leva em si o motivo porque Deus deveria atendê-lo. Ele clama a Deus que o ouço por causa de sua condição necessitada, que o preserve por causa de sua natureza piedosa, que o salve por causa de suas orações contínuas e que o alegre por causa de suas devoções sinceras. Sua fé se baseia sobre o fato de Deus ser "perdoador" que demonstra misericórdia e concede perdão.

6-10. Esperança Confiante na Resposta. Escuta . . . porque me respondes. A majestade e o poder de Deus torna a confiança possível. Enquanto que as outras nações têm seus próprios deuses, nenhuma delas pode realizar as poderosas obras do Senhor. Sua grandeza levará finalmente essas nações a adorar Aquele que é o único Deus.

11-17. Uma Oração Pedindo Orientação e Proteção. Ensina-me . . . dispõe-me o coração. São os ensinamentos divinos que capacitarão o salmista a andar na verdade. Ele deseja união de propósito para poder dignamente louvar e glorificar o nome do Senhor. Com a humildade de um escravo ou do filho de uma serva, ele pede a misericordiosa proteção divina e pede algum sinal do favor divino para com ele.

                        Salmo 87. A Cidade de Deus

O salmista canta um cântico em louvor de São como centro de adoração do mundo. O estilo abrupto e severo, que identifica o salmo com oráculos proféticos, também traduz diversas frases obscuras é difíceis. O destacado universalismo aponta para o contato do autor com os profetas maiores. A menção do Egito e da Babilônia juntas como potências mundiais sugerem o período do Exílio como sendo a ocasião da composição do poema.

 1-3. As Glórias de Sião. Gloriosas coisas se têm dito de ti. Essas glórias incluem o fato do próprio Deus ter fundado Sião, de tê-la escolhido de preferência a qualquer outro lugar habitado por israelitas e porque ela é realmente a cidade de Deus. Outros fatos gloriosos são mencionados nos versículos seguintes.

4-6. Os Cidadãos de São. Lá nasceram. Estas palavras são como um refrão neste pronunciamento profético. Os egípcios (Raabe), os babilônios, os filisteus, os fenícios (Tiro) e os etíopes, todos virão a ser cidadãos de São. A certeza deste edito está assegurada porque Deus os registrou no recenseamento das nações que "lá nasceram". O conceito da futura Jerusalém como a mãe de todos os povos desenvolveu-se em Is. 60; 66:7-13, 20, 23; e foi mencionada em Gl. 4:26 e Hb. 12:22.

7. O Regozijo em Sião. Todas as minhas fontes são em ti. Os músicos são instruídos a cantarem: Todas as minhas fontes são em ti. Ti é feminino, referindo-se a São. O salmista exulta ao chamar a cidade sagrada de mãe ou berço das futuras gerações de Israel. Com referência a ma'yan "fontes", no sentido de esposa ou mãe, a fonte da prole, veja Pv. 5:16; Cant. 4:12, 15; Is. 48:1.

                         Salmo 88. As Trevas do Desespero

Esta lamentação e oração individual completamente envolvidas em desânimo e desespero termina sem uma resposta ou mesmo um vislumbre de esperança. Embora alguns intérpretes considerem o salmo como uma continuação corporativa de porções do livro das lamentações, os aspectos pessoais são intensos demais para uma tal interpretação nacional. O salmista não pode ser localizado dentro da história, pois seus sofrimentos têm uma qualidade sem ligação alguma com o tempo.

1, 2. Seu Apelo. Chegue à tua presença a minha oração. No meio dos seus sofrimentos ele demonstra sua fé através deste apelo direto ao Senhor, Deus da minha salvação. Este não é o seu primeiro pedido a Deus mas a continuação de uma oração que começa de dia e atravessa a noite.

 3-8. Suas Queixas. A minha vida já se abeira da morte. Seu problema é tão sério que ele se sente como se já estivesse para mo«er. Nada lhe resta além da sepultura e do Sheol. Seu termo mais descritivo para o Sheol é a cova (v. 4), lugar de trevas onde os mortos são deixados fora do alcance de Deus. Parece que ele sente que o Senhor já não se lembra dele, uma vez que é considerado pertencente ao número dos mortos.

 9-12. Sua Urgência. Dia após dia venho clamando a ti, Senhor. Ele tem certeza de que estará fora do alcance do auxilio de Deus quando realmente passar para o Sheol. Portanto, Deus deve agir imediatamente se pretende dar provas de Suas maravilhas, Sua bondade, fidelidade e justiça.

13-18. Seu Desespero. Mas eu, Senhor, clamo a ti. Seu pedido se torna mais apaixonado em cada exclamação. Agora, completamente desesperado, ele pergunta muitas vezes: Por que . . . ? Tendo orado continuamente pedindo alívio desde a sua mocidade, resta uma única conclusão: "Tudo resulta da ira de Deus". Nada mais ele pede, mas deixa o seu fardo com o Senhor. Como difere da esperança neotestamentária da vida com Cristo. após a sepultura (cons. Fp. 1:21, 23; II Co. 5:1-8).

                Salmo 89. Um Apelo às Promessas de Deus

 Este salmo é basicamente o lamento de um indivíduo que fala pela nação. O lamento propriamente dito está prefaciado por uma longa introdução, que consiste de um hino de louvor e um oráculo. Estes elementos divergentes têm sugerido a alguns comentaristas que esta peça é composta de dois ou três poemas originais. Embora seja possível que o autor tenha reunido poemas existentes, o assunto principal está arranjado de maneira lógica. O hino e o oráculo ambos apresentam a base deste lamento.

 1-4. A Bondade Sem Limites de Deus. Misericórdia . . . fidelidade . . . aliança. Nesta linda introdução o salmista apresenta os temas que ele vai desenvolver. O Senhor tem demonstrado a sua bondade (v. l) em Seus atos de livramento. Sua fidelidade é a garantia de Sua bondade contínua. Sua afiança fornece poder constringente àqueles importantes atributos.

 5-18. A Incomparável Fidelidade Divina. Pois quem nos céus é comparável ao Senhor? A excepcionalidade divina tanto ao céu como entre os Seus santos dentro de Israel serve de justificativa diante de Deus e conforto para o povo. A referência a Raabe (v. 10) emprega um termo extraído de uma antiga lenda do Oriente Próximo que fala da vitória divina sobre o Egito no Mar Vermelho (cons. Jó 9:13; Sl. 74:13-15; 87:4; I Sm. 30:7; Is. 51:9, 10). Outras alusões são feitas aqui para intensificar a figura do poder divino na criação, sua vitória sobre toda oposição, e o seu domínio sobre o céu e a terra.

19-37. A Promessa que Deus jurou. Outrora falaste em visão. O motivo da aliança com Davi toma-se agora central, embora ainda ligada à bondade e fidelidade divinas (cons. 24, 28, 33). O salmista primeiro fala da promessa divina feita a Davi. A antiga promessa feita à nação na qualidade de primogênito de Deus quanto a sua apreciação (Êx. 4:22) está agora focalizada sobre o rei; o epíteto do versículo 27 estende-se a toda a sucessão davídica, culminando em Jesus, o ungido de Deus (o Messias). Depois a ênfase passa, no versículo 29, para o cumprimento da promessa através da semente de Davi. Enquanto ele apela para o testemunho divino no qual jurou que a aliança permanecerá, ele reconhece que o castigo tem de vir sobre a semente de Davi por causa de sua infidelidade (vs. 30-32). 38-51. A Aliança Divina Arruinada. Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste. O enfático tu, porém marca um contraste agudo entre as promessas de Deus e a situação presente. A aliança foi anulada, os muros da cidade foram derrubados, a terra foi despojada, a batalha está perdida, e o trono abatido. O encurtamento da mocidade do rei talvez se refira a Jeoaquim, que tinha apenas dezoito anos quando foi levado prisioneiro. Depois de apresentar a presente situação angustiosa da nação, o salmista volta-se para o seu apelo no versículo 46. A transitoriedade da vida humana, o poder divino para salvar, e sua antiga bondade, tudo está ligado à afiança feita com Davi no quem refere aos motivos urra restauração imediata. Embora nenhuma esperança esteja expressa, o entusiasmo das porções anteriores sugere uma expectativa positiva de esperança.

52. Bênção Final. Bendito seja o Senhor para sempre! Esta bênção não é uma parte do salmo propriamente dito, mas uma doxologia acrescentada como conclusão formal ao Livro III.

                                     Salmos (Comentário Bíblico Moody)

 


                                             LIVRO III:

                                        SALMOS 73-89

Os onze Salmos, 73-83, que perfazem a porção principal deste terceiro “livro”, levam o nome de Asafe, fundador de um dos coros do templo (1 Cr 25:1). Salmo 50 é o precursor isolado deles no Livro II. Quatro dos demais salmos pertencem aos Filhos de Coré (84-85, 87-88, formando um suple­ mento ao grupo no Livro II, 42-49); os demais se dividem entre Davi (86), Hemã (que reparte com os coraítas o título do SI 88), e Etã (89). Pafa mais pormenores, ver a Introdução, II, págs. 15ss., VI. b, p. 46.

                                    Salmo 73

                    Acima de Toda a Comparação

 Este grande salmo é a história de uma busca amarga e desesperadora, que agora recebeu uma recompensa acima de toda a expectativa. Relembra o tipo de pergunta que perturbava Jó e Jeremias; no fim, já não parecem inca­ pazes de resposta, e o salmista tem uma confissão e uma descoberta suprema para repartir.

Título

Sobre Asafe, ver Introdução, pág. 48.

 73:1-14. A influência maligna da inveja O vers. 1 fica um pouco isolado, e é a chave do salmo inteiro, dizendo não somente o que Deus pode fazer para um homem, como também, o que Ele pode ser para ele. A frase, de coração limpo, tem mais significado do que surge à primeira vista, pois o salmo passará a demonstrar que as circunstân­cias têm relativamente pouca importância em comparação com as atitudes, que podem ser azedadas pelo egoísmo (3, 13) ou libertadas pelo amor (25). Limpo significa mais do que ter mente limpa, embora certamente a inclua (ver os defeitos desastrosos da impureza em Ttl:15;e2Pe2:14);basicamente, trata-se de ser totalmente dedicado a Deus. Quanto a coração, suas seis ocorrências no salmo enfatizam, conforme a expressão de Martin Buber, que “o estado do coração determina se o homem vive na verdade, na qual se ex­ perimenta a bondade de Deus, ou na semelhança da verdade, onde o fato de que as coisas “vão mal” com ele se confunde com a ilusão de que Deus não é bom para com ele”.

SALMO 73:2-10

“Os justos” (RSV, 1), é uma emenda feita pela divisão das consoantes de “Israel” (ysr’ ï) em duas palavras, y k 7 (mas RSV, NEB então omitem a segunda destas, um sinônimo para “Deus”). Não há apoio para esta divisão, e é dificilmente necessária, pois “Israel” faz bom sentido e serve de lembran­ ça apropriada, desde o início, da graça e da aliança de Deus, que vêm antes da resposta do indivíduo.

 2, 3. Dúvidas que perturbam. NEB transmite bem a situação precária: “Meus pés quase escorregaram, quase cedeu de tudo o apoio deles”. Quanto às razões desta crise da fé, o salmista revela uma franqueza animadora. Em­ bora pudesse ter simulado uma paixão desinteressada pela justiça, confessa ter tido inveja, e ter julgado apenas por aquilo que via (contrastar Is 11:3).

 4-9. A demonstração que intimida. É curioso que estar fisicamente sa­ dio e nédio ainda é considerado, em certos círculos, como direito de nascen­ ça do crente, a despeito de passagens tais como estas e, e.g., Romanos 8:23; Hb 12:8. Nesta própria descrição, o salmista revela a tentação à arrogância que acompanha o bem-estar em demasia; esta, na realidade, teria chegado a ser a própria tentação dele se tivesse sido concedido seu desejo original,

4. Este versículo conforme é interpretado por ARA, RSV, etc., faz sentido excelente, embora inclua a divisão de uma palavra hebraica em duas. Embora tal coisa dificilmente fosse justificada no v. 1 (ver o comentário ali sobre “osjustos”), aqui é recomendada por ser bem desajeitada a alternativa.2

7. Na segunda linha, é preferível NEB: “enquanto vãs fantasias pas­ sam-lhes pela mente”. A passagem inteira é uma obra de mestre ao retratar estes favoritos da fortuna: emblasonados, vangloriando-se; dignos de risos se não fossem tão implacáveis; sua vaidade os impulsiona a querer submeter o universo à sua valentia. Há retratos comparáveis, e. g. nos Salmos 12 e 14; e, neste salmo, um contraste significativo de atitude para com os céus e a terra (9) no v. 25.

10-14. A divergência isolada. A idéia de que “temos forçosamente de amar o mais sublime quando o vemos”3 não acha apoio aqui, a não ser que pensemos que o “mais sublime” é aquilo que, segundo parece, detém o do­ mínio. O Altíssimo (11) é quem recebe menos respeito, e o salmista tem a mortificação de ver o pecado não somente bem pago, como também tido em alta estima (10; ver o comentário). Não é um fenômeno inteiramente moder­ no.

10. Parece que o texto deste versículo sofreu durante a transmissão. Literalmente, a primeira linha diz ou: “. . . trará seu povo de volta para cá”

ou: . . seu povo voltará para cá”;e a segunda linha (cf. RV) “e eles sorve­ rão água de um (vaso) cheio”. A falta, no entanto, de qualquer conexão cla­ ra com o contexto induziu RSV e outras versões a tentaram a restauração do texto original. Para isso, as emendas no Hebraico não são grandes,4 e a maio­ ria das versões modernas vêem aqui o culto ao sucesso que é tão popular.

13. A frase: e lavei as mãos na inocência, é um eco amargo da resolu­ ção devota de 26 .•6. Decidir que esta sinceridade tem sido uma perda de tem­ po é uma atitude pateticamente egoísta —o que ganhei com isto? —mas a simples formulação da idéia chocou o escritor ao ponto de ele adotar uma atitude metal melhor, a qual ele agora passa a descrever.

73:15-28. A radiância da fé A transformação do ponto de vista dele teve seu momento decisivo, definido pela palavra até do v. 17, embora tenha havido muita sondagem do coração antes dela, e muita coisa para explorar além dela.

15-20. O raiar da verdade. O primeiro passo para a iluminação não era mental, e, sim, moral: o virar-se contra o egoísmo e a auto-compaixão que se revela nos w. 3 e 13, para então lembrar-se das responsabilidades e lealdades básicas (15). O escritor ainda não tinha a mínima idéia dalguma resposta (16), mas esta própria mudança de atenção era, de si mesma, uma libertação depois da fixação da sua atenção numa única parte do cenário, a saber: nos mundanos. O título sublime que emprega para seus companheiros na fé, “a família de Deus” (NEB), ou lit. “teus filhos” (15), introduz um fa­ tor esquecido, um relacionamento que é riqueza de um tipo diferente.

 17. A luz irrompe, quando se volta para o próprio Deus, tratando-0 como objeto, não de especulação5 e, sim, de adoração. Em contraste com a eternidade, soberania e existência original dEle, estes homens do momento são percebidos como sendo apenas aquilo que são. O fim deles é, literalmen­te: “o depois deles”, ou seja, o futuro deles que desmontará tudo quanto era a razão de viver deles. Em contraste, uma palavra relacionada que se traduz “depois” no v. 24, introduzirá uma perspectiva bem diferente e gloriosa.

18-20. O julgamento não é apenas o fim lógico ou o “depois” da mal­dade, embora ela possua esta qualidade (ver sobre o v. 17); em última análi­se, é a rejeição pessoal deles por parte de Deus; é Ele quem dispensa alguém que não tem mais valor ou interesse (20). Trata-se da “vergonha e horror eterno” de Daniel 12:2, e do “nunca vos conheci” de Mateus 7:23. “Podemos ser deixados total e absolutamente fora —repelidos, exilados, aliena­ dos, e ignorados de modo final e indizível”.6

21-26. O pleno fulgor da glória. “Do outro lado” (assim continua a ci­tação supra) “podemos ser chamados, com as boas vindas, sendo recebidos e reconhecidos”. Foi disto que o salmista se esquecera —pois nada pode cegar mais (e os termos dele são ainda mais fortes, 22) do que a inveja ou o ressen­timento. Foi este o nervo que a serpente tocou no Jardim do Éden, de tal modo que fazia como que o próprio Paraíso parecesse ser um ultraje. Agora vêem à luz os valores verdadeiros, numa passagem que, por breve que seja, é insuperável como registro da resposta a Deus feita pelo homem. 21, 22. Há nova profundidade no arrependimento que o cantor sente a respeito de sua atitude anterior. No v. 2, já notara o seu próprio perigo por causa dela; no v. 15, viu que ela era uma traição contra seus companheiros; agora, confessa a afronta contra Deus que ele praticara. Esta mudança veio por causa de ele se colocar na presença de Deus (cf. “entrei no santuário”, v. 17), pois à tua presença significa, literalmente: “contigo”; aquela presença, no entanto, que antes parecia acusadora, ficará sendo o deleite dele. A mes­ma expressão: “contigo”, é imediatamente retomada em 23a., e outra vez em 25b (ver a nota), transformada pelo seu novo contexto.

23,24. Os tempos verbais, embora nem sempre se distinguam tão niti­damente no Hebraico como no Português, parecem ter o propósito aqui de ressaltar a grande extensão da frase: estou sempre contigo. Pode-se ler a se­qüência como segue (algo semelhante a JB):

 ‘Tu tomaste minha mão direita,

Tu me guias com o Teu conselho,

E, no fim, me receberás na glória”.

A palavra depois,1 ou “no fim”, toma claro que a última linha olha para além do progresso estável da frase do meio, para o clímax de tudo. Fica sendo uma questão algo aberta, se o clímax (que pode ser traduzido na gló­ria ou “com glória”) é comparativamente modesto —a promoção à honra terrestre, conforme alguns julgariam - ou a alegria suprema de passar para a presença de Deus. Para este escritor, a última interpretação é totalmente mais provável. Verbalmente, a palavra recebes a sugere, e duplamente assim pelo seu emprego na história de Enoque (Gn 5:24, “porque o tomou para si”; o verbo é o mesmo), e em Salmo 49:15. Neste último, a linha “pois ele me tomará para si” completa uma parelha de versos que começa assim: “Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol”. Além disto, a dinâmica deste parágrafo vai em direção a Deus somente, desde o tema de abertura. “Sem­pre contigo” até sua confissão suprema em 25-26, “Quem mais tenho eu no céu?” Esta experiência sempre crescente da salvação, “seguro, guiado, glori­ficado”, é uma contrapartida humilde da grande seqüência teológica em Ro­manos 8: 29-30, que abrange a obra de Deus desde o começo oculto, “aos que de antemão conheceu”, à mesma conclusão que aqui temos, “a esses também glorificou”. Podemos tirar a conclusão de que, se a vida eterna era visível a olho discemidor mesmo na declaração “Eu sou o Deus de Abra­ ã o , . . . de Isaque, e . . . de Jacó”, conforme indicou nosso Senhor, aqui jaz a descoberto, para todos verem. Para algumas outras passagens onde esta es­perança se toma visível, ver o comentário final sobre o Salmo 11.

25. O salmista, tendo recebido a certeza daquilo que Deus estàva fa­zendo em prol da salvação dele (“segurar”. .. “guiar”. .. “receber”, 23-24), chega a descansar naquilo que Deus é para ele, por menos prometedora que seja a sua situação.

   Céu e terra é um modo de dizer, a certo nível de linguagem, simples­ mente “em qualquer lugar que seja”. Estas duas palavras, no entanto, quan­do se dirigem a Deus, conservam seu sentido integral. Certo é que a apresen­tação que a Bíblia faz do céu se centraliza totalmente em Deus - “Tu lhe és a luz, a alegria e a coroa,

Tu lhe és o sol que nunca se põe”8

 —e, no seu conceito da terra, mostra que o lema: “Para mim o viver é Cris­ to”, não exclui os demais relacionamentos; pelo contrário, enriquece-os.9 Nota-se, de passagem, que outro (além de ti) é a mesma expressão Heb. aqui como “à tua presença” (22) e “contigo” (23); trata-se de um elo que não se vê na tradução, embora seja bastante real, e ressalta a consciência que o poeta tem quanto a estar na presença de Deus, o que transformou sua atitude. É bem possível que NEB tenha razão ao traduzir esta linha assim: “E tendo a Ti, nada mais desejo na terra”.

26. Aqui, enfrenta-se a própria morte, porque a palavra desfalecer aponta nesta direção, e significa “chegar ao fim” mais do que “ser inadequa­do”.10 O salmista, porém, com verdadeiro realismo se recusa a alterar este fato, nem a eternidade de Deus que com ele se contrasta (notam-se as pala­vras fortaleza e para sempre)-, e ele invoca os elos indissolúveis entre as duas partes, os quais, conforme indicou nosso Senhor, devem sobrepor-se à pró­pria morte (MT 22:32). Além disto tinha, como levita, a certeza explícita de que Deus era a sua herança (Nm 18:20), certeza esta que Davi podia reivindi­car apenas por analogia: ver sobre 16:5, 6.

27, 28. A comparação verdadeira. O cantor, olhando a partir desta posição favorável, pode ver seus queixumes e ciúmes passando, percebendo o que realmente são. "Inveja dos arrogantes" (3)? Eles, porém, estão destinados à perdição. Praticou "inutilmente" a religião (13)? Possui, no entanto, o "bem" único e supremo (28), que é estar junto a Deus. Assim sendo, embora em certo ponto a melhor coisa que podia fazer era guardar para si os seus pensamentos (15), agora seus lábios estão abertos. À luz da sua descoberta, voltamos com novo entendimento à primeira exclamação dele: "Com efeito Deus é bom ... para com os de coração limpo".

                             Salmos 73 a 150 - Série Cultura Bíblica - Derek Kidner



SALMO 88 DIVISÕES EM ESTROFES DAS TRADUÇÕES MODERNAS

CICLO DE LEITURA TRÊS

SEGUIR A INTENÇÃO DO AUTOR ORIGINAL NO NÍVEL DE PARÁGRAFO

Este é um guia de estudo comentado, o que significa que você é responsável por sua própria interpretação da Bíblia. Cada um de nós deve caminhar na luz que nós temos. Você, a Bíblia e o Espírito Santo são prioridades na interpretação. Você não deve delegar isso a um comentarista.

Leia o capítulo em uma sessão. Identifique os assuntos. Compare suas divisões de assunto com as cinco traduções modernas. Os parágrafos não são inspirados, mas são a chave para seguir a intenção do autor original, que é o coração da interpretação. Cada parágrafo tem um e apenas um assunto.

1. Primeiro parágrafo

2. Segundo parágrafo

3. Etc.

CONHECIMENTOS CONTEXTUAIS

A. Este Salmo é caracterizado por

          1. uma série de perguntas relacionadas ao senso do autor sobre rejeição de Deus, cf. Sl. 88.10-12, 14. Este Salmo termina sem nenhuma esperança ou alívio à vista! Este é um salmo "pesado"!

           2. uma série de títulos / nomes para a vida após a morte

a. Sheol, Sl. 88.3b - BDB 982, veja Tópico Especial: Sheol

b. cova, Sl. 88.4a - BDB 92 I

c. entre os mortos, Sl. 88.5a - BDB 559

d. que jazem na sepultura, Sl. 88.5b - BDB 868

e. dos quais já não te lembra, Sl. 88.5c

f. desamparado de Tuas mãos, Sl. 88.5d, cf. Lm. 3.54

g. na mais profunda cova, Sl. 88.6a - BDB 1066

h. nos lugares tenebrosos, Sl. 88.6b - BDB 365

i. nos abismos, Sl. 88.6b - BDB 846 (g, h, i são paralelos)

j. os mortos, Sl. 88.10-A - BDB 559

k. os finados, Sl. 88.10b - BDB 952 I

l. na sepultura, Sl. 88.11-A - BDB 868

m. nos abismos, Sl. 88.11b - lit. abaddon - BDB 2

n. nas trevas, Sl. 88.12a - BDB 365, cf. 1 Sm. 2.9; Jó 10.21; 17.13; 18.18

o. terra do esquecimento, Sl. 88.12b - BDB 75 CONSTRUCTO BDB 674 (exclusivo para este Salmo, cf.

Sl. 6.5).

p. trevas, Sl. 88.18b - BDB 365

         B. Observe os diferentes termos utilizados para descrever a rejeição de Deus.

1. Tua ira, Sl. 88.7a - BDB 404

2. Tuas ondas, Sl. 88.7b - BDB 991, cf. Sl. 42.7; 69.1, 14-15; Jn. 2.3

3. rejeitas, Sl. 88.14a - VERBO, BDB 276 I, KB 276, Qal IMPERFEITO

4. oculta de mim o rosto, Sl. 88.14b - VERBO, BDB 711, KB 771, Hiphil IMPERFEITO

5. Teus terrores, Sl. 88.15b - BDB 33

6. Tuas iras, Sl. 88.16a - BDB 354

7. Teus terrores, Sl. 88.16b - BDB 130 (somente aqui e Jó 6.4)

          C. É difícil a partir deste breve Salmo saber se o salmista está:

1. doente (possivelmente lepra por causa de seu abandono pela família e amigos)

2. sofrendo pelo julgamento

3. sentindo uma sensação de estar sozinho

4. temeroso com as circunstâncias da vida

ESTUDO DE FRASES E PALAVRAS

NASB (REVISADO) TEXTO: 88.1-9 1 Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. 2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor. 3 Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte. 4 Sou contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força, 5 atirado entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras; são desamparados de tuas mãos. 6 Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos. 7 Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com todas as tuas ondas. Selah. 8 Apartaste de mim os meus conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair. 9 Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia, venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.

88.1 "ó SENHOR " Este Salmo usa o nome da aliança para Divindade, YHWH, em um sentido VOCATIVO três vezes. Veja Tópico Especial: Nomes para a Divindade.

"o Deus da minha salvação" Este título da Divindade (cf. Sl. 24.5; 27.9) é descritivo para o que o salmista quer que YHWH faça por ele, "salve", "livre", "aja em seu nome". Este versículo de abertura é a linha mais

"positiva" do Salmo. YHWH é o Deus da Aliança e o salmista ora, mas não sente resposta. Ele até acredita que Deus está propositalmente causando a sua situação difícil!

"eu" Observe o número de PRONOMES EM PRIMEIRA PESSOA NO SINGULAR e em SEGUNDA PESSOA NO

SINGULAR ("Tu"). Este é um clamor muito pessoal de um crente ao seu Deus.

"clamo" Este VERBO (BDB 858, KB 1042) é o primeiro de muitos VERBOS PERFEITOS. O salmista está

declarando sua busca diligente de Deus, mas Deus ainda não respondeu (cf. Sl. 88.13-18).

"de dia e de noite" Esta frase é a maneira do salmista de afirmar a sua oração constante (cf. Sl. 22.2; 25.5;

86.3).

88.2 Este versículo tem dois pedidos paralelos.

1. Chegue à tua presença a minha oração - BDB 97, KB 112, Qal IMPERFEITO usado em umsentido JUSSIVO (cf. Sl. 18.6); o salmista sentiu que a sua oração não estava sendo ouvida (cf. Sl. 88.9, 13, 14)

2. inclina os ouvidos ao meu clamor - BDB 639, KB 692, Hiphil IMPERATIVO (cf. Sl. 17.6; 31.2; 71.2; 86.1;

102.2)

 88.3-9 O salmista lista as razões por que Deus deve ouvir e responder (os verbos PERFEITOS descrevem uma condição estabelecida).

1. sua alma (BDB 659) está farta (outro verbo PERFEITO) de males, Sl. 88.3a

2. sua vida (BDB 313) se abeira (outro verbo PERFEITO ) da morte (veja Tópico Especial: Onde Estão os Mortos), Sl. 88.3b

3. ele é contado (outro verbo PERFEITO) com os que baixam a cova (cf. Sl. 28.1; 143.7), Sl. 88.4a

4. ele tornou-se (outra verbo PERFEITO) como um homem sem força (ou seja, impotente, BDB 33, somente aqui no AT; palavra de origem aramaica), Sl. 88.4b

5. ele foi atirado "entre os mortos", o ADJETIVO traduzido como "atirado" é lit. "liberto", BDB 344, Sl. 88.5ª NKJV "à deriva" TEV, JPSOA "abandonados" NJB "deixado sozinho" A MT usa "liberto" e parece referir-se a liberdade de todas as responsabilidades da vida (cf. UBS Text Project, p. 350).

6. ele que Tu não te lembras (outro verbo PERFEITO) mais, Sl. 88.5c

7. ele que é desamparado de (outro verbo PERFEITO) suas mãos, Sl. 88.5d

8. ele que puseste (outro verbo PERFEITO) na mais profunda cova, Sl. 88.6a

9. ele que puseste nos lugares tenebrosos, nos abismos, Sl. 88.6b

10.ele que sobre a Tua ira pesa (lit. "está pesado", outro verbo PERFEITO) Sl. 88.7a (este VERBO BDB 701, KB

759 é usado principalmente para YHWH apoiar alguém, mas aqui, é a antítese)

11. ele que Tu abates (lit. "esmagado", outro verbo PERFEITO), com todas as Tuas ondas, Sl. 88.7b

12. ele que Tu apartaste os seus conhecidos (outro verbo PERFEITO), Sl. 88.8a

13. ele que Tu fizeste objeto de abominação (outro verbo PERFEITO), Sl. 88.8b

14.ele que Tu prendestes, Sl. 88.8c

15. os seus olhos desfalecem de aflição (outro verbo PERFEITO), Sl. 88.9a

16. ele vem clamando a Ti, dia após dia (outro verbo PERFEITO), cf. Sl. 88.1b, 9b

17. ele tem levantado as suas mãos (ou seja, oração, outro verbo PERFEITO) para Ti, Sl. 88.9c

        Observe a combinação de;

1. os atos do salmista

2. as coisas que ele afirma que Deus tem feito para ele

 88.7 "Selah" Veja notas no Salmo 3.2.

88.8 "conhecidos" Este (BDB 393, KB 390) é um Pual PARTICÍPIO do VERBO "conhecer" (veja Tópico Especial: Conhecer). A mesma forma é também encontrada em Sl. 88.18 juntamente com

1. amigo - BDB 12, KB 17 Qal PARTICÍPIO

2. companheiro - BDB 945

Este homem se sente totalmente alienado de Deus e dos outros humanos!

88.9 Salmo 88.9 é similar em conteúdo com Sl. 88.1 e pode ser um exemplo de inclusio.

NASB (REVISADO) TEXTO: 88.10-12 10 Mostrarás tu prodígios aos mortos ou os finados se levantarão para te louvar? Selah. 11 Será referida a tua bondade na sepultura? A tua fidelidade, nos abismos? 12 Acaso, nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça, na terra do esquecimento?

88.10-12 Esta estrofe descreve a visão geral do AT sobre uma existência triste e silenciosa da alma / pessoa / ser / consciente na vida após a morte.

1. Deus não livrou ("salvou") dos mortos

2. os mortos não louvam a Deus (cf. Sl. 6.5; 30.9; 115.17; Is. 38.18).

3. a fidelidade de Deus não é declarada na sepultura (cf. Is. 38.18)

4. os atos de libertação de Deus (BDB 810, veja Tópico Especial: Coisas Maravilhosas ) não são declarados nas trevas

5. a justiça de Deus (isto é, Seus atos de salvação) não é declarada na terra do esquecimento

88.10

NASB "os finados"

NKJV, TEV "mortos"

NRSV, JPSOA,

REB "as sombras"

NJB "as sombras"

Esta raiz hebraica (BDB 952) tem duas conotações / usos.

1. raça de gigantes (veja Tópico Especial: Termos Usado para guerreiros altos / poderoso ou Grupo de Pessoas) - Gn. 14.5; 15.20; Dt. 2.20; 3.11; Js. 17.15; 1 Cr. 20.4

2. os finados / os mortos consciente - Jó 26.5-6; Pr. 2.18; 9.18; 21.16; Is. 14.9; 26.11-19; este uso é comum na

Literatura de Sabedoria (veja Tópico Especial: Literatura da Sabedoria)

Por causa de Isaías 14 e Ezequiel 28, é possível ver estes como os reis falecidos e humanos poderosos, que estão agora no Sheol, seu poder e prestígio se foram. Existe uma discussão detalhada deste termo na NIDOTTE, vol. 3,

pp. 1173-1180.

"Selah" Veja notas no Salmo 3.2.

NASB (REVISADO) TEXTO: 88.13-18 13Mas eu, SENHOR, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante de ti a minha oração. 14 Por que rejeitas, SENHOR, a minha alma e ocultas de mim o rosto? 15 Ando aflito e prestes a expirar desde moço; sob o peso dos teus terrores, estou desorientado. 16 Por sobre mim passaram as tuas iras, os teus terrores deram cabo de mim. 17 Eles me rodeiam como água, de contínuo; a um tempo me circundam. 18 Para longe de mim afastaste amigo e companheiro; os meus conhecidos são trevas

88.13-18 Isto repete a ênfase dos versículos anteriores. O salmista sente-se afastado de Deus, da família e dos amigos! Ele está sozinho! Este Salmo termina em desespero (cf. Sl. 88.14)! Ele não entende o que está acontecendo com ele, seja fisicamente ou espiritualmente!

88.15 Esse versículo implica que o salmista tem estado doente desde a sua juventude e está próximo da morte ou é uma imagem de um sentimento prolongado de abandono por parte de Deus?

O VERBO na MT (BDB 806, KB 918, Qal IMPERFEITO) pode vir de uma das duas raízes.

1. אפונה - BDB 67, ou (1) "ser impotente" (2) "estar confuso", ou (3) "muito, muito mesmo"

2. פון - encontrado apenas aqui e o significado incerto

3. פוג" - ficar dormente" (NET Bible)

Este versículo é difícil de traduzir porque a MT é difícil (JPSOA nota de rodapé) LXX "e depois de ser exaltado, eu fui humilhado e fiquei perplexo"

Peshitta "eu fui orgulhoso, mas agora eu estou humilhado e esmagado"

88.18 "trevas" As mesmas consoantes podem significar "retenção" (Peshitta). A JPSOA utiliza as “trevas” da

MT e traduz isto para "não se pode ver"

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO

Este é um guia de estudo comentado, o que significa que você é responsável por sua própria interpretação da Bíblia. Cada um de nós deve caminhar na luz que nós temos. Você, a Bíblia e o Espírito Santo são prioridades na interpretação. Você não deve delegar isso a um comentarista.

Estas questões de discussão são fornecidas para ajudar você a pensar através das questões principais desta seção do livro. Elas são destinadas à serem instigantes, não definitivas.

1. Quanto você leu este Salmo qual foi a sua primeira impressão?

2. Qual é o problema do salmista?

3. Por que ele sente que Deus o abandonou? Será que ele expressa alguma esperança? Como?

4. Descreva a visão da vida após a morte do AT.

5. Por que Sl. 88.4 é tão doloroso?

6. O salmista expressa alguma esperança de que Deus irá ouvir, vir ou ajudar ele

                                                                  Salmos Chapters 1-150


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