TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Salmo
42.1,3-11
Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha
alma por ti, ó Deus!
As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem
constantemente: Onde está o teu Deus?
Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido
com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a
multidão que festejava.
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.
Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de ti
desde a terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde o pequeno monte.
Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas
e as tuas vagas têm passado sobre mim.
Contudo o Senhor mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção
estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida.
Direi a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando
lamentando por causa da opressão do inimigo?
Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo
dia me dizem: Onde está o teu Deus?
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o
meu Deus.
TEXTO ÁUREO
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as
promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram
que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Hebreus 11.13
OBJETIVOS
CONHECER as principais características do segundo volume do Livro dos Salmos;
APRENDER com os salmistas a lidar com a intolerância e a persecução de maneira a exalarmos o amor de Jesus;
RECONHECER que, mesmo quando somos tentados por forças externas, a responsabilidade do pecado é inteiramente nossa.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, analisaremos o livro II (Sl 42—72), também conhecido como salmos de Salomão. O rei Salomão, filho de Davi, escreveu apenas o Salmo 72, mas a ele é atribuída toda a compilação deste tomo. Nesta seção, encontramos preciosas lições para a vida espiritual e emocional do cristão.
CONCLUSÃO
No decorrer da jornada cristã, enfrentamos lutas, dificuldades
e adversidades; quando estas batem à nossa porta, devemos saber faceá-las, de
forma a receber alento e consolo do Altíssimo, rendendo-Lhe louvor e adoração.
Ter fé em Deus, responder às perseguições com amor e temer ao Senhor é a tríade de que precisamos para trilhar o caminho eterno em justiça e paz.
Deus abençoe sua vida!
Revista: Central
Gospel - nº 45
ADVEC - ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | ESCADA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD Nº45 – LIVROS POÉTICOS 4º TRIMESTRE DE 2020 |
Cada professor ministrará um tópico, apresentado no
esquema a seguir:
Colaborador |
Abordagem |
tempo |
|
Considerações iniciais do tema | tópicos e
participação da classe e considerações finais – síntese da aula em uma frase
(reforçando o tópico comentado) |
·
05 minutos para
considerações iniciais ·
30 minutos para os
tópicos ·
10 minutos para as participação ·
5 minutos para
considerações finais. |
Obs.:
pode haver variação do uso do tempo – planejamento para média de uso de tempo
para aula de 50 minutos
INTRODUÇÃO
A segunda coleção, aparentemente organizada mais tarde, é encontrada no Livro II, Salmos 42-72. Desse número, sete (42; 44-49) são dedicados “aos filhos de Corá”, um é identificado como sendo de Asafe (50), oito de Davi, um de Salomão (72) e quatro estão sem títulos (43; 66; 67; 71).Os salmos 42 e 43 se enquadram dentro do gênero de lamentação e possuem um mesmo refrão (42,6. 12; 43,5), ele retrata o estado psicológico do salmista traduzindo perfeitamente que sua alma encontrava-se abatida e angustiada. Da mesma forma ocorrerá com o espírito, se houver distanciamento com o Altíssimo, ou seja, se houver paralisação na oração, jejum e busca pela Palavra de Deus, ele ficará muito prejudicado e, consequentemente, limitado. Afinal torna-se fadigável praticar tais disciplinas e princípios espirituais em meio à agonia das dores.
O
cristão e a adversidade
A sede de Deus pode ter muitas interpretações. Ela
pode se relacionar com um estado psicológico ou com uma realidade de sofrimento
físico ou moral. Nesses primeiros dois versos (Sl 42.1-2) não temos condição de
avaliar onde o salmista pode ser enquadrado. Somente o conjunto da obra poderá
abrir caminhos para interpretar o motivo do lamento e a situação que o orante
atravessa.
COMO
O SALMISTA REVELA SEU ESTADO INTERIOR?
LINHA DE RESPOSTA: quando ele se remete estar sedento de Deus, e duas imagens são descritas: da corça e da água, pois o salmista fala de um animal que vive em uma região árida, bramida por torrentes de água. A água elemento vital para o animal e para todo ser vivo aparece como elemento da busca ardente e essencial da corça, que luta pela sua sobrevivência. Em hebraico a palavra nefesh é “minha alma”, assumimos a tradução “garganta”, por ser ela um órgão por onde passam os elementos mais fundamentais para a vida: água, alimento e ar. Sem eles, não existe vida. A garganta é uma imagem significativa porque, a partir da própria experiência, cada leitor pode avaliar o que o salmista quer dizer ao se servir dela para descrever sua situação interior.
1.1 O dia da
angústia
As pessoas podem fazer qualquer coisa, não importa quão absurda, com o
fim de evitar enfrentar sua própria alma. Carl Gustav Jung
O quadro da realidade vai se apresentando na medida
que o salmista lamenta. A causa de seu sofrimento lentamente vai aparecendo
v.3,5. Estes dois versículos estão relacionados com a experiência positiva do
salmista, no passado, e a dor do momento presente. Ao falar de sua dor, o
salmista fala de suas lágrimas, não como bebida, segundo a imagem anterior, mas
como “pão” que é alimento diário e constante: “noite e dia”. Essa imagem revela
que ele tem que engolir diariamente o insulto do inimigo que o desafia: “Onde
está o teu Deus?”. A ausência de Deus (vv.2-3) é agravada pela provocação do
adversário.
1.1.1
O cristão e o sofrimento
Todo cristão está passível a momentos de depressão, ansiedade e desespero. Os portadores desse mal, assim como o autor do Salmo 42, são tomados por profunda consternação, abatimento e por um verdadeiro desencantamento pela vida, que os levam à perda do valor próprio, ao desânimo e à desesperança.
1.2
O silêncio de Deus
Algumas palavras dos salmistas soam como graves
acusações contra Deus. Mas devemos compreender que suas palavras são frutos de
grande sofrimento. Ele já havia claramente nos direcionado esse conhecimento e
que nem tudo seria revelado a nós, mas nos concedeu o necessário para
obedecê-Lo. Deuteronômio 29.29
1.2.1
As lições da Voz que se faz silente
Deus revelou tudo que precisamos. O propósito da
revelação divina não foi satisfazer nossas curiosidades, nossos anseios, mas de
guiar-nos a comunhão com Deus.
1.3
Qual deve ser a resposta do cristão diante dos momentos de angústia?
Ter a esperança de que Deus irá socorrê-lo, ainda que não saiba quando. (Jr. 33.3)
O
QUE PODE SIGNIFICAR O SILÊNCIO DE DEUS?
LINHA DE RESPOSTA:
·
O que você quer fazer está incorreto, errado diante
de Deus. O silêncio pode ser um indicativo de que nossas motivações estão
erradas. Podemos estar sendo levados por interesses pessoais, falsa
religiosidade. Ele pode estar querendo de nós uma reflexão mais intensa e
cuidadosa. (Tg4.3)
·
Não é o tempo certo de você fazer o que quer fazer.
A ansiedade e a falta de paciência nos fazem acreditar que não precisamos de
Sua resposta, e não damos valor ao Seu silêncio, entendendo que é um alerta,
que há um tempo determinado para acontecer. (Ec 3.1)
·
Deus está provando sua fé. Muitos desistem de
aguardar o tempo determinado, devemos verdadeiramente aguardar, e confiar,
apesar de todo o silêncio. (Sl42.11b)
· Deus não está em silêncio, você é que não está ouvindo. Talvez o silêncio de Deus seja, na verdade, uma surdez que você esteja vivendo. (Sl 25.14)
2.O GRITO DO ÍMPIO
2.1
A perseguição por causa da justiça
Situações que muitas vezes não conseguimos fugir, e
a verdadeira solução para casos como esse, é estar refugiados em Deus, assim
como o salmista – invocar a Deus em todo tempo, lançando nosso fardo sobre Ele.
2.2
A vida cristã e a perseguição
Romanos 8.36 Como está escrito: Por amor de ti somos
entregues à morte todo o dia: fomos repultados como ovelhas para o matadouro.
O
apóstolo Paulo vem nos ensinar que todos os que se identificam com Cristo e que
não se conformam com o mundo ímpio, enfrentarão aflições, perseguição e outros
sofrimentos. Mas em todo tempo esse povo, nada os separará do amor de Cristo
(v.36).
2.3
A resposta ao ímpio e ao perseguidor
Compaixão! O pecador de hoje poderá ser o justo de amanhã, quando utilizamos de nossa vida para amar e perdoar, sermos a diferença, o sal e a luz da/na terra.
3. PECADO E
ARREPENDIMENTO NA VIDA CRISTÃ
Salmo 51 é um cântico de lamentação. Nesse texto o
pecado é o grande adversário, sobretudo da alma, pois fez o salmista adoecer e
perder a alegria da salvação.
Davi não se fez de inocente, ao ser interrogado por
Natã, logo confessou:
·
A súplica – Davi começar
por suplicar.
·
A confissão – Amargurado,
Davi confessa reconhecer seus erros.
· Clamor pela restauração – Davi não conhecia o poder purificador do sangue de Jesus, mas sabia que, quando alguém era considerado imundo, precisava passar pela cerimônia da purificação, ele clama por essa purificação, para viver a restauração em Deus.
3.1
O homem é passível ao erro
Todos somos passíveis a erros, mas os que distantes
estão de ouvir a voz de Deus, fica suscetível ás artimanhas do inimigo de
nossas almas.
3.2
O ser humano é responsável pelo seu pecado.
E para isso devemos manter nosso vaso exterior (o
corpo) separado do pecado, e a alma e o espírito (homem anterior) em santidade
diante de Deus e do mundo que nos cerca.
3.3
Os perigos da iniquidade.
Muitas pessoas cedem ao pecado por motivos banais.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Ao final do estudo, alunos e professores serão
levados a refletir sobre a importância de buscar constantemente da sabedoria do
céu. Segundo o comentarista, diversas crises, sobretudo a de cunho psicológico,
de caráter, e poderiam ser evitadas se o homem utiliza-se da real necessidade
de viver para Cristo como prioridade, buscando ouvi-Lo.
No decorrer da jornada cristã nos deparamos com
sentimentos que dilaceram a alma, mas àqueles que depositam em Deus seu destino
terá a fé necessária para viver de maneira diferente.
Busquemos a Deus, peçamos sabedoria, discernimento,
inteligência espiritual para crescer na graça e no conhecimento do Senhor! Isso
nos assegurará escapes, livramentos, proteção, direção convicção de que Deus,
está conosco, guiando-nos em toda nossa jornada.
Profª
Simony Monteiro
Referências:
BALLARINI, Teodorico; REALI, Venanzio. A poética hebraica e os salmos.
Petrópolis: Vozes 1985.
BORTOLINI, José. Conhecer e rezar os Salmos. São Paulo: Paulus, 2000.
BOVATI, P. Ristabilire la giustizia. Roma: Pontifício Istituto Bíblico,
1986. SCHÖKEL,
Luis Alonso. Dicionário bíblico hebraico-português. São Paulo: Paulus,
1997. ______;
CARNITI, C. Salmos I. São Paulo: Paulus, 1996.
SIQUEIRA, Tércio Machado. A saudade de Jerusalém (Sl 42- 43). Estudos
Bíblicos, Petrópolis, n. 76, 2002.
WOLFF, Hans Walter. Antropologia do Antigo Testamento. São Paulo, Loyola
1975.
Bíblia de Estudo Pentecostal – ed.CPAD, Salmo 42, nota.
FONTE:
Salmos (Comentário Bíblico Moody)
LIVRO II.
Salmos
42-72
O livro segundo da divisão quíntupla dos Salmos parece ser uma parte de uma coleção maior, isto é, Salmos 42-83, que empregam o nome de Elohim em lugar de Yahweh em sua maioria. O primeiro nome é usado 163 vezes e o último só 30 vezes no Livro II. Dentro da coleção maior, diversas coleções menores se observam: uma ligada à família dos levitas chamada Filhos de Coré; uma associada a Davi; e uma referindo-se a Asafe. Além dessas coleções, o Livro II também inclui um salmo anônimo e um atribuído a Salomão.
Salmos
42. Anelo por Deus
Os salmos 42 e 43 são dois poemas tão intimamente
ligados em conteúdo e estilo que desafiam a separação. A ocorrência do mesmo
refrão em 42:5; 42:11; e 43:5, o fato do Salmo 43 ser sem título, e a forma
interna dos dois salmos, tudo indica uma só composição original. A divisão
provavelmente foi feita antes que a coleção eloísta, 42-83, começasse a
circular. O salmista está desanimado porque não pode fazer sua costumeira
peregrinação ao Templo. Parece que mora ao norte da Palestina, onde está constantemente
assediado por inimigos que não partilhara do seu anseio pela presença divina.
Todo o poema é de grande beleza poética, constantemente misturando os anseios
com a esperança.
1-5. A Natureza dos Seus Anseios. Por ti, ó Deus, suspira a minha alma. Tal
como a corça (não cervo, E.R.C.) não pode disfarçar a sua sede, o salmista não
consegue esconder sua paixão pelo Deus vivo. Seus inimigos pagãos o
ridicularizam com observações sobre a indiferença do seu Deus. A coisa mais
difícil para ele suportar é a lembrança dos dias quando era capaz de conduzir
peregrinos aos grandes festivais. O refrão do versículo 5 é a finda fórmula da
fé com a qual ele aquieta sua melancolia.
6-11. As Profundezas do Seu Desespero. Um abismo chama outro abismo. Novamente o salmista fica deprimido e expressa desespero, que é mais plangente do que antes. Embora tente orar e pensar em como Deus foi desmedidamente benigno com ele, continua se sentindo abandonado. Mesclando-se com seu anseio pelo Templo estão suas recordações das constantes setas dos seus inimigos. Recupera suas forças repetindo sua fórmula de paz interior.
Salmo
43. Anelo por Deus e pelo Santuário 43:1-5.
Oração por Sua Restauração. Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa. Novamente desesperado, o salmista apresenta o seu caso a Deus. Dois desejos alternam-se aqui – o desejo de libertação da perseguição e o desejo de ir ao Templo. Luz e verdade são as forças personificadas que ele solicita que o conduzam tal como ele conduziu os peregrinos no passado. A repetição do refrão ecoa uma esperança confiante em que Deus responderá a sua oração.
Salmo
44. Um Pedido de Justiça
Este salmo, nacional no seu alcance, está permeado
com um profundo sentimento de auto justificação. A séria calamidade mencionada e
a humilhação conseqüente não é considerada resultante do pecado mas é tomada
como base para censurar a Deus. O espírito de censura desrespeitosa não se
encontra em nenhum outro lugar do Saltério. Nenhum outro salmo faz tais
reivindicações de fidelidade nacional a Deus. Aqui está apresentado o outro
lado da vida íntima de Israel. O valor permanente jaz na ênfase dada ao poder de
Deus para ajudar.
1-3. As Bênçãos do Passado. Ouvimos. Por tradição oral, como também nas
Escrituras Sagradas lidas publicamente nos festivais religiosos, os grandes
feitos de Deus no passado foram preservados. Este senso da história vê-se com
freqüência porque Deus é mais conhecido pelo que tem feito.
4-8. A Segurança
do Presente. Em Deus nos temos gloriado. É através de Deus que todas aS
Vitórias são possíveis. A ilustração pessoal do arco e flecha destaca o
argumento do salmista.
9-16.
O Abandono de Israel. Tu nos lançaste fora. Sua única esperança não fora com
eles à batalha. Assim Deus é acusado por sua recente derrota. O salmista usa de
cortante sarcasmo ao dizer que Deus fizera uma troca péssima vendendo o Seu
povo por nada ao inimigo.
17-22. Declaração de Fidelidade. Entretanto não nos esquecemos de ti. A
reivindicação de que a nação permaneceu fiel é repetida muitas vezes. Em
nenhuma passagem da história de Israel isto foi literalmente verdade. O
salmista devia ter em mente uma fidelidade comparativa baseada em
generalidades.
23-26. Pedido de Justiça. Desperta! . . . não nos rejeites para sempre. O conceito de Deus cochilando em serviço não tem cabimento, mesmo em expressão poética. Isto se assemelha ao sarcasmo de Elias no Monte Carmelo em relação a Baal. Contudo, o salmo termina com o pedido: resgata-nos por amor da tua benignidade.
Salmo
45. O Casamento de um Rei
Este é um dos diversos salmos reais que se
relacionam com as muitas fases da vida real. Sua natureza secular logo é
reconhecida. Contudo, o acontecimento está sublimado e espiritualizado por um
assistente da corte que obviamente se sentiu tocado por esta ocasião solene. A
incapacidade de identificarmos o rei ou o período da história dá-lhe um
significado mais sublime. Mais tarde os intérpretes judeus o tomaram messiânico
como também os antigos escritores cristãos (cons. Hb. 1:8, 9).
1. Dedicação do Hino. Ao Rei consagro. Tendo o coração transbordante, o salmista dedica este
hino de sua autoria ao rei.
2-9. Panegírico ao Noivo. Tu és o mais formoso. Ele tem boa aparência; suas
palavras são cheias de graça; seu porte é majestoso; seu governo é justo; seu
poder militar é grande; sua escolha espiritual é certa; suas vestes e sua corte
são régias. Se o versículo 6a refere-se a um rei humano, deveria ser traduzido
assim: Teu trono é como o de Deus. Em Hb. 1: 8, 9 as palavras se aplicam a
Cristo, de acordo com o sentido literal, "Teu trono, ó Deus".
10-12. Conselhos à Noiva. Ouve, filha. Conselho paternal apropriado para uma
jovem princesa, para ajudá-la a encontrar seu devido lugar na família real. Ela
tem de ser submisso ao rei como também leal ao seu povo.
13-15. Entrada da Noiva. Conduzem-na perante o Rei. A noiva não está
detalhadamente descrita; mas, por outro lado, destaca-se a cena da marcha
processional. Suas roupas e séquito são adequados para a ocasião.
16,17. Antecipação do Casamento. Teus filhos . . . o teu nome. Dois desejos são expressos como resultados certos. Haverá príncipes que abençoarão esta união e perpetuarão seu nome. O salmista promete fazer tornar este nome lembrado em todas as gerações. O nome representa o caráter, a reputação, a natureza e os atributos de uma pessoa.
Salmo
46. Poderosa Fortaleza
Este e os dois salmos seguintes formam uma trilogia
de louvor. A probabilidade de que a mesma situação histórica tenha fornecido o
cenário para todos os três tem provocado muita especulação quanto ao
acontecimento propriamente dito. Embora algum grande livramento pareça estar
envolvido, a ocasião em particular não pode ser identificada. Os ele-, mentos
apocalípticos declarados são usados pelo salmista para encorajar o povo em sua
crise atual. 1-3. Nosso Refúgio. Deus . . . nosso refúgio e fortaleza.
Estas palavras expressam o tema dominante do salmo, um tema que inspirou Lutero
a escrever "Castelo Forte É Nosso Deus". A idéia de uma catástrofe
mundial foi extraída das obras dos profetas. Fornece os antecedentes para
assegurar ao povo que Deus estará presente sejam quais forem as circunstâncias
externas. O refrão que se encontra nos versículos 7 e 11 devia originalmente
também aparecer entre os versículos 3 e 4. 4 -7. Nosso Libertador. Deus a
ajudará. Em contraste com as águas tumultuadas, há um rio que dá vida e que
sustenta Jerusalém, pois Deus está no meio dela (cons. Ez. 47). Novamente, no
quadro da batalha final dos séculos, faz-se referência à visão apocalíptica. O
livramento é certo porque o Senhor dos Exércitos está conosco.
8-11. Nossa Paz. Ele põe termo à guerra. O resultado da batalha apocalíptica é a vitória e o fim da guerra. A linda frase, Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus, transmite a idéia de evitar lutas inúteis e falta de confiança. O refrão é repetido a fim de mostrar o triunfo desta confiança em Deus.
Salmo
47. Um Rei Vitorioso
Este segundo salmo na trilogia que expressa a
confiança em Deus desenvolve o pensamento expresso em 46:10 e 48:2. De acordo
com o Talmude, o Salmo 47 era usado pelo judaísmo posterior nas comemorações do
Ano Novo Judaico. Como resultado da obra de Mowinckel, muitos comentadores
consideram os Salmos 47, 93, 95-100 como celebrações da entronização de Jeová
como o Rei de toda a terra. Não há nenhuma evidência direta de que tal festival
tivesse sido celebrado no tempo pré-exílico. Mas estes salmos tomam-se mais
significativos quando considerados diante de tal celebração. Em seu aspecto
profético este salmo cumpre-se no futuro reinado de Cristo sobre a terra.
1-4. Um Chamamento para o Regozijo. Batei palmas . . . celebrai. Com disposição escatológica, todos os povos são convocados a se regozijarem. A descrição da soberania divina introduzida no Salmo 46 atinge novas alturas aqui. O salmista, como os profetas, descortina aqui a ação do futuro como se estivesse acontecendo no presente. Ele vê todas as nações subjugadas, enquanto Israel permanece em relacionamento especial com Deus por causa de sua herança. 5-9. Um Chamamento para o Louvor. Cantai louvores. Aqui há uma leve mudança do regozijo jubiloso para Um louvor mais formal. A sugestão para a mudança de louvor vê-se no versículo 5. A futuro vitória do Senhor apresenta-se novamente a fim de transmitir confiança em sua absoluta certeza.
Salmo 48. Uma Cidade Santa
A trilogia começada no Salmo 46 com ênfase dada à
confiança em Deus conclui-se aqui com uma semelhante nota de confiança. Os
conceitos de Deus como Refúgio no Salmo 46 e de Deus como Rei no 46 e 47 estão
ambos incorporados neste salmo. Os aspectos escatológicos continuam aqui mas em
grau menor. O fato de haver algum antecedente histórico para a trilogia
torna-se mais aparente. O salmo foi sem dúvida usado em ligação com um festival
importante quando peregrinos visitavam a cidade pela primeira vez.
1-8.
Cidade do Nosso Deus. Na cidade do nosso Deus. Os dois temas dentro desta seção
– a grandeza de Deus e a glória de Sua cidade, ambas se complementam. Além do
Senhor ser grande, Ele é também o grande rei e extraordinariamente digno de
louvor. A última ligação deste salmo com os precedentes sugere que talvez seja
a Jerusalém apocalíptica como centro do reino messiânico que esteja sendo
descrita. Contudo, é possível que o cerco por Senaqueribe em 701 A.C. seja a
mencionada nos versículos 4-8 (cons. Is. 37:33-37).
9-14. Louvor do Nosso Deus. Este é Deus, o nosso Deus. Enquanto o salmo começa
com o louvor "na cidade do nosso Deus", esse louvor é levado até aos
Confins da terra no versículo 10. Depois de concluído o culto no Templo, os
peregrinas sem dúvida reuniam-se em alegre procissão à volta da cidade. Cada
lugar sagrado os lembrava de que Deus poderia guiá-los exatamente como guiara
seus antepassados. Salmo 49. A Loucura das Riquezas Terrenas O Salmo 49 é uma
lição moral destinada a todas as pessoas. Através de todo ele há um reconhecido
propósito didático, de acordo com o propósito dos escritores da Sabedoria. Em
nenhum ponto o escritor se dirige a Deus, e só duas vezes ele O menciona pelo
nome. Seu propósito é apresentar uma meditação sobre o enigma da .vida.
1-4. Convocação. Escutai ... dai ouvidos. A convocação não se restringe a
nenhuma classe ou nacionalidade. É de alcance universal; o salmista fala à
humanidade. Ele usa com freqüência quatro palavras empregadas pela escola da
Sabedoria: sabedoria, pensamentos judiciosos, parábola e enigma. O uso que faz
da harpa pua acompanhar suas palavras é interessante, porque não era prática
comum neste tipo de instrução.
5-12. A Riqueza e a Vida Presente. Por que hei de eu temer. O salmista trata
de maneira diferente com o velho problema da prosperidade dos ímpios. Ele diz:
Por que me preocupar? Com esta premissa ele prossegue discutindo o problema com
atitude mais confiante do que pessimista. Ele jamais acusa Deus de injustiça,
mas continuamente aponta para o destino daqueles que confiam em Sua justiça.
Todos devem morrer e todos devem deixar suas riquezas aqui. Seguindo a LXX, o
versículo 11a fica melhor assim: Suas sepulturas são suas casas eternas. O
versículo 12 é um refrão, enfatizando que o homem sem discernimento irá pelo
caminho de todas as bestas.
13-20. A Riqueza e o Destino do Homem. Como ovelhas são postos na sepultura.
Aqueles que confiam em sua riqueza e honra desfrutarão de destino idêntico.
Serão levados ao Sheol pelo mesmo pastor, a Morte. O versículo 15 é uma das
evidências mais claras de uma indicação de imortalidade no V.T. Esta não é uma
promessa geral mas uma predição relacionada com o destino pessoal do salmista
em contraste com o dos homens ímpios e ricos. Ele me tomará para si. Aqui foi
usado o mesmo verbo empregado para descrever os casos especiais de Enoque e
Elias. O refrão do versículo 12 é usado novamente como pensamento concludente.
Salmo 50. A Natureza da Verdadeira Adoração O salmo didático aproxima-se mais
da tradição profética do que da ênfase .da Sabedoria. O pronunciamento
introdutório divino, a ênfase data à religião espiritual e a denúncia direta do
ímpio apontam para um cenário profético. Adoração aceitável e moralidade social
são os dois temas dominantes. Correspondem às duas divisões principais dos Dez
Mandamentos – o relacionamento do homem com Deus e o relacionamento do homem
com seu vizinho.
1-6. A Citação do Juiz. Fala o Poderoso, o Senhor Deus. Em uma teofania
profética, Deus vem ajuntar e julgar Israel. Esta manifestação se realiza em
São e não no Monte Sinai. Observe que o julgamento deve ser para o seu povo,
embora outros povos devam ouvir. Na verdade, os céus e a terra devem fazer o
papel de testemunhas silenciosas.
7-15. A Mensagem do Devoto. Escuta, povo meu. Deus está falando com o devoto
formal e com aquele que confia no ritual. O julgamento não se destina ao
sacrifício como tal mas aos motivos errados envolvidos. Torna-se claro que Deus
não depende dos sacrifícios do Seu povo. Ele deseja muito mais a ação de graças
que vem do coração, cumprimento devido de votos e oração sincera.
16-23. A Mensagem do Ímpio. Mas ao ímpio diz Deus. Este julgamento destina-se aos hipócritas dentro de Israel que proclamam guardar a lei de Deus em observâncias externas, mas usam a guarda da lei como justificação para seus ates malignos. Ainda que Deus tenha guardado silêncio, retardando o castigo, o momento da reprovação chegou.
Salmo
51. Um Grito de Perdão
Este é o quarto e o mais profundo dos Salmos
Penitenciais. As profundezas da experiência individual, o senso do pecado e o
pedido de perdão não são superados em nenhum outro salmo. Este é o primeiro
salmo de outra coleção levando o nome de Davi, Salmos 51-70. As opiniões são
muitas quanto à ocasião que deu origem a esta confissão. Para alguns ele tem um
significado corporativo; para outros ele teve origem na bem conhecida
experiência de Davi; para outros, ainda, descreve um crente que vai ao Templo
em busca de perdão e purificação. O acréscimo dos versículos 18 e 19 parece
adaptar um pedido puramente individual aos requisitos da adoração corporativa.
Quer Davi tenha ou não composto o poema, sua experiência parece tê-lo
ocasionado.
1, 2.
Um Grito por Misericórdia. Compadece-te de mim, ó Deus. O salmista nem pede
inocência nem lança a culpa sobre outrem. Uma vez que sabe que não merece
perdão, ele primeiro roga por misericórdia, com base na bondade divina. De
acordo com esta misericórdia, ele pede que a sua transgressão saia apagada e a
sua iniqüidade seja lavada.
3-6. Uma Confissão de Pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões. Aqui o
salmista enfatiza o fato de que sabe e está constantemente cônscio do seu
pecado, e reconhece que o seu pecado é mais do que o pecado contra o homem. Ao
mesmo tempo ele reconhece a tendência universal para o pecado mas não se
desculpa com base nisso. A profundeza de sua confissão está visível no seu
desejo de descobrir o íntimo e o escondido do seu ser.
7-12. Um Pedido de Purificação. Purifica-me . . . lava-me. Os verbos são
extremamente significativos na transmissão do pedido. O salmista começa (vs.
7-9) pedindo purificação externa. Purificar com hissopo e lavar estão
relacionados com o ritual. Com o pedido de um coração regenerado e um espírito
constante renovado, a ênfase passa para a purificação interior.
13-17. Um Voto de Consagração. Então ensinarei. Este voto de testemunhar aos
outros dá evidências do perdão recebido pelo escritor e sua natureza modificada.
A maneira como o salmista encara o sacrifício é essencialmente profético e
muito semelhante com o do autor do Salmo 50. Seu senso do pecado e culpa exigem
mais do que ofertas queimadas; por isso oferece seu espírito quebrantado e seu
coração contrito.
18,19. Uma Oração de Restauração. Faze bem ... edifica ... então. Esta ênfase dada às obras como recurso de fazer sacrifício aceitáveis parece ser um acréscimo de um escritor ou editor sacerdotal.
Salmo
52. O Destino de um Pecador Arrogante
Nesta
lamentação individual, apresentada na maneira direta dos profetas, não há
pedido de auxílio divino, só confiança de que Deus dará a devida retribuição.
Embora se dirija a um indivíduo em particular através de todo ele, pode-se
referir a uma classe de. homens, com o profeta como exemplo de um homem justo.
1-4. O Caráter do Oponente. Amas o mal. Esta denúncia dirige-se a um tirano
arrogante, cuja língua parece ser a sua arma. Sua avareza, traição e falsidade,
tudo tem sua fonte nesta língua afiada como navalha.
5-7. A Retribuição de Deus. Também Deus te destruirá para sempre. Este é o
pronunciamento do salmista, ainda dirigido ao tirano arrogante.
8, 9. A Confiança do Salmista. Confio na misericórdia de Deus. Enquanto o tirano confia em suas riquezas, o salmista tem a estabilidade da confiança absoluta em Deus. A oliveira verdejante devia estar no pátio do templo, ou o salmista poderia estar enfatizando sua força no Senhor com duas figuras – como a oliveira verdejante e na casa de Deus.
Salmo
53. O Julgamento para Quem Nega a Deus
Este salmo é na realidade uma outra versão do Salmo 14. A única alteração significativa é que o conteúdo de 14:5,6 está aqui reforçado e reduzido a um único versículo. É possível que ambos esses salmos sejam versões adaptadas de um poema original. Contudo, o 53 pode ser simplesmente uma versão do 14, adaptado para alguma crise histórica. (Com referência ao esboço e comentário, veja o Sl. 14.)
Salmo
54. Uma Oração Pedindo
Assistência Embora este seja o apelo de um homem
perturbado, na forma característica de uma lamentação individual, a linguagem e
o conteúdo do tão generalizados que se toma adaptável às necessidades de
qualquer um que esteja oprimido por homens ímpios.
1-3. Oração em Situação Perigosa. Ó Deus, salva-me. Este pedido de ajuda está
baseado no caráter revelado de Deus (seu nome) e seu poder revelado (seu
poder). Os adversários são chamados de estrangeiros (zarîm) de acordo com o
Texto Massorético, enquanto certos manuscritos os chamam de soberbos e
insolentes (zadîm). O Salmo 86:14 parece citar o versículo 3 deste salmo,
usando o último termo. A mais destacada característica desses homens,
entretanto, é o seu completo desprezo a Deus.
4-7. Louvor por uma Libertação Assegurada. Louvarei . . . pois me livrou. Considerando que o salmista tem completa confiança em Deus como seu ajudador, tem certeza de que Deus castigará devidamente os seus inimigos. Sua certeza é tão grande que ele pode fazer o voto de uma oferta voluntária e promete louvar o nome de Jeová.
Salmo
55. Um Protesto Contra os Ímpios
Basicamente, esta é a lamentação de um indivíduo
opresso pelos inimigos e abandonado pelos amigos. Contudo, alguns comentaristas
consideram que a lamentação original foi adaptada para uma situação nacional.
Realmente, muitos mestres crêem que foram dois os poemas combinados em um só
salmo. Os versículos 12:14, 18b-21 e 23 são os mais discutidos. Contudo, não se
pode chegar a uma conclusão quanto aos vemos que antes formavam um poema em
separado.
1-8. Queixas do Salmista. Sinto-me perplexo em minha queixa. De acordo com a
forma de unta lamentação poética, o escritor apela para a atenção de Deusa fim
de que considere sua condição intranqüila. Ele está sendo caluniado, oprimido,
maltratado e odiado. A constante ameaça à sua vida causa dor, temor, tremor e
horror. Com palavras de beleza lírica, ele expressa seu desejo de voar para o
deserto, onde poderá escapar à perseguição.
9-15. Denúncia dos Ímpios. Destrói, Senhor, e confunde os seus conselhos.
Esta seção começa e termina comum pedido de vingança. A confusão dos conselhos
é reminiscência do juízo divino sobre os construtores da Torre de Babel (Gn.
11:5-9). Violência, contenda, opressão e engano descrevem a perversidade que
reina dentro dos muros da cidade. O pior a suportar, segundo o salmista, é a
traição de um amigo íntimo que adorava no templo junto com ele.
16-23. Confiança através da Oração. Tarde ... manhã ... meio-dia. Sua persistência na Oração é recompensada pela paz pessoal e pela confiança na aflição dos seus adversários. A confusão entre o singular e o plural tem feito certos intérpretes entenderem que os versículos 20, 21 deviam se seguir aos versículos 12-14, ou formar um poema original separado. Contudo, a intensidade da ira teria levado o salmista a passar do grupo para o seu inimigo principal sem uma transição definida. A confiança do versículo 22 produz a certeza do versículo final
Salmo 56. O Triunfo da Fé
Aqui, novamente, um indivíduo profere o seu lamento
devido ao tratamento recebido pelos inimigos. O desespero do salmista,
provocado pelas tramas maliciosas de homens astuciosos, torna o medo
inevitável. Contudo, sua confiança em Deus vence todo o temor.
1-4. O Pedido de Auxilio. Tem misericórdia de mim. Este pedido é repetido com
freqüência pelo crente israelita devoto. Parece que os inimigos do salmista são
guerreiros e não antagonistas religiosos. Eles o tratam com crueldade. Mesmo
assim, o temor inevitável é dominado pela confiança em Deus.
5-11. O Pedido de Vingança. Derruba os povos, ó Deus, na tua ira. Depois de descrever a traição dos seus inimigos, o salmista pede auxilio divino. Ele dominou o medo, mas Deus tem de dominar os opressores para que não escapem ao julgamento. O escritor tem certeza de que Deus responderá suas orações e concederá vingança. Esta certeza conduz a uma repetição da expressão da confiança, uma espécie de refrão, que se encontra no versículo 4. 12,13. Os Votos da Vitória. Os votos que fiz. Uma vez que a vitória já foi concedida ou é considerada como certa, o salmista lembra-se de sua obrigação de louvar e render graças. Talvez ele tivesse feito um voto durante seus apuros. Uma vez que Deus cumpriu a sua parte em livrá-los da opressão e da morte, o descanso está à disposição do salmista.
Salmo 57. Uma Oração de Proteção
A mesma pessoa que escreveu o Salmo 56 possivelmente
teria também escrito esta lamentação individual. Em espírito, conteúdo, estilo
e situação, os dois salmos são semelhantes. Ambos começam com o mesmo apelo e
ambos usam um refrão notável como divisão de estrutura. Os versículos 7-11
deste salmo formam um hino admirável que é repetido no Salmo 108. É possível
que os dois poemas fossem reunidos para formarem este salmo na sua forma atual.
1-5. Uma Oração por Proteção. Tem misericórdia de mim, ó Deus. O pedido do
salmista não é por vingança ou destruição mm pelo cuidado e misericórdia de
Deus. Uma vez que sua confiança em Deus é tão implícita, ele se refugia na
confiança de que a misericórdia e verdade divinas serão suficientes.
6-11. Uma Resolução de Ação de Graças. Firme está o meu coração . . . cantarei e entoarei louvores. Depois de breve lembrete de sua atual situação e a certeza de que seus inimigos sofrerão autodestruição, o salmista toma sua firme resolução. Seu louvor é universal e baseia-se em dois motivos para a sua confiança, mencionados no versículo 3 - a misericórdia divina e a sua verdade. O salmo termina com um refrão em forma de oração exaltando a soberania universal de Deus.
Salmo
58. Um Protesto Contra a Injustiça
Este é o lamento de um indivíduo indignado pela
falta de justiça no mundo. Ele vê a tirania e a opressão que reina na sociedade
e que não é uma exceção. Ele está especialmente preocupado com a perversão da
justiça pelos governantes ou juizes da terra. É difícil, entretanto, determinar
se ele se refere aos líderes de Israel ou aos governadores estrangeiros (cons.
Sl. 82).
1-5. Um Mundo de Injustiça. No íntimo engendrais iniqüidades. Todo o problema
da injustiça nos negócios dos homens está aqui reconhecido como devido à maldade
inata. O termo traduzido para juízes (‘elem) no versículo 1 é obscuro. Alguns
comentadores preferem a tradução – ó deuses (‘elîm), e acham que é uma
expressão de sarcasmo dirigida aos juizes injustos. Esta revisão faz paralelo
com o Salmo 82 mas não tem o apoio da MSS ou da LXX. Nos versículos 3-5 faz-se
referência direta a esses homens perversos como sendo inatamente perversos e
indomáveis.
6-11. Um Grito de Vingança. Ó Deus, quebra-lhes os dentes. Com linguagem empolada o salmista cria uma série de pequenas metáforas com os dentes dos leões, ribeiros, uma serpente, aborto e espinhos. Cada uma delas foi enunciada como uma imprecação contra seus injustos inimigos. Assim, temos aqui uma maldição sétuplo em forma de oração. Os versículos 10, 11 mostram a confiança do salmista em termos realistas. Ele tem certeza de que os justos, que ele representa, verão e se regozijarão na completa destruição daqueles inimigos injustos.
Salmo
59. Uma Oração por Salvamento
Embora este salmo seja basicamente o lamento de um
indivíduo, tem nuances que o adaptam também ao uso nacional. Temos aqui pontos
de semelhança com os salmos 55 e 58. O quadro da opressão é novamente
dominante, como também a atitude vingativa do escritor. Contrariando o padrão
normal do lamento individual, os refrões são evidentes. Os versículos 6,13,
embora não sejam completamente idênticos, agem como pensamento recorrente. Os
versículos 9, 10 são repetidos da mesma maneira em semelhante padrão de
pensamento no versículo 17.
1-5. Oração por Proteção. Livra-me ... salva-me. A seriedade da situação
angustiosa do salmista está evidente neste grito duplo. Depois de descrever a
atividade dos seus inimigos e advogar sua inocência, o salmista implora que
Deus se levante contra os pagãos, isto é, as nações. A referência ao castigo
das nações parece aplicar-se à experiência de uma emergência nacional.
6-9. A Rebeldia do
Inimigo. Uivam como cães. As palavras ásperas e a zombaria fazem o salmista
pensar em cães vagabundos à procura de alimento à noite. Contudo, ele confia em
que Deus há de se rir do inimigo e vir em sua defesa.
10-13. Pedido de Vingança. Não os mates . . . dispersa-os. Por causa da
confiança de que Deus virá ao seu encontro, ele ora pedindo um castigo gradual
para os seus inimigos. Ele não quer que sejam destruídos imediatamente mas que
sirvam de exemplo para o povo. A mudança de atitude, pedindo que Deus os
consuma, no versículo 13, mostra qual o destino final que deseja para eles.
14-17. Contrastes de Fé. Uivam ... rosnam . . . Eu, porém, cantarei a tua força. O versículo 7 é repetido para estabelecer este contraste vivo. Enquanto os ímpios buscam infrutiferamente a noite toda, como cães vagabundos, o salmista faz o voto de cantar em altas vozes pela manhã. Os versículos 9, 10 servem como base para o conclusivo refrão da certeza.
Salmo
60. Um Pedido de Vitória Final
Por causa de evidente desastre que a nação
enfrentava, e por causa dos freqüentes plurais, este salmo deve ser
classificado como lamentação nacional. Uma queixa pública está no começo e no
final do salmo, e um oráculo divino separado foi colocado no meio. O salmo
termina com uma nota de confiança. Os versículos 6-12 são repetidos pelo autor
do Salmo 108.
1-5. Uma Circunstância Calamitosa. Ó Deus, tu nos rejeitaste. A situação é
pior do que mera derrota militar e um simples desastre porque foi interpretado
como o abandono do povo da parte de Deus. O aparente desagrado divino foi
pitorescamente descrito como provocador de terremotos, fazendo o povo cambalear
como se estivesse embriagado. Conclui-se que Deus lhes dera sua bandeira mas os
conduzira à derrota. O pedido do versículos é transicional, introduzindo a
promessa divina.
6-8. Um Oráculo
Profético. Falou Deus. A resposta está expressa em termos de uma promessa
prévia de Deus. As referências a vastas áreas geográficas parecem expressar o
poder e o domínio universais de Deus mais do que descrever uma situação
histórica.
9-12. Uma Esperança Confiante. Em Deus faremos proezas. Embora a lamúria pública continue apesar do oráculo animador, a esperança começa a emergir. Deus é sua única esperança de vencer a batalha. O pedido de ajuda traz consigo uma certeza de vitória final.
Salmo 61. Oração pelo Rei
Este salmo é
a profunda lamentação e o apelo de alguém que está longe de Jerusalém. Os
confim da te«a não precisa necessariamente se referir a uma região remota,
porque a distância foi exagerada pelo anseio de voltar para casa. Embora um
exibo forçado fosse o quinhão do salmista, não o exige esta frase.
1-4. Um Pedido de
Restauração Pessoal. Ouve, ó Deus, a minha súplica. Desesperado o salmista roga
o senso da presença e proteção divinas. Ele deseja experimentar a segurança de
uma rocha que é alta demais para ele escalar sem o auxílio divino. Por causa
das bênçãos divinas do passado, ele encontra garantia para o presente e
esperança pua o futuro.
5-8. Uma Oração de Bênção Real. Pois ouviste. O escritor expressa profunda confiança de que a sua oração pelo bem-estar do rei reinante será atendida. Os versículos 6, 7 podem ser considerados como uma declaração de sua oração anterior ou traduzida como um pedido presente – dias sobre dias acrescenta ao rei . . . Observe que o escritor ora pedindo três coisas – vida prolongada, reino extenso e as bênçãos da misericórdia e verdade. Sua confiança de que Deus responderá fá-lo determinar o pagamento de votos diários de ação de graças.
Salmo
62. Uma Fé Inabalável
Há um pedido de lamentação nos versículos
introdutórios deste notável cântico de confiança passivo, e um propósito
didático nos versículos finais. Contudo, a nota dominante de confiança está
evidente através de todo ele. O autor é um homem de autoridade cuja posição
está ameaçada. Embora seus oponentes sejam de diversos tipos de vida, ele os
considera todos indignos.
1-4. A Única Salvação. Dele vem a minha salvação. A chave da serena confiança
está provavelmente ligada à partícula hebraica, ‘ak, que ocorre seis vezes
neste pequeno salmo, três vezes como a primeira palavra da estrofe. A partícula
pode ser traduzida para "certamente", "mas",
"só", ou melhor, "somente". Somente em Deus ele espera,
enquanto somente Ele é a sua rocha, salvação e defesa. Seus perseguidores estão
tramando contra ele o tempo todo. 5-8. A Única Esperança. Dele vem a
minha esperança. As palavras dos versículos 1 e 2 estão um pouco alteradas para
formar uma introdução para esta estrofe. O escritor recorda-se tranqüilamente
da chave de sua paz. Novamente é só em Deus que ele espera e em quem ele
confia. Nessa quietude de humilde resignação ele acrescenta esperança ou
expectativa à certeza da salvação.
9-12. O Único Poder. O poder pertence a Deus. Embora ele comece a estrofe Com a mesma partícula hebraica ‘ak, é só no verso 12 que ele apresenta a base desta fase de sua paz interior. Seus inimigos confiam na opressão, no furto e nas riquezas, mas ele recebeu o duplo Oráculo que descreve a Deus como o único poder e a única misericórdia que vale a pena.
Salmo
63. Sede de Deus
Como o salmo
anterior, este é um cântico de fé baseado sobre o íntimo relacionamento com
Deus. O salmista está obviamente em exílio ou foi banido do seu lar. Seu
profundo desejo de participar do culto público é parcialmente satisfeito por
sua comunhão com Deus em meditação. Este cântico é um excelente exemplo do mais
alto tipo de culto pessoal e espiritual em Israel.
1-4. Ansiando por Deus. A minha alma tem sede ... meu corpo te almeja. Depois
de identificar positivamente a sua vida com Deus, o salmista expressa seus
profundos anseios. Todo o seu ser anseia por comunhão com Deus. Sua vida é tão
seca como um árido deserto quando fica privado desta comunhão. A bondade de
Deus é mais importante para ele do que a própria existência e provoca louvores
eternos.
5-8. Lembrando as Misericórdias Passadas. Quando de ti me recordo. Recordando
suas experiências no culto, ele compara a satisfação da alma na meditação
noturna à banha e à gordura dos sacrifícios. Na quietude das três vigílias da
noite, ele louva e se regozija porque Deus tem estado perto como seu Ajudador.
9-11. Esperando por Retribuição. Abismar-se-ão nas profundezas da terra. Os inimigos do salmista entram em cena pela primeira vez. Esta não é uma oração imprecatória contra eles, mas confiante e sossegada na certeza de que a justa retribuição será o resultado. O orador sente-se certo de que eles morrerão pela espada, seus corpos ficarão sem sepultura para serem comidos pelos chacais, e eles mesmos irão para o Sheol.
Salmo
64. Um Pedido de Auxílio
O familiar pedido de ajuda ouve-se novamente neste
lamento individual. A situação do salmista é desesperadora, embora não haja
referência aqui a dano físico. Seus inimigos tramam e caluniam secretamente em
vez de enfrentá-lo declaradamente. Depois de enumerar e descrever seus feitos
de perversidade, o salmista expressa sua certeza de que Deus os julgará com
justiça.
1-6. O Pedido de Proteção. Ouve . . . a minha voz ... preserva-me a vida. O
apelo começa com o pedido para que Deus ouça a sua voz (não oração) agindo no
sentido de protegê-lo do temor. Ele descreve as maquinações dos inimigos que
conspiram contra ele em uma série de metáforas normalmente usadas para
descrever a caça dos animais selvagens.
7-10. A Certeza do Julgamento. Mas Deus. A mudança é rápida e abrupta indo
para Uma declaração de autoridade profética. O salmista declara que os feitos
malignos dos inimigos se voltarão contra eles.
Então os homens reconhecerão a mão de Deus agindo. A tristeza do coração finalmente muda para alegria quando o escritor considera o destino dos justos.
Salmo
65. Um Hino de Ação de Graças
Como salmo de
ação de graças esta é uma revisão notável da maneira benévola com a qual Deus
lida com os filhos dos homens. Um espírito de universalismo rompe os limites do
estreito nacionalismo de Israel. Este hino está intimamente ligado com o
festival de ação de graças no Templo, composto para tal ocasião ou inspirada
nela.
1-4. Louvando o Favor Divino. A ti . . . Confiança e louvor. Conforme
comprovam as versões mais antigas, esta frase fica melhor traduzida assim: o
louvor é decoroso ou apropriado. O louvor é expresso diante da resposta de Deus
à oração, seu perdão de pecados e seu favor espiritual. A forte nota universal
é que todos os homens estão incluídos.
5-8. Louvando o Poder Divino. Com tremendos feitos ... em tua justiça. Os
feitos divinos são descritos como sendo espantosos e justos, até para os homens
que estão nos confins da terra. Seu domínio sobre a criação e o seu poder de
aquietar a tempestade são apenas duas ilustrações de Sua soberania sobre a
terra.
9-13. Louvando as Colheitas Divinas. Tu visitas a terra e a segas. O louvor acima mencionado prepara o caminho para o louvor básico por causa das colheitas. Está claro que é Deus quem rega a te«a, prepara a semente e prepara o solo. Tudo isto resulta em uma colheita maior – Coroas o ano. E tanta a felicidade que as colinas, postos e vales juntam-se em regozijo.
Salmo
66. Um Hino de Lamento
O Salmo 66 é tanto nacionalista quanto individual na
sua apresentação de ação de graças. Os versículos 1-12 relacionam-se com a nação
mas também alcançam o mundo, enquanto os versículos 13-20 referem-se à vida
pessoal do salmista. Alguns comentadores vêem aqui dois salmos distintos que
foram reunidos em um só. Contudo, a experiência corporativa da nação forma um
excelente cenário para a experiência individual do autor.
1-4. Chamado para
o Louvor. Aclamai a Deus . . . salmodiai a glória. O salmista se refere a todo
o mundo de uma só vez ao proferir o chamado e apresentar as devidas palavras
para a expressão do verdadeiro louvor.
5-12. O Testemunho da História. Vinde e vede. Os acontecimentos do êxodo do
Egito e a primitiva história de Israel foram suficientemente notáveis para
despertar o louvor a Deus pelos povos da terra. Evidências mais recentes de
livramento também estão incluirias para justificar este chamamento universal
para o louvor.
13-20. A Experiência do Salmista. Vinde, ouvi. Aqueles que temem a Deus são chamados para testemunharem o escritor pagando o seu voto no Templo. Suas ofertas e sacrifícios são suplementados pelo seu testemunho público do que Deus fez por ele.
Salmo
67. Hino para uma Festa da Colheita
Este pequeno salmo de ação de graças é notável por
sua beleza, sua simplicidade e seu aspecto mundial. A ocasião de seu uso é
provavelmente a que se verifica no versículo 6, onde o clímax está expresso em
termos de ação de graças pela colheita. O hino talvez fosse parte de uma música
para a Festa do Pentecostes ou a Festa dos Tabernáculos.
1, 2.
O Propósito das Bênçãos de Deus. Para que se conheça na terra o teu caminho. A
conhecida bênção sacerdotal de Nm. 6:24-26 está adaptada para o uso na primeira
pessoa a fim de fornecer a base para a grande missão de Israel. A maneira
benévola de Deus agir está apresentada como o meio pelo qual todos o-s povos
são levados a se voltar para Deus. Israel tem de ser a testemunha pela qual o
conhecimento de Deus é espalhado por toda parte.
3,4. Chamado para
o Louvor Universal. Louvem-te os povos. O refrão nos versículos 3 e 5 parece
introdutório, por causa da presença do selá no final do versículo 4 e por causa
do desenvolvimento geral de idéias. Este chamamento para o louvor cheio de
regozijo baseia-se na vindicação divina e orientação das nações. Esta é uma
nota notavelmente universalista.
5-7. A Esperança da Bênção Continua. Deus . . . nos abençoa. O salmista repete o significativo refrão para corresponder às alegações introdutórias dos versículos 1 e 3. A declaração de que a terra deu o seu fruto parece ser uma ligação óbvia do salmo com os alegres festivais da colheita. O versículo 7 desenvolve o pensamento do versículo 1 expressando esperança pela continuada bênção divina a fim de que a nação de Israel seja completa.
Salmo 68. A Vitoriosa Marcha de Deus
Este salmo
está composto de tais e tão diversos elementos que desafiam a classificação. Os
versículos 1-18 são basicamente uma ode, enquanto os versículos 19-35
parecem-se mais aproximadamente com um hino. Divertes comentaristas têm
reconhecido um grande número de formas, classificando-o como uma miscelânea de
cânticos e hinos. O tema dominante parece ser a marcha de Deus como o vencedor
do passado, presente e futuro. Os antecedentes do material se encontram em sua
totalidade na história de Israel mais do que em um livramento específico.
1-6. Aparecimento de Deus como Líder. Levanta-se Deus. Isto poderia ser um
pedido ("Que Deus se levante !") ou uma referência ao seu
aparecimento. A base para esta linguagem se encontra no antigo sinal que se
dava para o levantamento da arca (cons. Núm. 10:35). Os justos devem se
regozijar diante do Seu aparecimento enquanto os ímpios se desvanecerão.
7-18. A Marcha de
Deus Como Libertador. Ao avançares pelo deserto. O quadro ainda é de um líder
diante do seu povo, libertando-o através de atos especiais de misericórdia. A
marcha começa com o livramento do Egito e termina com a habitação de Deus em
Sião. Cons. Ef. 4:8 e segs., onde Paulo aplica o versículo 18 ao ministério do
Cristo ressuscitado.
19-23. A Presença de Deus como Salvador. Deus é a nossa salvação. Tal como Deus
realizou ates de livramento no passado, Ele continua sendo um auxiliador sempre
presente que abençoa diariamente e continua a libertar.
24-27. O Cortejo de Deus como Rei. Viu-se, ó Deus, o teu cortejo . . . meu rei.
A cena é na realidade o cortejo de uma ocasião festiva celebrando a vitória e a
entronização de Deus como Rei. Benjamim e Judá representam as tribos do sul,
enquanto Zebulom e Naftali representam as tribos do norte.
28-35. A Exaltação de Deus como Senhor. Os reis te oferecerão presentes. Os livramentos do passado e as bênçãos do presente apontam para o futuro triunfo de Deus. Deus é convocado para liderar Suas forças em um ato final de poder. Após a declaração da vitória final, todas as nações são convocadas para exaltar a Deus como Senhor através do Louvor.
Salmo
69. Uma Oração
Pedindo Retribuição Um indivíduo nas profundezas do
desespero e da agonia lamenta aqui o seu caso. Sua perseguição é vista como
resultado de suas convicções religiosas. Com fervor ele roga por retribuição contra
seus perseguidores. Por causa de seu estado de espírito cheio de preocupação,
seu humor é variável. Contudo, seu desespero se transforma em triunfo e suas
queixas se transformam em louvor depois que expressa seus sentimentos mais
íntimos.
1-6. A Queixa Básica. Salva-me ... Estou atolado em profundo lamaçal. Depois
de gritar pedindo socorro em uma frase curta, o salmista descreve sua situação
angustiosa. As palavras águas, lamaçal, profundezas das águas e corrente, todas
foram usadas para mostrar a natureza extrema de seus problemas. Seus inimigos
são numerosos, odiosos e poderosos. Ele está grandemente preocupado com que a
sua desgraça não venha a prejudicar outros homens devotos que vêem nele um
exemplo.
7-12. A Causa Subjacente. Por amor de ti. É por causa de sua lealdade,
fidelidade e zelo que tem sofrido. Parece que ele lutava contra o formalismo
liberal e popular da expressão religiosa do seu tempo. Por causa de tudo isto
ele se transformou no ridículo da comunidade e na galhofa dos bêbados.
13-18.
O Apelo Intensificado. Faço a ti . . . a minha oração. De maneira sucinta e
breve, ele pede o livramento e a vingança. Seus lamentos anteriores repetem-se
mas ficam em segundo plano diante do seu pedido de assistência imediata.
19-28. A Amarga Imprecação. Derrama sobre eles a tua indignação. Cada um
destes pedidos de retribuição baseia-se na participação divina da amarga
indignação do salmista. Aqueles eram inimigos de Deus tanto quanto seus. O
clímax é atingido pelo pedido para que sejam completamente eliminados do livro
dos viventes (com. Êx. 32:32; Fp. 4:3; Ap. 13:8; 20:15). Os escritores do
Evangelho deviam certamente ter o versículo 21 em mente quando descreveram a
paixão de Cristo (Mt. 27:34; Mc. 15:23; Jo. 19:29).
29-36. O Livramento Assegurado. Ponha-me o teu socorro, ó Deus, em alto refúgio. O voto de ação de graças que se segue parece pressupor uma resposta afirmativa a este pedido de livramento. É interessante notar-se que a maneira do salmista encarar o sacrifício talvez fosse em parte a causa de sua oposição. O salmo termina com uma observação de intenso louvor quando céus e terra são convidados a se unirem no coro.
Salmo
70. Um Grito por Socorro Imediato
Este salmo é um lamento individual, o qual ocorre como parte do salmo 40. Aqui o nome de Deus foi mudado de Yahweh para Elohim, e algumas pequenas variações na redação são evidentes. Sua existência como um salmo independente pode indicar que foi achado em ambas as coleções básicas já mencionadas ou que foi separado do Salmo 40 para uso litúrgico no Templo (cons. Sl. 40:13-17 para notas complementares.)
Salmo
71. A Confiança de um Santo Idoso
Eis aqui o lamento de um indivíduo que sofreu forte adversidade em seus muitos
anos sobre a terra. Perseguições, doenças, calamidades e provações aumentaram
os cabelos brancos de sua cabeça. No entanto ele tem mantido sua íntima
comunhão com Deus desde a meninice. Seu pedido de ajuda baseia-se mais uma vez
nas bênçãos experimentadas no passado. Seu desejo é viver o suficiente para
ensinar à presente geração algo do que a vida lhe ensinou.
1-3.
Sua Confiança em Deus. Em ti, Senhor, me refugio. Estas palavras foram
extraídas do Salmo 31 pelo salmista como expressão de sua profunda confiança em
Deus. Ele sabe que Deus é o seu refúgio e a sua rocha.
4-13. Seu Apelo por Livramento. Livra-me, Deus meu. Embora seus inimigos sejam
hábeis em se aproveitarem de sua fraqueza, Deus tem sido a sua esperança desde
o seu nascimento (cons. Sl. 22:9, 10). Estes inimigos, que crêem que Deus o
abandonou, são repreendidos pela má interpretação de sua aflição. Seu apelo
baseia-se tão somente em sua confiança no poder de Deus e a prontidão em
livrá-lo.
14-16. Sua Esperança em Deus. Quanto a mim, esperarei sempre. Aqui se vê o
ponto decisivo do salmo, quando o apelo muda da esperança para o louvor. O
passado cede lugar ao futuro.
17-21. Seu Testemunho da Revelação. Tu me tem ensinado. Com base no ensino
especial de Deus, ele tem podido ensinar aos outros. Agora ele pede mús tempo a
fim de mostrar aos outros a força, o poder e a justiça de Deus (vs, 18, 19).
22-24. Seu Voto de Louvor. Eu também te louvo. O salmista promete louvar com a voz, com instrumentos, com os lábios, com a língua e com todo o seu ser. Ele tem a certeza intima de que será vindicado tal como pediu (v. 13).
Salmo
72. Bênçãos para o Rei
Esta é a oração de um súdito leal que deseja as mais
ricas bênçãos divinas para um jovem rei. Todas as esperanças da nação descansam
sobre este rei, que é o representante de Deus. A descrição foi inspirada no
reinado ou ascensão de Salomão, mas pode ter sido aplicada a mais de um rei em
seu uso histórico. Há através de todo ele a figura de um rei ideal, e assim o
salmo tem significado messiânico.
1-7. Oração por Justiça e Retidão. Concede ao Rei, ó Deus, os teus juízos.
Esta oração começa apropriadamente com um pedido pelas duas mais importantes
características reais – justiça e retidão. É com base nos juízos divinos que o
rei pode agir com justiça. A frase, ao Filho do Rei, provavelmente se refere ao
novo rei que é jovem e faz paralelo com a primeira linha do versículo. Os
verbos traduzidos como futuros podem expressar confiança profética ou traduzir
orações, isto é, que ele venha a julgar ou possa julgar.
8-14.
Oração por Domínio e Paz. Domine ele. Com base na justiça, retidão e domínio do
rei, haverá paz para os seus súditos. Os verbos nos versículos 12-14 são
devidamente indicativos ("ele poupa . . . salva . . . redime", etc.),
e destacam as recompensas públicas advindas dessas características ideais.
15-17. Oração por
Fama e Bênção. Subsista para sempre o seu nome, e ... nele sejam abençoados
todos os homens. Esta seção também é uma oração. O salmista ora pedindo que a
fama do rei (seu nome) perdure muito tempo depois de sua morte, até entre as
outras nações que ele governa.
18-20. Doxologia de Louvor e Conclusão. Bendito seja o Senhor Deus. Estes versículos foram acrescentados como doxologia finalizando o Livro II do Saltério. O versículo 20 é uma nota editorial que originalmente separava a coleção precedente dos salmos relacionados com Asafe que vem a seguir. Alguns manuscritos não incluem o versículo 20 aqui.
Salmos
(Comentário Bíblico Moody)
O Homem cuja
Língua Era Uma
Navalha Afiada
Introdução
Examinemos, por conseguinte, a situação
a que se refere o Salmo
52 (ver 1
Sm 21.1-7; 22.9-19).
Davi era um exilado,
pronunciado fora da
lei e expulso
do país pelo decreto do ciumento rei Saul. Chegando
à cidade sacerdotal do Nobe,
pediu ao sumo
sacerdote Aimeleque que lhe desse
comida e armas.
Como representante do
rei, Davi recebeu o
que pedira, na forma
de pães de proposição
do tabernáculo e a
espada de Golias.
“Achava-se ali naquele dia um dos
servos de Saul,
detido perante o
Senhor, cujo nome
era Doegue, idumeu, o maioral dos pastores de Saul”. Davi
imediatamente discerniu o verdadeiro caráter
desse homem (1
Sm 22.22), e
sabia que Doegue nunca
poderia ser associado com
um pensamento nobre
ou um ato
generoso. A descrição
do caráter de Doegue
é a seguinte
1.
Um adorador sem coração (1 Sm 21.7).
Registra-se que Doegue estava
“detido perante o
Senhor”, ou seja, presente ali para o propósito de
prestar culto. A má qualidade e a sua
falta de profundidade de religião,
porém, podem ser julgadas pelo
seu ato de
assassinar os sacerdotes. Pode ser
que constava como
israelita professo, mas de
coração era um pagão cruel.
2.
Um informador malicioso
(1 Sm 22.9,10).
Quando Saul estava tomado por
alguma das suas
crises de ciúmes loucas, acusou
seus oficiais de
conspirarem contra ele. Doegue,
para desviar o
furor do rei,
fazendo com que se
irasse com os
sacerdotes e não
com o oficiais
da corte, contou o
incidente havido entre Davi e
o sumo sacerdote. Nesse relatório,
havia evidentemente algo
mais do que o
desejo de se ver livre da ira do rei. Doegue deve ter sabido muito bem qual seriam as conseqüências da
fúria e da inveja do rei contra os
sacerdotes. Era um delator, e com os motivos mais
baixos e indignos.
3.
Um algoz sem
dó (1 Sm
22.18,19). Doegue estava muito
disposto a cometer a atrocidade
que outras pessoas, cujas consciências não estavam totalmente cauterizadas, se
recusaram a cometer. Nas mãos dele,
85 sacerdotes, juntamente com os
seus familiares, pereceram.
Ao contemplarmos a cidade
de Nobe, com os cadáveres
de jovens e velhos
espalhados por ela,
temos um quadro
muito vivido dos terríveis
danos que podem
ser causados pela
língua caluniadora.
I -
O Salmista Fala
ao Seu Inimigo
(vv. 1-5)
1.
A jactância perversa. “Por que te
glorias na maldade, ó homem poderoso?” Doegue, como “maioral dos pastores de
Saul” (1
Sm 21.7) tinha uma posição de importância e além disso, por certo possuía
grande força física. “Poderoso” aqui é empregado no mau sentido, referindo-se à tirania
e à arrogância.
A palavra “maldade” se
refere ao mal que arruina e destrói. Os títulos
de honra são uma zombaria quando
o receptor é
mesquinho e cruel.
“Pois
a bondade de
Deus dura para
sempre”. Noutras palavras: Por
que não seguir o padrão divino ao invés de ir contra ele? Como você pode pensar
que vai prosperar quando vive em
oposição a Deus?
Os sacerdotes podem
ser assassinados, no entanto
o seu divino
Mestre vive, e continuará vivo depois de você morrer, e ainda vai retribuir o mal que você
fez.
2. A maledicência. Davi vê a origem da
terrível tragédia em Nobe na
língua maliciosa de
Doegue. “A tua
língua urde planos de
destruição; é qual
navalha afiada, ó praticadora de enganos!” Ler Tiago
3. Doegue prestou
sua informação debaixo da
capa do falso
motivo de ajudar
a Saul, mas, no seu
coração, odiava os
sacerdotes de Nobe. Seu relatório,
quanto ao fato ocorrido, era
verdadeiro; todavia a verdade que
é contada com intenção maligna é pior do que a pior mentira inventada por
alguém. Doegue contou a história com
peçonhenta malícia, pois não relatou as
circunstâncias que levaram Aimeleque a ajudar Davi, pensando que
assim estava prestando
um serviço ao
próprio rei. Deliberada e maliciosamente, escondeu
uma parte da verdade. A língua maliciosa foi comparada
com uma navalha, porque os
barbeiros orientais trabalham
tão rápido e delicadamente que alguém pode ficar calvo
de um momento para outro sem saber como. Refere-se também à navalha que, sob
pretexto de fazer
a barba a
alguém, o barbeiro pode usá-la para um rápido assassinato.
Foi rápida e eficaz a língua de
Doegue, que com
malícia e astúcia pôs
fim à vida dos
sacerdotes.
3. O caráter perverso.
“Amas o
mal antes que o
bem; prefere mentir a falar retamente (Selá)”. Amar o mal significa descer
até ao
fundo do poço da depravação. Por isso, o
poeta Milton atribui
a Satanás a
expressão: “Seja, ó maldade, o meu sumo bem”. Um número muito grande de crimes
se cometem por motivos de ganância, medo ou vingança. O
crime de Doegue, no entanto, parece ter
surgido de nada mais do que a mais concentrada maldade. Para ele, a calúnia
era a coisa mais
natural do mundo.
“Selá” era uma anotação musical, indicando uma pausa na música
que acompanhava os
salmos. Para o
leitor, trasmite a admoestação:
faça uma pausa,
para considerar bem este assunto.“Amas todas as palavras
devoradoras, ó língua fraudulenta!” Palavras
devoradoras são aquelas
que provocam ruína e destruição.
Há palavras como a
anaconda, que engolem um homem
inteiro, ou como o
leão, que despedaça a sua vítima; são estas palavras que fazem parte da conversa diária
dos pecadores.
4. O
castigo inevitável.
O justo juízo pronunciado
por Deus forma um
contraste com a
violência inescrupulosa, com a
traição e falsidade do caluniador.
“Também Deus te destruirá
para sempre; há de arrebatar-te
e arrancar-te da tua
tenda, e te
extirpirá da terra
dos viventes”. Scroggie comenta: "Que coisa terrível, ser arrancado e
extirpado por Deus! Vigie sua língua!"
Doegue destruirá a família de Aimeleque (1 Sm 22.17-19),
e ele também
seria totalmente extirpado.
O castigo sofrido por Hamã,
descrito no livro de Ester, ilustra dramaticamente a
triste sorte daqueles
que tramam a
desgraça dos outros com
sua língua caluniadora.
Mais uma vez, aparece a pausa “Selá”. Somos convidados a meditar profundamente e a
reconhecer que a justiça divina tem
a vitória total
e final contra
toda a malícia
humana .
II -
Os Justos Falam
aos Perversos (vv.
6,7)
“Os justos hão de ver tudo isso, temerão, e se rirão dele”. Cada manifestação
da justiça divina
produz no homem piedoso
o sentimento de
reverente temor. Mas,
misturada com o temor, há uma alegria
profunda - a triunfante satisfação de que
Deus executou o seu
justo juízo. “E se rirão dele”. Estas palavras não descrevem
a alegria maliciosa com a queda de um inimigo derrotado - atitude esta que é diretamente condenada
no Antigo Testamento
(Pv 24.17; Jó 31.29; 2 Sm 1.9 e segs). Há uma diferença
entre a exultação, por causa da vindicação da justiça divina, e o ódio particular
e pessoal dos maus. Existe o
grito de vitória quando o tirano e opressor é abatido, e quando a retidão e a verdade triunfam sobre
o mal e a falsidade
(Ap 18.20; 19.1-3).
“Eis o homem que
não fazia de Deus a sua
fortaleza”. A raiz da maldade de Doegue era a falta de fé em Deus, o que
o levou a
desviar-se do Senhor.
“Antes confiava na abundância dos seus próprios bens”. Todas as pessoas precisam ter algum tipo de
deus, algo que consideram seu bem supremo.
Doegue, tendo rejeitado
a Deus, fez
do ouro o seu
ídolo. Para obter mais vantagens
e riquezas, transformou-se em
instrumento inescrupuloso nas
mãos de Saul. “E na sua perversidade se
fortalecia”. A maldade era a sua
arma. As
riquezas e a
perversidade juntas formam
uma combinação horrenda. A cobiça e a calúnia juntas deixam o Diabo trabalhar desimpedido.
III -
O Salmista Fala a Deus
(vv. 8,9)
“Quanto a mim ,
porém , sou com o
a o liv eira verdejante”,
em contraste com Doegue, que está para ser desarraigado (vv. 7-9). Assim
como a oliveira viçosa está arraigada em terra boa, assim também
o crente fiel
está arraigado em Deus. “Confio na misericórdia de Deus para todo o
sempre”.
Pela fé, Davi já
está vendo o
abençoado resultado da intervenção da justiça divina. “Dar-te-ei
graças para sempre,
porque assim o fizeste:
na presença dos teus
fiéis esperarei no teu nome,
porque é bom”. Davi estava bem disposto
a esperar calmamente em Deus,
ao invés de
se perturbar com a violência em derredor.
Ele diz: "Deixe os poderosos se
jactarem - quanto
a nós, esperaremos
no Senhor; se a pressa deles lhes traz honra mundana no
presente, nossa paciência receberá a sua
recompensa no seu devido tempo,
e receberemos a
honra que realmente
vale a pena".
IV
- Ensinamentos Práticos1.
O homem sábio
vigia as palavras.
Ler a narrativa que descreve como Saul foi
aclamado rei pelo povo, em 1
Samuel 10.24-27. Alguns daqueles que tinham inveja desse filho de
um sitiante, mostraram
o seu desprezo
por ele ao não trazerem
um presente para
a ocasião solene.
Saul poderia ter-se
queixado, com dó de si mesmo
ou com ira. Mas, como
diz a Escritura: “Porém
Saul se fez de
surdo”. Este seria um excelente lema para as pessoas que, às vezes, têm
de ouvir lamúrias e
mexericos.
Uma fonte muito profícua em problemas para a juventude é
o fato de
não saber controlar
a sua conversa.
Em Provérbios 18.6,7; 21.23,
Salomão nos ensina
que quem sempre está derramando
palavras não deixará de derramar muitas
coisas tolas ao mesmo tempo. O homem entendido, reconhecendo que todas
as suas palavras precisam ser testadas
e pesadas, não consegue conversar muito. Quando só temos umas
moedinhas de níquel
no bolso, andamos despreocupados pelas grandes avenidas;
quando, porém, estamos carregando ouro,
tomamos grande cuidado.
Isto significa que
sempre devemos manter um
silêncio gelado? Não. Significa
que devemos falar de modo claro e proveitoso quando estamos com a palavra, e
que tudo quanto dizemos deve ser bem meditado antes
de pronunciado (Cl4.6).
2.
A língua como
navalha.
O cristão fiel não
deixará a ironia e
a zombaria acompanhar
a sua conversação.
“Alguém há cuja
tagarelice é como
pontas de espada”
(Pv 12.18). Henry Ward
Beecher disse que
há pessoas que passam pela vida como uma arma - arranham alguns, machucam
outros e quebram
os ossos de
ainda outros.
Certo jovem perguntou por que o grupo com que viajava não lhe dava muita
atenção. A resposta recebida foi: “O
problema não é com eles,
é com você. Cada
um recebe a atenção dada
aos outros; quando
você começa a
falar de modo gracioso,
a agir de
maneira afável, praticando
atos de generosidade, descobrirá
que você formará
uma boa amizade com
os membros do
grupo”.
A maioria das pessoas não
gosta daqueles que lhe
inspiram temor, e
temem aqueles que as humilham.
3. O
remédio para a tagarelice.
Insinuações baseadas em tagarelice podem ser repetidas
como fatos e causar danos incalculáveis.
Tais expressões começam
com a palavra “Dizem...” Em
resposta, é sempre
bom perguntar logo: “Quem disse?” para ver se se trata
dalguém que está acostumado a espalhar histórias maliciosas contra a vida
alheia.
E uma boa
regra recusar-nos a
dar crédito a
qualquer conversa contra a vida alheia sem termos as evidências (ver Dt 13.14),
mormente se a
pessoa que assim
fala tende a torcer maldosamente as conversas. Certo pastor descreveu o seguinte método de
acabar com o costume de maledicência:
“Na minha experiência, descobri que pessoas estão dispostas a
dizer muita coisa
contra a vida
alheia que não querem
sustentar depois. Mandei
imprimir as palavras “QUEIXAS DOS MEMBROS DA IGREJA” num
livro de anotações, e, quando alguém traz uma conversa contra seu próximo, mostro
o livro, abro-o,
e digo: 'Vou anotar o
assunto, a fim
de deixar claro
aquilo que a
senhora estará disposta a
testificar depois'. Colocando
o assunto nestes termos, nunca houve pessoa alguma que
quisesse falar mais contra o próximo.
Comecei a considerar esse livro um dos mais valiosos da minha biblioteca
pastoral, e levei comigo para as várias igrejas que pastoreei, durante um
período de uns quarenta anos. Embora tenha
aberto esse livro no mínimo umas mil vezes, até hoje nenhuma anotação foi feita
nele! É
um remédio eficaz contra
a maledicência!”
4. O
correto emprego das
riquezas.
O
versículo 7 nos ajuda a entender porque o dinheiro tantas
vezes se transforma em maldição.
Muitas pessoas fazem
dele um tipo
de ídolo, e começam a desviar-se do Deus verdadeiro, tornando-se arrogantes,
egoístas, com coração
duro e dispondo- se
a oprimir os
outros.
Popularmente se ouve duas opiniões pronunciadas quanto à propriedade e
as riquezas. Uma delas diz: “O que
possuo é exclusivamente meu, e vou fazer o que bem entendo com minhas riquezas”.
Este é um
dos extremos. A outra opinião, no outro extremo, declara: “Nada pertence a ninguém
individualmente; tudo pertence ao estado,
que deve distribuir os
bens segundo a necessidade
de cada um”.
O sistema bíblico evita ambos
estes extremos, com seu
ensino de que
todas as coisas
pertencem a Deus,
Criador de tudo, e
que ao homem
se confiam bens
a fim de que
sejam empregados para a glória dEle
(ver Lv 25.23; 1 Cr
29.14; SI 24.1;
50.10; Ag 2.8).
É este o
sistema que chamamos de Mordomia. O mordomo é um
empregado de total confiança, que administra uma parte das riquezas e propriedades dalgum
homem de posição (ver Lc
16.1).
Fritz Kreiler, um dos mais famosos violinistas do mundo, ganhava
somas enormes em
concertos, mas vivia
em extrema simplicidade, para
dar a maior
parte do seu dinheiro a
um orfanato. E
por quê? Ele
disse que receber seu talento como dom da providência,
de tal modo que nem sequer merece elogios nem agradecimentos pela sua música.
Nunca considera da sua exclusiva propriedade o dinheiro que ganhava.
Encarava-o como um
fundo entregue aos cuidados
dele, para a cuidadosa
administração e distribuição às
causas da caridade.
O grande músico, portanto,
se considerava mordomo dos
bens. O mundo seria um
lugar melhor se todos
encarassem assim os
seus ganhos.
5. O princípio
da subordinação.
Devemos
colocar assuntos de dinheiro
em posição secundária, depois
das coisas mais nobres.
Quando o famoso
evangelista, Sundar Singh, visitou
os Estados Unidos
há muitos anos,
ficou profundamente triste ao ver que quase todos se dedicavam à louca
corrida competitiva atrás
das riquezas. Ele
disse que parecia-lhe que
até os cristãos
pensassem que Jesus prometera: “Vinde
a Mim todos os
que estais carregados com dinheiro,
e Eu vos
aliviarei”.
O dinheiro não é pecaminoso em si mesmo; os grandes danos surgem
quando o dinheiro recebe a atenção
e dedicação que
devem ser reservadas para coisas
de valor eterno. Conta-se a
história de certo jovem que achou uma moeda de ouro no barro da estrada;
daquele dia em diante, sempre andava
fora de casa
com os olhos
fitos no chão.
É muito comum alguém
se dedicar tanto às
várias maneiras de fazer dinheiro,
esquecendo-se de Deus e das
coisas mais nobres da
vida.
A paz, o bom caráter e a
consciência limpa não podem ser comprados, nem vendidos, e ninguém pode
furtá-los de nós. O falecido Charles
Pratt, filântropo americano,
disse: “Nenhuma idéia é tão falsa como aquela que declara que a mera
possessão das riquezas
dá felicidade às
pessoas. Eu nunca tive satisfação
alguma com todas as minhas riquezas até
que comecei a
dedicá-las à prática do bem”.
6. O princípio
da troca.
Se
você estivesse de
viagem num país estrangeiro, o
que faria com os seus reais? Naturalmente,
teria de trocá-los
pela moeda do
país visitado. Sabemos, pois, que
não poderemos levar conosco qualquer forma de dinheiro na ocasião da nossa
morte. Há, portanto, alguma maneira de fazer câmbio na terra, fazendo com que
nossas riquezas se
transformem em valores celestiais?Sim, há uma maneira
de ser rico
diante de Deus.
O dinheiro dedicado aos
trabalhos de evangelização, o dinheiro
que ajuda a formar uma
personalidade espiritual, o dinheiro
que enxuga as
lágrimas, e o
que contribui para a
promoção das verdades
ensinadas por Deus - tais
riquezas nunca perecem, e estão investidas no banco dos céus. Os
tesouros gastos na causa
de Deus entre
os homens estão
fora do alcance
de ferrugem e
traças - é moeda
celestial e eterna.
A atitude certa do
crente é empregar
o dinheiro de tal modo que, ao chegar no céu, você receberá as
boas-vindas daqueles cuja vida
espiritual foi abençoada
através de dinheiro
contribuído por você!
É isso que
Jesus nos ensina em Lucas 16.9. Ele diz: “O dinheiro muitas vezes é ganho e gasto
de modo egoísta
e perverso; você,
porém, deve empregá-lo de
tal maneira que vai
desenvolvendo amizades espirituais
que durarão por
toda a eternidade”.
Em Lucas 16.19-25
você pode ler
a descrição do homem que
vivia longe de Deus, interessado
no seu luxo e
conforto, e que não tinha
“amigo” algum para dar-lhe um
lugar com os fiéis na presença de Deus,
perto de Abraão, pai espiritual de todos aqueles que
crêem. Leia a exortação em 1 Timóteo
6.17-19.
7. A vida é como a oliveira verdejante.
A oliveira precisa de terra gorda; só produz frutos de valor quando está plantada em ambiente ricamente nutritivo. Em terra magra, a árvore fica sendo um pequeno arbusto mirrado e inútil. E a esta característica da oliveira que o salmo se refere. O próprio Davi, escritor do salmo, é como oliveira arraigada em lugar ideal, porque Deus é o terreno da sua vida.
O desejo de Deus para você, também, é que você seja uma oliveira arraigada nEle e recebendo diretamente dEle as suas forças, utilidade e beleza. O propósito de Deus é que seus equipamentos morais e espirituais sejam fortes.
Quando você está arraigado nEle, cada galho e folha da sua personalidade recebe a seiva vivificante em grande abundância e cada uma das suas faculdades é encorajada a frutificar ricamente mediante a energia divina. Todo fruto, assim produzido, é uma contribuição para a causa do nosso Rei.
Quando você dedica a sua vida a Deus, deixando-o assumir o controle total, a vida divina influencia cada esfera das suas atividades diárias, e você fica muito cônscio de que “nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28).
SALMOS
MYER PEARLMAN
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