segunda-feira, 21 de setembro de 2020

LIÇÃO 13: Malaquias, o Sol da Justiça Vem Aí


TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Malaquias 1.1; 2.1; 3.7-12

Peso da palavra do SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias.

Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós.

Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.

TEXTO ÁUREO 

Mas para vós que temeis o meu nome nasceráo sol da justiça e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como os bezerros do cevadouro.

Malaquias 4.2 

OBJETIVOS

CONHECER os seis oráculos que Malaquias proferiu, ao ver o povo e seus líderes quebrarem a aliança com o Eterno;

SABER que o castigo do Senhor é certo para os que andam em desobediência;

COMPREENDER que, apesar dos erros cometidos pelo povo, o sol da justiça viria para trazer uma nova ordem à nação.

INTRODUÇÃO

O livro, escrito por volta de 450—420 a.C., encerra o cânon do Antigo Testamento, e denuncia o estado precário em que se encontrava a nação de Israel: o amor dos judeus para com Deus não correspondia ao amor de Deus para com eles.

1. CARACTERÍSTICAS DO LIVRO

Malaquias como mensageiro de Jeová — conforme se traduz o seu nome — aplicou uma linguagem pesada para protestar contra a nação. A incredulidade, a avareza e a infidelidade sexual são temas bem pontuados em seu livro.

1.1. Ambiente político

Embora fosse judeu, Neemias pertencia à corte de Artaxerxes I. Por ordem do imperador persa, Neemias foi comissionado a exercer o governo em Jerusalém por doze anos (444—432 a.C.), quando, então, retornou para a Pérsia (Ne 5.14). Algum tempo depois de ter estado na Pérsia, com os reis, Neemias fez uma segunda viagem a Jerusalém (Ne 13.6,7).

1.2. Ambiente religioso

Nos dias do profeta, a condição espiritual do povo era precária, pois muitos pecados começaram a se espalhar pela nação. Havia total relaxamento em relação às exigências da Lei divina.

A desgraça na vida social passou a persegui-los, mas os judeus estavam tão distantes de Deus que não eram capazes de detectar nenhuma causa espiritual por trás dos acontecimentos (Ml 2.10-16).

1.3. O propósito de Malaquias

Como acontecera por repetidas vezes no passado, a nação entrou, mais uma vez, em decadência espiritual.

O propósito de Malaquias, portanto, foi apontar, com objetividade e clareza, os males existentes entre o povo de dura cerviz (Êx 32.9 – ARA). Parece que nem mesmo o tempo do cativeiro babilônico foi suficiente para que se arrependessem.

2. OS SEIS ORÁCULOS DO PROFETA

·        a consagração ao Senhor (Ne 10.28);

·        a observância da Lei (Ne 10.29)

·        a proibição do casamento misto (Ne 12.30);

·        a observância do dia do Senhor (Ne 10.31);

·        a observância do ano sabático (Ne 10.31b);

·        a observância das ofertas para a manutenção do culto (Ne10.32-34);

·        a observância dos dízimos (Ne 10.35-39).

2.1. O primeiro oráculo:

 uma palavra sobre os edomitas

A nação estava empobrecida; por esse motivo, os edomitas zombavam dela. No entanto, por amor, Deus disse que se vingaria dos inimigos de Israel:

Eles edificarão, e eu destruirei, e lhes chamarão Termo-de-Impiedade e Povo-Contra-Quem-O-Senhor-Está-Irado-Para-Sempre (Ml 1.4).

2.2. O segundo oráculo:

a negligência no culto prestado a Deus

Esperava-se dos sacerdotes o maior grau possível de integridade espiritual; entretanto, eles eram os que mais profanavam o sagrado, pois não apenas negligenciavam o recebimento das ofertas, como também riam do Senhor (Ml 1.13).

2.3. O terceiro oráculo:

o casamento misto

Os judeus dos tempos de Malaquias divorciavam-se de suas mulheres para casarem-se, deliberadamente, com estrangeiras. O inconformismo de Deus era manifesto por intermédio dos Seus profetas, mas o povo não os ouvia (Ml 2.10-16).

2.4. O quarto oráculo:

o enfado de Deus

Deus estava cansado de ouvir o povo dizer que Ele não fazia justiça. O Senhor era acusado de aceitar a iniquidade dos ímpios, simplesmente porque, segundo o povo, Ele não agia (Ml 2.17).

2.5. O quinto oráculo: o roubo a Deus

A nação não prosperava, mas havia uma boa razão para isso: nos dias de Malaquias, os judeus que voltaram do exílio não estavam devolvendo seus dízimos e entregando suas ofertas da forma devida (Ml 3.8-10).

O empobrecimento era nada mais que a presença de um devorador que consumia as plantações. A solução para este caso estava em que se voltasse a obedecer à ordem divina.

2.6. O sexto oráculo: o ímpio e o justo

O profeta passou a tratar da maldade humana. Aqueles que eram fiéis questionavam a Deus se valia a pena serem obedientes, pois os maus prosperavam, e eles não (Ml 3.14,15); eles queriam saber qual era a vantagem de ser bom.

3. PROFECIAS PARA O FUTURO

Malaquias não se limitou a falar sobre o que se passava nos seus dias. Sua mensagem profética incluiu também promessas para o futuro. Há duas delas que cumpriram literalmente: a profecia sobre o Elias que havia de vir

(João Batista; Ml 4.5; Mt 17.12,13); e sobre o sol da Justiça (o Messias; Ml 4.2; Jo 4.26). Resta ainda se cumprir: o dia grande e terrível do SENHOR (Ml 4.5).

3.1. O Elias aguardado

Após descerem do monte da transfiguração, os discípulos de Jesus interrogaram-no acerca desta profecia, porque lhes apareceram Moisés e Elias — e não Elias e Moisés — (Mt 17.3). Os discípulos ficaram intrigados com a ordem: Por que dizem, então, os escribas que é mister que Elias venha primeiro (Mt 17.10)? Jesus deu-lhes a interpretação correta, dizendo que Elias já tinha vindo e era João Batista (Mt 17.12,13).

3.2. O dia do Senhor

O profeta finalizou sua mensagem com uma promessa de severo julgamento (Ml 4.1).

Essa linguagem é frequente entre os profetas (Is 10.16; 30.27; Jr 21.14; Ez 20.45-48; Am 1.4; Sf 1.18).

3.3. Jesus, o sol da justiça

Apesar do teor severo com que entrega a sua mensagem, Malaquias também inclui uma palavra de elevado conforto para aqueles que observam a

Palavra de Deus e temem o Seu nome (Ml 4.2). Não há dúvida de que o sol da justiça a que o profeta se refere trata-se do Messias: Jesus Cristo (Sl 84.11; Is

9.2; Jr 23.5, 6; 2 Pe 1.19; Ap 22.16).

CONCLUSÃO

Nas mensagens anunciadas pelos profetas, sempre havia uma justificativa bastante clara para a ira de Deus; e a natureza santa do Criador exige um julgamento justo para os pecados. Entretanto, o castigo do Altíssimo tem um propósito redentor: Ele não deseja que ninguém pereça (2 Pe 3.9); o arrependimento sempre será uma alternativa, até o fim.

Deus abençoe

sua vida!

Lições Palavra de Deus nº 63 - Editora Central Gospel - Mensageiros de Deus em tempos de crise e de restauração - Profetas Menores

COMENTARISTA: WÁLTER BRUNELLI

 


MALAQUIAS, O SOL DA JUSTIÇA VEM AÍ

1 – INTRODUÇÃO

Malaquias significa meu mensageiro. Além do significado do seu nome, nada se sabe sobre Malaquias. Esta última mensagem do V.T. contém a profecia do ministério de João Batista, o cumprimento da qual começa no N.T. Malaquias desenvolve o seu tema principal, que é a corrupção dos sacerdotes e os pecados do povo contra a família e a sua mesquinhez para com Deus,

em estilo de perguntas e respostas formando uma espécie de diálogo, criando uma forma dialética de discussão que mais tarde se tornou bastante popular no judaísmo. O tema do livro é o formalismo repreendido.

2 – O livro pode ser dividido da seguinte maneira:

1 – Israel finge estar inconsciente do amor Deus – Ml 1.1-5;

2 – Os sacerdotes negam que desprezam o nome do Senhor – Ml 1.6 até 2.9;

3 – Os pecados de Israel uns contra os outros e contra a família – Ml 2.10-17;

4 – A vinda do precursor, João Batista – Ml 3.1-6;

5 – Os dois grupos de Israel contrastados: os que retêm os dízimos e o remanescente fiel – Ml 3.7-18;

6 – O futuro Dia do Senhor e a volta de Cristo – Ml 4.1-6.

3 - Os oráculos do livro:

1° - Uma palavra sobre os edomitas – Ml 1.4 “Ainda que Edom diga: Empobrecidos somos, porém tornaremos a edificar os lugares desertos, assim diz o Senhor dos Exércitos: eles edificarão, e eu destruirei: e lhes chamarão Termo de impiedade, e povo contra quem o Senhor está irado para sempre”.

Os edomitas zombavam da condição material em que se encontrava Israel, porém o Senhor, por amor a Jacó, profetizou que destruiria o que eles construíssem.

2° - A negligência do culto prestado a Deus – Ml 1.13 “E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o

Senhor dos Exércitos: vós ofereceis o roubado, e o coxo e o enfermo, assim fazeis a oferta: ser-me-á aceito isto de vossa mão? Diz o Senhor”.

O povo não se importava com a qualidade do culto nem da oferta, quebrando assim o mandamento do Senhor, que dizia que a oferta deveria ser perfeita, sem defeito ou mancha por se tratar de um símbolo do verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

3° - O casamento misto – Ml 2.10-16 “Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”.(v11)

Deus advertiu o povo quanto a não tomar mulheres de povos estranhos para casamento com seus filhos. (Ex 34.15,16)

4° O enfado de Deus – Ml 2.17 “Enfadais ao Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou, onde está o Deus do juízo?

O povo com estas palavras estava dizendo que o Senhor era injusto por causa dos ímpios (Sl 73.2,3)

5° - O roubo a Deus – Ml 3.8-11 “Roubará o homem a Deus? todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação”.

Assim como negligenciavam nos sacrifícios, também falhavam na separação dos dízimos e ofertas. Por isso veio grande maldição sobre eles. A pobreza e a vergonha, pois Deus não abençoava suas terras e seus animais.

6° - O ímpio e o justo – Ml 3.14,15 “Vós dizeis: inútil é servir a Deus: que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante de Senhor dos Exércitos? Ora pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos: também os que cometem impiedade se edificam; sim, eles tentam ao Senhor, e escapam”.

O povo se questionava se valia a pena seguir ao Senhor, em função de verem que os ímpios cresciam e aparentemente escapavam da justiça de Deus (Sl 91.8).

4 - As profecias para o futuro

a – O Elias aguardado – Ml 4.5 “Eis que eu envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor”; Jesus esclarece que este “Elias” a quem os escribas se referiam era João Batista (Mt 11.14), que vinha no mesmo espírito (como semelhança) de Elias. Se vestiam parecido e criticavam o rei por seu casamento ilícito.

b – O dia do Senhor – Ml 4.1 “Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno: todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo”. Esta era a resposta de Deus às murmurações dos israelitas.

c – Jesus, o Sol da Justiça – Ml 4.2 “Mas para vós, que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis, e crescereis como os bezerros do cevadouro”. Deus registra no v.3 que os ímpios “serão pisados” pelos salvos pois “se farão cinza debaixo de nossos pés”.

O Senhor vos abençoe e vos guarde.

                                       Pr. Alexandre Vilella Ouverney



Malaquias

Malaquias significa ‘Meu mensageiro’. Ele profetizou por volta de 450-400 AC, depois de Israel ter voltado do cativeiro babilônico, depois da reconstrução do templo de Jerusalém (516 AC). O segundo retorno dos exilados ocorreu em 458 AC, com a vinda de Esdras. O terceiro retorno ocorreu em 445 AC com Neemias, para reconstruir os muros de Jerusalém. Mas o entusiasmo inicial se transformou numa apatia; houve um esfriamento nas coisas espirituais, e o que passou a ocupar a mente das pessoas foi o temor da Grécia. Na época de Malaquias e no período que Neemias parece ter voltado a Pérsia (apos12 anos da sua vinda, mais ou menos 433 AC – Ne 13: 6), acontecia um desrespeito as coisas santas e uma negligencia dos sacerdotes em relação ao seu oficio (Ml 1: 6-14; Ml 2: 8-9; Ml 2: 10-16; Ml 3: 14), fazendo seu povo desviar por falta da verdadeira palavra de Deus. A Lei já havia sido quase esquecida, tanto pelo povo quanto pelos sacerdotes, que ofereciam alimento impuro e se casavam com mulheres de religião estrangeira (Ml 2: 11). Não havia mais zelo pelas coisas do Senhor, negligenciando os dízimos e as ofertas. Malaquias combate esse comodismo e essa indiferença no meio do povo, e ajuda a reavaliar o relacionamento com Deus. Através dele, o Senhor deixa claro o dever do sacerdote. Seu livro pode ser dividido em duas partes: 1) pecado de Israel e julgamento que sobrevirá aos ímpios e 2) a bem-aventurança que vira sobre aqueles que se arrependem (aqui podemos ver também referencias quanto ao Messias e quanto a João Batista: Ml 3: 1-5, Ml 4: 2; Ml 4: 5-6). Em Ml 3: 1 esta escrito: “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparara o caminho diante de mim; de repente, vira ao seu templo o Senhor, a quem vos buscais, o Anjo da Aliança, a quem vos desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos” (cf. Mt 11: 14; Mt 17: 10-13; Mc 1: 2; Mc 9: 11- 13; Lc 1: 17; Lc 1: 76; Lc 3: 4-6; Lc 7: 27; Jo 1: 21).130 A partir da morte do profeta, Israel entrou no ‘período de silencio’ de Deus, previsto por Am 8: 11-13, onde a nação foi entregue nas mãos de reis pagãos devido a sua negligencia pelas coisas sagradas, até que se arrependesse e fosse preparada para receber a salvação através do Messias. A vinda de Jesus seria terrível para os ímpios, mas traria consolo e alegria para os piedosos (Ml 4: 1). 131

Capítulo 1

• Ml 1: 1-5 (O amor do Senhor por Jacó): “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias. Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vos dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, porem aborreci [NVI: rejeitei] a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. Se Edom diz: Fomos destruídos, porem tornaremos a edificar as ruínas [NVI: Embora Edom afirme: ‘Fomos esmagados, mas reconstruiremos as ruínas’], então, diz o Senhor dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra De-Perversidade [NVI: Terra Perversa] e Povo-Contra-Quem-O-Senhor Esta-Irado-Para-Sempre. Os vossos olhos o verão [NVI: Vocês verão isso com os seus próprios olhos], e vos direis: Grande e o Senhor também fora dos limites de Israel [NVI: ‘alem das fronteiras de Israel!’ ou ‘Grande e o Senhor sobre o território de Israel’]”. O Senhor começa dizendo para o profeta que Ele os amou e os continua amando, mas eles se sentem rejeitados. Então, Ele começa falando sobre Esaú, que foi rejeitado no passado porque ele havia menosprezado a bênção da primogenitura que Deus, na Sua onisciência, já havia separado para Jacó. Então, o Senhor lhes diz que ainda que Edom reconstruisse as ruínas da sua terra, ainda assim Ele tornaria a destrui-la, porque e um povo perverso e Deus esta irado com ele. Ainda lhes da a certeza que eles verão isso com seus próprios olhos, e engrandecerão o Seu nome. Edom foi destruído pela Babilônia em 581 AC, cinco anos depois do cativeiro de Judá (cf. Is 34: 1-17; Is 63: 1-6; Jr 49: 7-22; Ez 25: 12-14; Ez 35: 1-15; Am 1: 11-12; Ob 1: 14). Os profetas Amós e Jeremias predisseram a destruição de Bozra (capital de Edom). As inscrições assírias mostram que Edom se tornou estado vassalo da Assíria em 736 AC no reinado de Tiglate-Pileser III (745-727 AC). A Babilônia o conquistou cinco anos depois do cativeiro de Judá por Nabucodonosor, ou seja, em 581 AC. Depois, caiu nas mãos dos persas (539 AC) e no sec. III AC foi dominado pelos Nabateus (uma das tribos arabes), que acabaram por empurrar os habitantes de Edom para o sul da Judéia, e que mais tarde, foi chamado Idumeia. Judas Macabeu os subjugou (sec. II AC) e João Hircano I (sec. II-I AC) os obrigou a circuncidar-se para poderem ser incorporados pelo povo judeu. Herodes, o grande, descendia dos Edomitas. O povo de Edom definitivamente foi destruído por Tito em 70 DC. Bozra, ou Botsra, Botzrah, Bozrah (em hebraico: הרצב ( foi a capital do povo de Edom, e cujo rei foi Jobabe (Gn 36: 33; 1 Cr 1: 44). Esaú ou Edom (Gn 36: 19) foi o irmão de Jacó, e habitou em Seir, uma montanha que

antes pertencia a Seir, o horeu (Gn 36: 8-9; Gn 36: 20); por isso, Edom e freqüentemente chamado de Seir. Ismael, filho de Abraão e Agar, teve doze filhos (que foram os príncipes das nações árabes) e uma filha chamada Maalate (Gn 28: 9), que se casou com Esau (ou Edom). Nebaiote, o primogenito de Ismael foi o ancestral de uma tribo arabe que posteriormente deu origem aos Nabateus. Nebaiote (Nbayowth ou Nbayoth – Strong #5032) significa frutificacao, fecundidade. Esses povos (descendentes de Ismael e de Esaú) foram povos aparentados com os descendentes de Isaque, filho de Abraão, porem, mais tarde, se opondo ao povo de Israel em varias ocasiões. A descendencia dos edomitas espalhouse pelas terras adjacentes ao Mar Vermelho subindo para norte onde também entraram em confrontos territoriais com os Filisteus, acabando por se estabelecer, mais tarde, no vale de Aqaba onde fundaram duas cidades muito importantes na rota do incenso: Bozra e Petra. Bozra significa ‘curral de ovelhas’ ou ‘aprisco de ovelhas’, indicando que era uma cidade de 132 pastores no sudeste do Mar Morto, na terra de Edom. Hoje ela e uma pequena cidade da Jordania no estado de Tafilah, chamada de Buseirah. Os povos de Edom, Moabe e Amom (correspondente a atual Jordânia) não estarão sob o domínio do Anticristo, o que nos faz pensar que o Senhor separara um lugar de refugio para o Seu povo (Dn 11: 41: “Entrara [O profeta está se referindo ao Anticristo] também na terra gloriosa [Israel], e muitos sucumbirão, mas do seu poder escaparão estes: Edom, e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom”), assim como o Monte Sião será também demarcado (Ob 17; Ap 14: 1). A Bozra antiga no passado ficou deserta, a Bozra futura e a terra de Edom serão símbolo da paz entre as nações na segunda vinda de Jesus.

 • Ml 1: 6-14 – O Senhor reprova os sacerdotes

• Ml 1: 6: “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde esta a minha honra? E, se eu sou senhor, onde esta o respeito para comigo? [NVI: onde esta o temor que me devem?] – diz o Senhor dos Exércitos a vos outros, o sacerdotes que desprezais o meu nome. Vos dizeis: Em que desprezamos nos o teu nome?” O Senhor usa Seu profeta para repreender os sacerdotes, pois Ele não esta sendo honrado por eles. E isso nos leva a pensar na negligencia do seu oficio. Algo, entretanto, parece estar ‘alheio’ a eles, ou, o que e mais provável, que haja uma ironia na sua pergunta para Deus: ‘Como estamos te desprezando?’ Então, o Senhor prossegue:

• Ml 1: 7-8: “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo [NVI: Trazendo comida impura ao meu altar] e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? [NVI:

De que maneira te desonramos?]

 Nisto, que pensais: A mesa do Senhor e desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não e isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não e isso mal? [NVI: animais aleijados e doentes como oferta]. Ora, apresenta-o ao teu governador [NVI: Tentem oferecê-los de presente ao governador]; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? – diz o Senhor dos Exércitos”. Quando o Senhor diz “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo [NVI: Trazendo comida impura ao meu altar]”, Ele estava falando em relação aos animais que eram sacrificados no altar do holocausto. Isso profanava Seu nome e o altar. Por isso, Ele diz em seguida: “A mesa do Senhor e desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não e isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não e isso mal?” Em Deuteronômio (Dt 15: 19-21 – leis acerca dos primogênitos do gado), estava estabelecido o tipo de animais para o sacrifício: “Todo primogênito que nascer do teu gado ou de tuas ovelhas, o macho consagraras ao Senhor, teu Deus; com o primogênito do teu gado não trabalharas, nem tosquiaras o primogênito das tuas ovelhas. Come-lo-as perante o Senhor, tu e a tua casa, de ano em ano, no lugar que o Senhor escolher. Porem, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver outro defeito grave, não o sacrificaras ao Senhor, teu Deus”. E em Levítico (Lv 22: 1-16 – a lei acerca de comer coisas santas), a bíblia fala que todo sacerdote que estivesse cerimonial mente imundo não poderia comer das coisas sagradas que o povo dedicava a Deus, tampouco fazer sacrifício diante do Senhor, i.e., se estivesse com algum tipo de impureza: lepra, algum tipo de fluxo ou emissão de sêmen, se tivesse tocado em algum morto ou em réptil, ou se comessem animal que morresse por si mesmo ou se o animal tivesse sido dilacerado (despedaçado por feras). Eles teriam que se purificar antes de comer a comida sagrada. No trecho seguinte de Levítico (Lv 22: 17-33 – os animais sacrificados devem ser sem defeito), o v. 19 diz: “Para que seja aceitável, oferecera macho sem defeito, ou do gado, ou do rebanho de ovelhas, ou de cabras”. Não poderia ser cego, aleijado, 133 mutilado, ulceroso, sarnoso, nem cheio de impigens (v. 22). Também não poderia ser animal com os testículos machucados ou moídos, arrancados ou cortados (v. 24). Esses animais não poderiam ser oferecidos também se fossem da mão de estrangeiros (v. 25). O que podemos concluir com tudo isso e que os sacerdotes ofereciam esses animais defeituosos no altar, como se a oferta fosse de qualquer jeito, sem mais nenhum tipo de reverencia, só porque já tinha se tornado uma rotina cansativa.

Da mesma forma hoje, isso significa que nossa oferta diante do Senhor deve ser sem defeito; deve ser com o que temos de melhor, com as primícias, não com o que sobra, com os restos. A oferta deve ser dada com liberalidade e com inteireza de coração. Não devemos trazer oferta com defeito ao Senhor. Ele não aceita ‘oferta estragada’. Para nos, trazer ‘oferta estragada’ diante do altar do Senhor e trazer as nossas ofertas de ma vontade, com desprezo ou com outro sentimento no coração que não a humildade, a reverencia e o amor. E desprezarmos o alimento espiritual que flui do altar, pensando somente nas nossas necessidades materiais e pessoais, antes de colocar Jesus em primeiro lugar em nossa vida. E usarmos o nosso dinheiro para fazer qualquer coisa e, depois, tirarmos o dizimo, ‘se sobrar’. Outra coisa importante: a palavra ‘honra’ vem do hebraico, kabhodh e significa: dignidade, reputação, honra, renome, orgulho, prestigio, riqueza. Um filho que segue os caminhos de Deus e faz Sua vontade esta honrando a Ele. Significa: ‘ser decente, não ter do que se envergonhar, servir o Senhor de todo o coração, ser um motivo de orgulho (no sentido de dar prazer, alegria) para Deus, mostrar Sua dignidade, zelar pela Sua reputação’. Quando o Senhor estava dizendo: “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde esta a minha honra? E, se eu sou senhor, onde esta o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vos outros, o sacerdotes que desprezais o meu nome”, Ele queria dizer que a nossa oferta sincera o honra, e um motivo de orgulho para Ele, mostra que Ele e digno de gloria e louvor.Portanto, Ele faz um desafio a eles: “Ora, apresenta-o ao teu governador [NVI: Tentem oferecê-los de presente ao governador]; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? – diz o Senhor dos Exércitos”. Se eles oferecessem isso diante do governante civil, ele não aceitaria. Por que Deus teria que fazêlo?

 • Ml 1: 9-10: “Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitara ele a vossa pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos. Tomara houvesse entre vos quem feche as portas [do templo], para que não acendesseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vos, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta”. O Senhor não tinha prazer neles nem nas ofertas; seria melhor que fechassem as portas do templo, para que o fogo do altar não queimasse inutilmente. Então, Deus prossegue, comparando os sacerdotes com o povo gentio.

• Ml 1: 11: “Mas, desde o nascente do sol ate ao poente [NVI: do oriente ao ocidente], e grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe e queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome e grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos [Nota NVI: Grande será o meu nome entre as nações. Em toda parte incenso será queimado e ofertas puras serão trazidas ao meu nome, porque meu nome será grande entre as nações]”. Isso pode significar que naquele momento, muitos gentios temiam o Deus de Israel, e o reverenciavam mais do que os próprios judeus.

Mas, provavelmente, e uma profecia em relação aos tempos do evangelho, quando os gentios convertidos abandonariam seus altares de idolatria e engrandeceriam o nome do Senhor, e trariam suas ofertas ao templo em Jerusalém. Mais do que isso, eles realizariam o culto espiritual a Deus 134 através das suas ações santas. A bíblia diz que o incenso e a oração dos santos (Ap 5: 8; Ap 8: 4). E interessante que em Is 17: 1-14, quando o profeta escreve sobre o juízo de Deus sobre Efraim e Damasco, profecia que foi cumprida pelos reis da Assíria (Tiglate- Pileser III, Salmaneser e Sargom II), ele fala também sobre um remanescente que se arrependera e se voltara para Deus. Em Is 17: 7-8 esta escrito: “Naquele dia, olhara o homem para o seu Criador, e os seus olhos atentarão para o Santo de Israel. E não olhara para os altares, obra das suas mãos, nem atentara para o que fizeram seus dedos, nem para os postes - ídolos, nem para os altares do incenso”. Apesar da destruição de Samaria pelos assírios, haverá um remanescente de Efraim que abandonara seus ídolos e se voltara para o Senhor. Assim, isso poderia acontecer tanto com os gentios que se voltassem para Deus (abandonando seus ídolos inúteis) naquela época como nos tempos do evangelho.

 • Ml 1: 12-14: “Mas vos o profanais [o nome do Senhor], quando dizeis: A mesa do Senhor e imunda, e o que nela se oferece, isto e, a sua comida, e desprezível. E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais [NVI: e riem dela com desprezo], diz o Senhor dos Exércitos; vos ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo [NVI: animais rouba- dos, aleijados e doentes]; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? – diz o Senhor. Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso [NVI:... promete oferecê-lo e depois sacrifica para mim um animal defeituoso]; porque eu sou grande Rei [NVI: um grande rei], diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome e [Nota NVI: ‘deve ser’] terrível [NVI: temido] entre as nações”. Os sacerdotes já cumpriam o seu oficio sem amor, com negligencia e descaso, aborrecidos e cansados daquilo; pior do que isso: riam diante do Senhor e lhe ofereciam animais defeituosos.

Deus não aceitava aquilo, e os amaldiçoava por causa da sua mentira. Pensavam enganar a Deus, mas não o conseguiam, pois Ele sabia o que se 135 passava nos seus corações. Era uma oferta de qualidade inferior. Ele termina declarando o Seu nome, que esta acima de todo o nome e e temido entre as nações: “Porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome e terrível [NVI: temido] entre as nações”. A mentira e uma afronta a soberania de Deus.

Capítulo 2

• Ml 2: 1-9 – O castigo dos sacerdotes • Ml 2: 1-4: “Agora, o sacerdotes, para vos outros e este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vos a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vos não propondes isso no coração [NVI: porque vocês não me honram de coração]. Eis que vos reprovarei [NVI: destruirei; na Septuaginta: ‘cortarei’ ou ‘removerei’] a descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados [NVI: esfregarei na cara de vocês os excrementos dos animais oferecidos em sacrifício em suas festas e lançarei vocês fora, com os excrementos]. Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança continue com Levi [NVI: fosse mantida], diz o Senhor dos Exércitos”. Ate aqui o Senhor mostra Seu desprazer e diz que seriam amaldiçoados se não mudassem suas atitudes e não ouvissem o Seu mandamento, e não o honrassem, como deveriam fazer os sacerdotes, para que toda a linhagem Levítica não desaparecesse. Ele havia feito aliança com a tribo de Levi (Nm 3: 6-7; Nm 3: 11-13; Ex 28: 43) e prometido que jamais lhes faltaria um descendente como Seu representante na classe sacerdotal. Mas estes sacerdotes poderiam ate ser eliminados, para que as demais gerações não fossem contaminadas nem envergonhadas pelas suas atitudes. Deus usa palavras bem carnais para mostrar o que poderia fazer com eles para envergonhá-los e, assim, devolver a eles a sua sujeira: “esfregarei na cara de vocês os excrementos dos animais oferecidos em sacrifício em suas festas e lançarei vocês fora, com os excrementos” (NVI).

• Ml 2: 5-7: “Minha aliança com ele foi de vida e de paz; ambas lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu por causa do meu nome. A verdadeira instrução [NVI: lei] esteve na sua boca, e a injustiça [NVI: nenhuma falsidade] não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniqüidade apartou a muitos [NVI: desviou muitos do pecado]. Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução [NVI: a instrução na Lei], porque ele e mensageiro do Senhor dos Exércitos”.

O Senhor fala que Sua aliança com Levi foi de vida e de paz, mais especificamente aqui, se referindo a Finéias (Nm 25: 12), neto de Arão, que mostrou seu zelo pelo Senhor, quando em Baal-Peor matou o israelita e sua mulher midianita para extirpar a raiz de idolatria do acampamento de Israel. Por isso, Malaquias escreveu que pelo temor do Senhor, ‘a verdadeira lei esteve na sua boca, e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou com Ele em paz e em retidão e da iniqüidade apartou a muitos’. Ele era o exemplo do sacerdócio que Deus queria ver outra vez no meio do Seu povo. O verdadeiro sacerdócio e reafirmado: os lábios do sacerdote devem passar o verdadeiro conhecimento, e a instrução na Lei, porque ele e mensageiro do Senhor dos Exércitos.

• Ml 2: 8-9: “Mas vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos [NVI: pelo seu ensino causaram a queda de muita gente]; violastes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo [NVI: eu fiz que fossem desprezados e humilhados diante de todo o povo], visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei [NVI: quando ensinam a Lei]”.

Malaquias volta agora a fazer a comparação do que e o sacerdote que Deus quer e o que Ele vê ali: eles estavam instruindo o povo de maneira errada, levando ao pecado e afastando-os de Deus, violando a aliança do sacerdócio feita entre Ele e seus antepassados. Por isso, eles já estavam sendo desprezados e humilhados diante do povo, pois não guardaram os retos caminhos e foram parciais em seus julgamentos. Cabia ao sacerdote o cargo de juiz das causas do povo.

• Ml 2: 10-16 – Advertência contra a infidelidade conjugal

• Ml 2: 10-12: “Não temos nos todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais? [NVI: quebramos a aliança dos nossos antepassados]. Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho [NVI: Homens casaram-se com mulheres que adoram deuses estrangeiros]. O Senhor eliminara das tendas de Jacó o homem que fizer tal, seja quem for, e o que apresenta ofertas ao Senhor dos Exércitos [NVI: ‘mesmo que esteja trazendo ofertas ao Senhor dos Exércitos’ ou na Septuaginta: ‘Que o Senhor corte das tendas de Jacó qualquer pessoa que de testemunho em favor do homem que faz isso’]”.

Parece ser o próprio profeta que repreende seus colegas sacerdotes e o povo de Judá que estavam profanando a aliança dos seus antepassados com Deus, se casando com mulheres estrangeiras, pois era uma deslealdade também entre eles mesmos, de uns para com os outros. O Senhor eliminaria o homem que continuasse nessa pratica, tanto um homem do povo quanto um sacerdote, e também quem apoiasse o homem que cometeu tal erro. No tempo de Esdras (Ed 10: 1-44) houve o caso de muitos judeus que se casaram com mulheres hetéias (Ed 10 – titulo ARA; Ed 10: 2a – ‘mulheres estrangeiras’; ‘muitos’ – Ed 10: 13), inclusive sacerdotes (Ed 10: 18-44), e tiveram que despedi-las, assim como a seus filhos, para não incorrerem na ira do Senhor. Nos tempos de Neemias também houve caso semelhante, quando se descobriu que os israelitas se casaram com mulheres asdoditas (Filisteias, da cidade de Asdode), amonitas (de Amom) e moabitas (de Moabe) – Ne 13: 23. Neemias os puniu, pois entre os sacerdotes estava ocorrendo isso: Ed 10: 18-19. Não se sabe exatamente se este era o mesmo caso que estava acontecendo agora, pois Neemias e Malaquias são contemporâneos, e isso pode ter acontecido no período em que Neemias voltou a Pérsia, apos doze anos de sua vinda para Judá (Ne 13: 6 cf. Ne 2: 1; Ne 5: 14).

• Ml 2: 13-16: “Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lagrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão [NVI: porque ele já não da atenção as suas ofertas nem as aceita com prazer]. E perguntais: Por que? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança [NVI: a mulher do seu acordo matrimonial]. Não fez o Senhor um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? [NVI: Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem] E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera [NVI: ele desejava uma descendência consagrada]. Portanto, cuidai de vos mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repudio e também aquele que cobre de violência as suas vestes [NVI: ‘e também odeio o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas’, ou, ‘cobre sua mulher de violência’], diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vos mesmos e não sejais infiéis”.

O profeta continua dizendo que não adianta nada os lamentos, nem as suplicas, nem as ofertas diante do Senhor, quando eles continuam na pratica do adultério e do divorcio, repudiando a primeira esposa, a esposa legitima (‘a mulher da sua mocidade’), e se casando com outra. ‘Aquele que cobre de violência as suas vestes’ ou ‘o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas’ ou ‘cobre sua mulher de violência’ – significa ferir a esposa legitima ao tomar outras mulheres. A ‘veste’ seria o símbolo da primeira esposa, e ‘violência’, o símbolo das outras esposas, pois o repudio e a poligamia seriam como uma violência contra a esposa legitima.

 • Ml 2: 17: “Enfadais o Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses e que ele se agrada; ou: Onde esta o Deus do juízo?” (ARA). “Vocês tem cansado o Senhor com as suas palavras. ‘Como o temos cansado?’ vocês ainda perguntam. Quando dizem: ‘Todos os que fazem o mal são bons aos olhos do Senhor, e ele se agrada deles’ e também quando perguntam: ‘Onde esta o Deus da justiça?’” (NIV). Os sacerdotes cansavam o Senhor com suas palavras, principalmente quando distorciam Sua justiça. Por isso, Deus segue dizendo sobre ‘a vinda do Senhor precedida pelo seu Anjo’ (ARA), ou ‘o dia do julgamento’ (NVI).

Capítulo 3

• Ml 3: 1-5 – A vinda do Senhor precedida pelo seu Anjo • Ml 3: 1: “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparara o caminho diante de mim; de repente, vira ao seu templo o Senhor, a quem vos buscais, o Anjo da Aliança, a quem vos desejais [NVI: o mensageiro da aliança, aquele que vocês desejam, vira]; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos”. Aqui nos podemos ver as referencias quanto ao Messias (‘o Anjo da Aliança’) e quanto a João Batista: Ml 3: 1-5; Ml 4: 2; Ml 4: 5-6 – cf. Mt 11: 14; Mt 17: 10-13; Mc 1: 2; Mc 9: 11-13; Lc 1: 17; Lc 1: 76; Lc 3: 4-6; Lc 7: 27; Jo 1: 21. • Ml 3: 2-4: “Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele e como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros [NVI: o sabão do lavandeiro]. Assentar-se-a como derretedor [NVI: refinador] e purificador de prata; purificara os filhos de Levi e os refinara como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas [NVI: ofertas com justiça]. Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos e como nos primeiros anos [NVI: como nos dias passados, como nos tempos antigos]”. v. 2a: “Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer?” – e uma frase muito parecida com a que esta em Sf 1: 14: “Esta perto o grande Dia do Senhor; esta perto e muito se apressa.

Atenção! O Dia do Senhor e amargo, e nele clama ate o homem poderoso”. Isso significa uma grande forca e autoridade de Deus colocando-se em oposição a impotência e a fraqueza dos homens. Ele trará medo aos perversos. Os versículos 2b-3 expressam a Sua santidade e o Seu poder santificador: “Porque ele e como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros. Assentar-se-a como derretedor e purificador de prata; purificara os filhos de Levi e os refinara como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas [NVI: ofertas com justiça]” – Seu processo de santificação com uma vida se assemelha a refinação de um metal nobre como o ouro ou a prata. E era isso que o profeta estava dizendo para os sacerdotes, os filhos de Levi: as escorias das suas almas seriam removidas no cadinho de Deus, e ai, sim, eles trariam suas ofertas com justiça diante dele, ou seja, com retidão, com inteireza de coração e mente.

 O fogo simboliza as provas a que eles seriam submetidos ate estarem como o Senhor desejava: com os pensamentos retos e os corações limpos de intenções. v. 4: “Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos e como nos primeiros anos [NVI: como nos dias passados, como nos tempos antigos]” – isso nos lembra as ofertas de Davi, especialmente as que ele fez quando trouxe a arca sobre os ombros dos levitas para Jerusalém (2 Sm 6: 13-15; 1 Cr 15: 25-28) e as riquezas que ele guardou para que Salomão construísse o templo (1 Cr29: 2-9). Quando o Anjo da Aliança vier e purificar o coração dos Seus sacerdotes, ‘então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor’, não mais com o sacrifício de animais, mas com a verdadeira adoração, reconhecendo o Filho de Deus, Jesus, como o autor da vida e da salvação.

• Ml 3: 5: “Chegar-me-ei a vos outros para juízo [NVI: Eu virei a vocês trazendo juízo]; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro [NVI: exploram os 140 trabalhadores em seus salários], e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro [NVI: privam os estrangeiros dos seus direitos], e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos”. O Senhor avisava que quando Ele viesse, Ele traria juízo a todas as obras que Deus abominava e a todos os que cometiam perversidade; e os sacerdotes tinham consciência: Ele viria para punir os feiticeiros, os adúlteros, os que juravam falsamente, os que exploravam os trabalhadores em seus salários, e oprimiam a viúva e o órfão, os que torciam o direito do estrangeiro e não temiam a Deus. A purificação incluía os sacerdotes e o povo. Essa era uma profecia para os seus descendentes, os que estivessem vivos na vinda de Jesus, assim como se aplica para todos na Sua segunda vinda.

• Ml 3: 6-12 – O roubo no tocante aos dízimos e as ofertas

 • Ml 3: 6-12: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vos, o filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vos outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vos dizeis: Em que havemos de tornar? [NVI: Mas vocês perguntam: Como voltaremos?] Roubara o homem a Deus? Todavia, vos me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas (cf. Ne 13: 10-12). Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vos, a nação toda. Trazei todos os dízimos a casa do Tesouro [NVI: ao deposito do templo], para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto [NVI: Ponhamme a prova], diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu [NVI: as comportas dos céus] e não derramar sobre vos bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador [NVI: Impedirei que pragas devorem suas colheitas], para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vos sereis uma terra deleitosa [NVI: maravilhosa], diz o Senhor dos Exércitos”. A primeira frase que o Senhor diz aqui e que Ele não muda, e por isso eles ainda não haviam sido destruídos, apos tantos milênios de rebeldia.

 Por ser justo, o Senhor não muda Suas leis, pois não pode negar-se a si mesmo (2 Tm 2: 13). E essa imutabilidade nos da a certeza da Sua graça. Ele dizia que eles tinham se afastado Dele e da Sua lei, mas eles perguntavam: Como? Eles não conseguiam pensar que se tratava do dizimo e das ofertas. A lei falava sobre os dízimos: Lv 27: 30; Nm 18: 21-24; Dt 12: 5-7; Dt 14: 22-29, e os sacerdotes sabiam disso. No caso de Malaquias parece que não havia dízimos sendo dados pelo povo para manter a Casa de Deus (cf. Ne 13: 10-12), e isso, em parte, era culpa dos sacerdotes que, por negligenciarem seu oficio, estavam desmoralizados. Eles estavam negando os dízimos (incluindo o dizimo dos dízimos – Nm 18: 26-29) e as ofertas que eram dadas no templo, como o . ciclo que era o imposto do templo (Ex 30: 13-16), e as ofertas pacificas, as ofertas de manjares, holocaustos, primícias etc. (Nm 15: 1-21).

O roubo era punido pela lei, quanto mais em se tratando das coisas de Deus! Deus não precisava de sacrifício de animais, de pão de trigo, nem de dinheiro, mas esta era uma lei criada por Ele mesmo para fazer com que Seus servos fossem mantidos pelo serviço que prestavam a Ele e para que o povo pudesse ser abençoado no seu trabalho e na sua vida financeira. Mas eles se desviaram dos Seus estatutos porque não conheciam as implicações espirituais de tudo isso. Assim, Ml 3: 6-12 e o texto básico sobre os dízimos. Temos ensinamentos com este texto:

a) Não dar o dízimo e roubo, pois e lei estabelecida por Deus nos primórdios da criação. Não dar o dizimo acarreta maldição (maldição e a conseqüência de um pecado, mesmo perdoado). Mesmo vivendo debaixo da dispensarão da graça, nos ainda estamos debaixo da autoridade da palavra de Deus e ela nunca morre.

O valor de 10% que Ele pede de nos e um meio criado por Ele mesmo para nos abençoar na vida financeira, e para que nos mostremos que Ele esta em primeiro lugar em nossa vida, e aquilo que nos temos, recebemos Dele. Ele e quem nos da forca para adquirirmos riqueza (Dt 8: 18). Essa pratica e uma experiência que nos leva ao verdadeiro conhecimento de quem Ele e, e porque Ele criou leis para nos proteger da assolação do inimigo. Jesus disse: “Dai, pois, a Cesar o que e de Cesar e a Deus o que e de Deus” (Lc 20: 25). E Ele estava falando para um povo que sabia o que significava “o que e de Deus”, ou seja, os dízimos e as ofertas no templo. Mesmo abolindo o sacerdócio Levitico Mosaico, Sua lei permaneceu para o sacerdócio da nova aliança que Ele criou (1 Tm 5: 17-18; 1 Co 9: 13-14). Quando amamos o Senhor e a Sua obra na terra, tudo que fazemos e por amor, e não por obrigação sujeita a uma pena ou punição. E isso tira o peso da palavra, da forma que era interpretada no AT.

O dinheiro de Deus e diferente do dinheiro do mundo. O dizimo não e uma imposição de Deus sujeita a pena de morte, mas uma proteção de Deus na nossa vida, em todas as áreas, não só nas finanças.

 b) Trazer primeiro os dízimos a Casa do Senhor prove mantimento ao sacerdote, lei estabelecida por Deus para o sustento dos levitas (hoje, os levitas são os que exercem a função de pastorear e ensinar o rebanho do Senhor e que vivem da Obra de Deus, sem emprego secular – cf. 1 Tm 5: 17-18).

c) Dizimar abre as comportas do céu sobre nos para recebermos as bênçãos sem medida. d) Dizimar repreende o devorador em todas as áreas da nossa vida, não só na financeira.

Quando Ele fala sobre o devorador, se refere a gafanhotos (cf. Jl 1: 4; Jl 2: 25) que devoravam as colheitas como uma forma de punição do Senhor sobre um povo desobediente. As vides também sofriam com a seca, com geadas ou com pragas. Embora no AT estas catástrofes naturais os acometessem como uma maneira de Deus corrigi-los, hoje nos não podemos ignorar o simbolismo de tudo isso. Quando o Senhor fala do ‘devorador’ (em outras traduções, ‘destruidor’), não e só de gafanhotos que se fala. Trata-se de ação de demônios sobre a vida financeira das pessoas, e que encontram uma brecha aberta para destruir essa área, pois o fato de Jesus ter vindo e abolido os rituais da Antiga Aliança, não quer dizer que a palavra de Deus foi abolida (Mt 5: 17- 20), nem que Suas leis foram modificadas. Deus sempre quis participar da vida do Seu povo na totalidade, e a área financeira e uma dessas.

O dizimo continua valido, ainda mais hoje, quando Principados e Potestades estão ansiosos para roubar a verdade de Deus e a paz dos Seus filhos, dando ao mundo a honra pela prosperidade. Dessa forma, o dizimo fecha as brechas e protege nosso patrimônio: Ex 12: 12-13; Sl 78: 49; Ex 12: 23.

e) O Senhor diz para prová-lo dando-lhe o dizimo. O verbo ‘provar’, para alguns, pode soar como um desafio da parte de Deus, a fim de que o homem acredite Nele, principalmente, numa área que e tão palpável como a área financeira. Entretanto, podemos pensar que provar pode ter o significado de examinar, experimentar, como se saboreia uma comida que nunca se comeu para ver se e boa ou não, se gostamos dela ou não; também pode ter o significado de ganhar experiência, conhecimento e habilidade em determinada área. Com isso, o Senhor nos diz que ao Lhe dar o nosso dizimo, podemos atingir um patamar maior de conhecimento Dele, levando-nos a ganhar experiência nessa área da nossa vida, da mesma forma que o experimentamos nas outras. Dando-Lhe o nosso dizimo, começamos a ter consciência do que Ele e capaz de fazer por quem Lhe e fiel.

f) Deus recompensa os que são fieis a Ele, mostrando a diferença que existe entre os que o servem e os que não o servem. Deus os poupa das maldiçoes e confirma Sua paternidade sobre eles (Ml 3: 17-18: “Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve”). Em 2 Cr 31: 5-6; 12; Ne 10: 37-38; Ne 12: 44; Ne 13: 5; 12, nos podemos ver o povo trazendo o dizimo ao Senhor, obedecendo assim a Sua lei. Obedecendo a Sua voz eles seriam felizes, e todas as nações reconheceriam isso.

• Ml 3: 13-18 – A diferença entre o justo e o perverso

• Ml 3: 13-15: “As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor; mas vos dizeis: Que temos falado contra ti? Vos dizeis: Inútil e servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto [NVI: ficamos nos lamentando] diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nos reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao Senhor e escapam”. Nem todo o povo levantou sua voz contra Deus para acusá-lo de injustiça, mas alguns judeus reclamaram, e isso foi duro de ouvir. Na verdade, eles faziam com Ele uma barganha. Enquanto estavam sendo abençoados e havia prosperidade, estava tudo bem. Eles continuariam com as atitudes hipócritas e sem fervor na sua adoração, e com um luto externo, mas sem o arrependimento interior. Ainda invejavam os soberbos, pois os julgavam mais abençoados; eles se referiam aos pecadores, em geral, judeus e gentios, que tinham prosperidade material. Por isso esta escrito em Ml 2: 17 que eles enfadavam o Senhor com esse tipo de conversa.

 • Ml 3: 16-18: “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que

temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome [NVI: Foi escrito um livro como memorial na sua presença acerca dos que temiam o Senhor e honravam o seu nome]. Eles serão para mim particular tesouro [NVI: o meu tesouro pessoal], naquele dia que prepararei [NVI: ‘no dia em que eu agir’ ou ‘no dia em que eu fizer deles o meu tesouro pessoal], diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve [NVI: que lhe obedece]. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve”.

Aqui da para se notar que nem todo o povo levantou sua voz contra Deus para acusá-lo de injustiça. O povo justo e temente a Deus, no Dia do Senhor, encontraria a libertação e a vitoria. Um memorial e um ‘lembrete’ ou ‘um monumento’ que deixa registrado um feito digno. A versão ARA escreve: “havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome”; e a NVI, escreve: “Foi escrito um livro como memorial na sua presença acerca dos que temiam o Senhor e honravam o seu nome”.

Os reis mantinham um livro de crônicas do seu reinado, onde eram escritos os acontecimentos importantes (Et 2: 23; Et 6: 1). Moises pediu a Deus que perdoasse o povo ou que tirasse seu nome do livro (Ex. 32: 32-33); Davi tinha seu nome escrito no livro de Deus (Sl. 56: 8). Isso significa que no céu, diante de Deus, no Livro da Vida, estão os nomes daqueles que o temem, e que são um tesouro especial para Ele: Sl 69: 28; Lc. 10: 20; Ap 13: 8; Ap 17: 8; Ap 20: 12; 15; Ap 21: 27; Dn 12: 1. ‘Naquele dia’ ou ‘no dia em que eu agir’ ou ‘no dia em que eu fizer deles o meu tesouro pessoal’ nos faz entender que pode se referir a Ml 3: 1-2; Ml 4: 1 (o Dia do Senhor), em se tratando de Sua primeira vinda, ou no dia que Ele decidir fazer algo importante, ou no dia da Sua segunda vinda, quando Ele tomar para Si os que são Seus. ‘Eles serão para mim particular tesouro [NVI: o meu tesouro pessoal]’ – a palavra em hebraico para ‘particular tesouro ou tesouro pessoal’ e Seghulla (ou Cgullah – Strong #5459), que significa:

• Tesouro peculiar, tesouro particular, pessoal (Ml 3: 17; 1 Cr 29: 3).

• Propriedade particular, possessão dos reis (Ex 19: 5; Ec 2: 8; Sl 135: 4).

• Propriedade pessoal no que diz respeito a pessoas (Dt 7: 6; Dt 14: 2).

• A palavra Seghulla (em grego: periousios ou peripoiesis) pode ser entendida também como o povo de Deus (Ef 1: 14; Tt 2: 14; 1 Pe 2: 9). Resumidamente, Seghulla se refere a uma possessão de reis e a uma propriedade particular, não só material, mas de pessoas. ‘Poupá-los-ei’ – o Dia do Senhor será um dia terrível (Sf. 1: 14-18), mas os justos tem a certeza de que haverá o conforto de Deus para os Lhe pertencem (cf. Sl 91: 7). Deus nos poupa da morte e do inferno (Jo 3: 16-18).

‘Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve’ – ‘vereis outra vez’ mostra que a Historia se repete na caminhada da humanidade com Deus. Ele sempre acabou por defender Seus filhos e deixar bem evidente a diferença entre os que o servem e Lhe obedecem e os incrédulos, rebeldes e perversos, que acabam por experimentar Sua ira e Seu juízo, pois caem no julgamento da própria palavra de Deus (Jo 3: 18), e não apenas no Ultimo Dia, mas aqui mesmo na terra, onde a regra e igual para todos: “Não vos enganeis: De Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifara” (Gl 6: 7).

 Capítulo 4

• Ml 4: 1-6 – O sol da justiça e seu precursor

 • Ml 4: 1: “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho [NVI: Todos os arrogantes e todos os malfeitores serão como palha]; o dia que vem os abrasara [NVI: ateara fogo neles], diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixara nem raiz nem ramo”. Malaquias volta a falar sobre o dia da vinda do Senhor: ‘Vem o dia’ – se refere a 1a vinda de Cristo, que nos estendemos para a Sua 2ª vinda. Mas e interessante comentar que para aqueles profetas do AT, a vinda de um Messias tão esperado, de um libertador, era como o Apocalipse e para nos, uma nova Criação, pois eles jamais imaginariam que Deus trouxesse para o ser humano daquela época uma dispensarão de perdão e graça, como uma nova chance de ser escolhido por Ele e destinado a salvação. A bíblia diz que os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas (1 Co 14: 32), o que significa que Deus respeitou a característica de personalidade de cada um deles para transmitir Sua mensagem. Por isso, levando em conta o conteúdo mental de cada um (Jeremias, Ezequiel e Zacarias eram sacerdotes, o que se faz notar no tom das suas profecias), e compreensível que eles imaginassem a vinda de Cristo, do esperado Messias de Israel, com certa dose de ‘violência’, para não deixar duvida quanto a Sua justiça e a Sua autoridade em corrigir os erros dos perversos e vingar os aflitos.

Assim, Malaquias deixa a entender que a vinda de Jesus (o ‘Dia do Senhor’) seria terrível para os ímpios: ‘arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho [NVI: palha]; o dia que vem os abrasara, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixara nem raiz nem ramo’. Se pensarmos de uma maneira mais espiritual, com a nossa visão de hoje, tudo isso foi cumprido, a medida que Jesus realizou um grande trabalho durante o Seu ministério e na Sua morte na cruz, derrotando Satanás e todo tipo de demônio e arma forjada do inferno, todo tipo de cadeia sobre os homens, matando e consumindo, sim, toda perversidade, arrogância, não deixando raiz nem ramo dos projetos do inimigo como uma legalidade de tocar os verdadeiros filhos de Deus. E obvio que a materialização dessa promessa foi deixada para que nos a conquistassemos, trazendo o reino de Deus a luz, aqui e agora, e que e conquistado por esforço (Mt 11: 12). A parte que cabe a Ele fazer será completada na época da Sua segunda vinda. Mas, de forma alguma, e uma desculpa para nenhum crente se acomodar com as limitações e o sofrimento do presente sem reagir, esperando que o Senhor faca aquilo que cabe a Seus filhos fazer. A presença do Senhor – seja da forma que for e no lugar que for – sempre será um terror para os que não são Dele. Mas traz consolo e alegria para os piedosos; por isso Malaquias diz nos versículos seguintes:

• Ml 4: 2-3: “Mas para vos outros que temeis o meu nome nascera o sol da justiça, trazendo salvação [NVI: cura] nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria. Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei [NVI: no dia em que eu agir], diz o Senhor dos Exércitos”.

 Malaquias volta a falar sobre o dia da vinda do Senhor, que e aqui chamado ‘o sol da justiça’, como para responder as reclamações do povo e dos sacerdotes, que acusavam a Deus de ser injusto com eles e parcial no Seu julgamento a favor dos pecadores. Para os que temem o Senhor, Ele sempre nasce sobre as suas situações de angustia e dor, trazendo justiça, cura e salvação. E quando Ele chega ocorre uma libertação e, conseqüentemente, a alegria da liberdade, como com bezerros que são soltos de uma estrebaria onde estavam confinados. Significa ser posto em liberdade, crescer na alegria do Espírito Santo (2 Co 3: 17), experimentar a libertação do jugo da lei e do pecado. Sua presença confere aos Seus amados a autoridade e o poder de pisar sobre os perversos e de consumi-los no fogo do Seu Espírito, transformando-os em cinza, ou seja, em nada, em algo que já não tem poder de atuação. Essa linguagem (consumir com fogo, transformar em cinzas), expressa o juízo correto e rápido de Deus destruindo o mal e removendo do adversário o poder de ação. Quando se pisava na cabeça do inimigo vencido era um sinal de vitoria; este era ‘colocado como estrado dos pés’ do vencedor. Aqui e a mesma coisa. ‘Naquele dia que prepararei’ ou ‘no dia em que eu agir’, o Senhor trará a vitoria e conferira a liberdade aos Seus filhos, aos que o temem.

O sol da justiça e Jesus. Seu nome (Yeshua – עושי ( significa salvação (em hebraico, העושי ,( uma palavra transliterada como yeshu`ah, e que quer dizer: algo salvo, libertação, ajuda, vitoria, prosperidade, saúde, salvação, bem-estar, paz, perdão, proteção, segurança. A palavra ‘salvação’ aparece 146 vezes na bíblia – 103 vezes no AT e 43 vezes no NT. A palavra hebraica yeshu`ah (salvação) e claramente vista em 3 versículos de Isaias: Is 26: 1; Is 49: 8; Is 60: 18. Em outros versículos, ela e escrita como: yeshu, yshu, yish etc., mas mantém as mesmas letras básicas, e o mais importante, o mesmo significado: salvação. No NT a palavra ‘salvação’ e escrita em grego como: soterias (σωτηριας – Lc 1: 69; 77), soteria (σωτηρια – At 4: 12), soterion ou soterian (σωτηριαν – Lc 3: 6; At 28: 28), por exemplo. A palavra ‘Salvador’ e escrita como Sōter (Σωτήρ = um libertador, i.e., Deus ou Cristo), e que pode corresponder as palavras hebraicas: mattan e mattnay, significando ‘dar’ ou ‘recompensa’. As palavras gregas soterias, soteria ou soterion significam: ‘resgate, segurança, libertar, saúde, salvação, salvo, salvar, defesa, e defensor’. Em Ml 4: 2, embora a palavra usada em Português (ARA) seja ‘salvação’, no original em hebraico e ‘cura’ (marpe’ ou mrpha – Strong #4832), que significa: um curativo (um medicamento), ou de maneira abstrata: libertação, placidez, serenidade, tranqüilidade, cura, curável, remédio, são (sadio), saudável, produtivo. João Batista deu testemunho de Jesus de forma mais ou menos igual a de Malaquias: Mt 3: 10-12. O interessante no versículo de Malaquias e que o Senhor coloca uma condição: temer o Seu nome. Sua libertação e um privilegio para os que temem o Seu nome. E temer, aqui, não e só o medo de Sua ira, mas respeito, reverencia, reconhecimento por quem Ele e, dar prioridade. Quando Ele e o centro, tudo o mais esta subordinado a Ele. • Ml 4: 4: “Lembrai-vos da Lei de Moises, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos [NVI: dos decretos e das ordenanças que lhe dei em Horebe para todo o povo de Israel]”.

O profeta volta a exortar seu povo, em especial os sacerdotes, para que se lembrem da lei de Moises e a sigam.

• Ml 4: 5-6: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele convertera o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição”.

A referencia e clara a João Batista, que veio como precursor de Jesus, preparando o coração de Seu povo para receber Sua doutrina. No NT e confirmada esta identidade entre Elias e João Batista: Mt 11: 14; Mt 17: 10- 13; Mc 9: 11-13; Lc 1: 17; Lc 7: 27; Jo 1: 21. João Batista e colocado como Elias porque Elias foi um grande membro da linhagem profética em Israel e conhecido por todo o povo como sendo um dos que Deus mais usou na realização de milagres; João Batista foi confirmado por Jesus como o ultimo membro da linhagem profética, pois ninguém mais precisava profetizar sobre Ele (Lc 16: 16). Também disse que entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus, era maior do que ele (Mt 11: 11). Isso significava que João Batista se destacou dos profetas do passado porque veio no ‘amanhecer’ do evangelho. Ele teve o privilegio que os outros não tiveram, que foi ver o Cristo encarnado. Mas era o menor no reino dos céus porque não pode ver Sua ressurreição, nem fez os milagres que os apóstolos fizeram.

No Monte da transfiguração, os apóstolos viram Jesus junto com Moises e Elias; Moises representando a lei, e Elias, os profetas. Deus permitiu que os discípulos vissem igualmente o espírito de Moises e Elias para que entendessem que a Lei e as profecias anteriores estavam sendo cumpridas, agora, na pessoa de Jesus (Lc 24: 44). A bíblia também diz que eles conversavam sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém. Isso mostra que Deus estava ali revelando que, da mesma maneira que fez milagres no passado através dos Seus servos, estava fazendo milagres nesses dias através do Seu Filho, em especial a salvação da humanidade, e o mundo espiritual já estava ciente. A voz que disse: “Este e o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi” (Lc 9: 35), confirmou Jesus, não apenas como o Messias, o Filho de Deus, mas igualmente como o Profeta de Dt 18: 15 (“O Senhor, teu Deus, te suscitara um profeta do meio de ti, de seus irmãos, semelhante a mim; a ele ouviras”) profetizado por Moises (cf. Jo 5: 46: “Porque, se, de fato, crêsseis em Moises, também creríeis em mim; porquanto ele também escreveu a meu respeito” e Jo 1: 45: “Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de Jose”). Portanto, os discípulos tiveram mais uma vez a revelação de Jesus como Filho de Deus, o Messias esperado, e como o profeta anunciado séculos antes.

Conclusão:

 Malaquias nos lembra do que e ‘sacerdócio santo’ e nos ensina o que precisamos fazer para agradar ao nosso Senhor. Ele não deseja nos ver apáticos em relação ao nosso chamado nem a Sua obra, pois isso poderia desanimar toda a Sua Igreja. Cada um de nos tem a responsabilidade de perseverar no próprio caminho e zelar pelos dons espirituais que nos foram dados para que possamos ser um canal de Suas bênçãos para outras vidas. Assim sendo, através do nosso testemunho vivo, estaremos profetizando e trazendo a salvação do Messias para todos os que se acham em trevas. Em nossa boca, Suas palavras são vivas e são verdadeiros tijolos que ajudam nossos semelhantes a reconstruir seus ‘templos’. Por isso, o profeta deve obedecer em tudo a voz do Espírito de Deus, tanto para exortar, repreender, convencer do erro e eliminar o pecado, como para trazer o consolo e o incentivo aqueles que o Senhor nos envia. Mesmo condenando o mal e trazendo a luz os erros da carne, estaremos contribuindo para a ‘edificação de muros e reparação de brechas’ (Is 58: 12).

Tânia Cristina Giachetti

Ministério Seara ágape

                FONTE:   

 


MALAQUIAS

 Introdução

 Esboço Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4

INTRODUÇÃO

Autor e Título. "Malaquias" (1:1) talvez seja a abreviação de um nome próprio hebreu que significa "o mensageiro de Jeová". Deus honrou a fé dos pais que assim chamaram o seu filho, fazendo dele o último dos vasos proféticos da Velha Dispensação. A tradição nos conta que Malaquias era membro da "Grande Sinagoga" e que ele era um levita nascido em Sufa de Zebulom, mas nada mais se sabe sobre o profeta.

 Data e Antecedentes Históricos.

As condições apresentadas em Malaquias pressupõem a reconstrução do Templo depois do cativeiro da Babilônia, o reconhecimento da Lei através de Esdras (Esdras 7:10, 14, 25, 26) q o posterior afastamento das ordenanças mosaicas. Também, há uma grande afinidade entre as condições religiosas relapsas do tempo de Malaquias e aquelas enfrentadas por Neemias quando em 433 ele retornou da Pérsia para assumir seus deveres de governador em Jerusalém. Esses males incluíam:

1) O desprezo dos sacerdotes pela santidade do Templo e suas cerimônias (Ne. 13:1-9);

 2) Relaxamento do povo em trazer dízimos e ofertas (Ne. 13:10-13); 3) Os casamentos mistos entre o povo da afiança e os pagãos (Ne. 13:23-28). Malaquias estava preocupado com esses mesmos males (1:6 - 2:9; 3:8-12; 2:10-16). Seu livro foi, portanto, escrito muito provavelmente durante o terceiro quarto do século quinto A.C.

 Mensagem.

O que Malaquias tem a dizer baseia-se freqüentemente sobre a soberania de Deus. Deus é um pai (1:6), um senhor (1:6), um grande rei (1:14). Ele é um governador celeste (1:7, 8). Ele faz alianças e dá mandamentos (2:4, 5, 10; 4: 4). Sendo um Deus que odeia o pecado, e sendo o Seu povo descuidado, indiferente e pecador – tendo conspurcado o Templo, falhado em suas responsabilidades cultuais e se aliado através do casamento com seus vizinhos incircuncisos – tinha de enfrentar o juízo (2:2, 3, 12; 3:1-5; 4:1). Mas sendo Ele um Deus de graça infinita, exercerá a benignidade se tão somente o Seu povo ouvir a Sua voz e abandonar os maus caminhos (3:7, 10-12). O terrível Dia do Senhor virá (3: 2; 4:1, 5), mas os justos não precisam temer, pois Deus cuida dos seus (3:16, 17; 4:2, 3). O profeta sempre insiste, direta e indiretamente, com um povo que se rebela contra o seu Chefe convencional. Em amorosos tons de convite ele insiste com eles a que voltem para Deus, a quem abandonaram – para que não sejam destruídos no dia do juízo. 

ESBOÇO

I. Título. 1:1. II. Perguntas para as quais Deus tem boas respostas. 1:2 – 4:3.

A. "Em que nos tens amado? " 1:2-5.

B. "Em que desprezarmos o teu nome?" 1:6 – 2:9.

C. "Por quê?" 2:10-16.

D. "Em que nós o enfadamos?" 2:17 – 3:6.

 E. "Em que retornaremos?" 3:7-12. F. ''O que temos falado contra ti? " 3:13 4:3.

III. Conclusão. 4:4-6.

A. Exortação para guardar a lei mosaica. 4 : 4.

B. A Promessa da vinda de "Elias" 4:5, 6

COMENTÁRIO

 Malaquias 1

1. Título. 1:1. A maior parte dos livros proféticos do V.T. têm títulos que identificam o autor e indicam que aquilo que vem a seguir é uma revelação divina. Malaquias não é uma exceção à regra geral.

1. Sentença significa "uma mensagem de peso" ou "uma sentença judicial". Com. Na. 1:1; Hc. 1:1; Zc. 9:1. Por intermédio de Malaquias.

Veja Introdução.

 II. Perguntas para as quais Deus Tem Boas Respostas. 1:2 - 4:3.

 A. "Em que nos Tens Amado?" 1:2-5. As perguntas em torno das quais o livro de Malaquias gira são aquelas que o profeta coloca na boca dos israelitas apóstatas do seu tempo. Elas podem ter sido ou não enunciadas, mas certamente podiam ser encontradas nos corações do povo. A primeira pergunta trai uma falta de verdadeira piedade, uma ausência de confiança. Só corações de pedra poderiam ficar desatentos às incontáveis manifestações do amor de Deus pelo povo da aliança. Mas ao falar do Deus de seus pais, os israelitas diziam: "Não temos visto evidência do Seu amor".

2. Eu vos tenho amado. Veja Dt. 7:8; Jr. 31:3; Os. 11:1. Esaú. Um nome às vezes usado para com o irmão de Jacó e outras para com os idumeus. Irmão de Jacó. Esaú era o primogênito dos gêmeos (Gn. 25:23-26). Todavia amei a Jacó. No exercício de sua boa vontade soberana (Rm. 9:10-18), Deus escolheu conceder a promessa da aliança e Suas bênçãos àquele que não era o primogênito. O amor de Deus fora traduzido em ação constante através da história de Israel.

3. Aborreci a Esaú. Romanos 9:10 e segs. sugerem que o "aborrecimento " consistia em Deus perpetuar a linhagem do Povo Escolhido através de Jacó e não através de Esaú, e em dar a Esaú uma posição de subordinação para com o seu irmão (cons. Gn. 27:37-40). Por outro lado, tanto Esaú como seus descendentes viveram vidas profanas e pecadoras (Gn. 26:34; 27:41; Ob. 10-14). Um Deus santo não pode deixar de se colocar contra o pecado e os pecadores não arrependidos. Fiz dos seus monto uma assolação, e dei a sua herança. A fúria dos exércitos caldeus, responsáveis pela destruição de Jerusalém em 586 A.C., talvez também fosse sentida por Edom (cons. Jr. 25:9, 21); e mais tarde os árabes nabateanos expulsaram os idumeus definitivamente de sua terra. Chacais. A herança de Esaú veio a ser um lugar deserto, habitação de chacais.

 4. Tornaremos a edificar. Edom estava confiante que podia lutar contra Deus e voltar ao seu primitivo estado de prosperidade. Mas eu destruirei. Em juízo, Deus enviaria os nabateanos ou qualquer outro poder que estivesse na mente do profeta. Terra de perversidade. Aqueles que testemunhassem a situação angustiosa de Edom concluiriam que Deus a colocara nessa situação humilhante por causa de sua perversidade. Contra quem o SENHOR está irado para sempre. Dos golpes do conquistador Edom jamais se recuperaria.

 5. Os vossos olhos o verão. A indicação pode ser que os contemporâneos de Malaquias testemunhariam a conquista. Grande é o SENHOR. Quando o povo de Israel visse Edom em ruína perpétua mas Jerusalém reconstruída e restaurada, reconheceria o amor de Deus e não faria a atual pergunta: "Em que nos tens amado?" Fora dos termos e não desde os termos, E.R.C.

 B. "Em que Desprezamos nós o Teu Nome?" 1:6 - 2:9. O foco da atenção é agora o sacerdócio corrupto. Os sacerdotes do tempo de Malaquias seguiram os passos de Nadabe e Abiú (Lv. 10:1) e dos filhos de Eli (I Sm. 2:12-17). Eram administradores do ritual mosaico do sacrifício, mas seus corações estavam longe de Deus. Como a maioria do povo, eram apóstatas. Na realidade, seu desprezo pela lei de Deus e seu fracasso em honrá-lo eram justamente a influência que solapou a verdadeira fé e a conduta piedosa da parte de Israel.

6. O pai . . . senhor. A honra é devida ao Deus soberano. É como se Deus dissesse: "Se vocês respeitam os pais e senhores terrestres, não deveriam muito mais honrar o seu Pai celestial (Êx. 4:22; Is. 43:6; Jr. 3:4; Os. 11:1) que é o Senhor de tudo?" (cons Esdras 5:11). Onde está a minha honra? . . . o respeito para comigo? Os sacerdotes se comportavam como se Deus não existisse. Ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. Os sacerdotes, além de deixarem de honrar o Senhor, também o desprezavam. Em que desprezamos? Os sacerdotes eram hipócritas, fingindo piedade mas executando o ritual do altar sem dar atenção à letra e ao espírito da Lei!

 7. Pão. A palavra hebraica geralmente significa "alimento" mas aqui significa a carne dos animais sacrificados. Em que te havemos profanado? Oferecer sacrifícios profanados ao Senhor era o mesmo que profanar o próprio Deus. A mesa. O altar dos holocaustos (veja Êx. 27; 38; Ez. 41:22). Desprezível. Os sacerdotes eram irreverentes, tendo apenas desprezo pelas coisas sagradas.

 8. AnimaI cego . . . o coxo ou o enfermo. Tais sacrifícios eram explicitamente proibidos (Lv. 22:20-25; Dt. 15:21). Teu governador. Presentes imperfeitos apresentados a um governador terrestre seriam ofensivos; seria um insulto muito maior oferecer presentes defeituosos ao Governador do universo. Acaso terá ele agrado em ti? A resposta implícita é "não".

 9. Suplicai o favor de Deus. Isto é ironia. Deus não ouvirá as orações daqueles que o desonram. Que nos conceda. Todos igualmente sofrem quando seus representantes ofendem a Deus. Com tais ofertas nas vossas mãos. Embora os inocentes sofressem, a culpa era dos sacerdotes.

 10. Oxalá houvesse entre vós quem feche as portas. Não adorar ao Senhor seria melhor que um culto desprezível. Eu não tenho prazer em vós. Compare com a pergunta do versículo 9. A vossa oferta. A palavra se refere aos sacrifícios em geral.

11. Porque. Deus não queria sacrifícios sem valor oferecidos pelos sacerdotes judeus porque sua grandeza majestosa, que tornavam tais sacrifícios inaceitáveis, deveria realmente induzir a ação de graças, o louvor e a adoração, sem o que todas as formas de culto eram vãs. Desde o nascente do sol até ao poente. Isto é, por toda parte. É grande ... o meu nome. Esta profecia só se cumpriria quando Crista fosse aceito pelos corações dos gentios em todo o mundo. Incenso e ... ofertas puras.

O pensamento não é que os gentios executassem o ritual dos sacrifícios mosaicos, mas que na Nova Dispensação o culto espiritual seria prestado a Jeová pelas nações (cons. SI. 141:2; Rm. 12:1; Hb. 13:15).

12. A sua comida. A oferta sacrificial (cons. v. 7).

 13. Que canseira! Os sacerdotes achavam cansativas e aborrecidas as suas tarefas. E me lançais muxoxos. Tratavam o sistema sacrifical com desacato. O dilacerado. A idéia é de um animal que foi arrancado às garras de uma fera selvagem e portanto está presumivelmente mutilado. Aceitaria eu isso? Uma pergunta retórica. Jeová não aceitaria tais ofertas.

14. Maldito seja o enganador. Era culpado, não apenas o sacerdote mas também o leigo que trouxer sacrifício ilegítimo. Macho. Lv. 22:18, 19 indica que um macho devia ser usado para a oferta votiva. Um defeituoso. Literalmente, uma fêmea defeituosa. A questão talvez seja que alguém fazendo o voto pretendesse originalmente oferecer um macho sem defeito, mas na realidade tenha oferecido uma fêmea defeituosa. O ponto principal está claro, isto é, que uma oferta inferior foi feita em lugar da exigida pela lei de Moisés. Grande rei. A mentira era uma afronta à soberania de Deus.

Malaquias 2

2:1. Este Mandamento. Mandamento, aqui, deve ser entendido no sentido de uma ameaça de castigo (cons. Na. 1:14).

2. Se. O juízo divino seda condicionado ao arrependimento dos sacerdotes. Maldição. Deus desviaria as bênçãos que antes foram desfrutadas pelos sacerdotes. Veja também a exposição de 3:9. Já as tenho amaldiçoado. A pesada mão de Deus já começara a descer.

3. Reprovarei a descendência. Traduza-se, Refrearei o vosso braço. Deus "amarraria as mãos" daqueles que oficiavam no altar, e não haveria fruto no seu labor. Excremento dos vossos sacrifícios. Além de Deus se recusar a aceitar a multidão dos sacrifícios nos festivais, também concederia aos sacerdotes o mais ignominioso tratamento. Atirarei excremento aos vossos rostos é uma metáfora para o desprezo com que Jeová tratada os sacerdotes desviados. Para junto deste sereis levados. O fim que Deus destinou aos sacerdotes em pecado é comparado ao lugar do lixo que recebia o "excremento" dos sacrifícios. Só a condenação podia ser o destino desses sacerdotes.

4. Este mandamento. Veja 2:1. Para que a minha aliança continue com Levi. Deus queria que os sacerdotes recobrassem o juízo, acertassem seus caminhos e tornassem possível a continuação da aliança com Levi, isto é, com o sacerdócio levítico.

5. Minha aliança com ele. Cons. Nm. 25:12, 13; Dt. 33:8-11. De vida e de paz . . . para que temesse. Através da aliança, Jeová comprometeu-se a conceder aos sacerdotes vida e paz; em troca, os sacerdotes eram obrigados a servi-lo com reverência.

6. A verdadeira instrução. A principal função do sacerdote era instruir de acordo com a lei moral, que se baseava na verdade. E a injustiça não se achou. Tinha havido sacerdotes que fielmente apresentaram a justa revelação de Deus. Andou comigo (cons. Gn. 5:22, 24; 6:9). Os sacerdotes de antigamente falavam e viviam a verdade de Deus. Apartou a muitos. Por meio de palavras e pela conduta, o sacerdote que andava com Deus levou muitos à justiça (coas. Dn. 12:3).

7. E da sua boca devem . . . procurar a instrução. Os sacerdotes eram designados por Deus para, em parte, apresentar o conhecimento e a vontade de Deus. Mensageiros do SENHOR. Em diversas passagens do V.T., a expressão aparentemente se refere a um mensageiro que é o próprio Deus (veja Ex. 3:2, 4; Juízes 6:12-14). Nenhuma honra mais elevada poderia ser concedida ao sacerdote do que quando tais palavras lhe eram aplicadas.

8. Tendes feito tropeçar a muitos. Em vez de levar muitos à justiça (cons. v. 6), a influência dos sacerdotes fora justamente a oposta. Corrompida pelas palavras dos sacerdotes e belo seu exemplo, a Lei só podia desviar os homens. Violastes a aliança. Por meio de seus atos, os sacerdotes nulificaram a aliança.

 9. Eu vos fiz desprezíveis. Os sacerdotes não tiveram o respeito das pessoas cujos pecados eles mesmos assimilaram. E vos mostrastes parciais no aplicardes a lei (cons. Mq. 3:11). Em sua capacidade judicial, os sacerdotes fizeram acepção de pessoas.

 

C. "Por quê?"

 2:10-16. Mais explicitamente a pergunta seria: "Por que fomos traiçoeiros uns para com os outros?" Assim como os sacerdotes trilham destruído a afiança divina com Levi, o povo transgredira a aliança do Senhor mais generalizadamente através do casamento com pagãos, abandonando suas esposas para poderem se casar novamente.

10. O mesmo Pai. Deus era o seu "pai" porque Ele escolhera Israel por amor, para que os israelitas fossem os seus filhos. Não nos criou o mesmo Deus? Deus era seu pai também em virtude de Sua atividade criadora. Seremos desleais. Veja os versículos seguintes. Uns para com os outros. Se Deus é pai, seus filhos são irmãos e irmãs e têm obrigação de família entre si. A aliança de nossos pais (cons. Êx. 19:5 ,6; 24:8). A aliança de Deus com Israel proibia tanto expressamente como por implicação os pecados que vêm a seguir (Êx. 34:10-16; Dt. 7:1-4).

11. Abominação. Os judeus precisavam ser abalados, com a idéia de que o anátema de Deus tanto pairava sobre a transgressão que estava para ser especificada quanto sobre os grosseiros pecados da idolatria e feitiçaria. Profanou o santuário do SENHOR. O que fora profanado não era o divino atributo da santidade mas aqueles que eram santos por causa do seu relacionamento com o Deus santo (veja Jr. 2:3). Adoradora de deus estranho. O pecado específico, agora mencionado, é o do casamento de um israelita com uma pessoa que se dedicava à adoração de um deus pagão (cons. Êx. 34:16; Dt. 7:3, 4; Esdras 9:1, 2; Ne. 13:26, 27).

12. O SENHOR eliminará. O castigo divino tomada a forma de ausência de posteridade do pecador. A alusão proverbial que se segue indica que todos estavam incluídos. O que apresenta ofertas. Deus também infligiria um castigo idêntico sobre todos os que se sentissem inclinados a oferecer um sacrifício para expiação dos pecados do transgressor.

13. Anda fazeis isto. A expressão indica que uma segunda ofensa moral está incluída na "deslealdade" do versículo 11. Cobris o altar . . . de lã, de choro. A transgressão adicionada era que os israelitas tinham se divorciado de suas próprias esposas para que pudessem ficar livres a fim de se casarem com mulheres pagas, mas isto só fica indicado em 2:14-16. Aqui os israelitas são representados como pessoas desesperadas por causa do desagrado divino para com a sua conduta que se tornara conhecida e os seus sacrifícios que não eram mais aceitos por Ele.

14. E perguntais: Por quê? Uma atitude de traição fora detalhadamente exposta. Havia uma outra. Se eles se recusassem em reconhecê-la e relutassem em aceitá-la, a resposta seria enunciada claramente. Testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade. Uma vez que os contratos, de casamento e outros, eram consumados tendo Deus por testemunha (veja Gn. 31:49; Pv. 2:17), Ele considerava culpados os israelitas que, tendo tomado esposas judias, agora as abandonavam. Sendo ela a tua companheira. Laços de afeição deviam persistir como resultado de experiências comuns. A mulher da tua aliança. O casamento é um relacionamento de aliança perante Deus (cons. Pv. 2:17).

15. Ninguém com um resto de bom senso o faria. O tópico examinado é o da validade da monogamia prescrita por Deus. Jesus, tratando do mesmo assunto, ensinou que Deus, na criação, juntou indissoluvelmente o homem e a mulher como "uma só carne" (Marcos 10:2-9). Do mesmo modo, Malaquias parece dizer: "E Deus na criação não fez um par para viver junto como se fosse um apesar do fato de Seu controle sobre o espírito da vida pudesse ter ordenado de um modo diferente? E porque Ele fez o homem e a mulher como uma só carne? Foi com o fim de assegurar Seus propósitos para uma descendência piedosa, um povo dirigido por uma aliança com uma religião pura". O divórcio só viria prejudicar os propósitos criativos de Deus. Ninguém seja infiel. O chamado ao arrependimento é óbvio.

16. Odeia o repúdio. Isto é, Deus odeia o divórcio. Em parte alguma o V.T. aprova o divórcio, embora prescreva o que deve ser feito sob dadas circunstâncias nas quais o divórcio acontecia (Dt. 24:1-4; veja também Mt. 19:7, 8). Que cobre de violência. Traduza-se antes, e a violência cobre suas vestes. As próprias vestes dos israelitas culpados era, à vista de Deus, manchadas pelo seu pecado hediondo (cons. Zc. 3:3, 4).

 D. "Em que o enfadamos?" 2:17 - 3:6. A atitude israelita era repreensível à vista de Deus; pois as pessoas tinham se tornado praticamente atéias, presumindo que, se existia um Deus, Ele já não interviria mais para exercer o juízo contra o mal e os que praticavam o mal. Deus, entretanto, advertia que o juízo, embora tardio, certamente viria.

 17. Em que o enfadamos? Embora sua religião não passasse de formas vazias, os contemporâneos de Malaquias protestavam contra aqueles que duvidassem de sua piedade. Qualquer que faz o mal. A referência é aos judeus profanos como também aos pagãos. Passa por bom aos olhos do SENHOR. O argumento: Considerando que muitos desfrutam de prosperidade material, embora violando definidamente a lei moral, se existe um Deus, Ele ao que parece, os favorece. Onde está o Deus do juízo? A própria existência de um Deus onipotente e justo estava sendo posta em dúvida. A insinuação era que se Deus existia, Ele devia ter agido.

 

Malaquias 3

 3:1. O meu mensageiro. João Batista (Is. 40:3; cons. Mar. 1:2, 3). Preparará o caminho. João atacava a decadência moral e a formalidade religiosa vazia, preparando assim o caminho para a ênfase de Cristo sobre a regeneração e o culto espiritual. Ele também foi o arauto da vinda de Cristo. De repente virá . . . o SENHOR. Esta é a resposta à pergunta: "Onde está o Deus do juízo?" "Deus" (2: 17), o SENHOR e o Anjo da aliança, todos se referem a uma única pessoa divina. Uma vez que o precursor desta pessoa foi João Batista, a pessoa divina não foi outra que Jesus Cristo. Ao seu templo. Na Nova Dispensação, o santuário de Deus, antes o Jardim do Éden, mais tarde o Tabernáculo e depois o Templo, seria a Igreja (I Co. 3:16, 17; Ef. 2:21; I Pedro 2: 5). A quem vós buscais. Eles tinham declaradamente procurado ver o próprio Deus. O Anjo da Aliança. Este Mensageiro divino, Aquele que virá, representava a aliança de Deus com Israel, que em contraste com o Seu juízo sobre as nações, abençoaria o Seu povo escolhido. A quem vós desejais. Israel supostamente andava pelo aparecimento de Deus em juízo.

 2. Mas quem pode suportar o dia da sua vinda? Os judeus que tinham transgredido a aliança, como também os pagãos, achariam o Dia do Senhor um dia de terrível juízo (Sf. 1:17, 18). Como o fogo do ourives. Tudo o que não tinha valor seria consumido. A potassa dos lavandeiros. Uma segunda metáfora simbolizando a mesma verdade terrível. Lixívia ou potassa eram usadas na lavagem de roupas. 3. Assentar-se-á, como . . . purificador. A vinda do Senhor é agora representada como a de um Fundidor, que executaria o processo do refinamento. Purificará os filhos de Levi. O sacerdócio mesmo seria o primeiro objeto das atividades do Refinador. Refinará, isto é, ''filtrará". Aquilo que tinha valor sobreviveria ao processo da filtração. Justas ofertas. No processo do refinamento, alguns sacerdotes apareceriam com os corações puros, de modo que o seu culto seria aceitável diante do Senhor; outros seriam peneirados como refugo.

4. A oferta de Judá e de Jerusalém. A terminologia do sacrifício não deve ser entendida como se ensinasse que o ritual mosaico seria continuado depois da vinda do Senhor. Antes, esta terminologia é um veículo conveniente dos profetas descreverem o culto na Nova  Dispensação. Quando os líderes religiosos forem transformados, a verdadeira religião retornaria pata o povo.

5. Chegar-me-ei. Veja a exposição 3:1. A vós outros para juízo. O processo de purificação incluiria não apenas os sacerdotes mas também o povo. Veloz. Embora o Senhor pudesse adiar Sua vinda, quando viesse viria subitamente, inesperadamente. E não me temem. O pecado básico daqueles que perguntavam, "onde está o Deus do juízo?", era o desprezo para com o Deus dos seus pais.

6. Eu, o SENHOR, não mudo. SENHOR, isto é, "Jeová", tem nele o conceito da imutabilidade, mas a imutabilidade de Deus também fica declarada no não mudo. É porque um Deus justo não pode jamais alterar Sua atitude para com o pecado que o juízo, por mais adiado que seja, certamente executará. Vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. A imutabilidade de Deus também é a garantia da graça de Deus. O fogo da purificação não destruirá completamente o Seu povo.

 E. "Em que Havemos de Tornar?" 3:7-12. Esta pergunta sonega a Deus a acusação de que os israelitas o tenham roubado deixando de guardar as leis referentes ao dízimo e ofertas alçadas (terûmâ). Mas Deus era gracioso. Através do profeta insistia com eles a que aceitassem a situação, prometendo copiosas bênçãos se o fizessem.

7. Desviastes dos meus estatutos. As ordenanças transgredidas referiam-se especificamente à mordomia do dízimo e das chamadas ofertas alçadas. Eu me tornarei. Se o povo se arrependesse, seria restaurado ao favor divino. Em que havemos de tornar? Eles não reconheciam que tinham se desviado.

8. Vós me roubais. Mordomia falha equivalia à fraude ou roubo. Dízimos. com referência à obrigação específica, veja Lv. 27:30-33; Núm. 18:20-32; Dt. 14:22-29. Ofertas. A palavra usada para "oferta", é terûmâ, que geralmente se aplica às ofertas espontâneas, às primícias, ao meio siclo pago ao santuário e às porções do sacrifício que eram reservadas aos sacerdotes (Êx. 30:13; Lv. 7:14; Nm. 15:19-21; 18:26-29). 9. Maldição. Literalmente, a maldição. O castigo mencionado em 2: 2 sobreviria à nação culpada como um todo.

10. Todos os dízimos. Antes, todo o dízimo. Ao que parece os israelitas fingiam conformar-se à Lei, oferecendo alguns dízimos a Deus mas não todos os exigidos pela Lei (cons. Atos 5:1, 2). À casa do tesouro. Os dízimos deviam ser trazidos e recolhidos em salas especiais do Templo. Mantimento. O dízimo fornecia o sustento dos levitas (Nm. 18:24). As janelas do céu. A figura (cons. II Reis 7:2, 19) refere-se ao derramamento de bênçãos materiais em superabundância. (Com. Lc. 6:38). Derramar sobre vós bênção. Se os judeus duvidassem que Jeová recompensa os justos (cons. Ml. 2:17), que fizessem um teste.

 11. Repreenderei o devorador. O Deus soberano efetuará uma colheita superabundante em parte pela destruição das locustas e outras pestes que poderiam prejudicar a lavoura. A vossa vide no campo não será estéril. Deus também protegeria as videiras para que não fossem atacadas pelo bolor e pelo crestamento.

12. Todas as nações vos chamarão felizes. O tempo comprovada que Deus era Deus e que Ele abençoaria o Seu povo com recursos materiais (compare com 2:17).

 F. "Que Temos Falado Contra Ti?" 3:1 – 4:3. Essencialmente uma recapitulação de 2:17 – 3:6, esta seção dá ao assunto uma ênfase um tanto diferente. Aqui se torna evidente que nem todo o povo da aliança levantou suas vozes contra Deus para acusá-lo de injustiça. O povo justo e temente a Deus encontraria, no dia do Senhor, a libertação, a vitória e ricas bênçãos.

13. Que temos falado contra ti? Para que continuar nas formas da lei cerimonial? A opinião geral estava perigosamente perto da conclusão de que o culto a Jeová podia muito bem ser interrompido. Contudo os israelitas, mais uma vez fingindo piedade, perguntavam: "Que temos falado contra ti?"

14. Inútil é servir a Deus. Servir a Jeová foi colocado na base comercial: Se não resultasse em prosperidade material, podia-se deixar de adorar a Deus. Andar de luto. A expressão poderia ser entendida como a efetuação das formas externas associadas com o arrependimento sem a experiência do verdadeiro arrependimento interno.

15. Reputamos por felizes os soberbos. A passagem provavelmente se refere aos pecadores grosseiros em geral, quer judeus ou gentios, que prosperavam materialmente. Sim, eles testam. Traduza-se: Sim, eles têm tentado a Deus e têm sido livrados (cons. 2:17; Sl. 95:9).

16. Então. Uma sociedade sem Deus com seu modo de vida ímpio leva os crentes a se reunirem para encorajamento mútuo e testemunho unificado. Os que temiam. Ainda havia verdadeiros crentes em Israel. Um memorial. Nos céus há um registro daqueles que reverenciam o Senhor. Quanto à figura, veja Ester 2:23; 6:1-3; Êx. 32:32; Sl. 56:8; 69:28; Lc. 10:20; Ap. 20:12; 21:27. 17. Para mim. A primeira parte da sentença deveria ser: E eles serão meus, propriedade valiosa (mas. Êx. 19:5).

Naquele dia. O Dia do Senhor (cons. 3:1, 2). Poderia se traduzir: "no dia em que eu agir". O dia virá quando Deus agir, quando a justiça for partilhada. Poupá-los-ei. O Dia do Senhor será um dia terrível (Sf. 1:15-18), mas os justos têm a certeza confortadora de que seja como for esse dia, libertará os que ao dEle (cons. Sl. 91:7).

18. Então vereis outra vez a diferença. A história tem evidenciado sobejamente o fato de que ''tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl. 6:7); e continuará sendo assim. Só olhos cegos ou obstinação persistente pode defender a tese de que Deus não faz distinção entre o justo e o ímpio na dispensação de bênçãos.

 

Malaquias 4

 4:1. Eis que vem o dia. O Dia do Senhor. Fornalha. Um pote com fogo usado para assar. O fogo como símbolo de juízo é coisa comum nas Escrituras (por exemplo, Sf. 3:8). Como o restolho . . . nem raiz nem ramo. A figura muda. Restolho dá a idéia daquilo que será consumido num instante; a figura anterior enfatiza o pensamento de que nenhum dos ímpios escapará ao juízo.

 2. O sol da justiça. O sol é um símbolo de justiça. No Dia do Senhor a noite da injustiça cederá caminho à uma administração de negócios na qual a justiça, como um sol que emite seus raios para desalojar qualquer resíduo de trevas, recompensará os piedosos, e os perversos já não prosperarão mais. Trazendo salvação nas suas asas. Com a aparência de asas, os raios do sol despontando dão a idéia da figura básica. Quando os raios penetrantes desfizerem as trevas, o pecado e suas más conseqüências se desvanecerão. Saltareis como bezerros. A palavra empregada provavelmente significa "cabriolar". Como um bezerro solto se alegra em sua liberdade recém-adquirida, assim os justos, não mais prisioneiros oprimidos em um mundo hostil, desfrutarão da vida e experimentarão alegria.

3. Pisareis os perversos. O quadro é de grande alegria onde prevalece a justiça perfeita, com os perversos totalmente destruídos e os justos desfrutando de bênçãos ininterruptas do Deus da aliança. Naquele dia que prepararei (cons. 3:17).

 

III. Conclusão.

4:4-6. A. Exortação a Guardar a Lei Mosaica. 4:4. Malaquias acusa o povo de Israel de ter-se desviado das ordenanças divinas (3:7). Contudo, os israelitas ainda poderiam desviar o terrível juízo do Dia do Senhor se, arrependidos e convertidos, eles guardassem a Lei em letra e espírito.

4. Lembrai-vos da lei de Moisés. A exortação é para pecadores e santos também. Em Horebe. Sinai. Estatutos e juízos. Traduza-se: até dos estatutos e juízos. B. A Promessa da Vinda de "Elias". 4:5, 6. Deus enviaria um profeta, chamado pelo nome de "Elias", que prepararia o solo moral e espiritual para a vinda de Cristo, e assim desviaria a necessidade de um juízo imediato.

5. O profeta Elias. O pensamento é paralelo ao de 3:1. Antes do Dia do Senhor um mensageiro enviado dos céus prepararia o caminho. O paralelismo sozinho garante a identificação de Elias com João Batista. Contudo, os Evangelhos também tornam claro que este "profeta" não seria o próprio Elias, o tesbita, mas alguém com o seu espírito e o seu poder (Mt. 11:14; 17:13; Mc. 9:11-13; Lc. 1:17).

6. Ele converterá o coração dos pais. João Batista o fada (Lc. 1:16, 17). Através dele, os homens seriam unidos pela fé – ao arrependimento e conversão e alegre obediência à lei de Deus. A unidade de coração a ser operada por João através do Espírito seria como um solo cultivado, o qual, com a vinda de Cristo, produziria frutos a cem por um. Para que eu não venha e fira a terra com maldição. As palavras se relacionara coma exortação a guardar a lei de Moisés e ao ministério de João Batista. Quando o Senhor vierem juízo, a habitação de um povo que transgrediu a aliança, inevitavelmente ficaria sob o juízo da destruição. Um ministério profético no espírito e no poder poderia produzir um reavivamento e assim desviar a plenitude do juízo para que os corações pudessem aceitar o Rei; e o juízo final do Dia da Ira pudesse ser adiada até que o Senhor do Templo completasse a lista dos Seus eleitos. Isto realmente aconteceu. "Elias" veio e preparou um povo para o Senhor, e o Senhor Jesus veio ao seu templo. Assim, embora o V.T, termine com uma maldição condicional, o N.T. termina com uma promessa incondicional de Cristo aos Seus: "Certamente venho sem demora", junto com a resposta daqueles que são o seu "tesouro particular": "Vem, Senhor Jesus".

 

DE MALAQUIAS A MATEUS I.

Desenvolvimento Político

 A expressão, "anos silenciosos", freqüentemente empregada para descrever o período entre o Velho e o Novo Testamentos, é inapropriada. Embora nenhum profeta inspirado se levantasse em Israel durante esses séculos, e o Velho Testamento fosse considerado completo, houve acontecimentos que deram ao Judaísmo sua ideologia particular e providencialmente prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu Evangelho.

Supremacia Persa

Durante cerca de um século após o período de Neemias, o Império Persa controlou a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os judeus tiveram permissão de seguir suas instituições religiosas sem serem molestados. A Judéia era governada pelos sumo sacerdotes, que eram responsáveis diante do governo persa, fato que garantiu aos judeus uma grande medida de autonomia e degradou o sacerdócio a um cargo político. Inveja, intrigas e até mesmo assassinatos desenvolviam o seu papel nos concursos para ocupar a posição de sumo sacerdote. Conta-se que Joanã, filho de Joiada (Nee. 12:22), matou seu irmão Josué no próprio Templo.

Joanã foi substituído do seu cargo de sumo sacerdote por seu filho Jadua, cujo irmão Manassés, de acordo com Josefo, casou-se com a filha de Sambalá, governador da Samaria, e estabeleceu um santuário no Monte Gerizim, que ocuparia no coração dos samaritanos um lugar comparável ao do amor que os judeus tinham pelo Templo de Jerusalém (cons. Jo. 4:20). Embora este santuário fosse destruído durante o reinado de João Hircano (134-104 A.C.), o Monte Gerizim continuou a ser considerado como o monte santo dos samaritanos, até os dias de hoje. Os detalhes na obra de Josefo não são históricos, mas o estabelecimento de um templo rival nessa época é coisa que realmente aconteceu.

A Pérsia e o Egito estavam em constante luta durante este período, e a Judéia, situada entre as duas nações, não podia escapar de ser envolvida.

 Durante o reinado de Artaxerxes III (Ochus) muitos judeus foram envolvidos em uma revolta contra a Pérsia. Foram deportados para a Babilônia e para as praias do Mar Cáspio. Durante o século quinto A.C, uma colônia judia foi organizada na Ilha Elefantina, junto à primeira queda d’água do rio Nilo, perto da atual Aswan. Contrariando a lei mosaico, esses colonos edificaram um templo e adoraram outros seres divinos (por exemplo, Eshem-bethel; Herembethel; Anath-bethel) além do Deus de Israel. Essas divindades podem realmente ser identificadas com o Deus único do Judaísmo ortodoxo daquela época, mas justamente a sua existência prova a tendência para o sincretismo. Considerando que os colonos elefantinos tinham negócios com os samaritanos e também com os judeus, eles não permaneceram no curso principal da vida religiosa de Israel.

 

Alexandre, o Grande

Seguindo a derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 A.C.), Alexandre marchou para a Síria e Palestina. Depois de uma resistência obstinada, Tiro foi tomada e Alexandre dirigiu-se para o Egito ao sul. A lenda conta que Alexandre, ao se aproximar de Jerusalém, foi recebido por Jadua, o sumo sacerdote judeu, que lhe falou sobre as profecias de Daniel que diziam que o exército grego seria vitorioso (Dn. 8). A história não tem sido levada a sério pelos historiadores, mas é verdade que Alexandre tratou os judeus com bondade. Permitiu que obedecessem às suas próprias. leis; garantiu-lhes isenção do tributo durante os anos Malaquias sabáticos; e quando edificou Alexandria no Egito (331 A.C.), encorajou os judeus a se estabelecerem lá e concedeu-lhes privilégios comparáveis aos dos súditos gregos.

A Judéia Sob os Ptolomeus

 Depois da morte de Alexandre (323 A. C.), a Judéia ficou sujeita durante algum tempo a Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Mais tarde ficou sob o domínio de outro general, Ptolomeu I (então senhor do Egito), cognominado Soter, ou Libertador, que tomou Jerusalém num dia de sábado em 320 A.C. Ptolomeu tratou os judeus com delicadeza. Muitos deles estabeleceramse em Alexandria, que continuou como centro importante do pensamento judeu durante muitos séculos. Sob Ptolomeu II (Filadelfos), os judeus de Alexandria traduziram a sua Lei, isto é, o Pentateuco, para o grego. Esta tradução foi mais tarde conhecida como a Septuaginta, por causa da lenda que conta que seus setenta (mais corretamente 72 – seis de cada uma das doze tribos) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados a produzir uma tradução infalível.

Os judeus na Palestina desfrutaram de um período de prosperidade nos dias de Simão, o justo, o sumo sacerdote governante, cujo caráter foi descrito no livro apócrifo de Eclesiástico (50:1-21). Diz-se que restaurou os muros e fortificou a cidade de Jerusalém e edificou um grande reservatório para fornecer água à cidade.

A Judéia Sob os Selêucidas

Depois de cerca de um século, tempo em que os judeus ficaram sujeitos aos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria arrancou a Síria e a Palestina do controle egípcio (198 A.C.). Os governadores sírios são conhecidos como Selêucidas por causa do fato de que o seu reino, construído sobre as ruínas do império de Alexandre, fora fundado por Seleucus I (Nicator). Grande parte dos governadores anteriores tinham os nomes de Seleucus ou Antíoco. A sede do governo era em Antioquia sobre o rio Orontes. Durante os primeiros anos do governo sírio, os Selêucidas permitiram ao sumo sacerdote que continuasse governando os judeus de acordo com a sua lei. Contudo, houve luta entre o partido helenista e os judeus ortodoxos. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao grupo helenizante e indicou para o sacerdócio um homem que mudara o seu nome de Josué para Jasom e que incentivava o culto ao Hércules de Tiro. Jasom foi derrubado dois anos depois por outro helenista, um rebelde chamado Menaém (gr., Menelaus). Quando os partidários de Jasom contenderam com os de Manelaus, Antíoco marchou sobre Jerusalém, despojou o Templo e matou muitos judeus (170 A.C.). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários proibidos e um altar a Júpiter foi levantado sobre o antigo altar dos holocaustos. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçados a comer carne de porco contrariando a sua lei. Uma porca foi oferecida sobre o altar dos holocaustos em desprezo à consciência religiosa judia.

Os Macabeus

Os judeus oprimidos não demoraram muito em encontrar um novo herói. Quando os emissários de Antíoco chegaram à cidadezinha de Modim, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperaram que o velho sacerdote Matatias desse o bom exemplo ao seu povo oferecendo um sacrifício pagão. Ele não só recusou-se a fazê-lo mas também matou um judeu apóstata sobre o altar pagão, junto com o oficial sírio que presidia a cerimônia. Matatias fugiu para as montanhas da Judéia e, juntamente com os seus filhos, travaram guerrilhas contra os sírios. Embora o velho sacerdote não vivesse para ver o seu povo libertado do jugo sírio, ordenou a seus filhos que completassem a tarefa. Judas, cognominado "o Macabeu", assumiu a liderança na morte de seu pai. Em cerca de 164 A.C. Judas já tinha tomado Jerusalém. Purificou o Templo e reconstruiu as ofertas diárias. Logo depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Contudo, as lutas continuaram entre os Macabeus e os governadores selêucidas por cerca de vinte anos. Durante esse período Judas morreu na batalha e seu irmão Jônatas assumiu o comando. Finalmente Jônatas foi ordenado sumo sacerdote. Quando foi assassinado (143 A.C.), o último dos filhos de Matatias, Simão, veio a ser governador. Simão foi capaz de obter a independência total da Síria, mas ele também foi assassinado (135 A.C.) por Ptolomeu, um genro seu. João Hircano, o sobrevivente filho de Simão, substituiu seu pai e assim estabeleceu uma dinastia. Hircano determinou tomar a Judéia em um poderoso estado independente. Conquistou a Samaria e destruiu o templo cismático do Monte Gerizim. Também ampliou as fronteiras da Judéia nas direções da Síria, Fenícia, Arábia e Iduméia. Durante o reinado de Hircano, quando o partido saduceu pró-helenista ganhou o controle, os judeus tenderam a negligenciar os princípios ortodoxos dos antigos Macabeus. Aristóbolo I, filho de Hircano, foi o primeiro dos governadores Macabeus a usar o título "Rei dos Judeus". Após um curto reinado ele foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeus, que, por sua vez, deixou o reino a sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente sossegado. Os fariseus assumiram o controle, mas perseguiram os saduceus como tinham antes sido perseguidos nos dias de Janeus. Hircano II, o filho mais velho de Alexandra, servia de sumo sacerdote. Com a morte de Alexandra, Aristóbolo (II), seu filho mais moço, desapossou seu irmão. Logo após, o governador da Iduméia, Antipater, esposou a causa de Hircano e houve ameaça de guerra civil. Conseqüentemente, Pompeu marchou sobre a Judéia com suas legiões romanas para acertar as coisas e estabelecer os alvos de Roma.

Aristóbolo tentou defender Jerusalém contra Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram no Santo dos Santos no Templo. Pompeu, entretanto, não tocou nos tesouros do Templo

Roma

 Marco Antônio apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio César, e de Antipater (pai de Herodes), que durante vinte anos foi governador virtual da Judéia, Antígono, o segundo filho de Aristóbolo, solicitou o trono. Durante algum tempo ele realmente governou em Jerusalém, mas Herodes, o filho de Antipater, voltou de Roma e se tornou rei dos judeus com o apoio romano. Seu casamento com Mariane, neta de Hircano, forneceu um elo com os governadores Macabeus.

Herodes era ambicioso e cruel. Ele ampliou e ornamentou Jerusalém e iniciou a tarefa da reconstrução do Templo em grande escala. Ele reconstruiu Samaria e a chamou de Sebaste. Em Cesaréia, na costa do Mediterrâneo, no local da antiga Torre de Strato, ele construiu um importante porto e centro governamental.

 Herodes foi um dos governadores mais cruéis de todos os tempos. Ele assassinou o venerável Hircano (31 A.C.) e condenou à morte sua própria esposa Mariane e seus dois filhos. De seu leito de morte Herodes ordenou a execução de Antipater, um filho seu com outra esposa. Nas Escrituras Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos inocentes de Belém porque temia um rival que tinha nascido para ser Rei dos Judeus.

 II. Literatura

 Durante o período entre os dois Testamentos, foi escrita grande parte da literatura apócrifa. Os livros apócrifos são os seguintes:

 I (ou III) Esdras. Torna a contar a história bíblica de Isaías a Esdras. Inclui a narrativa de um debate na corte da Dario I (Histaspis) referente ao maior poder do mundo. Zorobabel é convocado por causa da sabedoria que manifesta na discussão.

II (ou IV) Esdras. Inteiramente diferente de I Esdras, contém uma série de visões apocalípticas atribuídas ao período de Domiciano (81-96 d.C.) pelos críticos.

Tobias. A história de Tobias descreve a vida de um piedoso judeu que permaneceu fiel a sua fé enquanto viviam Nínive pagã. O arcanjo Rafael orientou Tobias, o filho de Tobias, que foi capaz de exorcizar demônios da jovem que depois desposou, e também curar a cegueira de seu pai.

 Judite. Era uma judia que, tal como a Jael da antiguidade, matou o inimigo de sua pátria. Judite usou sua beleza para seduzir Holofernes, o general caldeu, que tinha cercado a cidade judia de Betulia. A história provavelmente data do período macabeu.

O Restante de Ester. Um suplemento ao canônico de Ester, adições apócrifas, professamente documentos originais, inclusive as orações de Ester e Mordecai. Sabedoria de Salomão. Segundo a primeira parte de Provérbios a Sabedoria de Salomão contém eloqüentes louvores à sabedoria. Destaca a imortalidade dos justos e o castigo dos ímpios. A origem e a loucura da idolatria também são apresentadas, junto com um resumo do cuidado de Deus por Israel através da história.

 Eclesiástico (A Sabedoria de Jesus, Filho de Siraque). Um fino exemplo da literatura da Sabedoria Judia. O Eclesiástico exalta as virtudes da sabedoria e do temor a Deus. O elogio de famosos homens (44-50) é particularmente bom. Foi escrito em cerca de 180 A.C.

Baruque e a Epístola de Jeremias. Pretensamente escrita na Babilônia no quinto ano depois da destruição de Jerusalém, Baruque contém uma mensagem dos judeus do Exílio aos seus compatriotas na Judéia, inclusive uma oração para eles usarem na confissão de pecados e pedido de misericórdia a Deus. A Epístola de Jeremias adverte os exilados contra a idolatria.

A Canção dos Três Filhos Santos. A canção foi colocada na boca dos jovens hebreus, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e inserida em Dn. 3:23, na Septuaginta.

A História de Susana. Um suplemento apócrifo a Daniel, a História de Susana descreve a hipocrisia de dois anciãos. Tentaram seduzir Susana, foram por ela repudiados e, então, acusaram-na falsamente. Ela foi salva pelo jovem Daniel, que apontou as discrepâncias dos testemunhos deles.

Bel e o Dragão.

A história de Bel conta como Daniel denunciou a fraude dos sacerdotes de Bel, que secretamente comiam o alimento deixado para o seu ídolo, destarte enganando o povo. A história conta como Daniel matou o dragão que era adorado como um deus na Babilônia. Daniel foi lançado em uma cova de leões mas foi milagrosamente protegido. Habacuque, trazido por um anjo à cova, serviu a Daniel.

I Macabeus. As lutas com o helenismo e o período da revolta dos Macabeus estão descritas em I Macabeus, um livro que apresenta a história da Judéia desde a ascensão de Antíoco Epifânio (175A.C.) até a morte de Simeão (135 A.C.). Pensa-se que foi escrito em cerca de 105 A.C.

lI Macabeus. O segundo livro dos Macabeus contém a história do período entre 175 e 160 A.C., paralelo, mas independente, a I Macabeus. É o resumo de uma história mais detalhada por um certo Jason de Cirene (2:23).

III. Seitas Religiosas

Quando, depois da conquista de Alexandre, o helenismo desafiou o pensamento do Oriente Próximo, alguns judeus apegaram-se mais tenazmente do que nunca à fé de seus pais, enquanto outros quiseram adaptar seu pensamento às idéias mais modernas que emanavam da Grécia. Finalmente o choque entre o Helenismo e o Judaísmo deu lugar a um certo número de seitas judias.

Fariseus.

 Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que lutaram contra os helenizadores no tempo dos antigos Macabeus. O nome fariseu, "separatista", foi provavelmente dado a eles por seus inimigos para indicar que eram não-conformistas. Talvez, entretanto, fosse usado como zombada por causa de sua severidade que os separava de seus conterrâneos judeus como também dos pagãos. A lealdade à verdade às vezes produz orgulho e até mesmo hipocrisia, e é esta perversão do antigo ideal fariseu que foi denunciado por Jesus. Paulo dizia-se membro deste grupo ortodoxo dentro do judaísmo do seu tempo (Fp. 3:5).

Saduceus.

 O partido saduceu, provavelmente cognominado assim segundo Zadoque, o sumo sacerdote indicado por Salomão (I Reis 2:35), negava a autoridade da tradição e olhava com suspeitas para qualquer revelação posterior à lei mosaico. Negava a doutrina da ressurreição, e não cria na existência de anjos ou espíritos (Atos 23:8).

Os saduceus eram geralmente pessoas ricas e de posição, e cooperavam prontamente com o Helenismo daquele tempo. No período do Novo Testamento eles controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A sinagoga, por outro lado, era a fortaleza dos fariseus.

Essênios.

O Essenismo era uma reação ascética do externalismo dos fariseus e do mundanismo dos saduceus. Os essênios afastavam-se da sociedade e viviam no ascetismo e celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrituras, orações e cerimônias de purificação. Tinham tudo em comum e eram conhecidos por seu trabalho e piedade. A guerra e a escravidão eram contra seus princípios.

 O mosteiro de Qunram, perto das cavernas onde se encontraram os Códices do Mar Morto, segundo muitos mestres, deve ter sido um centro essênio no deserto da Judéia. Os códices indicam que os membros da comunidade tinham deixado as corruptas influências das cidades judias para prepararem, no deserto; "o caminho do Senhor". Criam na vinda do Messias e achavam-se o verdadeiro Israel para o qual Ele viria.

Fariseus.

Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que lutaram contra os helenizadores no tempo dos antigos Macabeus. O nome fariseu, "separatista", foi provavelmente dado a eles por seus inimigos para indicar que eram não-conformistas. Talvez, entretanto, fosse usado como zombada por causa de sua severidade que os separava de seus conterrâneos judeus como também dos pagãos. A lealdade à verdade às vezes produz orgulho e até mesmo hipocrisia, e é esta perversão do antigo ideal fariseu que foi denunciado por Jesus. Paulo dizia-se membro deste grupo ortodoxo dentro do judaísmo do seu tempo (Fp. 3:5).

 Saduceus.

O partido saduceu, provavelmente cognominado assim segundo Zadoque, o sumo sacerdote indicado por Salomão (I Reis 2:35), negava a autoridade da tradição e olhava com suspeitas para qualquer revelação posterior à lei mosaico. Negava a doutrina da ressurreição, e não cria na existência de anjos ou espíritos (Atos 23:8). Os saduceus eram geralmente pessoas ricas e de posição, e cooperavam prontamente com o Helenismo daquele tempo. No período do Novo Testamento eles controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A sinagoga, por outro lado, era a fortaleza dos fariseus.

Essênios.

O Essenismo era uma reação ascética do externalismo dos fariseus e do mundanismo dos saduceus. Os essênios afastavam-se da sociedade e viviam no ascetismo e celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrituras, orações e cerimônias de purificação. Tinham tudo em comum e eram conhecidos por seu trabalho e piedade. A guerra e a escravidão eram contra seus princípios. O mosteiro de Qunram, perto das cavernas onde se encontraram os Códices do Mar Morto, segundo muitos mestres, deve ter sido um centro essênio no deserto da Judéia. Os códices indicam que os membros da comunidade tinham deixado as corruptas influências das cidades judias para prepararem, no deserto; "o caminho do Senhor". Criam na vinda do Messias e achavam-se o verdadeiro Israel para o qual Ele viria.

Escribas.

 Os escribas não eram, estritamente falando, uma seita mas antes membros de uma profissão. Eram, em primeiro lugar, copistas da Lei. Eram considerados autoridades nas Escrituras, uma vez que exerciam a função de mestres. Suas idéias eram geralmente iguais às dos fariseus, com os quais eram freqüentemente associados no Novo Testamento.

Herodianos.

Os herodianos criam que os interesses do Judaísmo melhor se defenderiam com a cooperação com os romanos. Seu nome foi emprestado de Herodes, o Grande, que tentou romanizar a Palestina do seu tempo. A política dos herodianos era mais secular que religiosa e era mais um partido do que uma seita. A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas expressas nas reações sectárias dentro do Judaísmo pré-cristão, forneceu a estrutura histórica para a vinda de Jesus. As frustrações e os conflitos - prepararam Israel para o advento do Messias de Deus, que apareceu "na plenitude dos tempos" (Gl. 4:4).

                                            Comentário Bíblico Moody



O profeta Malaquias e mencionado como "profeta menor' no Antigo Testamento. Nesta aula teremos uma introdução detalhada sobre o livro. Com o Pastor Walter Brunelli do Seminário Teológico IDE.

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